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Testemunhos

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Ana Maria Botelho, atriz e slamer.

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Naquele dia, quando parece que você já viveu tudo na vida, um sonho realizado de está no

palco em uma casa cheia com um elenco maravilhoso, uma equipe técnica top! Eu nem

imaginava que pudesse viver mais uma experiência fantástica que me libertasse não somente das minhas limitações, mas dá convivência com outras pessoas com limitações diferentes das minhas, foi um encontro de uma mulher deficiente visual com uma deficiente auditivo.

Eu vivi tudo isso no Teatro Universitário da UFES. Mas tudo isso só foi possível porque tive a grande sorte de encontrar uma pessoa senssivel, capaz e corajosa, dona de um coração enorme, que com muito amor se jogou nesse projeto do Cena Diversa, que além de nos incluir mostrou para sociedade que somos capazes e temos futuro. Foi ela, Rejane Arruda, que tem feito toda diferença em minha vida! Obrigada Re, pelo "Espetáculo Quero Acordar A Cidade," e a oportunidade ímpar de participar do Slam.

Meu nome é Tainá. Meu curso é Letras-

libras Tradução Bacharelado na UFES. Eu estou no 3º Período. Então, sobre o Slam, eu fiz a primeira vez mas eu nunca havia participado antes. Agora primeira vez, comecei, senti bem, gostei. Na escola, no passado, eu sofria muito, aí eu fiz um resuminho do tema só. O tema: vida na escola. Também a

minha história de vida, que foi difícil, a dificuldade com o português, textos, várias coisas difíceis dentro Tainá Arruda, atriz e slamer.

2 Os testemunhos de Tainá Arruda e Raphaella Vasconcelos foram realizados em vídeo com tradução simultânea para o Português por Arlene Batista.

de uma escola. A crítica social. Então, eu aqui a crítica é muito grande. É difícil o surdo na sociedade. Também acessibilidade. Falta, falta muito. Precisamos ter acessibilidade, inclusão. Surdo, ouvinte. É difícil. Pra eu criar o Slam primeiro. Primeiro Slam. Pensei tema da escola. Depois no Slam, fiz em forma de poesia, adaptei o tema. Antes eu adaptei, o Rhayllander fez voz. Nós dois juntos praticamos. Nós íamos simultaneamente, na hora certa, tivemos a sincronia perfeita. Na hora foi simultâneo, foi perfeito. Eu pensei que não ia conseguir, mas eu fiz uma força, olhei para dentro de mim. A minha emoção, coloquei pra fora, a imaginaçao. Parecia que era um sofrimento real mesmo que eu tava vivendo naquela hora, tive coragem e botei pra fora. É visual, é diferente, fica claro pra mim, me emociona. A poesia-corpo, a gente sente se apropria. É visual, e eu coloco em libras antes, eu faço adaptações. Também é importante ouvinte no Slam, mas também o surdo. Libras, precisa. Nós somos iguais, precisamos desenvolver a empatia.

Raphaella Vasconcelos, atriz e slamer.

Meu nome é Raphaella. Meu curso é Letras-Libras Tradução e eu estou no 3º Período. O Slam é uma

experiência do passado, do Cineclube Vendo Vozes. O Slam é um jeito que eu me apropriei... É uma experiência, é bom aprender. Da pra aprender... E agora... até hoje, é gostoso

também. É bom porque ajuda a clarear. A interaçao do surdo é importante. A experiência. Eu gostei. Meu slam no passado eu combinei o que? Uma mulher surda. Nome: Ana Carla. Do Letras Libras, formou

já. Nós duas combinamos. Nós duas. Fazer o que? Criar, escolher um tema... de luta. Criar algo. Nós duas juntas. De luta. E aí mudei este tema para outra coisa: uma mulher feminista, negra. Como mostrar sua atitude? Inventei junto com uma ouvinte, a Claudia. Mas aí mudou. Substituiu. Agora a Amanda entrou substituindo ela. Ela também é do meu grupo Letras-Libras. E aí, ta se apropriando intérprete de voz. É muito difícil. A sociedade parece que impede o surdo. Não gosta. É briga, briga. Difícil entender. Como falar, explicar, não concordo, concordo, essa interação junto. Mas, a crítica. Precisamos de atitude, falar a verdade. A crítica é importante.

Comecei já na experiência do Slam. Normal pra mim. Nós duas junto... E aí assim... não foi nada muito difícil. Algumas estratégias de como apresentar. Foram surgindo as ideias. E aí foi um processo que... normal, normal. E conseguimos. Fazer o Slam. Normal, normal. Sentimos e pronto. É leve. No passado, nós duas.... não tinha voz, porque era duas surdas fazendo o slam. Só o intérprete que fez, concordava com tudo rapidinho, fluente, foi perfeito. Agora mudou. Eu, uma mulher, a intérprete Claudia fez a voz. Foi perfeito também, porque foi simultâneo. Eu dei umas dicas pra ela: precisa ser junto; acompanhar, junto, junto. E aí ficou perfeito. Conseguiu. Ufa. Alivio. E aí fluiu. Foi muito bom. Foi forte porque, meu Slam... é forte. A voz é grossa... E aí.. não ficou desnivelada. Antes, a surda mulher minha amiga, era leve. A intérprete não. Agora é mais forte a voz dela. Eu, fiz também, de uma forma mais forte. E aí, ela conseguiu acompanhar. A emoção apareceu. Ficou claro o Slam. Eu senti normal porque eu já tava acostumada com o slam, experiência do passado. Mas é um pouco diferente, porque o meu tema era outro.... Poesia em Libras me emociona, sim. O slam foi uma experiência. Antes era difícil o processo, agora acostumada já. Gostei. É importante o Slam. Porque a maioria dos surdos parece que não conhece nada. Como? Precisa, sim, sabe, ser motivado. Mostrar que também se emociona, tem sentimentos. É importante ser motivado. Mostrar o sentimento. É legal, é sim, é diverdido. Coisas novas. Vários temas. Não é uma coisa só, são vários temas. Somos livres, somos livres pro tema. Nos dá liberdade porque. Tema que você tem vontade, que você tá preso, que você não quer falar, você pensa e coloca pra fora. Exemplo. Pode eu falar mulher feminista. Qualquer coisa. Homem. Eu sou forte, sou gay, sou negra. Qualquer coisa. Não tem um foco, é livre. Com seu jeito, sua vontade, sua estratégia.

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