Mapa da Cultura Alimentar - Diário de Viagem

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VIAGEM DIÁRIO DE

MINISTÉRIO DA CULTURA E MONTENEGRO PRODUÇÕES APRESENTAM

DIÁRIO DA EXPEDIÇÃO

SHOPPING

EQUIPE EXPEDIÇÃO

ANA SOUZA

Muito mais que escrever receitas, é importante saber da história por trás delas. E histórias são feitas e construídas por pessoas, por momentos, pelo compartilhar. Por isso, a Cheff Ana Souza viajou atrás desses saberes, para transformá-los em receitas que estarão no livro do Mapa da Cultura alimentar.

Daniel é o jornalista e diretor de fotografia dessa grande viagem! Foi ele que, com olhar atento e carinhoso, registrou em vídeos e fotografias essa expedição. Suas imagens ajudaram diariamente a contar os relatos e histórias agregados nos quilômetros de pesquisa e ação.

A socióloga Rafaela Rocha teve nessa expedição o objetivo de conversar com produtores, cozinheiros, comerciantes e pessoas da comunidade para entender como funciona a rede que vive por e para o alimento, para assim, conseguir enxergar histórias, economia, desenvolvimento, turismo e cultura presentes no contexto social de cada produto pesquisado.

DIA 1

Caímos na estrada!

Primeira parada, Antonina

No nosso primeiro dia da expedição, desembarcamos em Antonina. Fomos recebidos pela Karla, uma cozinheira que cria e divulga preparos a partir da bala de banana, como bolinho doce e farofa salgada.

Em seguida, partimos para as fábricas de balas. Na Antonina, João abriu suas portas e mostrou todo o processo de produção das balas de banana, desde a colheita da fruta até a embalagem. A segunda fábrica visitada foi a Bananina, onde mãe e filha, Maristela e Bárbara, estão à frente da produção de uma variedade de produtos locais, incluindo a bala de banana.

Durante as entrevistas, encontramos pessoas cujas histórias se conectam de diversas maneiras, mas todas com a certeza de respeitar a agricultura familiar e as riquezas do país, descolonizando para resgatar a cultura alimentar. A troca real e sincera entre essas pessoas empreendedoras, com os agricultores, funcionários e tantas outras pessoas que fazem parte desse movimento é real e só existe pelo fator principal citado acima. Respeito. E é isso que essa expedição é para nós: um respiro de esperança, um ato declarado de respeito.

Ficamos impressionados com a dedicação e paixão das pessoas que entrevistamos nesse primeiro dia. Elas serão parte da história da gastronomia brasileira. A divindade disso tudo deveria ser mostrada para o mundo, em todos os setores, profissionais e pessoais. Ainda bem que estamos aqui!

Ainda temos mais 20 dias de expedição pela frente. Estamos animados para continuar a explorar as riquezas da gastronomia local.

DIA 2

Um sol para cada um em Morretes, a terra do Barreado

A expedição desembarca em Morretes nessa terça feira com um sol para cada um à beira da Serra do mar. Nossa missão foi conhecer mais sobre o barreado. Algumas das histórias sobre sua origem e o papel que o prato representa para a economia local.

Turismo, comércio e serviços se envolvem de forma bastante unida para defender esse patrimônio! Historiadores garantem que o prato tem procedência açoriana, que já dura mais de 300 anos e que há um bom tempo, está ligada ao fandango, música típica da região.

O prato é feito em um ou mais tipos de carne bovina, temperados com cebola, alho, toucinho de porco, pimenta-do-reino, louro e cominho e cozida até desmanchar. O segredo na preparação é o tempo de cozimento: são mais de 20 horas na panela! O preparo é misturado à farinha de mandioca (até receber a consistência que dá nome ao prato), e é servida com arroz e banana-da-terra fatiada.

DIA 3

Witmarsum e as gratas surpresas nos Campos Gerais

As gratas surpresas no caminho para a Colônia Witmarsum vão além de sua linda estrada de acesso, quando saímos da BR-277 sentido Campos Gerais. Lá conhecemos a história de um povo de origem russo-alemã que construiu a colônia há 70 anos, os menonitas.

A safra de grãos movimenta o pátio da cooperativa. A comunicadora Rafaelle nos encaminhou para o setor de laticínios onde mergulhamos na história do com sua técnica única e seu rígido processo de preparo. São as boas práticas para garantir a segurança alimentar evitando qualquer contaminação!

São 12 tipos de queijo, mas aqueles com selo de Indicação Geográfica garatida são os queijos Witmarsum - o natural ou com uma pimenta verde que deixa um aroma incrível.

Um momento muito feliz da viagem foi conhecer Carolina Baptista, queijeira e professora na escola agrícola de Palmeira. Ela faz o Queijo Purungo, típico na cidade. O queijo é preparado a partir do leite cru, ensinado por um queijeiro italiano que passou por lá e conheceu os avós de Carolina. A agricultura familiar gerando riqueza, histórias, saberes e amor pelos alimentos

DIAS 4, 5 & 6

Um encontro com Araucárias e erva-mate em São Mateus do Sul

Floresta com Araucárias em pé garante a melhor erva-mate do mundo! Essa reflexão apresenta para vocês nossa viagem a São Mateus do Sul como se ela estivesse de trás para frente. Isso porque pudemos ver toda a rede produtora de mate em quatro visitas muito especiais.

No Mate Morandi, a Marília nos mostrou o viveiro de mudas de mate e também o processo industrial abrindo a caldeira que desidrata o mate: foi hipnótico! Conversando com Fernando, na associação IG-Mathe, entendemos que a erva constrói a história da cidade garantindo economia para famílias há várias gerações.

No dia seguinte, fomos recebidos pela Eva com diferentes formas de se preparar o mate: doce, com leite, gelado ou no brigadeiro... Você escolhe! Tem preparos para todos os tipos de paladar. E, para terminar nossa imersão, conhecemos a produção do Sr. Benedito em um abraço na floresta preservada onde os pés de mate crescem e podem ser podados a cada 10 meses mais ou menos, para serem comercializados nas indústrias.

DIA 7

Uma visita aos cafezais de Londrina

O sétimo dia da expedição nos trouxe um passeio pelos cafezais de Sr. Carlão, agricultor familiar em Londrina. A terra vermelha do Norte do estado marca os pés e a alma de quem nela vive e cultiva alimentos. O café construiu a história da cidade, mas atualmente não tem um papel principal nos cultivos, nem na própria atmosfera local. De capital mundial do café nos idos dos anos 1960, Londrina é hoje uma metrópole modernizada

DIA 8

As uvas de Marialva

A expedição do Mapa da Cultura

Alimentar desembarca em Marialva para pesquisar o cultivo de uva cidade. Fomos recebidos com simpatia e descontração pelos produtores Nelson, Ronaldo e Fabiana, que abriram as porteiras de suas propriedades para nos ensinar que as variedades mais cultivadas são as Uvas Núbia e Vitória. Na entrada de Marialva, o cacho de uva gigante mostra que essa é a marca da cidade.

DIA 9

Um respirar fundo da alma em Carlópolis

Você precisa ver Carlópolis! A Expedição Mapa da Cultura Alimentar foi recebida na cidade do Norte Pioneiro paranaense com uma paisagem deslumbrante do rio Itararé, que faz divisa com o estado de São Paulo. Um respirar fundo da alma! O potencial turístico da região ainda é pouco aproveitado em relação à agricultura, e nesse setor, o cultivo de goiabas tem seu destaque. Frutas grandes e doces crescem fechadas em pacotes, ainda nos pés para evitar ataques de percevejos e chegarem saudáveis às mesas.

DIA 10

Conhecendo os morangos de Jaboti

Jaboti é um município com pouco mais de cinco mil habitantes na região do Norte Pioneiro paranaense. E lá, a expedição do Mapa da Cultura Alimentar chegou para conhecer o cultivo do morango. Carlinhos e Marcelo apresentaram suas produções suspensas a um metro do solo. O morango é tão sensível que não pode

DIA 11

O tempo é rei! Chegamos em Cascavel

O clima chuvoso na cidade de Cascavel recebeu a equipe da Expedição Mapa da Cultura Alimentar logo pela manhã. Isso provocou uma mudança de planos para a agenda, algo natural quando se está na estrada. Pois como diz o imortal: o tempo é rei! A visita do dia foi realizada na parte da tarde, no apiário do Sr. Paulo Bonato que nós contou muito sobre o universo das abelhas e como é preciso trabalhar em conjunto para produzir um ótimo mel

DIA 12 & 13

Mel de engenho batido em Capanema e o universo das abelhas às margens do Lago de Itaipu

O mel de engenho, ouro doce brasileiro, tem um formato diferente em Capanema: é o melado batido! Na propriedade dos Haas, Rodrigo nos mostrou a caldeira a vapor para moer a cana que se transforma em açúcar mascavo, além do melado - batido ou escorrido. E na Agroindústria dos Rüdell, Paulo nos apresentou o cozimento da cana até chegar ao ponto correto para bater. Em Capanema, descobrimos que aquele ditado é pura verdade: Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza!

A cidade de Santa Helena, às margens do Lago de Itaipu, recebeu a visita da Expedição Mapa da Cultura Alimentar para fechar a terceira semana de viagens. E lá conhecemos um pouco sobre o lindo universo das abelhas. Produzir mel se faz em parceria entre animais e pessoas, respeitando o espaço das incansáveis trabalhadoras

vegetação suficiente para elas coletarem sua matéria prima nas flores.

DIA 14

Vinhos de Biturina e o terroir paranaense

A Expedição Mapa da Cultura Alimentar chega a Bituruna para conhecer o vinho local e suas particularidades. Visitamos os vinhedos mais antigos de Bituruna, plantados nos anos 1930 quando os pioneiros das famílias Sandi e Bertoletti chegaram por essas terras. No presente, a vinicultura segue nas mãos dos descendentes destes pioneiros, gente que cuida da qualidade e da inovação que a cultura do vinho pode trazer.

DIA 15

Última parada: São Joaquim!

Encerramos a Expedição Mapa da Cultura Alimentar conhecendo a maçã da Serra Catarinense. A fruta que nos acompanha desde crianças é fonte de mais da metade da renda da cidade de São Joaquim. Elas são perfumadas e crescem lindas, vermelhas e juntinhas umas das outras nos pomares locais.

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