Revista Plano B Brasília n.º 24

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Governo cria bolsa de R$ 1.050 para estudantes de licenciatura

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Aliança entre Trump e Big Techs intensifica desafios para o governo Lula e STF

Israel solta 90 palestinos após libertação de três reféns do Hamas

Trabalhe, reze e creia: o poder de pensar positivo

Vou para Sevilha 18

O que pode mudar com Trump no poder para os investidores brasileiros?

Fernanda Torres leva Globo de Ouro por atuação em Ainda Estou Aqui

Alma lavada

Um novo ano? Sim. Mas, o que mudou?

Neopopulismo digital: big techs escancaram apoio à direita conservadora americana

Entrevistamos os diretores do documentário

“Não é Permitido: um recorte da censura ao Punk Rock no Brasil”

Teto do INSS sobe para R$ 8.157,40 em 2025

Cashback devolverá imposto a famílias mais pobres 30

Representante da ONU elogia preparativos e empenho para COP30

Tocantins alcança 90,58% de índice vacinal contra brucelose 33

Tambaqui é o peixe mais produzido no Tocantins e o mais consumido pelos tocantinenses

Secretário de prefeitura é preso em operação contra grupo suspeito de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Donos de tudo 37 “Flores em vida”: Mural gigante homenageia

Conceição Evaristo no Rio

O poder e o cuidado com as Fake News

Azul suspende operação em 12 cidades brasileiras 40 Caribe além do óbvio: destinos ainda poucos explorados 42

15 dicas para aproveitar o que tem de melhor na Chapada dos Veadeiros

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Apresentador Léo Batista morre no Rio de Janeiro, aos 92 anos

Lucas Pinheiro sobe ao pódio de novo na Copa do Mundo de esqui alpino

Crendices

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Janeiro / 2025

Ano 03 - Edição 24 - janeiro 2025

Publicada em 27 de janeiro de 2025

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A Revista Plano B não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

ISSN 2966-0688

A relação de Trump com as big techs, STF e o Governo Lula

A crescente aliança entre Donald Trump e as gigantes da tecnologia, as chamadas big techs, traz à tona uma nova dinâmica de pressão sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). Com interesses alinhados em disputas relacionadas à regulação da internet e à liberdade de expressão, essa parceria entre figuras poderosas do cenário global e as empresas dominantes no setor tecnológico começa a desenhar um cenário de desafios para o Brasil.

A relação de Trump com as big techs, especialmente no contexto da sua recente postura política e do uso das plataformas digitais, tem gerado repercussões em diversas partes do mundo.

No Brasil, o governo Lula, recém-eleito e buscando recuperar a confiança de diversas camadas da sociedade, se vê agora em uma encruzilhada política e institucional. O STF, como órgão responsável pela garantia da Constituição e pela supervisão da legalidade das ações do governo, enfrenta uma crescente pressão para equilibrar o combate à desinformação com a preservação das liberdades individuais, incluindo a liberdade de expressão.

Em um momento de polarização política interna e de desafios econômicos, o governo Lula precisa navegar cuidadosamente entre os interesses das grandes corporações e os compromissos com a defesa de um espaço público livre, mas sem abrir mão de uma regulação que evite abusos e excessos.

Por Rócio Barreto

Governo cria bolsa de R$

1.050

para estudantes de licenciatura

Por Pedro Rafael Vilela - Agência Brasil

Adaptação Rócio Barreto

Ogoverno federal lançou nesta terça-feira (14) o Pé de Meia Licenciaturas, uma bolsa mensal de R$ 1.050 para estudantes de graduação que ingressem em cursos de licenciatura via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Desse valor, o aluno contemplado poderá sacar até R$ 700 por mês. Os outros R$ 350 ficarão depositados em uma poupança e poderão ser sacados após o professor recém-formado ingressar em uma rede pública de ensino e em até cinco anos após a conclusão do curso. A medida faz parte do Programa Mais Professores, que envolve uma série de ações para incentivar e valorizar a docência.

“Esse importante programa é para atrair, estimular e incentivar as pessoas a entrarem nas licenciaturas e permanecer”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, durante cerimônia de anúncio do programa, no Palácio do Planalto. O Pé de Meia Licenciaturas reproduz a fórmula do programa de

mesmo nome destinado a reter estudantes do ensino médio na escola, e que hoje alcança quase 4 milhões de alunos.

No caso da bolsa para estudantes de graduação, ela deve começar a valer a partir de 2025, conforme inscrição dos estudantes no Sisu, que começa na próxima sexta-feira (17). Os alunos aptos a receber a bolsa são aqueles com nota mínima de 650 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que se matriculem em algum curso de licenciatura reconhecido pelo MEC. Ao todo, serão 12 mil vagas nessa primeira etapa e a primeira parcela deve ser paga a partir de abril.

“No último Enem, 19 mil alunos acima de 650 pontos escolheram fazer licenciatura. Apenas 5 mil se matricularam. E desses, os dados mostram que, ao longo dos anos, metade desiste. Então, a gente quer praticamente triplicar o número atual de ingressantes na licenciatura com notas do Enem acima de 650 pontos”, explicou o ministro a jornalistas após o evento.

R$ 2,1 mil para professo-

res

Além do apoio financeiro a estudantes de licenciatura, o programa prevê a Bolsa Mais Professores, com apoio financeiro a docentes das redes públicas de ensino da educação básica e que pretende aumentar a atuação em regiões com carência de professores, em medida similar ao Programa Mais Médicos, que contrata profissionais de saúde para regiões desassistidas. O participante receberá uma bolsa mensal no valor de R$ 2,1 mil, mais o salário do magistério, pago pela rede de ensino a qual está vinculado. Além disso, durante o período da bolsa, o professor cursa uma pós-graduação lato sensu com foco em docência. A abertura de inscrições para essa bolsa está prevista para começar no segundo semestre, a partir da adesão das redes de ensino dos estados e municípios, por meio de edital que deverá ser aberto nos próximos dias.

“Quem dá aula na periferia das grandes metrópoles desse país sabe que ser professor é um risco. Ser professor é um risco. Esperar ônibus tarde da noite, pegar ônibus de manhã lotado, chegar na escola sabendo que as crianças estão com preocupação, muitos nem tomaram café em casa. E, às vezes, menino com violência, menino que sai de casa brigado com a mãe porque não comeu, porque não sei lá, e vai tentar jogar a sua raiva na professora e no professor”, afirmou o presidente Lula, durante o anúncio do programa.

“Se a gente não motivar que professor e professora sejam uma profissão, eu diria, promissora, uma profissão que dê a eles a certeza de que eles estão trabalhando em benefício das pessoas e que o Estado poderá ajudá-la através do mu-

nicípio, através do próprio Estado, de que esse professor não vai ser molestado, não vai apanhar. Então, essas coisas que nós temos que cuidar e que nós estamos fazendo aqui”, acrescentou.

Prova Nacional

Outra medida anunciada é a Prova Nacional Docente (PND), criada para melhorar a qualidade da formação, estimular a realização de concursos públicos e induzir o aumento do número de professores nas redes públicas de ensino. A PND será realizada anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a mesma autarquia que realiza o Enem. Estados e municípios poderão utilizar a PND em seus processos de seleção de professores, substituindo concursos públicos. Docentes interessados se inscrevem diretamente no Inep. A primeira PND tem previsão de ser aplicada em novembro.

O Programa Mais Professores ainda prevê descontos em hotéis, a partir de uma parceria com o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), para docentes das redes públicas. O valor dos descontos ainda não foi detalhado.

Aliança entre Trump e Big Techs intensifica desafios para o

governo

Lula

e STF

Por Leandro Prazeres Role - BBC News Brasil em Brasília

Com Análise de Rócio Barreto

Acrescente aliança entre Donald Trump e as grandes empresas de tecnologia, como as big techs, tem gerado novos desafios para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e para o Supremo Tribunal Federal (STF). Esse movimento, que envolve influências políticas e interesses econômicos, promete aumentar as pressões sobre as decisões políticas e jurídicas no Brasil, especialmente no que diz respeito à regulação da internet e ao combate à desinformação. O impacto dessa aliança pode resultar em um cenário complexo para a governabilidade e a independência das instituições brasileiras. Uma análise do Cientista Político Rócio Barreto para a Revista Plano B em matéria da BBC News Brasil.

Uma das fileiras de assentos na cerimônia de posse do presidente norte-american o Donald Trump, na segunda-feira (20/01), servia como uma espécie de pôster de uma das faces do novo governo dos Estados Unidos.

Na mesma fileira, estavam Mark Zuckerberg, chefe da Meta, Jeff Bezos (fundador da Amazon), Elon Musk, (dono

da rede social X) e outros executivos de grandes empresas de tecnologia como Tim Cook, chefe da Apple.

Juntos, eles controlam empresas avaliadas em trilhões de dólares e, nos últimos anos, fizeram gestos de apoio a algumas das bandeiras de Trump e de extrema importância para eles mesmo: a não-regulação das redes sociais.

No Brasil, a demonstração de apoio das chamadas big techs (grandes empresas de tecnologia) ao novo governo Trump, contudo, tem o potencial de colocar o país em uma situação desconfortável.

Entre as primeiras medidas assinadas por Trump logo na segunda-feira está uma ordem executiva postergando por 75 dias a proibição ao TikTok nos EUA, prevista em uma lei ratificada por decisão judicial.

Além disso, assinou uma ordem intitulada “Restaurando a liberdade de expressão e acabando com a censura federal”.

Ela determina, por exemplo, que funcionários do governo e verbas públicas não podem estar envolvidos em atos que possam cercear a liberdade de expressão.

Do outro lado, o governo brasileiro do presidente e Lula (OT) e uma ala majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF)

sustentam que o funcionamento das redes sociais precisa ser regulamentado no país sob o argumento de que, sem isso, o ambiente virtual estaria exposto a abusos do direito à liberdade de expressão e seria propício ao extremismo.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que os primeiros sinais enviados por executivos de big techs e de membros da atual administração norte-americana vão na direção contrária à adotada pelo governo brasileiro e que os Estados Unidos podem, inclusive, tentar exercer pressão sobre o governo brasileiro.

O objetivo seria minar iniciativas contrárias às big techs e aos interesses do governo Trump.

Eles destacam, porém, que não há sinal de que a atual administração petista e o STF possam mudar de posição nos próximos dois anos.

Para o Cientista Político Rócio Barreto, Trump e as big techs compartilham uma visão em que as plataformas digitais devem ter liberdade para operar sem grandes interferências do Estado. No contexto norte-americano, a defesa da liberdade de expressão, muitas vezes contestada pelas ações da própria administração Trump, entra em sintonia com as demandas das big techs, que buscam maior autonomia para gerenciar conteúdo sem regulamentação externa.

Regular

ou não regular?

Eis a questão

O cerne da discordância entre, de um lado, o governo brasileiro e a ala majoritária do STF, e de outro, a atual administração Trump e big techs, resume-se, em grande medida, em uma palavra: regulação.

O governo brasileiro e parte do STF defendem que as redes sociais sejam alvo de algum tipo de regulação para operar no Brasil.

Essa regulação, segundo o governo, não resultaria em censura prévia, mas teria como objetivo responsabilizar as plataformas pela difusão de conteúdos ofensivos, violentos ou que atentem contra pilares da democracia. Políticos de direita e empresas do setor, no entanto, argumentam que a regulamentação poderia levar a uma violação do direito à liberdade de expressão.

A regulação das plataformas digitais vem sendo discutida no Congresso Nacional desde 2020 e, durante a campanha eleitoral de 2022, o então candidato Lula defendeu a medida.

Em abril de 2023, o governo chegou a enviar uma minuta de projeto de lei sobre o assunto para ser discutida junto ao projeto de lei no 2630/2020, também conhecido como PL das Fake News.

Inicialmente, o governo sugeriu a criação de uma agência para fiscalizar o cumprimento da lei. O relatório final deixou de fora essa sugestão e estabeleceu obrigações a serem seguidas por redes sociais, aplicativos de mensagens e ferramentas de busca na sinalização e retirada de contas e conteúdos considerados criminosos.

Em 2023, o projeto estava pronto para ser votado, apesar da contrariedade de políticos de direita que argumentavam que a nova lei poderia prejudicar a liberdade de expressão. Naquele ano, porém, empresas de tecnologia promoveram uma campanha junto a parlamentares e a população contra a votação do projeto, cuja votação acabou adiada.

E enquanto o Congresso não colocou o projeto em votação, no STF, duas frentes sobre o assunto foram adiante.

A primeira se deu ao longo de 2024, quando aumentaram as tensões entre a Corte e o X de Elon Musk. No dia 30 de agosto, após a empresa destituir seu representante legal no país e não cumprir ordens da Corte para a retirada de conteúdo considerado ilegal, o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do funcionamento da rede no Brasil por tempo indeterminado.

A situação gerou reações de Musk nas redes sociais. O empresário classificou a medida como um atentado à liberdade de expressão e disse que Moraes teria atuado para interferir nas eleições de 2022.

“Há evidência crescente de que um juiz falso @Alexandre se envolveu em interferência eleitoral séria, repetida em deliberada na última eleição presidencial do

Brasil. Pela lei brasileira, isso significaria até 20 anos de prisão”, disse Musk em uma postagem.

Apesar das críticas a Moraes, o STF confirmou, em plenário, as decisões do magistrado, numa demonstração de apoio à sua atuação no caso.

A situação durou até meados de outubro, quando Moraes determinou que o X poderia voltar a operar no Brasil.

A segunda frente aberta pelo STF em relação às big techs foi a retomada, em dezembro, do julgamento sobre as obrigações das plataformas digitais em relação ao conteúdo que é postado nelas.

O centro da discussão é o Marco Civil da Internet, aprovado em 2014.

Atualmente, o texto prevê que as empresas só podem ser responsabilizadas por publicações de seus usuários se não retirarem o conteúdo após decisão judicial.

Um recurso do Facebook, porém, questiona uma condenação após uma dona de casa ter sido vítima de um perfil falso sobre ela com conteúdo ofensivo.

Em outro recurso, desta vez do Google, a empresa questiona sua responsabilidade para a retirada de conteúdo de uma comunidade da rede Orkut.

Nos dois casos, as big techs são contra tanto a obrigação de retirar o conteúdo quanto a condenação.

Barreto acredita, que o Governo Lula enfrenta o desafio

de equilibrar os interesses das grandes empresas de tecnologia com a necessidade de regulação e controle da desinformação. Esse ambiente cria uma pressão interna significativa, pois a administração precisa se posicionar de forma a não perder apoio popular, ao mesmo tempo em que busca implementar políticas que evitem abusos no uso de plataformas digitais.

Pressão e posição incômoda

Para os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, o alinhamento de Trump com as big techs de redes sociais coloca o Brasil em uma situação incômoda.

Isso acontece porque, segundo eles, há uma convergência entre o governo e o STF de que o suposto recrudescimento de grupos radicais de direita teria ocorrido, em parte, graças à falta de regulação das redes sociais no país.

Essa interpretação teria ficado ainda mais consolidada depois dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando milhares de militantes contrários à vitória de Lula invadiram as sedes dos Três Poderes.

“É preciso criminalizar aqueles que incitam a violência nas redes sociais, mas também é necessário responsabilizar as

empresas pelos crimes que são cometidos nas suas plataformas, a exemplo da pedofilia, incentivo a massacres nas escolas e estimular a mutilação de adolescentes e crianças”, disse Lula em fevereiro de 2024.

Na avaliação dos especialistas, a expectativa é de que as empresas de tecnologia possam impor ainda mais resistência às tentativas de regulação desenhadas pelo governo brasileiro.

“As empresas vão adotar uma posição, com o apoio do governo dos Estados Unidos, para impedir que regulações e outros países sejam aprovadas implementadas”, disse a coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Renata Mielli, à BBC News Brasil.

O CGI.br é um comitê criado em 2003 com o objetivo de estabelecer diretrizes sobre o uso e desenvolvimento da internet no Brasil e que conta com a participação de integrantes do governo, do setor privado e de organizações não-governamentais.

Segundo ela, o ambiente global para a discussão e implementação de regulamentações para redes sociais ficou mais desafiador.

Mielli explicou que o movimento em direção a uma maior regulação das plataformas digitais não acontece apenas no Brasil, mas também em outras partes do mundo como na Europa continental, no Reino Unido e na Austrália. Ela diz que lá, assim como no Brasil, essas tentativas também vêm enfrentando resistência por parte das empresas. Por isso, a saída de Joe Biden da Casa Branca é considerada um obstáculo para o avanço desse tipo de agenda.

“Dentro dos limites do governo democrata de Joe Biden, houve um reconhecimento dos efeitos negativos que as plataformas sociodigitais trazem para o ambiente informacional [...] acho que, agora, as democracias perdem”, afirmou Mielli.

Para o professor de gestão de políticas públicas da Universidade de São Paulo (USP) Pablo Ortellado, o principal impacto desse alinhamento entre Trump e as big techs sobre o Brasil é um aumento na dificuldade de implementar a regulamentação das redes sociais.

Ele conta que, em meados de 2023 e ao longo de 2024, as empresas de tecnologia teriam voltado a discutir o projeto de lei sobre o assunto e haviam concordado em ceder em determinados pontos para que o texto pudesse ir, finalmente, à votação.

Agora, Ortellado disse acreditar que esse gesto de conciliação pode ser revertido.

“Essa mudança [de posicionamento das big techs] vai dificultar a aprovação de uma regulamentação. Esse projeto enfrentou muita resistência dos bolsonaristas, mas depois as empresas foram cedendo em vários pontos. Ao final, as

empresas já não eram mais o principal obstáculo à votação”, disse o professor à BBC News Brasil.

“O que podemos ver é que aquele movimento de empresas como a Meta, que haviam cedido na tramitação da regulação no Brasil, pode ser revertido. Acredito que as empresas vão voltar a fazer oposição contra a regulação. E agora, vamos ter o Departamento de Estado dos Estados Unidos atuando junto”, complementou.

A menção ao Departamento de Estado é em função das declarações de Marco Rubio, indicado para comandar o órgão. O nome dele foi aprovado para a função pelo Senado nesta segunda-feira (20/01).

Um dos principais aliados de Trump, Rubio vem cultivando laços com executivos das empresas de tecnologia.

Em novembro do ano passado, por exemplo, teve um jantar com Mark Zuckerberg pouco após a vitória de Trump à presidência.

Em setembro, ele também se colocou ao lado de outro magnata da tecnologia, Elon Musk, quando criticou a suspensão do X no Brasil determinada por Alexandre de Moraes.

“A proibição nacional do X no Brasil, durante o governo Lula, levanta sérias preocupações sobre liberdade de expressão e excesso de poder judicial”, disse Rubio à época, em uma postagem que continha a foto de Alexandre de Moraes ao fundo.

Reação brasileira?

Apesar do cenário caracterizado como desafiador, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil não apostam que o governo brasileiro ou o STF possam mudar de posição em relação à defesa de que o setor precisa ser regulado.

“Não acredito que vai haver recuo por parte do governo brasileiro e nem por parte do Judiciário. As empresas terão que respeitar o Estado democrático de direito se quiserem prestar serviços de acordo com a lei nacional”, disse Renata Mielli.

Uma amostra de que o posicionamento do Brasil pode se manter o mesmo foi dada no início do mês, após a mudança de política de checagem de fatos anunciada pela Meta — considerado o episódio mais recente de alinhamento entre as big techs e o governo Trump.

“Acho extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma regulação de mercado do que um cara que comete crime na imprensa escrita [...] Queremos na verdade que cada país tenha sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, dois, três, achar que pode ferir a soberania de uma nação”, disse o presidente.

A resposta de Lula veio acompanhada de medidas administrativas tomadas pelo governo.

Na semana passada, a Advocacia Geral da União (AGU) notificou a empresa a esclarecer se as mudanças também valeriam para o Brasil. A empresa enviou uma resposta ao órgão afirmando que, em princípio, as mudanças valeriam apenas nos Estados Unidos.

Mesmo assim, a AGU disse que as mudanças causaram “grave preocupação” em função da política a ser adotada pela companhia em relação ao combate ao discurso de ódio.

Outra demonstração do governo foi dada pelo novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, que também criticou as mudanças na Meta em sua cerimônia de posse.

“Medidas anunciadas recentemente pela Meta são ruins, porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional, e criam um faroeste digital. Buscaremos incentivar os processos regulatórios”, disse Palmeira.

As respostas do governo, no entanto, vieram moduladas de forma a não confrontar a nova administração Trump.

Na segunda-feira (20/01), Lula enviou mensagem semelhante a seus ministros.

“Tem gente que fala que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua, para que o americano melhore e para que os americanos continuem a ser parceiros históricos do Brasil”, disse durante uma reunião ministerial.

No Judiciário, as indicações públicas até o momento são de que não haverá inflexão.

Logo após o anúncio das mudanças na Meta, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que as empresas de tecnologia terão que respeitar as leis brasileiras se quiserem operar no país.

“Aqui no Brasil, a nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF, ambos já demonstraram que aqui é uma terra que tem lei. As redes sociais não são terra sem lei. No Brasil, [as redes sociais] só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira. Independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs”, disse durante um evento.

Para Pablo Ortellado, é remota a possibilidade de que o governo brasileiro ou mesmo o STF possam mudar suas posições em torno da necessidade de regulação das redes sociais.

Mas diante de uma nova frente de resistência das empresas de tecnologia em relação ao projeto que tramita no Congresso Nacional sobre o assunto, o professor teme que “a bola” tenha que ser decidida, uma vez mais, pelo STF.

Segundo ele, esta solução estaria longe da ideal.

“Isso pode ter consequências inesperadas [...] Um dos problemas é que essa solução seria diferente da adotada por experiências internacionais. Temos também uma questão que é a legitimidade do STF para decidir isso. Hoje, a Corte tem baixa credibilidade de metade do eleitorado. Deixar isso para o STF poderia aumentar ainda mais o tribunal”, disse o professor.

A aliança entre Trump e as big techs não só influencia a política digital global, mas também coloca desafios concretos para o governo brasileiro e o STF. O Brasil precisa encontrar um equilíbrio delicado entre manter a liberdade digital e implementar medidas eficazes para combater a desinformação e o abuso de poder das plataformas. O papel do STF será decisivo, já que a corte precisará proteger a democracia, garantir direitos fundamentais e, ao mesmo tempo, contribuir para a regulação do ambiente digital sem se deixar pressionar por interesses externos.

Israel solta 90 palestinos após libertação de três reféns do Hamas

Por Joana Raposo Santos - Agência Brasil

Adaptação Rócio Barreto

Poucas horas depois de três reféns israelenses terem sido libertados pelo Hamas, Israel liberou nesta segunda-feira 90 detidos palestinos, majoritariamente mulheres e crianças. A troca ocorreu no âmbito do cessar-fogo na Faixa de Gaza, região devastada por mais de 15 meses de guerra.

“Noventa terroristas” foram “libertados” da prisão militar de Ofer, na Cisjordânia ocupada, e de um centro de detenção em Jerusalém, declarou a Autoridade Prisional de Israel pouco depois da meia-noite de hoje.

Centenas de pessoas seguiram os carros que transportavam os prisioneiros ao longo de uma estrada em Beitunia que conduz a Ramallah, sede da Autoridade Palestina, agitando bandeiras palestinas e de vários movimentos, incluindo o Hamas.

A maior parte dessas 90 pessoas é formada por mulheres e crianças. “A espera foi extremamente difícil. Mas, graças a Deus, tínhamos a certeza de que um dia seríamos libertados”, contou à agência France Press a jornalista Bouchra al-Tawil, detida em março do ano passado.

Horas antes, um dirigente do Hamas informou à AFP que três reféns israelenses tinham sido “entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha” na cidade de Gaza. O Exército israelense confirmou, entretanto, a chegada dos reféns a Israel. Trata-se da britânica-israelense Emily Damari, de 28 anos, da romena-israelense Doron Steinbrecher, 31 anos, e da israelnse Romi Gonen, 24 anos, todas capturadas pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou, à chegada das três mulheres, que elas “passaram por um inferno” durante os 471 dias de cativeiro.

As jovens foram transferidas para o hospital de Sheba, perto de Tel Aviv, que declarou que elasse encontravam “em estado estável”. Uma perdeu dois dedos de uma mão. Daniel Hagari, porta-voz do Exército, avançou que “entre três e quatro mulheres raptadas” seriam “libertadas todas as semanas”. Um alto funcionário do Hamas disse por sua vez à AFP que a próxima libertação teria lugar no próximo sábado.

A trégua entrou em vigor às 9h15 desse domingo, com quase três horas de atraso, depois de o Hamas ter adiado a

apresentação da lista das três reféns israelenses que seriam libertadas no mesmo dia. O movimento justificou a demora com “complicações no terreno” e “a continuação dos bombardeios”.

O cessar-fogo em Gaza permitiu também a milhares de palestinos deslocados tentarem regressar à sua casa, nem sempre com sucesso. “Nem sequer conseguimos encontrar a localização exata das nossas casas” devido à “escala de destruição”, lamentou à AFP uma deslocada de guerra.

O acordo, que entrou em vigor na véspera do regresso de Donald Trump à Casa Branca, tem alimentado esperanças de uma paz duradoura no território palestino, mas Benjamin Netanyahu já avisou que Israel se reserva “o direito de retomar a guerra, se necessário”.

O braço armado do Hamas afirmou que a trégua depende de Israel “honrar os seus compromissos”. Entre o início previsto da trégua e a entrada efetiva em vigor, Israel promoveu ataques em Gaza que mataram oito palestinos, de acordo com a Defesa Civil local.

Anunciado na quarta-feira (15) pelos mediadores Catar, Estados Unidos e Egito, o acordo de cessar-fogo pretende, segundo Doha, conduzir ao “fim definitivo” da guerra.

A negociação prevê que as hostilidades cessem completamente e que 33 reféns israelenses sejam libertados numa primeira fase de seis semanas. Em troca, as autoridades israelenses concordaram em libertar cerca de 1.900 palestinos no mesmo prazo.

Trabalhe, reze e creia: o poder de pensar positivo

Você conhece a importância e os benefícios do pensamento positivo? O livro Trabalhe, reze e creia: o poder de pensar positivo, de autoria de Noemia Aquino, está repleto de ensinamentos práticos, cheio de luz, de fé, de esperança e de narrativas vividas por ela com os seus filhos, mostrando as vitórias que a humanidade pode alcançar por meio da mente.

É a história de acontecimentos emocionantes que sucederam na vida de Noemia Aquino e na vida de pessoas que aplicaram os princípios do pensamento positivo a situações da vida. Por meio das fórmulas do pensamento positivo, as pessoas descobriram um meio de transformar a tristeza em alegria, a fraqueza em força, o fracasso em sucesso, o desespero em esperança, os problemas do cotidiano em resultado e a derrota em vitória.

De acordo com a escritora e palestrante Noemia Aquino, o livro é um convite para que a nossa humanidade venha dar uma pausa e compreender o quão importante é saber pensar e ser positivo. “Olhar com os olhos do coração e se conectar com desejos e objetivos que somente a nossa alma reconhece. A força de que o mundo precisa vibra na mesma frequência daquilo que pensamos”.

De acordo com a escritora Noemia Aquino, em todas as páginas do livro Trabalhe, reze e creia o leitor encontrará ensinamentos de fácil e imediata aplicação sobre como desenvolver suas energias espirituais, capacitando-se assim a

superar as fraquezas, a dominar a insegurança, a libertar-se da fadiga, a enfrentar e resolver os problemas com que se defronta na vida diária.

“É um livro onde eu falo que o medo é uma emoção devastadora, que em alguns momentos da vida também já senti. Na minha adolescência eu sentia muito medo das costas. Sim, das costas, e tinha que ficar com as costas virada para a parede ou então deitada para que aquele medo não me paralisasse porque quando eu ficava de pé no escuro, o vazio que ficava nas minhas costas podia ter qualquer coisa desconhecida.

Outra ferramenta que a escritora aborda em seu livro é a influência do pensamento positivo para alcançar resultados extraordinários. “Quando você pensa e escreve seus objetivos e se compromete com eles, o caminho fica mais claro e o sucesso mais acessível, e no meu livro Trabalhe, Reze e Creia, quero mostrar que a positividade é uma escolha poderosa que transforma vidas. Trabalhar com propósito, orar com fé e acreditar em si mesmo são os pilares para superar qualquer obstáculo e alcançar uma vida plena e feliz”, comenta.

A estratégia da positividade

Para pessoas que não tiveram a experiência de reconectar com a mente e desenvolver habilidades com o pensamento positivo, Noemia Aquino explica que é necessário desenvolver: alimentação equilibrada e rica em nutrientes; exercícios físicos regulares; práticas espirituais, como oração e meditação; cultivar pensamentos positivos e manter relacionamentos saudáveis. Essa conexão atua aliado à felicidade.

“A felicidade não é apenas um estado de espírito, mas um estilo de vida que pode que pode ser cultivado por todos, é uma habilidade que pode ser aprendida. Com práticas diárias como gratidão, pensamento positivo e autocuidado, qualquer pessoa pode desenvolver uma vida mais feliz e significativa”, conclui com um segredo: “Não tenha pensamentos velhos. O envelhecimento, muitas vezes, está no espírito. Essa é a minha teoria pessoal, que aplico em mim mesma há anos”.

Conexão com a ancestralidade

O nome do livro foi uma escolha afetiva, pois quando a escritora Noemia Aquino era criança sempre ouvia o seu pai falar com os seus irmãos mais velhos quando eles estavam um pouco resistentes para irem para a roça trabalhar: “Quem não trabalha não come, portanto tem que trabalhar”.

E segundo ela, todas as noites a sua mãe juntava os filhos ao seu redor para fazer oração. E quando ela pedia para rezar dizia, não apenas repita as orações, e sim, reze e creia. “É claro que ela estava dizendo para não apenas repetir o que ela falava simplesmente, e sim para crer de verdade no que estávamos pronunciando. Eu cresci ouvindo essas palavras, trabalhe, reze e creia e confesso que esse mantra segue comigo, afinal temos que trabalhar, rezar e crer. Crer em quem? Em Deus, no Criador Maior. Todos nós temos um Deus, independente de religião. Acredite sempre, pense positivo sempre, gastamos o mesmo tempo se pensamos positivo ou negativo. Então pense sempre positivo e vá em frente, não desista, se tiver medo vá com medo mesmo, só pare de tentar quando conseguir. Acreditar no que pensa e fala como se já tivesse”. O

segredo Essa é a minha teoria pessoal, que aplico em mim mesma há anos, com demonstrações contínuas

Sobre a autora

Noemia Aquino é atriz, produtora cultural, escritora e palestrante. Certificação em Inteligência Emocional (PUCRS), Certificação em Liderança, Capacidade de aprender e Resiliência (PUCRS), Certificado de Capacitação ODS- Objetos de Desenvolvimento Sustentável. Programa Momento Positivo da Rádio Santa Bárbara FM-95,9 SP. Programa MInuto de Positividade da Rádio São Miguel RN - 104.9. É co-autora do livro Desperte o seu chamado. Tem formação em Teatro e Comunicação, Televisão e Cinema, formada pelo Conservatório de Arte Dramática Emílio Fontana em São Paulo. Exerceu a profissão de atriz durante 10 anos viajando com apresentações teatrais e chegando a ser membro de duas Companhias Teatrais. Assim, pode compartilhar com centenas de pessoas experiências das mais variadas formas, acontecimentos inusitados, troca de energia positiva e negativa, perrengues, e maus tempos. Embora seja convicta de que todas essas experiências se tornaram aprendizados e lições de vida que hoje fazem todo sentido. Ama ajudar as pessoas e ensinar técnicas para desenvolver todo potencial pensando positivamente.

Ficha técnica

Trabalhe, reze e creia: O poder de pensar positivo

ISBN: 978-65-993854-8-3 (físico) 978-65-996150-1-6 (epub)

Editora: Escreva

Formato: 14×21 cm

Páginas: 120

Preço: R$ 50,90

Atendimento à imprensa

Editora Escreva

Tel: +55 (61) 2193-1280 / 9.8310-7306

E-mail: imprensa@escrevalivros.com.br Site: www.escrevalivros.com.br

Vou para Sevilha

Tomei uma decisão irrevogável agora à noite: voo na primeira hora de amanhã para Sevilha.

Essa vida de mulher fútil, que compra tudo o que o dinheiro pode comprar, está me dando um baita cansaço.

Fiquei com muita inveja, inveja boa, “of course” ( se é que existe algum sentido bom em tão desprezível sentimento), de mulheres que orgulham todas nós.

Bem, vamos ao que interessa: estou lendo a biografia de Dona Zilda Arno? Consul? Electrolux?

Não. Sou uma cabra da peste desinformada, a grande mulher é Zilda Arns.

Já era fã de carteirinha dessa nobilíssima senhora, e quando ela morreu fazendo um lindo trabalho voluntário no Haiti, pirei de vez.

Da mesma forma, conhecendo um pouco mais as inúmeras obras humanitárias que a princesa Diana realizou durante sua curta existência, fiquei maravilhada.

Comecei a questionar sem descanso o real sentido da minha vida.

Querer a cada dia que passa um diamante maior que o outro, ter o closet abarrotado de todas as coisas que falam os mais caros idiomas estrangeiros, acabar de retornar de uma viagem com o Tony e já estar pensando na próxima, ficar parecendo criança porque descobri uma fruta exótica, uma bebida requintadíssima e outras bobagens do gênero?

Vou na esperança de arregimentar o maior número de pessoas para formar um exército do bem.

É chegado o momento em que não dá mais para cada pessoa viver gravitando em volta do seu próprio umbigo, se bem que você saiba que o meu é espetacular.

Esse meu ataque de altruísmo vai ser bom até para acabar com meu exibicionismo e falta de humildade. Pelo menos se não cessarem, que sejam minimizados.

Mandarei notícias e fotos, e já deixo feito para você o convite de irmos a Aleppo ou a qualquer outro lugar do mundo onde precisem de trabalhos humanitários.

Querer a cada dia que passa um diamante maior que o outro, ter o closet abarrotado de todas as coisas que falam os mais caros idiomas estrangeiros, acabar de retornar de uma viagem com o Tony e já estar pensando na próxima, ficar parecendo criança porque descobri uma fruta exótica, uma bebida requintadíssima e outras bobagens do gênero?

Essas coisas bastariam para justificar uma vida?

Então minha amiga querida, não poderia me ausentar sem dizer até breve para você.

Escolhi Sevilha porque achei muito egoísta uma cidade que não é solidária, que fala para cada um que apresenta um problema: “Sevilha”.

Tenho a intenção de futuramente viajar com o Tony para adotar crianças “around the world”. Sabe que em inglês essa expressão é “ao redor do mundo”, né?

Estou encantada com minhas aulas de línguas estrangeiras, pois o português já domino.

Ai, acabei de escrever que preciso me tornar mais humilde e já estou novamente me gabando de meus predicados. Se continuar assim vai ser muito difícil passar pela porta estreita do céu.

E eu, que de boba não tenho nada, quero viver bem aqui mas também quero garantir um futuro sem preocupações, afinal o futuro será eterno.

Beijos e até breve, minha querida Lucyvanda.

* Ângela Beatriz Sabbag é bacharel em Direito por graduação e escritora por paixão. Bailarina Clássica, Pianista e Decoradora de Interiores angelabeatrizsabbag e-mail angelabeatrizsabbag@gmail.com

ECONOMIA

O que pode mudar com Trump no poder para os investidores brasileiros?

Há algum tempo eu defendo que os investimentos dos brasileiros devem ser extremamente diversificados, tentar adivinhar o que vai ter maior rentabilidade, como se alguém tivesse uma bola de cristal é uma boa maneira de ficar de fora das oportunidades reais. Uma das bandeiras do presidente Trump são a defesa das criptomoedas, nesse sentido ficar de fora desse tipo de investimento hoje pode ser bastante ruim. Algo entre 2% a 10% do patrimônio é algo a se pensar para esse tipo de ativo. E a maneira mais fácil e menos burocrática é comprar um ETF (Exchange Traded Fund) que replique um índice de criptos.

Uma boa maneira de fazer isso é por meio de ETF globais, que basicamente buscam investir em diferentes geografias por um valor acessível por meio de contas aos investidores.

E também não dá para ficar de fora de investimentos que acompanhem a oscilação de moedas fortes. Há uma tendência clara de que os países desenvolvidos se preocupam muito mais com o poder de compra, principalmente, do dólar (EUA), do euro (Europa) e do iene (Japão), do que nós brasileiros historicamente temos nos preocupados com a desvalorização do real e da inflação que corroi nossa moeda. Nesse sentido, é importante expor parte do seu patrimônio a investimentos que acompanhem a oscilação cambial.

Além disso, é bastante importante expor o patrimônio ao crescimento econômico de outros países, principalmente aqueles que possuem um mercado financeiro mais sólido e robusto, como os Estados Unidos, os países europeus, e o Japão. E também expor parte do patrimônio ao possível sucesso de economias emergentes, principalmente quando olhamos no retrovisor e vemos o crescimento gigantesco de países como a China. Uma boa maneira de fazer isso é por meio de ETF globais, que basicamente buscam investir em diferentes geografias por um valor acessível por meio de contas aos investidores.

Outro investimento que não dá para ficar de fora para os brasileiros nos próximos anos são os títulos do tesouro nacio -

nal. Independente de Trump, com a questão das contas públicas mal resolvida internamente, os títulos da dívida de curto prazo, com vencimento de até 5 anos, estão rendendo valores atrativos. O padrão do Tesouro hoje são títulos pagando taxa de inflação ( IPCA) + juros de mais de 7% ao ano, o que para Renda Fixa, é uma rentabilidade estratosférica. A questão maior é quanto do patrimônio pode se alocar nesse tipo de investimento. E isso varia muito entre os perfis de quem investe: servidor público, autônomo, CLT etc. E também há bons ETFs que investem em títulos públicos.

Note que boa parte das sugestões a serem estudados após a eleição do Trump buscam usar os ETF(s) que já expliquei em outras colunas para simplificar a vida do investidor brasileiro. Algo que já é tendência em outros países desenvolvidos. O ETF (Exchange Traded Fund) é um tipo de fundo de investimento que busca replicar o desempenho de um índice de mercado, como o índice Bovespa (IBOV) no Brasil ou o S&P 500 nos Estados Unidos. Ele é negociado em bolsas de valores, assim como as ações, e pode ser comprado ou vendido a qualquer momento durante o horário de funcionamento do mercado.

Ao investir em um ETF, o investidor está adquirindo uma “cesta” de ativos, como ações, títulos ou commodities, dependendo do índice que o ETF replica. O grande atrativo dos ETFs é a diversificação automática que eles oferecem, já que, ao comprar uma única cota do fundo, o investidor passa a ter exposição a uma série de ativos, sem precisar comprar cada um deles individualmente, sendo que as principais vantagens são: negociação em bolsa, diversificação, baixo custo, liquidez e transparência.

* Humberto Nunes Alencar, formado em jornalismo pela UnB e economia pela Católica. É mestre em economia e doutor em direito pelo IDP.

Fernanda Torres leva Globo de Ouro por atuação em Ainda Estou Aqui

Por Redação - Agência Brasil

Adaptação Rócio Barreto

Ocinema brasileiro vive um momento histórico. A atriz Fernanda Torres recebeu nesta segunda-feira (6), em Los Angeles, nos Estados Unidos, o prêmio Globo de Ouro de melhor atriz na categoria Drama.

A premiação, entregue pela primeira vez a uma brasileira, é um reconhecimento ao trabalho de Fernanda no filme Ainda Estou Aqui. Na produção, ela interpreta a advogada Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, deputado federal assassinado pela ditadura militar em 1971.

Fernanda concorria com grandes estrelas de Hollywood como Nicole Kidman, Angelina Jolie, Tilda Swinton, Pamela Anderson e Kate Winslet.

Há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, disputou a mesma categoria pela atuação em Central do Brasil. Ela não venceu, mas o filme ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor filme estrangeiro.

“Isso é uma prova que a arte dura na vida, até durante momentos difíceis pelos quais a Eunice Paiva passou e com tanto problema hoje em dia no mundo. Esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses. Então, para a minha mãe, para a minha família, para os meus filhos e para todos, muito obrigada ao Golden Globes”, disse Fernanda, ainda durante o discurso de agradecimento.

Tanto Ainda Estou Aqui como Central do Brasil foram dirigidos pelo cineasta Walter Salles.

Este ano, na categoria de melhor filme estrangeiro, o Globo de Ouro ficou com a produção francesa Emilia Pérez.

Alma lavada

Eu nunca senti tanto orgulho de ser brasileira como no último 23 de janeiro de 2025, quando foram anunciados os indicados ao Oscar deste ano. O coração bateu no compasso de uma final de Copa do Mundo. O Brasil se mobilizou mais do que qualquer nação do planeta na expectativa de que a obra-prima Ainda Estou Aqui e a brilhante Fernanda Torres fossem indicados. Entrei na live do Youtube da Academia quinze minutos antes do anúncio e no fórum de comentários instantâneos só o que se via eram bandeirinhas do Brasil, que subiam ininterruptamente. Um país inteiro unido pelo reconhecimento mundial da cultura e do cinema brasileiros. É emocionante ver a nação unida torcendo pela aclamação merecida de um produto artístico feito no Brasil.

A indicação mais esperada, pelo menos por mim, era a Fernanda Torres. O brasileiro que não se emocionou com a indicação de Fernanda Montenegro ao Oscar e não se indignou com a vitória da Gwyneth Paltrow não viveu corretamente o ano de 1999.

A premiação da Fernanda Torres com o Globo de Ouro, a indicação dela e do filme em duas categorias ao Oscar é o mínimo que o mundo pode fazer para se redimir com o Brasil.

e pediu ao Brasil para não entrar no clima de Copa do Mundo diante da possibilidade de prêmios internacionais. Me identifiquei. A Fernanda é a prova de que pessimistas também vencem. Eu mesma sempre fui pessimista, pelo menos até ouvir o Ariano Suassuna dizer que era um realista esperançoso, foi quando ajustei um pouco as minhas expectativas. Mas eu entendo muito a Fernanda. Sempre que há a possibilidade de algo muito bom acontecer, finco os meus pés no chão ao máximo, ao ponto de soar pessimista. É o modo seguro que encontrei para blindar as minhas emoções.

Enquanto alguns brasileiros escrevem Brasil com Z, enaltecem presidentes americanos com discursos extremistas e bilionários que fazem gestos ambíguos para o mundo ver, eu orgulhosamente faço parte do Brasil com S, o Brasil que enxerga o valor do que é genuinamente nosso.

No meio de toda essa aclamação do cinema brasileiro, teve o pessimismo de Fernanda Torres...

A Fernanda é a prova de que pessimistas também vencem

Apesar de achar xenófoba a categoria “Melhor filme estrangeiro”, eu já senti uma sensação de alma lavada na hora que anunciaram Ainda Estou Aqui como um dos indicados.

A indicação de Fernanda Torres não foi uma surpresa em si, pois ela estava impecável na interpretação sutilmente dramática de Eunice Paiva. Além disso, sabíamos da campanha que estava sendo feita tanto pela produção do filme como pelo engajamento orgânico dos brasileiros nas redes sociais. Só a foto da Fernanda Torres postada pelo perfil oficial do Oscar ultrapassou 2 milhões de curtidas enquanto as fotos das demais indicadas sequer chegaram a 100 mil.

No meio de toda essa aclamação do cinema brasileiro, teve o pessimismo de Fernanda Torres. Em entrevistas, ela chegou a dizer que a chance de ganhar o Golden Globe era “quase nula”, chegou a dizer que “o Oscar não vai rolar nunca”

Independentemente do resultado do Oscar, o filme fez o mundo olhar para nós com respeito e admiração. Mesmo que não leve a estatueta, Fernanda Torres já levou a arte brasileira para outro patamar. Ela ganhou voz na mídia internacional. Vê-la enaltecendo o teatro para mim foi um dos pontos altos. “Minha mãe é o tipo de atriz que considera o teatro a melhor coisa do mundo. Ela quase sente pena daqueles que não conhecem os prazeres do teatro. O teatro deu mil vidas a ela”, disse ela à W Magazine.

Nós, o Brasil com S, aquele Brasil que vai ao cinema e ao teatro ver produções nacionais, torce e se engaja na campanha pelo reconhecimento internacional da nossa arte, nós, que enaltecemos o que o nosso país tem de bom, nós Ainda Estamos Aqui, acreditando.

*Mila Ferreira, repórter do Correio Braziliense. Formada em Jornalismo pelo IESB e pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS

Um novo ano? Sim. Mas, o que mudou?

Chegamos ao vigésimo quinto ano do século XXI. O mês é janeiro e é nele que começamos a ver o quanto das promessas feitas ao apagar das luzes de 2024 serão cumpridas.

Não à toa janeiro tem esse nome. Ele vem do deus romano Jano, a divindade bifronte, representando o dualismo de tudo. Esse deus tinha uma das faces voltada para o futuro, o começo, e a outra sempre mirando o passado, o término, observando tudo o que se passou.

Ele é associado a tudo que se relaciona com mudança, renovação, nascimento, transição. Enfim, o encerrar de um ciclo para abertura de um novo período, repleto de aprendizados trazidos das lições impostas nesse passado, para criar um futuro melhor.

Mas o que fazemos, entra e sai ano, faria Jano enrubescer de vergonha alheia, por deixar patente que não conseguimos aprender nada com nosso passado. Seja ele recente ou não. Repetimos erros e comportamentos que trouxeram épocas sombrias, que causaram dor e tristeza, custaram vidas, e demoram gerações para terem seus efeitos, quiçá, amenizados.

Temos problemas reais acontecendo bem diante de nossos olhos; nas nossas vidas; no nosso cotidiano. O planeta ora arde em chamas, ora se afoga na chuva que devia trazer vida, ao se transformar de vapor em água.

Mas a ganância cega. O que os líderes querem é mostrar competência guerreando; aumentar seus domínios; impor medo e subjugar as economias mais fracas. Tudo isso graças àqueles que se importam mais com seu próprio umbigo, sujo e mal lavado, diga-se de passagem, do que com o desespero dos que perdem uma vida de trabalho na primeira chuva forte da estação, ou com os que buscam sua refeição diária e única nos caminhões de lixo.

“Tudo isso em busca de crescimento econômico, de poder sobre o poder. De produzir mais e mais “conforto e facilidade” para todos, seja com casas e tarefas automatizadas, ou com a tão propalada inteligência artificial.”

Envenenamos nossos rios e solos. Sufocamos a nós mesmos, com toda sorte de poluentes despejados no ar. Tudo isso em busca de crescimento econômico, de poder sobre o poder. De produzir mais e mais “conforto e facilidade” para todos, seja com casas e tarefas automatizadas, ou com a tão propalada inteligência artificial.

Facilidades que nos prostram no sofá, fazendo que exercitemos apenas os dedos e a voz, e inteligência artificial que nos rouba a capacidade de pensar, de agir por conta própria. De nos basearmos naquilo que aprendemos ao longo de nossas vidas, para podermos tomar decisões distintas daquelas que os algoritmos querem que tomemos.

Algoritmos esses criados por humanos, a mando de outros humanos, que são aliados àqueles que se dizem humanos e os melhores líderes de todos os tempos.

Enquanto existirem mandatários cultuados e venerados por quem não entende que a força e brutalidade não corrigem nada; que não há vencedores ao final de uma guerra; que não haverá futuro, se não mudarmos nosso comportamento e respeitarmos mais o nosso planeta, existirá o risco de não termos vida a ser vivida por nossos netos e bisnetos.

Precisamos de novos tipos de líderes, que se apequenem diante da natureza. Que compreendam que, sem ela não teremos vida. Que parem de criar fantasiosos motivos de orgulho a seus compatriotas, com guerras descabidas, de ameaças sem pé nem cabeça, do uso da força no lugar da inteligência, de tomar de outros, os recursos que eles próprios deixaram exaurir.

Estamos vendo o planeta se desfazer e a destruição de nossas fontes de subsistência. E o que fazem nossos mandatários? Prendem e calam aqueles que clamam por uma nova forma de governar. Como já vimos antes.

Mas sempre estaremos aqui, lutando para não desejarmos um Feliz Ano Velho! Com todo o respeito.

* Wilson Coelho é especialista em Políticas públicas de Saúde pela UNB, e Informática em Saúde pelo IEP-HSL.

Neopopulismo digital: big techs escancaram apoio à direita conservadora americana

Ao que tudo indica o alinhamento das grandes corporações de tecnologia com a direita conservadora é fato consumado. A especulação sobre uma possível aliança fica quase que irrefutável diante da presença de Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Elon Musk (X) e Tim Cook (Apple) na posse de Donald Trump. A participação desses executivos na solenidade não é meramente simbólica; ela reflete um alinhamento de interesses entre a política conservadora de direita e as estratégias empresariais das big techs, principalmente no setor da comunicação. E, talvez, seja esse um dos pontos de atenção na nova gestão de Trump.

Atualmente, as relações humanas e comerciais são mediadas por plataformas que coletam e fazem a gestão dos dados pessoais, informações essenciais para o controle do discurso, sobretudo no campo político. Essas plataformas oferecem mais do que simples interação social. Elas são responsáveis pela distribuição de informações que influenciam na formação da opinião pública. Narrativas que podem contribuir diretamente para escolha do cidadão, do eleitor.

A comunicação política digital é, hoje, uma ferramenta relevante, podendo ser até decisiva, no processo de relacionamento do político com seu público-alvo. Prova disso é ascensão de figuras como Jair Bolsonaro, Javier Milei e Donald Trump, entre outros. Trajetórias políticas marcadas pelo uso massivo e estratégico das redes sociais, sempre tendo como marca o uso da emoção e da polarização como forma de construção da marca política.

É inegável o “talento” dessas figuras políticas para produzir conteúdos recheados de frases de efeito, imagens impactantes e vídeos virais que dominam as redes e geram ondas “quase” que incontroláveis de debates pautando a mídia, o governo, a justiça, o legislativo, o país. Possuem o poder de fazer com que mensagens, nem sempre verdadeiras, atraiam a atenção da opinião pública e se disseminem com pouco ou nenhum controle. Um ambiente, mais que perfeito, para proliferação de desinformação e fake news, contribuindo para polarização e radicalização do discurso.

O fato é que a direita conservadora se especializou na narrativa neopopulista, recheada de elementos de espetacularização. Estabeleceu-se um padrão de conteúdos de fácil consumo, que cria uma falsa sensação de que o cidadão está

bem informado dos acontecimentos, um equívoco perigoso que aumenta ainda mais a desinformação.

Assim, ao transformar a política em um show, a direita conservadora consegue atrair e reter atenção do cidadão, criando bases sólidas de apoio que se tornam multiplicadores assíduos dessas mensagens sem filtros ou questionamentos, gerando as “bolhas” informativas. Esse cenário impede que o público interaja com conteúdos que confrontem com sua predisposição ou crença já existente. Mantendo uma visão simplista de temas complexos. Gerando ainda fenômenos que impactam a história, políticas públicas e decisões importantes como, por exemplo, o caso Brexit (2020) e o PIX (2025), na Inglaterra e no Brasil, respectivamente. Por isso, a fotografia dessa turma na posse de Trump é tão relevante e preocupante. Será que os sistemas democráticos resistiram ao cenário de terra sem lei nas redes sociais?

* Vanessa Marques é jornalista e atua há 20 anos na comunicação política. Cursa o seu segundo mestrado onde pesquisa a espetacularização na política e integra o Grupo de Pesquisa na UNB sobre eleições e democracia.

Entrevistamos os diretores do documentário “Não é Permitido: um recorte da censura ao Punk Rock no Brasil”

“A história do Brasil é também uma história da censura”, afirma Fernando Calderan, um dos diretores do documentário “Não é Permitido: um recorte da censura ao Punk Rock no Brasil”, já disponível no Youtube. Em pouco menos de 35 minutos, o filme dirigido também por Fernando Bovo, Matheus de Moraes e Renan Negri, traz as reflexões de integrantes das bandas Cólera, Inocentes, Garotos Podres, Ratos de Porão, Olho Seco e Ulster sobre o universo rebelde e contestador do Punk Rock das décadas de 1970 e 1980.

Conversamos com os diretores do filme que revela os impactos da repressão na cena punk ao abordar parte dos vetos

da Censura Federal às músicas do estilo, numa tentativa de calar as vozes que desafiavam o sistema.

De onde veio a ideia do documentário e como foi a pesquisa para a realização de “Não é Permitido”?

RENAN NEGRI: O desejo de gravar o documentário está ligado à uma pesquisa que desenvolvo com Fernando desde 2021 sobre a censura ao Punk Rock, e que em breve será transformada em livro. A pesquisa identificou mais de 80 músicas punks encontradas com o carimbo da censura e documentos que demonstram o quanto o movimento foi perseguido e observado pela polícia. A pesquisa traz documentos ‘inéditos’, como as músicas do Redson enviadas à censura em 1977, ou seja, antes do Cólera. Hoje, essa é uma nova busca

Fotos: Nana Leme

que estamos fazendo, encontrar registros ou memórias que nos mostrem como era a sonoridade daquelas letras encontradas e em qual banda ele tocava. O documentário mostra alguns indícios sobre essas músicas. Quem são os artistas que aparecem no documentário?

RENAN NEGRI: Clemente Nascimento (Inocentes), Jão (Ratos de Porão), Mao (Garotos Podres), Val (Cólera / Olho Seco), Ariel Invasor (Inocentes - à época), Pierre (Cólera) e Vlad (Ulster)

Quais são os pontos a serem destacados em “Não é Permitido”?

MATHEUS DE MORAES: Com análises detalhadas, os músicos entrevistados no filme refletem sobre os motivos políticos, sociais e culturais por trás da censura, enquanto documentos resgatados da antiga Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP) trazem à tona estratégias usadas para sufocar o movimento. O documentário não apenas reconstrói essa história sombria, mas também destaca o ponto de vista dos artistas, que não deixaram a censura apagar sua arte, reafirmando o poder da música como ferramenta de resistência e expressão cultural.

De que maneira falar sobre a censura pode ser considerado relevante atualmente e qual o paralelo possível ou não entre os dois momentos da história?

FERNANDO CALDERAN: A história do Brasil é também uma história da censura. Muito antes das duas ditaduras que assolaram as liberdades em nosso país, a proibição às ideias divergentes já era parte da rotina nacional. Os europeus trouxeram a censura na bagagem. A censura de livros é anterior a ‘Santa Inquisição’. Mesmo em tempos ditos democráticos, a censura foi usada como órgão repressor. A lei que ampara

Fotos: Nana Leme

a maior parte dos casos apresentados pela Divisão de Censura de Diversões Públicas foi criada em 1946, um ano depois do fim da ditadura Vargas. Nos últimos anos, vimos crescer o discurso de que a ditadura era boa, vimos até um torturador ser louvado em discurso dentro do congresso nacional e ganhar camiseta com seu rosto. Ou seja, o povo brasileiro voltou a aceitar abertamente sua paixão pelo autoritarismo.

E com isso, você acredita que poderemos assistir ao retorno da censura também?

FERNANDO BOVO: Já cresceram as denúncias e casos explícitos de censura no país. Em 2017 a exposição Queermuseu em Porto Alegre, foi cancelada um mês antes do prazo. Em 2020, um documento da Secretaria de Educação de Rondônia determinou o recolhimento de mais de 40 livros das escolas estaduais, entre eles, clássicos da literatura como Macunaíma, Os Sertões e Memórias Póstumas de Brás Cubas. No mesmo ano, o Ministério da Justiça abriu inquérito contra o coletivo punk Facada Fest. Em 2022 foi lançado o 4º Dossiê de Censura e Governismo na EBC (Empresa Brasil de Comunicação). O documento aponta 64 casos de censura nos meios de comunicação da empresa. E, no último ano, o livro O Avesso da Pele, que debate o racismo, teve seus exemplares retirados das escolas de três Estados: Goiás, Mato Grosso e Paraná. O Brasil não se desvencilhou da censura como forma de calar o pensamento divergente. Mesmo com o fim da seção como órgão de Estado há mais de trinta anos, a postura do corte continua presente..

Fotos: Nana
Leme

Teto do INSS sobe para R$

8.157,40 em 2025

Por Wellton Máximo - Agência Brasil

Adaptação Rócio Barreto

Apartir de fevereiro, os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terão aumento de 4,77%. Com a correção, o teto dos benefícios da Previdência Social sobe para R$ 8.157,40 em 2025, contra R$ 7.786,01 em 2024.

A variação equivale ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2024, divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos.

O reajuste de 4,77% será pago integralmente aos segurados que já recebiam as aposentadorias e pensões do INSS acima de um salário mínimo em 1º de fevereiro de 2024. Quem começou a receber o benefício após essa data terá aumento proporcional ao número de meses em que o benefício foi pago.

Segundo o INSS, atualmente 12,2 milhões de beneficiários recebem acima do piso nacional, dos quais 10,6 mil ganham o teto da Previdência Social. Um total de 40,7 milhões de pessoas, cerca de 70% do total dos aposentados e pensionistas, ganham o salário mínimo, que subiu de R$ 1.412 para R$ 1.580.

Para quem recebe o salário mínimo, o pagamento das aposentadorias e pensões com reajuste vai de 27 de janeiro

a 7 de fevereiro. O pagamento dos benefícios do INSS acima do mínimo com a correção de 4,77% vai de 3 a 7 de fevereiro. A data de pagamento varia conforme o número final do cartão de benefício, desconsiderando o dígito verificador, que aparece após o traço.

Por mais um ano, os aposentados e pensionistas que ganham além do mínimo não terão aumento real (acima da inflação), recebendo o equivalente ao INPC do ano anterior. Quem recebe o mínimo teve reajuste real de 2,5%, segundo a política aprovada pelo Congresso no fim do ano passado, que restringe o aumento real ao teto de crescimento de gastos do arcabouço fiscal.

Consulta

Nas próximas semanas, o INSS fornecerá o extrato com os novos valores das aposentadorias e das pensões. As informações estão disponíveis no site Meu INSS e no aplicativo de mesmo nome. A consulta exige login e senha do Portal Gov. br. Quem não tem acesso à internet pode consultar o valor por meio do telefone 135. O segurado que ligar para esse número deve informar o número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e confirmar alguns dados cadastrais para evitar fraudes.

Cashback devolverá imposto a famílias mais pobres

Adaptação

Uma das novidades da reforma tributária, a devolução de impostos para famílias de baixa renda, chamada de cashback, nasceu como ferramenta para tornar o sistema tributário mais progressivo. A progressividade consiste em fazer com que os mais pobres paguem proporcionalmente menos tributos que os mais ricos.

Por terem alíquotas como um percentual do preço da mercadoria, os tributos relacionados ao consumo têm efeito regressivo e proporcionalmente prejudicam os menos favorecidos. Na compra de qualquer mercadoria, pobres e ricos pagam o mesmo tributo, mas os menos favorecidos consomem parte maior da renda ao comparar o tributo com o salário.

No caso de um pacote de arroz de R$ 25, com alíquota de 25% de impostos sobre o consumo, o tributo equivaleria a R$ 6,25. No entanto, esse montante faz com que o trabalhador que ganha um salário mínimo de R$ 1.518 pague 0,41% da renda, enquanto um comprador que ganha R$ 10 mil gastará 0,062% da renda.

Para corrigir a distorção, a reforma tributária inseriu o cashback para as famílias inscritas do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Instituído na emenda constitucional da reforma tributária sobre o consumo de 2023, o mecanismo teve a abrangência definida pela lei complementar sancionada na última quinta-feira (16).

Pela lei complementar, haverá 100% de devolução da Contriuição sobre Bens e Serviços (CBS) e de pelo menos 20% do Imposto sobre Bens e Serviços(IBS) à população de baixa renda sobre:

- Água;

- Botijão de gás;

- Contas de telefone e internet;

- Energia elétrica;

- Esgoto.

Para os demais produtos e serviços, o ressarcimento equivalerá a 20% da CBS e do IBS. No caso do IBS, os estados e os municípios terão autonomia para definir se a devolução será maior que 20%.

A maneira como ocorrerá a devolução ainda será definida por legislação posterior. Uma das possibilidades é a confrontação do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) na nota fiscal, o valor da compra e o registro no CadÚnico. No caso da devolução do IBS, pode ser também necessário um sistema de verificação automático do endereço do comprador, disponível no CadÚnico.

Em 2023, o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, citou, em audiência pública na Câmara dos Deputados, o exemplo do Rio Grande do Sul. Em 2021, o estado implementou um sistema de devolução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a famílias inscritas no Cadastro Único com renda de até três salários mínimos por meio de um cartão de crédito. Inicialmente, o governo gaúcho devolvia um valor fixo por família e agora começou a devolver por CPF, com base no cruzamento de dados entre o valor da compra e a situação cadastral da família. Em locais remotos, sem acesso à internet, Appy sugeriu um sistema de transferência direta de renda, complementar ao Bolsa Família.

Representante da ONU elogia preparativos e empenho para COP30

Por Fabíola Sinimbú - Agência Brasil

Adaptação Rócio Barreto

Uma delegação com dez especialistas de alto nível da Organização das Nações Unidas (ONU) está em Belém, no estado do Pará, em missão para acompanhar os preparativos para a 30 Conferência sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro.

No primeiro dia de visitas de campo, o grupo se reuniu com representantes dos comitês organizativos dos governos federal, do estado e município. Ao longo da semana, a missão conhecerá a infraestrutura hoteleira, o planejamento de logística, transporte, segurança pública e infraestrutura de saúde.

De acordo com a secretária-executiva adjunta da UNFCCC (sigla em inglês para Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), Noura Hamladji, a missão não é avaliativa e tem o objetivo de apoiar a organização para tornar a COP30 um sucesso.

“Estou bastante impressionada com o planejamento, mas também com o nível de investimento de R$ 5 bilhões e também com o empenho e o compromisso das autoridades do governo federal, do governo do estado e também do município aqui de Belém. Esses são ingredientes muito importantes

para o sucesso”, disse, após conhecer os números apresentados peio secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia.

O governo brasileiro espera receber cerca de 50 mil credenciados ao longo das duas semanas de conferência. Em 2024, a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, recebeu 54.148 participantes presenciais entre delegações, observadores, convidados e equipe de suporte inscritos.

Segundo Valter Correia, a expectativa é que o fortalecimento do turismo seja um legado importante para a Amazônia. “Estamos trabalhando incessantemente para entregar uma COP que tenha todas as condições de garantir o sucesso das negociações globais sobre o clima”, declarou.

De acordo com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Belém já vive um crescimento superior a 59% na chegada de visitantes por via aérea, no período entre janeiro e novembro de 2024, quando comparado ao ano anterior, antes do anúncio de que a capital paraense seria a anfitriã da conferência global.

Além dos investimentos governamentais em infraestrutura, há ações de melhoria da rede hoteleira, construção de mais hospedagens, capacitações de profissionais do setor de turismo voltadas à sustentabilidade e reforma de pontos turísticos em toda a região metropolitana.

Tocantins alcança 90,58% de índice vacinal contra brucelose

Por Dinalva Martins/Governo do Tocantins

Adaptação PH Paiva

OGoverno do Tocantins, por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), registrou o índice de cobertura vacinal de 90,58% na campanha contra a brucelose, que abrangeu as fêmeas bovídeas (bovinas e bubalinas), entre três e oito meses de idade, em um total de 401.031 animais. A campanha foi realizada de 1º de julho a 31 de dezembro de 2024, já o prazo para declaração encerrou no dia 10 de janeiro de 2025.

A responsável pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (Pecebt), Carolina Silveira Ozório, destaca que o resultado está acima do preconizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e os inadimplentes serão notificados para garantirem a vacinação do restante do rebanho indicado na campanha. “A brucelose

é uma zoonose que causa impacto econômico e de saúde pública, por isso, nossa atenção é redobrada”, ressalta.

O presidente da Adapec, Paulo Lima, enfatiza que a vacinação contra brucelose é essencial para proteger a saúde pública e preservar a sanidade do rebanho. “O resultado demonstra 21.678 propriedades rurais envolvidas na vacinação. Isso comprova um esforço conjunto dos setores público e privado para controlar e erradicar a doença”, pontua.

Inadimplência

A vacinação e a declaração são obrigatórias. Os produtores rurais inadimplentes terão sua ficha de movimentação do rebanho bloqueada até a regularização, além de serem multados em R$ 5,32 por animal não vacinado e R$ 127,69 por propriedade não declarada.

Tambaqui é o peixe mais produzido no Tocantins e o mais consumido pelos tocantinenses

Adaptação PH

OTocantins vem ganhando cada vez mais destaque no cenário nacional de produção de peixe, configurando em 18o lugar, com potencial para estar entre os cinco maiores produtores do país até 2027. Enquanto isso, por aqui, o pescado que representa o estado, sem sombra de dúvidas, é o tambaqui.

O tambaqui é o principal peixe produzido e representa 48% do volume de produção do estado, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins). Ele é também o peixe mais consumido nos lares tocantinenses. Existem ainda os híbridos tambacu e tambatinga, que representam 34% dos pescados produzidos e, por último, porém não menos importantes, o pintado e seus híbridos que estão representados em 10,49% do volume de produção.

Segundo o diretor de Desenvolvimento da Aquicultura da Sepea, Thiago Tardivo, o tambaqui desempenha um papel fundamental na produção aquícola no estado. Para ele, a espécie é a mais desenvolvida da nossa cadeia produtiva. “O tambaqui e os peixes redondos, os demais híbridos, representam mais de 80% da produção do Tocantins. O Tocantins tem uma cadeia consolidada de alevinos e é um estado que exporta alevinos para outros estados circunvizinhos. Há uma grande produção em viveiros, barramentos e tam -

bém há quatro agroindústrias que atuam somente com a espécie, então, é a espécie mais produzida e desenvolvida na cadeia produtiva do nosso estado”, ressalta.

Sobre o tambaqui

Sendo o peixe mais produzido e consumido no Tocantins, a Sepea destaca algumas características desse pescado que é uma das riquezas da aquicultura local. O tambaqui é um peixe amazônico (encontrado na região da Amazônia Legal Brasileira), com um formato arredondado e uma mancha escura na parte da barriga. Seu nome científico é Colossoma macropomum e ele é rico em ômega 3, proteínas e minerais.

Sua carne tem sabor mais adocicado e os benefícios de seu consumo são vários, entre eles: proteção cardiovascular, prevenção de doenças neurodegenerativas, saúde da tireoide, energia para a prática de atividades físicas, além de ter propriedades anti-inflamatórias e para quem tem interesse, a proteína do tambaqui pode auxiliar no emagrecimento saudável ao ser incluída na dieta.

Na culinária, o tambaqui é versátil, pode ser preparado de várias formas: assado, ensopado, frito, usando vários temperos ou simplesmente com um toque de sal, pimenta e limão.

Secretário de prefeitura é preso em operação contra grupo suspeito de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Por Brenda Santos, g1 Tocantins

Adaptação PH Paiva

Osecretário municipal da Juventude de Figueirópolis, Luan Elvio Barros de Oliveira, está entre os alvos da operação contra um grupo criminoso suspeito de tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Ele foi preso nesta terça-feira (21), durante a segunda fase da Operação 1º Coríntios 15:33.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Luan Elvio é investigado por organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele havia sido nomeado para o cargo de secretário no dia 3 de janeiro deste ano.

O g1 ainda tenta contato com a defesa de Luan Elvio.

O prefeito de Figueirópolis, José Fontoura Primo (Republicanos), informou em nota que o secretário foi exonerado do cargo. Segundo o prefeito, a administração municipal tomou conhecimento da operação somente nesta terça-feira, por se tratar de investigação sigilosa. Disse ainda que os fatos investigados não possuem qualquer vínculo com gestão pública municipal

Nesta fase da operação estão sendo cumpridos 18 mandados de prisão

preventiva e três mandados de busca e apreensão nas cidades de Gurupi, Formoso do Araguaia e Figueirópolis. A operação é parte de um esforço integrado para desarticular uma organização criminosa com atuação interestadual.

Cerca de 55 policiais civis estão envolvidos na ação, que conta com o apoio das Polícias Civis de Goiás e do Rio de Janeiro, onde também estão sendo feitas ações. A Polícia Rodoviária Federal também participa da operação.

Segundo o delegado Joadelson Rodrigues Albuquerque, um dos alvos da operação foi preso em São Paulo na sexta-feira (17). Durante a abordagem ao suspeito foram apreendidos um veículo e um aparelho celular, que estão sendo analisados pelas autoridades para auxiliar nas investigações.

Nesta segunda-feira (20), outro suspeito teve a prisão antecipada em Gurupi, após mudar de endereço.

Donos de tudo

Sempre me fascinou o clip da canção Bitter Sweet Symphony, da banda britânica The Verve, em que Richard Ashcroft caminha determinado pela calçada, alheio a tudo e a todos que lhe cercam. Chama atenção o que ocorre a certa altura do desfile, em que há um carro a sua frente. Aparentemente não há nada de errado — o carro está parado em um pequeno acesso lateral que é mesmo destinado a veículos. Ainda assim Ashcroft sobe no capô para seguir seu caminho e nem dá bola para a motorista que em vão vai buscar uma explicação.

Há duas cenas semelhantes no excelente Sociedade do Automóvel, de Branca Nunes e Thiago Benicchio, vídeo realizado a partir do TCC que eles defenderam no curso de Jornalismo da PUC-SP em 2004. A sequência final é uma colagem de cenas ao som de My Automobile, da banda estadunidense Parliament. Em três dessas cenas um personagem encontra carros no caminho e simplesmente passa por cima, subindo em capôs e tetos. Dessa vez os carros não estão nos lugares a eles destinados — estão estacionados sobre calçadas.

quados para atender às necessidades dos motoristas. Tomando tal justificativa por seu valor de face, estaria aí uma possível explicação para o comportamento do motorista no Plano Piloto. Não se trataria de um traço de civilidade desse segmento de usuários, até porque o motorista do Plano Piloto é o mesmo de outras regiões e, de acordo com os levantamentos disponíveis, os residentes em outras cidades são até mais numerosos no trânsito do que os moradores de Brasília. Então a explicação deve estar em outro lugar.

Minha suspeita é de que motoristas não param seus carros sobre as calçadas de Brasília porque historicamente o Poder Público é mais que generoso na oferta de espaços de estacionamento ali. Trata-se, portanto, da confirmação da prioridade dada ao transporte motorizado individual, a mesma prioridade que verificamos na alocação de recursos para investimento na construção desenfreada de complexos de viadutos, hoje como na era Roriz, de que o governo atual tanto se orgulha de ser herdeiro.

As pessoas ouvidas na matéria dão o tom da abordagem que costuma prevalecer nas coberturas jornalísticas: a falta de vagas de estacionamento em número e localização adequados para atender às necessidades dos motoristas.

Lembrei-me dessas passagens outro dia, assistindo a um telejornal que noticiava o abuso de motoristas estacionando seus veículos em calçadas de ruas em diversas cidades do Distrito Federal. Sei que se trata de uma prática usual Brasil afora, mas, salvo raríssimas exceções, absolutamente incomum no Plano Piloto de Brasília. Por isso mesmo a matéria pode ter surpreendido telespectadores que não costumam circular em outras regiões do DF. Seja como for, independentemente dos locais e da frequência das ocorrências, o assunto merece reflexões pelo debate sobre valores que ele encerra.

As pessoas ouvidas na matéria dão o tom da abordagem que costuma prevalecer nas coberturas jornalísticas: a falta de vagas de estacionamento em número e localização ade-

A reflexão que se impõe diz respeito a essa visão que parece tão naturalizada em nossas cidades, de que o automóvel tem prioridade não só para circular, mas também para ficar parado. E se o Poder Público não fornece esse lugar, quase sempre gratuito para o usuário, é legítimo que este deposite seu carro em qualquer lugar, mesmo que expulsando as pessoas.

* Paulo César Marques da Silva é professor da área de Transportes da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Engenharia de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Transport Studies pela University of London (University College London) (2001).

“Flores em vida”: Mural gigante homenageia Conceição Evaristo no Rio

Por Agência Brasil

Adaptação Ana Luiza Silva

“Flores em vida são fundamentais”. O pesquisador e produtor Pedro Rajão e o muralista Cazé, do projeto Negro Muro, têm seguido essa máxima no trabalho de colorir as ruas e galerias com grafites de personalidades e intelectuais negros e negras. Elza Soares, Paulinho da Viola, Zezé Motta, Alcione e Leci Brandão são alguns dos homenageados em vida que puderam conhecer seus murais. No último sábado (18), o projeto deu mais um passo com a conclusão de um trabalho marcante: um grafite de 600 metros quadrados da escritora Conceição Evaristo no coração da Pequena África, na zona portuária do Rio de Janeiro.

“O trabalho foi árduo. Por se tratar de verão escaldante e em altura, com diversos equipamentos de segurança, numa estrutura de ferro, a temperatura era alta, fora as semanas seguidas de chuva e vento do final de 2024 e início de 2025,

que atrasaram demais o início do trabalho. Mas valeu e muito à pena!”, conta Pedro Rajão, responsável pela pesquisa, produção e comunicação do Negro Muro.

Para realizar o trabalho, o muralista Cazé contou com os artistas assistentes César Mendes, João Bella e Leandro Ice, e com a parceria do festival Rua Walls. Foram nada menos que 200 litros de tinta para estampar o retrato de Conceição Evaristo na lateral de um prédio que tem destaque na paisagem do Largo da Prainha, local de boêmia e memória negra na região onde ficava o Cais do Valongo, porto que mais recebeu africanos escravizados do mundo.

Pedro Rajão lembra que, além disso, o trabalho é vizinho da escritora, que mantém o centro cultural Casa Escrevivência a poucos metros, no próprio largo, e mora no Morro da Conceição, que fica na mesma região.

A inauguração do mural está marcada para a próxima quarta-feira (29), às 19h, com a presença da escritora e show com Mulheres da Pequena África.

SAÚDE

O poder e o cuidado com as Fake News

de Maio de 2014. A cidade é Guarujá, litoral de São Paulo. Uma mulher foi espancada por moradores até a morte. Imobilizada por vários homens, ela foi amarrada e brutalmente assassinada, por dezenas de pessoas. Fabiane Maria de Jesus tinha 33 anos era casada e mãe de duas crianças. Vivia para a família. Qual o crime que ela cometeu? Nenhum. Era simplesmente uma inocente que foi vítima de fake news. Ela foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças. Um retrato falado da possível ameaçadora começou a circular nas redes sociais. Alguns moradores acharam que parecia com Fabiane. A mentira se alastrou e ela foi barbaramente assassinada, possivelmente, sem saber o motivo. Na verdade, não havia motivo. As fake news são assim: tem um poder avassalador e destruidor.

Acaba com vidas, com carreiras, com histórias. Até conseguir fazer com que a verdade prevaleça, pode ser tarde demais. E o que nós temos a ver com a triste história de Fabiane? Muita coisa. Em tempos de rede social, somos responsáveis por aquilo que difundidos ou propagamos. Não importa se você criou ou não a mentira. A partir do momento em que você divulga algo que não tem certeza, você também passa a ser responsável.

E nesse caso, não vale o ditado: ‘A mentira tem perna curta’. Ela vem se mostrando com pernas mais longas do que poderíamos imaginar. E ao entrar na seara da política, aí estamos vendo que o céu o limite para a criação e propagação das Fake News. Exemplos não faltam. E o poder dessas notícias é tamanho, que nem todos acreditam quando a verdade surge. Sempre fica uma pontinha de desconfiança.

As Fake News não surgiram agora. Sempre existiram. Há 90 anos, o regime nazista lançou um aparelho de rádio popular, para que toda a população tivesse acesso a informações. Na verdade, era por meio desse aparelho que o regime propagava mentiras ( Fake News) para a população alemã, já que as informações eram controladas pelo governo. Passados tantos anos, hoje as redes sociais exercem esse papel manipulador. Mas, os tempos são outros. Temos vários mecanismos para identificar se uma notícia é falsa ou verdadeira. A imprensa tem um papel fundamental nesse processo, uma vez que só divulga o que foi checado, por várias fontes. Mas, ainda assim, as pessoas são levadas a acreditar em mentiras disseminadas, de uma forma estrategicamente pensada. E com a campanha eleitoral chegando, a onda de desinformação vem como uma avalanche. Todos nós, independentemente de sermos da comunicação ou não, somos responsáveis pelo que divulgamos, sem ter a certeza. Tenhamos cuidado com o que chega a nós e com o que levamos adiante. Uma mentira contata várias vezes, tende a se tornar verdade.

E nesse caso, não vale o ditado: ‘A mentira tem perna curta’. Ela vem se mostrando com pernas mais longas do que poderíamos imaginar. E ao entrar na seara da política, aí estamos vendo que o céu o limite para a criação e propagação das Fake News. Exemplos não faltam. E o poder dessas notícias é tamanho, que nem todos acreditam quando a verdade surge. Sempre fica uma pontinha de desconfiança.

* Renata Dourado é psicanalista e jornalista. Trabalha na TV Bandeirantes há mais de 15 anos. Apresenta o Band Cidade Segunda Edição, jornal local, que vai ao ar, ao vivo, de Segunda a Sexta, às 18h50. Também apresenta o Band Entrevista, que vai ao ar, aos sábados.

Azul suspende operação em 12 cidades brasileiras

Por Pedro Rafael Vilela - Agência Brasil

Adaptação Rócio Barreto

Acompanhia aérea Azul informou nesta sexta-feira (24) a suspensão total de suas operações em 12 cidades brasileiras a partir do dia 10 de março. Os voos serão encerrados em Campos e Cabo Frio (RJ); Correia Pinto (SC); Crateús, São Benedito, Sobral e Iguatú (CE); Mossoró (RN); São Raimundo Nonato e Parnaíba (PI); Rio Verde (GO); e Barreirinha (MA).

A companhia alegou, em nota à imprensa, uma série de fatores, “que vão desde o aumento nos custos operacionais da aviação, impactados pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta do dólar, somadas às questões de disponibilidade de frota e de ajustes de oferta e demanda”.

Pelas mesmas razões, haverá redução de oferta e readequações da operação da Azul em outras localidades. Os voos para Fernando de Noronha (PE) serão operados somente a

partir de Recife. Também a partir de 10 de março, os voos saindo de Juazeiro do Norte (CE) passarão a ter como destino o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), principal hub da companhia. As operações no aeroporto de Caruaru (PE) serão readequadas, devido à baixa ocupação. Segundo a Azul, os voos passarão a ser realizados por aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para nove clientes.

“As mudanças fazem parte do planejamento operacional da Companhia, e os Clientes impactados estão sendo comunicados previamente e receberão a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”.

Na semana passada, a Azul e a Abras, dona da Gol, outra companhia aérea nacional, assinaram um memorando de entendimento para iniciar as negociações para uma fusão. Caso a união se concretize, a nova empresa concentrará 60% do mercado aéreo no país.

Caribe além do óbvio: destinos ainda poucos explorados

Com o verão se aproximando no Hemisfério Sul, o Caribe desponta como um dos destinos favoritos dos brasileiros. Embora Cancún (México) e Punta Cana (República Dominicana) liderem a lista dos lugares mais procurados, a região esconde joias menos exploradas, que combinam praias paradisíacas, cultura vibrante e experiências autênticas.

Mesmo em seu período de inverno, o Caribe mantém temperaturas altas e agradáveis, sendo perfeito para quem busca clima quente.

Segundo a turismóloga Suzana Groff, CEO da Gramado Premium, destinos como Curaçao, Jamaica, Aruba e

Caribe além do óbvio

Localizada fora da rota dos furacões, Curaçao é uma opção segura e tranquila durante o verão. A ilha encanta com suas praias cristalinas, como Kenepa Grandi e Cas Abao, e sua arquitetura colonial colorida, em Willemstad, patrimônio da Unesco.

“Curaçao é ideal para mergulhadores e para quem aprecia uma atmosfera descontraída com um toque europeu”, explica Suzana. A hospitalidade e a rica cultura local completam a experiência.

Jamaica: um mergulho na cultura caribenha

Berço do reggae, a Jamaica é o destino certo para quem busca cultura e natureza. Além de praias incríveis, como a Seven Mile Beach, a ilha oferece atrações únicas como as Dunn’s River Falls e o Blue Hole.

“A Jamaica é um lugar onde a música, a culinária e a hospitalidade se destacam tanto quanto suas paisagens naturais. É impossível não se encantar com a energia local”, comenta.

Aruba: a ilha feliz do Caribe

Com o slogan “a ilha feliz”, Aruba oferece praias perfeitas como Eagle Beach, considerada uma das melhores do mundo. O destino também é conhecido por sua diversidade de paisagens, que vão além das praias, com desertos e formações rochosas impressionantes.

Aruba é um lugar onde o turista pode relaxar em praias paradisíacas durante o dia e aproveitar uma vida noturna animada à noite. É uma combinação perfeita para férias no Caribe.

República Dominicana: o lado menos conhecido do país

Além da badalada Punta Cana, a República Dominicana surpreende com atrações menos exploradas, como tours para degustação de chocolate que revelam sua rica produção de cacau.

Santo Domingo, capital do país, é uma viagem pela história, com sua Zona Colonial, a primeira cidade das Américas. “É um destino que combina cultura, gastronomia e natureza de forma singular, perfeito para quem busca algo fora do comum”, ressalta a turismóloga.

Praia no verão não precisa ser sinônimo de superlotação. Mesmo durante a alta temporada, é possível encontrar desti-

nos que combinem clima quente e tranquilidade, proporcionando uma experiência mais relaxante.

Suzana Groff sugere priorizar locais menos conhecidos ou explorar praias em horários alternativos, como pela manhã ou no final da tarde. “Escolher destinos fora do circuito tradicional e planejar atividades em momentos mais tranquilos do dia são estratégias eficazes para evitar multidões e aproveitar melhor a experiência”, destaca.

15 dicas para aproveitar o que tem de melhor na Chapada dos Veadeiros

AChapada dos Veadeiros, localizada no coração de Goiás, é um dos destinos mais exuberantes e mágicos do Brasil. Esse paraíso natural é famoso por suas paisagens impressionantes, cachoeiras cristalinas e formações rochosas que remontam a bilhões de anos.

Se você nunca visitou a região, não se preocupe: aqui está um guia completo para planejar sua primeira viagem à Chapada dos Veadeiros, com dicas essenciais para aproveitar ao máximo sua experiência, mesmo sendo iniciante.

A Chapada dos Veadeiros pode ser visitada o ano inteiro, mas o clima e as condições das trilhas variam bastante ao longo do ano. Existem duas estações principais:

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. Estação seca (maio a setembro): Esta é a melhor época para visitar a região, especialmente para quem vai pela primeira vez. Com temperaturas mais amenas e chuvas escassas, é o período ideal para fazer trilhas e visitar as cachoeiras. Durante essa estação, os rios estão mais tranquilos, o que torna os passeios mais seguros.

. Estação chuvosa (outubro a abril): Nesse período, as cachoeiras estão mais volumosas, mas as chuvas intensas podem dificultar o acesso a algumas trilhas e causar o fenômeno conhecido como “cabeça d’água”, que pode ser perigoso. Para os iniciantes, é recomendado evitar essa estação, especialmente nos meses mais chuvosos, como dezembro e janeiro.

Como chegar

A Chapada dos Veadeiros está localizada a cerca de 230 km de Brasília, o que faz da capital federal o principal ponto de partida para quem deseja visitar o parque. Existem duas maneiras principais de chegar lá:

De carro: A maioria dos turistas opta por alugar um carro em Brasília. A viagem até Alto Paraíso de Goiás (a cidade base mais próxima) dura cerca de 3 horas e se dá por estradas bem conservadas. Ter um carro à disposição também facilita os deslocamentos entre as atrações, que estão espalhadas pela região.

De ônibus: Para quem prefere transporte público, existem ônibus regulares que saem de Brasília para Alto Paraíso de Goiás. A viagem de ônibus é mais longa (aproximadamente 4 horas) e, ao chegar em Alto Paraíso, será necessário contratar passeios ou usar táxis e transporte local para acessar as atrações.

Preparar a mala de forma adequada é essencial para garantir conforto e segurança durante sua viagem à Chapada dos Veadeiros. Aqui estão alguns itens indispensáveis:

. Roupas leves e confortáveis: Priorize tecidos que facilitem a transpiração, como algodão ou roupas esportivas. Calças e bermudas leves são ótimas para as trilhas.

. Tênis ou bota de trilha: Para quem vai fazer trilhas, é fundamental usar calçados apropriados, que ofereçam conforto e segurança em terrenos acidentados.

. Roupas de banho: Para aproveitar as cachoeiras, não se esqueça de levar maiô, biquíni ou sunga.

. Protetor solar e chapéu: O sol na Chapada pode ser intenso, especialmente nas trilhas a céu aberto, por isso, proteger-se contra os raios UV é essencial.

. Repelente: A região tem muitos insetos, especialmente durante o entardecer. Um bom repelente vai ajudar a evitar picadas incômodas.

. Mochila leve: Leve sempre água, lanches leves (como frutas e barras de cereal) e uma muda de roupa para se trocar depois de se banhar nas cachoeiras.

. Câmera ou celular: Você não vai querer perder a oportunidade de registrar as paisagens incríveis da Chapada dos Veadeiros.

Atrações imperdíveis para iniciantes na Chapada dos Veadeiros

A Chapada dos Veadeiros é rica em atrações naturais, e, para quem está indo pela primeira vez, há opções acessíveis e trilhas que não exigem tanta experiência. Aqui estão algumas das principais atrações que você não pode deixar de visitar:

. Trilha dos Saltos: Um percurso de aproximadamente 9 km, que leva às impressionantes cachoeiras dos Saltos do Rio Preto. Apesar de ser uma trilha um pouco longa, o terreno é relativamente plano e a vista recompensa.

. Trilha dos Cânions: Com cerca de 12 km de extensão, a trilha dos Cânions passa por paisagens variadas e culmina em um lindo mirante. Ela é um pouco mais desafiadora, mas vale a pena para quem deseja um pouco mais de aventura.

Catarata dos Couros

Para quem busca uma experiência menos exigente e um cenário de tirar o fôlego, a Catarata dos Couros é uma excelente opção. A trilha que leva até a queda d’água é relativamente fácil e o local é um dos mais impressionantes da região. É ideal para um dia relaxante com belas paisagens e banhos refrescantes.

O Vale da Lua é uma das atrações mais famosas e acessíveis da Chapada. Com formações rochosas esculpidas pela

erosão ao longo de milhões de anos, o cenário lembra a superfície lunar, daí o nome. A trilha até o vale é curta e fácil, perfeita para quem está começando a explorar a região.

As cachoeiras Almécegas I e II, localizadas dentro da Fazenda São Bento, são outra parada obrigatória. Ambas são de fácil acesso, e a trilha para a Almécegas I, apesar de mais íngreme, é curta. A recompensa é uma belíssima cachoeira de 45 metros, onde é possível nadar em suas águas cristalinas.

Dicas finais para iniciantes na Chapada dos Veadeiros

Contrate guias locais: Embora muitas trilhas sejam autoguiadas, ter um guia local pode enriquecer a experiência, oferecendo informações valiosas sobre a flora, fauna e a história da região.

Respeite a natureza: A Chapada dos Veadeiros é um patrimônio natural importante. Respeite as trilhas, evite deixar lixo e siga as orientações dos guias e placas.

Cheque as condições climáticas: Sempre verifique a previsão do tempo antes de sair para trilhas, especialmente durante a estação chuvosa, para evitar surpresas desagradáveis.

Para saber quanto custa uma viagem para a Chapada, clique aqui.

Com essas dicas, você estará mais do que preparado para explorar a Chapada dos Veadeiros pela primeira vez e se encantar com as maravilhas do Cerrado. Prepare sua mochila e esteja pronto para viver uma das experiências mais memoráveis da sua vida!

Apresentador Léo Batista morre no Rio de Janeiro, aos 92 anos

Por Bruno de Freitas Moura - Agência Brasil

AdaptaçãoPH Paiva

Ojornalista, locutor e apresentador de televisão Léo Batista morreu neste domingo (19), aos 92 anos. A confirmação foi feita pela TV Globo, emissora onde trabalhou por 55 anos.

Conhecido pela voz marcante ligada a transmissões esportivas, Batista estava internado desde o último dia 6 no hospital Rios D’Or, na Freguesia, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele enfrentava um câncer no pâncreas.

Nascido em 22 de julho de 1932 em Cordeirópolis, interior de São Paulo, foi batizado como João Baptista Belinaso Neto. Começou a carreira de jornalista, locutor e apresentador em 1947. Ao longo da trajetória profissional, considerou ser conveniente mudar o nome para Léo Batista.

Trabalhou nas rádios de Birigui, de Campinas (SP), e na Difusora de Piracicaba (SP) antes de se mudar para o Rio de Janeiro, em janeiro de 1952, para atuar da rádio Globo como locutor e redator de notícias.

Apesar de ser muito associado ao jornalismo esportivo, uma das mais marcantes notícias lidas por Léo Batista faz parte da história política do Brasil. Em 24 de agosto de 1954, noticiou o suicídio do presidente Getulio Vargas.

Em novembro de 1963, noticiou também o assassinato do presidente americano John F. Kennedy.

Após a passagem pela rádio Globo, trabalhou na hoje extinta TV Rio, onde esteve à frente do Telejornal Pirelli por mais de 13 anos. Teve ainda uma rápida

passagem pela antiga TV Excelsior, antes de chegar à TV Globo em 1969. No canal carioca, participou dos principais telejornais e programas esportivos da casa, como locutor e apresentador. Criou quadros e virou uma das faces e vozes mais conhecidas da emissora.

A última aparição de Léo Batista na televisão foi no dia 26 de dezembro, no programa esportivo vespertino. “Léo Batista trabalhou com o que gostava até praticamente os últimos dias de sua vida”, disse a TV Globo em nota.

Repercussão

“A maior referência para todos os jornalistas esportivos do Brasil. Cada gol com sua narração era mais emocionante. Uma voz que ecoava com sutileza em nossos ouvidos”, disse à Agência Brasil o locutor e comentarista Rodrigo Campos, da TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“A gente se acostumou a ouvir a voz do Léo Batista”, comenta o radialista Waldir Luiz, da Rádio Nacional, emissora da EBC.

“Léo Batista, sem dúvida alguma, foi um ícone do jornalismo esportivo. Uma pessoa que teve 70 anos de profissão tem que ser respeitada, reverenciada, aplaudida e amada por todos nós que participamos da crônica esportiva”, disse.

O Botafogo de Futebol e Regatas, time por quem Léo Batista torcia, publicou nas redes sociais uma homenagem ao locutor, que chamou de dono de uma voz marcante e atemporal, além de “um marco na história do jornalismo, do esporte e do Botafogo”.

“Torcedor declarado e sócio desde 1992, Léo sempre exaltou o nome do Clube e ganhou um espaço a mais nos corações alvinegros. Em nossa casa, o [estádio] Nilton Santos, viu a cabine de TV ser batizada com o seu nome e foi ovacionado por milhares de botafoguenses em lindas homenagens. Uma relação de amor, reconhecimento e lealdade”, escreve a publicação.

Lucas Pinheiro sobe ao pódio de novo na Copa do Mundo de esqui alpino

Por Igor CarneiroVilela - Agência Brasil

Adaptação PH Paiva

Desde que passou a contar com Lucas Pinheiro Braaten, o Brasil vem frequentando a elite do esqui alpino mundial. Neste domingo (26), o atleta conquistou o bronze na etapa de Kitzbühel, na Áustria, da Copa do Mundo da modalidade, na prova do slalom. Este é o terceiro pódio de Lucas na temporada 2024-2025, a primeira em que ele defende o Brasil. Lucas, que é filho de uma brasileira e um norueguês, costumava competir pela Noruega.

Na Áustria, Lucas Pinheiro Braaten fez o terceiro melhor tempo (51s54) na primeira descida no slalom, avançando à final, reservada para os 30 melhores classificados entre os 72 que iniciaram a disputa. Na segunda e derradeira desci-

da, o brasileiro não foi tão bem, ficando com o 17o melhor tempo (50s14), mas na soma dos tempos teve desempenho suficiente para ficar no pódio.

O tempo total de Lucas (1min41s68) ficou atrás apenas do francês Clement Noel, ouro com 1min41s49 e do italiano Alex Vinatzer, prata com 1min41s58.

O bronze na Áustria vem na sequência das pratas no slalom gigante em Beaver Creek, nos Estados Unidos e no slalom em Adelboden, na Suíça.

Ainda nesta semana, Lucas compete na etapa de Schladming, na Austrália, entre 28 e 29 de janeiro. Em fevereiro, o brasileiro terá pela frente o Mundial de esqui alpino, que será disputado em Saalbach, na Áustria.

Crendices

Sempre quando nos preparamos para festejar o final do ano, sempre entram em cena as famosas discussões sobre a cor da cueca ou calcinha devemos usar para que os bons fluídos nos atinjam em cheio.

Nunca dá certo, depois de muito pensar cheguei a conclusão que essa besteirada já cansou, prometo não me preocupar com esses infames detalhes, cansei, vou procurar algo que realmente dê certo. Depois de muito pensar em algo, resolvi radicalizar, não usarei cueca, a mudança pode parecer muito radical, como nos anos anteriores caprichei, nada aconteceu, resolvi partir pro tudo ou nada.

Meio sem rumo, resolvi consultar videntes, cartomantes, pais de santo, a igreja católica, desesperado cheguei a escrever pro Papa cumprimentando-o pela passagem do ano, aproveitei o ensejo e perguntei sobre o tal costume, cada um com uma opinião diferente sobre o assunto.

Chega, prometo que não vou me apegar, desencanei, prometendo não me apegar a essas besteiras de crendices

popular. Confesso que já pensei até em ficar nu na passagem do ano, mas fui aconselhado a não fazê-lo, pois poderia ser preso por atentado ao pudor ao mostrar esse meu corpo de Adônis da terceira idade. Cheguei a conclusão que tudo não passa de antigas superstições, que nos passaram através dos tempos, como gostamos de nos apegar a essas crenças, adotamos sem pestanejar, e agora fazem partes das nossas maluquices cotidianas.

As crenças, superstições ainda persistem através dos tempos, segundo o velho Portuga, dizem que em algum lugar da Europa, come-se uma uva a cada badalada do relógio. Já os portugueses, com aquela sabedoria milenar e graças a uma falha na tradução, lá em Portugal, come-se um melão a cada badalada em vez da uva, como resultado os hospitais ficam abarrotados na passagem do ano. Mas em todo o caso, se você topar com um cavalo cor-de-rosa dançando ao som de Pablo Vittar, vá dormir pois você tá muito é bêbado, em todo caso, a única certeza será aquela ressaca de lascar.

Vamos começar tudo de novo.

TIJOLADAS DO CAIXA

Cenas do cotidiano

Sinto que com o aumento da IAInteligência Artificial a IH - Inteligência Humana tem diminuído em todos níveis, isso é preocupante.

Vemos que no convívio diário topamos com cada humano que parece ser um erro da natureza, onde o maior erro é da igreja, que batiza, validando essa turma que vive a repetir mantras criados por outros idiotas.

Com a chegado do Caixa Preta, tive que interromper meus pensamentos e ficar de olho nas conversas do cabra.

O velho Caixa não deixa nada passar em branco, quando me encontro com ele sei que vou ouvir casos que costumam acontecer por aqui, me preparo para ouvir as novidades que ele sempre tem para contar e me divertem muito, passo para minhas crônicas imediatamente pois são fatos divertidos, desses que acabam com o mau humor de qualquer um, basta conversar com os leitores da coluna.

Para minha surpresa ele resolveu falar dos cachorros, seus donos que passeiam pelas quadras do nosso Guará, muitos deles deixando a marca de suas passagens estampadas aos montes em calçadas e gramados, onde brincam crianças ou trafegam pessoas.

Tudo isso que vai desde o minúsculo Chihuahua até o imenso São Bernardo, todos eles para encher o saco e dar vexames no calçadão. Sei que muitos leitores ficarão meio indignados com essas histórias achando que o velho Caixa é contra os cães(o melhor amigo do homem),muita calma, ele até que gosta, mas não suporta a falta de educação dos donos que teimam em levar seus amados totós para passear sem os devidos cuidados com a limpeza.

O Guerrilheiro do Cerrado acha que cachorro em certos lugares pertur-

ba e muito, no elevador por exemplo.

Vocês sabem como é chato um Bulldog, com aquela cara de senador contrariado, olhando pra gente naquele espaço restrito e rosnando.

Acha até que deviam proibir duas coisas em elevador:Mexicano e Bulldog, o primeiro por causa do chapéu, o segundo por causa da cara...nada contra os cachorros.

Mas cachorro em alguns momentos é embaraçoso, ninguém tem peito pra desmentir, mas quantas mocinhas que têm mania de passear com suas cadelinhas no final da tarde, do nada e de repente surge um vira-latas e se apaixona pela “Boneca”?...é melhor nem comentar, deixa pra lá.

Negócio rentável

Ano novo, eu e o Caixa Preta resolvemos dar uma volta na cidade, tudo meio paradão, mas ótimo pra circular sem ser incomodados enquanto fazemos as nossas avaliações sobre o que virá de castigo ainda para o Guará.

Paramos no Porcão onde os coices do Galak acabaram com o que restava da ressaca, sentados na nossa mesa favorita com um cerva bem gelada pra começar o ano em grande estilo.

O velho Caixa me chamou a atenção de algumas coisas que estão mais escondidas que orelha de freira, como as eternas ocupações de espaços públicos.

Chegamos a conclusão que no Guará ocupar área pública não é um mau negócio, pois de vez em quando nos deparamos com algum cara de pau na maior tranquilidade fazendo por aqui, sem que nada ou ninguém os perturbem.

Os responsáveis pela fiscalização fazem aquela velha cara de paisagem, já tão conhecida da população, tudo dominado como dizem os manos.

Ocupações irregulares por aqui já é moda, ocupam por ocupar, basta ver o caso daquele quioscão construído na encolha apenas para guardar o espaço, pois até hoje não se sabe como o trambolho será ocupado e nem quem é o feliz proprietário. Muito bem localizado,área pra lá de nobre, próximo ao novo terminal rodoviário de Guará I, talvez esperando por dias melhores, está construído desde

2009,mas nunca funcionou um dia sequer, mas permanece fechado já que o espaço público está garantido com a conivência de alguém.

Para se ter uma ideia o trambolho tem quase 200 mts de área construída, possui até baia para desembarque ou estacionamento, não deixa de ser uma ocupação rentável pois a qualquer hora poderá ser repassado a um terceiro e assim por diante, completando-se aquele círculo vicioso, onde o prejuízo é para os cofres públicos e consequentemente para os contribuintes que pagam seus impostos, mas nunca são devidamente respeitados, como devem e merecem.

A população do Guará precisa acordar, pois está cada dia mais difícil de aguentar tais descalabros.

Será que vão continuar ?

Que venha o Ano Novo

Graças a Deus chegamos ao final do ano, muita coisa aconteceu, outras ficaram no meio do caminho, mas a vida seguiu e cá estamos.

O ano que passou, não deixará em muitos nenhuma saudade, a não ser ter sobrevivido até aqui, sempre na esperança que a coisa poderá melhorar.

Como sempre me sinto um pouco cético com o que virá, pois o mundo continua conturbado, aqui o pessoal sempre na luta para aumentar a mediocridade em todos os sentidos, mas vou aguardar o passar do ano pra ver onde poderemos parar, o tempo dirá.

Não, não vou aqui fazer uma confissão de culpa pelos erros que cometi durante o ano passado, nem tampouco prometer não errar durante o próximo ano.

Essas coisas já estão tão manjadas que nem convencem mais, melhor esperar o ano novo chegar, sem promessas, nem arroubos de bondade pois essas coisas para mim sempre soaram como cretinices, só piorando o que foi ruim. Se as pessoas cumprissem metade do que prometem durante as festas de fim de ano, talvez tivéssemos um país mais justo, mais educado, mais progressista e talvez muito mais rico em valores morais, que hoje parecem não fazer parte do nosso convívio em sociedade

Portanto, nada de promessas falsas e sem coerência, vou continuar buscando sempre o melhor, mas não vou me transformar em um santo, apenas para agradar a alguns, serei o mesmo de sempre, agora muito mais experiente, mais calejado.

Desejo a todos muita saúde e força, para enfrentar as dificuldades que o nosso dia a dia continuará colocando em nosso caminho.

Feliz Ano Novo !!!

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Flávia Mota Herenio

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