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chega às salas de cinema juntos num filme de amor

«O Que há de Novo no Amor?» não são seis curtas transformadas numa longa – é um só produto final, que recupera para a contemporaneidade os coletivos de tempos mais revolucionários. Quando se juntam estes seis realizadores não dá "um mais dois mais três", sublinha Tiago Nunes, contrapondo. "São seis visões em confronto e em diálogo, são cruzamentos, são sinergias". São seis personagens, "é um só filme", diz Hugo Martins, garantindo que a gestão "não foi difícil", admitindo, porém, que a experiência "não é repetível".
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Não viram as partes filmadas por cada um dos outros até estarem todas prontas. Só na primeira montagem tiveram noção do caminho que o argumento, concebido coletivamente, tinha tomado – foi "um choque", mas "positivo". Em vez de "um constrangimento", serem seis permitiu "coisas novas e extraordinárias para o filme", diz Rui Santos. "Podia ser assustadora a ideia de juntar seis pessoas, seis criativos, seis autores, mas não se perdeu a individualidade de cada um, só ficou mais forte", destaca Patrícia Raposo. Houve que fazer cedências – "mais diálogo do que cedências", argumenta Tiago Nunes – e negociar certas coisas para o filme poder ser um todo. "O que não tínhamos em comum também era importante, porque a ideia era manter o estilo próprio e singular de cada um", diz Mónica Batista.
Atenção social
Quase todos nascidos após o 25 de Abril, quando as primeiras imagens da revolução foram captadas por cineastas engagé que acorreram às ruas, organizaram-se num coletivo para fazerem um filme, algo que não se via acontecer há muito tempo. E não rejeitam que haja algo de simbólico nisto. "Somos todos de uma mesma geração, temos todos uma visão do social, do que está a passar-se agora", realça Mónica Batista. Sublinhando que o cinema nacional tem mudado nos últimos anos e que há um "movimento de associação" em curso, que espelha o que se passa na sociedade civil, Hugo Alves reconhece que este filme "pode ser visto como um sinal dos tempos".
Quanto à pergunta lançada pelo filme, "não há uma resposta", a ideia foi mostrar que "o amor não é simples, é complexo", resume Mónica Batista. O filme "é sobretudo sobre a dificuldade de se estar junto atualmente, sobre as cedências, sobre o que é estar com uma pessoa, sobre o não conseguir estar com uma pessoa, sem procurar dar respostas", mas sim "causar alguma reflexão e identificação", descreve Hugo Martins. Há "desolação e esperança" no filme, que pretende ser um retrato do Portugal de hoje. "Não queríamos personagens, queríamos pessoas, com os diálogos das pessoas, os pensamentos que as pessoas têm, mais ou menos profundos, as suas atividades mais ou menos descabidas", descreve Mónica Santana Batista.
Nova versão do filme chega às salas
Produzido pela Rosa Filmes, sob a responsabilidade de Maria João Sigalho, "O Que há de Novo no Amor?" chegou em fevereiro ao circuito comercial. O filme que estreou não é o mesmo que ganhou o Prémio TAP de Melhor Longa-Metragem de Ficção no IndieLisboa 2011. Tem uma nova montagem, reordenando a sequência das seis histórias de amor, sem, contudo, alterar a narrativa nem a essência do filme.
"O Que há de Novo no Amor?" estreiou no Festival de Cinema de Raindance, em Londres, esteve em competição na 35.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, abriu o Toronto International Portuguese Film Festival, esteve em competição no 15.º Festival de Cinema Luso-Brasileiro, em Santa Maria da Feira, e esteve na 8.ª Edição do Festival de verão de Cinema Internacional de Rio Grande do Sul, em março.
IPL promove acesso à produção científica
Repositório Científico é um sucesso
Criado com o objetivo de reunir e divulgar a produção científica de professores, investigadores, estudantes e pessoal não docente, o Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa pretende aumentar a visibilidade e o impacto da investigação desenvolvida pela comunidade académica. As estatísticas de consulta, dos primeiros meses em funcionamento, comprovam o sucesso.
Textos de Maria da Luz Antunes bibliotecária da Escola Superior de Tecnologia da Saúde
O REPOSITÓRIO Científico do Instituto Politécnico de Lisboa, pode ser consultado em http://repositorio.ipl.pt. Iniciativa de um grupo de bibliotecários da instituição, obteve acolhimento favorável da presidência da instituição, garante o depósito da memória intelectual e o livre acesso à informação. Em dezembro de 2011, atingido o limite mínimo de 500 depósitos, o Repositório foi integrado no Portal RCAAP (Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal) disponível em www.rcaap. pt. O Portal RCAAP é uma iniciativa da UMIC (Agência para a Sociedade do Conhecimento) concretizada pela Fundação para a Computação Científica Nacional, financiado pelo Programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POS_C) e pela UMIC.
Ao ser integrado no RCAAP, o Repositório Científico do IPL ganhou espaço e visibilidade na comunidade nacional e internacional, usufruindo da compatibilidade com a plataforma DeGóis (em que a gestão individual dos curricula dos investigadores permite recolher e analisar a produção intelectual própria), com o OpenAire (cumprindo as diretivas políticas de acesso aberto da Comissão Europeia, aumentando o retorno do investimento da EU em I&D) e com o DRIVER (infraestrutura europeia coesa e flexível para a reunião de repositórios digitais).

Quais os objetivos do RCAAP?
A recolha, a agregação e a indexação dos conteúdos científicos em acesso aberto (ou acesso livre) existentes nos repositórios institucionais das entidades nacionais de ensino superior, bem como de outras organizações de I&D. O RCAAP funciona como centralizador de pesquisa, localização e acesso a milhares de documentos de caráter científico e académico – a lista dos repositórios agregados no Portal pode ser consultada em www.rcaap. pt/directory.jsp.
A candidatura do Repositório foi aprovada em 2011 pela Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN). Iniciados os trabalhos de construção da plataforma e os primeiros depósitos de dados, o Repositório Científico foi apresentado à comunidade do IPL, em outubro, na Semana do Open Access – que comemora internacionalmente o livre acesso da produção científica em suporte eletrónico. Em fevereiro de 2012, o RC do IPL conta com mais de 950 documentos, sendo que pouco mais de 600 se encontram em texto integral.
Quais os documentos depositados? Distribuídos pelas unidades orgânicas e cumprindo as especificidades de cada uma, o Repositório contempla artigos, dissertações de mestrado, livros, capítulos ou partes de livros, comunicações orais e posters apresentados em congressos e jornadas, palestras, monografias de licenciatura, relatórios de estágio ao abrigo do programa Erasmus, materiais pedagógicos desenvolvidos pelos professores, vídeos, entre outros. No futuro, também as teses de doutoramento serão depositadas.
Alguns dos requisitos do depósito:
1) identificação clara se o documento foi ou não sujeito à revisão pelos pares, garantindo a fiabilidade e qualidade de conteúdos;
2) apresentação de resumo e palavras-chave do documento, na versão linguística do texto (podem ser acrescentados em inglês os mesmos elementos, porque a indexação em mais idiomas garante um público mais alargado, internacional e direcionado para os conteúdos, se o resumo sistematizar as ideias do texto);
3) identificação dos autores do documento, permitindo a pesquisa exaustiva por autor;