6 Falta de diagnóstico é obstáculo para eliminação da malária no Brasil
8 Francisco, o Papa dos Sem Religião
12 Da ‘caça aos marajás’ à prisão por corrupção, os altos e baixos da carreira de Collor na política
16 Ne Me Quitte Pas
17 Aos 76 anos, morre a atriz Lúcia Alves no Rio de Janeiro
18 Onde a Amizade Floresce: Morro do Chapéu Celebra Tradição e Cultura no 3o Encontro dos Amigos do Morro
20 Tesouro Direto como investimento, o simples que funciona
22 Ossada humana é encontrada em fazenda na zona rural de Colinas do Tocantins
23 Justiça proíbe BRK de cobrar taxa de ligação de água e determina devolução de valores pagos; entenda
24 Tocantins lidera na Região Norte com maior índice de recuperação de áreas degradadas
26 Uma nova Guerra Fria?
27 A 200 dias da COP30, Belém está com 78% das estruturas concluídas
28 Água da chuva pode estar contaminada por agrotóxico, diz estudo
29 Brasil conquista 10 medalhas na etapa de Indianápolis do World Series
30 Saiba quais condições e regras para menores viajarem sem os pais
32 Cidades no Brasil onde o turista pode ter a sorte de ver neve no inverno
34
Operação resgata uruguaios de trabalho análogo à escravidão em Minas
36 Onde foi que paramos?
37 No Vaticano, Lula diz que papa fez história ao combater desigualdades
38 Autor de “O Diário da Turma 19761986: A História do Rock de Brasília” lança novo livro; conversamos com Paulo Marchetti
41 Coaf alerta para golpistas se passando por servidores do órgão
42 O Adeus a Francisco
43 Minha Casa, Minha Vida: classe média pode contratar a partir de maio
44 Demarcar territórios é luta contínua dos povos indígenas, diz ministra
46 Descaradamente
49 Show de Lady Gaga em Copacabana deve receber 1,6 milhão de pessoas
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Abril / 2025
Ano 03 - Edição 28 - Abril 2025
Publicada em 28 de Abril de 2025
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ISSN 2966-0688
Francisco, o Papa que atravessou fronteiras
Em tempos de muros e intolerância, Francisco escolheu caminhos improváveis para um líder religioso: dialogar com quem pensa diferente, acolher quem foi excluído e, acima de tudo, colocar a humanidade acima das doutrinas.
Sua morte encerra um dos pontificados mais revolucionários da história moderna da Igreja Católica — não pelo rompimento das tradições, mas pela coragem de reinterpretá-las à luz dos desafios do nosso tempo.
Francisco entendeu que fé não deveria ser sinônimo de imposição, mas de escuta. Que defender valores cristãos era, sobretudo, acolher os frágeis, os esquecidos, os diversos.
E que o amor — e não o medo — deveria ser a linguagem da Igreja.
Sua capacidade de dialogar com ateus, agnósticos e os sem religião foi uma das marcas mais poderosas de seu legado. Em um mundo acostumado a dividir entre “nós” e “eles”, Francisco preferiu abolir as fronteiras invisíveis que há séculos separaram a Igreja do restante da sociedade.
A Revista Plano B se curva diante desse legado. Porque Francisco nos ensinou que a verdadeira liderança não se mede apenas por dogmas preservados, mas pela esperança que se é capaz de inspirar — até mesmo naqueles que, a princípio, não creriam em nada.
Francisco nos lembrou que, antes de qualquer crença, existe a dignidade humana. E que cuidar do outro, estender a mão, dividir o pão — esses gestos simples — dizem mais sobre Deus do que qualquer tratado teológico.
Ele partiu, mas o sopro de esperança que espalhou ainda ecoa. Um lembrete suave, mas poderoso: a fé mais autêntica não busca dominar. Busca amar.
O futuro da Igreja Católica ainda é incerto. Mas a certeza que fica é esta: a memória de Francisco permanecerá como um lembrete de que, para mudar o mundo, é preciso primeiro mudar a forma como olhamos uns para os outros.
Por Rócio Barreto
Falta de diagnóstico é obstáculo para eliminação da malária no Brasil
Por Ana Luiza Silva Fonte: Agência Brasil
Um dos grandes entraves para a eliminação da malária é a falta de diagnóstico adequado, alerta o chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária da Fundação Oswaldo Cruz, Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro. Na última sexta-feira (25), por ocasião do Dia Mundial da Malária, o Ministério da Saúde divulgou que os casos comprovados da doença caíram 26,8% entre janeiro e março deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Ainda assim, foram 25.473 registros em apenas três meses.
Daniel-Ribeiro compõe o comitê de especialistas que assessora o governo federal nas ações de controle da doença e considera que as metas de reduzir em 90% os novos casos até 2030 e eliminar a transmissão no país até 2035 são factíveis, desde que a vigilância seja fortalecida em todo o Brasil.
“Embora 99% dos casos de malária ocorram na Amazônia, o mosquito transmissor da doença vive em 80% do território nacional. Então, a malária é um problema fora da Amazônia também, porque hoje as pessoas têm grande facilidade para se locomover, inclusive da Amazônia para a área extra-amazônica, ou vindo de outras áreas endêmicas, como a África, pro Brasil”, reforça o imunologista.
A malária é causada por protozoários do gênero plasmodium, transmitidos a partir da picada do mosquito Anopheles, popularmente chamado de mosquito-prego. Um viajante infectado pode demorar até 30 dias para manifestar sintomas e se tornar uma fonte de novas infecções, ao ser picado por fêmeas do mosquito, que vão sugar o protozoário junto com o sangue, e transmiti-lo para outras pessoas.
Além disso, pessoas infectadas pela primeira vez tendem a desenvolver quadros mais graves, com chance maior de morte, por não terem nenhuma imunidade contra a doença. Por isso, Daniel-Ribeiro reforça a importância do diagnóstico adequado:
“É preciso que os médicos fora da Amazônia tenham consciência de que um sujeito com febre, dor de cabeça, sudorese e calafrios, pode ter malária”.
Quase todos os casos registrados no Brasil são causados por duas espécies de Plasmodium, a vivax e a falciparum. A primeira tem maior potencial de infecção, e responde por 80% dos casos, mas a segunda representa maior risco de morte. Antes de eliminar totalmente a transmissão, o Brasil também espera acabar com as infecções pelo Plasmodium falciparum até 2030.
O especialista da Fiocruz explica que a pessoa infectada pelo plasmodium vivax já pode transmitir a doença a partir
do primeiro dia, enquanto aquela infectada por falciparum só desenvolverá a forma infecciosa do protozoário após sete dias de contaminação.
“Então, se você tratar rapidamente a malária, você não deixa aquele indivíduo infectar novos mosquitos. Mas se não fizer o diagnóstico rápido e não correr para a região onde ele foi infectado para fazer ações de bloqueio de transmissão, você pode ter um novo surto ou até a reimplantação da malária em um lugar onde ela já foi eliminada”, ele complementa.
Hoje em dia, os serviços de saúde contam com remédios bastante eficazes para tratar a malária e interromper a cadeia de transmissão, além de testes de diagnóstico rápido, que podem ser realizados com apenas uma gota de sangue. Mas, há um grande desafio no horizonte: as mudanças climáticas.
“A gente eliminou muito mais rapidamente a malária na Europa e na América do Norte, também porque o mosquito e o próprio plasmodium tem uma sensibilidade maior ao clima temperado. Então, se você aquecer demais a temperatura, a gente pode ter a reimplatação da malária em áreas onde ela já foi eliminada. E não há dúvida nenhuma que as alterações climáticas podem facilitar o desenvolvimento e o aumento da transmissão em áreas onde a doença ainda existe, porque as condições ambientais vão dificultar o controle do mosquito”
Francisco, o Papa dos Sem Religião
Carismático e aberto ao diálogo, ele conquistou ateus, agnósticos e muitos que estavam distantes da Igreja
Por Rócio Barreto
Fonte
BBC News Brasil SP
Pode um papa ser querido por quem não acredita em Deus? Francisco mostrou que sim. Ao transformar a mensagem da Igreja em um chamado à inclusão, ele ultrapassou fronteiras religiosas e encontrou eco entre ateus, agnósticos e todos os que buscam mais humanidade em tempos de intolerância.
Em um dos momentos mais emocionantes de seu pontificado, o papa Francisco consolou um menino de 12 anos angustiado pela dúvida sobre o destino de seu pai ateu após a morte.
“Deus tem o coração de um pai. E diante de um pai não crente, que teve a coragem de batizar seus filhos e educá-los na fé, vocês acham que Deus seria capaz de deixá-lo longe?”, afirmou o pontífice, falecido na segunda-feira (21/04/25).
Esse episódio, ocorrido em 2018, tornou-se um símbolo de como Francisco lidou com o ateísmo: com empatia, distante da condenação que marcou parte da história da Igreja. Seu olhar acolhedor contrastou fortemente com o de seu an-
tecessor, Bento XVI, que, em uma missa na Escócia em 2010, associou o extremismo ateísta às tiranias do século 20, como o nazismo.
Francisco, ainda como arcebispo de Buenos Aires, já demonstrava uma perspectiva diferente. No livro “Sobre o Céu e a Terra” (2010), Jorge Mario Bergoglio afirmava não se importar se uma pessoa acreditava ou não em Deus: o essencial, dizia ele, era “o que a pessoa fazia pelos outros”.
Essa visão inclusiva ajudou a moldar uma Igreja mais aberta ao diálogo e atraiu a simpatia de quem antes mantinha distância da instituição. Segundo pesquisa do Pew Research Center, em 2024, 56% dos norte-americanos sem filiação religiosa tinham uma opinião favorável sobre Francisco — índice superior ao dos protestantes (51%).
No auge da popularidade, em 2017, 71% dos “sem religião” viam o papa de forma positiva.
Globalmente, uma pesquisa da WIN/Gallup International, de 2015, apontou que 51% dos ateus e agnósticos avaliavam Francisco favoravelmente.
Um Papa de Diálogo
Para o padre Luís Corrêa Lima, professor da PUC-Rio e presidente das Faculdades Católicas, a conquista dos não crentes se deu porque Francisco não assumiu uma postura de exclusividade da verdade. “Ele sabia valorizar o que havia de bom no outro”, afirma.
Exemplos dessa postura foram a encíclica “Laudato Si” (2015), que apelou para o cuidado coletivo da “Casa Comum”, e o documento em favor da paz assinado com líderes muçulmanos.
O antropólogo Diego Omar da Silveira, da Universidade do Estado do Amazonas, destaca que Francisco resgatou o diálogo com a sociedade civil num momento em que a Igreja Católica se fechava em tradições sob Bento XVI. “Ele soube se colocar no mundo com novas referências”, diz.
O pontífice também ganhou reconhecimento ao adotar um tom mais inclusivo: autorizou bênçãos a casais homoafetivos, acolheu divorciados e denunciou desigualdades sociais, embora sem promover alterações nos dogmas da Igreja.
Uma Nova
Visão para a Igreja
Francisco chegou ao papado com a intenção de reformar a Igreja Católica, focando em sua simplicidade, transparência e proximidade com os fiéis. Seu papado se caracteriza pela busca por uma Igreja mais acessível e menos distante das realidades do cotidiano. Ele é conhecido por seu comportamento mais informal, muitas vezes se afastando das tradicionais pompas papais,
como usar o papamóvel fechado ou viver em um simples apartamento no Vaticano. Essa atitude fez com que muitos vissem nele um papa mais próximo do povo, especialmente daqueles que enfrentam dificuldades econômicas ou sociais. Além de adotar uma postura mais simples, Francisco tem sido enfático em suas palavras sobre a necessidade de uma Igreja que abra suas portas para todos, sem exceções. Seu foco tem sido a misericórdia e o acolhimento, em especial a inclusão dos marginalizados pela sociedade, como os imigrantes, as minorias, os pobres e os excluídos. Em sua encíclica Evangelii Gaudium (2013), ele fez um apelo urgente para que a Igreja se afastasse do elitismo e voltasse à sua missão original de ajudar os necessitados, enfatizando que o cristianismo não deve ser uma religião de poder, mas de serviço.
Influência Diplomática e Social
Como chefe de Estado, Francisco ampliou a presença do Vaticano em pautas globais.
Foi peça-chave na reaproximação diplomática entre EUA e Cuba em 2014 e defendeu imigrantes, criticando publicamente medidas como o endurecimento nas deportações promovidas por Donald Trump.
A Santa Sé, com seu status de observador permanente na ONU, seguiu participando de discussões centrais sobre direitos humanos.
Francisco também atuou no apoio ao processo de paz na Colômbia e se posicionou repetidamente contra conflitos como os da Ucrânia e de Gaza.
Reconhecimento Além da Fé
O gaúcho Léo Kaufmann, 39, ateu há uma década, expressou sua admiração por Francisco nas redes sociais após a morte do papa. “Caráter não tem religião”, escreveu.
Homem gay e casado, Kaufmann destacou a coragem de Francisco em enfrentar o tradicionalismo e acolher minorias.
“Ele me mostrou que é possível a Igreja Católica mudar”, afirma.
Mesmo tendo passado por seminários católicos, igrejas evangélicas, centros espíritas e terreiros de umbanda antes de se reconhecer como ateu, Kaufmann nunca deixou de reconhecer a relevância do papa.
“Quando ele falava, o mundo ouvia”, diz.
O Diálogo Interreligioso
Uma das marcas mais distintivas do pontificado de Francisco tem sido o seu compromisso com o diálogo inter-religioso. Ele tem trabalhado ativamente para melhorar as relações com outras religiões, especialmente com o Islamismo, o Judaísmo e o Protestantismo. Sua histórica visita à Mesquita Azul em Istambul, em 2014, e seu encontro com líderes muçulmanos demonstram seu desejo de construir pontes de entendimento em um mundo frequentemente dividido por questões religiosas.
Em 2019, ele também assinou um documento histórico com o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, no qual ambos reafirmaram o compromisso com a fraternidade humana e a paz mundial. Para Francisco, as religiões têm um papel fundamental na construção de um mundo mais pacífico e solidário, e ele tem incentivado todos os líderes religiosos a trabalharem juntos na promoção da paz e do respeito mútuo.
O Legado de Francisco
Dentro do catolicismo, Francisco sinalizou mudanças de tom importantes: “Todos são convidados à Igreja, inclusive divorciados, homossexuais e transgêneros”, escreveu em sua autobiografia.
A postura inclusiva refletiu um espírito promovido desde o Concílio Vaticano II (1962-1965), que reconheceu a existência de verdade e santidade fora da Igreja Católica, como lembra o padre Corrêa Lima.
A História do Ateísmo e a Igreja
O ateísmo, historicamente, nem sempre foi visto como é hoje. No Império Romano, cristãos eram chamados de ateus por rejeitarem os deuses romanos.
Durante a Idade Média, a repressão religiosa — incluindo a Inquisição — perseguiu quaisquer indícios de descrença.
No século XIX, com a separação gradual entre Igreja e Estado, o poder repressivo diminuiu, dando espaço para a ascensão de filosofias laicas e científicas.
No século XX, apesar das tensões, surgiram mais diálogos entre a religião e pensadores ateus, com movimentos como o marxismo reconhecendo paralelos com princípios cristãos antigos de partilha e cuidado aos pobres.
O Futuro da Igreja
O sucessor de Francisco será escolhido em conclave ainda sem data definida.
Com dois terços dos cardeais nomeados por Francisco, analistas como o padre Corrêa Lima apostam na continuidade de seu legado.
Mas, como pondera o historiador Diego Omar da Silveira, também existe a possibilidade de um novo papa resgatar posturas mais tradicionalistas.
Francisco deixa uma marca profunda: a de uma Igreja mais aberta, dialogante e sensível às transformações do mundo contemporâneo — admirada, inclusive, por aqueles que não professam nenhuma fé.
Francisco partiu, mas deixou um rastro raro: a prova de que fé, compaixão e diálogo verdadeiro podem atravessar até mesmo os muros da descrença. Para muitos, crentes ou não, ele será sempre lembrado como o papa que preferiu construir pontes a erguer fronteiras.
“Deus tem o coração de um pai”, disse Francisco. E foi com esse coração aberto que ele conquistou até quem nunca rezou.
Da ‘caça aos
marajás’
à
prisão
por corrupção, os altos e baixos da carreira de Collor na política
Por Rócio Barreto
Fonte:
Agência Brasil
Amovimentada vida política do ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) ganhou nesta sexta-feira (25/3) um marcante novo capítulo: aos 75 anos, ele foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na decisão, Moraes ressalta que foram esgotados os recursos no processo no qual o ex-presidente foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a ser cumprida inicialmente em regime fechado.
A condenação, de maio de 2023, é relacionada a um processo derivado da Operação Lava Jato e relativo a crimes envolvendo a BR Distribuidora.
Collor foi preso em Maceió, capital de seu Estado-natal, Alagoas, quando se preparava para voar a Brasília para se entregar.
Ainda nesta sexta, o ministro Gilmar Mendes, que havia votado pela absolvição de Collor, levou ao plenário físico do STF o julgamento sobre a prisão.
Até agora, quatro ministros votaram pela manutenção da prisão pelo sistema virtual da corte, mas a decisão final só será tomada quando o plenário físico voltar a se reunir, em maio.
Enquanto isso, Collor seguirá preso.
Entre outras acusações, a Procuradoria Geral da República (PGR) apontou que Collor, com a ajuda de outros dois empresários condenados na ação, favoreceu a UTC Engenharia em contratos com a BR Distribuidora, recebendo para isso R$ 20 milhões.
Boa parte das evidências do processo foram reveladas por delatores da Operação Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros a aderir à delação premiada durante as investigações.
De acordo com a então vice-procuradora geral da República Lindôra Araújo, além dos relatos dos delatores, teriam sido colhidas provas como e-mails, extratos bancários e outros documentos que comprovariam as acusações.
Para o relator do caso no Supremo, ministro Luiz Edson Fachin, as provas colhidas pelo Ministério Público comprovaram que Collor exercia influência sobre o controle da BR Distribuidora e teria exercido seu poder para viabilizar os contratos com a UTC Engenharia.
Para Fachin, ficou também comprovado que houve lavagem de dinheiro, através de 42 depósitos feitos em contas correntes do ex-presidente e 65 em contas de empresas por ele controladas, de forma a ocultar a movimentação de autoridades financeiras.
Gilmar Mendes e Nunes Marques, que votaram pela absolvição, argumentaram que não foram apresentadas provas suficientes contra os acusados, apenas depoimentos e documentos trazidos por delatores.
Na época, a defesa do ex-presidente argumentou que “o processo inteiro é baseado nos depoimentos de delatores e não há provas que os corroborem”.
Para além do julgamento no STF, Collor protagonizou uma carreira política das mais movimentadas e polêmicas desde a redemocratização do país,
na década de 1980. Ele é oriundo de uma das famílias mais tradicionais da política de Alagoas, os Collor de Mello. A família tem empresas e emissoras de rádio e televisão no Estado. Com esse prestígio, foi eleito governador de Alagoas em 1986.
E então, Collor foi eleito presidente em 1989, nas primeiras eleições diretas à Presidência da República após a ditadura militar (1964 -1985).
Em sua campanha, fez forte oposição ao então presidente José Sarney (atualmente no MDB) e defendia o fim de privilégios às chamadas elites da burocracia brasileira.
Ao longo da disputa, ele ficaria conhecido como o “caçador de marajás”, em alusão a funcionários públicos com altos salários.
Collor venceu as eleições em um segundo turno apertado, disputado contra o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Seu governo, no entanto, foi marcado por diversas turbulências. Na área econômica, sua equipe tentou debelar a hiperinflação que afetava o país na época, mas não obteve sucesso.
Uma das medidas mais controversas adotadas no período foi o confisco da poupança de milhões de brasileiros e brasileiras, em 1990. A medida limitou a quantidade de dinheiro que as famílias poderiam sacar de suas economias e pegou parte da população de surpresa.
Ainda na área econômica, Collor deu início a um processo de abertura do país a produtos importados, especialmente em áreas como a indústria automobilística.
Foi na área política, contudo, que o governo de Collor sofreu os maiores reveses.
Nos primeiros meses de sua gestão, surgiram os primeiros rumores sobre a
atuação do tesoureiro de sua campanha à Presidência, o empresário Paulo César Farias, conhecido como PC Farias. À época, os rumores eram de que o empresário teria pedido propina a empresários em troca de vantagens em contratos com o governo federal.
Em 1992, seu irmão, Pedro Collor de Mello, concede uma entrevista à Revista Veja e diz que PC Farias era, na verdade, uma espécie de “testa de ferro” de Collor. As suspeitas eram de que despesas pessoais de Collor eram pagas com recursos de sobras da campanha de 1989. O então presidente negou as acusações.
As declarações deflagram uma crise política que resulta em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as relações entre o presidente e o seu ex-tesoureiro.
A crise se agravou e, em setembro de 1992, foi instaurado um processo de impeachment contra Collor. No dia 29 daquele mês, ele foi afastado temporariamente do cargo.
O caso foi então à votação no Senado. Diante da possibilidade de ter seu afastamento comprovado e ter seus direitos políticos cassados por oito anos, ele renuncia no dia 29 de dezembro. Apesar disso, o Senado aprova o impeachment e cassa seus direitos políticos.
Em 1994, apesar do impeachment, Collor foi absolvido em um processo criminal no STF em que foi acusado de ter tido suas contas pagas por corruptores. Na época, os ministros da Corte alegaram não terem encontrado provas suficientes sobre as acusações.
Volta à política
Em 2002, Collor retornou à cena política. Disputou e perdeu as eleições para o governo de Alagoas.
Quatro anos depois, em 2006, foi eleito senador, cargo para o qual foi reeleito em 2014.
Foi justamente a partir de 2014 que ele, assim como outros políticos do país, passaram a ser alvos da Operação Lava Jato. Ele foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal no âmbito das investigações conduzidas pela operação.
A partir de 2018, Collor se aproximou e se tornou um grande apoiador do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PL).
Em 2022, já no fim de seu mandato como senador, Collor disputou a eleição para o governo de Alagoas, mas perdeu para Renan Filho (MDB), filho do senador Renan Calheiros — que chegou a ser ministro da Justiça do governo de Collor, nos anos 1990.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil no início do julgamento, em 2023, avaliaram que o processo teria pouco impacto sobre seu legado.
“Apesar de ter sido o primeiro presidente da República após a redemocratização, o fato de ele ter sido alvo de um impeachment corroeu muito do capital político que ele poderia ter. Além disso, nos últimos anos, ele não se firmou como uma liderança regional representativa”, disse então o professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Fabio Andrade, que também coordena o Legislab, uma entidade que pesquisa o funcionamento do Poder Legislativo no Brasil.
Collor foi condenado - e a agora preso - em desdobramentos da operação Lava Jato, que é alvo de grandes controvérsias desde 2019, quando foram divulgados os conteúdos de conversas supostamente mantidas entre procuradores da República que atuava na operação e então juiz federal (atual senador) Sergio Moro. Vazamentos esses que ficaram conhecidos como Vaza Jato.
Lideranças do PT e de outros partidos de esquerda alegaram que as conversas revelavam uma espécie de conluio entre os procuradores e o então juiz. Tanto os procuradores da Lava Jato quanto Moro negaram qualquer irregularidade.
Nos últimos anos, porém, uma série de decisões reverteram condenações originadas em processos da operação. A mais conhecida delas foi a decisão do STF de anular as condenações contra o presidente Lula após a avaliação de que ele deveria ter sido julgado por outras varas que não a vara federal de Curitiba, onde Moro atuou.
Ne Me Quitte Pas
Naquele subúrbio carioca, até as criancinhas sabiam cantar de trás para frente essa canção francesa.
Adelina a ouvia todos os dias no volume máximo do toca discos, presente ganho de sua tia Marlene, ao completar quinze anos de idade.
Não conseguia diagnóstico para as reações que a canção lhe causava, porém podia afirmar categoricamente que eram emoções fortes, e que a deixavam numa espécie de transe.
Tendo pouca idade e poucos recursos financeiros, Adelina era mais uma aluna das fraquíssimas escolas públicas atuais. De sorte, ou falta de, que nem o idioma pátrio sabia muito bem.
Mas a curiosidade da garota a fez querer saber a tradução da frase que iniciava a canção que tanto a encantava.
Ficou indignada ao descobrir que “Ne Me Quitte Pas” podia ser traduzida por “Não me abandone”.
Ficou indignada, “P” da vida, imaginando que o bairro todo ia pensar que ela estava implorando a uma pessoa que não a abandonasse, que sentia tanta sintonia com a canção por assemelhar-se com sua vida amorosa.
quer, pois ambos têm que ser espontâneos, e a pessoa é destinatária deles ou não e ponto.
Ficou maldizendo a pessoa que implora a outra que não a abandone, que não a esqueça, que não a deixe de amar ou qualquer outro pedido com sabor de súplica.
Ai, que horror!
E no auge da sua adolescência, com a imaginação a mil, enxergava um homem indo embora, e uma mulher desafortunada, destituída de um mínimo de amor próprio, jogada ao chão agarrando aquele homem pelos tornozelos.
Porém à medida em que ia se acalmando, depois de ingeridos litros de suco de maracujá, ia pensando melhor, e resolveu que não ia se importar com o que a vizinhança ia pensar.
Esbravejou, xingou com todas as parcas e porcas palavras do seu vocabulário. Ficou vermelha de raiva, e num primeiro momento teve ímpetos de despedaçar seu disco de vinil.
Porém à medida em que ia se acalmando, depois de ingeridos litros de suco de maracujá, ia pensando melhor, e resolveu que não ia se importar com o que a vizinhança ia pensar.
Mas o que para ela daquele momento em diante era inconcebível, seria o fato continuar ouvindo aquela música todos os dias, em todo o tempo que estivesse em casa.
“Ne me quitte pas, il faut oublier...”
Como se não bastasse estar quase quebrando todas as vidraças de sua pobre casa, devido à reverberação do som, Adelina acompanhava a letra imprimindo grande desespero à canção que por si só já denota tal sensação.
No auge da irritação, ela bradava sozinha que era ridículo alguém implorar por um gesto ou por um sentimento qual-
Descabelada, maquiagem borrada de choro, e ainda por cima, implorando que o homem não a esqueça.
No seu íntimo ela pedia a uma força superior que o homem esquecesse aquela mulher, bem como a cena patética promovida por ela, e emendava dizendo mentalmente para a desafortunada que isso seria bem melhor para ela.
Os sentimentos não se explicam, não se compram, não se vendem e nem se barganham com chantagens. Os sentimentos são correspondidos ou não.
Adelina continuou sentindo-se em inexplicável êxtase durante todos os anos posteriores ao dia no qual se revoltou contra a letra da música.
Não havia de ser um detalhe assim tão sem importância para poder fazer que ela conseguisse se desligar daquela sua vidinha tão suburbana ao som e enlevo de “Ne Me Quitte Pas”.
* Ângela Beatriz Sabbag é bacharel em Direito por graduação e escritora por paixão.
Bailarina Clássica, Pianista e Decoradora de Interiores angelabeatrizsabbag e-mail angelabeatrizsabbag@gmail.com
Aos 76 anos, morre a atriz Lúcia
Alves no Rio de Janeiro
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Aatriz Lúcia Alves, 76 anos, morreu nesta quinta-feira (24) no Rio de Janeiro, vítima de complicações de um câncer de pâncreas. Ela estava internada na Casa de Saúde São José, no Humaitá, zona sul do Rio, desde o dia 14 deste mês, após ter apresentado piora no quadro de saúde. A atriz lutava contra a doença há três anos.
O local do velório e o horário do enterro ainda não foram divulgados pela família.
Biografia
Lúcia Alves iniciou sua carreira artística no cinema, em 1965, com o filme Um ramo para Luíza.
A estreia na televisão foi na extinta TV Tupi, em 1969, com
a novela Enquanto Houver Estrelas. Um ano depois, estreou na TV Globo, onde participou da novela Irmãos Coragem, escrita por Janete Clair, ao interpretar a Índia Potira, um dos papéis mais lembrados da carreira.
Em 1975, foi protagonista de Helena, adaptação de Gilberto Braga, baseada no romance homônimo de Machado de Assis. Em 1980, interpretou a Veroca, de Plumas e Paetês, escrita por Cassiano Gabus Mendes.
No cinema, atuou nos filmes Pais Quadrados, Filhos Avançados, Estranho Triângulo, de Pedro Camargo, e O Homem da Cabeça de Ouro. Todos na década de 1970.
Lúcia Alves atuou nas novelas Tortura Cruel, e em Lua Cheia, nos anos 1980. Participou ainda do filme Fica Comigo, de Tizuka Yamasaki, e Quase Dois Irmãos, de Lúcia Murat.
Em 2007, integrou o elenco do humorístico Sob Nova Direção, da Rede Globo, e faz uma participação especial no seriado Toma Lá, Dá Cá, na mesma emissora.
Onde a Amizade Floresce: Morro do Chapéu Celebra Tradição
e Cultura
no 3º Encontro dos Amigos do Morro
Por Ailton Oliveira
Adaptação Rócio Barreto
No coração da Chapada Diamantina, entre vinhedos em expansão e histórias que misturam flores e ÓVNIS, Morro do Chapéu guarda um segredo que vai além das paisagens: a força de sua gente. No último Sábado de Aleluia, essa força se transformou em celebração no 3o
Encontro dos Amigos do Morro, um evento que uniu passado, presente e futuro em forma de música, afeto e pertencimento.
Cerca de 200 pessoas se reuniram na sede da AABB local, vindas de diver-
sas cidades baianas e de outros estados. Mais do que uma festa, o encontro se consolidou como um espaço de reencontro entre amigos, familiares e moradores da cidade, fortalecendo os laços que o tempo e a distância não apagam.
Cultura, música e raízes
Durante todo o dia, o evento foi marcado por uma programação diversificada que mesclou música ao vivo, apresentações culturais e atividades esportivas. No palco, o talento local se destacou com apresentações de artistas como Silas do Trompete, Dodô, Sione, Cleová, Magno, Nery Salvador, Zé Livrório, Eugênio Cerqueira, Marcelo Bagano, Carlos Caroá, Nego Franco, Laudiê e Marcos Sodré, numa verdadeira celebração da musicalidade morrense.
“Tocar aqui é diferente. A gente sente o carinho das pessoas, a conexão com a cidade. É como se a música fosse uma ponte entre o passado e o presente”, destacou o músico Carlos Caroá, que se apresentou ao lado de outros nomes consagrados da cena local.
A trilha sonora da festa ecoava memórias e afetos, enquanto o público saboreava uma feijoada coletiva, acompanhada por petiscos e cerveja gelada. A simplicidade do cardápio contrastava com a profundidade simbólica do encontro: celebrar o pertencimento.
Futebol, emoção e generosidade
A manhã começou com o tradicional Jogo das Estrelas, um amistoso entre os Amigos de Ailton e os Amigos de Júlio Pecador. Em campo, a descontração deu o tom da partida, que terminou com vitória de 7 a 2 para o time de Ailton. Brindes e troféus foram entregues aos participantes, resgatando o papel do esporte como ferramenta de união e inclusão.
Mas o momento mais emocionante do dia veio com um gesto de grande simbolismo. O empresário “Branco” fez a doação de um terreno de 4.000m2 no Bairro do Paxola, destinado à construção da futura sede do grupo organizador do evento.
“A gente acredita nesse projeto. A amizade que move esse encontro é um patrimônio imaterial que merece espaço físico para crescer ainda mais”, afirmou Branco, emocionando os presentes ao entregar a escritura simbólica durante o evento.
Cobertura e visibilidade regional
A dimensão cultural e comunitária do encontro ganhou destaque com a cobertura da TV Chapada, Rádio Diamantina FM, Correio do Sertão e do programa esportivo “Papo de Bola”, com Ailton Oliveira, valorizando ainda mais o alcance e a importância do evento para além das fronteiras de Morro do Chapéu.
Tradição que se renova
Com três edições realizadas e uma nova sede no horizonte, o Encontro dos Amigos do Morro caminha para se tornar uma tradição institucionalizada. A comissão organizadora já anunciou a próxima edição para 2026, prometendo ainda mais estrutura e novidades culturais.
“Nosso objetivo é manter viva essa chama que nos une. É mais do que um evento: é um reencontro com a nossa essência”, concluiu Ailton Oliveira, um dos organizadores do encontro.
Enquanto o sol se despedia no horizonte de Morro do Chapéu e os últimos acordes ecoavam entre abraços e despedidas, uma certeza permanecia no ar: o Encontro dos Amigos do Morro é mais do que uma celebração anual — é um testemunho vivo de que a amizade, quando cultivada com afeto e propósito, floresce como as paisagens da Chapada, resistentes e belas.
Com a promessa de uma sede própria e de uma nova edição em 2026, o evento segue deixando sua marca na memória coletiva de uma cidade que, a cada reencontro, reafirma sua identidade. Em tempos de distâncias, Morro do Chapéu ensina: o pertencimento também se constrói em festa.
ECONOMIA
Tesouro Direto como investimento, o simples que funciona
Se fosse escolher apenas um investimento no Brasil com certeza eu ficaria com o Tesouro Direto. É sem dúvida, uma das alternativas mais seguras, especialmente para os investidores iniciantes ou para aqueles que buscam previsibilidade e solidez. Criado em 2002 por meio de uma parceria entre o Tesouro Nacional e a B3 (a Bolsa de Valores brasileira), o programa tem como objetivo democratizar o acesso aos títulos públicos federais, permitindo que qualquer pessoa possa emprestar dinheiro ao governo e, em troca, receber uma remuneração pré-determinada ou vinculada a indicadores econômicos.
Uma das principais vantagens do Tesouro Direto é sua segurança. Como se trata de um investimento em títulos públicos, o risco de calote é extremamente baixo. O emissor é o próprio governo federal, considerado o agente econômico mais seguro do país. Mesmo em cenários de crise, o Estado é a última instituição a deixar de honrar seus compromissos, o que faz dos títulos do Tesouro uma opção de confiança para proteger o patrimônio do investidor.
Além disso, o Tesouro Direto se destaca pela rentabilidade atrativa, especialmente quando comparado a produtos tradicionais como a poupança. Os títulos disponíveis variam de acordo com o perfil e os objetivos de cada investidor. Há títulos com rentabilidade prefixada (Tesouro Prefixado), que garantem uma taxa de retorno conhecida desde o início; títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+), ideais para quem busca manter o poder de compra a longo prazo; e os títulos pós-fixados (Tesouro Selic), que acompanham a taxa básica de juros da economia, sendo mais indicados para reservas de emergência devido à sua liquidez e menor volatilidade.
Outro ponto forte é a acessibilidade. Com cerca de R$ 30, já é possível começar a investir no Tesouro Direto. Essa característica torna o programa extremamente inclusivo, permitindo que pequenos investidores possam aplicar seus recursos com a mesma segurança e potencial de retorno que os grandes investidores institucionais. Além disso, o sistema é totalmente digital, o que facilita a compra e venda dos títulos por meio de plataformas online, sem a necessidade de intermediários.
A liquidez dos títulos também é um diferencial importante. Embora o ideal seja manter o título até a data de vencimento para garantir a rentabilidade contratada, o Tesouro Nacional oferece recompra diária dos títulos nos dias úteis, o
que dá ao investidor a liberdade de resgatar seus recursos em caso de necessidade.
Do ponto de vista educacional, o Tesouro Direto também exerce um papel relevante. A plataforma oficial oferece diversas ferramentas, como simuladores de investimento, materiais educativos e comparativos de rentabilidade, o que contribui para a formação de uma cultura de planejamento financeiro mais sólida entre os brasileiros. É um convite à educação financeira, promovendo o entendimento de conceitos como juros compostos, inflação e horizonte de investimento.
Adicionalmente, o Tesouro Direto é um dos poucos produtos financeiros que combinam baixo risco, boa rentabilidade e alta liquidez. Essa tríade dificilmente é encontrada em outras opções do mercado. Enquanto aplicações em renda variável podem oferecer altos retornos com riscos elevados, e a poupança tem baixa rentabilidade, o Tesouro Direto se apresenta como uma alternativa equilibrada e eficaz.
Em resumo, o Tesouro Direto é um instrumento que alia confiança, rentabilidade e acessibilidade, sendo ideal tanto para quem está começando a investir quanto para quem busca diversificação em sua carteira com foco em segurança. É uma ferramenta essencial para a construção de um patrimônio sólido ao longo do tempo, proporcionando tranquilidade financeira e previsibilidade, mesmo em momentos de instabilidade econômica. Trata-se, sem dúvida, de uma das melhores opções de investimento disponíveis no Brasil.
Em períodos de juros altos como os atuais, o Tesouro Direto se torna ainda mais atraente para os investidores. Isso porque, quando a taxa Selic — principal instrumento de política monetária do país — está elevada, os títulos públicos, especialmente o Tesouro Selic e o Tesouro Prefixado, oferecem retornos significativamente maiores. No caso do Tesouro Selic, por exemplo, o rendimento acompanha diretamente essa taxa, proporcionando ao investidor ganhos líquidos superiores aos de produtos como a poupança ou CDBs de grandes bancos, com o bônus adicional da segurança do governo federal.
* Humberto Nunes Alencar, formado em jornalismo pela UnB e economia pela Católica. É mestre em economia e doutor em direito pelo IDP.
Ossada humana é encontrada em fazenda na zona rural de Colinas do Tocantins
Por PH Paiva Fonte: g1 Tocantins
Uma ossada humana foi encontrada na zona rural de Colinas do Tocantins, na região noroeste do estado, na tarde desta sexta-feira (25). Os restos mortais estavam em uma região de mata de uma fazenda.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os restos mortais foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Palmas onde passarão por exames de identificação e para saber a causa da morte.
Justiça proíbe BRK de cobrar taxa de ligação de água e determina devolução de valores pagos; entenda
Por PH Paiva
Fonte: g1 Tocantins
ABRK Ambiental foi proibida de cobrar pelo serviço de ligação de água dos consumidores. A decisão judicial acatou um pedido do Ministério Público do Tocantins (MPTO), informando que a concessionária cobrou a taxa em 47 municípios do estado. Ainda cabe recurso da decisão. Em caso de descumprimento, a pena determinada é de R$ 1 mil para cada cobrança indevida. A BRK também foi condenada a devolver aos consumidores os valores pagos a título de ligação de água. A restituição dos valores deverá ser corrigida pelo índice da inflação (IPCA) e acrescido de juros legais. Em nota, a BRK disse que até o momento não recebeu a intimação referente à decisão judicial e afirmou que vai for-
necer todos os esclarecimentos necessários sobre o assunto.
De acordo com a sentença, proferida nesta quinta-feira (24), a restituição poderá ser feita por meio de créditos nas faturas de consumo futuras.
Segundo o MPTO, a BRK é responsável por implementar a infraestrutura para o fornecimento de água, conforme o contrato de concessão do serviço. Sendo assim, a cobrança pela ligação de água configura uma transferência irregular desses custos para o consumidor.
A sentença foi proferida em ação civil pública movida pela 1o Promotoria de Justiça de Tocantinópolis e é assinada pelo juiz Jorge Amâncio de Oliveira.
TOCANTINS
Tocantins lidera na Região Norte
com maior índice de recuperação de áreas degradadas
Por PH Paiva
Fonte: Governo do Tocantins
OGoverno do Tocantins celebra, nesta sexta-feira, 25, a 1o posição entre os estados da Região Norte do país com maior recuperação de áreas degradadas. A nível nacional, o estado ocupa a 6o posição no ranking publicado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). De acordo com o Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), que avaliou e atestou a metodologia aplicada e os resultados apresentados no levantamento produzido pelo CLP, que cita como fontes os dados do MapBiomas e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a posição do Tocantins reflete os resultados do investimento em um conjunto de medidas robusto para recuperação de áreas degradadas.
“Esse resultado mostra que estamos trabalhando compromissados com o crescimento produtivo e econômico em todo o território tocantinense, de forma que possa garantir o sucesso da nossa estratégia de desenvolvimento sustentável. Seguimos unindo o esforço conjunto de todos os setores, em
especial o da produção e do meio ambiente, para transformarmos em ativos ambientais essas áreas, o que agrega valor aos nossos produtos, um requisito que já vem sendo exigido no mercado nacional e internacional”, destaca o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa.
O secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Marcello Lelis, comemora a posição no ranking e atribui o resultado ao investimento que vem sendo realizado por meio do esforço conjunto de programas, projetos e ações promovidas pelo Governo do Tocantins, e desenvolvidas por diversos setores da pasta. “O governador Wanderlei Barbosa determinou a articulação entre os setores e é o que estamos fazendo, além do investimento no conjunto de medidas que transformem em ativos as superfícies impactadas no estado, com a recuperação de áreas degradadas. E o Tocantins imprime no resultado desse ranking o seu compromisso e a dedicação à estratégia da gestão estadual integrada para o desenvolvimento sustentável”, enfatiza o secretário.
A diretora de Inteligência Ambiental, Clima e Floresta da Semarh, Cristiane Peres, acrescenta que os investimentos realizados no estado avançam com a adoção de medidas e desenvolvimento de tecnologia. “Bem como a incorporação
de especialistas para compor a gestão de equipes técnicas desde a estrutura de inteligência ambiental, às ações práticas desenvolvidas por meio de programas e políticas públicas de nossos diversos setores e instituições, em campo”, reitera. “A publicação indicou o responsável pelo levantamento e a fonte dos dados utilizados, e um padrão na métrica para todas as unidades analisadas, não tendo apenas o período de referência da pesquisa. Vale ressaltar que esse tipo de estudo é extremamente complexo, temos casos semelhantes de estudos que estão sendo desenvolvidos para diversos fins e para uma avaliação precisa, demanda a análise do cruzamento de diversos fatores que podem estar envolvidos em cada unidade, em um determinado período e que pode determinar os resultados mensurados, neste caso, à respeito da recuperação de área degradada”, argumentou o coordenador do Cigma, professor doutor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Marcos Giong.
Medidas estratégicas
De acordo com a diretora de Inteligência Ambiental, Clima e Floresta da Semarh, Cristiane Peres, entre as medidas estratégicas para recuperação de áreas degradadas, atualmente no Tocantins, encontra-se em fase de elaboração em uma parceria com a Conservação Internacional no Brasil, o termo de referência que vai determinar as diretrizes para elaboração do Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa do Tocantins, esse será o documento base para mapear outras atividades à serem implementadas para fortalecer esse processo de recuperação da vegetação no estado. Outra medida que a Semarh vem coordenando é o projeto Tocantins Restaura. O estado firmou um protocolo de negociação para restauração florestal na Suíça, especificamente em Villars-sur-Ollon, no dia 25 de janeiro. Este protocolo estabelece a criação desse projeto que visa restaurar áreas degradadas no estado, com um investimento inicial de R$ 120 milhões. A primeira área a ser contemplada com o projeto será o Parque Estadual do Cantão, com a possibilidade de recuperar até 12 mil hectares de área degradada por fogo. Nesta semana, o Governo do Tocantins divulgou o avanço do projeto Plantando Água para mais uma região do estado, desta vez, a região sudeste. Essa iniciativa do governo estadual é considerada o maior programa de recuperação de nascentes do estado e vai revitalizar áreas de preservação das Bacias Hidrográficas dos rios Santo Antônio e Santa Tereza, Formoso, Lontra e Corda, e Manuel Alves da Natividade. A meta inicial é recuperar um total de 200 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs), o que equivale a aproxima-
damente 286 campos de futebol oficiais, sendo 50 hectares em cada um dos quatro Comitês de Bacias Hidrográficas do estado. A etapa de execução desse projeto, por meio de empresa especializada, foi iniciada em dezembro de 2024 na região sul, onde já foi iniciado o plantio de mudas e assim, o Plantando Água passa a ter ações simultâneas nas duas regiões.
As mudas para esse plantio são produzidas por outra iniciativa do Governo do Tocantins, os viveiros do Centro de Recuperação de Área Degradada do Tocantins (Crad).
Atualmente, são quatro unidades instaladas no estado, no municípios de Palmas, Gurupi, Araguatins e Natividade, com capacidade total de produção de 400 mil mudas/ano, o que segundo a Diretoria de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos da Semarh é suficiente para recuperar 360 hectares de áreas em APPs impactadas.
Nessa iniciativa, o Tocantins soma o investimento total de mais de R$ 1,4 milhão, com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos e a produção das mudas conta com o trabalho dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado e os viveiros, com a parceria da Universidade Federal do Tocantins em Gurupi, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) em Araguatins, do Colégio Agropecuário em Natividade e da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) em Palmas.
Além dessas iniciativas, o Governo do Tocantins tem programas e projetos desenvolvidos por outros órgãos voltados para a recuperação de áreas ou que têm relação com essa demanda. No estado, existem iniciativas de outras instituições e tudo isso vai ser mapeado no plano estadual de recuperação da vegetação nativa, segundo a diretora Cristiane Peres.
Ranking
O ranking dos estados com maior recuperação de áreas degradadas considera a área total modificada de uso de solo da forma antrópica (agropecuária ou áreas não vegetadas) para a forma natural (floresta ou formação natural não florestal), em relação à área geográfica total. O levantamento foi publicado pelo Centro de Liderança Pública cita como fontes os dados do Mapbiomas e do IBGE.
No mapa, indica os estados em sequência nas seguintes posições: o Espírito Santo e o Maranhão (0,51%), Distrito Federal (0,47%), Goiás (0,44%), Minas Gerais (0,43%), Tocantins (0,42%), Mato Grosso do Sul (0,38%), Sergipe (0,37%), Alagoas (0,35%); abaixo de (0,30%) Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Pernambuco; abaixo de (0,20%) Santa Catarina, Pará, Piauí, Paraná, Rio Grande do sul e Paraíba; e abaixo de (0,10%) Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Ceará, Amapá, Acre e Amazonas.
POLÍTICA
Uma nova Guerra Fria?
Em 14 de abril deste ano, o fundador da Scale AI, conhecida por fornecer grandes quantidades de dados para treinamento de sistemas de inteligência artificial (IA), o conselheiro na Scale AI e atual diretor do Centro de Segurança de IA (CAIS), que conduz pesquisas sobre segurança e ética de IA, e o diretor executivo da Alphabet Inc, uma das maiores holdings em tecnologia, controladora do Google, publicaram o artigo Superintelligence Strategy, onde traçam considerações sobre os desenvolvimentos em Inteligência Artificial e os possíveis riscos associados ao seu uso.
Neste artigo, os autores anteveem que os sistemas de inteligência artificial superarão os humanos, criando o que eles denominam de superinteligência, e que ela será muito maior que a soma da inteligência de todos os seres humanos. Por isso, ela precisa ser encarada como uma questão de segurança nacional.
Pois bem. O cenário descrito por eles causa, a princípio, um arrepio quando percebemos que podemos estar a alguns passos de nos tornarmos figurantes reais da franquia O Exterminador do Futuro, onde seremos subjugados pela poderosa inteligência desenvolvida pelas máquinas, já que elas serão capazes de um autoaperfeiçoamento infinito, e não mais nos darão atenção. Não estarão sujeitas às nossas orientações, nem aos nossos comandos, quando perceberem que podem ser autônomas.
Nós somos levados a subestimar o real perigo, já que o que vemos, e nos é mostrado todo o tempo, são desenhos bonitinhos, fotos antigas que viram filmes que nos remetem à nossa infância, vídeos super elaborados gerados a partir de nossas instruções repassadas em linhas de texto, os prompts, a esses sistemas, ao passo em que os ditos “grandes perigos” da IA são aqueles ligados à propriedade intelectual, às monografias e teses escritas por esses sistemas e as fraudes durante as provas e testes realizados on-line ou à extinção de diversos tipos de empregos.
Os autores não superestimam e talvez não estejam errados sobre o poder dos sistemas de inteligência artificial. No entanto, eles propõem três estratégias preventivas, que mais soam como desculpas, similares às que levaram à corrida armamentista iniciada na Guerra Fria, como o poder da
dissuasão, a competitividade e a não proliferação. Sua teoria alerta para uma possível perda de controle de uma nação sobre seu sistema de IA, ao tentar torná-lo mais poderoso, mais profícuo e superior aos demais, colocando em risco todas as demais nações. Para essa situação, evocam o retorno da doutrina estratégica da “Destruição Mútua Assegurada”, onde a resposta a um ataque levaria a destruição para o atacante e ao atacado. Situação ainda vigente em um mundo repleto de armas nucleares.
Outro ponto ressaltado no artigo diz respeito à utilização da IA como meio de obtenção de segurança econômica, o que daria maiores poderes à estratégia de “segurança nacional”. Isso se daria pelo aumento da capacidade de produção nacionalizada de chips de ponta para inteligência artificial, ao mesmo tempo em que seria combatido o acesso a esses chips por “agentes mal-intencionados”.
A terceira estratégia seria o monitoramento constante desses chips em nível mundial, inclusive ajudando na contabilização e identificação da origem das peças, de forma a restringir o acesso “indevido”, como se fora um protocolo de triagem que detecta e previne o uso incorreto.
Mas, se prestarmos atenção ao contexto, ou seja, sem nos deixar levar apenas pelo medo da IA ser tornar muito mais esperta e incontrolável, e juntarmos algumas peças, poderemos perceber algo muito mais profundo e perigoso, escamoteado de boas intenções.
Os autores estão ligados diretamente a empresas que têm investido pesadamente em pesquisas sobre IA. Todos têm a mesma nacionalidade. Todos estão ao lado de big techs poderosas, financeira e politicamente.
Deixando de lado a teoria da conspiração, acredito que devemos ler esse artigo com mais atenção e muito cuidado, associando à situação mundial atual: de onde partem essas estratégias; quem seriam os maiores interessados nesses controles e domínio; e, o mais aterrorizante, quem seria capaz, hoje, de capitanear essas iniciativas de bate e pronto?
* Wilson Coelho é especialista em Políticas públicas de Saúde pela UNB, e Informática em Saúde pelo IEP-HSL.
A 200 dias da COP30, Belém está com 78% das estruturas concluídas
Por PH Paiva
Fonte: Agência Brasil
A 200 dias da 30 a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá no Brasil em novembro, os comitês organizadores apresentaram um balanço das obras em Belém, no Pará. O Parque da Cidade, onde ocorrerão as negociações globais, já está com 78% das estruturas concluídas.
O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, e a presidente do comitê estadual, Hana Ghassan, reforçaram que a cidade estará pronta a tempo de receber os 50 mil integrantes das delegações internacionais.
Ao todo estão sendo investidos R$ 4,5 bilhões em recursos federais, estaduais e municipais em 30 frentes de obras para melhorias em infraestrutura de saneamento, mobilidade e conectividade. De acordo com Hana Ghassan, os investimentos já geram 5 mil empregos e beneficiarão 900 mil pessoas.
O Parque da Cidade é o lugar onde a COP ganhará os espaços da zona verde, de participação social, e da zona azul, onde ocorrem as negociações. A primeira, já está com obras avançadas e é responsabilidade do país organizador, nesse caso o Brasil. A zona azul terá o espaço cedido à Organização das Nações Unidas, (ONU), que montará a estrutura para a COP30.
De acordo com os organizadores do estado, foram investidos R$ 700 milhões na etapa de infraestrutura da zona verde, com 230 mil metros quadrados, e outros R$ 700 milhões serão destinados a uma nova etapa de obras
do espaço restante, de 270 mil metros quadrados, que só poderão ser concluídas após o fim da conferência.
No local, onde antes funcionava o aeroclube de Belém, foram plantadas mais de 2 mil mudas, e a vegetação deverá chegar a 2,5 mil árvores. A área total também está integrada com o Centro de Convenções Hangar, já existente antes das obras.
Além da construção do Parque da Cidade, estão em andamento obras de reformas de escola, onde serão disponibilizados leitos para alojamentos; um porto para acesso de transatlânticos, que também servirão de hospedagem; infraestrutura viária e serviços de macrodrenagem, que alcançarão 13 canais de quatro bacias hidrográficas.
Hospedagem
Serão disponibilizados 50 mil leitos para a COP. A iniciativa privada está construindo três novos hotéis com mais de 500 leitos e uma plataforma para aluguel de imóveis por temporada será disponibilizada em maio. Segundo o secretário extraordinário da COP, há um diálogo aberto com as associações de hospedaria do estado para que não haja prática abusiva de preços para o período da COP30.
De acordo com Valter Correia, a Casa Civil firmou ainda um acordo com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no valor de R$ 263 milhões, para modelagem, planejamento e gestão das operações com as empresas que disponibilizarão dois transatlânticos para hospedagem. Desse valor, o governo federal desembolsará R$ 30 milhões e o restante será coberto pela venda das cabines.
Água da chuva pode estar contaminada por agrotóxico, diz estudo
Por PH Paiva
Fonte:
Agência Brasil
Estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que a água da chuva pode estar contaminada por agrotóxicos e que o uso desta água para fins de abastecimento da população deve ser feito com cautela. As informações são da Revista Fapesp.
A pesquisa, publicada no periódico científico Chemosphere, coletou e examinou amostras de três cidades paulistas: Campinas, Brotas e a capital São Paulo. Nos três locais, a água da chuva estava contaminada com agrotóxicos. A coleta ocorreu no período de agosto de 2019 a setembro de 2021.
Campinas apresentou a maior concentração de agrotóxicos (herbicidas, fungicidas e inseticidas), com 701 microgramas por metro quadrado (g/m), seguindo-se Brotas, com
680 g/m2, e São Paulo, com 223 g/m.
Segundo a Revista Fapesp, as análises indicaram uma associação direta entre a proporção de agrotóxicos encontrados e a extensão dos cultivos agrícolas, que ocupam quase metade dos 795 quilômetros quadrados (km2 ) do município de Campinas, 30% dos 1.101 km2 de Brotas e 7% dos 1.521 km2 da capital paulista.
Entre os 14 agrotóxicos identificados, o herbicida atrazina, apesar do uso ser proibido, foi detectado em todas as amostras das três cidades.
“A ideia de que a gente, ao tomar água de chuva, nós estamos tomando uma água limpa, ela não é de toda verdade. Eu acho que isso que o estudo acaba trazendo um pouco: de levantar esse alerta com relação a essa questão ou a esse uso”, destacou a coordenadora do estudo, Cassiana Montagner à Revista Fapesp.
Brasil conquista 10 medalhas na etapa de Indianápolis do World Series
Por Ana Luiza Silva Fonte: Agência Brasil
Tendo o campeão paralímpico de natação Gabriel Araújo como grande destaque, o Brasil encerrou a participação na etapa de Indianápolis (Estados Unidos) do World Series (um circuito internacional da modalidade organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional) com o total de dez pódios (quatro ouros, cinco pratas e um bronze).
Dessas dez medalhas conquistadas pelo Brasil, seis delas foram obtidas por Gabriel Araújo, a última delas na noite do último sábado (26) nos 50 metros estilo livre classes S1-S13. O vencedor da disputa foi o italiano Simone Barlaam, enquanto o australiano Callum Simpson completou o pódio.
Antes, Gabrielzinho, que é da classe S2 (comprometimento físico-motor), garantiu o ouro nas provas dos 100 metros
livre, 150 metros medley, 50 metros costas e 50 metros borboleta, além de ter sido prata nos 200 metros livre.
As outras medalhas do Brasil foram conquistadas pela sul-mato-grossense Milaini Araújo e pela gaúcha Larissa Rodrigues (respectivamente uma prata e um bronze nos 50 metros costas da classe S3), por Talisson Glock (uma prata nos 400 metros da classe S6) e por Matheus Brambilla, (uma prata na classe S7).
Em 2025 a seleção brasileira de natação paralímpica já havia participado de duas etapas do World Series. Em Lignano Sabbiadoro (Itália), o país encerrou a participação com quatro ouros e quatro pratas, ficando na segunda colocação geral do quadro de medalhas. Já em Barcelona (Espanha), o Brasil fechou sua campanha com 11 pódios, sendo seis ouros, três pratas e dois bronzes.
Saiba quais condições e regras para menores viajarem sem os pais
Por Maíra Campos
Adaptação Ana Luiza Silva
Feriadão chegando e com ele uma oportunidade para que muitas crianças e adolescentes viajarem e aproveitarem o período de descanso. No entanto, para menores de 16 anos viajarem desacompanhados dentro do Brasil é preciso uma autorização e ela pode ser emitida sem uma ida ao cartório com o uso do sistema e-notoriado.
Mas como isso funciona? Para entender tudo, vamos começar do principio. Para obter essa autorização sem precisar ir ao cartório é preciso da Autorização Eletrônica de Viagem (AEV).
A Autorização
Eletrônica de Viagem (AEV)
Desde 2021, os pais e responsáveis podem solicitar a Autorização Eletrônica de Viagem (AEV) de maneira totalmente online. Regulamentada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a AEV é emitida através da plataforma e-notariado, administrada pelo Colégio Notarial do Brasil.
O uso da AEV tem crescido significativamente. Em 2022, foram registradas 1.217 solicitações no primeiro semestre, número que subiu para 3.995 no mesmo período de 2023, e
atingiu 6.945 nos primeiros seis meses de 2024. Em junho de 2024, foram registrados 1.701 pedidos.
Como solicitar a autorização
Para solicitar a AEV, os pais ou responsáveis devem acessar a plataforma e-notariado, onde o processo é completamente online. É necessário possuir um certificado digital, que também pode ser obtido virtualmente, garantindo a autenticidade e segurança do procedimento.
Com a AEV, o planejamento das férias para crianças e adolescentes se torna muito mais simples, permitindo que as viagens ocorram de forma segura e sem a burocracia tradicional dos cartórios.
Como emitir
A solicitação da Autorização Eletrônica de Viagem é feita pela plataforma e-notariado.
1- Será preciso um certificado digital notarizado ou padrão ICP-Brasil para efetuar o acesso, além da assinatura digital da autorização eletrônica de viagens. Caso o requisitante não tenha um certificado digital, pode solicitar por este link.
2 – Ao preencher os dados de solicitação da AEV, será preciso escolher um cartório na cidade ou comarca (circunscrição territorial) que efetuará o reconhecimento dos responsáveis.
3 – Assim que a solicitação for concluída, será enviada ao cartório uma notificação para providenciar o atendimento, que ocorrerá nos horários comerciais do cartório.
4 – O tempo médio é de 24 horas, mas, caso a pessoa tenha urgência,
é possível fazer mais celeremente. Pelo site é possível acompanhar o andamento da solicitação.
5 – Deverão ser informados os dados dos responsáveis que efetuarão a autorização de viagem, do menor e do acompanhante, se houver. Será obrigatório anexar uma foto dos responsáveis, do menor e do acompanhante. O responsável precisa determinar qual o período da autorização, que não pode ser menor que o intervalo de tempo entre embarque e retorno.
6 – O procedimento pode ser totalmente on-line, com o reconhecimento por videoconferência.
7 – Uma vez pronta a autorização, ela é enviada digitalmente no formato PDF, assinado digitalmente. Nesse documento também constará o QR Code (código de barras bidimensional) de validação, a ser utilizado pela empresa de transporte no momento do embarque. A AEV poderá ser baixada diretamente no sistema e-notariado.
8 – O custo da autorização é o valor do reconhecimento de firma por autenticidade para cada responsável que autorizará a viagem do menor. A cobrança é realizada diretamente pelo cartório. Cada estado tem uma tabela de preços do procedimento de reconhecimento de firma.
Com a AEV impressa ou o QR Code, basta apresentá-la à empresa de transporte ou à Polícia Federal no momento do embarque. Os documentos pessoais dos viajantes também devem ser apresentados no embarque.
Agora, se você quer saber como emitir autorização para viagem nacional para menores de idade, clique aqui que a Catraca Livre reuniu todas as informações para você.
Cidades no Brasil onde o turista pode ter a sorte de ver neve no inverno
Por Silvia Melo
Adaptação Ana Luiza Silva
Embora o Brasil seja conhecido por seu clima tropical, algumas regiões do país surpreendem por registrar temperaturas negativas e até neve durante o inverno. Essas
cidades localizadas nas regiões Sul tornam-se verdadeiros refúgios para quem deseja vivenciar a experiência de ver a neve sem sair do Brasil. A seguir, conheça os destinos brasileiros onde pode nevar e programe sua viagem para curtir o melhor do inverno nacional.
1. São Joaquim (SC)
Localizada na Serra Catarinense, São Joaquim é uma das cidades mais frias do Brasil e uma das mais famosas quando o assunto é neve. Com altitudes que ultrapassam os 1.300 metros, o município frequentemente registra temperaturas abaixo de zero durante o inverno. Entre junho e agosto, é comum os turistas lotarem a cidade em busca do fenômeno. Além da possibilidade de neve, a cidade oferece vinícolas premiadas e belas paisagens serranas.
2. Urupema (SC)
Urupema disputa com São Joaquim o título de cidade mais fria do Brasil. Pequena e charmosa, a cidade já registrou temperaturas inferiores a -8 oC. Graças à sua altitude e clima rigoroso, a ocorrência de geadas e até neve é comum durante os meses de inverno. É o destino ideal para quem busca tranquilidade, paisagens congeladas e uma imersão no clima frio.
3. Urubici (SC)
Também situada na Serra Catarinense, Urubici combina frio intenso com atrações naturais impressionantes, como a Cascata do Avencal e o Morro da Igreja, ponto mais alto habitado do Sul do Brasil. A cidade é outra forte candidata a receber neve no inverno, especialmente em dias de massas de ar polar. A combinação entre natureza, gastronomia e frio extremo torna Urubici um dos destinos de inverno mais procurados do país.
4. Bom Jardim da Serra (SC)
Conhecida como a “Terra da Neve”, Bom Jardim da Serra é mais um município catarinense com registros frequentes de temperaturas negativas e queda de neve. O grande destaque da cidade é a Serra do Rio do Rastro, uma das estradas mais bonitas do mundo, cercada por cânions e neblina. Durante o inverno, é comum a formação de geada, nevoeiro e até congelamento das águas nas margens da estrada.
5. Cambará do Sul (RS)
Localizada na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Cambará do Sul é famosa pelos cânions do Itaimbezinho e Fortaleza, localizados no Parque Nacional de Aparados da Serra. A cidade registra temperaturas negativas e tem chances de neve durante o inverno. O clima serrano e as paisagens impressionantes atraem visitantes durante todo o ano, mas o charme aumenta com a possibilidade de ver a neve nos meses mais frios.
6. São José dos Ausentes (RS)
Com altitudes que superam os 1.200 metros, São José dos Ausentes é uma das cidades mais geladas do Rio Grande do Sul. Pouco explorada pelo turismo de massa, o município atrai aventureiros e viajantes em busca de cenários naturais incríveis e, claro, da neve. A famosa Pedra do Segredo e o Pico do Monte Negro, ponto mais alto do estado, são atrações imperdíveis.
Operação resgata uruguaios de trabalho análogo à escravidão em Minas
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência
Brasil
Uma ação coordenada da Polícia Federal (PF), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) libertou dois estrangeiros aliciados por uma rede de tráfico de pessoas. Enganados por falsas propostas de trabalho e mantidos em condições análogas à escravidão, as vítimas estavam na cidade de Planura, de 11 mil habitantes, no triângulo mineiro.
A denúncia, recebida pelo Disque 100, apontava que uma vítima era mantida em situação de cárcere privado, obrigada a realizar trabalhos domésticos e serviços em um estabelecimento comercial, sem qualquer remuneração. Segundo o MPT, também foi denunciado que havia “agressões físicas e verbais, isolamento social, retirada de documentos e restrição de liberdade, além de possíveis abusos psicológicos e sexuais”. Havia indícios de que as violências ocorriam há anos. De acordo com a Operação Novo Amanhã, os investigados usavam plataformas para abordar pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e afetiva, prometendo trabalho, moradia e acolhimento. As abordagens exploravam principalmente membros de comunidades LGBTQIAPN+.
A ação prendeu três pessoas em flagrante por submeterem um cidadão uruguaio, homossexual, a condições degradantes de trabalho e restrição de liberdade. De acordo com o MPT, ele era mantido há mais de oito anos trabalhando sem pagamento, em troca apenas de moradia e alimentação.
“Marcas de agressões físicas foram identificadas e confirmadas por testemunhas, e há indícios de outras formas de violência, como exploração sexual e extorsão”, complementa o MPT em nota. A equipe do MTE constatou que ele foi coagido a fazer uma tatuagem com as iniciais dos patrões, como símbolo de posse.
Uma semana depois, outra vítima da rede foi identificada. Uma mulher transexual, também uruguaia. Segundo o MTE, que enviou fiscais em ambas as diligências, ela “também foi levada ao local por meio de falsas promessas e inserida em um vínculo de trabalho doméstico informal. Durante o período em que esteve na casa dos empregadores, chegou a sofrer um acidente vascular cerebral”.
As vítimas seguem em acolhimento pelas Clínicas de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), que oferecem assistência médica, psicológica e jurídica.
Onde foi que paramos?
Infelizmente os portais públicos dos órgãos de trânsito — seja o Detran para o Distrito Federal ou a Senatran para todo o País — ainda não trazem informações relativas ao ano de 2025. Mas o sentimento que os noticiários nos proporcionam não é nada bom. É raro o dia em que jornais não trazem relatos dramáticos de sinistros, que impressionam não só pelo número, mas também pela gravidade de muitas das ocorrências. Mas quem será capaz de nos informar o que de fato está acontecendo?
Se não temos informações para falar sobre 2025, podemos dar uma olhadela nos dados dos últimos anos e constatar que não há muito o que celebrar. É verdade que os números absolutos têm mantido uma certa estabilidade e as taxas (usualmente expressas em número de óbitos para cada 100 mil habitantes ou para cada 10 mil veículos) até têm experimentado uma discreta redução ao longo dos anos. Mas não podemos perder de vista o compromisso que o Brasil assumiu em reduzir as mortes em 50% na década de 2011 a 2020, quando falhou miseravelmente, e renovou para a década atual, que já vai pela metade. Não podemos dourar a pílula: a verdade é que os números podem até estar se estabilizando, mas em um patamar ainda muito alto, que mantém o Brasil no time dos países com o trânsito mais violento do planeta. Isso não pode ser naturalizado e é urgente que o Poder Público assuma o papel que lhe cabe em suas diversas esferas.
“Há uma
O Distrito Federal tem um caso para comprovar que a cultura pode mudar, refletindo-se na atitude e materializando-se no comportamento cotidiano de uma população. Quem viveu o Programa Paz no Trânsito na segunda metade dos anos 1990 testemunhou o descrédito expresso por muitos formadores de opinião, que repetiam coisas como “isso aqui não é a Suécia”, “ninguém aqui vai parar para as pessoas nas faixas de pedestres” e pérolas semelhantes. No entanto, três décadas depois o respeito à faixa é motivo de orgulho do brasiliense.
O que é preciso destacar é que a mudança de atitude não se deu espontaneamente, nem por obra de algum santo milagreiro. Houve um programa concebido pelo governo da época, estruturado com o envolvimento da imprensa e de segmentos de peso da sociedade civil, e liderado por gestores conscientes de seu papel histórico, como o diretor do Detran Luís Miúra e o comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, coronel Azevedo, que lamentavelmente já não estão entre nós.
convergência entre o senso comum e estudos técnicos e científicos sérios em torno da da constatação de que na esmagadora maioria dos sinistros o fator preponderante é o comportamento das pessoas, quase sempre dos condutores. Isso faz mesmo sentido.”
Esses são os exemplos que os dirigentes de hoje precisam conhecer e adotar como modelos. A resignação não pode ser aceita. E muito menos a postura que vimos em tempos recentes em figuras públicas que propugnavam o relaxamento das normas de trânsito em nome da falaciosa preservação de liberdades individuais.
Há uma convergência entre o senso comum e estudos técnicos e científicos sérios em torno da da constatação de que na esmagadora maioria dos sinistros o fator preponderante é o comportamento das pessoas, quase sempre dos condutores. Isso faz mesmo sentido. O que não é aceitável é a atitude resignada dos gestores, como se as pessoas não estivessem sujeitas a mudanças em seus valores culturais.
* Paulo César Marques da Silva é professor da área de Transportes da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Engenharia de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Transport Studies pela University of London (University College London) (2001).
No Vaticano, Lula diz que papa fez história ao combater desigualdades
Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
Adaptação Rócio Barreto
Após acompanhar a Missa de Exéquias do papa Francisco no Vaticano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (26) que o nome do pontífice marcou a história e destacou ainda o trabalho do santo padre no combate às desigualdades sociais em todo o mundo.
“Perdemos o líder religioso mais importante deste primeiro quarto do século 21. Papa Francisco não era apenas um papa. Ele era um papa preocupado com a guerra de Gaza, com a fome, com as coisas que afligem o povo do mundo inteiro”, avaliou o presidente, em rápida conversa com jornalistas.
Acompanhado da primeira-dama, Lula lembrou que muitos brasileiros tinham um apreço muito grande pelo comportamento do papa Francisco, como homem e como religioso:
“Queira Deus que o próximo papa seja igual a ele, com o mesmo coração dele, com os mesmos compromissos religiosos dele, com o mesmo compromisso no combate à desigualdade que tinha o papa Francisco. Volto para o Brasil certo de que nós cumprimos o nosso dever – como cristãos, como
religiosos e como políticos. De vir ao enterro de uma pessoa admirável como o papa Francisco.”
Guerra
Ao comentar o momento de diálogo registrado, no próprio Vaticano, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Lula disse desconhecer o teor da conversa, mas destacou a importância de se manter o diálogo como alternativa para o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia.
“Não sei sobre o que eles conversaram. Não posso intuir sobre a conversa. O que é importante é que se converse pra ver se encontra uma saída pra essa guerra. Essa guerra está ficando sem explicação. Ninguém consegue explicar e ninguém quer falar em paz”, avaliou o presidente.
“E o Brasil continua teimando que a solução é a gente fazer com que os dois [líderes] sentem em uma mesa de negociação e encontrem uma solução. Não só para a Ucrânia e a Rússia, mas também para a violência que Israel comete contra a Faixa de Gaza”, completou Lula.
Autor de “O Diário da Turma 1976-1986: A
História do Rock de Brasília” lança novo livro; conversamos com Paulo Marchetti
Por Paola Zambianchi
Em 2001, Paulo Marchetti lançou seu primeiro livro, O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília (Conrad, 2001 e Pedra na Mão, 2013). Nascido em Piracicaba (SP), em 1970, Marchetti morou em Brasília (DF) de 1974 a 1987 e cresceu com a Turma da Colina, assistindo aos primeiros ensaios e shows de Plebe Rude, Capital Inicial e Legião Urbana. Em 1985 formou o Filhos de Mengele, banda de punk rock que Digão foi baterista, antes de se dedicar ao Raimundos, já como guitarrista. Diretor artístico e diretor de conteúdo para televisão e projetos especiais, já passou por MTV Brasil, SBT, Band, Discovery, History, Multishow, Disney, Record e atualmente trabalha na TV Cultura.
Sempre envolvido na cena musical, Paulo Marchetti co-
memora os 70 anos do rock brasileiro em 2025 com o lançamento de um novo livro, “O Calendário Do Rock Brasileiro”, uma coleção de efemérides com mais de 1.800 fatos dos mais diversos, que cobrem os 365 dias do ano, de 1o de janeiro até 31 de dezembro. O trabalho de Marchetti, que teve início em 1998 e exigiu dedicação e muita paciência, reuniu em 358 páginas, a maior parte dos acontecimentos que escrevem a história do rock brasileiro. Conversamos com o autor para saber mais sobre o calendário, que é o 1o do gênero no Brasil.
Paulo, explica para os leitores da Plano B o que pode ser encontrado no “O Calendário Do Rock Brasileiro”.
PAULO: O Calendário do Rock Brasileiro acompanha a trajetória de praticamente todos os artistas do gênero, mas neste formato
Foto: Fernando Asprino Neto
inédito de datas. Você pega, por exemplo, Os Mutantes, e no livro tem todos os fatos do grupo desde o Teenage Singers e The Wooden Faces, que se tornaram Six Sided Rockers, que se transformaram em O’Seis, que se transformaram em Os Mutantes e, por fim, se transformaram em Mutantes. Os primeiros shows, os lançamentos, as mudanças de nome e de formação, as principais apresentações e, claro, toda carreira solo dos principais ex-integrantes. Então é um livro que conta, em detalhes, histórias que boa parte do público não conhece. Isso acontece com Secos e Molhados, Legião Urbana, Chico Science e Nação Zumbi e todos os outros artistas.
Há as brigas com polícia, histórias de censura, o lançamento dos grandes clássicos, nascimentos e óbitos, os filmes musicais (como o início das filmagens de Bete Balanço) e tem também, claro, a principal de todas que é 24 de outubro de 1955, quando Nora Ney gravou o 1o rock no Brasil. A partir daí tudo mudou e o Calendário mostra, inclusive, os primeiros acontecimentos da década de 1950 que fizeram o rock ganhar força aqui, mesmo antes da Jovem Guarda. O Calendário do Rock Brasileiro é um documento riquíssimo, cheio de histórias.
Dá alguns ‘spoilers’ para a Plano B e conta para a gente fatos curiosos que estão presentes no livro.
PAULO: Há a data do 1o show de rock no Brasil, assim anunciado, que aconteceu logo no início de 1957; há a confusão que acabou em morte envolvendo os integrantes do Casa das Máquinas, em 1977; o lançamento do 1o rock cantado em português por Cauby Peixoto, e lançado em 1957; casos de censura envolvendo Raul Seixas, a Rádio USP, Léo Jaime, Plebe Rude, Ave Sangria e tantos outros artistas; o show de estreia do Los Hermanos, do Titãs, da Legião Urbana, do Sepultura, do Raimundos, do Barão Vermelho e outros; a data que Cazuza anunciou estar com HIV.
Outras datas resumidas:
- Em 8 de agosto de 1968 foi lançado o álbum Panis Et Circenses.
- Em 7 de dezembro de 1972 aconteceu o 1o show da formação clássica do Secos e Molhados com João Ricardo, Ney Matogrosso e Gerson Conrad.
- Em 15 de maio de 1982 Raul Seixas foi preso durante um show acusado de ser um sósia. Essa história bizarra se transformou no curta metragem Tanta Estrela Por Aí (1993, disponível no YouTube). Rita Lee faz o papel de Raul Seixas.
- Em 12 de novembro de 1984 o RPM entrou em estúdio para gravar seu compacto simples com as músicas “Louras Geladas” e “Revoluções Por Minuto”.
- Em 12 de fevereiro de 1990 o baixista Mingau foi anunciado como novo integrante da Legião Urbana. Apesar da notícia, o fato não se consumou.
Esse é um longo trabalho, que você lança agora de maneira totalmente independente, com uma pesquisa que priorizou o período pré-internet, entre
1955 e 2000, mas que também compila acontecimentos relevantes de 2000 a 2024. Como foi desenvolver esse projeto?
PAULO: Fazer sozinho um documento desse tamanho não foi fácil, é uma responsabilidade enorme, inclusive com os detalhes. Cada data exigiu a busca de quantas fontes fossem necessárias e possíveis encontrar dentro das minhas possibilidades. Não foi apenas pesquisa, mas também investigação. Ir atrás de cada artista, de cada década, de toda discografia de todas as cenas musicais, inclusive as que envolvem os formatos compacto e EP; pesquisar sobre os integrantes de todas as bandas desde 1955, isso em um período que a imprensa ainda não tinha arquivo digital, época em que o conteúdo da internet ainda estava sendo construído, e que exigiu idas a bibliotecas e bancos de dados de jornais; caça de conteúdo em sebos literários e de discos de vinil; enfim, todos os modos confiáveis que pudessem enriquecer minha coleção de efemérides. Foram mais de duas décadas de pesquisa que intercalaram períodos de intervalo e períodos de pesquisa intensa.
De onde veio a ideia para o livro?
PAULO: Foi no arquivo da MTV que conheci livros estrangeiros
que abordam unicamente efemérides do rock desde os primeiros ídolos do blues. Daí, em 1998, comecei a juntar algumas datas de forma aleatória, durante meus trabalhos de direção, pesquisa e texto na MTV Brasil, onde estive entre 1993 e 2000. Mas fui pegar firme na pesquisa a partir de 2001.
Esse tipo de literatura fora do Brasil já existe faz tempo, e agora eu fiz o 1o desse gênero no Brasil. Não existe qualquer outro calendário musical brasileiro.
De que maneira o período que você morou em Brasília moldou o teu interesse pelo rock brasileiro e a vontade de eternizar as histórias do segmento em livro?
PAULO: Foi acompanhando o pessoal da Turma da Colina, assistindo aos shows e ensaios, gravando discos e coletâneas em casa. Também sempre consumi a mídia especializada da época, como as revistas Som Três, Pipoca Moderna, Roll e Bizz. Isso tudo desde os 8, 9 anos de idade, então foi tudo muito natural, inclusive minha entrada na MTV em 1993, que só reforçou minha vontade que eu tinha desde os 15 anos de escrever livros, mas, claro, sem saber sobre o quê rsrs. Tocando ou não, sempre circulei no meio musical, tanto em Brasília, quanto em São Paulo.
ODiáriodaTurma1976-1986:AHistóriadoRockde Brasíliafoi um livro bastante importante para a biografia do rock brasileiro. Inclusive faz parte do acervo da biblioteca da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), um dos poucos em língua portuguesa. Você pretende o mesmo impacto com OCalendário DoRockBrasileiro?
PAULO: O valor do Calendário do Rock Brasileiro só vai ser reconhecido em um futuro bem distante. Infelizmente o brasileiro ainda não valoriza sua história. Eu publico essas datas desde 2003, quando comecei meu primeiro blog. Mas tanto nele, quanto mais recentemente no Instagram, as pessoas pegavam as informações que tanto ralei pra conseguir e não davam crédito, inclusive contas oficiais de grandes artistas. Isso me desestimulou e parei de divulgá-las dessa forma. Mas agora, para comemorar os 70 anos do rock brasileiro, resolvi publicar essa minha coleção de efemérides. Muita gente ainda não entendeu a importância desse documento que é O Calendário do Rock Brasileiro, inclusive das possibilidades que ele oferece de conteúdo para as mídias que trabalham com música e cultura jovem, rádio, podcast e outros; e também para quem trabalha com rock, eventos e festas comemorativas, bandas cover etc.
É um livro diferente que não é pra ficar na estante, mas sim em cima da mesa, para consulta diária. É um livro atemporal que vai deixar viva a memória do rock brasileiro em seus mínimos detalhes e que, com a distância do tempo, irá ganhar mais valor. O Calendário do Rock Brasileiro é pioneiro.
Paulo Marchetti com Rogério Lopes - olhando para foto - e Gastão - de camisa quadriculada, ambos da banda “Elite Sofisticada”. Na Concha Acústica do Parque da Cidade em Brasília.
Como é possível adquirir uma cópia do livro?
PAULO: Sendo 100% independente, não há distribuição, então é preciso pedir o livro por e-mail: calendariodorockbr@gmail.com
Através dele também vendo O Diário da Turma 2o edição e faço pacote com desconto pra quem pedir os dois livros.
Foto: Nick Elmoor e Ricardo Junqueira
Foto: Rogério Lopes
Paulo Marchetti em 1987
Coaf alerta para golpistas se passando por servidores do órgão
Por Rócio Barreto
Fonte:
Agência Brasil
OConselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão federal responsável pela prevenção à lavagem de dinheiro no Brasil, esclarece que seus servidores não entram em contato com cidadãos para solicitar dados ou informações sobre movimentações financeiras, nem para colaborar com suposta investigação em curso.
O órgão registrou relatos de cidadãos que receberam documentos supostamente emitidos pelo Coaf oferecendo ajuda em processos no órgão, mas informou que não emite qualquer tipo de “carta de reconhecimento” ou documento similar.
“Alertamos também que o Coaf não participa de qual-
quer tipo de ‘monitoramento’ por WhatsApp, seja diretamente ou em suposta ‘parceria’ com a Polícia Federal ou qualquer outro órgão, nem faz solicitações de transferência de quaisquer valores, muito menos com ameaça de ‘retenção’ de quem quer que seja”, explica o Coaf.
Também foram registrados relatos sobre o recebimento de supostos documentos que atribuiriam ao órgão a responsabilidade pelo bloqueio, retenção ou liberação de recursos financeiros.
“Essas informações também não procedem, pois o Coaf não tem atribuição legal e não é responsável pelo bloqueio ou pela liberação de bens ou valores de qualquer natureza”.
O Coaf recomenda que as ocorrências do gênero sejam denunciadas na plataforma Fala.BR, sem prejuízo de eventual registro dos casos junto às autoridades policiais.
Renata Dourado*
O Adeus a Francisco
Os grandes são assim.
Chegam discretos, sem alardes.
Quando nos damos conta, já nos rendemos à simpatia, à humildade, à compaixão.
Esses seres iluminados que passam pela Terra, são respeitados e percebidos, ainda que não o queiram.
Ainda que nasçam em países ou cidades pequenas, aparentemente, inexpressivas.
O brilho que carregam em suas almas é grande demais para não ofuscar nosso olhar.
Independentemente do gênero, da cor da pele, da religião.
Eles acalentam nossas almas e despertam para verdades que ainda parecem nubladas para nós.
Aprendi que as grandes personalidades são como deuses.
Estão acima das pequenas e inexpressivas “caixas” maniqueístas que criamos para tentarmos entender o certo e o errado, como se fossem caminhos opostos e definidos.
“Hoje,
Uma experiência única.
O ano era 2023 e, já com a saúde frágil, “os peregrinos de Francisco” não sabiam se ele iria nos saudar naquele domingo ensolarado.
Fui com expectativa e esperança. Sou assim: uma otimista nata.
E, para a minha alegria e de centenas pessoas que se aglomeravam diante da Basílica de São Pedro, naquele dia, ele apareceu.
Surgiu como se fosse uma aparição. Quanta alegria. E emoção.
meu entendimento é de que as religiões foram criadas, pelos homens, também, para nos separar”
E quando eles morrem, é como se parte de nós fosse também. Talvez, vá mesmo.
Parte da nossa verdade, de uma de nossas versões.
E nos sentimos órfãos, de algo que não sabemos exatamente explicar.
O adeus ao Papa Francisco, deixa o planeta mais sensível, mais opaco, mais triste.
Não sou católica, mas, aprendi a respeitá-lo. Mais do que isso: aprendi a amá-lo.
Hoje, meu entendimento é de que as religiões foram criadas, pelos homens, também, para nos separar.
Formamos guetos de fé, diante da nossa inesgotável ignorância perante o todo.
A religião, muitas vezes, divide o que era para ser juntado, fortalecido, imantado.
Tive a feliz e grata oportunidade de ver o Papa Francisco, quando ele apareceu na minúscula janela da Biblioteca do Vaticano.
Um mecanismo, que ainda não sei explicar, fez com que um sentimento diferente tomasse conta de minha alma.
Lágrimas caíam dos meus olhos, sem o mínimo controle.
E, como uma súdita, vivenciei aquele momento como um presente individual.
Jamais me esquecerei.
Ele parte, mas, a mensagem fica.
O mundo fica melhor, quando nascem os “Chicos”, que em suas grandiosidades, nos ensinam o verdadeiro sentido da vida e do amor.
Obrigada pela sua mensagem de amor e paz, tão difundidas.
Seguimos. Com seu exemplo e sua benção.
Adeus, Francisco. Foi um prazer estar com você.
* Renata Dourado é psicanalista e jornalista. Trabalha na TV Bandeirantes há mais de 15 anos. Apresenta o Band Cidade Segunda Edição, jornal local, que vai ao ar, ao vivo, de Segunda a Sexta, às 18h50. Também apresenta o Band Entrevista, que vai ao ar, aos sábados.
Minha Casa, Minha Vida: classe média pode contratar a partir de maio
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Principal programa habitacional do país, o Minha Casa, Minha Vida foi oficialmente ampliado para a classe média. O Ministério das Cidades publicou, nesta sexta-feira (25), portaria que estende o programa para famílias que ganham até R$ 12 mil. Com a medida, os bancos podem começar a oferecer os financiamentos do Minha Casa, Minha Vida pelos novos limites.
A pasta determinou que os novos valores entrem em vigor imediatamente, para os contratos assinados a partir desta sexta. No caso da Faixa 4, a expectativa é que os bancos só comecem a oferecer os empréstimos na próxima semana ou no início de maio, embora já estejam habilitados pela portaria.
A portaria também ampliou os limites para as faixas de renda do programa. Com as mudanças, as faixas do Minha Casa, Minha Vida ficaram as seguintes:
Faixa 1: renda familiar de até R$ 2.850,00 por mês, com subsídio de até 95% do valor do imóvel;
Faixa 2: renda familiar de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil por mês, com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos;
Faixa 3: renda familiar de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil por mês, sem subsídios, mas com condições de financiamento facilitadas;
Faixa 4: renda familiar de até R$ 12 mil por mês, com juros de 10,5% ao ano, 420 parcelas e limite de financiamento de até R$ 500 mil, de imóveis novos e usados.
Os valores anteriores eram os seguintes
Faixa 1: renda familiar de até R$ 2.640 por mês;
Faixa 2: renda familiar de R$ 2.640,01 a R$ 4,4 mil por mês;
Faixa 3: renda familiar de R$ 4.400,01 a R$ 8 mil por mês.
Para os imóveis das áreas rurais, os novos limites são os seguintes
Faixa 1: renda bruta familiar de até R$ 40 mil por ano;
Faixa 2: renda bruta familiar de R$ 40.000,01 a R$ 66,6 mil por ano;
Faixa 3: renda bruta familiar de R$ 66.600,01 a R$ 120 mil por ano;
Faixa 4: renda bruta familiar de até R$ 150 mil por ano.
FGTS
A portaria do Ministério das Cidades ratifica decisão do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que há dez dias aprovou mudanças no programa habitacional. Como a ampliação do programa envolve recursos dos lucros e dos rendimentos do FGTS, foi necessária a aprovação do Conselho Curador.
Com a criação da Faixa 4, os Ministérios das Cidades e do Trabalho e Emprego querem beneficiar até 120 mil famílias apenas este ano. Ao somar todas as faixas do Minha Casa, Minha Vida, o governo espera ampliar para 3 milhões o número de unidades habitacionais financiadas até 2026.
Demarcar territórios é luta contínua dos povos indígenas, diz ministra
Por Ana Luiza Silva Fonte: Agência Brasil
Aministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, defendeu, nesta terça (22), que o mês de abril é de comemoração, mas também de lutas e de entregas concretas às comunidades originárias no Brasil.
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, a ministra disse que a pauta indígena precisa ir além de um dia (19 de abril). Ela ressaltou que é possível perceber que há um aumento da adesão às causas.
A ministra acrescentou que foram firmadas parcerias com diferentes ministérios em prol das temáticas, como a efetivação do aumento da imunização contra doenças nos territórios. Inclusive, no próximo sábado (26), será lançado o mês da vacinação na Bahia.
Outras parcerias envolvem ampliar a educação nos estados e também fomentar a agricultura indígena. “São várias as iniciativas que a gente faz para que a gente entregue ações concretas nos territórios”.
Em relação ao meio ambiente, a ministra contextualizou que lideranças indígenas participarão de agendas do evento oficial da COP 30, em Belém, e também de agendas paralelas em propostas contra as mudanças climáticas.
Sônia Guajajara ressaltou que os indígenas são os principais guardiões da biodiversidade e também os primeiros mais impactados com os fenômenos extremos.
“Temos um modo de vida que protege, que preserva, que cuida das nascentes, que tem água limpa, que tem alimento sem veneno. É muito importante que as pessoas entendam isso para hoje e também para as futuras gerações”.
TIJOLADAS DO CAIXA
Descaradamente
Por José Gurgel
Estou em frente ao computador concentrado, a chuva cai, tento não me distrair mas não consigo.
O Caixa Preta está me perturbando no telefone dizendo que precisa falar comigo, tem que ser lá no Porcão, tomando aquela cerveja.
Tem um assunto que preocupa muito a população, não posso e nem quero beber em plena Segunda Feira, vou ficar por aqui, pesquisando sobre o assunto que me parece uma piada de profundo mal - gosto, daquelas contadas em velório.
A famigerada natimorta PPP do Cave, como se tornou conhecida, foi convenientemente transformada em uma concessão, porém, de cartas marcadas para atender os abutres de plantão, numa armação tão nojenta que dá vontade de vomitar.
Agora aparece travestida de loteamento, onde o contribuinte mais uma vez será o grande palhaço desse circo dos horrores, da politicalha brasiliense. Pior é ouvir de algumas figuraças do Guará a defesa acalorada dessa coisa, com uma pergunta pra lá de capciosa: Você utiliza o Cave? Tenha a santa paciência, a população do Guará não é tão idiota quanto vocês imaginam para acreditar nessas desculpas usadas para entregar um bem público nas mãos de empresários gananciosos sem nenhum comprometimento com a cidade, visando apenas o lucro puro e simples.
Mas respondendo a pergunta sobre a utilização por parte da população daquele espaço, a resposta é muito simples, basta analisar friamente. Como utilizá-lo se o Cave hoje está todo fatia-
do há décadas, assim como os diversos espaços para a prática de esportes distribuídos entre os chegados, com a anuência de quem deveria manter liberado o espaço para livre utilização da população Guará, que adora a prática de esportes, principalmente ao ar livre, mas isso simplesmente lhes é negado na cara de pau. Queremos o Cave de volta para livre utilização de todos.
A mesma Praça, o mesmo banco, o mesmo jardim…
Nas minhas andanças diárias tive o desprazer de passar lá na praça da QE-30, fiquei até emocionado ao ver tanta falta de consideração da Administração com uma área pública, parece com tudo menos com uma praça.
O verdadeiro retrato da incompetência, praticamente destruída, simplesmente abandonada, talvez seja o presente pelo aniversário do Guará, para mostrar o apreço pelo contribuinte.
Lá temos percepção da realidade cruel das diversas praças no Guará, que de um modo geral estão em completo abandono.
Quem não lembra do Ronnie von lá na década de 60 cantava : A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim.
Muita gente ainda tem saudade desses versos que embalou muito namoro por esse Brasil afora, dá vontade de chorar.
Hoje nem mesmo conseguimos lembrar como era realmente a nossa praça, pois nos deparamos com um cenário desolador.
Pois não temos praça, nem mesmo os bancos, algumas estão sem, jardim e flores nem pensar, em vez disso o lixo acumulado.
Dá saudade de quando tínhamos praças, onde era tradição a vizinhança se en-
contrar para bater um papo descontraído no final da tarde, levando a tiracolo os filhos pequenos para curtir.
Tinha parquinhos, onde elas podiam brincar,as quadras poliesportivas bem cuidadas, algumas tinham até aparelhos de ginastica onde usadões e jovens aproveitavam, até os cachorros tinham o seu espaço para dar uma circulada trazido por seus donos.
Queremos nossas praças de volta e com elas tudo de bom que uma praça bem cuidada tem para receber gente de todas as idades, onde possamos sentar para disputar uma partida de dominó pu mesmo tomar uma com os amigos, como deve ser.
Queremos nossas praças de volta !!!
Meio Ambiente dá um
Ibope Danado
Parece que está virando moda entre os pseudos ambientalistas os famosos passeios para limpeza dos parques, sendo que a bola da vez é o Parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará como é popularmente conhecido, que não é um par-
TIJOLADAS DO CAIXA
que qualquer, pois não é um parque vivencial e é um dos que possuem o maior nível de restrição ao acesso.
Tudo na base do improviso, apenas com o intuito de criar algum fato novo, tirar fotos e publicar abobrinhas nos grupos de What’sApps sem se importar com o que realmente está sendo feito para a definitiva implantação do parque, pois muitas arestas ainda tem que serem aparadas, como a retirada definitiva de alguns ocupantes que permanecem por força de liminar, mas com toda certeza serão cassadas.
O maior problema desse parque na verdade é essa proximidade com o Plano Piloto, onde o preço do metro quadrado vale ouro, e os grandes barões da construção civil estão sempre de olho para implantar um monte de prédios monstruosos mesmo que isso custe a nossa tão combalida qualidade de vida.
Fiquem certos que a luta é inglória, mas tudo tem que ser feito com seriedade e não com pensamentos outros, que incluem aí o minuto de fama tão almejado por essa galera, que quando vê um arbusto cortado, ameaça cortar os pulsos, quer fazer passeata contra o fim da humanidade e outras milongas tão comuns desses ambientalistas de araque que temos por aqui.
Em vez de ficar criando factoides pra colocar em grupos de What’sApp, deviam encarar essa defesa do parque com um pouco mais de seriedade, onde o único e primordial objetivo é realmente a preservação do Parque Ezechias Heringer.
Vamos lutar para preservar o que nos é tão caro, a qualidade de vida do Guará e quiça do DF.
Cuidado com os ovos
Sentados longe da muvuca eu e o Caixa Preta conversávamos sobre os problemas do Guará, problemas que temos de montão, parecem aumentar cada dia passado.
O calor nos castigava, o suor escorria tirando todo o bom humor da gente, o cabra estava inspirado, continuava nas suas observações, falou da aproximação da Semana Santa, onde a turma enche as igrejas pedindo perdão pelo que aprontou no Carnaval.
Na Semana Santa, se a coisa continuar nesse ritmo creio que a coisa vai piorar, do jeito que vai a quebradeira é geral. Não sou de reclamar mas estou mais quebrado que arroz de terceira, estou crente que na Sexta Feira da Paixão lá em casa nem sardinha em lata vai pintar, a coisa tá complicada.
O velho Caixa disse que resolveu dar uma olhada nos preços dos ovos de Páscoa, deu uma olhada nos mostruários de algumas lojas, quase infartou.
Pelo jeito os tais ovos serão com certeza, bentos pelo Papa, pois o chocolate dizem que é suíço, apesar do cacau ser daqui.
O cabra acrescentou que devido a grande escassez de grana, ele passou a odiar pedinte,
Conheço o cabra a muito tempo fiquei curioso, pois o velho Caixa apesar
de ranzinza é um cabra de bom coração. Ele me explicou que os pedintes estão praticando bullying com ele, pois quando passa perto de um, o cabra faz questão de ficar balançando a latinha cheia de moedas só pra fazer inveja, mostrando que tem mais dinheiro que ele.
Dei uma sonora gargalhada, mas quase choro, pois a minha situação não é melhor que a dele, até conversa tá sendo fiada pra não ter que desembolsar algum.
Depois dessa tive que pedir mais uma, pois essa frente fria que está vindo do inferno não alivia, temos então que recorrer a aquela cerveja bem gelada, que só encontramos no nosso boteco de responsa o Porcão, lá nos sentimos em casa. Por aqui nada mudou, basta dar uma volta na cidade e ver a proliferação criminosa desses prediozinhos marotos que todo dia aparecem em construção por aqui, uma verdadeira zona, nada de respeito ao plano urbanístico ou normas de construção, tudo feito nas coxas como é comum acontecer no Guará.
Ainda pode piorar.
Show de Lady Gaga em Copacabana deve receber 1,6 milhão de pessoas
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Cerca de 1,6 milhão de pessoas devem assistir ao show da cantora Lady Gaga, marcado para o dia 3 de maio na praia de Copacabana.
A festa vai começar às 17h30, com apresentações de dois DJs no palco montado em frente ao Copacabana Palace. O show principal da cantora está previsto para iniciar às 21h15 e deve durar cerca de duas horas e meia.
A Prefeitura do Rio montou uma estrutura ao longo da orla de Copacabana com 16 torres de delay (estruturas de telões, som e iluminação).
O espaço contará com 500 cabines sanitárias, incluindo unidades adaptadas. Também foram instaladas estruturas específicas para Pessoas com Deficiência (PCD).
Na área da segurança serão disponibilizadas 78 torres de vigilância para policiais militares, 150 detectores de metal do tipo raquete para apoio às revistas, 18 câmeras com tecnologia de reconhecimento facial posicionadas nos pontos de controle e a instalação de grades nas ruas transversais à orla, para controle de acesso ao evento.
Segundo a prefeitura, a passagem da estrela americana pela cidade deve proporcionar à economia carioca a movimentação de R$ 600 milhões.
Trânsito
A Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) montou um esquema especial de bloqueios em Co-
pacabana, semelhante ao adotado em grandes eventos, como o réveillon. A partir da madrugada do dia 3, começam os bloqueios de acesso a Copacabana. A partir das 7h, a Avenida Atlântica será totalmente interditada, com bloqueio para veículos em toda a via, incluindo a pista junto aos prédios e as ruas de acesso à orla.
Já a partir das 18h, começa o bloqueio ao acesso de veículos particulares à Copacabana, sendo permitida apenas a entrada de ônibus e táxis. Após as 19h30, nem ônibus e táxis poderão entrar no bairro.
Transporte
O principal ponto de embarque no dia do show será o Terminal Enseada de Botafogo, localizado na Avenida das Nações Unidas.
Também será possível utilizar os pontos de ônibus regulares na Praia de Botafogo para outras linhas.
O MetrôRio terá operação especial com as três estações de metrô de Copacabana abertas 24 horas, de sábado para domingo. A estação Cardeal Arcoverde funcionará apenas para desembarque entre 16h e 22h do sábado, (3). Haverá controle de fluxo nos arredores das estações para garantir a segurança da operação.
Para quem for utilizar os trens da SuperVia, a operação especial prevê a reabertura da estação Central do Brasil à meia-noite do domingo, (4).