6 Iniciativas públicas e comunitárias aproximam brasileiros dos livros
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Do rio à passarela: a polêmica pele do pirarucu que virou luxo internacional
Morre no Rio de Janeiro o cartunista Jaguar, aos 93 anos
Rumo a Palermo
Lula: “Não estamos dispostos em sermos tratados como subalternos”
Mais de 60% das denúncias de crimes na internet são de abuso infantil
18 Rio lança plataforma digital para enfrentar feminicídio
20 Rica em influências, RockStory faz estreia em grande estilo
22 Os surpreendentes alimentos que ajudam a dormir melhor
24 Jogos online, fortuna e ostentação: o que se sabe sobre a prisão da influenciadora suspeita de movimentar R$ 217 milhões
25 Projeto prevê túnel passando por baixo da Praça dos Girassóis para desafogar trânsito no centro de Palmas
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Mais de 94% dos turistas que visitaram praias tocantinenses pretendem voltar na próxima temporada
27 Netflix faz história: ‘Guerreiras do K-Pop’ lidera
bilheteria nos EUA no final de semana
28 Vencedor em Gramado, ‘Cinco Tipos de Medo’ é ousado na montagem, mas vem de um terreno ‘conhecido’
30 Inocência perdida
32 Beco sem entrada
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Ancelotti elogia geração do Brasil e mostra confiança para a Copa do Mundo
34 Novo aeroporto vai tornar viagem ao Jalapão mais curta
36 Brasil tem a melhor atração turística do continente; descubra
38 O exemplo que arrasta
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Trump ameaça impor tarifa de 200% se China não fornecer ímãs aos EUA
Análise: Impeachment de Alexandre de Moraes não deve prosperar no Senado
42 “Volta do Brasil à África”, diz Lula sobre reunião com líder da Nigéria
43 Dino manda superintendências da PF investigarem R$ 694 milhões em emendas parlamentares com indícios de irregularidades
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PL da Adultização amplia responsabilidade de big techs, diz secretário
Por que Dubai?
Países defendem fundo florestal com recursos carimbados para indígenas
Diretor Executivo
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Agosto / 2025
Ano 03 - Edição 31 - Agosto 2025
Publicada em 26 de Agosto de 2025
Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem prévia autorização dos editores.
A Revista Plano B não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.
ISSN 2966-0688
Luxo que nasce no rio, mas não chega à beira dele
O pirarucu, que já foi ameaçado de extinção, hoje brilha em vitrines de luxo em São Paulo, Nova York e Paris. Sua pele, transformada em bolsas que custam milhares de reais, é apresentada como símbolo de uma moda sustentável, de um Brasil que conseguiu transformar conservação em riqueza. Mas, quando o olhar se volta para dentro da floresta, o contraste é inevitável: pescadores e comunidades que sustentam esse ciclo continuam recebendo muito pouco.
A bioeconomia da Amazônia é frequentemente celebrada em discursos políticos, relatórios corporativos e campanhas publicitárias. No entanto, por trás da palavra que virou moda, “sustentabilidade”, a desigualdade persiste. A renda gerada pelo couro do pirarucu se concentra em curtumes e marcas internacionais, enquanto ribeirinhos enfrentam dificuldades para manter escolas, postos de saúde e infraestrutura básica.
O paradoxo é evidente: o mesmo peixe que ajuda o Brasil a conquistar credibilidade em negociações ambientais internacionais não garante dignidade a quem o maneja de forma sustentável. O país se orgulha do exemplo, mas ainda não foi capaz de transformar o discurso em justiça econômica.
Não se trata de negar os avanços, é inegável que o manejo do pirarucu representa um caso real de recuperação ambiental. Mas é preciso encarar com franqueza a pergunta central: de quem é, afinal, o benefício?
Até que ponto o luxo que se vende como “verde” pode continuar ignorando a base social que o torna possível?
Se o pirarucu é de fato um patrimônio da Amazônia e do Brasil, então precisa ser tratado como tal. Isso significa valorizar os pescadores, reconhecer o protagonismo das mulheres, investir em tecnologia local e garantir que a riqueza gerada circule na própria floresta. Caso contrário, o que temos não é bioeconomia, mas mais uma versão sofisticada da velha exploração amazônica, pintada agora nas cores do marketing ambiental.
Por Rócio Barreto
Iniciativas públicas e comunitárias aproximam brasileiros dos livros
Por Rócio Barreto
Fonte Agência Brasil
“As pessoas falam que criança e adolescente não leem, mas eu discordo. É só ter novidade que eles correm para pegar livros emprestados.’’ A opinião é de Kely Louzada idealizadora da biblioteca comunitária Atelier das Palavras no morro da Mangueira, no Rio de Janeiro.
‘’Acredito que cresci bastante intelectualmente por conta da leitura”, confirma Jorge Henrique de Souza que desde criança frequentava o Atelier das Palavras, e hoje é estudante universitário e trabalha na biblioteca.
“Comecei a ajudar aqui desde criança, onde passava muito tempo do meu dia. Hoje, posso retribuir tudo que aprendi
na infância, mostrando com carinho para as crianças que estão sempre aqui que a leitura faz diferença, também que aqui é um espaço onde a gente pode acolher com livros, mostrar para uma nova geração muito tecnológica que os livros existem para somar na vida deles’’, testemunha Jorge Henrique O Atelier das Palavras foi uma das 300 bibliotecas comunitárias vencedora do prêmio Pontos de Cultura em 2024, criado pelo Ministério da Cultura (MinC). Contemplada com R$ 30 mil, a biblioteca fundada por Kely Louzada atualizou seu acervo e manteve o interesse dos pequenos e jovens leitores.
A biblioteca que fica na entrada do morro da Mangueira também se moderniza com doações de livros de interesse do seu público e participa de editais públicos para manter as es-
tantes atualizadas.
“A gente trabalha muito com doação, mas temos também uma parceira com as secretarias de Cultura do estado e do município, que nos ajudam a estar sempre renovando a nossa estante”, diz Kely se referindo aos acervos patrocinados no ano passado pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) do governo federal que é repassado pelas secretarias de Cultura e de Educação.
“Desde 2024, as bibliotecas comunitárias passaram a receber livros literários para atualizar e ampliar seus acervos”, assinala Fabiano Dos Santos Piúba, Secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do Ministério da Cultura.
Naquele ano, o Decreto no 12.021 expandiu o PNLD para incluir bibliotecas públicas e comunitárias. Estas bibliotecas, incluindo aquelas cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) do Ministério da Cultura, recebem acervos literários de forma sistemática, regular e gratuita.
O Brasil tem 6.021 bibliotecas públicas (municipais e estaduais) e comunitárias aptas a receber os acervos do PNLD. Essas unidades estão registradas no Cadastro Nacional de Bibliotecas e que integram o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP).
Ler mais
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2024, revela que 85% das pessoas entrevistadas gostariam de ler mais livros, evidenciando um enorme potencial para o fortalecimento do hábito de leitura, inclusive entre quem não é leitor frequente.
O Panorama do Consumo de Livros da Câmara Brasileira do Livro acrescenta que mesmo entre pessoas que não são consumidores de livros o valor da leitura é amplamente reconhecido:
84% a consideram a leitura “importante” ou “muito importante” para a carreira, lazer, aprendizado e outros aspectos
‘’Esses números comprovam que o interesse existe, mas ainda enfrentamos barreiras como acesso e desigualdade’’, pondera a presidente da Câmara Brasileira do Livro, Sevani Matos em nota enviada à Agência Brasil.
Na opinião dela, as bibliotecas e livrarias desempenham papel estratégico, “criando espaços de encontro com o livro e formando leitores em diversas regiões do país”. Para Sevani, é essencial fortalecer políticas públicas que incentivem a leitura.
Do rio à passarela: a polêmica pele do pirarucu que virou luxo internacional
Por Rócio Barreto
Fonte:
BBC News Brasil
Símbolo da Amazônia e exemplo de manejo sustentável, o pirarucu ganhou espaço em marcas de grife no Brasil e no exterior. Mas, enquanto bolsas e sapatos chegam a custar milhares de reais, pescadores e comunidades ribeirinhas seguem recebendo uma fração mínima desse mercado milionário
O peixe que virou moda
Nas profundezas dos lagos amazônicos, desliza silencioso um dos maiores peixes de água doce do planeta. O pirarucu pode ultrapassar três metros
e 200 quilos, sendo parte essencial da cultura alimentar ribeirinha há séculos. Mas, nos últimos anos, o gigante das águas ganhou um destino inesperado: transformou-se em matéria-prima para bolsas, sapatos e acessórios vendidos como itens de luxo em capitais da moda como Paris, Milão e Nova York.
A pele, antes descartada como resíduo da pesca, passou a ser celebrada como couro exótico, símbolo de sofisticação e, principalmente, de sustentabilidade. Hoje, marcas como Osklen, Burberry e Givenchy estampam em suas coleções esse produto amazônico, apresentando-o como exemplo de moda consciente. O discurso é sedutor: ao comprar uma bolsa de pirarucu, o con-
sumidor estaria ajudando a preservar a floresta e a garantir renda para comunidades tradicionais. Mas, entre o marketing das vitrines e a realidade dos lagos amazônicos, há um longo caminho.
A herança cultural do pirarucu Muito antes de chegar às passarelas internacionais, o pirarucu já era parte da identidade amazônica. Presente na culinária ribeirinha, seu consumo está ligado a tradições familiares e a festividades regionais. A carne seca, por exemplo, é ingrediente essencial em pratos típicos que atravessam gerações. Para muitos moradores, ver o peixe transformado em artigo de luxo desperta sentimentos ambíguos: orgulho pelo
reconhecimento global, mas também frustração pela falta de retorno justo.
Do risco de extinção ao manejo sustentável
O pirarucu já esteve à beira do desaparecimento. Nos anos 1990, a pesca predatória levou a espécie a ser considerada ameaçada de extinção, forçando o governo do Amazonas a proibir sua captura.
A virada veio com o manejo sustentável. Baseado em ciência e tradição local, o sistema prevê a contagem anual dos peixes adultos e a autorização da captura de apenas 30% deles. O restante permanece nos lagos, garantindo a reprodução e a continuidade da espécie.
Nesse modelo, as próprias comunidades assumem a responsabilidade de vigiar suas áreas, evitando a entrada de pescadores ilegais. Com isso, não apenas o pirarucu se recuperou, mas também surgiu uma fonte de renda para centenas de famílias indígenas e ribeirinhas.
“O manejo do pirarucu deu certo. Hoje temos mais peixe nos lagos, mais comida e mais esperança”, resume Pedro Canízio, pescador e vice-presidente da Federação dos Manejadores e Manejadoras de Pirarucu de Mamirauá.
Mulheres no manejo
Outro aspecto pouco visível dessa cadeia é o papel das mulheres. Em muitas comunidades, são elas que organizam associações, cuidam da contabilidade e coordenam reuniões sobre o manejo. “As mulheres assumiram um protagonismo importante. Muitas vezes são elas que garantem a organização para que a pesca seja realizada de forma legal”, explica Ana Alice Britto, da Asproc. Ainda assim, poucas aparecem em campanhas de moda ou relatórios de sustentabilidade das marcas, o que reforça a invisibilidade de seu trabalho.
O valor que não chega a quem pesca
Embora o manejo seja celebrado como exemplo global, a repartição dos ganhos ainda gera polêmica. Uma bolsa de pirarucu pode custar R$ 10 mil, mas os pescadores recebem cerca de R$ 11 por quilo do peixe inteiro.
“O manejador não chega nem perto de comprar um produto desses. A gente trabalha duro, mas a maior parte do valor fica em outras mãos”, lamenta Canízio. Pesquisas confirmam essa desigualdade. Segundo estudo da Operação Amazônia Nativa (Opan), 95% das peles de pirarucu passam por grandes frigoríficos e curtumes, onde recebem o maior valor agregado. Apenas 5% são comercializadas diretamente pelas associações comunitárias.
Para a consultora Fernanda Alvarenga, especialista em cadeias produtivas amazônicas, esse é um problema recorrente: “Brincamos que, se o manejo do pirarucu não der certo, nada vai. É a atividade mais completa em termos de benefícios socioambientais. Mas, para se manter viável, precisa também ser justa economicamente.”
Potencial econômico inexplorado
Apesar dos desafios, o pirarucu representa uma oportunidade única para a bioeconomia brasileira. Segundo especialistas, a cadeia pode movimentar muito
CAPA
mais recursos se houver investimento em tecnologia e capacitação local. “Se conseguirmos levar o curtume para perto das comunidades, vamos multiplicar a renda e reduzir a dependência de atravessadores”, defende Adevaldo Dias, do Memorial Chico Mendes. Hoje, o Brasil ainda exporta a maior parte do couro sem agregar valor localmente.
O couro que seduz a moda
Na indústria fashion, o pirarucu conquistou espaço não só por sua durabilidade, mas pelo apelo cultural e ambiental.
“Couro sempre foi associado à ancestralidade, à proteção e à resistência. O do pirarucu, além disso, carrega a identidade da Amazônia e a promessa de sustentabilidade”, explica Lilyan Berlim, professora de gestão de luxo da ESPM.
O padrão único da pele, impossível de ser replicado artificialmente, também o tornou desejado por grifes internacionais. Em Macapá, a empreendedora Bruna Freitas fundou a Yara Couro, marca que nasceu do incômodo com o desperdício. “Vi que toneladas de pele eram jogadas fora todos os anos. Transformá-las em moda foi uma forma de gerar valor e reduzir resíduos”, conta.
A engrenagem da desigualdade
Apesar do potencial, as comunidades ainda estão distantes do elo mais rentável da cadeia. Processar couro exige in-
fraestrutura cara, tecnologia e conhecimento especializado.
“Hoje, depois da pesca, a maior parte do pirarucu vai para frigoríficos. Lá, carne e pele são separadas. Só então as peles seguem para curtumes industriais”, explica Cristina Buck, do Ibama. Na prática, isso significa que os ribeirinhos ficam com a parte menos valorizada do processo. Para mudar essa realidade, algumas associações criaram o Coletivo do Pirarucu e a marca Gosto da Amazônia, que já conseguiu valorizar o preço da carne em até 40%. A ideia é expandir essa lógica para o couro, mas faltam recursos e políticas públicas.
“Se essa atividade não for atrativa, as famílias podem abandonar o manejo e migrar para práticas mais danosas, como o desmatamento”, alerta Ana Alice Britto, da Asproc, associação que reúne 55 comunidades.
Um consumidor mais exigente
No cenário global, cresce também a pressão dos consumidores por rastreabilidade. Marcas que utilizam pirarucu em suas coleções são constantemente questionadas sobre a origem das peles e o impacto real de suas práticas. “O cliente de luxo não quer só exclusividade, ele quer uma história por trás do produto. Mas essa história precisa ser verdadeira”, diz Lilyan Berlim, especialista em moda sustentável. Nesse sentido, a transparência da cadeia produtiva pode ser tanto um risco quanto uma oportunidade.
Entre o marketing e a realidade
O caso do pirarucu revela um dilema central da moda sustentável: até que ponto o discurso se traduz em benefício concreto para quem vive da floresta? Enquanto campanhas publicitárias exibem imagens de lagos amazônicos intocados, muitas comunidades ainda enfrentam falta de saneamento, escolas precárias e ausência de políticas públicas. “Não queremos caridade, queremos reconhecimento. O manejo do pirarucu é um serviço para o Brasil e para o mundo, mas ainda não somos tratados dessa forma”, resume Pedro Canízio.
A força e a controvérsia da Nova
Kaeru
No centro dessa cadeia está a Nova Kaeru, empresa fluminense que domina o mercado do couro de pirarucu. Dados da plataforma Panjiva mostram que, em 2024 e 2025, cerca de 70% das exportações do produto partiram dela. A empresa fornece para grifes como Giorgio Armani, Dolce & Gabbana e Givenchy, além do mercado de botas country nos Estados Unidos e México.
André de Castro, gerente de marketing da Nova Kaeru, defende que a concentração se explica por inovação tecnológica. “Conseguimos transformar peles pequenas em grandes superfícies contínuas. Isso abriu espaço no mercado internacional.”
Críticos, no entanto, questionam atrasos em pagamentos e falta de concorrência. “Se as empresas usam a imagem de sustentabilidade, precisam garantir que essa relação seja de fato justa”, rebate Adevaldo Dias, do Memorial Chico Mendes.
Entre a legalidade e o contrabando
Outro desafio é a pesca ilegal. Mesmo com regras rígidas, o contrabando
de pirarucu continua sendo um problema grave. Dados do Ibama mostram mais de 1.100 multas aplicadas desde os anos 2000, a maioria no Amazonas.
Em 2022, o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, expôs a violência ligada a esse mercado clandestino. “Em praticamente toda operação de fiscalização, apreendemos pirarucu ilegal. Mas falta pessoal para dar conta da demanda”, admite Igor de Brito, chefe do núcleo de fiscalização do Ibama.
Para especialistas, a fragilidade da fiscalização também abre brechas para que couro ilegal entre na cadeia formal, contaminando o discurso de sustentabilidade usado por marcas globais.
O futuro do gigante amazônico
O pirarucu já provou que pode ser símbolo de uma nova economia, capaz de unir conservação e renda para comunidades tradicionais. Mas, para que isso se consolide, será preciso reduzir desigualdades, ampliar políticas públicas e dar maior protagonismo aos pescadores.
Entre as águas turvas da floresta e as vitrines iluminadas do luxo internacional, o gigante amazônico continua navegando. Peixe, alimento, couro, símbolo cultural e agora ícone fashion, o pirarucu carrega no dorso uma questão urgente: é possível transformar a Amazônia em moda sem deixar seus verdadeiros guardiões para trás?
Morre no Rio de Janeiro o cartunista Jaguar, aos 93 anos
Por PH Paiva
Fonte Agência Brasil
Ocartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, morreu, neste domingo (24), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Copa D´Or.
Em nota, a assessoria de imprensa do hospital informou que o artista estava internado em razão de uma infecção respiratória, que evoluiu com complicações renais. “Nos últimos dias, estava sob cuidados paliativos. O hospital se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda para a cultura brasileira”, diz o documento.
Jaguar começou a carreira, no ano de 1952, quando trabalhava no Banco do Brasil. Na ocasião, ele conseguiu publicar um desenho na coluna de humor Penúltima Hora no jornal Última Hora (RJ). Depois passou a publicar charges seus
trabalhos na página de humor da revista Manchete (RJ). O pseudônimo, com o qual ficou famoso, foi uma sugestão de Borjalo.
Durante a ditadura, lançou um de seus personagens mais conhecidos, o ratinho Sig, que foi mascote do jornal O Pasquim, do qual Jaguar foi um dos fundadores. O artista foi preso uma vez e enfrentou processos no período.
Confira a nota do hospital sobre a morte de Jaguar:
“O Hospital Copa D’Or informa, com pesar, o falecimento
do Sr. Sérgio de Magalhães Jaguaribe, conhecido como Jaguar, aos 93 anos, na tarde deste domingo. O paciente se encontrava internado em razão de uma infecção respiratória, que evoluiu com complicações renais. Nos últimos dias, estava sob cuidados paliativos. O hospital se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda para a cultura brasileira”.
Homenagens
Nas redes sociais, artistas colegas de Jaguar fizeram homenagens e lamentaram a morte do cartunista. O chargista Arnaldo Angeli Filho escreveu que Jaguar foi o “maior” e é merecedor de todas as reverências pela arte que deixou.
“Dono do traço mais rebelde do cartum brasileiro. Seguimos aqui com sua bênção”, disse.
A cartunista Laerte Coutinho, em postagem no X, referiu-se ao ídolo como “mestre querido”. Outro cartunista, Allan Sieber lembrou que, quando mudou para o Rio de Janeiro, Jaguar chegou a editar o livro dele “Assim rasteja a humanidade”. O chargista Genildo Ronchi destacou, também em postagem nas redes, que o mundo conhece a importância do legado do Jaguar. Chico Caruso, em entrevista à TV Globo, considerou que a morte do artista é uma perda irreparável para o humor e para o Brasil.
CONTOS EM CONTA-GOTAS
Rumo a Palermo
Lucyvanda,
Minha querida amiga de todas as horas, resolvi escrever para você para contar as novidades, já que não nos vemos e nem nos falamos há bastante tempo.
Recentemente, nossa “Presidenta” deu uma declaração que causou muito rebuliço: falou em “Mulher Sapiens”, e eu que não gosto de ficar desinformada, soube que assim como não existe a palavra “presidenta” em nosso idioma, também não existe na evolução das espécies nada chamado de mulher sapiens”.
Deixa pra lá, acho que ela deve ser uma dessas feministas de carteira assinada e tudo.
Se bem que se fosse de carteira assinada não teria criado tantas leis para prejudicar o povo trabalhador.
Voltemos ao assunto que me fez querer escrever para você com tanta pressa.
Se a danada da petista vive a criar palavras ao seu bel prazer, talvez tenha dado pitaco até no país da bota, a Itália, e sugerido batizar uma cidade.
A cidade, talvez por ter um grande número de homens parvos, teria sido batizada de Palermo.
Já antevejo a delícia de curtir com a cara desses homens ingênuos, uma vez que por aqui só encontramos espertalhões.
Você não se anima a ir comigo a Palermo? Como minha convidada não terá que desembolsar nem uma lira italiana, assim como nenhum euro sequer.
Já fiz reservas no Grand Hotel Villa Igiea-MGallery Collection.
Você me conhece bem e sabe que estou acostumada com os melhores hotéis ao redor do mundo, e esse hotel em particular, me impressionou muitíssimo bem.
Tenha certeza de que ficaremos esplendorosamente bem instaladas. É nesses momentos que agradeço ter herdado tanto dinheiro dos meus ex-maridos.
Benditos sejam!
Faremos visitas a tantas igrejas e catedrais que posso garantir que expiaremos todos os nossos pecados: os já cometidos e os que porventura venhamos a cometer.
E cá pra nós, acho que pecaremos muito, porque as nossas intenções não são nada santas, uma vez que estamos via-
jando para zoar muito com os “ragazzi” da bota Gucci.
Estou divagando aqui quanto à grife da bota, pois pode ser Ferragamo, Versace, Fendi ou tantas outras icônicas e bafônicas grifes da terra da macarronada.
Tomaremos o bom e velho Chianti, contando as estrelas e dobrando de rir dos jovens palermos.
Vou dar uma pausa aqui porque já estou com a barriga doendo de tanto gargalhar.
Vandinha, minha irmãzinha do “cuore”, - já treinando o idioma- acho melhor parar por aqui para nós duas arrumarmos nossas malas.
Vou dar um conselho: melhor levar o mínimo para trazer o máximo.
Preciso saber se você quer um quarto com vista para a montanha Pellegrino ou para o mar Tirreno.
Eu, você já sabe que vou escolher sempre a vista para o mar.
Já adianto também que passaremos muitos momentos no solário e nas salas de massagens.
Vandinha, sugiro que você comece a se entupir de vitamina C para ficar com sua imunidade alta, porque viajar comigo é para “profissa”.
Credo, é cada coisa estapafúrdia que escrevo para você que me obriga a fazer pausas para recuperar o fôlego, pois já estou quase tendo um troço de tanto rir.
Sicília é a capital de Palermo, e eu já imaginando o tanto que devem cheirar a limões sicilianos os rapazes palermos...
Agora é sério.
Vamos nos despedir por ora para que nossas imensas belezas não fiquem cansadas, e que os ingênuos de Palermo nos aguardem.
Sua amiga, Kelly
* Ângela Beatriz Sabbag é bacharel em Direito por graduação e escritora por paixão.
Bailarina Clássica, Pianista e Decoradora de Interiores angelabeatrizsabbag e-mail angelabeatrizsabbag@gmail.com
Lula: “Não estamos dispostos em sermos tratados como subalternos”
Por PH Paiva
Fonte CNM Brasil
Durante reunião ministerial, na manhã desta terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil não está “disposto” em ser tratado como um país “subalterno”.
Na abertura do encontro, o petista discursou sobre diversos assuntos envolvendo o cenário mundial, indo desde a guerra na Faixa de Gaza até as taxações impostas pelo governo dos Estados Unidos. Sobre o “tarifaço”, Lula voltou a defender a soberania brasileira.
Segundo o presidente, os ministros Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira “estão 24h por dia à disposição de negociar com quem quer que seja o assunto que for, sobretudo na questão comercial”.
“Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém”, acrescentou.
Críticas a Trump
Lula voltou a criticar Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pela decisão de taxar em 50% produtos brasileiros. Segundo o mandatário brasileiro, o americano “tem agido como se fosse o imperador do planeta terra. É uma coisa descabida, mas ele continua fazendo ameaças ao mundo inteiro”.
O petista citou ainda que as big techs, empresas de tecnologia, devem respeitar a Constituição e a legislação brasileira, após mencionar que o presidente dos EUA ameaçou, na noite de segunda-feira (25), através das redes sociais, aqueles que adotarem medidas contra essas corporações.
“As big techs é um patrimonio americano que ele não aceita que ninguém mexa. Isso pode ser verdade pra ele, pra nós, ela é um patrimônio americano, mas não é nosso patrimonio”, afirmou.
“Nós somos um país soberano, temos uma Constituição, temos uma legislação, quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, nas nossas florestas, tem que prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação”, continuou Lula.
Mais de 60% das denúncias de crimes na internet são de abuso infantil
Por Rócio Barreto
Fonte Agência Brasil
Um relatório divulgado nesta quarta-feira (20) pela SaferNet revelou que entre 1� de janeiro e 31 de julho deste ano foram registradas 49.336 denúncias anônimas de abuso e exploração sexual infantil na internet. Isso significou um crescimento de 18,9% em relação ao mesmo período de 2024.
As denúncias recebidas este ano correspondem a 64% de todas as notificações de crimes cibernéticos recebidas pela SaferNet no período, que engloba ainda outros crimes como
racismo e violência contra a mulher, por exemplo.
Segundo a organização, os dados confirmam o agravamento da violência contra crianças e adolescentes no ambiente digital.
Um dos pontos que chamou a atenção é o uso crescente de inteligência artificial para criar conteúdo com abuso sexual infantil, tanto por meio da manipulação de imagens reais quanto pela produção de materiais hiper-realistas, como fotografias manipuladas, deepfakes e imagens artificiais criadas a partir de comandos de texto.
A SaferNet alerta que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a manipulação de imagens
também é considerada crime.
“A proliferação de aplicativos de IA generativa permite que se pegue a foto de uma pessoa vestida e se tire a roupa daquela pessoa”, explicou Thiago Tavares, fundador e diretor-presidente da SaferNet Brasil, ao fazer alerta sobre esse tipo de conteúdo em 2024.
Para discutir sobre o uso da inteligência artificial generativa, a SaferNet abriu recentemente uma chamada pública para receber relatos de adolescentes que tenham sido vítimas da criação de imagens não consensuais com uso de inteligência artificial. A chamada pública também engloba pessoas que tenham conhecimento de tais situações.
O objetivo é analisar os casos e pensar em políticas de proteção mais eficazes.
Quem quiser participar pode fazer por meio do canal de ajuda da SaferNet ou por um formulário especializado para recebimento de denúncias de deepfakes entre adolescentes.
Adultização
As denúncias de abuso e exploração infantil cresceram após o influenciador Felca ter feito um vídeo para denunciar perfis que usam crianças e adolescentes para promover a adultização infantil.
Entre os dias 6 de agosto - quando o vídeo de Felca foi divulgado - e 18 de agosto, as denúncias desses crimes atingiram um pico, com mais de 6,2 mil registros, sendo que mais da metade delas (52% do total) ocorreu após a viralização do vídeo.
Depois do vídeo, a Câmara dos Deputados colocou em pauta a votação do Projeto de Lei (PL) n� 2.628 de 2022, que obriga plataformas digitais a tomarem medidas para prevenir o acesso de crianças e adolescentes a conteúdos ilegais ou considerados impróprios para determinadas faixas etárias.
Como denunciar
É possível denunciar páginas que contenham imagens de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
Isso pode ser feito na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil , que é conveniada com o Ministério Público Federal.
Em caso de suspeita de violência sexual, deve ser acionado o Disque 100.
Rio lança plataforma digital para enfrentar feminicídio
Por Ana Luiza Silva Fonte Agência Brasil
ASecretaria de Estado da Mulher do Rio lançou nesta quarta-feira (20), uma plataforma digital inédita do Observatório do Feminicídio. A ferramenta reúne dados da segurança, justiça e saúde que vão ajudar na formulação de políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que, entre os 42.152 casos notificados em 2024, 30.978 (73,5%) tiveram mulheres como vítimas. A violência física aparece como a principal forma de agressão, enquanto o estupro é o tipo de violência sexual mais frequente.
Outro dado preocupante é a repetição das agressões: cerca de 42% dos casos notificados ocorreram de forma reincidente.
“Os casos de feminicídio e agressões a mulheres são constantes e alarmantes. A iniciativa de integrar o novo painel da Saúde RJ com informações sobre as notificações compulsórias a outras áreas do Governo em ferramenta única é importantíssima. Certamente vai ajudar a formular novas políticas públicas para enfrentamento deste tipo de violência. Essa força tarefa é fundamental para garantir que as mulheres estejam protegidas e acolhidas”, destacou a secretária de Esta-
do de Saúde, Claudia Mello.
Também foram lançada uma cartilha informativa destinada ao público em geral e, ainda, um curso de capacitação para agentes de segurança.
Rede de proteção
Números do Instituto de Segurança Pública (ISP) que estão no painel do Observatório do Feminicídio mostram que entre janeiro e julho de 2025, o Rio de Janeiro registrou 53 casos de feminicídio. O dado representa uma redução de 12 casos em relação ao mesmo período de 2024. Já na esfera do Tribunal de Justiça, o painel do TJ-RJ aponta que, no primeiro semestre de 2025, foram concedidas 23.440 medidas protetivas de urgência e efetuadas 3.032 prisões.
O Observatório do Feminicídio conta com apoio técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além da participação da Secretaria de Estado de Saúde, do Instituto de Segurança Pública (ISP), do Tribunal de Justiça, do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj.
A iniciativa tem caráter multidisciplinar e funciona como ferramenta de integração de dados de órgãos que denunciam, investigam e julgam os casos, além de acolher sobreviventes e familiares. A iniciativa conta com investimento de R$ 2,4 milhões da Secretaria de Estado da Mulher.
Rica em influências, RockStory
faz estreia em grande estilo
Por Paola Zambianchi
Lançado em LP, “Trem de Luz” é o primeiro disco da banda RockStory. Produzido por Renato Napty, o álbum também está disponível nos principais tocadores digitais. Formada em Barueri-SP em 2022, a banda tem 8 integrantes, sendo eles Marcelo Kalunga (voz), Cibeli Martinelli (voz), PH (voz, violão e gaita), Renan Pontes (voz, teclado e guitarra), Luís Dias (guitarra), Rodolfo Bento (guitarra), Leandro Frugis (baixo) e Flávio Ruivo (bateria). Nessa edição da Plano B, conversamos com o produtor e idealizador da RockStory, Cláudio Koetz, e com o músico PH.
Cláudio Koetz, você foi o idealizador da banda. Como surgiu a ideia de montar esse time?
KOETZ: A banda originalmente levava o nome de Projeto RockStory e tinha a intenção de contar a história do rock em ordem cronológica, dos anos 50 até os dias atuais. A medida em que o projeto começou a dar certo e angariar fãs e seguidores por onde passava, surgiu a ideia (e a necessidade) de fazermos o que nossos ídolos fizeram: criar suas próprias músicas com a ideia de continuar escrevendo a história do rock com rebeldia, paixão e estilo de vida.
A Rockstory surgiu como uma banda tributo. Quando foi que vocês decidiram compor as próprias mú-
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sicas lançar um disco 100% autoral?
PH: Explorando o conhecimento de cada um dos músicos, nos veio uma luz de que teríamos capacidade e qualidade de contar a nossa própria história, de produzir as nossas músicas, e não só reproduzir músicas de artistas de renome e que tanto nos inspiram.
Como foi composto “Trem de Luz”, o álbum de estreia da banda?
PH: Para a composição do álbum, fizemos uma força-tarefa com os integrantes da banda e o produtor Renato Napty para agregarmos letras, arranjos e ideias para o disco. Contamos também com o apoio mais do que especial do nosso amigo Roberto Charles Trevisan, que nos presenteou com seis canções fantásticas, além de ser o responsável por toda arte gráfica para a capa do disco. Temos ainda duas canções que foram um presente do ‘Além’, deixado por Edy Phoenix (in memoriam), que nos deixou em 2020, mas nos presenteou com as músicas “Lá onde o Sol Nasce Mais Cedo” e “O Trem de Luz”, faixa que deu título ao álbum. A intenção do nome do álbum é remeter ao “trem da arte’, da liberdade de expressão, sem preconceitos.
Por ser uma banda numerosa, a Rockstory também é diversa em suas influências?
PH: Sim, a banda acaba sendo muito rica nesse sentido. Cada um de nós trás suas histórias e paixões, que vem desde o blues, folk, rock setentista psicodélico, heavy metal, punk, grunge, até uma sonoridade mais atual. Cada um dos integrantes colabora com as suas referências e personalidades distintas.
A banda conta com quatro vocalistas. Como se dá a divisão das
músicas? Tem confusão na hora de decidir quem canta cada uma das faixas?
PH: Não tivemos problemas na escolha de quem iria cantar o quê. Como o disco segue várias vertentes dentro do universo do rock, observando a característica de cada vocalista, decidimos qual se encaixaria melhor para determinada canção, tanto que na maioria das faixas tem duetos.
KOETZ: Sempre brincamos que a RockStory não tem uma estrela, é uma constelação.
“Pedra Filosofal”, o single de trabalho cantado por Marcelo Kalunga, versa sobre as diferentes crenças religiosas. De onde veio a ideia para o tema da música?
PH: “Pedra Filosofal”, composição do Roberto Charles Trevisan, trata de uma forma reflexiva sobre a busca da raça humana em acreditar em algo que foge do plano físico, em buscar apoio em algo que não se conhece, que não se vê. Mas que alguma crença, supostamente, teria a resposta pra esse questionamento do homem que atravessa Eras.
Como tem sido a aceitação de “Trem de Luz”?
PH: A resposta do público e de alguns veículos de mídia, tem sido muito positiva. As pessoas já cantam as nossas músicas nos shows, as músicas tem tocado em rádios por todo o Brasil. E graças a essa repercussão, conseguimos inscrever o nosso álbum no Grammy Latino.
Quais os próximos passos da Rock Story o que vocês podem adiantar para a Plano B? Já pensam em trabalhar num próximo disco?
PH: Estamos trabalhando na nossa agenda de shows e na divulgação de alguns videoclipes, que já estão disponíveis no Youtube. E sim, já estamos trabalhando também em novas músicas para o próximo disco. Queremos resgatar a essência do rock, que tem ficado um pouco de lado aqui no Brasil, mas chegamos fortes e cheios de vontade!
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SAÚDE
Os surpreendentes alimentos que ajudam a dormir melhor
Por Ana Luiza Silva Fonte CNM Brasil
Quando acordamos pela manhã, depois de uma grande refeição no final da noite, sempre nos sentimos cansados.
O excesso de energia necessário para digerir grandes porções de ricos nutrientes pode perturbar o nosso sono, gerando uma noite agitada.
Felizmente, existem formas de tentar melhorar o nosso sono pela alimentação, evitando certas comidas e bebidas que sabemos que irão nos manter acordados, como as que contêm cafeína.
Mas será que outros alimentos, particularmente se consumirmos antes de irmos para a cama, podem nos ajudar a melhorar a qualidade do sono?
Estudos pequenos concluíram, por exemplo, que o suco de cereja-amarena pode ajudar as pessoas a dormir melhor. Outros descobriram que comer kiwi antes de deitar também é bom .
Existem também pesquisas que demonstram que leite quente pode nos ajudar a dormir. Acredita-se que os altos níveis de triptofano presentes no leite possam ajudar a induzir o início do sono. Ele é usado pelo corpo para sintetizar melatonina, o “hormônio do sono”.
A melatonina regula nosso ciclo de sono e vigília. O nosso corpo produz a substância em maior quantidade no final do dia, quando começa a escurecer.
Mas também podemos conseguir melatonina diretamente da alimentação, comendo ovos, peixes, nozes e sementes. Diversos estudos concluíram que comer alimentos ricos em melatonina pode melhorar a qualidade do sono e nos ajudar a dormir por mais tempo.
Mas existem também muitas pesquisas que indicam que nenhuma comida ou bebida específica é suficiente para melhorar o sono. O que importa é a nossa alimentação como um todo.
“Você não pode comer mal o dia inteiro e achar que é suficiente tomar um copo de suco de cereja amarena antes da hora de dormir”, alerta a professora de Medicina Nutricional Marie-Pierre St-Onge, do Instituto de Nutrição Humana da Universidade Columbia em Nova York, nos Estados Unidos.
Isso ocorre porque o corpo leva pelo menos duas horas para extrair dos alimentos os nutrientes necessários para produzir as substâncias neuroquímicas que promovem o sono, segundo ela.
Por isso, o que comemos ao longo do dia é que pode melhorar a qualidade do sono.
Pesquisas demonstram que a alimentação mais benéfica para o sono aparentemente é uma dieta baseada em plantas, que inclua muitos grãos integrais, além de laticínios e proteínas magras, incluindo peixe, segundo a professora de Ciências da Nutrição Erica Jansen, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
No seu estudo de 2021 para examinar a relação entre o sono e a alimentação, Jansen concluiu que as pessoas que começarem a comer mais frutas e verduras todos os dias por um período de três meses podem melhorar drasticamente o seu sono.
O estudo solicitou a mais de 1 mil participantes que aumentassem sua ingestão diária de frutas e verduras. O aumento se destinava a destacar a relação de duas vias entre o sono e a alimentação, que domina as pesquisas nesta área.
Estudos populacionais demonstraram que as pessoas com dieta mais saudável têm melhor sono, mas sempre
existe a possibilidade de que elas tomem melhores decisões alimentares porque estão mais descansadas.
Jansen concluiu que as mulheres apresentaram mais que o dobro da probabilidade de vivenciar melhoria dos sintomas da insônia depois de comer três ou mais porções adicionais de frutas e verduras por dia.
Um ds motivos é que as frutas e verduras (ao lado da carne, laticínios, nozes, sementes, grãos integrais e legumes) geralmente contêm alto teor do aminoácido essencial triptofano.
Um estudo realizado na Espanha em 2024 perguntou a mais de 11 mil estudantes quais eram seus hábitos de sono e alimentação.
A pesquisa descobriu que o quartil que consumia menos triptofano diariamente apresentou qualidade de sono significativamente inferior.
Os pesquisadores concluíram que a baixa ingestão de triptofano está relacionada ao maior risco de curta duração do sono e insônia. E que comer alimentos com maior teor de triptofano pode melhorar a qualidade do sono.
Jansen explica que o triptofano é importante porque é precursor da serotonina, que é transformada em melatonina.
“Se não houver triptofano no corpo, nem fontes diretas de melatonina na alimentação, os níveis de melatonina produzidos pelo corpo serão reduzidos”, afirma a professora.
Mas não é apenas questão de comer alimentos ricos em triptofano, segundo ela.
A ingestão precisa ser feita com um carboidrato com alto teor de fibras, como grãos integrais ou legumes. Isso permite a digestão adequada e o encaminhamento da substância para o cérebro, de onde ela pode melhorar o sono. A alimentação rica em vegetais também pode melhorar o sono de
muitas outras formas. Sabe-se, por exemplo, que dietas com alto teor de alimentos vegetais reduzem as inflamações do corpo. E pesquisas indicam que o baixo nível de inflamação é associado à melhor qualidade do sono.
Na sua pesquisa, St-Onge concluiu que a melhoria do sono é associada à alimentação com alto teor de fibras, que desempenha papel fundamental na fermentação bacteriana no intestino.
Estudos demonstram que existem possíveis mecanismos benéficos que podem explicar por que o intestino saudável pode melhorar o sono, por meio do eixo intestino-cérebro.
Existem também estudos com animais que mostram a conexão entre a melhoria do sono e a ingestão dos compostos vegetais benéficos chamados polifenóis.
Mas St-Onge afirma que é difícil avaliar este ponto em estudos com seres humanos, pois os bancos de dados que mostram o teor de polifenóis de diferentes alimentos (que poderiam ser empregados para medir a quantidade de consumo por uma pessoa) podem não ser totalmente precisos.
Isso ocorre porque a quantidade de polifenóis nos alimentos varia de uma safra para outra, ano após ano, dependendo do tipo de solo, das condições do tempo e dos processos agrícolas.
O mesmo ocorre com o teor de melatonina em alimentos de origem vegetal, que também pode ser diferente, dependendo do local e da forma de cultivo.
Jogos online, fortuna e ostentação: o que se sabe sobre a prisão da influenciadora
suspeita de movimentar R$ 217 milhões
Por PH Paiva Fonte G1
Ainfluenciadora Karol Digital foi presa em Araguaína durante operação da Polícia Civil, que investiga esquema de exploração ilegal de jogos de azar. Nas redes sociais ela soma 1,5 milhões de seguidores e se descreve como empresária. Durante a ação, foram apreendidos carros de luxo, dinheiro e imóveis, incluindo uma fazenda com bovinos e cavalos.
A operação FRAUS contou com 40 policiais e cumpriu 23 ordens de busca e apreensão em endereços ligados à influenciadora, autorizados pela 1o Vara Criminal de Araguaína.
Quem são os presos na operação FRAUS?
A operação foi realizada no dia 22 de agosto de 2025, em Araguaína, região norte do Tocantins. Maria Karollyny Campos Ferreira e o namorado dela, Dhemerson Rezende Costa, foram presos em um condomínio de alto padrão da cidade.
O que diz a defesa?
A defesa nega envolvimento dos dois com atos ilícitos. “Meus clientes são inteiramente inocentes. A fonte de renda da minha cliente é inteiramente legal. O que ela pratica, a profissão dela é ser influencer digital. Não temos a dúvida, que tudo será esclarecido”, afirmou o advogado Maurício Araújo em entrevista à TV Anhanguera.
Por que a influencer e o namora-
do foram presos?
Os dois foram detidos suspeitos por esquema de exploração ilegal de jogos de azar, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular. Conforme a decisão que autorizou as prisões houve, por parte da influenciadora, uma “grande movimentação financeira incompatível com a renda declarada, além do uso de empresas de fachada para lavagem de dinheiro, ocultação de bens de luxo, promoção fraudulenta de jogos de azar e conversas indicando corrupção e fraude”.
“O que acontece na maioria dos casos, o influencer ele simula que está ganhando no jogo, quando, na verdade, esse dinheiro tem outra origem. Nós sabemos que hoje é um grande problema as apostas online porque várias pessoas estão ficando endividadas, de uma maneira enorme. Muitos até tirando a própria vida por conta dessas dívidas”, disse o delegado Wanderson Queiroz em coletiva de imprensa.
A influencer tinha passagem pela polícia?
Karol foi presa em dezembro de 2015, suspeita de cometer vários roubos em Araguaína. Em abril de 2016 ela fez um acordo em um projeto do Judiciário com o Ministério Público e se comprometeu a escrever cartas de perdão, confeccionar sandálias para seis vítimas e dar aulas de taekwondo para adolescentes infratores, pois ela era professora de arte marcial.
Na época, a assessoria 2o Vara Criminal de Araguaína informou ao g1 que ela chegou a confessar os crimes e se mostrou arrependida. Como a Karol não cumpriu os acordos, ela foi presa novamente em junho de 2016. Em novembro de 2017, a Justiça autorizou que ela cumprisse a pena em regime semiaberto e em abril de 2018, a Justiça determinou a retirada da tornozeleira.
Projeto prevê túnel passando por baixo da Praça dos Girassóis para desafogar trânsito
no centro de Palmas
Por PH Paiva Fonte G1
Um projeto apresentado pela Prefeitura de Palmas quer mudar a ‘cara’ da região central da capital. A ideia é construir um túnel que vai passar por baixo da Praça dos Girassóis, com o objetivo de desafogar o trânsito intenso das vias ao redor das avenidas Teotônio Segurado e JK, principalmente nos horários de maior movimento.
A obra deve custar entre R$ 100 e 120 milhões. O projeto para o túnel, anunciado pela prefeitura no dia 6 de agosto, vai ter quatro faixas de rodagem, sendo duas delas exclusivas para ônibus do transporte público e as demais para o trânsito em geral. O novo trecho vai unir as duas pontas da avenida que hoje é cortada pela praça.
Segundo a prefeitura, o objetivo é promover mais mobilidade para as linhas do transporte público. O túnel vai finalizar no cruzamento da Teotônio Segurado, com a avenida LO-02, já integrando o corredor de ônibus da estação Apinajé, na região norte. Inclusive, está dentro do projeto, a construção de uma nova estação na mesma altura, onde hoje é o canteiro central. Segundo o secretário Municipal de Planejamento Urbano, Ronaldo Dimas, a ideia é adaptar as vias para receber o aumento do fluxo de veículos na capital nos próximos anos.
“Estou falando de dois, três, quatro anos, e se hoje a gente já tem problemas nas rotatórias, imagina a cidade com 500 mil habitantes. Daqui a pouco está uma rotatória travando a outra. As rotatórias impedem que a gente tenha os ônibus ar-
ticulados, que são fundamentais para baratear o transporte público”, explicou o secretário.
“Quem vai andar na praça não vai saber que tem a obra. Antes do trevo que chega na praça, ali vai ter um túnel, vai ter um trecho de aproximação, mas antes de chegar na praça ele já vai imergir. E a partir daí a obra é pensada para que não tenha impacto, até porque a praça é tombada”, afirmou.
Outro estudo é sobre a construção de um corredor para ônibus em todo canteiro central da Teotônio Segurado. Mas, a princípio, as estações devem ser reposicionadas e as faixas do meio da avenida deixadas exclusivamente para os coletivos.
Em outro projeto ousado, a prefeitura tem a ideia de construir um segundo túnel leste-oeste embaixo da praça, dando continuidade à avenida JK.
“Na JK é possível, mas o primeiro tem que ficar por baixo. E nesse momento estamos fazendo essa proposta”, explicou o engenheiro civil.
A prefeitura incluiu a proposta no Programa de Aceleração do Crescimento, o novo PAC, e o andamento deverá ser possibilitado com uma contrapartida federal.
“Esperamos que neste ano a gente já consiga viabilizar os recursos do orçamento geral da União para o ano que vem. O prefeito Eduardo Siqueira Campos deve levar à bancada federa, que esperamos que contribua para um projeto muito importante dessa ordem, que vai transformar muito o fluxo de veículos na nossa cidade”, completou o secretário Ronaldo Dimas.
TOCANTINS
Mais de 94% dos turistas que visitaram praias tocantinenses pretendem voltar na próxima temporada
Por PH Paiva Fonte Agência Tocantins
ATemporada de Praia 2025 do Tocantins alcançou elevado nível de satisfação dos visitantes e, nas principais praias tocantinenses, 94,5% dos frequentadores afirmaram que pretendem retornar nos próximos anos para usufruir das belezas naturais do estado. Além disso, 43,8% revelaram que as praias atenderam às suas expectativas e 39,8% que a experiência superou as perspectivas. Os dados são da pesquisa realizada pelo Instituto Skala, de 24 a 27 de julho, com o objetivo de captar a percepção dos visitantes. Com investimentos de cerca de R$ 30 milhões do Governo do Tocantins, a temporada atraiu mais de 1,5 milhão de visitantes em mais de 40 praias distribuídas pelo estado, com intensa programação cultural, esportiva e socioambiental, resultando em uma movimentação financeira de quase R$ 1 bilhão. “Os investimentos aplicados na Temporada de Praia 2025 demonstram o nosso esforço e compromisso em oferecer uma temporada organizada, segura e com programação diversificada para todos os tocantinenses e turistas. Ver esse retorno positivo, com mais de 90% das pessoas afirmando que pretendem voltar, é muito importante, pois fortalece o turismo e a economia, que registrou impacto financeiro de R$ 919,5 milhões neste ano, gerando renda para os municípios e proporcionando lazer de qualidade para todos”, destaca o governador Wanderlei Barbosa.
Para compreender as percepções da população sobre a temporada, a pesquisa de opinião pública foi realizada por meio de entrevistas com 1.194 pessoas, nos municípios de Araguacema, Araguanã, Araguatins, Caseara, Palmas, Peixe, Pedro Afonso, Porto Nacional e Xambioá, que somam 475.623 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2024. Com o objetivo de garantir a representatividade dos resultados, foi utilizada amostragem por probabilidade proporcional ao tamanho da população, com seleção dos entrevistados por meio de cotas proporcionais. Foram consideradas variáveis como sexo, faixa etária e preferências por produtos e serviços específicos, além de um ajuste conforme o fluxo turístico de cada praia.
A pesquisa do Instituto Skala revela que, aproximadamente, 25% dos visitantes eram oriundos de outros estados, com destaque para Goiás, Pará e Distrito Federal, que concentraram o maior número de turistas. Entre os entrevistados,
44% afirmaram que escolheram as praias tocantinenses por indicação de amigos ou familiares. Em relação à experiência durante a temporada, 8,7% destacaram os shows como o principal atrativo, enquanto 6,5% apontaram a organização como fator determinante para a boa vivência nos balneários. Já sobre os gastos com alimentação, 9,7% informaram que a média de despesas foi de R$ 200.
Sobre hospedagem, a maioria dos entrevistados apontou o acampamento como melhor opção, sendo que 35,7% escolheram barracas de camping durante a temporada de praia. Em relação à infraestrutura e aos serviços públicos, 39,5% avaliaram como ótimos. Já quanto às campanhas publicitárias do Governo do Tocantins sobre a temporada, 49% afirmaram ter tido acesso a elas, e, desses, 43% consideraram as informações claras e fáceis de entender.
Com investimentos de cerca de R$ 30 milhões em mais de 40 praias em várias regiões do Tocantins aplicados em infraestrutura, segurança, limpeza, lazer, além de programação esportiva e cultural, o Governo do Tocantins garantiu uma temporada organizada e segura entre julho e agosto, envolvendo atuação integrada de secretarias estaduais, prefeituras, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Os resultados foram uma movimentação financeira de R$ 919,5 milhões, representando crescimento de 26% no número de turistas e de 27% na movimentação econômica em relação a 2024, quando as praias receberam cerca de 1,2 milhão de visitantes e geraram aproximadamente R$ 723 milhões na economia.
Netflix faz história: ‘Guerreiras do K-Pop’ lidera bilheteria nos EUA no final de semana
Por Ana Luiza Silva Fonte exame
ANetflix alcançou um marco histórico neste fim de semana: pela primeira vez, um filme da plataforma de streaming liderou as bilheterias nos Estados Unidos e no Canadá. A versão sing-along (com letras para o público cantar junto) da animação “Guerreiras do K-Pop” arrecadou cerca de US$ 18 milhões, segundo o jornal Wall Street Journal.
O longa, que conta a história de uma banda feminina de K-pop que enfrenta demônios, se tornou um fenômeno cultural desde sua estreia, no fim de junho. Há nove semanas no topo da Netflix, o filme já é a segunda produção original mais vista da história do serviço, com 210,5 milhões de visualizações — atrás apenas do longa “Red Notice”.
Além do sucesso no streaming, as músicas da trilha sonora K-pop viralizaram nas redes sociais e figuram entre as mais ouvidas do verão no Hemisfério Norte. Os personagens já são apontados como a maior febre infantil desde “Frozen”.
A estreia nos cinemas, que é algo raro para produções da Netflix, teve alcance limitado: a maioria das redes exibiu “KPop Demon Hunters” apenas no sábado e no domingo, e a AMC, maior cadeia de cinema dos EUA, ficou de fora.
Mesmo com essa restrição, a animação superou concorrentes como o terror “A Hora do Mal”, da Warner Bros., que arrecadou US$ 15,6 milhões no mesmo período, em sua terceira semana em cartaz.
O desempenho chama ainda mais atenção porque o filme foi exibido em cerca de 1.600 salas, menos da metade das mais de 3.000 ocupadas pelos demais títulos do top 5.
Vencedor em Gramado, ‘Cinco Tipos de Medo’ é ousado na montagem, mas
vem de um terreno ‘conhecido’
Por Rócio Barreto
Fonte exame
Gramado (RS)* - No bairro do Jardim Novo Colorado, periferia de Cuiabá (MT), uma senhora sai em busca de um advogado porque seu neto, que um dia quer cursar Direito, já não consegue sair de casa de noite. O crime tomou conta do local depois que o chefe do tráfico da região, “Sapinho”, foi preso. E ela, na esperança de recuperar a segurança que o Estado não promove, traz o dinheiro da comunidade para que o advogado o libere da prisão.
A cena, um recorte do impacto da criminalidade na periferia da capital mato-grossense, faz parte do vencedor do 53o Festival de Cinema de Gramado como Melhor Filme, “Cinco Tipos de Medo”, de Bruno Bini. A produção competia na Mostra de Longas-Metragens Brasileiros e tem entre os protagonistas Bella Campos (“Vale Tudo”), o rapper Xamã e Rui Ricardo Dias (“Impuros”).
“A palavra para definir a forma como fizemos esse filme é generosidade”, disse o diretor e roteirista Bruno Bini durante a cerimônia de premiação do festival, realizada no último sábado, 23. “É uma história que nasce no Jardim do Novo Colorado para tomar as telas deste festival incrível, e eu fico feliz que ela tenha encontrado eco no coração de vocês. Isso para mim é gigantesco”.
Baseado em fatos reais, o longa de ação e suspense interliga cinco histórias diferentes de pessoas afetadas pelo tráfico, e é uma espécie de continuação do
primeiro trabalho de Bini em um curta-metragem, “Três Tipos de Medo”. Murilo (João Vitor Silva), um jovem músico em luto, se envolve com a enfermeira Marlene (Bella Campos), que cuida dele durante a pandemia e está presa a um relacionamento abusivo com Sapinho (Xamã). A história dos dois cruza a de Luciana (Bárbara Colen), uma policial que encontra o filho assassinado, e Ivan (Rui Ricardo Dias), advogado que perdeu a esposa grávida.
Do rap para o cinema
“Cinco Tipos de Medo” foi a primeira produção do centro-oeste a vencer o maior prêmio do festival, e ainda saiu de Gramado com outros três Kikitos na bolsa — melhor roteiro e montagem para Bini e melhor ator coadjuvante para Xamã. Foi a estreia do rapper nas telonas, no papel do chefe do tráfico.
“Sempre fui muito apaixonado por cinema, mas era coisa de fã”, disse o cantor (e agora, ator) em entrevista à EXAME. “E sempre tentei trazer um pouco dele para a minha música, nos meus clipes, da maneira que pude. Quando a oportunidade surgiu de verdade, foi muito fascinante, quis saber o nome das lentes, reconhecer como funcionavam as coisas por trás das telas. Foi um passo muito grande para mim”.
Xamã começou no rap pelas batalhas de rima, em 2016. Nascido em Setiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, ele hoje trabalha com mais de 9,5 milhões de ouvintes mensais no Spotify para seus três discos. Já embarcou em diversas turnês internacionais, com shows nos Estados Unidos, Europa, África e Austrália, e fez parte de alguns coletivos de hip hop, como Cartel MC’s, Poesia Acústica, entre outros.
“Eu sempre falo que o rap tira as pessoas do crime, e é por isso que eu faço o que eu faço. Ninguém é mau porque é mau, eu acho que ele [Sapinho] é vítima da sociedade. Você se depara com a violência o tempo todo, você acorda para comprar pão e vê uma arma, tiro, gente morrendo. Uma hora você vai naquela atmosfera, o problema é o que você faz com isso”, disse ele à EXAME. “O que eu aprendi com o cinema é que nenhum personagem é uma chapa: você precisa desenvolver tudo, ir criando as camadas da cebola”.
A maior parte das interações de Xamã no estúdio foram com Bella Campos. A atriz, que divide o protagonismo do longa com João Vitor Silva, vive um momento de ascensão na carreira enquanto interpreta Maria de Fátima em “Vale Tudo”, novela da TV Globo. Assim como foi com o rapper, “Cinco Tipos de Medo” é o primeiro trabalho dela nas telonas.
“Foi a primeira vez que eu peguei um roteiro que tinha o meu linguajar, que falou dos lugares onde eu cresci, dos lugares que eu conheço. Ele ter sido roteirizado, dirigido e produzido em Cuiabá foi um grande presente”, disse a atriz em entrevista à EXAME. “Quero que seja um abre-portas para outras atrizes cuiabanas”.
Campos interpreta Marlene, uma enfermeira envolvida com o chefe do tráfico na periferia de Cuiabá. A personagem passou por ajustes sugeridores pela atriz e acatados pelo diretor, que envolveram tanto repensar parte do figurino até modificar o final da história.
“O Bruno [Bini] entendeu que o papel dele era realmente fazer essa ponte entre os atores e os personagens. Ele deu muita escuta, muita voz, muita carta-branca para discutirmos a Marlene. O final dela nós pensamos muito como seria, mudamos as coisas. Eu fico muito feliz de poder acrescentar coisas, é o que busco fazer também na Maria de Fátima”, comentou a atriz.
“Na novela, já existe um roteiro diferente da obra original, mas eu tenho muita liberdade para criar mais. O cabelo da Maria de Fátima que hoje é um sucesso fui eu que escolhi, me deram essa oportunidade. O próprio figurino eu construo muito com a Marie Salles, nossa figurinista. Eu sinto essa equipe muito aberta para escuta, é o que torna ela tão humana”.
Ousado na forma,
comum na crítica
A proposta, ainda que carregue um tema que não é nada novo para o cinema brasileiro, é bastante ousada em sua montagem e construção de roteiro. O ritmo é acelerado, e
apresenta uma parte ínfima de umtodo que convida o público a ir descobrindo a conexão entre os personagens aos poucos. Essa conexão singular do texto foi uma construção longa. O filme teve o roteiro produzido ao longo de 10 anos, com a primeira versão aprovada em um edital de 2015. “Só se tornou realidade com apoio de mecanismo de fomento que são fundamentais e precisam ser fortalecidos cada vez mais no Brasil”, disse Bruno Bini no festival.
A produção também abre as portas para repensar a atuação do Estado diante da atuação do tráfico de drogas nas periferias, e cutuca a ferida do combate à pandemia de Covid-19. Mas mais do que tudo faz refletir sobre o quanto o luto pode ser um grande fio condutor de uma gigante espiral de violências.
O que “Cinco Tipos de Medo” tem de mais interessante é a capacidade de induzir o espectador ao erro. Essa interação pouco confiável, que mistura ação e suspensa para deixar quem assiste sempre com “a pulga atrás da orelha”, sem dúvidas foi o principal motivador para a conquista do Kikito de Melhor Filme.
Inocência perdida
Ao passo em que eu me aproximo dos 40 anos, tenho sentido um medo imenso da velhice. Fico pensando “será que já vivi mais do que ainda vou viver?” Ainda quero fazer tanta coisa na vida que às vezes me pego pensando “será que vai dar tempo?”
Sei que sou exagerada, a medicina está avançada, eu estou cheia de saúde e bola pra frente. E eu acho que o medo move a gente. Se você não está apavorado com medo do futuro, é porque você não está prestando atenção. Eu sempre usei o medo como combustível e não como algo paralisante.
Apesar do medo do que vem pela frente, eu tenho sido muito grata por ter vivido cada fase da minha vida como tem que ser, tudo no seu tempo.
Agradeço por ter nascido no final dos anos 80, por ter tido uma infância e uma adolescência sem internet, por ter pesquisado coisas incontáveis vezes nas enciclopédias Barsa e Delta-Larousse e não no Google, por ter vivido em uma época em que os governantes não precisaram sancionar uma lei que proibisse celular nas escolas porque pouca gente tinha celular e os que existiam não tinham internet.
“A ampla divulgação do conteúdo produzido por Felca chamou a atenção do Brasil para a exposição abusiva de menores de idade na internet, muitas vezes incentivada ou apoiada pelos pais e responsáveis.”
Na escola, eu jogava speedy ball, handebol, vôlei, totó, amarelinha e adedanha. Ainda bem, porque a geração de hoje com a idade que eu tinha enquanto estava fazendo tudo isso está viciada em Instagram e tiktok, fazendo coisas inimagináveis por likes e, aos poucos, perdendo a infância antes do tempo.
Ouvi a palavra adultização pela primeira vez recentemente, quando o YouTube Felipe Bressanim, o Felca, publicou um vídeo denunciando pessoas que exploravam a imagem de crianças e adolescentes na internet em troca de monetização.
A ampla divulgação do conteúdo produzido por Felca chamou a atenção do Brasil para a exposição abusiva de menores de idade na internet, muitas vezes incentivada ou apoiada pelos pais e responsáveis.
Quando vi, imediatamente lembrei da minha própria vivência na infância e adolescência, quando eu reclamava
porque minha mãe queria colocar vestidos “infantis demais” em mim até eu completar 15 anos. Hoje, sou grata por isso. A adultização precoce pode trazer consequências prejudiciais ao desenvolvimento dos jovens como ser humano, além de deixá-los vulneráveis a predadores e criminosos de todas as estirpes. Quando essa adultização é exposta nas redes sociais, os prejuízos são piores. Como jornalista, tive a oportunidade de cobrir casos escabrosos que provam o quanto as redes sociais e a vaidade incentivada na internet podem ser fatais. Em Águas Lindas de Goiás, uma menina de 13 anos foi levada por um adulto desconhecido no meio da rua e quase foi morta por ele. A adolescente entrou por livre e espontânea vontade no carro do algoz, convencida pela promessa de que ele gravaria um desafio com ela e postaria, levando-a à fama. Graças a uma ação rápida da Polícia Rodoviária Federal, a menina foi resgatada antes que o pior acontecesse. No carro, foram apreendidos objetos que indicavam que o algoz pretendia machucar a jovem ou até matá-la.
Não vim defender regulamentação de redes sociais ou legislação x, y, z. Só vim convidar à reflexão pais e responsáveis de crianças e adolescentes com relação às redes sociais. Não sou mãe, então não tenho esse lugar de fala. Mas sou mulher e hoje colho os frutos de ter crescido com limites, cuidado, proteção e sem redes sociais. Além de ter sido criada sem internet até os 15 anos, eu vivi uma infância olhando para o mundo e não para uma tela. E hoje, entre outras coisas, atribuo a isso o fato de ter me tornado uma adulta saudável e funcional.
*Mila Ferreira, repórter do Correio Braziliense. Formada em Jornalismo pelo IESB e pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS
Beco sem entrada
Brasília carrega indelevelmente a imagem de cidade criada para automóveis, mas há certa injustiça nesse epíteto. Lá em meados do século passado, quando não se discutia muito de quem era o papel de provedor numa casa, não havia dúvidas de que ele precisava, sim, do carro para ir trabalhar e levar a família para passear numa cidade marcadamente setorizada. No dia a dia, porém, os demais familiares satisfariam suas necessidades se deslocando a pé, nas autossuficientes unidades de vizinhança.
Muita coisa mudou nesses quase setenta anos, a começar pelas estruturas familiares e pela artificialmente atávica dependência do automóvel. Mas o princípio da caminhabilidade ainda está presente nos espaços que preservaram elementos constitutivos do plano de Lúcio Costa. Assim são as calçadas das quatro quadras em torno da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima e – ao menos teoricamente – vinham sendo os becos entre os conjuntos dos Lagos Norte e Sul.
Certamente não passa despercebido a usuários – e a não usuários mais atentos – que diversos desses becos vêm sendo muito mal cuidados e que alguns se tornaram intransitáveis. Também não deve ter escapado a observadores razoavelmente argutos que donos de lotes têm avançado muros e cercas para incorporar nacos dos becos vizinhos. Até aqui tudo podia ficar nas contas de incompetência e negligência das várias administrações que se sucedem à frente do governo. O que surpreende agora é que a própria Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação está bancando uma iniciativa que pode significar simplesmente o completo abandono de quem usa os becos à própria sorte.
posicionar e, onde a maioria autorizar, becos sejam fechados e incorporados a lotes contíguos mediante pagamento de taxa por parte de seus proprietários.
É verdade que existem moradores que circulam pelas ruas e becos dos Lagos Norte e Sul, mas também é certo que estes não são a maioria dos usuários. Assim, é no mínimo preocupante ouvir de autoridades a intenção de transferir aos moradores a decisão sobre manter ou não passagens de pedestres abertas à circulação pública. Não é uma preocupação infundada, dado o histórico de manifestações dos privilegiados moradores dos dois bairros – por exemplo, nos casos das pontes do Lago Norte e do acesso público à orla do lago propriamente dito.
“O que surpreende agora é que a própria Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação está bancando uma iniciativa que pode significar simplesmente o completo abandono de quem usa os becos à própria sorte.”
O direito à livre circulação não pode ficar limitado a quem tem e usa carros. Mobilidade ativa é direito fundamental da humanidade que precisa ser garantido não apenas à parcela de moradores que pedala ou faz caminhadas para se exercitar, mas também aos não moradores que prestam serviços no comércio e nas residências locais. Voltando ao início deste texto, a caminhabilidade na vizinhança é um dos princípios que determinaram a escolha do projeto urbanístico de Brasília e sua preservação nos bairros que mais combinam as escalas residencial e bucólica é um dever a que governo algum tem direito de renunciar.
Como noticia a imprensa, a SEDUH vai realizar no dia 5 de setembro uma audiência pública para ouvir moradores sobre projeto de lei regulamentando quais becos podem ou não ser ocupados. Lideranças dos dois bairros ouvidas por repórteres defendem que moradores tenham oportunidade de se
* Paulo César Marques da Silva é professor da área de Transportes da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Engenharia de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Transport Studies pela University of London (University College London) (2001).
Ancelotti elogia geração do Brasil e mostra confiança para a Copa do Mundo
Por PH Paiva
Fonte CNM Brasil
Otécnico Carlo Ancelotti anunciou, nesta segunda-feira (25), a lista de convocados da Seleção Brasileira para os últimos jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Questionado sobre a atual geração de jogadores do país, o italiano elogiou a “safra” de atacantes do momento.
“A geração do Brasil neste momento é muito, muito boa. Se olharmos apenas para o elenco de hoje, tem jogadores muito bons e também tem muitos que não estão nesta lista. Nesse momento, não há, em outras seleções, a quantidade de atacantes de qualidade que temos no Brasil”, falou o treinador de 66 anos.
Na convocação para as partidas contra Chile e Bolívia, nos dias 4 e 9 de setembro, respectivamente, Ancelotti chamou oito jogadores para o ataque: Estevão, Gabriel Martinelli, João Pedro, Kaio Jorge, Luiz Henrique, Matheus Cunha, Raphinha e Richarlison.
Na mesma resposta, Carlo Ancelotti ainda mostrou confiança na equipe para a disputa da Copa do Mundo de 2026.
“Eu acho que essa equipe consegue competir pela Copa do Mundo. Há exigências, obviamente, porque o Brasil ganhou cinco vezes, a pressão é normal por isso. A pressão não é ruim, porque se você tem a pressão, não vai dormir”, comple-
tou. No momento, a Seleção Brasileira se encontra na terceira posição das Eliminatórias da América do Sul, com 25 pontos, em uma campanha de sete vitórias, quatro empates e cinco derrotas. O país já está com a vaga garantida na competição do próximo ano, sua 23o Copa do Mundo na história.
Veja a lista de convocados
. Goleiros: Alisson (Liverpool), Bento (Al-Nassr) e Hugo Souza (Corinthians);
. Defensores: Alexsandro Ribeiro (Lille), Alex Sandro (Flamengo), Caio Henrique (Monaco), Douglas Santos (Zenit), Fabricio Bruno (Cruzeiro), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG), Vanderson (Monaco) e Wesley (Roma);
. Meias: Andrey Santos (Chelsea), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Manchester United), Joellinton (Newcastle) e Lucas Paquetá (West Ham);
. Atacantes: Estevão (Chelsea), Gabriel Martinelli (Arsenal), João Pedro (Chelsea), Kaio Jorge (Cruzeiro), Luiz Henrique (Zenit), Matheus Cunha (Manchester United), Raphinha (Barcelona) e Richarlison (Tottenham).
Novo aeroporto vai tornar viagem ao Jalapão mais curta
Por Ana Luiza Silva
OJalapão, um dos destinos mais cobiçados do ecoturismo brasileiro, está prestes a se tornar muito mais acessível. Famoso por seus fervedouros, dunas douradas e paisagens de tirar o fôlego, o Parque Estadual localizado no leste do Tocantins sempre exigiu dos viajantes uma dose extra de disposição —e horas de estrada. Mas essa realidade está prestes a mudar.
O governo do Tocantins anunciou que o novo aeroporto de São Félix do Tocantins deve ser inaugurado em dezembro. A estrutura, voltada para aeronaves de pequeno porte, está em fase final de obras e promete encurtar significativamente o tempo de deslocamento até o Jalapão.
A expectativa é que o terminal se torne uma porta de entrada estratégica para o turismo na região, atraindo mais visitantes e impulsionando a economia local.
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Com pista de 1.100 metros e terminal de passageiros de
750 m�, o aeroporto contará também com um hangar de 2.430 m�. A operação dependerá da homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e ainda não há definição sobre quais companhias aéreas irão operar no local. Mas o impacto já é sentido: agências de turismo, pousadas e empreendedores da região estão se preparando para uma nova fase.
Adeus às longas horas de estrada
Atualmente, o acesso ao Jalapão é feito majoritariamente por via terrestre, com roteiros que partem de Palmas e podem levar até cinco horas de carro em estradas que alternam trechos asfaltados e de terra.
Para quem vem de outros estados, o trajeto costuma incluir voos até a capital tocantinense e, depois, uma jornada por terra que exige tempo e disposição.
Com o novo aeroporto em São Félix, localizado a cerca de 180 km de Palmas, essa logística será simplificada. A ideia é que aeronaves de pequeno porte, com capacidade para até 12 passageiros, façam o trajeto direto até o coração do Jala-
pão. Isso abre espaço para novos perfis de turistas —incluindo aqueles que buscam experiências rápidas, como escapadas de fim de semana ou viagens de incentivo.
Além disso, a chegada aérea pode facilitar o acesso de visitantes internacionais, especialmente os que já têm o Brasil como destino de aventura e natureza. O Jalapão, com sua biodiversidade e paisagens únicas, tem potencial para se tornar um hotspot global de ecoturismo.
Turismo em expansão
Entre 2022 e 2023, o Parque Estadual do Jalapão recebeu cerca de 60 mil turistas. Com a inauguração do aeroporto, a expectativa é que esse número cresça significativamente. Mais visitantes significam mais demanda por hospedagem, alimentação, transporte e comércio — e a região já começa a se movimentar para atender esse novo fluxo.
Empreendimentos locais estão investindo em infraestrutura, capacitação de mão de obra e parcerias com agências de turismo. A ideia é garantir que o crescimento seja sustentável e que a experiência do visitante continue sendo marcada pela autenticidade e pelo contato direto com a natureza.
O Jalapão é conhecido por atrativos como o Fervedouro do Ceiça, a Cachoeira da Velha, a Serra do Espírito Santo e a comunidade quilombola do Mumbuca, berço do artesanato em capim-dourado. Com acesso facilitado, esses pontos turísticos devem ganhar ainda mais visibilidade — e se tornar parte de roteiros mais diversos e acessíveis.
Apesar do otimismo, o novo aeroporto também traz desafios. A preservação ambiental é uma preocupação
constante na região, e o aumento do fluxo turístico exige planejamento cuidadoso. O Jalapão é uma área de conservação e abriga espécies endêmicas, além de comunidades tradicionais que vivem em harmonia com o ecossistema.
Por isso, especialistas defendem que o crescimento do turismo seja acompanhado por políticas públicas que garantam a sustentabilidade da atividade. Isso inclui controle de acesso, educação ambiental, incentivo ao turismo de base comunitária e fiscalização constante.
A chegada do aeroporto pode ser o ponto de partida para uma nova fase no Jalapão —mais conectada, mais dinâmica, mas também mais responsável. Se bem conduzido, o projeto tem tudo para transformar o destino em referência nacional e internacional de ecoturismo sustentável.
Brasil tem a melhor atração turística do continente; descubra
Por Ana Luiza Silva
Se você ainda não colocou as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), na sua lista de viagens, talvez este seja o momento. O icônico conjunto de quedas d’água localizado na fronteira entre Brasil e Argentina acaba de ser eleito a melhor atração turística da América do Sul pelo prêmio Travellers’ Choice 2025, organizado pela plataforma global TripAdvisor.
O prêmio não é pouca coisa: o reconhecimento veio com base em mais de 45,6 mil avaliações de visitantes, que atribuíram uma nota impressionante de 4.9 em 5 possíveis. O prêmio é considerado um dos mais relevantes do setor de turismo, pois reflete a experiência real de viajantes ao redor do mundo.
As Cataratas do Iguaçu não só lideraram o ranking sul-americano, como também garantiram a 22� posição entre as melhores atrações do planeta, superando destinos consagrados como Machu Picchu, no Peru. A lista completa inclui lugares como a Sagrada Família, em Barcelona, que ficou com o primeiro lugar mundial.
Cataratas do Iguaçu na lista dos 25 anos da TripAdvisor
A conquista foi celebrada pela concessionária que administra o Parque Nacional do Iguaçu, que destacou a diversida-
de de experiências oferecidas no local —desde trilhas tranquilas e observação de borboletas até passeios de barco e helicóptero.
A premiação também marca os 25 anos da TripAdvisor, que elaborou uma lista especial com os destinos mais consistentes desde 2000. As Cataratas aparecem na 17o posição mundial nesse ranking histórico.
Mas afinal, o que torna esse lugar tão especial? A resposta pode estar na combinação única de natureza exuberante, infraestrutura turística bem planejada e uma atmosfera que transforma qualquer visita em uma experiência memorável.
Um espetáculo natural que conquista o mundo
As Cataratas do Iguaçu são formadas por cerca de 275 quedas d’água, distribuídas ao longo de quase 3 km do Rio Iguaçu. O ponto mais impressionante é a Garganta do Diabo, uma queda com mais de 80 metros de altura que provoca um rugido ensurdecedor e uma névoa constante — cenário perfeito para arco-íris completos, como o registrado recentemente pelo fotógrafo Guilherme Wojciechowski.
Além da beleza cênica, o parque oferece uma estrutura que facilita o acesso e a contemplação. Trilhas bem sinalizadas, transporte interno, mirantes estrategicamente posicionados e opções de alimentação tornam o passeio acessível para todos os perfis de viajantes. E para quem busca emoção, há o famoso Macuco Safari, passeio de barco que leva os visitantes até bem perto das quedas —com direito a banho
completo. Outro destaque é o sobrevoo de helicóptero, que proporciona uma visão panorâmica de tirar o fôlego. Segundo o TripAdvisor, essa é uma das experiências mais recomendadas, especialmente ao pôr do sol. Mas é bom reservar com antecedência: a procura é alta e os horários são disputados.
Turismo sustentável e biodiversidade em foco
O Parque Nacional do Iguaçu é também um exemplo de gestão ambiental responsável. Reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, abriga uma das maiores reservas de Mata Atlântica do Brasil, com centenas de espécies de fauna e flora. É comum encontrar quatis, tucanos, borboletas coloridas e até onças-pintadas em áreas mais preservadas.
A visita às Cataratas é uma oportunidade de se reconectar com a natureza e entender a importância da conservação ambiental. A estrutura do parque foi pensada para minimizar impactos e promover a educação ambiental, com centros de visitantes e programas de conscientização.
Além disso, o turismo na região movimenta a economia local, gerando empregos e incentivando o desenvolvimento sustentável. Foz do Iguaçu, cidade que abriga o parque, também oferece outras atrações como a Usina de Itaipu, o Marco das Três Fronteiras e o Parque das Aves, tornando o destino ainda mais completo.
Renata Dourado*
O exemplo que arrasta
Hoje, uma tarde de domingo, meu filho foi sair, e perguntou se eu poderia costurar uma bermuda para ele.
Antes de escrever este artigo, lá estava, tentando deixar a roupa em um estado melhor.
Logo eu que, como costureira, sou uma ótima jornalista.
Mas, fiz com tanto orgulho e prazer, que parece que o resultado agradou aos dois.
Ser mãe é o meu maior desafio.
Não pelo remendo da bermuda, claro.
É que tentar conversar com um adolescente é mais difícil que um diálogo entre Lula e Trump.
É também uma espécie de costura, que requer cuidado, atenção e outros detalhes fundamentais.
O problema é que você chega com a linha que nunca parece ser a certa.
Começa um assunto e o tema não se desenvolve.
Muda o traço, mas, também não parece ser o ideal.
Existem barreiras imaginárias no meio do caminho, que você não sabe nem por onde começar.
Não é uma característica do meu filho e sim da adolescência.
Uma fase delicada e difícil para o adolescente e para os cuidadores. Parece que a linda conexão que existia na infância foi embora para Nárnia. Sem perspectiva de voltar.
Fiquei cada segundo ao lado dele. Dando comida, água, remédio e amor.
Ele, preocupado comigo, pedia para eu ir para casa descansar.
Mas, sabendo que ficaria mais angustiada fora, resolvi permanecer perto.
Na ingenuidade dos seus 16 anos, ofereceu a cama hospitalar dele, para eu dormir, demonstrando um dos traços do caráter dele que eu mais amo: a generosidade e o cuidado com o outro.
Saímos do hospital e, depois de 5 dias sem dormir direito, quem adoeceu foi eu.
Nada grave, mas, uma tosse incômoda e dores pelo corpo.
“A adolescência é, naturalmente, o momento de testar pessoas e se testar, momento de transgressão, de perceber os próprios limites.”
A adolescência é, naturalmente, o momento de testar pessoas e se testar, momento de transgressão, de perceber os próprios limites.
E é aí que mora o perigo, porque eles não têm noção, nem maturidade para isso.
Hora de o adulto entrar com os limites, as frustrações, o corte narcísico.
Processo que não é fácil para ninguém.
No entanto, uma coisa eu percebi, na prática: mais do que as palavras, é o exemplo que arrasta, como dizia o filósofo chinês.
E tenho provas: na semana passada, meu filho ficou 5 dias internado por causa de uma pneumonia.
Quando menos espero, ele entra no meu quarto com remédios para mim.
Depois, com água e comida. E conselhos para eu melhorar minha vida.
Em menos de 3 dias, os papéis se inverteram e ele se tornou, meu melhor enfermeiro.
Quanto ao diálogo, às vezes surge natural, espontâneo.
Mas, o bonito mesmo é ver que ele me escuta, mesmo sem demonstrar. E mais do que isso: ele me enxerga. E é uma das pessoas mais benevolentes e lindas que eu conheço. Meu Thor.
* Renata Dourado é psicanalista e jornalista. Trabalha na TV Bandeirantes há mais de 15 anos. Apresenta o Band Cidade Segunda Edição, jornal local, que vai ao ar, ao vivo, de Segunda a Sexta, às 18h50. Também apresenta o Band Entrevista, que vai ao ar, aos sábados.
Trump ameaça impor tarifa de 200% se China não fornecer ímãs aos EUA
Por Rócio Barreto
Fonte Correio Braziliense
Opresidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou a China com uma possível aplicação de tarifas de 200% sobre produtos chineses importados pelos Estados Unidos. A medida seria tomada caso Pequim não agilize as exportações de ímãs de terras rarasao seu antecessor, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Eles têm que nos dar ímãs”, afirmou Trump, nesta segunda-feira (25/8), na Casa Branca. “Se não nos derem, então teremos que cobrar uma tarifa de 200% ou algo assim. Mas não acho que vamos ter problemas com isso”, disse.
A China domina o mercado global de terras raras, minerais cruciais para a fabricação de ímãs. Esses ímãs são indispensáveis para os setores automobilístico, eletrônico e de defesa.
No entanto, Pequim implementou licenças de exportação para esses materiais estratégicos no início de abril, uma medida vista como retaliação às tarifas americanas.
Pequim e Washington entraram em uma guerra comercial, com ambos os lados respondendo aos aumentos tarifários um do outro, resultando em valores de três dígitos para ambos.
As tarifas anunciadas nunca foram colocadas em vigor, e as duas maiores potências mundiais têm negociado para aliviar as tensões. Como resultado, o governo chinês concordou em agilizar a emissão de licenças para várias empresas norte-americanas.
“Acho que temos uma relação estupenda com a China, falei recentemente com o presidente Xi (Jinping) e, em algum momento do ano, deveríamos visitar a China”, afirmou Trump.
O presidente norte-americano acrescentou: “Eles têm algumas cartas. Nós temos cartas incríveis, mas não quero jogá-las. Se eu as jogasse, destruiria a China”.
Em três encontros recentes, representantes dos Estados Unidos e da China buscaram solucionar diversas questões relacionadas aos seus laços comerciais.
Após diversas reuniões, Estados Unidos e China firmaram um acordo temporário. Os EUA reduziram suas tarifas para 30%, e a China, para 10%. O acordo, inicialmente de 90 dias, já foi estendido duas vezes, com validade agora até novembro.
Por sua vez, Washington já expressou descontentamento, alegando que a China está atrasando intencionalmente a liberação de licenças para a exportação de terras raras.
Análise: Impeachment de Alexandre de Moraes não deve prosperar no Senado
Por Rócio Barreto
Fonte CNM Brasil
Uma nova pesquisa realizada pela Genial/Quaest revela uma divisão significativa na opinião pública brasileira sobre um possível impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (25), aponta que 46% dos entrevistados apoiam o processo contra o magistrado, enquanto 43% se opõem à medida. Os demais 11% não souberam ou não quiseram responder. A análise é de Luísa Martins ao Bastidores CNN.
A polarização observada na pesquisa reflete o atual cenário político do país, especialmente no contexto das decisões proferidas por Moraes em casos de grande repercussão nacional. Entre eles, destacam-se as investigações sobre o plano de golpe de Estado, os eventos de 8 de janeiro e o inquérito
das fake news, iniciado em 2019.
O magistrado ganhou ainda mais visibilidade após decisões envolvendo as redes sociais, como o bloqueio temporário do X no Brasil e medidas contra a plataforma americana Rumble, o que o tornou alvo da Lei Magnitsky pelo governo norte-americano.
Apesar da divisão na opinião pública e da pressão de parlamentares da oposição, que têm protocolado pedidos de impeachment, fontes indicam que não há perspectiva de avanço do processo no Senado Federal. A analista ressalta que nunca houve um caso de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal na história do Brasil.
Nos bastidores, há um entendimento de que o atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não deve dar prosseguimento aos pedidos de impeachment, mantendo uma postura similar ao seu antecessor, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Volta do Brasil à África”, diz Lula sobre reunião com líder da Nigéria
Por Rócio Barreto
Fonte Correio Braziliense
Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (25/8) que a visita de Estado feita pelo presidente da Nigéria, Bola Tinubu, representa a “volta do Brasil ao continente africano”. Os dois se reuniram no Palácio do Planalto, e fizeram declaração conjunta à imprensa.
O petista lamentou o distanciamento entre os dois países nos últimos anos, e defendeu que o fluxo comercial com a Nigéria precisa ser aumentado, bem como a cooperação em áreas como a cultura, tecnologia, agricultura e ciência. Reafirmou também, com Tinubu, o respeito às regras internacionais de comércio.
“O Brasil tem uma preocupação muito particular e peculiar com a nossa relação com África e com todo o continente africano. O Brasil tem noção do que significa a nossa história, nossa cultura, o nosso jeito de ser, a nossa cor, nossa alegria, nossa música, com 350 anos de escravidão a que o povo negro africano foi submetido aqui no Brasil”, disse o presidente.
“E a única forma de a gente pagar não pode ser mensurada em dinheiro, tem que ser mensurada em solidariedade, em alinhamento político e cultural”, acrescentou.
Lula comentou ainda que a visita do presidente Tinubu representa “a volta do Brasil ao continente africano”, e lamentou que governos anteriores tenham reduzido a cooperação com a Nigéria — país mais populoso da África
e uma das maiores economias do continente. “De US$ 10 bilhões (de fluxo comercial) em 2014, passamos a US$ 2 bilhões em 2024. Não foi por acaso. Nos últimos governos, o Brasil se distanciou da África. Duas das maiores economias da América Latina e da África devem ter um intercâmbio muito maior”, disse o líder brasileiro. “Decidimos que essa situação precisava mudar”, emendou.
Cooperação
Os dois chefes de Estado e ministros assinaram hoje cinco acordos de cooperação em áreas como serviços aéreos, formação de diplomatas, ciência e tecnologia, e uma cooperação entre o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Agricultura da Nigéria.
No setor aéreo, os dois países preparam a abertura de uma rota sem escalas entre Lagos e São Paulo.
“Nesse momento em que ressurge o protecionismo e o unilateralismo, Nigéria e Brasil afirmam sua aposta no livre comércio”, declarou o chefe do Executivo.
Mudanças climáticas
Lula também reforçou que os países menos desenvolvidos são os mais afetados pelas mudanças climáticas, e os que menos contribuem para a destruição do meio ambiente. Também convidou a Nigéria a contribuir com o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado na COP30, em novembro.
“A África é a região do mundo que menos emite gases de efeito estufa, mas uma das que mais sofre as consequências perversas do aquecimento global”, frisou.
Dino manda superintendências da PF
investigarem R$ 694 milhões em emendas parlamentares com indícios de irregularidades
Por Rócio Barreto Fonte G1
Oministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou que a Polícia Federal abra inquéritos para apurar 964 planos de trabalho de emendas parlamentares individuais que não foram cadastrados corretamente no sistema oficial do governo.
O valor total desses repasses chega a R$ 694,6 milhões, segundo nota técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).
Emendas parlamentares são verbas previstas por lei no Orçamento anual da União. Pelas regras, é necessário que governo libere os valores para parlamentares, que direcionam as emendas para obras e projetos em seus estados. Desde 2023, o STF tem emitido decisões para tornar esse processo mais transparente e com critérios mais objetivos.
No Orçamento de 2025, estão previstos R$ 50 bilhões em emendas. Elas podem ser de vários tipos: individuais, de bancada, de comissão.
Decisão do STF
Na decisão, proferida no âmbito da ADPF 854, Dino ordena que o TCU identifique as emendas por estado e encaminhe as informações às superintendências da PF em todo o país. O objetivo é que cada unidade da corporação instaure inquérito policial sobre os recursos.
Segundo o ministro, a ausência de registro fere regras de transparência que passaram a ser obrigatórias após a decisão do STF de 2022 que considerou inconstitucionais as chamadas “emendas de relator” (RP9), usadas no chamado “orçamento secreto”.
Outros pontos da decisão
Além da ordem de investigação, Dino:
. determinou que a Advocacia-Geral da União e os ministérios elaborem um cronograma de análise das prestações de contas das emendas entre 2020 e 2024;
. mandou a Controladoria-Geral da União realizar auditoria sobre repasses à Associação Moriá, alvo de denúncias de irregularidades;
. obrigou Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste a criar contas específicas para cada emenda, proibindo transferências para contas de passagem ou saques em espécie;
. reforçou que, a partir do Orçamento de 2026, os repasses de emendas individuais deverão ser feitos via Ordem de Pagamento da Parceria (OPP), ferramenta eletrônica que amplia a rastreabilidade dos recursos.
Contexto
A decisão faz parte do acompanhamento que o STF tem feito para garantir o cumprimento de medidas de transparência sobre a execução orçamentária, após a extinção do orçamento secreto.
Dino ressaltou que a execução das emendas deve respeitar limites constitucionais e que desvios de finalidade podem configurar crime.
PL da Adultização amplia responsabilidade de big techs, diz secretário
Por Ana Luiza Silva
Fonte Agência Brasil
Osecretário de Políticas Digitais da Presidência da República, João Brant, avaliou que o Projeto de Lei 2.628/2022, o PL da Adultização, que estabelece regras para proteção e prevenção de crimes contra crianças e adolescentes em ambientes digitais, é um enorme avanço para a sociedade brasileira. O projeto foi aprovado esta semana pela Câmara dos Deputados.
Segundo ele, a proposta aumenta a capacidade de as famílias atuarem na proteção de seus filhos, com a ampliação do compromisso do Estado e das empresas. “Se todo mundo atuar junto, tenho certeza que nossas crianças e adolescentes
vão ter um ambiente digital mais seguro”, afirmou.
De acordo com Brant, o projeto aumenta, principalmente, a responsabilidade das plataformas, dos desenvolvedores de jogos, aplicativos e redes sociais. “[O projeto] faz com que essa responsabilidade de acompanhamento, de proteção de crianças e adolescentes seja compartilhada entre famílias, empresas e Estado”, avaliou.
Um dos artigos do PL prevê que a fiscalização seja feita por uma autoridade nacional autônoma, ou seja, uma entidade da administração pública responsável por zelar, editar regulamentos e procedimentos e fiscalizar cumprimento da nova legislação.
Em entrevista à TV Brasil, da Empresa Brasil Comunicação (EBC), João Brant avaliou que o país já conta com algumas
entidades de acompanhamento e regulação, criadas por lei, conforme determina o PL, e que “podem suprir esse papel”, acrescentando que “ou a gente pode ter a adaptação de uma estrutura já existente para transformar e responder a essas competências”.
“Não precisamos criar nada do zero. A gente pode pegar e entender quais estruturas do Estado estão mais adequadas para fazer isso. Precisa ser na lógica da lei das agências. Elas precisam ter autonomia. Tenho certeza de que a gente vai encontrar o melhor caminho”, defende.
Para Brant, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), por exemplo, pode “ganhar corpo, robustez e competências específicas” para se adequar ao que está previsto no PL.
“Há caminhos seguros para gente fazer com que isso não seja um governo escolhendo o que fica e o que não fica na internet. Não é esse o papel [do governo]. O papel é saber se as empresas estão fazendo o suficiente para proteger crianças e adolescentes”.
Questionado sobre o tempo necessário para que a definição de qual entidade da administração pública prevaleça, o secretário citou que é preciso aguardar que o PL termine sua tramitação no Congresso Nacional e seja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entenda
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (20), em votação simbólica, o projeto de lei que estabelece regras para a proteção e a prevenção de crimes contra crianças e adolescentes em ambientes digitais. De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a proposta contou com o apoio de centenas de organizações da sociedade civil que atuam com a proteção das crianças e adolescentes no Brasil.
O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI). Apesar de a proposta já ter passado pelo Senado, como houve mudanças na Câmara, agora retorna para apreciação final dos senadores.
Com 16 capítulos e 41 artigos, o projeto de lei obriga plataformas digitais a tomarem medidas “razoáveis” para prevenir riscos de crianças e adolescentes acessarem conteúdos ilegais ou considerados impróprios para as faixas etárias, como exploração e abuso sexual, violência física, intimidação, assédio, promoção e comercialização de jogos de azar, práticas publicitárias predatórias e enganosas, entre outros crimes.
Por que Dubai?
Por José Gurgel
Muitos me perguntam porque apelidei o Guará, de Dubai, tentarei explicar, se você prestar atenção direitinho vai entender.
O pessoal daqui anda com o nariz empinado, todos se sentindo donos do pedaço,as vezes penso que deve ser o meu senso crítico ou ilusão minha,mas gosto de tirar um sarro com a galera que mora por aqui,parece até que não fazemos parte da República de Bananas.
Mas para tirar a dúvida, estava sem fazer nada por aqui, aproveitei o recesso e resolvi passar alguns dias, em Dubai.
Lá mesmo onde Judas perdeu as botas, lugarzinho até bom, mas me deu uma saudade danada daqui.
As paisagens maravilhosas, parecia que tinha entrado em algum filme de fantasia onde tudo funciona perfeitamente, me senti um califa daqueles de lá, só faltava vestir aquelas saias e colocar uma toalha na cabeça.
Tudo parecia um conto de fadas, muita comida, muita mesmo, nem sabia o nome, nem com um tradutor eu conse-
guiria falar, quanto mais escrever, muitas bebidas finas.
Deu uma saudade danada do Porcão , onde os coices do Galak pareciam que mãos de fadas nos tocavam, confesso que aquela limpeza estava me dando enjoo.
Acho que era falta de costume, perguntei ao guia onde tinha um quiosque pra tomar água de coco, um pingado, ele me deu uma olhada de desprezo, tentei não ficar irritado com aquele cabra de saia, mandei ele a merda em português perfeito, ele sorriu e agradeceu, penso eu.
Pra mim bastou! Chega desse lugar lazarento, voltei.
Agora, já de volta, sinto que não existe nada melhor do que aquela feijoada com cerveja bem gelada, pelo menos eu sei o nome decorado feita por aqui mesmo.
Encontrei o meu amigo Caixa Preta, senti então que tinha chegado no Paraíso,finalmente poderia desfrutar de alguma iguaria lá na Feira do Guará.
Dubai só por fotografia de agora em diante, meu negócio agora é o Guará, pelo menos aqui não sou atacado por essa perfeição cinematográfica, aqui é real e a realidade em toda a sua crueza salta aos nossos olhos, melhor do que uma bela
paisagem que parece de plástico, prefiro ser maltratado com as lambanças daqui e olha que não são poucas. Pelo menos, são verdadeiras.
Roubando o futuro
Depois de todo esse escândalo que foi descoberto no INSS, onde verdadeiros assaltos ao erário foram cometidos, com conivência das grandes empresas, funcionários, junto com os safados que povoam a República de Bananas.
Um verdadeiro antro de ladrões que unidos a homens públicos e sob o manto da impunidade praticaram toda forma de falcatruas, deixando o rombo nas costas do trabalhador.
Pois a grande verdade é que essas empresas são grupos de bandidos com ganância e frieza suficiente para praticar esse que pode ter sido um dos maiores assaltos aos cofres públicos na América Latina, quem sabe no mundo.
Circulam a relação de ladrões engravatados, que além de meterem a mão a seu bel prazer no dinheiro público, ainda mataram o sonho de milhões de brasileiros, que sempre acreditaram que esse país era realmente um país de futuro.
Mas que futuro? Hoje a única certeza que temos é que as grandes fortunas, empresas por aqui são fruto de uma roubalheira desenfreada que ocorreu durante vários anos, onde os ditos representantes do povo fazem a festa com o suor de toda a nação trabalhadora.
Vemos descerrar aos nossos olhos essa verdadeira enxurrada de imoralidade, que fere de morte a alma de quem trabalha e tem esperança que um dia as coisas possam entrar nos eixos, vendo o fim dessa patifaria que tomou conta da política e de agentes públicos. Um verdadeiro escárnio com
todo povo de uma nação, o pior de tudo é que esse lixo humano encastelado no poder central do país, ainda se acha com estofo moral para mexer na Constituição, quem sabe para de tal forma se perpetuar no poder, matando de vez o futuro do país como nação soberana perante o resto do mundo.
Uma vergonha pra ninguém botar defeito, um verdadeiro achincalhe, talvez achando que como sempre a impunidade vai triunfar.
Isso inclusive sobre o que acreditamos decente, pois todo o sistema, está sob suspeição com atos imorais praticados, fazendo parte dessa verdadeira quadrilha que tomou de assalto uma nação, que diante de tudo permanece inerte na sua indignação.
República de Bananas !
Modismo e alienação
Estava aqui pensando na nova idiota mania que apareceu nas redes, o tal de Morango do Amor, o Caixa Preta parece que andou experimentando, vou procurar saber detalhes.
Parece que foi uma coisa bolada por algum dentista, pois o que existe de cristão com os dentes prejudicados não está no gibi, a coisa virou uma febre entre os frequentadores das redes sociais, só falam nisso.
Para que tenhamos uma ideia da idiotice em questão, o preço do morango su-
TIJOLADAS DO CAIXA
biu assustadoramente, já há escassez da fruta em alguns mercados e frutarias.
O velho Caixa chega todo animado, depois de xingar até a décima geração de plantadores de morango pois quase tinha perdido um dente ao experimentar o tal doce.
O velho Caixa estava irritado deveras, foi logo desembuchando o que sentia, quando achamos que já vimos tudo em matéria de frescura, eis que aparece uma modinha pra lembrar que o mundo está mais perdido do que imaginamos.
Agora surgiu o Morango Amor, uma verdadeira ode a boiolice reinante, a coisa é mais grave, escrevendo já me benzi umas dez vezes e olha que não sou muito de rezar, mas diante dos fatos, me apavorei.
Tentei manter a calma, o Caixa Preta tenha a sua opinião sobre o assunto, o que mais me preocupa nessa onda do Morango Amor, não é nem o tal doce, mas perceber como as pessoas são facilmente influenciáveis, ninguém tem opinião própria.
Aceitam tudo que as redes sociais impõem, parece um bando de vaquinhas de presépio, ninguém pensa ou age para mostrar um pouco de sanidade, tudo segue um padrão ditatorial.
O velho Caixa parecia inspirado, resolveu falar de coisas mais importantes que acontecem no nosso quadrado, a coisa não está muito boa, com tendências de piora, pois desgraça pouca é bobagem.
Mas o velho Caixa estava indignado, começou então a falar sobre uma grande preocupação do mundo atual.
Segundo os estudiosos o fim do mundo está ali na esquina, mas quando penso no fim do mundo sempre vejo um sinal que a data fatídica não está muito longe.
Será que é o efeito do morango?
Lágrimas e chuvas
O mês de Agosto se arrasta lentamente, parece que não, mas estamos quase chegando ao final do ano, muita gente se preparando para fazer aquelas promessas mentirosas de todos os anos.
Todo mundo cheio de bondade, beijando inimigos, desejando o melhor para todo mundo mesmo que seja da boca pra fora, é tanta doçura que chega a juntar formigas em volta do mentiroso.
Sentado lá na mesa do Porcão conversando o que acontece aqui no Guará, vendo as baratas passarem por cima da mesa, parece que tinha alguma festa por ali,as moscas faziam um recital de zumbidos e voos rasantes sobre o meu prato e o copo da cerva ,isso me mantinha de olhos abertos para não deixar nenhuma mergulhar no meu copo.
Sem querer olho na direção do Parque do Guará, meus olhos deixam escapar algumas lágrimas por ver aquela beleza toda sendo degradada pela cobiça de alguns que teimam em querer o fim do nosso pulmão verde.
As cercas estão sendo roubadas, entradas estão sendo sorrateiramente abertas, abrindo de vez a invasão de ocupações irregulares, mas não se vê nenhuma ação para conter essa degradação, o nosso Parque agoniza.
Mas como somos fortes não vamos desanimar, deixando de lutar por nossa qualidade de vida , nem do legado que deixaremos aos nossos filhos, netos e as gerações futuras de nossa cidade.
A chuva cai parecendo ler os meus pensamentos, a natureza parece chorar também pedindo socorro, implorando para que a população saia dessa inércia e venha lutar por essa beleza que é o nosso parque.
Essa omissão quase criminosa tem que acabar ou nosso parque que tanto nos orgulha, mas com a eterna ganância dos barões da construção civil o fim se aproxima.
O Parque do Guará agoniza e pede socorro!
Países defendem fundo florestal com recursos carimbados para indígenas
Por PH Paiva
Fonte Agência Brasil
Os países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) divulgaram neste sábado (23) um comunicado conjunto em defesa do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, da sigla em inglês), que será lançado oficialmente em novembro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.
O comunicado foi aprovado durante a 5o Cúpula da OTCA realizada em Bogotá, na Colômbia, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O fundo será um mecanismo de financiamento, no valor previsto de US$ 125 bilhões (cerca de R$ 680 bilhões), desti-
nado a preservar esses biomas florestais, presentes em cerca de 70 países, e que são cruciais para a regulação do regime de chuvas e captura de carbono na atmosfera.
Idealizado pelo Brasil, em articulação com a Colômbia, Noruega, Reino Unido, França e Emirados Árabes Unidos, o fundo também vem sendo apoiado por nações que contam com enormes extensões de florestas tropicais, como Gana, República Democrática do Congo (RDC), Malásia e Indonésia.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre também terá, entre suas regras, o repasse direto de 20% do total de seus recursos para comunidades de povos indígenas e tradicionais que vivem e preservam esses biomas, reforçando o papel comunitário na preservação. Cada hectare preservado será remunerado no valor de US$ 4.