Revista Plano B Brasília n.º 22

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Brasil cria Aliança Global inédita contra a fome e a pobreza no G20

COP29: organizações sociais apontam falhas em regras de financiamento

As experiências de outros países com jornada de trabalho reduzida

14 A Ingnorança é Quastravanca o Pogreço

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Leopoldina Colares lança livro sobre determinação, fé e superação

32 Algodão tem aumento de 34,2% na área plantada e soja deve alcançar 1,5 milhão de hectares cultivados no Tocantins

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ExpoCannabis mostra potencial de empregabilidade no mercado da planta

Vacinas contra o sarampo salvam cinco vidas por segundo, destaca OMS

20 Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças

22 Vale a pena investir fora do Brasil?

23 STF confirma decisão que proibiu uso de benefícios sociais para bets

24 Lucro da Caixa sobe 21,6% e chega a R$ 9,4 bilhões em 2024

26 CPM22, Supla, RATS, Johnny Monster e Meu Funeral estão entre as 30 bandas que fazem parte do tributo ao Blind Pigs

28 Dieese expõe diferença de renda entre negros e brancos no Brasil

Menino faz aniversário de 10 anos com tema de ‘prefeito’ e arrecada alimentos para fazer doações

34 Viver é desapegar-se

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“Estou vivo”, diz Lula sobre plano de assassinato

38 ‘Senna unia o Brasil além da polarização. Não vejo ninguém assim hoje’, diz diretor de série no Netflix

40 Oito anos depois

42 A Mala no Quarto

43 Seleção encerra 2024 com empate com o Uruguai em Salvador

44 Prisões e Resorts

48 Declínio cognitivo, o novo mal do século?

49 Após 50 anos, Neguinho da Beija-Flor anuncia último desfile em 2025

Diretor Executivo

Paulo Henrique Barreto Paiva

Diretor Administrativo

Rócio Barreto

Chefe de Redação: Paulo Henrique Paiva

Colaboradores: Adriana Vasconcelos, Angela Beatriz, Ana Beatriz Barreto, José Gurgel, Humberto Alencar, Mila Ferreira, Renata Dourado, Paulo César e Wilson Coelho

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Tiragem: 5.000 exemplares

Periodicidade: Mensal

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Novembro / 2024

Ano 02 - Edição 22 - novembro 2024

Publicada em 25 de novembro de 2024

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem prévia autorização dos editores.

A Revista Plano B não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

ISSN 2966-0688

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza - Um Passo Crucial para o Futuro

O lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no contexto da presidência brasileira do G20, é um marco significativo para a diplomacia internacional e para as políticas de desenvolvimento global. Liderada pelo Brasil, esta iniciativa inovadora não apenas destaca a urgência do combate à fome e à pobreza, mas também apresenta um formato inédito de cooperação entre grandes economias, países em desenvolvimento e organizações multilaterais.

A aliança, que já conta com 148 membros fundadores, inclui países, organizações internacionais como a União Europeia e o Banco Mundial, e até grandes potências econômicas, e se propõe a um objetivo ambicioso: colocar a fome e a pobreza no centro da agenda global e dar passos concretos para erradicar esses problemas até 2030, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. As metas definidas, como ampliar programas de transferência de renda e dobrar o número de crianças com acesso à alimentação escolar, são uma tentativa ousada de escalar soluções bem-sucedidas em países de baixa e média renda. A experiência do Brasil, com políticas como o Bolsa Família e programas de alimentação escolar, serve de modelo para outras nações em desenvolvimento que buscam resolver suas crises sociais com soluções efetivas.

No entanto, a verdadeira grandeza da Aliança dependerá de sua capacidade de transformar boas intenções em ações concretas. Apesar do entusiasmo inicial, a eficácia da iniciativa será desafiada pela complexidade de coordenar grandes fluxos financeiros e políticos. A promessa de recursos significativos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de outras instituições financeiras multilaterais é um passo importante, mas os desafios logísticos e a burocracia que impedem o acesso a esses fundos podem ser obstáculos difíceis de superar. A dificuldade será, portanto, garantir que os recursos cheguem aos países que mais precisam e que as políticas públicas sejam implementadas de forma eficaz.

É imperativo também que a Aliança consiga integrar as questões climáticas, que afetam diretamente a segurança alimentar, nas suas estratégias. O Brasil, ao presidir o G20 e, posteriormente, o Brics e a COP 30, tem a oportunidade de colocar a intersecção entre fome e mudanças climáticas no centro das discussões globais.

Por fim, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza representa um esforço inédito para abordar de maneira integrada a luta contra a pobreza e a fome, dois dos maiores desafios que a humanidade enfrenta. O Brasil tem uma oportunidade única de liderar essa transformação, mas o sucesso dependerá de um compromisso global genuíno e de ações eficazes que, finalmente, possam dar uma resposta à altura da gravidade desses problemas.

Brasil cria Aliança Global inédita contra a fome e a pobreza no G20

A grande surpresa foi a adesão da Argentina à aliança, que até então havia se posicionado contra sua participação, mas decidiu se unir

Por: Mariana Schreiber e Leandro Prazeres Role

BBC News Brasil

Análise Rócio Barreto

Em análise do Cientista Político Rócio Barreto sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza lançada no G20 realizado no Rio de Janeiro em novembro de 2024, e com base na matéria da BBC, nos deixa claro que essa ação pode se revelar como uma das maiores políticas públicas do mundo. Barreto enfatiza que, diante de um cenário global de crescente desigualdade e insegurança alimentar, essa aliança representa um passo importante para a mobilização interna-

cional. A ação visa fortalecer os sistemas alimentares, ampliar o acesso a recursos essenciais e implementar soluções sustentáveis. Para ele, o impacto pode ser ainda mais significativo se houver colaboração entre governos, organizações internacionais, empresas e sociedade civil, criando um ciclo de apoio mútuo. No entanto, destaca a necessidade de garantir a efetiva implementação das medidas e a transparência nos processos. O sucesso dessa aliança dependerá da capacidade de adaptação a diferentes contextos regionais e da criação de políticas que atendam tanto aos países em desenvolvimento quanto aos mais desenvolvidos. A resolução de problemas estruturais, como a distribuição desigual de alimentos,

exigirá uma abordagem integrada e a superação de interesses econômicos divergentes. Para o cientista político, o grande desafio será a continuidade e o monitoramento dos resultados, assegurando que a Aliança não seja apenas uma promessa vazia, mas uma transformação concreta no combate à fome e à pobreza.

A recente Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, marcou um momento histórico para o Brasil, que sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Esta iniciativa inovadora, proposta como uma resposta à crise global de segurança alimentar e pobreza extrema, tem o objetivo de coordenar esforços internacionais para enfrentar esses dois desafios interligados que afligem milhões de pessoas ao redor do mundo. A grande surpresa foi a adesão da Argentina à aliança, que até então havia se posicionado contra sua participação, mas decidiu se unir à iniciativa no último minuto, após intensas negociações.

O nascimento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

Lançada oficialmente em 18 de novembro de 2024, no contexto da presidência brasileira do G20, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já conta com 148 membros fundadores, entre os quais estão 82 países, a União Africana, a União Europeia, além de grandes instituições internacionais, como o Banco Mundial e organismos da Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil assume, assim, a liderança de uma proposta que busca agregar esforços para combater a fome, que atinge mais de 700 milhões de pessoas globalmente, e a pobreza, que afeta bilhões, especialmente em nações em desenvolvimento.

A adesão da Argentina, inicialmente cética, foi uma das principais reviravoltas do evento. O governo de Javier Mi-

lei, que até então resistia à participação em novas iniciativas multilaterais, acabou se alinhando à proposta brasileira, depois que Lula formalizou a criação da aliança. Esse movimento de adesão foi visto como uma demonstração de flexibilidade política, já que a Argentina, sob o governo de Milei, tem se mostrado avessa a algumas das agendas globais de governança, especialmente aquelas relacionadas à limitação da liberdade de expressão e maior intervenção estatal.

A posição da Argentina e a resistência às agendas multilaterais

A resistência inicial da Argentina pode ser compreendida no contexto mais amplo de sua política externa, que nos últimos tempos tem se distanciado de grandes acordos internacionais, uma postura que parece ter sido influenciada pela ascensão de figuras como Donald Trump, com quem Milei compartilha uma visão mais nacionalista e contrária a certas formas de coordenação internacional. A Argentina, no entanto, esclareceu em uma nota oficial que, apesar da oposição a alguns pontos da agenda do G20, não impediria a adoção de uma declaração final, embora tivesse discordâncias em relação à limitação da liberdade de expressão nas redes sociais e à ideia de maior intervenção do Estado para combater a fome.

Barreto destaca que o fato da Argentina, inicialmente cética, se unir à proposta no último minuto também sublinha a força política que a iniciativa brasileira conseguiu mobilizar. “O governo de Javier Milei, com sua postura mais isolacionista, cedeu à pressão das circunstâncias e reconheceu a relevância de fazer parte de um

esforço global para mitigar os efeitos da fome, que afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Essa adesão tardia, apesar das resistências políticas internas, reflete a relevância do tema, capaz de transcender divisões ideológicas e geopolíticas.”

A estratégia brasileira no G20: foco na fome e na pobreza

A criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza integra a estratégia do Brasil de usar sua presidência do G20 para colocar o combate à fome e à pobreza no centro da agenda global, um tema tradicionalmente associado aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva. Diplomatas e especialistas apontam que o Brasil fez uma escolha acertada ao propor um tema de grande apelo humanitário e potencial para gerar consensos, diante das dificuldades em tratar questões mais polarizadoras, como os conflitos internacionais e a crise climática.

O G20, composto pelas maiores economias do mundo, tem uma história de produzir declarações de intenções sem grande impacto concreto, mas a Aliança surge como um raro exemplo de uma ação tangível, com potencial de transformar políticas públicas bem-sucedidas em ações concretas, especialmente em países com baixo ou médio nível de renda. Segundo Maximo Torero, economista-chefe da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), a criação da Aliança representa um esforço inédito de unir boas práticas de políticas públicas, fontes de financiamento e um compromisso político das grandes economias para enfrentar um problema global de dimensões imensas.

Metas da Aliança e os primeiros passos concretos

A Aliança já delineou metas ambiciosas para os próximos anos. Uma das

principais é a expansão de programas de transferência de renda em países como Togo, Chile e Nigéria, com o objetivo de alcançar 500 milhões de pessoas até 2030. Além disso, busca-se dobrar o número de crianças com acesso à alimentação escolar, atingindo 150 milhões de alunos em países de baixa renda. Para atingir essas metas, países como França, Alemanha e Noruega já se comprometeram a fornecer apoio financeiro, especialmente para ampliar os programas de alimentação escolar. As metas são desafiadoras, mas a Aliança se propõe a criar um ambiente mais favorável à implementação de políticas públicas já testadas e com resultados positivos, como o Bolsa Família no Brasil, a agricultura familiar e programas de microcrédito. A ideia é que essas políticas, quando adaptadas à realidade de cada país, possam ser escaladas para alcançar um número significativo de pessoas.

Financiamento e a parceria com instituições

multilaterais

Uma das grandes promessas da Aliança é facilitar o acesso a recursos financeiros internacionais, que são frequentemente difíceis de acessar para países de baixa e média renda. Nesse sentido, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) comprometeu-se a disponibilizar até US$ 25 bilhões (aproximadamente R$ 140 bilhões) para apoiar programas de combate à fome e à pobreza. Além disso, a Aliança também busca reduzir a burocracia envolvida no acesso a esses recursos, tornando o processo mais eficiente e acessível para os países que mais necessitam.

Os desafios financeiros, no entanto, não são pequenos. Para alcançar os objetivos globais de erradicação da fome e da pobreza até 2030, a ONU estima que será necessário mobilizar cerca de US$ 540 bilhões adicionais. Para isso, a aliança conta com a parceria de grandes instituições financeiras multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. No entanto, o economista Maximo Torero alerta que o sucesso da Aliança dependerá da capacidade dessas instituições em desbloquear os recursos necessários e da coordenação eficaz entre os membros da Aliança e as instituições financeiras.

A crise global e o impacto da liderança brasileira

O Brasil, com sua experiência histórica no combate à fome e à pobreza, desem-

penha um papel de liderança nesta iniciativa. O país tem uma trajetória de sucesso com programas como o Bolsa Família, que conseguiu tirar milhões de brasileiros da extrema pobreza. A liderança de Lula, que tem sido um defensor constante da luta contra a desigualdade social, foi fundamental para a criação da Aliança. Torero, da FAO, destaca a importância da capacidade de Lula em construir consensos políticos e articular interesses distintos em um contexto global desafiador. Além disso, a presidência brasileira do G20 e sua atuação no ano seguinte à frente do Brics (grupo de países emergentes) e da COP 30, a cúpula climática da ONU, oferece uma janela de oportunidade para integrar as questões de segurança alimentar e mudanças climáticas. A proposta de vincular a agenda da Aliança com a ação climática pode ser uma maneira de ampliar a participação de países em desenvolvimento na luta contra a fome e a pobreza, ao mesmo tempo em que se enfrenta um dos maiores desafios globais da atualidade: as mudanças climáticas.

O futuro da Aliança e os desafios pela frente

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza tem um prazo até 2030 para alcançar seus objetivos, que se alinham com as metas estabelecidas pela ONU no contexto dos Objetivos

de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Embora o início tenha sido promissor, muitos desafios ainda precisam ser superados, especialmente no que diz respeito ao financiamento e à implementação de políticas em larga escala. A coordenação entre os países membros e as instituições financeiras será fundamental para garantir que os recursos sejam bem direcionados e que as iniciativas realmente cheguem às populações mais vulneráveis.

Para Barreto o apoio político também é crucial. “A Aliança precisa do respaldo contínuo dos governos, especialmente das grandes potências que, ao mesmo tempo, desempenham um papel vital no financiamento e na implementação de ações globais. Nesse sentido, a liderança do Brasil, sob o comando de Lula, é fundamental. O presidente tem uma longa trajetória de engajamento com a causa da pobreza e da fome, e sua capacidade de gerar consensos, mesmo em tempos difíceis, pode ser a chave para o sucesso da Aliança.”

No entanto, a Aliança representa uma oportunidade única de unir esforços globais em torno de um tema urgente e crucial, e sua implementação poderá ter um impacto significativo na luta contra a fome e a pobreza no mundo, se conseguir superar as barreiras políticas e financeiras.

COP29: organizações sociais apontam falhas em regras de financiamento

Por Fabíola Sinimbú - Agência BrasilBrasília

Adaptação Rócio Barreto

Agestão dos riscos climáticos e socioambientais nos financiamentos de projetos no Brasil foi tema de debate na 29� Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão. Durante um painel realizado na programação oficial, organizações sociais defenderam o alinhamento das regras para todo sistema financeiro, de forma que o acesso ao capital e aos seguros seja restrito às iniciativas comprometidas com a sustentabilidade.

“Quando se pensa em mudanças climáticas, eu afirmo sem medo de errar que o sistema financia muito mais o agravamento que a mitigação e a adaptação”, afirma Luciane Moessa, diretora executiva e técnica da Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis.

A especialista foi a responsável por apresentar a proposta de alinhamento das regras para acesso aos recursos do mercado de capital, seguros e até mesmo das demais operações de crédito, ao modelo adotado pelo país na concessão de crédito rural. Para Luciane, esse modelo traz vantagens como a definição clara sobre as transações que precisam passar por avaliação de risco socioambiental e climático, maior transparência na base de dados alimentada por órgãos públicos, além de definir sanções para o descumprimento das regras.

De acordo com o chefe do Departamento de Crédito Rural do Banco Central do Brasil, Claudio Filgueiras, uma base de dados completa associada

a um sistema de monitoramento dos imóveis rurais, permite um conhecimento amplo dos imóveis rurais candidatos a receberem crédito. Segundo o gestor, somente em 2024 mais de US$1 bilhão em financiamento foram bloqueados em razão de terem sido encontradas irregularidades sociais ou ambientais.

A ideia é que o modelo alcance reguladores financeiros distintos, servido como norma tanto para o Banco Central, que é o regulador bancário; quanto para a Comissão de Valores Mobiliários, que regula o mercado de capitais; a Superintendência de Seguros Privados, reguladora de seguros e previdência complementar aberta; até a Superintendência Nacional de Previdência Complementar, reguladora de entidades de previdência complementar fechada.

Para o diretor adjunto do Instituto Democracia e Sustentabilidade, Marcos Woortmann as normas atuais, com exceção do crédito rural, deixam muitas brechas para que a avaliação dos riscos climáticos e socioambientais seja efetiva, já que não há definição sobre periodicidade, forma e abrangência do monitoramento, nem como os riscos identificados podem ser mitigados. Também não há uma definição sobre em que casos o crédito, investimento ou seguro deve claramente ser negado.

“Atualmente uma empresa ou produtor rural que tem negado acesso a capital ou seguros por razões socioambientais ou climáticas pode buscar outro caminho no próprio setor financeiro, devido à falta de alinhamento existente”, explica Woortmann.

A secretária nacional de mudanças do Clima, do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, considerou produtiva a proximidade do setor financeiro com a área ambiental. A gestora ressaltou ainda que a definição de instrumentos que reforcem o acesso urgente aos recursos necessários para enfrentar as mudanças climáticas também é parte das negociações sobre financiamento que pautam esta COP29.

ECONOMIA

As experiências de outros países com jornada de trabalho reduzida

Por BBC News Brasil em Londres

Adaptação PH Paiva

Ademanda pelo fim da escala 6x1 — em que as pessoas trabalham seis dias por semana, com folga de um dia — ganhou impulso esta semana, depois que a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) anunciou ter conseguido assinaturas suficientes para fazer sua proposta avançar no Congresso.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Hilton não pretende apenas acabar com a escala 6x1, mas implementar no Brasil uma semana de trabalho de quatro dias por semana , também conhecida como escala 4x3.

O texto defende uma mudança na jornada de trabalho brasileira, com “duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 36 horas semanais, com jornada de trabalho de 4 dias por semana, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

A proposta de Hilton altera dois pontos do inciso 13 do artigo 7o da Constituição atualmente em vigor:

. O limite do horário de trabalho passaria de 44 horas para 36 horas semanais

. A jornada de trabalho seria estabelecida em quatro dias por semana (a Constituição atual não faz menção a quantos dias por semana deve ter a jornada)

“Na Europa de modo geral, as pessoas trabalham cinco dias por semana. Não é frequente a semana de seis dias”, disse à BBC News Brasil Thomas Coutrot, pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais, em Paris, autor de diversos livros sobre políticas trabalhistas e ex-economista do Ministério do Trabalho e Emprego da França.

Por outro lado, ele afirma que a semana com apenas quatro dias de trabalho também ainda não foi implementada com sucesso em nenhum país.

“É um movimento minoritário, com poucas empresas e serviços públicos que implementaram a semana de quatro dias. Mas existe uma certa popularidade da opinião pública, na Europa pelo menos.”

A escala 4x3, como propõe a PEC, enfrenta muita resistência entre empresários, diz Coutrot.

Ele afirma que ainda são poucos os casos na França de empresas que resolveram adotar a semana de quatro dias por conta própria, sem mudanças na lei. Um dos setores em que isso aconteceu é no de restaurantes de alta culinária.

“Nesse setor, muitos têm dificuldade de achar pessoal qualificado. Para atrair esses profissionais, eles decidiram fechar três dias por semana”, explica.

O maior esforço nesse sentido tem sido com projetos pilotos promovidos pela entidade internacional 4 Day Week Global, que defende a implementação da jornada de trabalho com quatro dias por semana.

A proposta de Erika Hilton cita um desses pilotos que foi realizado no Brasil no ano passado — mas com apenas 22 empresas.

“É possível observar menor número de faltas dos empregados e produtividade em alta, em razão da adoção de estratégias de organizações funcionais para o modelo da empresa”, diz o projeto da deputada.

Além do Brasil, houve pilotos da 4 Day Week em outros 13 países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Suécia, Holanda, África do Sul, Índia, Chile, Itália, Noruega, Bélgica e Suíça.

Em pelo menos dois desses países, Bélgica e Chile, houve depois passos mais concretos em direção à jornada de quatro dias por semana.

Na Bélgica, o primeiro país da Europa a legislar sobre o assunto, os trabalhadores ganharam em fevereiro de 2022 o direito de realizar uma semana de trabalho completa em

quatro dias em vez de cinco, sem perda de salário.

No entanto, os belgas não têm a opção de trabalhar menos horas por semana. A lei permite apenas que eles condensem a carga horária semanal em menos dias por semana — o que para muitos significa quatro dias com 9,5 horas de trabalho.

A 4 Day Week reconhece que a semana de quatro dias ainda é uma experiência limitada no país, apesar da mudança na legislação.

A organização cita dados da consultoria Acerta, segundo a qual, no final de outubro de 2023, 1,9% das companhias na Bélgica empregavam pessoas com uma semana de trabalho de quatro dias.

“Vemos alguma movimentação no mercado de trabalho como resultado dessa iniciativa, mas o sucesso continua relativamente limitado”, afirma a 4 Day Week em seu site.

No Chile, a lei permite a semana de trabalho de quatro dias desde 2017. No entanto, é preciso haver um acordo entre empregadores e sindicatos que representem mais de 30% dos trabalhadores da empresa.

“Embora vários anos tenham se passado, a verdade é que a semana de quatro dias não se popularizou no Chile por diferentes razões”, afirma a 4 Day Week, citando a desinformação e o fato de que muitos sindicatos não atingem o requisito previsto pela lei.

Entretanto, para Coutrot, existe uma simpatia da opinião pública com a ideia de se trabalhar menos dias por semana.

“Houve uma degradação nas condições de trabalho e intensificação, nos últimos vinte anos. O que percebemos foi uma perda de sentido do trabalho. O trabalho hoje é muito voltado para algo burocratizado, organizado através de algoritmos, metas numéricas, objetivos quantitativos — coisas que não fazem muito sentido para muitos trabalhadores.”

Mas, segundo ele, existe resistência do empresariado. E além disso, há também funcionários que acabam trabalhando mais horas por querer aumentar seus rendimentos.

No caso da Grécia, o governo aprovou leis neste ano que permitem que as pessoas trabalhem em uma escala 6x1 — como a que o Brasil discute abolir. No entanto, a lei de lá prevê que, no sexto dia, os trabalhadores ganhem 40% a mais por hora trabalhada.

Em outros países, existe uma pressão maior por parte da classe trabalhadora, mas isso não tem se traduzido em mudanças na lei. “Na Alemanha, os sindicatos têm pleiteado a semana de quatro dias com bastante força nos últimos meses. Mas o governo não tem respondido com nenhuma política pública nesse sentido”, afirma o economista francês.

Na França, Coutrot observa que, em 1998, o governo reduziu a jornada de trabalho de 39 horas para 35 horas sema-

nais — mas sem alteração no número de dias, que continua sendo de cinco por semana, na maioria dos casos.

Na época, ele diz que de fato houve uma redução grande no número de horas trabalhadas pelos empregados.

Quando se implementou a mudança, houve resistência do empresariado francês, que dizia que a redução da jornada de trabalho prejudicaria a economia.

Para conseguir implementar a redução da jornada sem redução nos salários, como propõe a deputada Erika Hilton, as empresas na França passaram a conceder aumentos salariais abaixo da inflação como forma de amenizar e diluir o impacto no aumento de seus custos.

“O que aconteceu entre 2000 e 2002 foi um congelamento de salário, que chamamos de moderação salarial. Os aumentos não acompanharam a inflação, o que ajudou as empresas a financiarem a redução da jornada. Mas os salários nominais ficaram constantes”, diz Coutrot.

O economista conta que empresas e o governo precisaram fazer ajustes para aumentar a produtividade e dar estímulos às empresas. E que, no final, houve um aumento de 300 mil empregos na economia nos quatro anos após a reforma, segundo uma estimativa oficial.

“Houve um aumento da produtividade. As empresas se ajustaram, mudaram os tempos de intervalo. Elas conseguiram absorver o custo da redução da jornada com aumento da produtividade. E houve aumento muito grande de isenções de contribuições previdenciárias, que o governo reduziu.”

Entretanto, Coutrot diz que, mais de duas décadas depois da reforma, há sinais de que as horas trabalhadas pelos franceses está aumentando fora do que prevê a lei da jornada de trabalho, devido a pressões empresariais por mais horas trabalhadas e também pelo esforço de trabalhadores para aumentar seus rendimentos.

No entanto, não há discussões em andamento para mudar a jornada de trabalho prevista em lei.

CONTOS

A Ingnorança é Quastravanca o Pogreço

Valdirene escreve para Bionça, coach de relacionamento de casais, relatando, conforme o e-mail, seu grande drama.

Querida Bionça,

Antes de mais nada quero dizer que sou sua fãzoca.

Celso, esse é o nome do meu namorado, me convidou para agente passar um tempo no continente asiático.

Pô, fala sério, isso é proposta que um hômi pode fazer para uma mulhé?

Será que ele sente azia com a minha compania?

Me fiz de disintendida e fiz mó cara de feliz.

Fui arrumá minhas bagages e intupi elas de sar de fruta inté as tampa.

Pensei que caso o desinfeliz teja fazendo troça cá minha cara, ele vai se dá mar

Sou moça acostumada a cumê carne de bode e muitas outras coisa que imbrulha os estômagos de gente fresca. Intão pensei que ia sê difíçil eu senti azia.

Mais pelo sim, pelo não, qui num sô boba, comprei toneladas desses remédios.

Ufa, chegamo no Butão.

Rapidamente eu pensei: Eita, povo burro, num sabe que num é Butão.

Tô cançada de saber que o certo é botão.

Mamãe é costureira, e vivi muito tempo comprando botão pras costura dela

Num posso mintir e dizê que o lugar num é belo, e me dava uma vontade de beijá o Celso sem pará

Ó, Bionça, nem mi pedi pra falá o nômi da capital do Butão, por causa que parece palavrão.

O Celso é hômi letrado e me contou que o Butão é um dos país mais pobre do mundo, mais também é um dos mais feliz

Ixi, isquici de contá que já na chegada eu paguei o mó micão.

O Celso mi falô que Paro é a porta de entrada para o Butão, nois tava de mão dada e isso foi a minha sorte, porque o Celso andou e eu fiquei parada qui nem mula empacada. Então ele trupicou , mi olhô abismado e perguntou por causa de que eu tinha parado.

Esse hômi as veiz é isquizito. Poxa, o lugar não chama Paro?

Bionça, acho que o Celso tá mim aprontanu uma pegadinha pra vê si eu rompo cum ele.

A viage foi linda, adorei o lugar, as pessoa , e principalmente num sinti azia di geito ninhum

Tanto é verdade qui vortei cum os sar di fruta tudo sem usar.

Vixi, ia me esquecendo qui paguei outro King Kong na “arfândega”.

A poliça me levou pra uma salinha apartada por causa que minhas bagage tava tudo espumando e eles acharam aquilo isquizito.

Bionça, qué sabê? Relendo agora o e-mail, percebi qui num quero mais sabê da opinião doceis, por causa qui intendi qui o Celso só quiz mesmo fazê hora cumigo.

Bobão, pelo menos eu mi diverti muitão no Butão.

Brigada Bionça, Sua amiga Valdirene

* Ângela Beatriz Sabbag é bacharel em Direito por graduação e escritora por paixão. Bailarina Clássica, Pianista e Decoradora de Interiores angelabeatrizsabbag e-mail angelabeatrizsabbag@gmail.com

ExpoCannabis mostra potencial de empregabilidade no mercado da planta

Por Letycia Bond - Agência Brasil - São Paulo

Adaptação Rócio Barreto

Capaz de gerar pelo menos 328 mil empregos no Brasil, o mercado da cannabis ainda aguarda regulamentação, estima a Kaya Mind, braço da companhia Kaya responsável pela produção de dados sólidos sobre a planta.

Apesar da dificuldade para quantificar a contribuição do mercado de cannabis para o setor de trabalho no país, a importância da planta pode ser mais uma vez confirmada em visita à segunda edição da ExpoCannabis, que ocupa até este domingo (17) um dos pavilhões do São Paulo Expo, no distrito de Jabaquara, capital paulista.

Na entrada, após vencer uma longa fila, o visitante já percebe como é difícil escolher um ponto do salão para fixar o olhar. Em um arranjo um tanto simbólico, já que talvez esta seja a forma de convencer os mais resistentes a enxergar a planta além da atmosfera do divertimento, os primeiros stands são da cannabis medicinal.

Em Florianópolis, Pedro Sabaciauskis, que via a avó Edna piorar gradualmente com a doença de Parkinson, constatou a eficácia do óleo de cannabis na atenuação dos sintomas da doença neurodegenerativa, a segunda mais comum desse tipo em todo o mundo. Na época, foi somente a primeira

vitória, pois era necessário importar o medicamento, que levava cerca de três meses para chegar, o que o levou a encomendar dez frascos de uma vez. Cada um custava R$ 1,8 mil e durava um mês.

E bastou uma dose para que o corpo de Edna deixasse de apresentar a rigidez própria do quadro que desenvolveu. Em 20 minutos, seu semblante mudou, assumindo a aparência de relaxamento perdida havia muito tempo por causa da doença. “A gente descobriu uma associação em Fortaleza, chamada Abracam [Associação Brasileira de Cannabis Medicinal], que vi pelas redes sociais. Entrei em contato e me mandaram um óleo. Fui a um médico aqui de São Paulo, ele me orientou, e a gente deu para a minha avó. Aí foi uma surpresa, porque a melhora veio no mesmo dia.”

“A gente já levou um susto aí, mas, depois de 15 dias, ela recuperou os movimentos de sentar, levantar sozinha, de ir até a cozinha, pegar um copo d’água, coisa que era inimaginável. E, em um mês, ela queria fazer a unha, voltou a viver”, lembrou Sabaciauskis, acrescentando que a avó voltou a ter condições de conviver com a família, em almoços e outras ocasiões.

A experiência deu origem à Associação Santa Cannabis, acolhe pessoas que procuram informações sobre os tratamentos com o óleo da cannabis ou que precisam do medi-

camento, incluindo os que têm baixa renda ou estiverem em contextos de vulnerabilidade social. “A preferência desse mercado tem que ser da classe social mais baixa, que foi sempre quem foi preso pela mesma matéria.” Para Sabaciauskis, as associações têm um papel muito maior do que somente fornecer remédio, que é o de defender o interesse nacional. “São as associações que têm aberto caminho para tornar possível a compra de estufas e outros elementos imprescindíveis.”

Outro eixo da associação catarinense é a pesquisa. A Santa Cannabis aproveita as autorizações que obteve para liberar estudos e, com essa estratégia, atualmente viabiliza 15 pesquisas, muitas das quais, sem tal respaldo, teriam que recorrer à Justiça para existir. Segundo Sabaciauskis, a associação da qual está à frente já tratou 6 mil pessoas, com 200 CIDs (Classificação Internacional de Doenças) diferentes.

Pedro Sabaciauskis enfatizou que abraçar essa causa requer coragem e, ao mesmo tempo, firmeza. “É um ato de coragem, mas também de disposição. Porque defender cannabis no Brasil, seja medicinal ou outra, é ato de coragem, pois tem muito preconceito, estigma. Se você depende de seu emprego, de sua família, não pode fazer, senão sofre pressão desses lugares. A associação, não, porque conseguiu juntar um time de pessoas dispostas a enfrentar isso e o fez baseada na Constituição Federal, pelo direito à saúde, que é universal, o direito de se reunir em associações para mudar leis com as quais não se concorda e o direito de fazer desobediência civil pacífica e controlada.”

A fórmula de Sabaciauskis ainda teve mais um componente essencial para a rede da associação crescer. “A gente percebeu que tinha muito mais medo do que deveria ter. Quando se começa a cuidar das pessoas, as pessoas vêm para a luta junto e encorajam a continuar. Como tinha muita gente a ser cuidada, doente, a gente começou a fazer o papel que era do governo.” Ele ressaltou que a Santa Cannabis gera empregos por causa da distribuição dos medicamentos, do atendimento aos pacientes, que abrange serviço social, do cultivo da planta e dos processos farmacêuticos envolvidos, que garantem qualidade.

Tecnologia

Outro segmento do mundo canábico que absorve profissionais é o da tecnologia da informação (TI). A Complysoft é uma startup (empresa emergente com modelo de negócio em desenvolvimento ou aprimoramento) especializada em ferramentas úteis para o mercado da cannabis medicinal. Com sede em João Pessoa, a companhia oferece sistemas como o Comply Legacy, de gerenciamento de documentos e prescrições, unificando os registros de todas as fases do pro-

cesso de produção e obtenção da cannabis. Por meio dele, é possível, por exemplo, armazenar e consultar testes laboratoriais para controle de qualidade. Outra opção são os sistemas que unificam os instrumentos ligados aos pacientes, como WhatsApp e e-mail.

Entre os clientes, estão associações canábicas, clínicas especializadas, importadoras e farmácias de manipulação. O profissional Mizael Mendonça Cabral conta que ele e seu parceiro de trabalho André Vasconcelos integravam o setor de TI da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace Esperança). Lá, Cabral entendeu que poderia usar seu conhecimento para ajudar outras associações a aprimorar os atendimentos.

Um dos expositores do evento, ele disse que o ramo não é incipiente, já é um mercado de trabalho em expansão em países como o Uruguai, o primeiro a legalizar a maconha, e o Paraguai. “Receber o convite para participar da associação foi um chamado para mim. Sempre digo que é uma missão espiritual. A gente está devolvendo a planta à nossa nação, porque é uma planta de cura. Entrei em 2014, para ajudar essa associação, e entendo que é uma missão de vida”, confidencia o paraibano.

A história de Vasconcelos foi diferente. Ele morava na Califórnia quando recebeu a senha para ingressar no universo canábico. Antes de se tornar gerente de projetos na Complysoft, prestava assistência na área de TI. Quanto ao grau de dificuldade para recrutar profissionais da área, Vasconcelos disse que ainda há percalços, geralmente relacionados ao tabu e ao preconceito em relação à planta, gerados por desconhecimento fe suas propriedades e múltiplos usos. “Mas vejo isso como um obstáculo que não está longe de a gente vencer”, resumiu.

Central de empregos

Na sexta-feira, um dos stands mais badalados da ExpoCannabis foi o da Cannabis Empregos, pioneira no Brasil. O portal anuncia vagas de estágio, de trabalho temporário, para freelancers (autônomos), remotos, voluntariado e em regime presencial, de home office (trabalho a distância, em casa) e híbrido.

A empresa também oferece capacitação e mentoria para candidatos e empregadores, qualificando pessoas que desejam aprender sobre liderança no mercado canábico e a fazer networking (rede de contatos profissionais). Um dos aspectos importantes em qualquer segmento e que também é cobrado dos profissionais que atuam com a cannabis é o domínio de tendências e políticas públicas. A companhia, por isso, auxilia no desenho de planos de carreira.

Vacinas contra o sarampo salvam cinco vidas por segundo, destaca OMS

Por Paula Laboissière - Agência Brasil - Brasília

Adaptação Ana Luiza Fontes

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, desde o ano 2000, vacinas contra o sarampo salvem cerca de cinco vidas por segundo. Mesmo assim, dados divulgados esta semana pela entidade apontam que, apenas em 2023, aproximadamente 10,3 milhões de casos da doença foram registrados em todo o planeta – 20% a mais que em 2022.

Em nota, a OMS avalia que a cobertura vacinal inadequada impulsiona o aumento de casos. “O sarampo pode ser evitado com duas doses; no entanto, mais de 22 milhões de crianças perderam a primeira dose em 2023. Globalmente, estima-se que 83% delas receberam a primeira dose no ano passado, enquanto apenas 74% receberam a segunda dose recomendada.”

A vacina que previne o sarampo é a tríplice viral, que está disponível gratuitamente nos postos de saúde do Brasil. A recomendação do Programa Nacional de Imunizações é que vacina seja aplicada em duas doses, aos 12 e aos 15 meses de idade. A OMS destaca a necessidade de uma cobertura vacinal de pelo menos 95% de ambas as doses em todos os países e territórios para prevenir surtos e para proteger a população de “um dos vírus humanos mais contagiosos em todo o mundo”. A vacina contra o sarampo, segundo a OMS, já salvou mais vidas ao longo dos últimos 50 anos que qualquer outro imunizante.

O comunicado alerta que, como resultado de lacunas globais na cobertura vacinal, 57 países registaram surtos de sarampo em todas as regiões, exceto nas Américas – um aumento de quase 60% em relação aos 36 países identificados no ano anterior. África, Mediterrâneo Oriental, Europa, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental lideram o aumento substancial de casos, sendo que quase metade de todos os surtos ocorreu no continente africano. “Dados recentes mostram que cerca de 107,5 mil pessoas – a maioria crianças com menos de 5 anos – morreram por causa do sarampo em 2023. Embora isso represente uma queda de 8% em relação ao ano anterior, são crianças demais ainda morrendo em razão de uma doença evitável”, avaliou a OMS.

“Mesmo quando as pessoas sobrevivem ao sarampo, podem ocorrer efeitos graves para a saúde, alguns dos po-

dem durar por toda a vida toda. Bebês e crianças pequenas correm maior risco de complicações graves, que incluem cegueira, pneumonia e encefalite (infecção que causa inchaço cerebral e, potencialmente, danos cerebrais).”

Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, em 2019, o Brasil recebeu esta semana da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o status de país livre da doença. O último registro de sarampo no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aconteceu em junho de 2022, no Amapá.

Dados da pasta indicam que, entre 2018 a 2022, foram confirmados 9.329, 21.704, 8.035, 670 e 41 casos de sarampo, respectivamente. Em 2022, os estados que confirmaram casos foram: Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá, sendo que o último caso confirmado foi registrado no Amapá, com data de início do exantema (erupções cutâneas) em 5 de junho.

Em 2024, o Brasil chegou a registrar dois casos confirmados, mas importados, sendo um em janeiro, no Rio Grande do Sul, proveniente do Paquistão; e um em agosto, em Minas Gerais, proveniente da Inglaterra.

O ministério define o sarampo como uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreias intensas, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). “A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação”, ressaltou a pasta.

Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças

Por Paula Laboissière - Agência Brasil - Brasília

Adaptação Ana Luiza Fontes

AOrganização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.

Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a pri-

meira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.

“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.

Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.

No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.

ECONOMIA

Vale a pena investir fora do Brasil?

Existem algumas boas justificativas para os brasileiros investirem também fora do Brasil, tendo em vista o risco de alguma instabilidade econômica e política no país. Então, diversificar os investimentos em mercados internacionais oferece uma série de benefícios que podem contribuir para a proteção e o crescimento do patrimônio de todos brasileiros, como os listados a seguir:

1. Diversificação geográfica e de risco

Uma das principais vantagens de investir fora do Brasil é a diversificação. O Brasil, por ser uma economia emergente, está sujeito a flutuações causadas por fatores internos, como crises políticas, inflação elevada e desvalorização da moeda. Ao investir em mercados internacionais, o investidor reduz sua exposição ao risco local e distribui suas apostas em diferentes economias, setores e moedas, o que pode ajudar a equilibrar as possíveis perdas em um mercado com ganhos em outro.

2. Acesso a mercados mais maduros

Investir em países desenvolvidos oferece acesso a economias mais estáveis e com uma infraestrutura financeira bem consolidada. Economias como os Estados Unidos, Europa e Japão, por exemplo, possuem mercados de capitais mais robustos, menos vulneráveis a crises abruptas e com uma maior variedade de opções de investimento, incluindo ações de empresas líderes globais, títulos públicos e fundos de investimento de alto rendimento.

3. Proteção contra a desvalorização do real

O câmbio também é um fator importante a ser considerado. Quando o real se desvaloriza frente ao dólar ou a outras moedas fortes, os ativos internacionais tendem a se valorizar para o investidor brasileiro. Assim, investimentos em moedas fortes funcionam como uma proteção natural contra a inflação e a desvalorização do real, preservando o poder de compra do investidor em um cenário de câmbio desfavorável.

4. Oportunidades de crescimento global

Investir fora do Brasil proporciona ao investidor acesso a algumas das maiores empresas e tecnologias do mundo, que podem oferecer um potencial de crescimento mais expressi-

vo. Enquanto o mercado brasileiro é limitado em termos de setores e empresas de grande porte, os mercados internacionais oferecem uma variedade muito maior de oportunidades em áreas como tecnologia, saúde, energia renovável e outras indústrias emergentes, que têm mostrado potencial de expansão global.

5. Maior liquidez e transparência

Os mercados internacionais, especialmente os dos Estados Unidos e Europa, possuem uma regulamentação rigorosa e altos padrões de governança corporativa, o que aumenta a confiança do investidor. Além disso, a liquidez nesses mercados costuma ser maior, ou seja, é mais fácil comprar e vender ativos a preços justos e em prazos curtos, o que dá ao investidor maior flexibilidade na gestão de seus recursos.

6. Acesso a diferentes tipos de ativos

Ao investir fora do Brasil, o investidor tem acesso a uma gama maior de produtos financeiros, como ETFs (fundos de índice), REITs (fundos imobiliários), bonds (títulos de dívida), entre outros. Isso proporciona um leque mais amplo de opções para diversificar os investimentos de acordo com o perfil de risco e os objetivos financeiros do investidor.

7. Acompanhamento das tendências globais

Investir em mercados internacionais permite ao investidor se posicionar nas tendências globais, como a ascensão das energias renováveis, a transformação digital, a inteligência artificial, entre outras. Ao estar presente nesses mercados, o investidor tem a oportunidade de participar de movimentos de crescimento que podem não estar tão presentes no Brasil, onde esses setores podem ser menos desenvolvidos. No próximo artigo irei falar sobre como é possível investir na economia global, principalmente no mercado americano, por meio dos ETFs na própria bolsa brasileira. Ou seja, por meio da sua conta dos bancos tradicionais, você pode começar a se expor a economias de outros países e passar a ter rendimentos também em moeda forte como o dólar, o euro e o iene.

* Humberto Alencar - formado em Jornalismo pela UnB e Economia pela Católica. É mestre em Economia e doutor em Direito Constitucional pelo IDP.

STF confirma decisão que proibiu uso de benefícios sociais para bets

Por Agência Brasil

Adaptação Rócio Barreto

OSupremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (14) validar a decisão individual do ministro Luiz Fux que determinou medidas para impedir que beneficiários de programas sociais façam apostas em sites de bets (apostas). A liminar foi julgada pelos demais ministros durante sessão virtual.

Ontem (13), Fux, que é relator do caso, determinou que o governo adote “medidas imediatas de proteção especial” que impeçam o uso de recursos provenientes de programas sociais e assistenciais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), para bancar apostas.

Na decisão, o ministro também determinou que as regras previstas na Portaria no 1.231/2024, do Ministério da Fazenda, sobre a proibição de ações de comunicação, de publicidade e propaganda e de marketing dirigidas a crianças e adolescen-

tes tenham “aplicação imediata”.

A liminar do ministro foi concedida após a audiência pública realizada pelo STF para ouvir especialistas sobre os efeitos da proliferação das apostas na economia e na saúde mental dos apostadores.

O processo que motivou o debate foi protocolado na Corte pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A entidade questiona a Lei 14.790/2023, norma que regulamentou as apostas online de quota fixa. Na ação direta de inconstitucionalidade (ADI), a CNC diz que a legislação, ao promover a prática de jogos de azar, causa impactos negativos nas classes sociais menos favorecidas. Além disso, a entidade cita que o crescimento do endividamento das famílias.

De acordo com levantamento divulgado em agosto deste ano pelo Banco Central, os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets.

Lucro da Caixa sobe 21,6% e chega a R$ 9,4 bilhões em 2024

Olucro líquido da Caixa Econômica Federal (Caixa) nos nove primeiros meses de 2024 atingiu R$ 9,4 bilhões, montante 21,6% superior ao registrado pelo banco no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo banco.

As despesas de pessoal e administrativas da Caixa totalizaram R$ 33 bilhões no acumulado dos nove primeiros meses de 2024, um aumento de 10,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado, segundo o banco, foi influenciado pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela instituição. Desconsiderando o efeito do PDV, em curso, o aumento nas despesas seria de 7,2% para o período.

No terceiro trimestre de 2024 (julho, agosto e setembro), o lucro líquido da instituição foi de R$ 3,3 bilhões, 0,7% acima do registrado nos mesmos meses do ano passado e 0,7% abaixo do lucro do segundo trimestre de 2024 (abril, maio, junho). Nesse período, as despesas de pessoal e administrativas chegaram a R$ 10,8 bilhões, um crescimento de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado e de 0,3% quando comparado ao segundo trimestre de 2024.

Carteira de crédito

A carteira de crédito da Caixa encerrou setembro de 2024 com saldo de R$ 1,2 trilhão, crescimento de 10,8% em relação a setembro de 2023 e de 3% quando comparado a junho de 2024. O destaque, segundo o banco, foram os aumentos, nos últimos doze meses, de 14,7% no setor imobiliário, de 13,8% no agronegócio, e de 3,9% no saneamento e infraestrutura. No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, foram concedidos R$ 465,5 bilhões em créditos totais pelo banco, aumento de 15,3% na comparação com mesmo período de 2023. No terceiro trimestre de 2024, foram concedidos R$ 163,4 bilhões, elevação de 12,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e 2,7% em comparação com o segundo trimestre de 2024.

O índice de inadimplência da carteira de crédito da Cai-

xa encerrou setembro de 2024 em 2,27%, redução de 0,40 pontos percentuais (p.p.) em relação a setembro de 2023 e aumento de 0,07 p.p. quando comparado a junho de 2024.

Crédito imobiliário

O crédito imobiliário da Caixa é o mais representativo na composição do crédito total do banco, com 67,2% de participação e saldo de R$ 812,2 bilhões em setembro de 2024, crescimento de 14,7% em comparação a setembro de 2023 e de 3,6% em relação a junho de 2024.

Desse saldo, R$ 474,9 bilhões utilizaram recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS), aumento de 17,3% em comparação a setembro de 2023 e de 4% quando comparado a junho de 2024. Outros R$ 337,3 bilhões utilizaram recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), crescimento de 11,3% em comparação a setembro de 2023 e de 3,1% em relação a junho de 2024.

No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, as contratações habitacionais totalizaram R$ 176 bilhões, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023. No terceiro trimestre, foram R$ 63,4 bilhões em contratações, elevação de 23,4% em relação ao mesmo período de 2023 e de 3,5% em comparação ao segundo trimestre de 2024.

CPM22, Supla, RATS, Johnny Monster e Meu Funeral estão entre as 30 bandas que fazem parte do tributo ao Blind Pigs

Abanda punk rock paulista Blind Pigs comemorou três décadas com turnê, relançamentos em vinil, e o recente “Tributo 30 anos”, que reúne trinta bandas de diferentes estilos em uma homenagem recheada de versões inusitadas. Alguns dos artistas que participaram do disco contam como é a relação com os porcos cegos e a experiencia de deixarem sua marca nesta celebração do punk rock nacional.

“O Idiota”, um dos clássicos do Blind Pigs ficou agora, eternizado na versão do Bloco 77, que já entoava a música em ritmo carnavalesco pelas ruas de São Paulo nas semanas de folia.

Anderson Boscari (Bloco 77): Para o Bloco 77 poder participar de um tributo à uma banda tão importante pra cena punk brasileira, é sem dúvida um grande privilégio. A ideia do bloco sempre foi homenagear as bandas que gostamos, e que crescemos ouvindo. Há muitos anos já no nosso set, ‘O Idiota’ é uma das que mais agitam a galera. Fora a satisfação de participar do tributo, ainda foi a primeira vez que registramos o bloco em estúdio. Foi uma experiência muito legal pra nós!

“Fuzis e Refrões” também já era uma música ‘querida’ pelo CPM22, que deixa de vez o seu carimbo neste tributo.

Badauí (CPM22): Quando pintou

o convite, eu já fui logo avisando que queria gravar “Fuzis e Refrões”, que é uma das minhas preferidas e marcou muito uma época da minha vida nos anos 90/2000. A participação do CPM22 é uma extensão da nossa amizade, respeito e convivência por quase 30 anos. Fizemos muitos shows com o Blind Pigs ao longo da vida e por muitos anos chegamos até a andar juntos.

“Av. São João” ganhou a voz do Supla, ilustre morador do centro de São Paulo, que dividiu os vocais com Henrike Baliú, vocalista do Blind Pigs, na faixa produzida por Davi Pacote.

Supla: Curti muito ter cantado esse som com o Henrike. Moro no centro da cidade de São Paulo e me identifiquei com a letra. Para mim é uma honra estar do lado de vários artistas da cena punk, hardcore, rockabilly, interpretando os sons do Blind Pigs! Vida longa aos porcos cegos! C’mon kids!

Os brasilienses do Paulo Rocker e os Rockaways também participam do tributo, com a emblemática “Legião de Inconformados”, faixa que remete no título, o nome dado aos fãs da banda. E Paulo Rocker é um deles.

Paulo Rocker: Conheci o Blind Pigs por um CD emprestado em 1997. Mandei uma carta pra eles e logo ficamos amigos. Por carta. Tive a alegria de participar de parte da criação da arte do disco “The Punks are Alright” em 99, e a partir daí construímos uma linda e longeva história de amor. Quando estava escolhendo a música pra gravar pro tributo esbarrei em “Legião de Inconformados” e não consegui mais pensar em outra. Sempre foi das minhas favoritas. Tenho muita alegria

Foto: Tiago Rossi

de continuar sendo muito fã e amigo da banda há quase 30 anos, e orgulhoso demais de contribuir mais um pouquinho pra essa história.

O experiente cantor e compositor Johnny Monster apresenta uma versão emocionante para a balada “Adolescência Acabou”.

Johnny Monster: Fiquei muito feliz com o convite pra participar desse tributo em homenagem aos 30 anos do Blind Pigs. A faixa escolhida pra minha versão, “Adolescência Acabou”, me pega de jeito, e tem muito a ver com meu trabalho solo, com uma certa melancolia esperançosa. Fizemos, eu e o produtor Wagner Bernardes, com muito carinho e atenção, sabendo da responsabilidade. Queria algo tocante, que representasse a linda letra da canção. Acho que deu certo, rs, estou muito orgulhoso de prestar meu tributo a essa banda tão relevante do punk rock brasileiro.

O RATS, que faz uma versão para “Sentinela dos Mares”, aproveitou o tributo ao Blind Pigs para fazer um último registro, antes de Kito Vilela deixar o grupo.

Kito Vilela (ex-Rats): Abandonei o barco. Depois de 10 anos de RATS, entendi que tinha chegado a minha hora de zarpar; queria um porto seguro. Foi quando uma mensagem do Henrike, vocal do Blind Pigs, riscou uma faísca para um último ataque. “Sentinela dos Mares”, a escolhida, é uma das minhas músicas favoritas, e eu sabia que com os elementos do RATS, a música poderia ficar ainda mais explosiva. Como grande fã do Blind Pigs e honrado pelo convite, criei uma versão com o Capitão Fernando Oliveira que traduzia todo o sentimento dos anos de batalha, lealdade e irmandade. Tentei cantar cada frase da letra com verdade no coração, como se a música fosse minha. “Já perdi várias brigas; algumas eu ganhei”. E talvez a maior das vitórias tenha sido o registro desse ‘hino náutico’ exatamente do jeito como imaginei. Essa foi a melhor forma de encerrar a minha história com o RATS e homenagear uma das maiores bandas do rock nacional.

A letra de “Geração Domesticada” também foi decisiva para que a banda Meu Funeral escolhesse a faixa para apresentar a sua versão.

Lucas (Meu Funeral): Por mais que eu ame o álbum Blind Pigs de 2002, Heróis ou Rebeldes foi o disco que me pegou de jeito. Dentro do álbum, “Geração Domesticada” era a minha preferida, não sei dizer se por soar como um caminhão desgovernado ou pela frase do refrão: “A resistência morreu sem deixar nenhum legado, rebeldia se tornou uma fatia de mercado”. Provavelmente pelos dois motivos. Quando tive-

mos a honra de sermos convidados pra participar da coletânea, me veio ela na cabeça de cara. Mas a missão era fazer uma versão diferente da original. Então nos juntamos no estúdio, Pepe pintou com o riff e a partir daí as coisas foram rolando. Entregamos ela com um puta cagaço de termos perdido a linha na descaraterização da versão original, mas o Henrike disse que se amarrou. Espero que não seja mentira! Hahaha!

Henrike (Blind Pigs): Não é mentira.

Idealizado por Felipe Snipes e com a produção executiva de Henrike Baliú, o “Tributo 30 anos”, já disponível nas principais plataformas digitais, tem sua versão em CD lançada pela TGR Sounds.

Henrike (Blind Pigs): Quando o Snipes entrou em contato comigo para montar a coletânea, imaginei que seria algo muito bacana, mas o resultado me surpreendeu, desde a arte do W. Loud na versão física, em que o digipack imita um álbum de figurinhas dos anos 80, até as músicas. As bandas receberam carta branca para fazerem suas versões e algumas ousaram bastante. Era isso que eu esperava!

Participam do tributo ainda, as bandas Ack, Atox, Bad Luck Gamblers, Fibonattis, The Bombers, Faca Preta, Deb and The Mentals, Fuerza Bruta, Subalternos, Fsnipes, GG Di Martino / No Wall Noise Band / Lylith Pop, The Parking Lots, Carbona, Skamoondongos, Diablo Fuck Show, Morcegula, Os Brutus, Não Há Mais Volta, Marzela, Asteroides Trio, Cris Crass (feat. Thiago Coiote), Rosa Tigre, Teco Martins e Imparcial.

Badauí (CPM22): Vida longa aos punx!!!

Dieese expõe diferença de renda entre negros e brancos no Brasil

Por Eduardo Luiz Correia - Agência Brasil - São Paulo

Adaptação Rócio Barreto

ODepartamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, no contexto de Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado ontem (20), um estudo sobre vários indicadores que apontamm que, apesar dos avanços, a desigualdade racial de rendimentos persiste no Brasil.

O primeiro deles é que o rendimento médio dos negros é 40% inferior ao dos não negros. Mas o levantamento demonstrou também que os negros com ensino superior ganham até 32% a menos que os demais trabalhadores com o mesmo nível de ensino – a entidade destaca que, mesmo com a adoção da Lei das Cotas, a situação pouco se alterou.

Outro dado significativo é a renda de R$ 899 mil a menos dos trabalhadores negros em relação aos não negros, durante todo o período de sua vida laboral. No caso daqueles com ensino superior, o valor chega a R$ 1,1 milhão. No que diz respeito aos cargos de liderança, um em cada 48 homens negros está em posições de chefia ou comando. Entre os não negros, a proporção é de um para 18 profissionais. Nas profissões mais bem pagas, os negros são apenas 27% do total, com 70% dos trabalhadores em ocupações com salários mais baixos.

O levantamento do Dieese mostra que uma em cada seis mulheres negras trabalha como empregada doméstica.

O rendimento médio das profissionais sem carteira é R$ 461 menor do que o salário mínimo.

É o caso da pernambucana Zilma Fontes, de 48 anos, que trabalha em São Paulo e que já foi contratada pelo regime de CLT como doméstica e babá. Em ambos os casos ganhava mais do que no trabalho atual como diarista. “Além de ganhar menos como diarista, é um trabalho muito instável. Com os benefícios de uma carteira assinada, caso o patrão não peça para não ir ao trabalho, você não fica sem receber”, disse.

Segundo a supervisora técnica do escritório do Dieese na Bahia, Ana Georgina Dias, apesar de alguns avanços e, principalmente, com a adoção de políticas reparatórias, como a Lei de Cotas, ainda “há um caminho muito longo a ser trilhado no sentido da diminuição das desigualdades”.

Ana Georgina ressaltou que o estudo do Dieese - do qual foi uma das coordenadoras - chama a atenção pela “permanência dos trabalhadores negros na condição de desigualdade ao longo dos anos, principalmente no caso das mulheres”. Ela disse que, embora tenhamos assistido avanços importantes, inclusive no setor privado, e motivados pelos movimentos negros, “há uma lacuna muito grande, que demanda ainda muito tempo para que, de fato, as desigualdades diminuam”.

O levamento do Dieese é importante, uma vez que 57% da população brasileira é constituída por negros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também são os declarados negros ou pardos a maior parcela dos trabalhadores ocupados (55%) no mercado de trabalho.

Os principais dados analisados pelo Dieese foram obtidos junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD Contínua), estando disponíveis no boletim De Olho Nas Negociações, de outubro deste ano.

Leopoldina Colares lança livro sobre determinação, fé e superação

Presidente da Associação dos Empregados Aposentados da Caixa no DF escreve uma obra de autoajuda para ensinar pessoas a superarem desafios, lutas e o bem viver, mesmo diante das adversidades

Dona do tempo, do sorriso, da fé, do trabalho, da família e de um coração generoso. Seu sobrenome é resistência e força. Sua vida é memorável e inexplicável. Leopoldina Colares alcança 85 anos bem vividos. Uma história repleta de emoções, poder e influência, conexões, batalhas, chegadas e partidas, e muitos acontecimentos que ocorreram em sua existência não foram programados.

Um roteiro construído dia após dia, e, com sabedoria desde o seu nascimento, chegamos à seguinte conclusão: ela não é uma mulher à frente do seu tempo. Ela é uma mulher do tempo! Uma mulher que se tornou amiga de Deus.

Nesta obra, Leopoldina Colares compartilha a sua trajetória de vida, dividida em diversas dimensões: a filha, a esposa, a mãe, a profissional, a líder e agora: a escritora. Em cada página, há uma história para contar. Sua experiência no Nordeste brasileiro, a vivência na organização do maior sistema financeiro do País: a Caixa Econômica Federal, a disciplina para organizar fatos e acontecimentos de sua história, e o cuidado com os direitos e deveres dos aposentados. É uma trajetória que nos ensina a fazer do nosso agora o melhor viver, mesmo diante das perdas da filha Kelma durante uma viagem à Disney e de seu esposo Raimundo.

O impossível é possível é dirigida a todos que diante dos revezes da vida ficam abatidos e até desistem dos seus sonhos. Sempre é tempo de recomeçar. Com fé e determinação, é possível dar a volta por cima e realizar os seus sonhos. Nunca desista! Nem os obstáculos e nem a própria idade devem ser limitadores para impedir a realização do que sempre desejou e sonhou.

Esta obra tem o propósito de levar uma mensagem de amor à vida e de luta para conseguir os objetivos e desejos que assaltam os nossos pensamentos e nos movem em direção aos nossos sonhos.

“Meu livro é dirigido a todos aqueles que, diante dos revezes da vida, se deixam abater e até desistem de seus sonhos. Quero dizer a essas pessoas que sempre é tempo de recomeçar. Com fé e determinação, é possível dar a volta por cima e

realizar os sonhos. Nunca desistam! Os obstáculos, nem mesmo a idade, devem ser impedimentos na realização do que se deseja com que se sonho. Com o meu livro, quero levar uma mensagem de amor à vida e de luta na conquista de objetivos e desejos que assaltam os pensamentos e movem em direção aos sonhos”, explica a escritora Leopoldina Colares.

O impossível é possível foi publicado pela Editora Escreva e tem o prefácio assinado por Wagner Luís Pinto, jornalista e coordenador de Comunicação da AEA-DF, e comentários de Nara Brandão, poeta e coordenadora do projeto A

arte de Ler da AEA-DF, e Cleuza Brandão, dramaturga, roteirista e produtora cultural.

Sobre a autora

Leopoldina Colares nasceu em Fortaleza – Ceará no ano de 1939. Casada com Raimundo Valber de Araújo (falecido). Mãe da Kelma (falecida), Denis, Ítalo e Luana. É graduada em Letras Neolatinas e Administração Pública pela Universidade Estadual do Ceará. Leopoldina é pós-graduada em Administração Pública pela FGV/DF e possui MBA em Gestão Empresarial pela AEUDF; MBA em Gestão da Qualidade com enfoque em Recursos Humanos pela ESAD; e tem certificação em Processos pelo Fórum Brasileiro de Processos.

Em sua trajetória profissional, ela trabalhou na Caixa Econômica Federal e acumula um histórico de cargos e chefias no Distrito Federal e Ceará. Leopoldina também possui vasta experiência em docência e realizou consultorias para grandes instituições como, por exemplo, Ministério da Ciência e Tecnologia; Universidade Católica de Brasília; Fundação Getúlio Vargas; Fundação Universa; Asbace; Infraero; Conab; e Febraban. Atualmente, ela é presidente da Associação de Empregados Aposentados da Caixa, no Distrito Federal, gestão de 2022/2025.

Ficha técnica

Título: O impossível é possível – Determinação, fé e superação

Autora: Leopoldina Colares

ISBN: 978-65-85019-12-5 (livro impresso)

Editora: Escreva

Páginas: 232

Preço: R$ 89,90

Informações: www.escrevalivros.com.br

Sobre a Escreva

Associada às principais entidades do livro e programas de aceleração de startups do Brasil e da América Latina, a Escreva foi fundada em 2020 por Hulda Rode, e hoje, com atuação em Brasília e São Paulo a marca é a casa do escritor brasileiro que dá acesso ao mercado editorial para pessoas eternizarem suas histórias, descobrirem novos mercados e desenvolver novos negócios por meio de projetos literários.

É um hub que conecta pessoas que irão escrever o primeiro livro por meio de uma jornada de desenvolvimento e acompanhamento, dentro de um espaço que promove o conhecimento e os acolhimento às pessoas que sonham em escrever um livro, mas que não sabem por onde começar. Os

principais títulos publicados pela casa editorial são nas áreas de: Biografias (reúne histórias de marcas, pessoas e famílias), Profissional (obras nas áreas de saúde, liderança, gestão, economia, tecnologia, startups, inovação, comunicação, negócios e literatura), e Comunidade (direcionado para obras que geram impacto social).

Atendimento à imprensa

Editora Escreva

Tel: +55 (61) 9.83107306 / (61)2193-1280

E-mail: imprensa@escrevalivros.com.br

Algodão tem aumento de 34,2% na área

plantada e soja deve alcançar 1,5 milhão de hectares cultivados no Tocantins

Adaptação PH Paiva

As culturas de algodão e soja produzidas no estado estão expandindo as áreas plantadas para a safra deste ano. Na primeira, o crescimento é de 34,2% na área plantada em relação à safra 2022/2023. Para a soja, a expectativa é de 3% a mais em relação à safra anterior, podendo chegar a 1,5 milhão de hectares cultivados.

As informações são da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro) e da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec). Com relação ao algodão, a partir desta quinta-feira (21) estará aberta a janela de plantio da cultura no Estado.

O prazo segue até 15 de janeiro de 2024 para a primeira safra (sequeiro). Para a safrinha do algodão a plantação está autorizada a partir do dia 15 de janeiro e seguirá até 15 de março.

De acordo com a Adapec, com o crescimento a área cultivada do algodão chegou a 8.823 hectares neste ano. As maiores produções estão em Dianópolis, Campos Lindos, Tocantínia e Nova Rosalândia.

Até esta quarta-feira (20) está em vigor vazio sanitário do

algodão no Estado. Desde o dia 20 de setembro, equipes da Adapec monitoram as áreas de cultivo com o objetivo de prevenir contra o bicudo-do-algodoeiro, um besouro que ataca a plantação de algodão. Se não tiver controle, a praga pode comprometer até 70% da produção, segundo a pasta.

Soja deve ter crescimento de 12%

Com relação à soja, a expectativa de crescimento para a próxima safra é de 12%. Também houve expansão da área plantada, que deve alcançar 1,5 milhão de hectares de cultivo, representando um crescimento de 3% em relação à safra anterior, de acordo com a Seagro, com base nos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Um levantamento técnico realizado pela pasta apontou que grande parte da área destinada ao cultivo da oleaginosa no estado já foi semeada, sendo as mais avançadas com 90% do total da área plantada e as mais atrasadas, com 70%. Neste ano, os produtores puderam contar com as boas condições climáticas para o plantio.

Menino faz aniversário de 10 anos com tema de ‘prefeito’ e arrecada alimentos para fazer doações

Bento Araújo resolveu pedir aos pais uma festa de aniversário diferente. Para comemorar os 10 anos de idade, ele escolheu como tema uma campanha de prefeito, com direito a música tema, número de urna e discurso. No lugar de presentes, o ‘mini prefeito’ pediu que os convidados trocassem brinquedos por alimentos para montar cestas básicas.

O projeto deu certo. O aniversariante arrecadou 50 quilos de alimentos e tem planos de continuar arrecadando os insumos da cesta básica para doar no final do ano. Além disso, Bento tem planos para outras datas comemorativas.

“Quero continuar na Páscoa. Vou pedir para meus colegas, os pais, arrecadarem bombons, ovos de Páscoa para a gente doar”, revela.

Segundo a mãe, Ana Paula Araújo, desde pequeno Bento se importa em ajudar outras pessoas. “Essa vontade dele de ajudar os outros não é de agora. Desde que ele tinha uns

quatro aninhos, já nos demonstrava isso. E isso só nos deixa orgulhosos, emocionados”, comenta.

Os pais contam que a empatia com o próximo transparece inclusive nas atividades escolares, onde respondia em tarefas que preferia ter muitas cestas básicas para doar para famílias carentes.

Viver é desapegar-se

Apegar-se a algo ou alguém é a coisa mais fácil e normal do mundo. O ser humano não foi feito para viver sem paixões. É saudável se apegar às coisas e às pessoas, o que não é saudável é ficar dependente delas.

De qualquer forma, o desapego precisa fazer parte da vida e o ideal é que encaremos como um rito de passagem necessário para o amadurecimento e para que novos caminhos se abram.

Desapegar é difícil e pode ser doloroso, pressupõe um estado de desprendimento desafiador principalmente para quem é acostumado a viver intensamente.

Como diz seu Estrelo, poeta do cerrado, o ciúme quando morre vira desapego. E é o desapego que faz o mundo girar.

Se fizermos uma analogia de relacionamentos humanos com a prática milenar chinesa feng shui, é possível enxergar no desapego um caminho para um horizonte de possibilidades que ficam escondidas atrás do medo de mudanças e do comodismo em não se desapegar do que já não funciona mais apenas por estarmos acostumados àquela realidade.

As pessoas têm medo de mudanças, eu tenho medo que as coisas nunca mudem. Ainda assim, eu não deixo de me apavorar diante do novo.

O feng shui propõe uma reorganização do ambiente buscando a fluidez e a harmonização da energia do local, mesmo quando a posição dos móveis e objetos não está incomodando ou parecendo “errada”. O desapego funciona de uma maneira similar. Não sou psicóloga, estou falando pelo que vivi nos meus 37 anos habitando esta Terra.

Muitas vezes, a gente se apega a algo por medo do que vem depois. Seja alguém ou uma situação ou um trabalho ou até mesmo um objeto. Muita gente tende a resistir ao desapego por acreditar que nada melhor virá em seguida, e por crer que aquilo é o máximo que a vida pode nos entregar. As pessoas - mulheres em especial - tendem a ter dificuldade de acreditar que merecem o melhor. Pois bem, deixa eu te contar uma coisa: você merece o melhor desta Terra. Eu mereço o melhor desta Terra.

Retirar tudo de dentro do armário, limpá-lo e desapegar do que já não te cabe mais é uma ação poderosa para a renovação das energias. A mesma máxima vale para outros aspectos da vida. Por mais que você goste daquele vestido que está guardado sem uso há cinco anos, mesmo que ainda te

caiba, ele pode não ser mais adequado para os lugares que você frequenta hoje, ou para sua idade, ou para o estilo que você adotou após amadurecer. Pra que guardar?

O feng shui defende que a energia flui como o vento e se move como a água, por isso, é importante mudar os móveis de lugar de vez em quando, pois energia parada impede que a vida flua. E se a vida não fluir para onde o universo conduz, todas as coisas boas que estão reservadas para nós ficarão presas do outro lado do nosso medo de desapegar.

*Mila Ferreira é repórter do Correio Braziliense. Formada em Jornalismo pelo IESB e pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS

“Estou vivo”, diz Lula sobre plano de assassinato

Por Andreia Verdélio - Agência BrasilBrasília

Adaptação Rócio Barreto

Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quinta-feira (21), os planos para seu assassinato, em 2022, em tentativa de golpe de Estado elaborado por militares. “Eu tenho que agradecer, agora, muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de me envenenar, eu e o [vice-presidente, Geraldo] Alckmin, não deu certo, nós estamos aqui”, disse.

Lula discursou, no Palácio do Planalto, durante cerimônia para apresentação de revisão de contratos de concessão de rodovias e atração de investimentos privados em infraestrutura de transporte. “É esse país, companheiros, sem perseguição, sem o estímulo do ódio, sem o estímulo da desavença que a gente precisa construir”, disse.

“E eu não quero envenenar ninguém, eu não quero nem perseguir ninguém. A única coisa que eu quero é, quando terminar o meu mandato, que a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós. Eu quero medir com números quem fez mais escola, quem cuidou dos mais dos pobres, quem fez mais estradas, mais pontes, quem pagou mais salário mínimo nesse país, é isso que eu quero medir porque é isso que conta no resultado da governança”, acrescentou o presidente.

Golpe

Na última terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para desarticular organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula após o pleito de 2022. O plano que incluía o assassinato de Lula e do vice-presidente Alckmin foi impresso no Palácio do Planalto, em novembro daquele ano.

O documento golpista previa o envenenamento, o uso de explosivos e armamento pesado para “neutralizar” Lula, Alckmin e o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos presos na Operação Contragolpe, da PF, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval para um plano golpista até 31 de dezembro de 2022.

A investigação apontou ainda que um “gabinete de crise” seria instalado após assassinatos. A PF identificou que um núcleo de militares, formado após as eleições presidenciais de 2022, utilizou-se de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas.

‘Senna unia o Brasil além da polarização. Não vejo ninguém assim hoje’, diz diretor de série no Netflix

BBC News

Adaptação PH Paiva

Opúblico brasileiro nascido nos últimos 30 anos possivelmente vai estranhar uma coisa na nova série Senna, do Netflix, que conta a história do piloto brasileiro de Fórmula 1, segundo o diretor da série — que estreia na plataforma no dia 29 de novembro.

“Algo que faz essa série ser tão importante é ela demonstrar que existe a possibilidade de haver uma figura que una o Brasil para além da polarização política, institucional e que seja uma figura transversal para o brasileiro de classes sociais, origens socioeconômicas e opiniões políticas diferentes”, disse Vicente Amorim, diretor da série, em entrevista à BBC News Brasil.

“O Senna conseguia ser isso e eu não vejo uma pessoa que tenha hoje essa posição que o Senna teve há 30 anos atrás.”

A minissérie em seis episódios conta os bastidores da vida de Ayrton Senna, piloto que foi tricampeão mundial de Fórmula 1 (em 1988, 1990 e 1991) e que morreu tragicamente em 1994 em uma batida no circuito de Ímola, na Itália.

Mas o piloto segue fascinando gerações que nunca o viram correr. Senna é citado como inspiração e ídolo de pilotos de diferentes gerações. como Lewis Hamilton, Charles Leclerc e Kimi Antonelli (que estreará na F1 no próxi-

mo ano). Levantamentos em revistas especializadas como Autosport seguem colocando Senna no topo da lista dos maiores pilotos da categoria.

Muito além de apenas um piloto de corridas, Senna foi também um ídolo fora das pistas — com sua vida badalada e namoros com celebridades — sobretudo no Brasil, onde recebeu um enterro com honrarias de chefe de Estado e um cortejo de milhares de pessoas em São Paulo.

Amorim diz que um dos motivos desse apelo que Senna tem junto a diferentes públicos e gerações — brasileiros e estrangeiros, jovens e idosos, ou pessoas com visões e ideologias distintas — é sua obstinação com seus ideias e princípios.

“Eu acho que o Senna se transformou num símbolo de quem você pode ser se você acreditar no seu potencial, se você não tiver medo de lutar contra o sistema, se você for fiel ao seu princípio”, afirma o diretor.

Além disso, Senna possuía um carisma e uma humildade que o aproxima do público.

“O que fez o Senna ser diferente de muitos dos outros pilotos — fez ele se transformar num herói que ele foi — é que ele era um cara o qual pessoas comuns podiam se identificar. O que não é uma coisa que acontece com ídolos esportivos sempre”, diz Amorim.

“Na maior parte das vezes, eles parecem ídolos quase inatingíveis. Já o Senna

era um cara que você olhava para ele e falava: ‘eu posso ser como esse cara’. E isso é que eu acho que serve como inspiração para a vida de qualquer um mesmo hoje em dia.”

Outras obras já contaram a história de Ayrton Senna — entre livros e documentários. Um deles foi o premiado documentário Senna, de 2010, dirigido pelo britânico Asif Kapadia — que também dirigiu documentários biográficos sobre Amy Winehouse e Diego Maradona.

Amorim diz que essas obras mais jornalísticas são importantes para registrar com objetividade os fatos. Mas elas também são limitadas até um certo ponto, por não revelarem com muita profundidade as motivações — o que ele chama de “o caminho do coração” de Senna.

“As pessoas conhecem dados e fatos sobre a vida do Ayrton Senna, mas a única forma de você realmente conhecer um personagem e conseguir achar a sua essência, na minha opinião, é através da ficção”, diz o diretor.

A série mostra episódios da vida pessoal de Senna — seu relacionamento com Xuxa e Adriane Galisteu, confissões ao amigo Galvão Bueno e brigas e disputas com rivais como Alain Prost.

“A ficção te permite, através da construção dramática da subjetividade mostrar a história de uma forma que ela flua.”

Um dos artifícios foi a criação de uma personagem fictícia — a jornalista Laura Harrison (interpretada pela atriz Kaya Scodelario) — que funciona como uma espécie de testemunha da história do piloto.

“Ela é uma amálgama de personagens que existiram, que gravitavam em torno do Senna, que viveram até depois dele. Ela tem uma função muito importante porque é através dos olhos dela que a gente vê a evolução do Senna. A relação deles espelha muito a que ele tinha com a imprensa, de colaboração, de conflito e, até mesmo, de amizade, mas sempre olhando um para o outro de uma forma às vezes desconfiada, às vezes carinhosa.”

Superprodução

Para retratar o “caminho do coração” de Senna, a Netflix e o diretor investiram pesado em uma das maiores produções do tipo no Brasil.

“Eu tenho a sensação de ter me preparado a vida inteira para fazer essa série”, conta o diretor.

Senna foi planejado ao longo de mais de uma década pela produtora Gullane e filmado durante seis meses no Brasil, Argentina, Uruguai, Reino Unido e Mônaco.

A produção envolveu uma equipe de mais de 3 mil pessoas de oito países e um elenco de 231 atores e atrizes de nove países, além de mais de 14 mil figurantes.

O desafio da produção era duplo: reproduzir com precisão os anos 80 e também corridas que são famosas entre os fãs de Fórmula 1.

Há cenas extensas em autódromos famosos, como Mônaco, com carros icônicos, como a Lotus, a McLaren e a Williams da época. Para o uso nas filmagens da série, 22 carros da época foram reconstruídos, e outros 80 foram recriados digitalmente, com base em modelos originais.

“O fã de Fórmula 1 vai ver a série e vai achar tudo exatamente como era”, diz Amorim. Ele conta que recriar as corridas é um desafio técnico maior do que fazer um filme de ficção científica, onde tudo é inventado.

Ele conta que a produção passou mais de três anos trabalhando apenas nesses aspectos técnicos.

“Essa foi uma das nossas maiores preocupações. Eu sou um fã de Fórmula 1 e sou um fã de Ayrton Senna. Não havia possibilidade de nós deixarmos qualquer aspecto técnico, artístico ou da época por menos.”

Oito anos depois

Há poucos dias a Professora Márcia Abrahão completou seu segundo mandato como Reitora da UnB. Foram oito anos de muito trabalho e muitos avanços, numa jornada vitoriosa da qual Márcia me deu a honra de participar. Muita coisa mudou no período, trazendo novos desafios para quem tem a responsabilidade de gerir a instituição.

Desde 2016 a UnB subiu nos mais diversos rankings nacionais e internacionais e cresceu também em número de cursos e de estudantes matriculados. É natural que também tenham mudado algumas demandas da comunidade universitária, mas felizmente há demandas que saíram de cena, trazendo novos desafios para quem tem a responsabilidade de gerir a instituição.

Com o crescimento da população que frequenta a UnB, o senso comum levaria à conclusão de que seria inevitável aumentar a oferta de vagas de estacionamento. De fato, essa era uma forte cobrança da comunidade em 2016, quando ainda vivíamos os efeitos da reestruturação e expansão das universidades federais proporcionados pelo programa Reuni, potencializados com as especulações alarmistas de um colapso da infraestrutura, que não estaria preparada para tamanho salto.

um número cada vez maior de unidades acadêmicas e administrativas reduziram enormemente a necessidade de presença física simultânea em seus postos de trabalho.

O resultado é que não se tem notícia hoje de estacionamento com lotação esgotada na UnB, qualquer que seja o dia, qualquer que seja a hora. É verdade que ainda há pessoas carro-dependentes que reclamam a criação de novas vagas de estacionamento, muitas vezes porque não gostam de atravessar uma rua entre as vagas existentes e seus locais de trabalho. Mas eu espero sinceramente que a nova administração da universidade não ceda a essas pressões e mantenha a política de sustentabilidade, outro legado da gestão Márcia Abrahão.

“É verdade que ainda há pessoas carro-dependentes que reclamam a criação de novas vagas de estacionamento, muitas vezes porque não gostam”

Não era essa a avaliação que nós fazíamos. As bases de nossa avaliação estavam bem assentadas no planejamento que Márcia tinha conduzido quando coordenou o Reuni na UnB na condição de Decana de Ensino de Graduação. Mais que isso, confiávamos que a política de democratização do acesso à universidade pública, de que a UnB é pioneira com a adoção das cotas raciais em 2004 e que teve em 2012 um significativo avanço com a vigência da Lei de Cotas, produziria uma mudança relevante no perfil socioeconômico de nossos estudantes, reduzindo a pressão da carro-dependência.

Houve mais que isso. Para os servidores técnicos-administrativos, a implantação consistente da flexibilização da jornada de trabalho e, mais recentemente, a adoção do Programa de Gestão e Desempenho (PGD) para várias atividades em

Aliás, o que a UnB precisa fazer agora é reverter para o bem-estar da coletividade alguns dos espaços que por décadas foram apropriados privadamente pelos donos de carros. Um exemplo disso é o estacionamento norte do Instituto Central de Ciências, o famoso Minhocão. A água que aquela vasta área impermeabilizada recebe a cada chuva e não consegue absorver é causa das inundações que afetam o ICC. É hora de suprimir vagas daquele estacionamento e dotá-lo das áreas de captação e canalização de águas pluviais propostas pelo Professor Sérgio Koide. Com o tratamento paisagístico que ele sugere, a solução também contribuirá para o embelezamento de nossa casa.

* Paulo César Marques da Silva é professor da área de Transportes da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Engenharia de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Transport Studies pela University of London (University College London) (2001).

A Mala no Quarto

Há poucos meses ia viajar para São Paulo. Passar um fim de semana. As passagens estavam compradas e o hotel reservado. Ia sozinha. Por sinal, amo viajar sozinha. Adoro minha companhia e adoro fazer os meus próprios programas a hora em que eu quiser, voltar no momento que eu achar melhor ou simplesmente ficar no quarto lendo meus livros ou olhando para teto, sem dizer uma palavra. Tudo isso, sem ter que negociar nada com ninguém.

Definitivamente, não tem preço. Mas, muita coisa aconteceu nesse período anterior à viagem e achei por bem cancelar, em cima da hora. A mala, em que eu ia levar minhas coisas, pequena por ser um final de semana, estava no chão do meu quarto, pronta para ser feita, e desde então, permanece lá, ocupando um espaço que não a pertencia.

Depois de vários dias, comecei a me perguntar por que ela ainda estava naquele local. Ou seja, por que eu ainda não a tinha guardado e colocado onde ela “deveria” estar. A resposta veio automática: “ Para você nunca se esqueça de que somos viajantes nesse planeta e que estamos aqui de passagem.”

Um recado tão óbvio, sobretudo para quem, nos últimos meses, teve que se despedir de pessoas tão amadas e que eram tão caras ao meu coração. Algumas dessas pessoas se foram da minha vida de forma tão repentina, que ainda estou tentando assimilar a perda.

A mala permanece lá para me lembrar, que podemos ir embora a qualquer momento, estejamos preparados ou não. Queiramos nós ou não. Para me

lembrar que não levarei nada, a não ser o conhecimento que adquirir e amor que plantei.

Para me lembrar que todos os bens materiais, honrarias, orgulho, objetos que nos apegamos e até pessoas que amamos vão ficar... Até a bendita mala pequena também ficará.

Ela é apenas um símbolo, uma metáfora de uma passagem que todos nós faremos e não sabemos quando seremos chamados. Pode ser amanhã. Ou quem sabe hoje... E por lá, a mala vai ficar, fazendo muitas vezes com que eu me tropece nela, bata o dedinho, mas, não me esqueça, da grande e inevitável verdade da vida.

* Renata Dourado é formada em Jornalismo pelo Uniceub e trabalha na TV Bandeirantes há mais de 13 anos.

Atualmente, apresenta o Band Cidade Segunda Edição, jornal local, que vai ao ar, ao vivo, de Segunda à Sexta, às 18h50.

Também apresenta o Band Entrevista, que vai ao ar, aos sábados, às 18h50. Formada em Psicanálise e Mestranda Especial da UNB em psicologia clínica.

Seleção encerra 2024 com empate com o Uruguai em Salvador

Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

Adaptação Rócio Barreto

O Brasil encerrou o ano de 2024 com um empate de 1 a 1 com o Uruguai, na noite desta terça-feira (19) na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela 12o rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. A Rádio Nacional transmitiu a partida ao vivo.

Após este resultado, a equipe comandada pelo técnico Dorival Júnior caiu para a 5o posição da classificação com 18 pontos, sete a menos do que a líder Argentina. Agora a seleção brasileira só volta a entrar em ação em março de 2025, quando terá compromissos contra a Colômbia e a Argentina. Jogando diante da torcida brasileira, a seleção mostrou muita disposição para começar bem a partida, mantendo mais a posse de bola e buscando articulações pelo meio da

defesa adversária. Porém, a partir do meio do primeiro tempo o Uruguai passou a criar dificuldades para a saída de bola do Brasil e começou a encontrar espaços para chegar com perigo ao gol defendido por Ederson, como a finalização de Valverde aos 38 minutos.

Logo nos primeiros minutos da etapa final os uruguaios conseguiram aproveitar as chances criadas para abrirem o placar. Aos 9 minutos Maxi Araújo encontrou Valverde, que se livrou de Bruno Guimarães antes de bater colocado para vencer Ederson.

Mas o Brasil não demorou a igualar o placar. Aos 16 minutos Gerson aproveitou bola que sobrou no alto para pegar de primeira de fora da área para marcar um belo gol. A partir daí a equipe de Dorival Júnior até tentou, mas não conseguiu fechar o ano de 2024 com uma vitória.

TIJOLADAS

Prisões e Resorts

OCaixa Preta sempre surge com as ideias inovadores, podem até serem inviáveis mas no campo do imaginário tudo é possível, no que tenho de concordar com o cabra.

Segundo ele o que mais preocupa no momento, principalmente aquela turma do coração cheio de amor, que lutam com unhas e dentes para uma mudança pra melhorar o nosso combalido sistema carcerário.

Talvez a solução seja mais simples que estamos pensando, bastaria meter na cadeia mesmo em caráter experimental alguns executivos da área financeira, políticos e assemelhados, com suas sugestões e críticas ajudariam a melhorar as condições prisionais em todo o país.

O sistema seria dotado de prisões com piscinas, saunas, quadra de tênis, salas de conferência quem sabe recebendo até cotações estreladas.

Dotadas também de suítes executivas e até presidenciais,

um luxo que poderia o condenado escolher sua penitenciária.

Com o aumento das prisões de corruptos e corruptores, talvez o interesse das empreiteiras redobrasse para a construção de boas penitenciárias.

Um novo mercado poderia salvar a lavoura surgindo com altivez, com uma estrutura pra lá de mega, abrigando seus próprios executivos, com um atendimento diferenciado.

Nas licitações das novas cadeias, as empreiteiras já poderiam de cara incluir nas propostas o superfaturamento, as preferências de seus executivos, incluindo também o café da manhã com frutas, chá ou café, ovos ao ponto.

O grande risco seria a exclusão de prisões populares, onde talvez os criminosos comuns podem ficar sem cadeia, soltos.

As cadeias ganharia nomes pomposos, de preferência em inglês como por exemplo Papuda’s Garden ou Carandirú Resort, os grandes corruptos da elite brasileira, viveriam seu sonho máximo de segurança total.

Guardas 24 horas por dia e o convívio exclusivo de seus pares. O paraíso na terra!

TIJOLADAS DO CAIXA

Um Calor

Infernal

O calor tira toda nossa vontade de tentar fazer algo, a única coisa que nos vem em mente é nos livrar dessa sensação térmica que lembra bem as labaredas do inferno, apesar de não conhecer, mas imaginamos que assim seja,,o suor escorre, incomoda, tira o nosso poder de concentração.

Mas temos que pensar em assuntos que estão deixando a população preocupada com um futuro que querem nos tirar.

Parece que atentados contra o meio ambiente estão se tornando marca registrada do Guará, uma cidade cercada de verde mas com uma tradição muito forte pelo descaso com a natureza.

Basta observar com atenção os movimentos que fazem para tentar chamar a atenção das autoridades contra essa verdadeira chacina contra o nosso meio ambiente, sem observar os verdadeiros atentados contra a nossa qualidade de vida dentro da própria cidade, onde sempre em cada dia que passado recebemos tapas na cara de políticos que dizem amar o Guará e vertem lágrimas de crocodilos quando falam disso. Basta dar uma volta na cidade para ver os sinais dessas agressões criminosas contra o meio ambiente, que muitas vezes partem de órgãos que estão aqui para nos proteger e zelar pela preservação de espaços tão importantes para nossa saudável e imprescindível sobrevivência, que a cada dia sofrem agressões que podem ser irreversíveis a longo prazo.

Agora nos deparamos com a moda de dotar de forma errada alguns locais com estacionamentos, para atender alguns chegados até árvores arrancam pela raiz.

Feitos apenas pra atender alguns, com muita mutreta embutida a coisa

fede a quilômetros de distância, tudo na maior cara de pau.

Na ânsia de atender os chegados, arrancam árvores e gramados, um crime ambiental pra ninguém botar defeito, provavelmente vão tornar aquelas áreas totalmente inapropriadas para o crescimento de grama ou árvores novamente, diga-se de passagem,é um crime, além de uma afronta aos moradores.

Mais uma vez vamos cruzar os braços, um gesto típico do Guaraense que parece pouco se importar com o problema ou não se liga muito, não largando sua zona de conforto nem a pau!!

Calor, Segunda Feira e a Cidade

Outra Segunda Feira, fico me perguntando se vai ser sempre assim, começo a ficar cansado, estou esperando o Caixa Preta, quem sabe ele nos traga alguma novidade, o Galak acabou de tropeçar na mesa, estranhamente minhas pernas tremem.

Guará, vulgo Dubai é a cidade mais próxima do Plano Piloto, foi criada através de mutirões, sempre em eternas e inacabadas obras, uma verdadeira zona.

O nome dado a cidade vem dos Lobos Guará que habitavam a região, mas hoje estão em fase de extinção, pelo descaso com as áreas de preservação.

Alguns dizem que o nome é de um pássaro que viviam em bando por aquela região, mas como os demais foram devidamente transformados em churrasco ou viraram farofa.

Isso se contar com a turminha do nariz empinado, que tira onda de rico, achando-se melhores que os moradores de outras regiões administrativas, talvez por isso o Caixa Preta tenha colocado o apelido de Dubai.

Sinto que o calor não me deixa raciocinar, estou confuso com os gritos que acabei de ouvir, o velho Caixa chegando fazendo a sua entrada triunfal, o pau quebrava feio, pois o Caixa Preta, pra sacanear, tinha questionado porque eles estavam tão preocupados com a falta de chuva , já que o chão parecia não ver água desde a inauguração.

Pela catinga que senti acho que não era só o chão que não via água a muito tempo, tinha outras coisas, o Galak, por exemplo, não era muito chegado ao doce esporte do banho, suando mais que tampa de chaleira, limpando a cara com aquele avental cuja a cor nem com exame de laboratório ia ser possível identificar.

Sentei lá no nosso canto para esperar os ânimos se acalmarem. Passados uns quarenta minutos, a paz retornou depois de um sonoro: - Vá se lascar !! Gritado a plenos pulmões por um dos mais moderados, que era o velho Caixa.

Ainda ofegante, sentou a mesa e ficou pensativo, não tive coragem de perturbar aquele momento de concentração.

Parecia muito chateado, falou que o Guará é um verdadeiro mundo de fantasia, onde o que vemos de errado parece para muitos, fruto da nossa imaginação como se todos fossemos alienados.

Uma cidade cheia de gambiarras e remendos, tudo na base do improviso que parece ser a tônica de quem é responsável pela cidade, tudo feito sem planejamento.

Parece piada.

Amizades e Saudades

Voltamos a nos reunir, não era festa, mas sim a triste despedida de um dos nossos, rever os amigos de trabalho onde juntos passamos boa parte de nossa juventude, hoje uma turma de senhores de cabeças brancas.

As brincadeiras continuam presentes, o mais curioso que apesar do passar dos anos estavam presentes em todos, mes-

mo com o clima de tristeza que nos envolvia ao nos despedir de um amigo.

Se não fosse pelo clima melancólico,talvez aquele encontro tivesse outra cara, além da nostalgia que nos contaminou, trazendo junto algumas lágrimas fortuitas, as lembranças de um passado não muito longínquo.

Pode até demorar, mas um dia iremos nos separar, com certeza sentiremos uma baita saudade de todas as conversas jogadas fora, papos descontraídos, descobertas, sonhos, risos e choro, tudo isso são momentos mas que ficarão para sempre em nossa memória.

Sempre sonhei com a amizade eterna, que não acabasse nem após a nossa morte, mesmo com lágrimas e algumas decepções que a vida coloca em nossa frente, talvez até como teste de resistência.

Hoje, mais maduro como dizem, já não tenho tanta certeza disso, a vida segue,cada um vai para o seu lado, talvez nos reencontremo-nos pela longa estrada da vida,através de e-mails,telefonemas,conversaremos algumas bobagens,mas com o passar do tempo,tudo isso vai se tornar mais raro,o tempo é cruel.

Um dia olhando aquelas fotografias antigas, a saudade vai apertar dentro do peito, meus queridos amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida e isso vai doer um bocado.

Dará uma vontade danada de ligar, ouvir aquelas vozes, relembrar os casos bobos que vivenciamos.

Um dia tudo será passado, o nosso grupo estará incompleto, o tempo inexoravelmente vai nos separar tenha certeza, mesmo assim vamos nos reunir em algum momento para um último adeus, entre lágrimas nos abraçaremos.

Por isso, eu não deixarei que a vida passe e que as pequenas adversidades no percurso transforme-se em grandes tempestades.

Penso assim!

Aquarela sobre papel 100% algodão
Flávia Mota Herenio

Declínio cognitivo, o novo mal do século?

Estamos vivendo mais. Estamos conseguindo vencer diversas doenças que ceifavam milhões de vidas, com o uso de tecnologia de ponta na medicina diagnóstica ou no próprio combate a essas doenças, até então fatais!

Abençoadas tecnologias que permitem ações mais rápidas e assertivas, com a identificação precoce de um sem-número de alterações e doenças.

E a inteligência artificial, então?! Está aí, auxiliando médicos e médicas na observação dos mínimos desvios em exames de imagem ou nos sistemas de monitoramento beira leito nos hospitais!

Por mais medo que tenhamos de um possível domínio das máquinas sobre a humanidade, é preciso reconhecer que, com o bom uso da tecnologia, melhoramos nossa qualidade de vida.

Mas sempre tem um “mas”. E esse está ligado ao aumento do isolamento social e da solidão trazido pelo uso desenfreado, descontrolado e desregrado das redes sociais.

Nós, seres humanos, somos inerentemente sociais e cooperativos. E é graças a essas características que estamos vivos até hoje e que conseguimos chegar ao nível de desenvolvimento em que estamos.

Ou seja, o mal viria do uso. Mais especificamente, do mau uso das coisas.

Conseguimos romper fronteiras, eliminar a distância física e estabelecer comunicação com pessoas em qualquer parte do mundo. Mas junto com esse benefício, veio a migração das interações presenciais pelas digitais, o que tem levado muitos a uma desconexão emocional.

Estamos vivenciando o crescimento de uma sociedade com sérios problemas de comunicação, de entendimento e percepção do poder da palavra. Uma sociedade que vem trazendo sérias dificuldades ao mundo, pela perda acelerada de suas habilidades cognitivas.

“Paradoxalmente, foi necessário o isolamento social para continuarmos vivos, durante o período da pandemia da COVID-19. E esse isolamento só não se tornou solidão graças à tecnologia, que manteve ativa a interação entre as pessoas, mesmo que em grau mínimo.”

Paradoxalmente, foi necessário o isolamento social para continuarmos vivos, durante o período da pandemia da COVID-19. E esse isolamento só não se tornou solidão graças à tecnologia, que manteve ativa a interação entre as pessoas, mesmo que em grau mínimo.

Esse é o momento em que ficamos confusos. O ruim faz bem o bom faz mal, afinal?

Em A República, de Platão, Sócrates argumenta que cada coisa tem o seu mal e o seu bem, e exemplifica: “A oftalmia é o mal dos olhos; a doença, o mal de todo o corpo; a manga, o mal do trigo; a podridão, o da madeira; a ferrugem, o do ferro e cobre”.

Uma sociedade que se isola dentro da internet, das redes sociais, buscando fazer parte de uma massa, independentemente desta ser composta por semelhantes ou dessemelhantes, e, assim, adquirirem uma “alma coletiva”.

Redes essas, na verdade, cada vez menos sociais, já que nelas o indivíduo deixa aflorar suas satisfações mais selvagens e primitivas, ao sentirem sua dependência satisfeita, quando se sentem acolhidos pelos líderes dessas massas.

Torna-se premente a criação de políticas públicas que fortaleçam, ampliem e priorizem o desenvolvimento de novas regulamentações e intervenções, que levem a uma maior coesão social e impeçam a crescente alienação do sujeito em relação ao outro, deixando as portas abertas ao poder de sugestão de falsos líderes de massas.

* Wilson Coelho é especialista em Políticas públicas de Saúde pela UNB, e Informática em Saúde pelo IEP-HSL.

Após 50 anos, Neguinho da BeijaFlor anuncia último desfile em 2025

Por Bruno de Freitas Moura - Agência Brasil - Rio de Janeiro Adaptação Rócio Barreto

Ocarnaval carioca de 2025, no comecinho de março, será o último em que o público da Passarela do Samba ouvirá o tradicional grito de guerra “Olha a Beija-Flor aí, gente!” com a voz de Neguinho da Beija-Flor. Há 50 anos na escola de samba azul e branca, o cantor e intérprete anunciou nesta quarta-feira (20) que fará apenas mais um desfile no Sambódromo.

“O desfile de 2025 marcará minha despedida como intérprete de seus hinos na Passarela do Samba”, escreveu Neguinho, em uma carta direcionada “à minha amada Beija-Flor” e publicada no Instagram.

O cantor de 75 anos está na escola de samba desde 11 de junho de 1975, quando entrou para a ala de compositores. Isso faz com que tenha participado de todos os 14 títulos da escola de Nilópolis, município da região metropolitana do Rio de Janeiro. “Inserimos a Beija-Flor de Nilópolis na história da maior festa popular do Brasil. Em lugar de protagonista”, afirmou.

Na carta de despedida, Neguinho mostra a ligação profunda que tem com a azul e branca, a ponto de ter alterado o nome na carteira de identidade para Luiz Antonio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes.

Na despedida, ele lembra também de todo apoio que recebeu da agremiação e comunidade ao participar de desfile no período em que fazia tratamento contra um câncer, em 2009.

“Tenho fé que me curei graças a Deus e ao abençoado remédio do Carnaval. Nunca esquecerei como a comunidade me recebeu, na volta aos ensaios, em nossa quadra sagrada. O aplauso e a montanha de carinho estão para sempre tatuados na memória”, contou.

Ao descrever a relação com a escola, o cantor diz no comunicado de despedida que “jamais” cogitou receber salário da Beija-Flor. “Nunca assinei contrato nem me submeti a qualquer burocracia. Nossa relação é única e dispensa protocolos. Costumo repetir que se alguém deve algo, sou eu a você, minha escola”.

Em publicação também no Instagram, a escola de samba mostrou que a relação entre a Beija-Flor e Neguinho é recíproca. “O ano de 2025 será marcado por grandes homenagens e recordações. Viveremos o último desfile com a voz da nossa história. Nos enchemos de orgulho, gratidão e respeito. O lado profissional se encerra, mas o elo é eterno. Sua história está gravada em nossas cores, nossos sambas e nossos corações”, registra a publicação.

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