Revista Plano B Brasília n.º 29

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Tapetes de Corpus Christi do DF trazem

memórias até além da fé

Choque de Titãs: Por que os EUA bombardearam o Irã e reacenderam o risco de guerra no Oriente Médio

Morre brasileira que caiu em trilha de vulcão na Indonésia

Quando o frio aperta

Alice, sempre Alice

A guerra entre Irã e Israel pode afetar diretamente o seu bolso

Aos 91 anos, morre ator Francisco Cuoco

Cuidemos das nossas próprias vidas

Regime Semiaberto: Lenitivo ou Torquemada Parte II

PIC-NIC lança “Volta”, álbum que consolida o retorno da banda indie

Educação na Era Digital: Uma Questão

Distribuidoras de energia alertam sobre riscos de fogueiras e balões

Muito o que debater

“O mundo ainda não está preparado para viver sem o petróleo”, diz Lula

Fábio Felix: o voto da coragem 32

Estudante cria startup para facilitar a gestão de suprimentos em obras: ‘Mais transparente’

34 Governo do Tocantins celebra crescimento de mais de 31% na produção de pescado no estado

As Amigas Curam

Brasil quer se consolidar como polo de vacinas com RNA mensageiro

De lutas a conquistas: a trajetória inspiradora de Pepa

Um em cada 9 adolescentes usa cigarro eletrônico no Brasil

Salto del Agrio, a cachoeira vulcânica da Patagônia argentina 44 5 destinos alternativos para curtir o inverno no Brasil 46 Monarcas

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Cuidados com a Saúde no Inverno: Dicas da Fisioterapeuta Dra. Rita, Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória

Diretor Executivo

Paulo Henrique Barreto Paiva

Diretor Administrativo

Rócio Barreto

Chefe de Redação: Paulo Henrique Paiva

Colaboradores: Adriana Vasconcelos, Angela Beatriz, Ana Beatriz Barreto, José Gurgel, Humberto Alencar, Mila Ferreira, Renata Dourado, Paulo César e Wilson Coelho

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Redação: Adriana Vasconcelos

Fotografia: Ronaldo Barroso

Tiragem: 10.000 exemplares

Periodicidade: Mensal

Redação: Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e criticas às matérias: revistaplanobbrasilia@gmail.com

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Junho / 2025

Ano 03 - Edição 29 - Junho 2025

Publicada em 25 de Junho de 2025

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem prévia autorização dos editores.

A Revista Plano B não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

ISSN 2966-0688

Bombas, bravatas e o preço da instabilidade

O ataque ordenado pelos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas no dia 21 de junho marca mais do que uma escalada militar: representa um ponto de inflexão perigoso na já instável política externa norte-americana — e nas esperanças frágeis de paz no Oriente Médio.

Donald Trump, que retornou à Casa Branca com o discurso de pacificador global, empurrou os EUA para o centro de uma crise que, além de militar, é diplomática e moral. O bombardeio — não comunicado a aliados, envolto em controvérsias técnicas e seguido de retórica inflamada — tem mais a ver com a lógica da campanha eleitoral do que com qualquer estratégia geopolítica de longo prazo.

A ofensiva pode até ter sido cirurgicamente executada, mas seus efeitos estão longe de ser precisos. O risco de retaliação do Irã, a reação de grupos aliados a Teerã, a tensão com Israel e a instabilidade nos mercados globais já são efeitos colaterais visíveis. Resta saber se Washington está preparado para lidar com os desdobramentos de uma ação que, ao que tudo indica, serviu mais à narrativa de força do presidente americano do que a um plano real de desarmamento.

A História já testemunhou os riscos de decisões militares tomadas com base em suposições frágeis, premissas políticas e urgências eleitorais. O Iraque que o diga.

O mundo não pode se dar ao luxo de repetir esses erros. O custo humanitário, econômico e diplomático de uma guerra — mesmo que fria — no coração do Oriente Médio é alto demais. Cabe agora aos líderes internacionais, e à própria sociedade americana, questionar não apenas os motivos do ataque, mas o rumo de uma presidência que parece confundir força com liderança e propaganda com verdade.

Por Rócio Barreto

Tapetes de Corpus Christi do DF trazem memórias até além da fé

Opedacinho de galho transformou-se em pincel para o artista plástico Alexandre Silva, de 45 anos. Ele chegou à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, Distrito Federal, às 6h30 com a imagem de Maria desenhada no papel e em sua cabeça. Os contornos, no final da manhã desta quinta (19), ganharam a forma de tapete para a celebração de Corpus Christi. Para ele, o significado é emocionante. Não é apenas um desenho coberto de serragem, palha de arroz, borra de café, sal e tinta. As cores têm tonalidades de recomeço. Ele diz que a vida teve reviravolta depois de adentrar no movimento hip hop e também pela fé. Morador de Ceilândia, a mais populosa região administrativa do Distrito Federal, e

de área de periferia, Alexandre recorda, enquanto desenha, que a adolescência foi feita de imagens de violência.

“Eu fazia parte de uma gangue que entrava em conflito com outros gangues. Até os 18 anos, muitos dos meus amigos morreram”.

Apoio

Com medo, o artista foi encaminhado por um familiar para o Movimento Jovens Organizando e Instituindo Amor (Joia), ligado à arquidiocese local. “Eu não queria inicialmente, mas se tornou importante para mim”. Outro caminho dele, além da fé, foi o apoio de mais artistas de Ceilândia, do hip hop.

O presidente do grupo, Getúlio Silva, de 48 anos, que é comerciário, ficou emocionado com a montagem da arte. Com as mãos cobertas de luva e serragem, lembrou quando a fé, segundo ele, teria feito a diferença: na ocasião em que a filha de oito meses de vida foi operada do coração. “Hoje ela tem 22 anos”.

Artes na

Esplanada

Histórias como essa compõem o tapete de 130 metros de comprimento (por quatro de largura) em que cerca de 500 pessoas, sendo a maioria de jovens de pelo menos 25 grupos, se envolveram diretamente para a celebração da data na capital.

O tapete e o altar foram montados no gramado central da Esplanada. Está previsto para às 16h40 que o cardeal arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cézar Costa e religiosos passem pelo tapete em direção à missa, às 17h.

Inclusão

Eles vão passar pelo tapete que é feito de trajetórias como a do professor de filosofia Mateus Salgado, de 31 anos, que é surdo, e projetou com a esposa, Karla Watanabe, de 30, (que é ouvinte) o desenho de mãos reunidas, como um sinal de pedido de inclusão (a Deus e à sociedade).

Primeiro, desenharam no papel. Depois no computador. Quem colocou no chão de terra foi outro integrante da pastoral dos surdos, Gustavo Bustamante, que gosta de desenhar, mas é digitador no dia a dia.

“A sociedade precisa abraçar mais os surdos. Eles são muito esquecidos. A gente precisa utilizar toda a forma de dar visibilidade à luta deles”, diz Karla. O

marido estava comovido com o desenho que virou tapete de Corpus Christi. “Eu sinto emoção de transmitir o que queremos dizer”.

Juventude

Mais à frente, grupos de jovens dançavam, cantavam e tocavam violão com músicas que falavam sobre fé, amor, união e reconciliação. Um dos tapetes, com símbolo de eucaristia, era feito por jovens de Samambaia Sul, outra região periférica nas cercanias da capital.

A estudante de nutrição Rafaela Almeida, de 21, é catequista no bairro e testemunha que a fé impede os caminhos tortuosos para as drogas e crimes. “Todos precisam de apoio uns dos outros. Quando fazemos o tapete, é também dessas transformações que passamos”.

Choque de Titãs: Por que os EUA bombardearam o Irã e reacenderam o risco de guerra no Oriente Médio

Ao atacar instalações nucleares iranianas, Trump rompe com discurso pacificador e empurra os EUA para o centro de uma crise geopolítica explosiva que pode redefinir o equilíbrio global.

Os Estados Unidos surpreenderam o mundo ao lançar, em 21 de junho, uma ofensiva contra três instalações militares e nucleares do Irã. A ação, autorizada pelo presidente Donald Trump, rompeu meses de discurso pacificador e provocou um abalo imediato no já instável tabuleiro do Oriente Médio. O impacto foi global: aliados desconcertados, mercados em alerta, e uma nova corrida por respostas sobre os reais motivos, riscos e consequências do bombardeio.

Reunimos análises de especialistas e correspondentes internacionais para entender as dimensões desse novo capítulo de tensão global — e o que pode vir a seguir.

1. Por que os EUA atacaram agora?

Segundo o correspondente Gary O’Donoghue, da BBC, o timing foi estratégico. Após dias de ataques israelenses ao Irã, que enfraqueceram os sistemas defensivos e esgotaram parte do arsenal iraniano, Trump enxergou uma janela de oportunidade.

“O Irã estava vulnerável como nunca. Milícias esfaceladas e mísseis em baixa quantidade abriram espaço para uma ação rápida e com alto potencial de impacto”, disse O’Donoghue. Em outras palavras: o ataque foi menos reação e mais cálculo — político, militar e eleitoral.

2. Qual o impacto estratégico da operação?

O bombardeio liderado pelos EUA atingiu pontos sensíveis, incluindo a instalação subterrânea de Fordow. A ação

teve apoio aéreo de Israel e ocorreu sem resistência significativa, o que, para o jornalista John Simpson, expôs uma fragilidade militar iraniana até então desconhecida.

Mas há dúvidas sobre a eficácia real: autoridades iranianas afirmam que o material nuclear já havia sido transferido, o que colocaria em xeque o impacto do ataque. Ainda assim, o simbolismo é forte — os EUA, novamente, optando pela força militar como linguagem diplomática.

3. Como o Irã pode reagir?

A resposta de Teerã ainda é incerta. O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, prometeu “danos irreparáveis” caso os EUA cruzassem a “linha vermelha”. Agora, essa linha foi cruzada.

A retaliação pode ser direta — com ataques a bases americanas — ou indireta, por meio de grupos aliados como o Hezbollah ou os Houthis, que já ameaçaram alvos no Mar Vermelho. Analistas também destacam o risco de impactos no mercado energético global, com possíveis ataques à infraestrutura de petróleo.

Apesar disso, fontes do governo americano indicam que não há intenção de escalar para um confronto direto com o regime iraniano. A operação, dizem, foi “cirúrgica e pontual” — uma tentativa de contenção, não de invasão.

4. A guerra do Iraque se repete?

Comparações com a invasão do Iraque em 2003 são inevitáveis. Naquele caso, os EUA alegaram a existência de armas de destruição em massa — nunca encontradas — para justificar a guerra. Agora, a justificativa é o programa nuclear iraniano, igualmente envolto em suspeitas e dúvidas.

Mas há uma diferença importante: o ataque ao Irã foi executado em tempo recorde. Em menos de duas semanas, os EUA passaram de ameaças ver-

bais a mísseis no ar. Essa rapidez desconcertou aliados como França, Reino Unido e Alemanha, que não foram consultados antes da operação.

O xadrez de Netanyahu e a retórica de Trump

No dia seguinte ao ataque, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falou em inglês — não em hebraico — diretamente a Trump. A escolha de idioma e tom foi simbólica: uma comemoração pública de anos de pressão para que os EUA tomassem uma posição mais agressiva em relação ao Irã.

Para Netanyahu, o bombardeio pode ser a consagração de uma vitória política e estratégica. Mas mesmo em Israel, especialistas divergem sobre o real impacto da ofensiva — e sobre os riscos de colocar ainda mais lenha em uma fogueira que queima há décadas.

Paz com bombas?

Desde a campanha eleitoral que o levou de volta à Casa Branca, Trump tenta se firmar como um líder global capaz de promover “paz através da força”. Mas sua ação no Irã gerou o oposto: instabilidade diplomática, críticas de aliados e incerteza sobre o futuro.

Internamente, o presidente também enfrenta divisões. Figuras da ala republicana mais isolacionista — como o vice JD Vance — tentam manter a narrativa de que Trump ainda representa o “não intervencionismo”. Mas com mísseis cruzando o Oriente Médio, essa posição começa a ruir.

O Começo do Fim ou o Fim do Começo?

Domingo (22/06), Benjamin Netanyahu não falou ao povo de Israel em hebraico. O primeiro-ministro israelense optou por um discurso em inglês, mirando diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O motivo? O ataque aéreo às instalações nucleares iranianas ocorrido no dia anterior, que redesenhou dramaticamente o tabuleiro do Oriente Médio.

Com um sorriso quase irreprimível, Netanyahu parecia colher os frutos de anos de pressão e convencimento. Por mais de uma década, o líder israelense trabalhou

CAPA

para convencer os EUA de que o programa nuclear do Irã representava uma ameaça iminente e só poderia ser neutralizado por uma ação militar — preferencialmente com o armamento de precisão americano.

O ataque conduzido por bombardeiros B2 às instalações nucleares iranianas, especialmente ao centro subterrâneo de Fordow, foi descrito por Netanyahu como uma decisão “ousada” de Trump, “capaz de mudar a História”. Para o primeiro-ministro israelense, trata-se da possível coroação de um objetivo de guerra declarado há anos: paralisar o programa nuclear do Irã.

Mas o triunfo ainda é relativo. As autoridades iranianas afirmam que o material nuclear já havia sido transferido para fora do país, o que colocaria em xeque o real impacto da ofensiva. Sem essa intervenção americana, Israel seguiria com sua lista estratégica de alvos — militares, comandantes, cientistas e infraestrutura nuclear — acumulada ao longo dos anos.

Ainda assim, a operação dos EUA representa um divisor de águas. Se as instalações foram realmente obliteradas, Netanyahu poderá, pela primeira vez, afirmar que a ameaça foi neutralizada. Mas a dúvida que paira sobre o mundo é: a que custo?

Risco de Escalada

O ataque também colocou o Irã em uma encruzilhada. O aiatolá Ali Khamenei já havia advertido que qualquer incursão americana resultaria em “danos irreparáveis”. Agora, caberá a Teerã escolher entre uma retaliação contundente ou uma resposta controlada, capaz de preservar o regime e evitar um conflito de proporções catastróficas.

A reação pode vir de várias frentes. O grupo Houthi, no Iêmen, ameaçou atingir navios americanos no Mar Vermelho. Militares, empresas e cidadãos

dos EUA no Golfo tornaram-se alvos potenciais. Ataques a bases americanas ou à infraestrutura de petróleo podem impactar duramente o mercado global, com reflexos no preço da gasolina e na segurança energética mundial.

Apesar disso, o governo americano sinalizou que não pretende ir além neste momento. Não há, oficialmente, interesse em provocar uma mudança de regime em Teerã, o que pode ser um indicativo de que Washington espera conter o conflito antes que ele atinja níveis irreversíveis.

Trump rejeita avaliação do Pentágono e insiste em sucesso total de ataque ao Irã

Relatório de inteligência indica que bombardeios dos EUA pouco afetaram programa nuclear iraniano; presidente fala em “mentira da imprensa” e cobra lealdade do alto escalão militar.

Um relatório preliminar da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) do Pentágono contradiz frontalmente a versão da Casa Branca sobre os bombardeios americanos às instalações nucleares do Irã, realizados no último sábado (21/6). Segundo fontes da inteligência ouvidas pela rede CBS, os ataques, embora impactantes, não conseguiram destruir o programa nuclear iraniano — e o máximo que teriam alcançado foi atrasar suas operações por alguns meses.

As bombas bunker buster lançadas pelos EUA atingiram três locais estratégicos: Fordo, Natanz e Isfahan. Ainda assim, de acordo com o relatório vazado, as centrífugas de enriquecimento de urânio permanecem majoritariamente intactas. Apenas as estruturas de superfície teriam sofrido danos relevantes, com entradas bloqueadas e parte da infraestrutura destruída.

A Casa Branca, no entanto, refuta com veemência essa leitura. Em nota oficial, o governo classificou a avaliação como “totalmente errada” e “uma tentativa clara de descredibilizar o presidente Donald Trump”. O próprio Trump foi às redes sociais na noite de terça-feira (24/6) para atacar a imprensa e negar qualquer falha nos bombardeios.

“Eles atingiram o alvo perfeitamente, destruíram tudo. A imprensa é muito desrespeitosa”, declarou. O presidente citou nominalmente veículos como a CNN e o New York Times, acusando-os de espalhar “fake news” para minimizar aquele que chamou de “um dos ataques militares mais bem-sucedidos da história”.

O enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, foi ainda mais duro. Para ele, o vazamento do relatório é “traição” e deveria ser investigado: “Quem quer que seja responsável deve responder por isso.”

Segundo fontes militares ouvidas sob condição de anonimato, o Irã teria conseguido transferir parte de seu estoque de urânio enriquecido antes dos bombardeios. Isso reforça a ideia de que o programa nuclear segue operacional — ainda que temporariamente interrompido.

A bomba norte-americana utilizada, conhecida como Massive Ordnance Penetrator (MOP), de 13,6 mil kg, é considerada uma das poucas capazes de atingir instalações subterrâneas como as do Irã. Ainda assim, o efeito teria sido limitado.

Cessar-fogo frágil e clima de tensão

Como resposta ao ataque, o Irã lançou mísseis contra bases americanas no Catar na segunda-feira (23/6), em uma retaliação simbólica, sem deixar feridos. Em seguida, Trump anunciou um cessar-fogo entre Irã e Israel, após mais de uma semana de escalada iniciada por um ataque israelense a instalações nucleares iranianas.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, e o comandante das Forças de Defesa de Israel, general Eyal Zamir, confirmaram publicamente que a trégua está em vigor — embora sob constante tensão.

Na terça (24/06), Trump usou sua rede Truth Social para advertir Israel a não violar o acordo: “ISRAEL. NÃO LANCEM ESSAS BOMBAS. SE FIZEREM, É UMA GRAVE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, AGORA.”

Apesar de declarações mais duras vindas de membros do governo israelense, incluindo o ministro da Defesa, Israel Katz, que chegou a ordenar uma resposta “intensa” contra Teerã, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recuou após uma conversa com Trump. Israel, ao menos por ora, se absteve de novos ataques.

No xadrez de guerra e diplomacia do Oriente Médio, a tensão permanece alta — e a avaliação real dos danos causados pelos EUA ao programa nuclear iraniano segue no centro de uma disputa entre militares, inteligência e o presidente norte-americano.

Entre propaganda e realidade: o custo político da narrativa de vitória

O impasse entre o Pentágono e a Casa Branca sobre o real impacto dos ataques ao Irã expõe uma fratura interna cada vez mais visível no governo Trump. O presidente, em busca de consolidar sua imagem de liderança forte em ano eleitoral, não pode se dar ao luxo de admitir que o ataque — por mais

midiático que tenha sido — falhou em atingir seu objetivo principal: desmantelar o programa nuclear iraniano.

A retórica inflamada contra a imprensa e o tom beligerante contra seus próprios órgãos de inteligência não são novidade, mas ganham novos contornos neste episódio. Trump está transformando uma operação militar complexa em um ativo de campanha, enquanto desacredita avaliações técnicas que não corroboram sua versão dos fatos.

Esse movimento traz riscos. A politização da inteligência militar pode desorganizar a cadeia de comando e minar a credibilidade internacional dos EUA — especialmente em um momento em que o país atua como mediador de um cessar-fogo delicado entre Irã e Israel.

Ao forçar uma narrativa de “vitória total”, Trump talvez conquiste manchetes favoráveis entre sua base mais fiel. Mas, se novas informações confirmarem o que dizem os especialistas da Defesa, o episódio pode voltar como um bumerangue, evidenciando fragilidade estratégica disfarçada de força.

Morre brasileira que caiu em trilha de vulcão na Indonésia

Foi encontrada morta a brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que fazia uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Ela caiu da borda da cratera de um vulcão na madrugada de sábado (21), mas as equipes de resgate só conseguiram chegar até ela nesta terça-feira (24).

“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações,

mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz comunicado da família no perfil do Instagram chamado Resgate Juliana Marins, criado por parentes para divulgar notícias sobre o desaparecimento da jovem.

Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate Indonésia (Basarna), a demora em iniciar os trabalhos de busca e salvamento no sábado ocorreu porque as equipes só foram avisadas depois que um integrante do grupo de Juliana conseguiu descer até um posto em uma caminhada que levou horas. Além disso, foram necessárias algumas horas até que os resgatistas subissem até o local.

Buscas

Nos dois primeiros dias, drones com sensores térmicos não encontraram Juliana. Apenas na manhã de segunda-feira (23) ela foi localizada. A temperatura do corpo mostrou que a brasileira ainda estava viva, porém, se mantinha imóvel.

Nesta terça-feira, um helicóptero foi enviado à região, com uma equipe de resgate com grupamento especial da Basarna. As condições meteorológicas e geográficas prejudicam o trabalho de salvamento, segundo a agência.

Outro problema é a profundidade onde está Juliana, a cerca de 500 metros abaixo da borda da cratera, o que dificulta a chegada por meio de cordas.

Quando o frio aperta

Especialista explica os impactos das baixas temperaturas na coluna e orienta sobre cuidados, prevenção e tratamento fisioterápicos eficazes.

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Você já ouviu falar no ILIB (Irradiação Intravascular do Sangue com Laser)?

É uma técnica que utiliza luz laser de baixa intensidade para estimular a circulação sanguínea e promover diversos benefícios à saúde. Essa terapia não invasiva é

aplicada na pele, geralmente sobre a artéria radial no punho, e atua na melhora da oxigenação do sangue, combate aos radicais livres e redução de processos inflamatórios.

Indicações do ILIB

Tratamento de doenças crônicas: Inclui condições como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.

Controle de inflamações: Beneficia casos de artrite, dores crônicas e doenças autoimunes.

Estresse oxidativo: Ajuda a combater os efeitos do envelhecimento e o desgaste celular causado por radicais livres.

Estética e bem-estar: Indicada para melhorar a aparência da pele, aumentar a energia corporal e acelerar a recuperação de lesões.

O principal objetivo da ILIB é promover a homeostase, o equilíbrio fisiológico do corpo.

Os benefícios: Redução de radicais livres: A radiação laser possui a capacidade de diminuir os radicais livres presentes no sangue, que são moléculas instáveis responsáveis por causar danos às células e tecidos, acelerando o processo de envelhecimento e contribuindo para o desenvolvimento de diversas doenças.

Fortalecimento do sistema imunológico: A ILIB pode auxiliar na ativação da produção de células imunológicas, além de aprimorar a resposta do sistema imunológico, ajudando o organismo a combater infecções e inflamações.

Aumento da oxigenação tecidual: O tratamento contribui para melhorar a captação de oxigênio pelas hemácias, otimizando a oxigenação dos tecidos e, consequentemente, aumentando a eficiência do metabolismo celular.

Melhora da circulação sanguínea: A terapia pode promover uma melhor circulação, relaxando as paredes dos vasos sanguíneos e ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares.

Efeito anti-inflamatório: A radiação laser pode reduzir a produção de substâncias inflamatórias no corpo, aliviando dores e desconfortos associados a condições inflamatórias crônicas.

Aumento da produção de ATP: A ILIB pode estimular a produção de ATP (adenosina trifosfato) nas células, o que proporciona mais energia para os processos biológicos, sendo útil na aceleração da regeneração celular e na cicatrização.

CONTOS

Alice, sempre Alice

Marcamos sem nenhum espaço de tempo preestabelecido encontros em Londres.

Começamos nos divertindo no seu jardim encantado, nos desbundando com as loucuras do gato de Cheshire, enlouquecendo ainda mais a pobrezinha da rainha louca.

Coitadinha, ela pensa que é uma guilhotina da Revolução Francesa, e ameaça cortar a cabeça de qualquer um que a incomode.

Outras vezes deixamos a rainha, o gato, as louças e tudo o mais de lado e vamos viver outras aventuras na capital da Inglaterra.

Lá conhecemos a primeira Millennium Wheel, também conhecida como London Eye.

Alice, me conta, você sentiu um frio na barriga sinistro como eu senti? Você se sentiu uma garota superpoderosa como eu?

Olhado Londres 135 metros abaixo de nós, me senti a Mulher Maravilha.

O melhor é que nos damos o direito de sermos totalmente piradas, a ponto de ver e bater papo com Ringo, George, Paul e John, atravessando a faixa de pedestres mais famosa do mundo em Abbey Road.

Catedral de São Paulo, afinal concordamos que é um belíssimo trabalho de arquitetura.

Quanto a participar da missa, aí já vai um Tâmisa de distância.

Não conseguirmos deixar de visitar a Tower Bridge.

Que imponente ela é, não é darling?

Você ri da minha carolice (designação sua para a minha fé), mas nos respeitamos tanto que você até me acompanha à Catedral de São Paulo, afinal concordamos que é um belíssimo trabalho de arquitetura. Quanto a participar da missa, aí já vai um Tâmisa de distância.

Não conseguirmos deixar de visitar a Tower Bridge. Que imponente ela é, não é darling?

Será que foi por isso que sonhei que Ringo e eu vivemos um tórrido romance?

He is Ringo, and I am a star.

Não fizemos nenhum sacrifício para visitar Buckingham, pois depois que a Bethinha virou uma estrela, o palácio perdeu muito do seu charme.

Do you agree?

Você ri da minha carolice (designação sua para a minha fé), mas nos respeitamos tanto que você até me acompanha à

Tomamos porres homéricos nos pubs do Soho.

Menina, cada vez que visitamos o Soho nos surpreendemos com alguma novidade.

Seja um novo pub ou algum drink novo e hypado nas cartas de bebidas.

A gente curte bastante também a boemia de Convent Garden.

O único perigo que corro é que o bairro devido ao nome me convença a entrar para o convento das carmelitas descalças.

Pensamos até em morar em Portobello Road, mas imediatamente percebemos que ficaríamos presas num endereço. E nossa ideia é a de sempre mudar, de sempre fazer coisas novas.

* Ângela Beatriz Sabbag é bacharel em Direito por graduação e escritora por paixão.

Bailarina Clássica, Pianista e Decoradora de Interiores angelabeatrizsabbag e-mail angelabeatrizsabbag@gmail.com

ECONOMIA

A guerra entre Irã e Israel pode afetar diretamente o seu bolso

OOriente Médio é uma das regiões mais estratégicas e sensíveis do mundo em termos geopolíticos e econômicos, especialmente por concentrar grande parte da produção e exportação de petróleo global. Quando ocorrem conflitos armados na região - como guerras civis, ataques a instalações de petróleo ou tensões entre países produtores - o mercado reage de forma quase imediata, elevando os preços do barril de petróleo no mercado internacional.

O petróleo é uma commodity essencial para o funcionamento da economia global. Ele influencia diretamente os preços da gasolina, do diesel e de diversos produtos derivados da cadeia petroquímica, além de afetar os custos de transporte e logística. Assim, um aumento expressivo no preço do petróleo provoca um efeito cascata, encarecendo uma série de bens e serviços.

Esse aumento nos preços resulta em um fenômeno conhecido como inflação de custos, no qual o encarecimento das matérias-primas pressiona o preço final dos produtos. Essa inflação não é gerada por aumento de demanda, mas sim por uma elevação nos custos de produção, algo particularmente difícil de combater com políticas econômicas tradicionais.

Diante de um cenário de inflação crescente, os bancos centrais ao redor do mundo — como o Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco Central do Brasil tendem a reagir elevando as taxas de juros. O objetivo dessa medida é conter a inflação reduzindo o consumo e o investimento, tornando o crédito mais caro e menos acessível.

Porém, essa estratégia tem efeitos colaterais importantes. O aumento das taxas de juros encarece os financiamentos, impacta o mercado imobiliário, reduz o valor presente de ativos financeiros (como ações e títulos) e pode levar à desaceleração econômica ou até mesmo à recessão, dependendo da intensidade e duração do aperto monetário.

Para os investidores, esse ambiente se traduz em maior volatilidade nos mercados financeiros. Ações de setores mais sensíveis ao custo do petróleo, como transporte, aviação e indústrias intensivas em energia, tendem a sofrer. Da mesma

forma, títulos de renda fixa podem perder valor à medida que as taxas de juros sobem.

Investimentos concentrados em apenas um setor, região ou classe de ativos ficam particularmente expostos a esses choques. Um investidor com portfólio fortemente alocado em ações de países desenvolvidos, por exemplo, pode ver suas aplicações sofrerem perdas relevantes diante de uma crise global causada pela alta do petróleo.

É nesse contexto que a diversificação de investimentos se mostra fundamental. Diversificar significa distribuir os recursos entre diferentes tipos de ativos (ações, renda fixa, commodities, fundos imobiliários, criptomoedas etc.), setores econômicos e regiões geográficas. Essa estratégia visa reduzir o risco total do portfólio, justamente porque diferentes ativos reagem de maneiras distintas a um mesmo evento.

Enquanto ações podem cair durante uma crise de inflação, certos ativos como ouro e títulos indexados à inflação tendem a se valorizar: 1) Mercados emergentes exportadores de petróleo podem se beneficiar da alta da commodity, ao contrário de países importadores; e 2) Investimentos em setores menos sensíveis ao petróleo, como tecnologia ou saúde, podem ter desempenho mais estável.

Além disso, o uso de ativos considerados “protetores” ou de baixo risco, como reservas em moeda forte, fundos multimercados ou ativos reais (imóveis, terras), pode proporcionar uma almofada de proteção contra choques geopolíticos e macroeconômicos. O aumento do petróleo provocado por guerras no Oriente Médio é um exemplo claro de como eventos geopolíticos podem ter impactos econômicos amplos, elevando a inflação e forçando altas nas taxas de juros internacionais. Em um mundo cada vez mais interconectado e sujeito a incertezas, a diversificação deixa de ser apenas uma recomendação e se torna uma necessidade estratégica para quem deseja preservar e fazer crescer seu patrimônio no longo prazo.

* Humberto Nunes Alencar, formado em jornalismo pela UnB e economia pela Católica. É mestre em economia e doutor em direito pelo IDP.

Aos 91 anos, morre ator Francisco Cuoco

Oator brasileiro Francisco Cuoco morreu nesta quinta-feira (19) aos 91 anos de idade, em São Paulo.

Ele estava internado no Hospital Albert Einstein. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Cuoco deixa três filhos.

Nascido em 1933 na capital paulista, Cuoco tinha mais de 60 anos de carreira, em atuações para televisão, teatro e cinema. As primeiras aparições na televisão aconteceram no Grande Teatro Tupi, programa da TV Tupi que adaptava peças de teatro.

A primeira aparição em uma telenovela ocorreu na TV Record, em Marcados pelo Amor, de 1964. Na sequência, em 1966, atuou em Redenção, pela TV Excelsior. Na mesma emissora, em 1968, esteve em Legião dos Esquecidos.

A partir de 1970, Cuoco começou a atuar em produções da TV Globo.

Primeiro, em Assim na Terra Como no Céu, quando interpretou um padre. Outros destaques foram Selva de Pedra,

em 1972, O semideus, em 1973, e Cuca Legal, em 1975.

Um dos maiores sucessos da carreira do ator foi o taxista Carlão, personagem que interpretou em Pecado Capital, também em 1975.

Entre a década de 1990 e de 2000, atuou mais em produções para o cinema. Nessa lista, vieram Traição, de 1998, Gêmeas, de 1999, Um Anjo Trapalhão, de 2000, A Partilha, de 2001, e Cafundó, de 2005.

O velório do ator será realizado na sexta-feira (20), das 7h às 15h, no Funeral Home, na rua São Carlos do Pinhal, 376, na Bela Vista, na capital paulista.

Os familiares informam que a cerimônia será aberta ao público. E que o sepultamento, às 16h, será reservado para parentes e amigos.

“É com pesar e consternação que a família comunica o falecimento do ator Francisco Cuoco. Ele estava com a família e partiu de forma tranquila e serena. Agradecemos a todas as mensagens de pesar e manifestações de carinho”, diz trecho da nota divulgada pela família. “Nossa gratidão e amor eterno por ter tido você em nossas vidas”.

Cuidemos das nossas próprias vidas

Aopinião dos outros sobre mim sempre me incomodou mais do que eu gostaria. Durante muito tempo, orientei minhas atitudes e decisões com base no que os outros iriam pensar de mim caso eu fizesse aquilo. Exaustivo. Hoje em dia, estou mais desapegada com relação a isso, mas longe de estar 100% imune. É que as pessoas são cruéis quando resolvem cuidar da vida alheia. Elas não descansam quando o assunto é a vida dos outros.

Outro dia, eu estava caminhando com a lanterna do celular ligada, porque era noite e a calçada estava escura. Eu só queria iluminar o caminho por onde caminhava para não tropeçar e cair no chão. Pois me vem uma moça em uma moto buzinando e gritando “A lanterna do celular está ligada”. Quase bateu no carro da frente para se intrometer na vida alheia sem saber o motivo da minha lanterna estar ligada, fato que não tem nada a ver com a vida dela. Eu tomei um susto e quase caí no chão. Não por causa do caminho mal iluminado, isso já estava resolvido com a lanterna do celular, mas por causa de uma pessoa intrometida. Muitas vezes a intromissão vem disfarçada de preocupação. “Sua lanterna está ligada”, “Você está acima do peso, isso não é bom para a sua saúde”. E por aí vai.

O fato é que não sabemos o que se passa no universo da outra pessoa. O que vemos é apenas a superfície.

Eu não me excluo desse grupo de julgadores. Assim que a brasileira Juliana Marins caiu na encosta do Monte Rijani, na Indonésia, eu a julguei. O que foi fazer sozinha em um lugar perigoso? Que lugar feio, qual é a graça de estar

aí? Estava frio e ela estava de calça jeans? Ela se colocou nessa situação porque quis, quem mandou se afastar do guia?

Não me orgulho de ter pensado assim. Hoje eu vejo que isso foi cruel e injusto. Toda mulher tem direito de viver a vida da maneira que bem entender. Se o que faz ela feliz é sair por aí desbravando o mundo sozinha, ninguém deve questionar. Se ela fosse homem, provavelmente não teria sido tão massacrada.

O que dilata tua pupila? O que te faz sentir vivo? No meu caso é uma praia, um sol escaldante, é assistir um espetáculo de teatro de tirar o fôlego, é ser elogiada pelo meu trabalho, são muitas coisas. No caso da Juliana, era desbravar o mundo, viver aventuras. Pelo que li sobre ela até o momento, ela viveu mais nos seus 26 anos de vida do que muita gente aos 90. Ela já tinha conhecido uma boa parte do mundo, fazia trabalhos sociais, fazia pole dance, vivia a vida ao máximo, era uma menina trabalhadora além de tudo. Eu tenho certeza que, com tudo que ela fazia, Juliana nem tinha tempo para se preocupar sobre o que os outros pensavam dela. E ela foi feliz, apesar de merecer ter vivido muito mais.

Vai em paz, Juliana.

*Mila Ferreira, repórter do Correio Braziliense. Formada em Jornalismo pelo IESB e pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS

Regime Semiaberto: Lenitivo ou Torquemada Parte II

Vivemos hoje no país, toda a sociedade, a maior insegurança jurídica desde tempos imemoriais.

As leis foram feitas para que nós, cidadãos, não vivamos sempre com uma espada sobre as nossas cabeças, podendo cair e nos decapitar a qualquer momento.

Mas quero usar a minha voz para tentar que ela chegue até a juíza Leila Cury para que ela tome ciência de que o que em tese deveria animar os detentos e seus familiares, é um bicho-papão amedrontador.

Ouvi relatos de que não há perdão para atrasos, sob qualquer circunstância.

Mães adoecidas cuidam de filhos adultos com maior cuidado do que tomariam se fossem bebês.

O grupo do CPP é o verdadeiro muro das lamentações.

Mães descabeladas pedindo informações sobre quais as celas de castigo levam seus entes de volta para o CIR.

Voltando, depois de alguns dias do castigo, perdem o direito às “saidinhas” e são desligados do trabalho.

Mas tudo pode piorar.

Estou estarrecida com relatos ouvidos hoje:

A juíza antecipa o aberto, o cidadão está trabalhando já há três meses, e de repente é recolhido no trabalho por uma viatura descaracterizada que o leva novamente ao CPP.

Tudo isto porque MP recorre e tira da pessoa o benefício a ele concedido.

Será que a luta do legislador foi em vão? Será que depois de alcançado o progresso, a garantia de não sermos vítimas de leis discricionárias foi enterrado?

Aqui fora sofremos todos pelo perigo constante de termos nossa liberdade cerceada, imagina aqueles condenados que cumprem as penas a eles cominadas.

Tenho para mim que mesmo depois da pena cumprida, o estigma de presidiário acompanha a pessoa para além da morte.

‘A mácula do crime é mais forte que uma tatuagem. Urge que o regime semiaberto seja repensando e discutido o mais brevemente possível.

PIC-NIC lança “Volta”, álbum que consolida o retorno da banda indie

Formada em 2001 por Guidi Vieira (voz), Miguel Afonso (guitarra), Paulo Gehm (guitarra), Flavio Chokkito (baixo) e Robson Riva (bateria), a banda indie rock carioca PIC-NIC lançou o álbum “Volta”, o primeiro registro composto exclusivamente de inéditas desde o retorno do grupo, em 2021, após uma pausa que durou 14 anos. Conversamos com a banda para saber mais sobre o disco de sete faixas, assinado pelo selo Novevoltz Records em parceria com a Bonde Music.

“Volta”, como anunciado no título, marca o retorno da PIC-NIC após 14 anos. Por que a banda ficou tanto tempo parada? Vocês tiveram outros projetos durante esse período?

MIGUEL: Guidi teve alguma coisa solo, Chokkito também, e o Robson toca com todo mundo!

GUIDI: Não foi uma pausa, foi um fim, mesmo, após bastante dedicação: tínhamos bastante tempo, e dávamos tudo o que tínhamos pela banda. Isso gerou um grande desgaste. Até tentamos voltar antes, mas ainda não era a hora, pelo visto. Mas, por sorte, houve um recomeço. E eu nunca imaginaria que quereríamos isso, nós todos, ao mesmo tempo. Eu iniciei um trabalho solo em 2014, com o qual permaneço até hoje.

Em 2021 a PIC-NIC lançou o disco “2007”, com faixas que já haviam sido compostas quando a banda ainda estava na ativa. Foi nesse momento que veio a vontade de trabalharem em algo novo?

MIGUEL: “2007” é composto por um repertório criado no período de 2002 a 2007, ele já estava 90% gravado; achamos o material e finalizamos, mas ele deu sim o start para voltarmos e entendermos que é bom estar juntos.

Fotos: Gabriela Garcez

Tudo começou a fluir: músicas novas, ideias novas e a cumplicidade que sempre tivemos foi voltando aos poucos.

O novo álbum conta com a participação do rapper Ramonzin na faixa “Essa Fala”. De onde veio a ideia desse ‘crossover’ inusitado?

MIGUEL: Ramozin é cara dos anos 2000/90. Batalhador, andou em todos os cantos que andávamos -- antes, o rap e o rock andavam mais juntos.

Circo Voador, Sinuca da Lapa... Ele é fruto do underground carioca, como nós.

Para comemorar o lançamento de “Volta”, a PIC-NIC divulgou o videoclipe da faixa “Aniquilação”, com direção de Rabu Gonzales. A música fala sobre a possibilidade do fim do mundo, e o vislumbre desse momento, como é isso?

GUIDI: É sobre haver até algum prazer em ver tudo acabando, o alívio final após tanta apreensão pela espera de um evento catastrófico. E poder viver esse momento apocalíptico ao lado de quem se ama

“Volta” é considerado pela banda o disco mais bem trabalhado que vocês já lançaram. Como se deu essa avaliação e qual a importância desse novo trabalho na carreira da PIC-NIC?

GUIDI: Além de termos contado com a estrutura do estúdio Marini e com o Mauro Araujo ao nosso lado, tem o importante fato de que o tempo passou, e adquirimos a tal ‘vivência’, que só favorece na hora de fazer as músicas e escrever as letras.

MIGUEL: É um álbum feito com muito esforço. Nos empenhamos para

que ele chegasse ao mundo com o melhor que temos no momento: um trabalho compacto, com arranjos bem pensados.

CHOKKITO: Ao mesmo tempo em que resgatamos o som que fazíamos lá no começo dos anos 2000, o período em que estivemos separados permitiu que cada um trouxesse novas e diferentes influências, então este novo álbum é meio que um caleidoscópio, um vislumbre do que a volta da PIC-NIC vai trazer neste e nos próximos trabalhos.

Quais os próximos passos da PIC-NIC e o que vocês podem adiantar para os leitores da Plano B?

MIGUEL: Pretendemos seguir tocando; com o álbum na rua, vamos atacar os shows, queremos tocar, tocar e tocar. Hoje em dia não se pode ficar muito tempo sem lançar conteúdo, e nós já temos umas 20 músicas selecionadas para o próximo álbum.

Fotos: Gabriela Garcez

EDUCAÇÃO

Educação na Era Digital: Uma Questão Civilizatória

Em todas as sociedades livres, livres e estimuladas também devem ser a troca de ideias, o debate franco e civilizado e o acesso ao conhecimento sem barreiras.

Contudo, o que temos visto nesse mundo cada vez mais tecnológico e digitalizado, é a transformação desse conhecimento em linguagens não totalmente absorvíveis por aqueles que se encontram na periferia. Por aqueles que mal conseguem sustentar seus lares com o básico e necessário para terem uma vida e não apenas sobreviverem até a manhã seguinte, quando voltam à roda viva em busca de seu sustento.

Essa “tecnização” do conhecimento vem se alastrando por todas as áreas da sociedade, seja no trabalho, pela utilização de plataformas de automatização das profissões, seja na interação social, por meio das redes sociais que vêm moldando os relacionamentos por meio de complexos algoritmos que objetivam o lucro a todo custo.

Juntemos a esse cenário, a inteligência artificial que, além de potencializar a extinção de vagas nos empregos de menores salários também traz um distanciamento gigantesco no aprendizado escolar, descortinando o fosso existente entre as instituições de ensino públicas e privadas.

dos por essa nova leva de educadores oriundos das instituições públicas.

Precisamos acelerar a capacitação dos novos educadores para que possam lidar com essas tecnologias comprometidas, utilizadas para o direcionamento de nossas escolhas e interações sociais que deveriam ser livres e o mais dispersas possíveis, já que o próprio conhecimento assim se encontra em nossa sociedade.

“Nossas políticas educacionais não estão sendo capazes

de combater a iniquidade perpetrada pela falta de condições dadas aos educadores da rede pública de entenderem as cada vez mais complexas infraestruturas tecnológicas que são disponibilizadas em um período cada vez mais curto”

Nossas políticas educacionais não estão sendo capazes de combater a iniquidade perpetrada pela falta de condições dadas aos educadores da rede pública de entenderem as cada vez mais complexas infraestruturas tecnológicas que são disponibilizadas em um período cada vez mais curto.

O ponto crucial, e inegável, aqui é que as turmas formadas por esse corpo educacional terão um gap significativo em sua bagagem cultural, além das próprias dificuldades do dia a dia que impactam na absorção de novos conhecimentos, que, por sua vez, também impactarão naqueles que serão forma-

Precisamos de educadores que sejam capazes de mostrar aos seus alunos que há um grande poder escondido nos obscuros algoritmos utilizados pelas big techs, fantasiados de memes, dancinhas e influenciadores, capaz de manipular as informações de acordo com interesses políticos e econômicos da vez.

Devemos trabalhar na conscientização de que as informações que nossa sociedade vê e compartilha nas redes sociais não são livres da influência das grandes corporações e governos.

É preciso reforçar que o que vemos, ouvimos e repassamos precisa ser avaliado com muito cuidado. Somente com o fortalecimento do pensamento crítico conseguiremos trazer a equidade para nossa civilização.

* Wilson Coelho é especialista em Políticas públicas de Saúde pela UNB, e Informática em Saúde pelo IEP-HSL.

Distribuidoras de energia alertam sobre riscos de fogueiras e balões

Com a chegada das festas juninas e julinas em todo o país, as distribuidoras de energia fazem um alerta à população: soltar balões é perigoso e ilegal, podendo provocar curto-circuitos, incêndios e até apagões, além de colocar vidas em risco. A prática é considerada crime ambiental, com pena de detenção e multa, e é uma ameaça real à segurança das pessoas e da rede elétrica.

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), que representa 42 concessionárias responsáveis pelo atendimento a mais de 90 milhões de domicílios brasileiros, reforça que a prevenção começa com ações simples e conscientes da população.

Além dos balões, as fogueiras acesas próximas à rede elétrica também podem danificar os cabos e causar acidentes sérios, com risco de choques, incêndios e interrupções no fornecimento.

O local onde se instala as típicas bandeirinhas ou enfeites também dever ser escolhido com cautela. Postes ou fios de energia não podem ser usados para este fim.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, major Fábio Contreiras, destaca que os balões são responsáveis por inúmeros incêndios nos centros urbanos e nas florestas, causando perdas materiais, destruindo a vegetação.

“Os balões também representam um grande perigo para a aviação. O risco de colisão ou de sucção pelas turbinas das aeronaves é real. Nessa situação, a chance de um acidente aéreo é muito alta”, disse Contreiras.

Segundo o presidente da Abradee, Marcos Madureira, esse período marcado por celebrações tradicionais também é momento de atenção e reflexão sobre algumas práticas que colocam em risco pessoas e a rede elétrica.

“Comportamentos de risco, como soltar balões ou montar fogueiras perto dos postes, podem trazer consequências graves e até irreversíveis”, destaca Madureira.

Muito o que debater

Omundo do trânsito no Brasil tem experimentado nos últimos tempos uma discussão intensa nos bastidores, mas pouco visível para o público mais amplo: a incorporação de exames toxicológicos aos processos de habilitação para condutores amadores de veículos automotores. Essa invisibilidade acaba constituindo um problema, não só porque a questão envolve muito mais que os aspectos estritamente técnicos, mas também, e ainda mais importante, porque extrapola muito os limites da segurança no trânsito.

Primeiro é preciso esclarecer a leitores menos familiarizados com o tema que exames toxicológicos não se destinam a identificar se a pessoa está sob efeito de substâncias psicoativas no momento da coleta de material. Nisso eles são fundamentalmente distintos do que fazem os etilômetros, popularmente conhecidos como bafômetros, que estimam a concentração instantânea de álcool no organismo. Eles medem o teor de álcool no ar expelido pelos pulmões, o que reflete quanto de álcool está presente no sangue de quem os sopra naquele preciso momento.

“O

exame toxicológico tem outra lógica, começando por, sendo laboratorial, sem uma proxy como a concentração de substâncias no ar presente nos pulmões, não se prestar a fornecer um resultado imediato e tirar de circulação o infrator no momento mesmo em que for abordado.”

O teste do etilômetro serve perfeitamente para afastar o risco imediato de manter em circulação o condutor que for flagrado dirigindo em estado de alcoolemia, assim como para responsabilizar o condutor que se envolver em sinistros de trânsito estando sob efeito de álcool. O exame toxicológico tem outra lógica, começando por, sendo laboratorial, sem uma proxy como a concentração de substâncias no ar presente nos pulmões, não se prestar a fornecer um resultado imediato e tirar de circulação o infrator no momento mesmo em que for abordado.

O exame toxicológico é vocacionado a produzir um registro histórico dos hábitos de quem a ele se submete. Sem entrar ainda nos debates de natureza ética e sobre o respeito à privacidade dos cidadãos, é possível encontrar justificativas

para a adoção desse tipo de testagem para a habilitação de condutores profissionais — categorias C, D e E — com base nas exigências impostas pelo mundo do trabalho. Na vida prática, sabe-se que há um número grande de motoristas recorrendo ao chamado rebite e a outras drogas para esticar suas jornadas ao volante. Nesse contexto, exames toxicológicos são capazes de revelar se o candidato a condutor profissional é usuário dessas substâncias, o que o inabilitaria para o exercício da atividade. Ainda assim, pode-se questionar sua eficácia, porque sempre há a possibilidade de o candidato manter-se “limpo” apenas durante o período detectável pelos exames. Estender esse protocolo a todos os candidatos a habilitação, porém, não parece encontrar respaldo nem mesmo em evidências de tal tipo.

A impressão que fica, e com muita força, é de que a medida será apenas mais uma fadada a se enquadrar entre outras tantas comprovadamente ineficazes iniciativas de combate ao consumo de drogas. Mas, além de ineficaz para a segurança no trânsito e para preservação da saúde pública, o exame toxicológico tem tudo para tornar-se também um instrumento moralista e hipócrita de estigmatização social. O tema é polêmico? Sem dúvida. Por isso mesmo, vamos abrir o debate!

* Paulo César Marques da Silva é professor da área de Transportes da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Engenharia de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Transport Studies pela University of London (University College London) (2001).

“O mundo ainda não

está

preparado

para viver sem o petróleo”, diz Lula

Opresidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial do Brasil, extensa área marítima que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá e onde o Rio Amazonas deságua no Oceano Atlântico.

Entrevistado pelo podcast Mano a Mano, Lula argumentou que a iniciativa pode aportar importantes recursos financeiros e energéticos para o desenvolvimento do Brasil e que o mundo ainda não está preparado para abrir mão das fontes de energia fóssil não-renováveis.

“Aqui no Brasil, por exemplo, já temos 30% de etanol na gasolina. Então, nossa gasolina já emite menos gases de efeito estufa que as outras. No óleo diesel, a gente já está colocando 15% de biodiesel. Então, nosso biodiesel vai terminar sendo melhor do que os outros”, comentou Lula ao argumentar que o petróleo pode ser um instrumento para financiar a transição energética

de que o mundo precisa.

Lula ressaltou que o Brasil não pode abrir mão de explorar esse campo petrolífero. “A gente não pode abdicar dessa riqueza. O que podemos é assumir um compromisso de que nada será feito para causar qualquer dano ao meio ambiente”, comentou o presidente ao voltar a responder à pergunta se acredita que a exploração de petróleo na Margem Equatorial será benéfica ao país.

“Como é que se explica o Brasil deixar de fazer pesquisa para saber se tem petróleo [se] temos uma empresa que é uma das mais modernas e a mais especializada do mundo em prospecção em águas profundas”, questionou Lula, referindo-se a Petrobras. “Ora, o Brasil não vai deixar de explorar riquezas enquanto os Estados Unidos, a França, a Noruega, o Catar [e outros países] as exploram. Precisamos do petróleo para muita coisa. Sobretudo para exportar, para fazermos a transição energética. Isso é para o benefício da sociedade brasileira”, concluiu o presidente.

Fábio Felix: o voto da coragem

Deputado distrital mais votado da história do DF, Fábio Felix rompeu barreiras como primeiro parlamentar assumidamente gay da CLDF e se consolidou como uma das vozes mais combativas na defesa dos direitos humanos, da saúde pública e da autonomia do Legislativo.

Por Assessoria de Imprensa do Deputado Fábio Felix

Fábio Felix é o primeiro deputado distrital orgulhosamente gay da Câmara Legislativa do DF. Foi eleito para o primeiro mandato em 2018, sendo reeleito em 2022 com a marca de mais votado da capital do Brasil. Com 51.792 votos, se sagrou o recordista da história do DF desde 1990, quando a população da cidade votou pela primeira vez.

O parlamentar e ativista de direitos humanos define seu mandato com a expressão “pé na porta”, por ter coragem de pautar lutas antes invisibilizadas pelo parlamento - como a defesa da população LGTQI+ e por sua posição de independência política. Fábio Felix defende que a Camara Legislativa “não seja um puxadinho do Palácio do Buriti”, preservando sua autonomia e defendendo os interesses da população, não de grupos políticos e empresariais.

Na avaliação do parlamentar, seu mandato tem servido a muitas lutas importantes para a sociedade, se destacando como o deputado que mais fiscaliza a saúde pública do DF e também como um dos que mais destina recursos para o SUS. Fábio também propôs e relatou a CPI do Feminicídio, teve

atuação fundamental na CPI dos Atos Golpistas, pautando o indiciamento de Bolsonaro e demais integrantes da cúpula golpista.

Quando o governador Ibaneis ameaçou acabar com o passe livre estudantil, Fábio lutou em todos os espaços para preservar essa conquista histórica da população. Sua atuação em prol da gratuidade no transporte público contribuiu para a implementação da tarifa zero aos domingos e feriados. “Seguiremos trabalhando para que a população tenha direito ao transporte gratuito todos os dias da semana”, afirma.

Saída do armário e início da trajetória

política

O preconceito sofrido na pele mostrou ao Fábio, desde muito cedo, que a sociedade precisava ser transformada. A infância marcada por piadas homofóbicas e uma adolescên-

Fotos: Assessoria de Imprensa do Deputado Fábio Felix

cia vivida a partir da mudança frequente de escolas ajudou o primeiro deputado distrital do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) a compreender que o preconceito é perverso. “Eu era muito novo quando entendi que a minha vida não seria fácil. Mesmo assim, eu decidi sair do armário e encarar todas as consequências dessa atitude, que foi o meu primeiro grande ato político”, revela.

Aos 16 anos, Fábio Felix recorreu ao apoio da família para ajudá-lo a compreender que a sua orientação sexual não era “um crime”. Os pais, Kátia Felix e Eliseu Silveira, foram o acolhimento que o filho precisava. As irmãs, Juliana e Mônica, não só apoiaram como se tornaram uma espécie de fortaleza para ele. “Eu sentia um apoio e uma proteção muito fortes. Imagina se toda pessoa LGBT tivesse esse suporte? É um dos meus maiores desejos!”, conta.

A Igreja Batista também foi um importante espaço de formação para o parlamentar apesar do preconceito que sofreu internamente. Na avaliação de Fábio, foi um cenário propício para o início da militância. “Tudo era decidido de forma coletiva, até as canções do coral. E também tínhamos eleição para tudo, foi ali que eu criei gosto pela participação democrática e entendi que só coletivamente a gente conquista as coisas”.

Militância estudantil e candidatura

dos Estudantes da UnB (DCE) e participou ativamente da histórica ocupação da Reitoria, em 2008. “A universidade foi muito importante para mim, para o meu engajamento. Foi ali que eu tive certeza de que para mudar a sociedade, a gente precisa fazer a luta coletiva”, detalha.

‘Recém-formado, ele se dedicou ao cuidado com crianças e adolescentes em situação de rua e vítimas de exploração e de abuso sexual. “Foi uma fase muito difícil, mas também de muito aprendizado e de fortalecimento da minha militância”, afirma. Como gosta de desafiar o senso comum, Fábio escolheu o Sistema Socioeducativo enquanto carreira. “Existe todo um tabu em torno do Socioeduativo: jovens presos que a sociedade não quer, não cuida e nem respeita. Durante o curso, eu já tinha me apaixonado pela proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes, então percebi que um novo e importante desafio me aguardava”, conta o assistente social, que já atuou em diversas unidades de internação, entre as quais o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje).

Fábio Felix fez parte do movimento que colocou fim ao CAJE. O assistente social se uniu a outros colegas de profissão que entendiam que era preciso construir uma nova prática de justiça juvenil. “A violação de direitos era algo muito pesado. Não podíamos aceitar que o estado adotasse essa conduta e criamos mecanimos para incidir de forma positiva na vida daqueles jovens”.

Fábio Felix teve dúvidas entre estudar Geografia ou Serviço Social. Acabou optando pelo segundo curso e por uma carreira que exige resiliência. Foi na Universidade de Brasília que ele começou a compreender o que o futuro lhe reservava: iniciou a trajetória no movimento estudantil, se uniu às pessoas que articulavam a criação do PSOL, coordenou o Diretório Central

Foi aí que nasceu o Espaço Conquista: modelo de atendimento implementando na unidade de internação de Planaltina e que consistia em incentivar o bom comportamento e a qualificação profissional dos internos, além de atendimento psicossocial. “Hoje eu reencontro vários jovens pelos quais a gente lutou e que ressignificaram suas histórias. Por isso eu afirmo: não existe receita e nem destino implacável, a vida ensina a gente todo dia e sempre é possível recomeçar”.

Candidatura e recorde de votos

Não foi fácil decidir se candidatar, mas Fábio entendeu que era preciso. “Nunca é uma escolha simples, se candidatar exige muita coragem e muita renúncia. Mas a abdicação da vida pessoal e a exposição a ataques ficam muito pequenas diante da vontade de mudar as coisas, de lutar pelas pessoas!”, contou. Essa foi uma decisão coletiva, o PSOL entendeu que a candidatura do presidente regional do partido era viável e necessária. Foram duas tentativas antes da vitória: 2006 e 2014. Eleito a primeira vez em 2018, Fábio Felix se tornou o primeiro deputado Distrital do PSOL.

EM EVIDÊNCIA

Em 2022, nova conquista inédita entrou para o currículo do parlamentar, se tornando o recordista de votos do Distrito Federal. Fábio acredita que se tornou o deputado distrital mais votado da história do DF por ter quebrado um tabu, mostrando à população do DF que um deputado abertamente gay pode atuar em todas as pautas de interesse da sociedade. “Não fui deputado de uma nota só e a população compreendeu que estávamos ao lado dela em todas as pautas importantes, como saúde, educação, segurança pública, defesa da cultura”.

Muito além da pauta

LGBTQIA+

Desde 2019, Felix é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Câmara Legislativa do DF. Atualmente, preside também as seguintes Frentes Parlamentares: Proteção da Cidadania LGBTI+; Defesa da Educação Inclusiva; Defesa das Religiões de Matriz Africana e Prevenção aos Extremos Climáticos.

Como deputado distrital em primeiro mandato, foi presidente da Comissão da Vacina e relator da CPI do Feminicídio.

No auge da pandemia de Covid-19, Fábio Felix se aliou a entidades de saúde para criar a Ação Covid, iniciativa que levou à fiscalização de unidades de saúde de todas as regiões do DF a fim de mapear a falta de insumos e de estrutura para enfrentamento da grave crise sanitária.

Para propor soluções aos crescentes casos de feminicídio no DF, em 2019 propôs e relatou a CPI do Feminicídio. Ao fim de mais de dois anos de traba-

lho, o relatório final da CPI propôs mais de 80 recomendações ao poder público para a proteção da vida das mulheres, incluindo a aprovação de seis projetos de lei, que incluem: a primeira lei do Brasil que cria um programa para órfãos do feminicídio e criação do Observatório do Feminicídio do DF.

Fábio Felix é conhecido por uma atuação parlamentar plural e que incide nas mais diversas pautas de interesse da sociedade, como meio ambiente, mobilidade urbana, direito à saúde e à educação, combate ao racismo, ao machismo, à LGBTfobia, ao capacitismo; defesa dos direitos de crianças e adolescentes e de cidadania para a população imigrante.

O mandato do ativista de direitos humanos também é pautado pelo enfrentamento à agenda de privatizações, em defesa do serviço e dos servidores públicos e pela luta em prol do fortalecimento da rede de assistência social do DF.

TOCANTINS

Estudante cria startup para facilitar a gestão de suprimentos em obras: ‘Mais transparente’

Aestudante e empresária Karoline Francisca Barbosa Abreu, de 30 anos, desenvolveu uma empresa que faz o gerenciamento de suprimentos para obras. Com as experiências que teve na área ao longo dos anos, ela teve a ideia de se especializar na gestão de compras e desenvolver seu próprio negócio.

“Desmistificar essa dificuldade e esses traumas que acontecem quando a gente fala de obra, né? Sempre é um trauma. Então, a gente quis trazer total transparência no processo. O cliente tem total acesso ao custo da obra, às marcas que estão sendo empregadas na obra, ele paga diretamente aos fornecedores e aos prestadores. A gente nasceu inovando nessa parte do mercado tradicional, mas de uma forma mais transparente”, explicou a empresária.

A Civil Work, nasceu em 2019 e atualmente atende, além do Tocantins, outros estados como São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O objetivo da startup é facilitar a vida das pessoas que vão construir ou reformar. Para isso, a empresa usa um sistema que filtra, qualifica os fornecedores e organiza o mapa de cotação.

Karoline é estudante de engenharia civil e explica que por não ter formação na área, atua no gerenciamento da empresa e conta com uma equipe de engenheiros responsáveis por assinar e executar as obras.

“Ele [engenheiro] tem a responsabilidade técnica do que acompanha e executa. Ele que assina, se responsabiliza por isso. A gente tem um contrato de colaboração técnica e ele tem o contrato direto com os clientes. O engenheiro não assina e sai do processo, ele assina a responsabilidade porque ele está contratado para isso. Eu sou empresária, faço a parte comercial e estratégica da empresa, sou eu que vendo para todos os clientes”, disse.

Apesar de não atuar diretamente na engenharia, seu último emprego antes de empreender foi no setor de suprimentos, em uma construtora em Palmas. Lá ela percebeu que uma das partes mais complicadas era a cotação de materiais que seriam utilizados nas construções.

“Em todas as construtoras que trabalhei, as compras e almoxarifado eram uma dor. E vi a oportunidade na construtora de entender e estudar todos os processos de compras como uma oportunidade de me especializar nisso e adaptar isso para a minha empresa. Para o tamanho da minha empresa e para os clientes que eu atendo hoje”, contou.

A empresária ainda explicou que o gerenciamento de obras reúne uma série de produtos e serviços, que juntos fazem a obra dar andamento até a entrega final.

“A gente tem ali estudo de viabilidade do empreendimento, a gente tem o orça-

mento de obras, gestão de compras, os processos de recrutamento e seleção para o pessoal que vai integrar a obra. A gente tem a própria execução da obra, quando fechamos a execução da obra com a gente, tudo isso está meio que embarcado”, informou.

Ocupar espaço

A empresária afirma que o mercado da construção civil tem mudado nos últimos anos com relação à inclusão de mulheres. Apesar disso, ela entende que mesmo com mais profissionais mulheres nas obras, o preconceito ainda persiste nos negócios.

“A gente sabe que também é muito estressante a gente falar, enfrentar as situações de impotência, né? Especialmente no ambiente profissional, em que a gente às vezes pode se sentir diminuída, não prestigiada, onde a gente é interrompida, não tem credibilidade. Questionam a nossa vida pessoal. Eu passei por algumas situações em que eu estava negociando a compra de elevador e o cara entendeu que eu era secretária. E independente disso, me chamou para sair para gente falar melhor dessa compra, mas de um jeito cheio de segundas intenções”.

Karoline também explica que a desigualdade de gênero ainda é muito presente na distribuição salarial entre engenheiros e engenheiras.

“As mulheres recebem 20% a menos fazendo as mesmas atividades que os homens na área. Isso é muito é escrachado. Eu vejo várias colegas, várias amigas que passaram por isso. Então é uma coisa assim que precisamos trabalhar”.

Ao vivenciar o mercado enquanto empresária e ver a situação de colegas engenheiras, Karoline decidiu mudar

sua abordagem ao longo dos anos para tentar minimizar as diferenças nos espaços que ocupa.

“A gente está assumindo espaços e ocupando espaços que antes a gente não tinha prestígio. Já aconteceu situações de eu ter uma ideia brilhante, mas quando eu falei não fui escutada. Falei para um colega e o colega falou e foi aplaudido. Me posicionei de uma forma que eu deixasse claro o que estava passando? Não sempre, né? Mas cheguei em um momento que eu tive que aprender a deixar o constrangimento para o outro e não levar tão na esportiva para segurar o jogo de cintura. Eu comecei meio que a passar por um processo de educar o colega mesmo”, disse.

Startups no Tocantins

Para acompanhar o desenvolvimento de startups no Tocantins, o Sebrae desenvolveu a plataforma Tocantins Digital (Todi). Segundo os dados, 101 startups estão ativas no Tocantins, sendo que quatro delas são da área da construção civil. As áreas com mais startups são saúde (15) e agronegócio (9).

Conforme os dados do Todi, são 235 empreendedores envolvidos nas empresas registradas na plataforma, sendo que 71% deles são homens e 29% são mulheres.

Para a analista do Sebrae Tocantins, Adelice Novak, o crescimento das startups no estado está relacionado aos incentivos e projetos desenvolvidos nas universidades.

“O que a gente percebe é que as universidades estão bem focadas no desenvolvimento desses pequenos negócios, que são as empresas júnior. Existem vários alunos que estão com vários projetos inovadores. Essas empresas buscam um modelo de negócio repetivo e escalável, operando em condições de incerteza. E hoje nós temos várias situações, principalmente quando envolve a bioeconomia. E dentro das universidades a gente percebe que estão tendo vários projetos que estão saindo de fato do papel e se transformando em negócios”, explicou.

TOCANTINS

Governo do Tocantins celebra crescimento de mais de 31% na produção de pescado no estado

OGoverno do Tocantins, por meio da Secretaria da Pesca e Aquicultura (Sepea), celebra o aumento de 31,63%, na produção de pescado no estado, em 2024. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/TO), e foram divulgados nessa terça-feira, 17, durante encontro em Palmas.

Ainda conforme os dados do IBGE, os peixes mais produzidos no período foram o tambaqui (48,52%); o tambacu e a tambatinga (25,72%); pintado, cachara, cachapira, pincachara e surubim (12,42%); tilápia (4,33%) e outros peixes (9,01%).

O estado já vem mostrando seu potencial na piscicultura

e se posiciona atualmente como o 17o colocado no ranking nacional de produção, podendo estar entre os cinco maiores produtores até 2027.

As conquistas fazem parte do apoio técnico e cuidado que o Governo do Tocantins tem tido com os pescadores e produtores tocantinenses, seguindo orientações do governador Wanderlei Barbosa para a promoção de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável dos setores, respeitando não apenas o meio ambiente, mas as comunidades locais.

Para o secretário da Pesca e Aquicultura, Rodrigo Ayres, os números demostram a expansão da piscicultura no estado. “Os dados divulgados pelo IBGE confirmam o que já

vínhamos percebendo em campo: a piscicultura tocantinense vive um momento de expansão sólida e consistente. Com um crescimento de 31,63% entre 2023 e 2024 , onde este valor representou um crescimento de 3.657,56 toneladas no período, ultrapassamos a marca de 15 mil toneladas de pescado produzidos. Isso evidencia a força do nosso produtor, a estrutura de cadeia produtiva, a governança e a eficácia das políticas públicas implementadas sob a liderança do governador Wanderlei Barbosa. A diversidade da produção permanece como uma das grandes virtudes do Tocantins, com relevância expressiva para espécies como tambaqui, tambacu e pintado amazônico. A tilápia, por sua vez, vem crescendo de forma estratégica e planejada, incorporando-se gradualmente à matriz produtiva estadual sem perder de vista as especificidades de nosso território e o equilíbrio ecológico das bacias aquícolas”.

O diretor de Desenvolvimento da Aquicultura da Sepea, Thiago Tardivo, também destaca a expansão da cadeia produtiva e apoio do Estado. “Esse desempenho é resultado direto das políticas públicas implementadas pelo Governo do Tocantins, com ações voltadas ao fomento, à governança e à organização dos elos da cadeia produtiva. A diversificação da produção, com destaque para os peixes redondos, a tilápia e outras espécies nativas, mostra que o trabalho conjunto entre poder público e setor produtivo está gerando impactos positivos e sustentáveis”.

Parcerias

O fortalecimento da piscicultura no Tocantins é resultado de um trabalho conjunto, que articula diferentes instituições e níveis de governo em torno de uma agenda estratégica de desen-

volvimento sustentável. Nesse contexto, o secretário Rodrigo Ayres destaca a importância dessa rede colaborativa para o futuro da aquicultura tocantinense “Esse avanço é sustentado por uma rede técnica e institucional robusta, consolidada especialmente a partir do Programa Trilha da Pesca e Aquicultura, que promove qualificação profissional, inovação tecnológica e fortalecimento das cadeias produtivas. Integram essa aliança estratégica instituições como a Universidade Federal do Tocantins (UFT), o Instituto Federal do Tocantins (IFTO), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Sics), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Organização das Nações Unidas (ONU/PNUD), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e os municípios parceiros. Juntos, estamos construindo uma política pública sustentável, técnica e socialmente comprometida com o futuro da aquicultura no Estado”.

As Amigas Curam

Oprojeto é antigo. E tão bem arquitetado que as consequências ainda estão por toda a parte.

Nos fizeram acreditar que nós mulheres somos rivais, inimigas. Que precisamos nos manter longes umas das outras, para nos preservar.

Espalharam que somos maquiavélicas, fofoqueiras, maldosas.

Afirmaram que a culpa por não estarmos todos no paraíso era nossa.

Ou que a maldade no mundo surgiu com a abertura da caixa de uma mulher.

Fizeram acreditar que muitas de nós éramos bruxas más e, como se não bastasse, acenderam fogueiras para nos queimar. Quando não nos apedrejavam em praça pública.

Muitas foram assassinadas. Principalmente as que ousavam não se casar, as que entendiam de plantas e faziam curas, as que não quiseram seguir o script montado por eles.

Isso explica perfeitamente a quantidade de relacionamentos abusivos pelos quais as mulheres se submetem. Sejam eles: patrimoniais, psicológicos ou físicos. O número inaceitável de feminicídios é a prova disso, uma vez que mais de 90% dos assassinos são companheiros ou ex-companheiros.

“E nessa falácia que criaram sobre nós, também nos fizeram acreditar que nascemos para casar, ter filhos e cuidar de todos que estão ao nosso redor. Caso contrário não seríamos felizes e ficaríamos à margem da sociedade. Afinal, quem vai considerar uma mulher que não foi “escolhida” por nenhum homem?”

Com medo da nossa potência e para nos enfraquecer inventaram uma “rivalidade feminina”, que nós mesmas acreditamos.

Fomos perdendo nossa essência e força.

No famoso e importante livro “ As Mulheres que Correm com os Lobos”, a autora Clarissa Pinkola escreve:

‘Quando uma mulher é forte em sua natureza instintiva, ela reconhece por instinto o predador inato pelo cheiro, pela aparência, pelos ruídos. Ela prevê sua presença, ouve sua aproximação e toma medidas para afastá-lo. Na mulher cujos instintos foram danificados, o predador cai sobre ela antes que ela possa perceber sua presença, pois sua audição, seu conhecimento e sua percepção estão prejudicados- principalmente por introjeções que a exortam a ser boazinhas, a se comportar e, especialmente, a fechar os olhos para os maus-tratos”.

E nessa falácia que criaram sobre nós, também nos fizeram acreditar que nascemos para casar, ter filhos e cuidar de todos que estão ao nosso redor. Caso contrário não seríamos felizes e ficaríamos à margem da sociedade. Afinal, quem vai considerar uma mulher que não foi “escolhida” por nenhum homem?

Ainda nos rotulam, nos agridem, nos ferem e nos matam, apenas por sermos mulheres.

Nesse jogo de mentiras, estamos, aos poucos, nos redescobrindo. Entendendo a nossa força, principalmente, quando estamos juntas.

Quando nossos corações são quebrados, no fundo sabemos que só uma alma feminina vai nos entender de verdade.

As amigas são a cereja do bolo em um mundo onde somos incompreendidas e extremamente vulneráveis.

As amigas ajudam a nos restabelecer, reconectar e recomeçar.

As amigas são presentes das deusas para nos ajudar.

As amigas são capazes de curar, apenas por existirem.

* Renata Dourado é psicanalista e jornalista. Trabalha na TV Bandeirantes há mais de 15 anos. Apresenta o Band Cidade Segunda Edição, jornal local, que vai ao ar, ao vivo, de Segunda a Sexta, às 18h50. Também apresenta o Band Entrevista, que vai ao ar, aos sábados.

Brasil quer se consolidar como polo de vacinas com RNA mensageiro

Oministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira (17) que o Brasil quer se consolidar como um dos polos de produção de vacinas da plataforma de RNA mensageiro (mRNA).

“São as vacinas que surgiram, para uso humano, durante a pandemia [da covid-19] e que mostraram uma qualidade impressionante e oportuna pela sua capacidade de se adaptar rapidamente a patógenos que possam surgir durante uma pandemia”, explicou.

Durante coletiva de imprensa em razão da 15o Reunião de Ministros da Saúde do Brics, Padilha destacou o fortalecimento de parcerias com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan para o desenvolvimento dessa tecnologia.

Segundo o ministro, o Brasil também mantém parcerias estratégicas com países do Brics para a produção de vacinas de mRNA.

“Durante a visita do presidente Lula à China, firmamos uma parceria estratégica, com empresas produtoras de vacinas, que reforçam essa parceria”, lembrou.

Estados Unidos

Padilha lembrou anúncios recentes, feitos pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump, de cance-

lamento de contratos já firmados para a produção de vacinas, inclusive de doses que utilizam a plataforma de RNA mensageiro.

“Uma situação que eu considero absurda, ver o atual presidente dos Estados Unidos e o atual governo americano cancelar contratos que já tinham sido firmados, ou seja, rompendo contratos que já tinham para desenvolvimento e produção de vacinas de RNA mensageiro”.

O ministro citou ainda cortes de recursos feitos por Trump a universidades norte-americanas que estudam vacinas mRNA.

“Nós estamos vendo esse movimento nos Estados Unidos. Mas, aqui, o Brics construiu um outro movimento, do qual o Brasil faz parte, que é apostar na ciência, investir no desenvolvimento dessas plataformas de vacina, e colocar recursos próprios”, disse.

“O Brasil quer ocupar esse espaço das novas plataformas de vacina e vai ocupar, graças também a essa articulação no âmbito do Brics”, concluiu.

Entenda

O Ministério da Saúde explica que as vacinas com mRNA funcionam de forma inovadora, ensinando as células do corpo a produzir uma proteína específica que desencadeia uma resposta imunológica.

Após essa resposta, o corpo elimina o mRNA e, ainda de acordo com a pasta, nenhum componente da vacina permanece no organismo a longo prazo.

“É importante destacar que essas vacinas não alteram o DNA, não afetam o sistema reprodutivo e não interferem nos processos naturais do corpo para além do fortalecimento do sistema imunológico”, esclarece o ministério.

De lutas a conquistas: a trajetória inspiradora de Pepa

Filho de pedreiro e copeiro em Brasília, Pedro Paulo de Oliveira transformou a própria história em símbolo de perseverança e hoje defende, na Câmara Legislativa, a região onde construiu sua vida.

Por Assessoria de Imprensa do Deputado Pepa

Filho de um pedreiro e de uma dona de casa, Pedro Paulo de Oliveira, mais conhecido como Pepa, carrega na própria história um retrato fiel de milhares de brasileiros que, com coragem e determinação, enfrentam desafios em busca de um futuro melhor. Natural de Várzea do Poço, cidade baiana de pouco mais de 6 mil habitantes, Pepa nasceu em junho de 1967, sendo um dos caçulas de uma família de 14 irmãos.

Aos 18 anos embarcou, no porta-malas de uma Caravan, rumo a Brasília. Foram 1.300 km de estrada até chegar à capital federal. Uma viagem que simboliza não só um deslocamento geográfico, mas o início de uma jornada marcada por superação, fé e persistência.

Trabalho, estudo e fé

Ao chegar a Brasília, Pepa enfrentou as dificuldades típicas de quem parte do zero: sem emprego, sem estrutura e longe da família. Em abril de 1987, foi contratado como copeiro no tradicional Hotel Nacional. Morando em Planaltina, saía de casa às 4h da manhã para começar o expediente às 6h.

A dedicação rapidamente chamou atenção, e em poucos meses foi promovido a auxiliar administrativo. Mesmo trabalhando e enfrentando longas distâncias diariamente, Pepa nunca deixou os estudos de lado. Estudava no tempo livre, sempre em busca de oportunidades melhores.

O esforço deu resultado: foi aprovado em diversos concursos públicos, como o da Polícia Militar do Distrito Federal, o de inspetor fiscal da Administração de Planaltina e o dos Correios. Esperou até ser nomeado como inspetor em 1994,

Fotos: Arquivo pessoal Deputado Pepa

função que assumiu com orgulho e dedicação.

Família e raízes

Pepa se casou em 1990 com Alair Aparecida Rezende, com quem construiu uma vida em Planaltina. O casal tem dois filhos, Raíssa e João Paulo, e a família permanece na cidade há mais de 38 anos. Apesar da rotina profissional intensa, Pepa sempre fez questão de estar presente, cultivando valores como o tempo de qualidade em família e o compromisso com a comunidade religiosa. Mesmo com os avanços profissionais, nunca se afastou de suas origens: continua envolvido com projetos sociais e atividades culturais. Participou ativamente na tradicional Via Sacra de Planaltina, como cenógrafo e ator, evento que atrai milhares de fiéis todos os anos.

A chegada à política

O envolvimento com a comunidade e o desejo de fazer mais pelo coletivo levaram Pepa a dar um novo passo: entrar para a política. Em 2022, foi eleito deputado distrital pelo Partido Progressistas, com mais de 15 mil votos — um reconhecimento ao seu trabalho de base, à sua atuação comprometida e à sua trajetória inspiradora.

Logo no primeiro ano de mandato, aprovou duas leis importantes e teve papel fundamental na criação de uma nova comissão permanente na Câmara Legislativa do DF: a Comissão de Produção Rural e Abastecimento, da qual é presidente. Com forte atuação nas áreas rurais do Distrito Federal, Pepa tem defendido os interesses de pequenos, médios e grandes produtores, promovendo o desenvolvimento sustentável das comunidades agrícolas.

Defensor de Planaltina e da região norte do DF

A atuação de Pepa também se des-

taca pelas ações voltadas à melhoria da infraestrutura da região norte do DF, especialmente Planaltina, onde reside há quase quatro décadas.

Além disso, é um defensor do esporte e da cultura como ferramentas de inclusão e desenvolvimento social, apoiando eventos locais, projetos culturais e atividades esportivas que envolvem jovens e crianças da região.

Um mandato com propósito

Para Pepa, a política é um meio de devolver à comunidade aquilo que ele recebeu ao longo da vida: apoio, fé e oportunidades. Seu mandato é pautado pela proximidade com o povo, pela escuta ativa e pela busca constante de soluções práticas para os problemas reais da população.

Em seu primeiro mandato, já teve oito leis aprovadas e sancionadas, abordando temas como o turismo religioso e esportivo, políticas de inclusão para mulheres acima de 50 anos no mercado de trabalho, infraestrutura urbana e valorização do trabalho de advogados nas delegacias.

“Representar a comunidade é o que me move. Tenho muito a conquistar na política, mas me sinto realizado com o que já alcancei”, afirma o deputado.

Em um tempo em que a política muitas vezes se distancia da realidade das pessoas, histórias como a de Pepa mostram que ainda é possível construir mandatos com verdade, sensibilidade e ação. Ele é, antes de tudo, um símbolo de esperança para quem acredita que o sonho de uma vida melhor pode começar até mesmo no porta-malas de uma Caravan.

SAÚDE

Um em cada 9 adolescentes usa cigarro eletrônico no Brasil

Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada esta semana apontou que um em cada nove adolescentes brasileiros afirma que usa cigarro eletrônico. O estudo ouviu cerca de 16 mil pessoas de 14 anos ou mais, de todas as regiões do país.

Segundo o levantamento, a quantidade de usuários jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes o total daqueles que fumam o cigarro tradicional. A pesquisa utilizou dados de 2022 a 2024 do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3). É a primeira vez que cigarros eletrônicos entram no levantamento.

Apesar de o produto ser proibido no Brasil, a coordenadora da pesquisa e professora de psiquiatria da Unifesp, Clarice Madruga, ressalta que é muito fácil comprar o aparelho pela internet, o que amplia o acesso.

Outro problema, aponta a pesquisadora, é o risco à saúde, já que a inalação de substâncias altamente tóxicas, como a nicotina, é muito maior no cigarro eletrônico, se comparado ao cigarro tradicional. Clarice lamenta o retorno do crescimento do uso de cigarro, após o sucesso de políticas antitabagistas, iniciadas na década de 1990, que tinham freado o consumo.

“A gente teve uma história gigantesca de sucesso de políticas que geraram uma queda vertiginosa no tabagismo, mas que um novo desafio quebrou completamente essa trajetória. E a gente hoje tem um índice de consumo, principalmente entre adolescentes, muito superior e que está totalmente invisível”, afirma.

Os participantes ouvidos no estudo receberam a opção de serem encaminhados para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp.

Salto del Agrio, a cachoeira vulcânica da Patagônia argentina

Escondida entre as paisagens amplamente conhecidas da Patagônia argentina, a província de Neuquén guarda um segredo hipnotizante: a cachoeira Salto del Agrio.

Cercada por cânions esculpidos por antigas erupções vulcânicas e envolta por araucárias milenares, essa maravilha natural não apenas encanta os olhos –ela parece pulsar com uma energia própria, quase mística.

Localizada a apenas 18 quilômetros de Caviahue –vilarejo reconhecido em 2024 pela ONU Turismo como um dos

mais belos do mundo–, a Salto del Agrio é alimentada pelas águas do Rio Agrio, que nascem na Cordilheira dos Andes e atravessam solos ricos em minerais antes de desaguar no Rio Neuquén.

Salto del Agrio, a cachoeira de fogo na Patagônia argentina

Com cerca de 40 metros de altura, a queda impressiona pelo contraste marcante entre o azul profundo (ou verde-esmeralda) do poço em sua base e o tom avermelhado das rochas vulcânicas que a cercam. Esse efeito se deve à constante atividade do vulcão Copahue, ainda ativo e visível ao fundo,

compondo um cenário que remete a rios de lava congelados no tempo.

A luz do dia transforma tudo. Ao amanhecer ou no entardecer, a paisagem muda de forma e de alma. O brilho do sol nas rochas, a névoa que sobe do impacto da água —tudo parece em movimento, como se a própria natureza estivesse encenando uma peça que nunca se repete.

Ecos ancestrais

Para o povo Mapuche, ancestral da região, o Salto del Agrio é mais do que uma paisagem de tirar o fôlego: é território sagrado. O rio, as pedras, o som da água —tudo ali carrega espíritos e memórias. Até hoje, comunidades indígenas realizam cerimônias no local, honrando uma sabedoria ancestral que vê, na força dos elementos, a presença viva dos seus deuses e antepassados.

A Salto del Agrio não é apenas uma cachoeira, mas sim uma experiência sensorial e espiritual. Um lugar onde o tempo parece parar, e o mundo, por um instante, revela seus mistérios mais profundos.

TURISMO

5 destinos alternativos para curtir o inverno no Brasil

Oinverno no Hemisfério sul começa oficialmente na próxima sexta-feira, 20, às 23h42 (horário de Brasília). Para muitos, é a estação mais aconchegante do ano, especialmente para quem gosta de viajar. Os dias mais curtos e as temperaturas amenas transformam o clima em convite para novas experiências.

Longe das rotas movimentadas, há destinos que ganham um ar ainda mais especial nos meses frios com paisagens serranas, tradições culturais e boa gastronomia. Para marcar a temporada, a Catraca Livre, com dados da plataforma Booking.com, selecionou cinco destinos brasileiros que se destacam nesta época do ano. Seja para relaxar com um chocolate quente, curtir festivais de inverno ou apenas desacelerar com uma boa vista, a estação oferece oportunidades únicas para quem deseja viajar pelo Brasil.

Nova

Petrópolis (RS)

Nova Petrópolis é uma cidade de colonização germânica que ganhou o apelido de “Jardim da Serra Gaúcha“. Conhecida como um destino mais tranquilo, proporcionando descanso e experiências fora dos grandes fluxos turísticos, a cidade foi reconhecida no Traveller Review Awards 2025 da Booking.com como uma das mais acolhedoras do Rio Grande do Sul, com base nas avaliações de viajantes.

Entre os atrativos mais visitados estão o Labirinto Verde que propõe um passeio interativo ao ar livre, e o Parque Aldeia do Imigrante, onde a história da imigração alemã se apresenta por meio de construções e paisagens.

Outro ponto que atrai visitantes é o Ninho das Águias, situado em uma área elevada com vista panorâmica da região. Além dos pontos turísticos, Nova Petrópolis mantém uma programação ativa ao longo do ano, reunindo moradores e visitantes em eventos que celebram a cultura local.

A Rua Coberta, no centro da cidade, concentra parte dessas atividades, com feiras temáticas, encontros gastronômicos e atrações culturais que ocupam o espaço em diferentes épocas do calendário. Em meio às paisagens da Serra Gaúcha, o Hotel Jardins da Colina oferece uma estadia tranquila e acolhedora em Nova Petrópolis.

Diamantina (MG)

Diamantina fica a cerca de 300 quilômetros de Belo Horizonte. Inserida em uma das rotas mais conhecidas do estado, a Estrada Real, a cidade se consolidou como ponto de interesse para quem busca conhecer o patrimônio histórico e cultural da região.

Desde 1999, Diamantina integra a lista de Patrimônio Cultural da Humanidade, reconhecimento concedido pela Unesco. A cidade preserva um conjunto arquitetônico de forte valor simbólico, marcado por construções coloniais que remontam ao ciclo do diamante no século 18.

Caminhar pelas ruas de pedra é uma das formas mais diretas de explorar o centro histórico — e, durante o inverno, esse percurso ganha outra dimensão: as temperaturas mais baixas e o clima seco criam uma atmosfera propícia para passeios ao fim da tarde, especialmente quando o centro começa a se preparar para as apresentações da Vesperata.

No evento, músicos se distribuem pelas sacadas dos prédios e executam repertórios sob regência no nível da rua, em meio ao público. Com clima intimista e localização privilegiada, a Pousada Vila do Imperador é o ponto de partida ideal para viver o charme de Diamantina.

Domingos Martins (ES)

Parte do circuito turístico conhecido como Montanhas Capixabas, Domingos Martins abriga belas paisagens montanhosas e uma infraestrutura voltada para o turismo de pequena escala, com foco em experiências ligadas ao território.

Com influência da colonização alemã e italiana, o município combina atividades ao ar livre com iniciativas de produtores locais que movimentam a economia da região. Durante o inverno, o clima mais frio atrai visitantes para caminhadas nas áreas de mata, visitas aos cafés da região e passeios em distritos como Pedra Azul, onde o Parque Estadual concentra uma das formações rochosas mais conhecidas do estado.

A pedra, que muda de cor ao longo do dia, é cercada por trilhas e mirantes. Com temperaturas mais amenas, o inverno em Domingos Martins combina paisagem serrana, tranquilidade e tradições locais em roteiros que se adaptam ao ritmo da estação. Para completar a experiência, a Pousada Sítio das Pedras, localizada no Circuito do Galo, oferece descanso e tranquilidade com chalés confortáveis e clima acolhedor.

Guaramiranga (CE)

Quando se fala no Ceará, a primeira imagem costuma ser a de sol forte e praias extensas. Mas, no interior do estado, há regiões de clima ameno que oferecem experiências diferentes — como Guaramiranga, localizada a pouco mais de 100 quilômetros de Fortaleza, na serra de Baturité.

Entre os principais pontos de interesse estão o Mirante do Pico Alto, que oferece vista panorâmica da região, o Mosteiro dos Jesuítas e o Parque das Trilhas, onde os visitantes percorrem caminhos em meio à vegetação nativa.

Durante o inverno, as temperaturas mais baixas mudam o ritmo da cidade e favorecem caminhadas, passeios ao ar livre e atividades ligadas à cultura local. Em meio ao clima serrano, Guaramiranga propõe roteiros que contrastam com a ima-

gem tradicional do estado e encontram no frio uma forma diferente de viver o Ceará.

No alto da serra, a 870 metros de altitude e a 2,5 km do centro de Guaramiranga, o Hotel Vale das Nuvens une o silêncio da montanha à vista aberta do vale. Durante o inverno, o clima ameno e a neblina frequente tornam a experiência ainda mais especial.

Holambra (SP)

Localizada a cerca de 130 quilômetros da capital paulista, Holambra tem suas origens ligadas à imigração neerlandesa e preserva essa influência na arquitetura, nos costumes e na produção agrícola. Durante o inverno, o clima seco e as temperaturas mais baixas criam boas condições para caminhadas, visitas a plantações e passeios ao ar livre.

A cidade é reconhecida pela produção de flores em larga escala, e uma das principais atividades para quem a visita é conhecer as estufas e fazendas que cultivam diferentes espécies. Além dos cultivos florais, outro ponto que atrai visitantes nessa época é o Moinho Povos Unidos, construção que replica os tradicionais moinhos holandeses e permite a observação da paisagem a partir de um mirante.

A estação também favorece programas mais tranquilos, como cafés, visitas guiadas e roteiros voltados à gastronomia local. Para a estadia, o Villa de Holanda Parque Hotel, a poucos minutos dos principais pontos turísticos, oferece o essencial: conforto, boa estrutura e um ambiente reservado.

TIJOLADAS DO CAIXA

Monarcas

Um frio de lascar,estou procurando algum assunto pra escrever o artigo da semana, como sempre o meu amigo Caixa Preta apareceu pra me socorrer,fomos direto ao Porcão.

Todo agasalhado, tremendo, minha vontade era tomar uma cachaça, chato de ir ao Porcão é aquela vontade de matar o Galak, aquele animal que foi batizado por engano.

Como sempre na porta já nos esperava com aquele sorriso irônico, numa alegria de fazer inveja a velório, resmungava como sempre algo que não consegui entender, mas tenho certeza que as nossas queridas mães foram citadas.

O Caixa queria falar sobre política, um assunto recorrente em todas rodas de conversa, muita gente diz que não gosta, mas termina sempre falando mesmo a contragosto.

Aproveitando já foi começando o assunto, o velho Caixa

estava inspirado falava dos tipos de regime que muita gente anda pensando em ter, como a monarquia por exemplo.

Sistema político meio estranho, onde um homem usa coroa, o cetro e os famigerados sapatinhos de cetim, que dão aquele ar de travesti reinante.

Muitos morrem, mas morrem de inveja de tanta frescura reinante, muitos historiadores acreditam que por causa disso que acabou tão cedo.

Foi assim que a república entrou em cena, mas nunca levada a sério pois apesar de eleita pelo povo, a coisa não é muito levada a sério, virando essa zona salutar, da luta pelo poder.

Numa república subentende-se que todos são iguais perante a lei, mas é só ela virar as costas começam a sacanagem, fica cada um querendo tirar vantagem em cima dos outros, sem nenhuma vergonha.

Quem se destaca na república em matéria de sacanagem, talvez por saudades da monarquia, logo é chamado de rei disto ou daquilo.

TIJOLADAS DO CAIXA

Tareco e Mariola

Com chegada do mês de Junho, um frio de lascar, gosto muito de curtir as festas de São João, pois estou louco pra tomar um quentão, dançar forró, ver o pessoal dançar Quadrilha, não aquela do Planalto Central onde as quadrilhas nos fazem dançar o ano inteiro.

Então falemos de festas, pois em festas juninas, gostoso é o ronco do fole, onde o sanfoneiro toca e as nossas pernas ficam inquietas, nos empurrando para dançar ao som de um acordeão inquieto.

Mesmo com um frio de lascar, o Caixa Preta me ligou convidando pra dar uma espiada na festa de São João do Guará que rolava lá pras bandas do Consei, o velho Caixa já me esperava pra tomar um quentão, curtir a festa, se divertir esquecendo por momentos as agruras do dia a dia.

Não me arrependi, revi alguns amigos ouvindo o som do forró pé de serra pra lá de animado, no terreiro uma multidão se divertindo na maior alegria que contagiava a todos, tinha gente de todo lugar.

Velhos, crianças, jovens numa animação que fazia inveja a muitos eventos que paralelamente acontecem por aí em diversos pontos do DF.

São festas assim que o nosso Guará merece, fazendo com que a população saia de casa numa noite fria de junho, com toda a família para desfrutar de uma festa tão popular como o São João.

Tinha muita animação , quentão, milho assado, até sarapatel, enfim, tudo que uma boa festa de São João exige.

No auge da folia , meus pés já não se continham e ameacei uns passos tímidos ao som das músicas que tocavam para a alegria de todos.

Apesar do calor da festa, o frio me

atacava, a idade nos torna mais vulneráveis. Saí de fininho com aquele gostinho de quero mais, ainda ouço a voz do sanfoneiro:

Piriri, piriri, piriri

Toca o fole na paióça

Piriri, piriri, piriri

Como é bom São João na roça�

Economia em Perigo

Coisas estranhas acontecem na cidade, preocupante, custo a acreditar nos últimos acontecimentos parece muito surreal e eu preocupado com praças abandonadas, buracos nas ruas, invasões marotas, mutretas mil.

Agora contamos com coisas que não nos orgulha em nada, como o idiota aprendiz de terrorista ou a distribuidora clandestina de combustíveis, a invasão constante do parque, vândalos, vagabundos e outras mazelas tão comum em outras paragens.

Segundo o velho Caixa tá faltando pouco pro fiduamaégua americano proibir a negada visitar o Guará, a nossa economia vai pro brejo, apesar da riqueza reinante no povoado segundo algumas vaquinhas de presépio que povoam a região.

Pra lá de indignado o velho Caixa esbravejava com razão contra mais essa brincadeira de mau gosto que fazem com o Guará e com o contribuinte que está cansado de bancar tanta coisa inútil por essas bandas, está na hora de tomarem um chá de “simancol” e parar de jogarem dinheiro fora apenas para atender pedidos de chegados ou puxas sacos sem noção que querem ver o circo pegar fogo, apenas pelo prazer de concordar com tudo e aparecer de bonzinho pra população.

Tem muito santo por aí querendo reza(voto),está na hora de dar um basta nessa galera que querem ganhar o reino do céu de qualquer maneira,mesmo que para isso tenham que jogar o povo no inferno.

TIJOLADAS DO CAIXA

O importante é livrar o seu,o povo é apenas um mero detalhe!

Respeitem o Guará!

Quase Igual

O frio estava de lascar, o Caixa Preta liga querendo dar uma chegada no Porcão, pensei que o cabra tinha enlouquecido de vez, pois o frio castigava todo cristão que quisesse dar uma volta na cidade.

Talvez o frio não fosse desculpa pra não atender o convite, resolvi encarar o Porcão, sentir aquela gostosa catinga de gordura velha filtrada na palha de aço, o cachorro me olhando com más intenções babando pelos cantos da boca, doido pra me tascar uma bela mordida, pensei com meus botões, os adoradores de pet que me perdoem, mas tive uma série de maus pensamentos. vou comprar “chumbinho”...

O Galak com cara de poucos amigos nos recebe com aquela doçura de sempre e entre um palavrão e outro nos traz o cardápio.

Al-Qaeda no fogão preparava a nossa gororoba de cada dia, senti um frio no estômago, confesso que já estava arrependido o dia nada prometia de bom, mas estava querendo ouvir alguma história do Caixa Preta, que sempre tem uma boa pra contar.

Conversando com o velho Caixa que estava meio sem assunto o cabra começou a falar sobre algumas coisas que acontecem.

Por causa do frio ele está assistindo tudo que passa na TV, até novela ele anda encarando, emocionado me falou que uma cena de novela quase o levou as lágrimas.

Numa das cenas, a família muito chique, sentaram á mesa pra jantar, tudo calmo e estranhamente tranquilo mas, de repente alguém começa uma

discussão sem pé nem cabeça, o tempo fechou.

Alguém parece muito estressado, levanta-se de uma vez gritando que perdeu a fome, subindo as escadas correndo sem ter comido nada.

Fiquei curioso, perguntei se a família dele era igual pra ele ficar tão emocionado, ele me disse que era quase igual.

Sempre que começava o quebra-pau a família estressada jantava três vezes pra se acalmar.

Tive que rir!

Cuidados com a Saúde no Inverno: Dicas da

Fisioterapeuta Dra. Rita, Especialista em Fisioterapia

Cardiorrespiratória

Com a chegada do inverno, é comum observar um aumento nos casos de doenças respiratórias, como gripes, resfriados, crises de asma, bronquite e até mesmo pneumonia. As temperaturas mais baixas, o ar mais seco e a maior permanência em ambientes fechados favorecem a proliferação de vírus e bactérias. Pensando nisso, preparei algumas orientações importantes para manter sua saúde em dia durante os meses mais frios do ano.

1. Mantenha-se hidratado

Mesmo no frio, nosso corpo continua perdendo água, principalmente pela respiração e pela transpiração. A desidratação pode ressecar as vias aéreas, favorecendo infecções respiratórias. Lembre-se de beber água ao longo do dia, mesmo que a sede não seja tão evidente.

2. Evite ambientes fechados e mal ventilados

O ar seco e a aglomeração de pessoas aumentam a transmissão de vírus. Sempre que possível, mantenha janelas abertas para permitir a circulação de ar. No caso de uso de aquecedores, umidificadores ou recipientes com água podem ajudar a melhorar a umidade do ambiente.

3. Higienize mãos e objetos de uso frequente

O cuidado com a higiene continua essencial. Lave as mãos com frequência ou utilize álcool em gel. Desinfetar celulares, maçanetas, controles remotos e outros objetos de uso constante também ajuda a prevenir infecções.

4. Pratique atividade física com orientação

Durante o inverno, é comum sentir mais preguiça e reduzir a prática de exercícios. No entanto, o movimento é fundamental para manter a função pulmonar, a circulação e o sistema imunológico ativos. Uma caminhada ao ar livre, por exemplo, em horários de sol e com roupas adequadas, pode trazer grandes benefícios.

5. Atenção redobrada para pessoas com doenças respiratórias crônicas

Se você tem asma, DPOC, bronquite crônica ou qualquer outra condição respiratória, siga corretamente suas orientações médicas e fisioterapêuticas. Em muitos casos, a fisioterapia respiratória pode ajudar a manter os pulmões mais limpos, facilitar a expectoração e melhorar a oxigenação.

6. Fique atento aos sinais do corpo

Tosse persistente, chiado no peito, cansaço ao menor esforço e febre são sinais de alerta. Não espere piorar para procurar ajuda. A prevenção é sempre o melhor caminho.

7. Vacinação em dia

A vacinação contra a gripe e outras doenças respiratórias é fundamental, principalmente para idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades. Converse com seu médico e garanta que todas as vacinas estejam atualizadas.

Conclusão

Como fisioterapeuta especializada na área cardiorrespiratória, reforço a importância do cuidado contínuo com a saúde respiratória, especialmente no inverno. Com atitudes simples e diárias, é possível atravessar a estação mais fria do ano com qualidade de vida e bem-estar.

Se tiver dúvidas ou quiser saber mais sobre como a fisioterapia pode ajudar você ou sua família neste inverno, estou à disposição para orientações e atendimentos especializados.

www.kimcartunista.com.br kimcartunista@gmail.com

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