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Ronda das Escolas Professor da ESML recebe Pedro Carneiro:
Ama a música apaixonadamente e gosta de contagiar as pessoas com quem trabalha com espírito positivo e construtivo. Prémios já são muitos, mas a responsabilidade, essa, também é acrescida. Tem por hábito cultivar a excelência. Vê no ensino uma experiência fascinante. Como professor quer mostrar aos alunos como o mundo é grande.
Textos de Clara Santos Silva Fotos de Nuno Ferreira Santos
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PASSA os dias numa correria de um lado para outro, multiplicando-se pelas suas várias ocupações. Fomos encontrar o vencedor Prémio Gulbenkian Arte 2011, numa das suas passagens pela Escola Superior de Música, onde é professor convidado.
De sorriso no rosto, o instrumentista Pedro Carneiro, anda a passo largo, talvez porque o tempo é pouco para tudo o que a sua agenda prevê. Esta é aliás uma das grandes lições que um dos seus professores, em Londres, lhe deu, “o mais importante para um músico é a agenda”, diz rindo. Foi um ensinamento que nunca esqueceu. A organização para um músico é fundamental. Chegar a horas, preparado, com trabalho feito, ser prático e simpático são condições que não devem faltar a um músico, conclui.
A ida para Londres fazer os estudos superiores foi, na sua perspetiva, um salto para uma outra cultura. Na altura não teve alternativa. Sem oferta em Portugal para a percussão, Pedro Carneiro não olhou para trás, entendendo ser mais do que tudo, “uma necessidade prática”. Londres é uma cidade com tradição nas artes. Lá, por força das políticas mais liberais, as instituições artísticas são geridas como empresas. Na sua formação, a organização de concertos envolvia todo um trabalho em busca de patrocinadores e gestão de bilheteira, o que do ponto de vista da promoção do trabalho, lhe deu uma experiência diferente.
Filho do músico José Augusto Carneiro, trompetista, que já foi, também ele, professor na Escola Superior de Música, Pedro Carneiro também experimentou o trompete. Inicialmente os pais obrigaram à escolha do piano, mas acabou por se fartar. O violoncelo foi outros dos instrumentos a fazer parte do seu percurso de aprendizagem.
A chegada à percussão foi um pouco uma consequência irracional, “e ainda bem que assim foi”, diz. Dos percussionistas afirma não terem grande preconceito esté- tico em relação à música e ao som. Usam todo o tipo de sonoridade e por isso têm de possuir um conhecimento muito vasto de repertório musical. Outra questão que ressalta é a importância do ouvido apurado. Para o percussionista a cocriação está sempre implícita e por isso, em muitas circunstâncias tem que conseguir interpretar aquilo que a música quer dizer para poder adaptar ao instrumento.
Na Escola Superior de Música de Lisboa, onde trabalha há já três anos, Pedro Carneiro já desenvolveu os programas de mestrado na área da percussão. Este ano iniciou-se como professor adjunto, estando a realizar um trabalho de 3 horas semanais na área da música de câmara. A sua funÍNDICE