Revista Conceito Saúde

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3 conceito saúde Editoria chefe: Emanuela Rocha Gonçalves Vittoria Maria Silva Freitas Welinton Moraes Revisão final: Profª Me. Patricia Januaria S. C. Barbosa Coordenadora do projeto: Profª Esp. Denise Lobato Villela Claro Coordenador do curso de jornalismo: Profº Esp. Raphael Leal O. Sanches Reportagens: Ana Carolina Correa M. do Nascimento Ana Júlia de Oliveira Constantino Ananda Mascota Ferreira Clara Negre Barbosa Cleyson da Silva Martins Emanuela Rocha Gonçalves Evandro do Nascimento Lima Gabriela Mendes de Amorim Mateus Nascimento Leite Vitória Guarnetti Pereira Victal Vittoria Maria Silva Freitas Welinton Moraes Yasmin Kethellem Santos P. da Silva EXPEDIENTE Fotografias e Propagandas: Ana Carolina Correa M. do Nascimento Evandro do Nascimento Lima Vitória Guarnetti Pereira Victal Yasmin Kethellem Santos P. da Silva Responsável pelos colunistas: Cleyson da Silva Martins Projeto gráfico: Ana Júlia de Oliveira Constantino Clara Negre Barbosa Mateus Nascimento Leite 4 Direitos da população em relação ao SUS 5 Medicamentos de alto custo facilitam vidas através de parcerias governamentais 6 A beleza da maternidade 7 Sobrecarga mental e o acúmulo de tarefas invisíveis 8 Alimentação balanceada: a fórmula para uma pele saudável 9 Estresse: a influência das cidades na saúde mental 10 Reportagem especial: conhecendo o Centro Médico Pe. Pio 13 Câncer cerebral camuflado: diagnóstico e tratamento 14 Suplementação alimentar é eficaz na saúde humana 15 O valor da saúde: gasto ou investimento? 16 Como envelhecer bem? 17 Saúde mental e resiliência 18 A ajuda da musicoterapia no desenvolvimento do ser humano Índice Foto: Reprodução Centro Médico Pe. Pio

EDITORIAL

A busca por qualidade de vida tem motivado cada vez mais homens e mulheres a optarem por seu bem-estar em primeiro lugar. Uma rotina saudável é seguramente o maior desejo de todos, afinal, sem saúde não há vitalidade. Pensando nisso, a turma do 4º período de jornalismo da Faculdade Canção Nova se preocupou em ajudar socialmente a todos os que buscam esse estilo saudável e aqueles que por alguma situação não se alertaram sobre essa necessidade ainda. Surgiu então a revista Conceito Saúde. Promover hábitos saudáveis, tanto na questão física quanto mental, é de extrema importância. O melhor caminho para se sentir feliz, enérgico e saudável no futuro é se cuidar no presente. Prezar pelo cuidado pessoal é um investimento que deve ser feito sempre, mudando hábitos e se colocando como prioridade. Pare um pouco e pense, quando foi a última vez que você fez check-up?

Pois é, não se pode permitir que a vida passe e não se viva com estímulos que nos transmitam felicidade, é preciso torná-la agradável. Segundo o Art. 196 da Constituição Federal, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais.

Essa revista procurou compreender as necessidades e se esforçou para explicar desde as temáticas mais simples até as mais complexas. Diversos profissionais, dentre eles, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, biólogos, geriatras, educadores físicos, advogados, enfermeiros, farmacêuticos, e outros especialistas, ajudaram para que esse conteúdo fosse embasado e contribuísse com a população em geral.

Faço um convite, dê a si mesmo a oportunidade de se cuidar mais, prezar pela sua qualidade de vida para se desenvolver e realizar todos os seus objetivos, pessoais e profissionais. Desejo a você uma boa leitura, bons exercícios e uma vida saudável!

Direitos da população

em relação ao SUS

Por Salviana Santiago, advogada especialista em direito à saúde

A saúde constitui um direito social básico para as condições de cidadania da população brasileira. O direito à saúde foi uma conquista do movimento da Reforma Sanitária, refletindo na criação do Sistema Único de Saúde pela Constituição Federal de 1988 que dispõe em seu artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Todo brasileiro é usuário do SUS e desde o nascimento tem direito a serviços de saúde gratuitos, como vacinação, transplantes, medicamentos de alto custo, entre outros, que visam à saúde da população. É preciso conhecer mais sobre o SUS e fazer valer seus direitos.

A principal porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência, local de trabalho ou estudo. Todos possuem direito às ações e serviços necessários, como consultas e exames (artigos 196 e 198, II, da Constituição Federal, artigos 5º., III e 7º., II, da Lei 8.080/90).

Todos têm direito às ações e serviços necessários para a promoção, a proteção e a recuperação de sua saúde, incluindo a internação hospitalar, quando necessária, nos hospitais públicos e/ou conveniados ao SUS (artigos 196 e 198, II, da Constituição Federal, artigos 5º, III e 7º, II, da Lei 8.080/90). É preciso destacar que existem casos bem específicos, por exemplo, a internação hospitalar para a realização de parto. Logo após a realização do pré-natal, a gestante pode perguntar ao responsável pelo atendimento qual será a maternidade à qual ela estará vinculada. Independentemente disso, em estado avançado de trabalho de parto, o estabelecimento de saú-

de não pode recusar atendimento. Muitos cidadãos têm buscado o Poder Judiciário para reivindicar medicamentos necessários ao seu tratamento que ainda não foram incorporados na rede pública ou que estão em falta. A Justiça obriga o Poder Público a cumprir seu dever de fornecê-los, afinal, nada justifica a falta de medicamentos, e os cidadãos têm todo o direito de lutar por eles.

O paciente do SUS ainda tem direito a receber próteses e órteses necessárias para a realização de cirurgias ou se for portador de necessidades especiais. Além disso, o Decreto nº 3.298/99 (artigo 18), que regulamenta a Lei nº 7.853/89, estabelece expressamente que está incluída na assistência integral à saúde da pessoa com deficiência a concessão de órteses, próteses, bolsas coletoras e materiais auxiliares, o que, portanto, deve ser fornecido gratuitamente pelo sistema público de saúde.

Por fim, é preciso deixar a população ciente que existe um cadastro de todas as pessoas que precisam de transplantes, separado por órgãos necessitados, tipos sanguíneos e outras especificações técnicas, a Lista Única de Receptores. Para acompanhar o andamento da fila, procure a Central de Transplantes na qual o paciente se inscreveu. Para outras informações sobre o assunto, consulte o site do Ministério da Saúde ou da Secretaria de Saúde do seu Estado, conheça mais sobre o SUS e faça valer seus direitos.

Foto: Arquivo Pessoal 4 conceito saúde

Medicamentos de alto custo facilitam vidas através de parcerias governamentais

Medicamentos de alto custo facilitam vidas através de parcerias governamentais

O Brasil é o único país que oferece atendimento médico gratuito, conhecido como SUS (Sistema Único de Saúde). O sistema possui uma coparticipação com os PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo), que buscam ampliar a compra de medicamentos e desenvolver nacionalmente um custo reduzido entre órgãos públicos e privados. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) é responsável por financiar e manter o acordo entre as Assistências Farmacêuticas e o Estado, facilitando o acesso dos medicamentos para o Sistema.

Os remédios de Alto Custo oferecidos gratuitamente para a população são compostos por Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs). De acordo com a Relação Nacional de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, são fornecidos para todos os municípios do Estado de São Paulo mais de 200 medicamentos gratuitos. Esses remédios são para tratamentos ao nível ambulatorial, algumas situações clínicas e, principalmente, para agravos crônicos.

Disponibilização de fármacos. As disponibilizações ocorrem todos os dias. Entretanto, cada paciente recebe uma data específica para retornar na Secretaria de Saúde e pegar um novo medicamento. Thiago Motta, 38, Assis-

tente Farmacêutico da Secretaria de Saúde de Guaratinguetá, conta que, “mensalmente aqui em Guaratinguetá, cerca de 1.500 pessoas usam os medicamentos disponibilizados pelo governo”.

O processo para requerimento é inicialmente encaminhado para o Departamento Regional de Saúde do Estado de São Paulo em Taubaté, seguindo a Portaria de Consolidação n°2, de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde, que consolida as normas sobre as políticas nacionais do SUS, e então receberá a solicitação do Departamento Regional e irá avaliar a autorização de dispensação, conforme a Portaria n° 1554 do Ministério da Saúde. “O Estado dá um prazo para dispensação de aproximadamente 60 dias após protocolada a solicitação, pois se trata de um medicamento elencado na Relação Nacional de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica”, conclui. Após o diagnóstico da doença, o médico especialista pode orientar o paciente sobre a ajuda governamental. Para informações, consulte www.prefeitura.sp.gov. br e confira a disponibilidade.

Direito à medicação gratuita do Governo. Todo cidadão que necessita do medicamento consegue dar início na papelada quan-

do estiver com o laudo médico e receita especificando o medicamento e sua patologia. O Programa de Medicamentos Excepcionais, os de alto custo, colabora com a população de baixa renda.

Foi justamente pensando neles que o governo criou o programa. Portadores de doenças crônicas como a Diabete, recorrem a Medicamentos Excepcionais. Algumas insulinas são disponibilizadas pelo alto custo, outras são fornecidas pelas Assistências farmacêuticas municipais. Winicius Rabelo, 21, é portador de diabete tipo 2, foi diagnosticado com a doença aos 12 anos e agora completa 9 anos que vive de insulina 3 vezes ao dia.

No momento em que o diagnóstico da doença é dado, o paciente precisa iniciar o tratamento o mais rápido possível. “De início eu e meus familiares ficamos assustados com o diagnóstico, mas descobrimos através de um parente os medicamentos gratuitos que a Secretaria de Saúde oferecia”, relata ele. Contudo, a papelada tem um determinado prazo e uma pessoa que necessita do medicamento não poderia esperar. “Eu não tinha condições, meus pais tiveram que gastar uma grana quando saímos do hospital, com insulinas, agulhas e fitas para inserir no medidor, gastamos uns 1.200 reais” concluiu Winicius.

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Por Yasmin Kethellem Foto: Yasmin Kethellem

A beleza da maternidade

A beleza da maternidade

e Obstetra Dra. Marcelle Pereira de Lima diz que esse respeito à fisiologia da imprevisibilidade da mulher é como uma mágica. Ajuda, no entanto, até na forma de nascimento, não ter horário marcado, ficar à disposição, e até a logística da cidade grande, porém relata que é difícil encontrar profissionais que atuem sob a perspectiva. “O que me leva a trabalhar sob este aspecto, é a paixão para com a fisiologia da mulher criada por Deus”, finaliza a médica.

O Instituto Mater Online, mostra que 50% das gestações no Brasil acontecem sem planejamento. Explica também que a alegria e felicidade não são o primeiro sentimento manifestado por essas mulheres. “Uma mulher que engravida sem planejamento tem chances maiores de apresentar sintomas de ansiedade, estresse e depressão a níveis significativos, que vão necessitar receber intervenções de um profissional da saúde mental qualificado”, escreve a Profa. Pós Dra. Rafaela de Almeida Schiavo, do Instituto.

a gravidez modifica o corpo da mulher. “Embora os desafios, é a fase mais significativa para a vida de uma mãe, a gravidez impulsiona o renascimento da família, por isso, o planejamento é extremamente necessário”, finaliza.

A Enfermeira Obstetra e Neonatologista Fernanda Caxias diz que todo o mecanismo da gestação é uma engenharia perfeita que Deus criou para que permitisse a chegada dos bebês, inclusive pela via natural. “O fator primordial para essas mulheres é a informação”, fala a profissional. Ela orienta que, independente dos aspectos que a mulher encontrar, se possuir informações adequadas, fontes confiáveis e seguras, ela estará bem preparada para a chegada do seu filho, mais tranquila e convicta de que buscou o melhor. “Digo que conhecer, e até entrar em trabalho de parto, é exercitar a virtude da paciência, pois a gente vive em uma sociedade tão acelerada, se preocupando com a praticidade e a ansiedade aflorada. Então tudo costuma influenciar”, conclui.

A mãe e nutricionista Jéssica Alves, casada há 6 anos, sempre sonhou em ser mãe e formar uma família. A opção pelo espaçamento era, por primeiro, construir sonhos e ter uma vida estável para que, no momento certo, seu filho pudesse chegar. A mãe nunca deixou de cuidar da saúde, praticar atividades físicas e alimentação saudável. “A saúde é um valor forte em minha vida”, diz Jéssica. Ela descobriu ter Hashimoto, uma alteração na tireoide, dificultando, segundo a medicina, a gravidez. A nutricionista, então, descobre estar grávida e enxerga como uma vontade de Deus, pois não esperava acontecer tão rápido. Jéssica sofreu algumas alterações, porém, foram controladas, principalmente com alimentação, e afirma não ter recorrido a medicamentos.

Para ficar no didatismo da acepção aos cuidados da mulher com o seu próprio corpo, a Ginecologista

Para os profissionais da instituição, ao bebê as consequências podem ser de nascimento prematuro, baixo peso, atrasos no desenvolvimento e facilidades de desenvolver problemas futuros de saúde mental. “São nesses casos em que há maior dificuldade de acontecer a aceitação da gestação, a probabilidade de impactos negativos para a saúde física e mental mãe-bebê aumenta”, diz a professora.

“A gravidez muitas vezes é romantizada, mas, na verdade, é um sacrifício de amor”, ressalta a doula e mãe Jenniffer Venturini. Para ela, é a mais linda missão da vida: trazer uma criança ao mundo. A doula afirma que a gravidez transforma a vida da mulher em impactos vividos antes, durante e depois. Jenniffer, por exemplo, aponta a anorexia materna como um distúrbio mental, sendo uma rejeição de não estar preparada para a gestação, pois

Stephanie Andrade, 36, mãe de 8 filhos, em uma das gestações sofreu uma perda espontânea, e hoje, à espera do José, considerava-se católica não praticante, pois no início do casamento recebeu um diagnóstico que dificultaria a gravidez. “Achava que sabia melhor que Deus a hora certa para ter filhos”, afirma. Em sua quarta gestação, a mãe conta que se abriu de verdade à vontade de Deus e prepara diariamente este cuidado com o corpo e a saúde. “Minha conversão acontece diariamente, mas em 2015 larguei meu egoísmo e prepotência, entendendo que filhos são dons de Deus”, desabafa Stephanie. A jovem mãe destaca que maternidade, é exercer um amor incondicional, ser fonte de inspiração, mulher de luz, uma verdadeira vocação. A família vive a abertura à vida, corajosos o suficiente para assumirem os rumos com autenticidade, a paternidade responsável.

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Ana
Nascimento
Por
Carolina
Foto: Ana Carolina Nascimento

Sobrecarga mental: mulheres e o acúmulo de trabalhos invisíveis

Sobrecarga mental: mulheres e o acúmulo de trabalhos invisíveis

Muito comentada atualmente, a Síndrome do Esgotamento Profissional, popularmente conhecida como Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional desencadeado por excesso de trabalho e que tem como consequência o estresse e a exaustão física. De acordo com a pesquisa “Women @ Work 2022”, da Deloitte, empresa líder em serviços de auditoria e consultoria, 44% das mulheres brasileiras se sentem esgotadas no trabalho, comparado à taxa global que é de 46%. Quando observamos apenas as minorias étnicas no Brasil, por exemplo, mulheres pretas, o número sobe para 54%. A sobrecarga feminina cresce ainda mais com as tarefas diárias, como o cuidado doméstico e com os filhos. Segundo o levantamento de Estatísticas de Gênero, de 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria das mulheres dedica em média 21,4 horas a afazeres pessoais, quase o dobro do tempo dos homens.

A maior atribuição de atividades a elas está relacionada com uma construção histórica que vem desde a sociedade primitiva, afirma

Diego Amaro, mestre em história social, professor e pesquisador. “O que é da mulher e o que é do homem fica muito definido quando a sociedade passa a ser sedentária, a mulher assume o papel daquela que cuida e o homem do que prove”. Todavia, ele reitera que esses papéis se inverteram e até passaram por ressignificações, com o tempo. Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, os gêneros estão suscetíveis a diferentes riscos para a saúde mental, justamente por conta da forma que as relações sociais e processos biológicos foram formados. Ser mulher perpassa inúmeros papéis, comportamentos e atribuições que delimitam o que se pode experimentar e fazer ao longo da vida e, dessa forma, construir experiências que são estruturalmente diferentes das dos homens.

Paula Castro, produtora, mãe e dona de casa, comenta que o acúmulo de tarefas afeta sua saúde mental, não só a sobrecarregando, mas também prejudicando seu desempenho. “Atualmente faço terapia para me organizar melhor e tentar entender que não preciso ser responsável por

tudo, que nem sempre as coisas estarão 100%, às vezes fico tão preocupada que sonho com minhas demandas”, confessou ela.

A psicóloga e pesquisadora na área de saúde mental e gênero, Valeska Zanello, explica que a gestão doméstica e do cuidar não é considerada trabalho pela sociedade que é, consequentemente, machista, porém, por mais que essas demandas sejam naturalizadas e invisibilizadas, elas exigem energia mental e emocional muito grande da mulher. “É muito comum, mulheres rela-

tando extremo cansaço e desânimo, não percebendo o quanto estão sobrecarregadas”, aponta.

Desde pequenas são ensinadas a priorizar o bem-estar dos outros, em detrimento dos próprios, afirma Zanello. “Um exemplo na vida de nós brasileiras é aquele almoço de domingo, quando chamam as meninas para ajudar a recolher as coisas da mesa, lavar pratos, enquanto os meninos continuam brincando. Isso nos ensina que devemos estar sempre disponíveis para cuidar dos outros. Esse tipo de pedagogia afetiva, ligado ao dispositivo materno, cria uma sensação de culpa nas mulheres quando elas se priorizam, inclusive essa é uma grande dificuldade delas hoje, aprender a dizer não e se priorizar, deixar os homens aprenderem a cuidar”, conta a psicóloga.

Dados da OMS apontam que uma em cada cinco mulheres apresenta algum tipo de Transtorno Mental Comum, sendo que a depressão atinge, em média, mais do dobro de mulheres em relação aos homens. “Isso está ligado à implosão psíquica, já que uma das pedagogias afetivas que nós aprendemos no processo de se tornar mulher é justamente o silêncio, não é à toa que elas persistem em relacionamentos abusivos. Aprende-se a não colocar em palavras o nosso sofrimento e raiva, para poupar o outro e manter a relação, mas quem paga essa conta é nossa saúde mental”, explica Valeska.

Entretanto, também é importante que o homem colabore com as atividades domésticas, além de manter o diálogo com a mulher, para que a sobrecarga seja dividida e sensibilize menos a saúde mental feminina. Organização e comunicação podem ser a chave para que os dois consigam entrar em um consenso, assim firmando uma parceria para realizar as tarefas de casa.

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Ilustração: Bryan Stewart

Alimentação balanceada: a fórmula para uma pele saudável

Alimentação balanceada: a fórmula para uma pele saudável

Disciplina e rotina são os principais fatores para quem quer obter a tão desejada pele de blogueira. Com as redes sociais e a influência das famosas, muitos acham que somente os produtos de beleza como o protetor solar, hidratantes e máscaras faciais são essenciais, mas é na comida que se deve ter uma maior atenção para chegar ao resultado desejado.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), verduras, legumes e frutas (além de muita água), têm um impacto significativo na aparência, e devem fazer parte da rotina de quem quer deixar de lado as rugas e a flacidez. “Esses nutrientes desempenham um importante papel no combate ao envelhecimento e estimulam a renovação das células da pele”, explica a dermatologista Ronita Carvalhal.

Para a estudante de nutrição Isabella De Munno Frasnelli, 19, foi logo após começar a faculdade que percebeu a importância dos hábitos alimentares. “Quando entrei na faculdade, comecei a mudar minha visão de mundo em relação aos alimentos. Minha pele melhorou muito e só tende a avançar cada vez mais com a melhora da minha alimentação”, afirma.

A boa alimentação consegue melhorar a aparência da pele em sua totalidade, mas, enquanto há benefícios, alguns alimentos podem trazer desvantagens. A jovem Maria Júlia Nogueira, 22, começou uma reeducação alimentar em setembro de 2021 a fim de melhorar sua saúde, e conseguiu perceber quais alimentos prejudicam ou não sua pele. “Folhas escuras como couve e rúcula ajudaram muito a ter menos espinhas. Já as carnes gordurosas como a de porco e embutidos inflamam muito a pele”, comenta,

concluindo ainda que decidiu cortar industrializados e alimentos com açúcar e passou a “adicionar para a rotina: frutas, legumes e vegetais em todas as refeições”.

A SBD dá dicas de alimentos que ajudam a manter a pele saudável. Acerola, laranja, limão, chocolate amargo de forma moderada como antioxidante, salmão e sardinha, frutas e legumes, como abóbora, cenoura, manga, mamão, damasco e laranja e vegetais, como espinafre e couve. Carvalhal ainda explica que além da alimentação para melhoria na saúde da pele, é preciso se atentar a outros fatores. “Devemos usar filtro solar no rosto diariamente, hidratar a pele do rosto e corpo sempre após o banho, beber água regularmente, nunca dormir com maquiagem, respeitar o tempo e a frequência do uso dos produtos, e utilizar produtos adequados a cada tipo de pele”.

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Foto: Ana Carolina/Evandro Lima/Vitória Victal

Estresse: a influência das cidades na saúde mental

A qualidade de vida é o indicador que mede o bem-estar dos cidadãos, nos diferentes territórios do planeta. A busca por essa modalidade evita o estresse, ação de defesa do corpo humano que em excesso pode ocasionar patologias como a depressão e ansiedade. O ambiente urbano é um dos contribuintes dessas doenças psicossomáticas, devido aos acontecimentos enfrentados diariamente nas cidades.

De acordo com dados coletados em 24 países pela Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, coordenada pelo psiquiatra Ronald Kessler, da Universidade de Harvard, somente na Região Metropolitana de São Paulo, 30% dos cidadãos apresentam transtornos mentais. A prevalência destes transtornos na metrópole foi a mais alta registrada em todas as áreas pesquisadas.

Saúde mental. Para alcançar a saúde mental, são necessárias condições mínimas e psíquicas para se adaptar ao ambiente em que se está inserido, seja em municípios grandes ou pequenos, com intuito de contornar os estresses diários e nos manter ativos. Algumas dessas recomendações são praticar atividades físicas, manter uma boa alimentação, cultivar bons relacionamentos, não ignorar os sinais do corpo e da mente, reservar momentos de lazer, e procurar ajuda profissional.

O estresse no organismo. Segundo a psicóloga especialista em saúde mental, Isadora Rossi, o es-

tresse é uma reação do sistema nervoso a situações novas como ameaças físicas ou psíquicas, tanto biológica quanto emocional, que afetam nosso corpo e mente, podendo ir desde um estado de alerta até uma exaustão ou esgotamento. Ele está presente no trabalho, nos estudos, nas relações, e em ambientes com condições prejudiciais, como as grandes cidades, pela presença de violência, poluição, altíssimo volume de informações, trânsito e solidão. “Tudo isso gera uma carga grande no corpo e na mente, nos obrigando a funcionar e estar em vigia praticamente 24 horas. Acredito que a prova disso é que cresceu o número de pessoas que estão mudando para o interior” explica Isadora.

Interior. Marcos Luko, 53, modelo há 30 anos, escolheu se mudar para Cachoeira Paulista com a família, realizando um sonho em busca de tranquilidade. Acostumou-se na correria em SP, porém, não deixando de lado o desejo de calmaria. “Aqui aprendemos a viver com menos, a sermos mais simples, fizemos grandes amigos e pretendo ficar por muito tempo”, declara.

O modelo relata os benefícios da migração para a cidade pequena, fatores não encontrados com facilidade em uma região metropolitana. “Em relação a vantagens, temos todos eles aqui. Moro em frente à montanha que nos proporciona tranquilidade e paz. Possuímos qualidade de vida, sem violência, a natureza, e a Can-

ção Nova fornecendo o encontro espiritual através dos eventos”.

Metrópoles. O desejo de muitos jovens e adultos do interior é morar em cidades grandes, mas o medo de deixar família e amigos, viver uma nova realidade e estar em um lugar diferente acaba tirando o desejo da mudança, porém, a realização pessoal fala mais alto.

Nicole Katiki, 19, graduanda em fisioterapia no instituto Albert Einstein, voluntária da ONG Equoterapia transformar, mudou-se para SP e conta que foi necessário a procura de alternativas para se movimentar e viver na selva de pedras. Através da organização da rotina e da equoterapia, encontrou o equilíbrio, podendo ocupar seu tempo ajudando outras pessoas. Assim, após adaptar-se, viu seus hábitos se adequarem ao ritmo da população, restando apenas a memória de como era morar no interior. “A maior saudade de Limeira é da família e a calmaria. Mas não trocaria por nada a correria que essa metrópole me proporciona. No interior não tinha muitas opções de lazer”, conclui Katiki.

Alerta e sintomas. Quando o estresse está contínuo e causando esgotamento emocional, é importante buscar ajuda profissional para identificar seus causadores, e então pensar em formas de amenizá-los e lidar com eles dentro da realidade física e psíquica. Os sintomas variam e os mais comuns são: cansaço excessivo, dificuldade de se concentrar e executar tarefas que antes desempenhava normalmente, irritabilidade constante, insônia, alterações no apetite, tensões musculares, dores de cabeça, queda de cabelo, gastrite, alergias na pele e tonturas.

Conforme a psicóloga Isadora, organizar a rotina e incluir tempo de descanso, atividades prazerosas e relaxantes, procurar se conhecer para conseguir identificar o que gosta e não gosta, o que te estressa, relaxa, e entender suas limitações podem ajudar a evitar o estresse.

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Ilustração: Bryan Stewart

Centro Médico Padre Pio: excelência e humanidade

Centro Médico Padre Pio: excelência e humanidade

Com quase 27 anos de história e atendendo em média 26 mil pessoas por ano, o Centro Médico Pe. Pio faz parte da Rede de Desenvolvimento Social da Fundação João Paulo II, mantenedora da Comunidade Canção Nova. Marcela Martins, gerente geral da instituição, afirma que todos os atendimentos são realizados a partir de uma abordagem humanizada.

Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) como uma Policlínica, devido a diversidade de serviços oferecidos, dentre os quais é possível evidenciar a atividade do setor farmacêutico que distribui em média 72 mil medicamentos durante o ano. Segundo Marcela, hoje a farmácia da instituição segue as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dos Conselhos Federal e Regional de Farmácia.

a instituição procura aprimorar os atendimentos diariamente. A exemplo disso, está em processo de instauração um software chamado ‘prodoctor’, que organizará de forma digital todos os prontuários médicos da entidade. “É ele que centraliza as informações de todas as consultas e relatórios, gerando assim mais facilidade e segurança aos pacientes”, finaliza a gestora.

Qualidade: um serviço laboratorial de destaque

Marcela Martins, gerente geral do Centro Médico Criada em 1996 diante da necessidade de atender os peregrinos que vêm à Cachoeira Paulista (SP) durante os acampamentos, a então sala de atendimento se transformou em 1999, em Posto Médico Padre Pio, por inspiração da co-fundadora Luzia Santiago. Desde então um novo capítulo na história da área da Saúde na Canção Nova vem sendo escrito. Os atendimentos gratuitos oferecem serviços caracterizados como atenção básica e média complexidade. Atualmente é considerado pelo

Seguindo toda a evolução técnica e profissional presente no decorrer dos anos, outro destaque é o equipamento de ultrassom, serviço que oferece um diagnóstico rápido e preciso ao paciente. Iniciado na instituição em 2020, o exame possibilita à população realizar check ups ou dar continuidade aos tratamentos de doenças. A gerente geral afirma que hoje a ala realiza mais de 50 tipos de ultrassonografias, “contando com um médico experiente, com formação acadêmica para a realização desses procedimentos”, relata.

O intuito do Centro Médico é sempre acompanhar o crescimento e garantir a qualidade dos serviços médico-assistenciais oferecidos. Diante de tal evolução,

Na parede em frente ao laboratório de análise de amostras do Centro Médico consta a placa que diz: “O Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) declara que o Laboratório de Análises Padre Pio na avaliação de 2020 obteve o desempenho Excelente”. Seguindo as exigências da ANVISA, desde novembro de 2005 a instituição realiza seu processo de Controle de Qualidade Externo com o auxílio do PNCQ. Com o serviço de análise nos setores de bioquímica, imunologia, hematologia, urinálise e parasitologia, o laboratório é avaliado mensalmente pelo programa de controle externo da qualidade nacional. A Anvisa, através da RDC

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“ O paciente, e não a doença, é o foco do atendimento”
Por Cleyson Martins e Gabriela Mendes Fotos: Wesley Almeida/ Reprodução Canção Nova/ Centro Médico

302/2005, que diz todos os laboratórios devem garantir a qualidade dos procedimentos por meio do Controle Interno, em que a instituição deve monitorar o processo analítico por meio da análise das amostras controladas, e o Controle Externo, que consiste na participação da clínica em Ensaios de Proficiência para todos os exames realizados na sua rotina.

“O PNCQ envia as amostras para controle na 1ª semana do mês, o laboratório as recebe, as analisa, e envia de volta os resultados até o dia cinco do mês seguinte”, explica Joyce Cristiane do Amaral Assis, bióloga coordenadora do laboratório. Com os resultados em mãos, o Programa realiza os cálculos estatísticos e disponibiliza o relatório geral das instituições avaliadas.

A ala laboratorial conta com três biólogos, um técnico de laboratório e uma recepcionista, em 2021 e 2022 eles receberam placas comemorativas por seu excelente desempenho. Para a coordenadora, é possível “contar não só com qualidade técnica, como também um serviço de forma humanizada”.

Visando cada dia mais oferecer um serviço habilidoso e facilitar a vida dos pacientes, o laboratório inova disponibilizando os resultados de exame on-line pelo site. Na hora do cadastro o paciente pode optar por retirar seus resultados impressos no próprio laboratório, ou pela internet.

Método Billings: compromisso com a vida e a família

Inaugurado em 2009, o Centro de Formação Famílias Novas é um serviço de saúde sexual e reprodutiva prestado dentro do Centro Médico Padre Pio. Ele pretende educar as pessoas para que elas “possam reconhecer a fertilidade como um dom, como algo a ser cuidado de forma responsável no que diz respeito à transmissão da vida.”, explica Fabiana Azambuja, responsável pelo projeto. O segundo objetivo é reeducar as pessoas sobre o sentido da sexualidade humana, trata-se de como se pode viver colocando em nosso cotidiano valores como o direito e respeito à vida e ao corpo, além da dignidade humana. Através do Famílias Novas, os participantes são tratados com o Mé-

todo de Ovulação Billings (MOB), baseado na observação cuidadosa das características e padrões do muco cervical durante o ciclo menstrual. Através deste, é possível identificar períodos mais férteis na mulher para alcançar a gravidez, ou para espaçar a gestação.

Esse trabalho é um dos métodos moralmente aceitos pela Igreja Católica para a vivência da paternidade responsável. Através da Encíclica Papa Paulo VI, de 1968, chamada Humanae Vitae, o pontífice fala sobre a regulação da natalidade. Na época, a Igreja reuniu cientistas, médicos e casais para juntos analisar possíveis métodos naturais de regulação da natalidade. Depois desses estudos se chegou ao MOB.

Unindo forças para o bem comum

A relação entre o Centro Médico Padre Pio e a Secretaria de Saúde Municipal se dá através de uma parceria não formal, de mútuo apoio. A entidade filantrópica e o órgão público trabalham juntos para atender todos que busquem apoio médico.

Conforme narra o Secretário de Saúde de Cachoeira Paulista, Rafael Carvalho Franco, os serviços prestados pelo Centro Médico Padre Pio ajudam no atendimento público e diminui as demandas no município. Mesmo sem ter ligação com o SUS, a instituição atende de forma gratuita. “O Centro Médico atende toda a nossa população, inclusive casos em que o paciente precisa de um exame ou atendimento com certa urgência, e a agenda de Saúde Pública do município está muito apertada”, explica Franco.

Ao mesmo tempo, durante períodos em que a população de visitantes na Canção Nova é muito grande, o Pronto Socorro Municipal e o sistema de saúde público absorvem essa demanda flutuante. É graças a essa relação de apoio entre a Secretaria da Saúde e o Centro Médico que é possível atender não apenas os cerca de 35 mil habitantes, mas também garantir atendimento emergencial para a população flutuante de turistas e fiéis que visitam a cidade todos os anos. “Nós unimos forças”, finaliza Rafael.

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Relatos de vida Relatos de vida

Paciente do serviço de curativos no Centro Médico Padre Pio, Rosimeri Aparecida do Prado Oliveira tem 48 anos, e devido a uma trombose, adquiriu uma úlcera em sua perna direita. Ao todo, são quatro anos de tratamento. Além desse serviço, a paciente também é atendida há aproximadamente um ano e meio pela cardiologia devido ao problema de pressão alta. O Centro Médico não é destaque somente pela qualidade dos equipamenos e profissionais, mas pela maneira como o atendimento é realizado. Para a paciente, é possível se sentir amada e isso ajuda muito no tratamento. “As enfermeiras com as quais faço curativo, vibram com cada melhora, seguram minha mão e me encorajam a ser forte e não desistir. Cada dia de curativo é especial, é um centímetro que diminui, e menos dor, é a cura chegando”, afirmou.

Com 26 anos, José Bento Souza Nunes Ribeiro, já com a imunidade bem baixa, foi diagnosticado com meningite e tuberculose. Porém, o caminho para descobrir o que estava acontecendo foi lento e nesse meio tempo, ele foi piorando. Diante das complicações, o paciente perdeu o movimento das pernas e precisou do recurso da fisioterapia para voltar a andar, foi aí que o Centro Médico entrou na sua história. Hoje a ala da Fisioterapia conta com mais de cinco áreas de atendimento, equipadas com bicicletas ergométricas vertical e horizontal, ultrassom de 1 e 3 MHz, estruturas ergométricas e estúdio de pilates. Para José Bento, todos os recursos do Centro Médico fizeram total diferença, já que no sistema de saúde da Santa Casa em Cachoeira Paulista, faltam equipamentos e as sessões de fisioterapia são muito rápidas. “Como eu preciso desenvolver novamente a coordenação motora, é preciso fazer com mais recursos e mais sessões durante a semana”, afirmou o paciente.

Natural de Santa Catarina, Gisele Aparecida dos Santos Bertoldi, de 42 anos, utiliza o espaço de saúde Padre Pio há seis anos, desde que se mudou para Cachoeira Paulista. Satisfeita com o atendimento, descreve a unidade com muita alegria, e conta que não só ela utiliza as especialidades do centro, mas toda sua família. “Aqui somos tratados com humanidade. Fazemos exames, consultas, ultrassonografia, sessões de fisioterapia, pilates, fonoaudiologia, terapia ocupacional, pediatria e ainda utilizamos o laboratório”, explica. Um episódio em especial muito a emociona: ao realizar exames de rotina na pele, foi descoberto um melanoma, um câncer de pele. “Somente com a descoberta precoce é que eu pude encontrar um tratamento efetivo e salvar minha vida” conta agradecida.

Dr. Renan Borges Pedrosa está em Cachoeira Paulista há cerca de 10 anos. Foi voluntário e depois efetivado no Centro Médico Pe. Pio. Além do respeito e humanidade com que cada paciente é tratado, ele fala de ternura, respeito e amor no tratamento. “O principal diferencial do Posto Médico é um cuidado para conosco.” Renan explica que como médico, se assume o papel de cuidador, mas que também é gratificante ser cuidado pelos seus semelhantes.

O especialista destaca como a instituição é especial, dentre todos os lugares em que trabalhou. “Poder compartilhar dessa missão, sentir o carisma de prover a saúde e fazer o bem, pautado nos valores da fé, me faz uma pessoa totalmente completa”. Assim como Jesus, fazer o bem, acolher com amor e ser solidário com todos. E acrescenta: “O aprendizado que levo comigo, é de ter fé e ter esperança apesar dos diagnósticos”.

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Fotos: Arquivo Pessoal/ Cleyson Martins/ Evandro Lima/ Vitória Victal

Câncer cerebral camuflado: diagnóstico e tratamento

Câncer cerebral camuflado: diagnóstico e tratamento

O corpo humano funciona como uma fábrica, que precisa de todos os empregados para funcionar perfeitamente, possuindo um indivíduo em particular que administra tudo e dá as ordens, para que nada saia dos eixos. Pode-se afirmar que o cérebro é essa pessoa que comanda tudo, se ele falhar, consequentemente irá refletir em outra parte do corpo, como afetando a função motora. O câncer cerebral Glioblastoma Multiforme, começa a se manifestar dessa maneira, e ninguém sabe o que está acontecendo, porque é muito pouco discutido e abordado.

Glioblastoma multiforme faz parte do grupo dos gliomas, pois atinge um grupo específico, chamado de “células da glia”, elas auxiliam na composição do cérebro e nas funções dos neurônios, ou seja, ele irá se manifestar na falha de algum movimento motor, como dificuldade em andar, falar, entre outros. “Esse câncer apresenta quatro graus, igualmente aos outros, porém, na maior parte dos casos vindos até nós, estão no quarto grau, último e mais agressivo, por conta de se manifestar em uma região não ligada ao cérebro e muito menos aparentar ser um tumor, tornando o diagnóstico complicado de ser descoberto e revertido”, afirma a oncologista Priscila Braile, 38 anos, da Unimed de Limeira, São Paulo.

A rotina do ser humano consiste em acordar, fazer a primeira refeição do dia, escovar os dentes e sair para trabalhar. Pode não parecer, mas todas essas ações são comandadas pelo cérebro, ele manda e processa as ações para serem executadas. Quando um simples neurônio é atacado, vai se desprendendo dos outros, começa a deixar de exercer sua função, afetando toda a rotina do hospedeiro.

Márcia Regina Rocha Gonçalves, 55 anos, secretária de escola pública, esposa e mãe de duas meninas, viveu essa realidade. Pos-

suía uma vida normal, até que em uma tarde, andando de bicicleta, sentiu sua perna pesada e acabou caindo. “Jamais cogitaria que um joelho inchado, que dificultava o meu andar, era uma reação de um câncer cerebral agressivo, e sim algum problema ortopédico, me levando a quatro ortopedistas diferentes, me jogando para outros por não saberem o que estava acontecendo, me deixando perdida”, conta Márcia, que só conseguiu entender seu diagnóstico quando encontrou um oncologista.

Um Glioblastoma apresenta um quadro irreversível, muitas vezes com “prazo” de vida. Segundo o Registro Central de Tumores Cerebral dos Estados Unidos (CBTRUS) a taxa de sobrevida em 5 anos entre 20 a 44 anos é 22%; 45 a 54, 9% e 55 a 64, 6% de chance. “Por mais que não se tenha a cura e o tumor possua um crescimento mais rápido e ágil comparado a outros, o tratamento existe e prolonga o tempo de vida do paciente. Ele consiste em cirurgia para a retirada do tumor,

após sessões de radioterapia e quimioterapia. O paciente terá que ter um acompanhamento com neurologista, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos”, informa a Dra. Priscila.

O câncer não afeta somente seu hospedeiro, mas também quem vive ao seu redor. As dores da pessoa se tornam as dos seus. Altair Aparecido Gonçalves, 56 anos, professor estadual de matemática e esposo de Márcia, comenta que procura passar o máximo de apoio e conforto nesse momento abalador para a família. “No primeiro momento, eu e minhas filhas sentimos muito, pergunta-se o porquê de tal doença, da gravidade, como ter sido evitada, enfim, uma notícia de um diagnóstico que abala e afeta a estrutura familiar. Portanto, em nosso particular, nos apegamos ainda mais a Deus, com muita fé e tomando de ensinamento para minhas filhas, o quanto a Márcia é uma guerreira, que luta dia após dia, não importando o resultado”, finaliza.

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Por Emanuela Gonçalves Foto: Emanuela Gonçalves

Suplementação Alimentar é eficaz na saúde humana

Suplementação Alimentar é eficaz na saúde humana

“A galera que está de férias procura a atividade física pelo tempo de sobra, outras que viajam para litorais e querem uma estética mais bonita, e outras que diminuem a quantidade de comida para as festas de fim de ano”,destaca.

Para que os suplementos e atividades físicas concluam suas funções é necessário ter foco, empenho e dedicação. Em contraponto, as consequências são positivas para aquele que segue o plano de maneira correta. Assim funcionou para Débora Magalhães, que se sente mais disposta, com mais energia e satisfeita com seus resultados.

Cuidar do corpo e da saúde virou modalidade principal em 2022, mas introduzir suplementos alimentares se tornou indispensável na rotina de vários brasileiros. A fotógrafa Débora Magalhães, de 33 anos, chegou na obesidade mórbida pesando 123 kg. Insatisfeita com seu peso, realizou uma cirurgia bariátrica (procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave), eliminando 51kg com o tratamento, cirurgia, alimentação e treino. “Nós, que somos Bariátricos, não conseguimos bater a meta de proteína diária devido à pouca quantidade de alimentos ingeridos diariamente. E também com a prática de exercícios, se faz necessário para podermos ganhar massa muscular, ter menos fadiga, visando melhorar nosso desempenho físico”, conta. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar doenças. Sua finalidade é fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação. Para melhor resultado, a atividade física merece estar alinhada. “Eu treino no mínimo 5 vezes na semana, faço musculação, CrossFit 2 vezes na semana e Bike 1 vez na semana. Faço uso diário do WheyProtein”, informa a esportista Débora.

Apesar dos benefícios que os suplementos alimentares possuem,

aqueles compostos por vitaminas podem trazer malefícios. É o que diz o Nutricionista Clínico e Esportivo Francisco Cordeiro, de 25 anos. “Uma hipervitaminose de vitamina C, dependendo da alta quantidade, pode acidificar o PH do sangue e trazer malefícios para funções hepáticas”.

Os compostos, como pré-treino e suplementos alimentares, são similares. Os “pré-treinos” são estimulantes que ajudam o desempenho da pessoa para melhorar a aptidão física no exercício e aumento de força. Cordeiro ainda conta que os estimulantes têm o intuito de promover o desempenho. “São considerados suplementos alimentares”, conclui.

Segundo a pesquisa feita pela WW, empresa no segmento de bem-estar, em 2022, 91% dos brasileiros pretendem priorizar o seu bem-estar e 40% investir na perda de peso. A ideia é melhorar a saúde física e mental, a autoestima e a confiança. Outro ponto importante é que 66% dos brasileiros amam o próprio corpo, mas consideram que perder peso ajuda a melhorar a saúde.

Há alguns objetivos específicos na procura de atividades físicas, principalmente no final do ano, conhecidos como “projeto verão”. Diego Prado, 29 anos, é personal trainer e professor de Educação física, e relata que a busca por exercícios físicos está em alta.

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Por Vitória Victal Foto: Ana Carolina/Evandro Lima/Vitória Victal

O valor da saúde: gasto ou investimento?

Segundo estudo divulgado pela Peter G. Peterson Foundation, os estadunidenses pagam um dos maiores valores com saúde no mundo. São 12.500 dólares gastos por pessoa, ao ano. Em outros países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o gasto é de cerca de 4.166, um terço do valor dos americanos. No caso do Brasil, temos o Sistema Único de Saúde, que oferece tratamento médico e medicamentos.

Caso haja falta de cuidado, a saúde pode se agravar, tendo um alto preço, seja ele físico ou econômico. Os homens costumam se preocupar menos com a saúde do que as mulheres, mas segundo a Sociedade Brasileira de Urologia,

essa situação vem se revertendo nos últimos anos. De acordo com a pesquisa feita entre 2016 e 2020, os homens aumentaram

em 49,96% a procura por assistência médica. Em 2019, a proporção de mulheres que buscaram orientação médica foi 82,3%, maior que a de homens (69,4%), segundo dados do Programa Nacional de Saúde.

Francisco Carlos Vieira de Barros, 70 anos, conta que no ano de 2020, com seus filhos em Pindamonhangaba (SP), se alimentou e foi dormir. Logo após, acordou passando mal, com ânsias de vômito, tonturas e dificuldades para enxergar. A princípio achou que era algo simples. Foi socorrido pelo Hospital de Pindamonhangaba, onde permaneceu internado por dois dias e informado que sofreu AVC. Após alguns exames e testes médicos, foi liberado. Atualmente possui várias sequelas, entre elas problemas intestinais e pulmonares. Com o auxílio da esposa, melhorou, após seguir os horários corretos para a alimentação, sono,

e medicação para circulação e fortalecimento das células. Recomenda a todos que se cuidem, preventivamente: “Alimentação saudável e exercícios físicos, além de proporcionarem uma melhora na qualidade de vida, evitarão custos financeiros futuros.”

Saúde Integral

Segundo Dr Luciano Veloso Bertolini, médico geriatra, ortomolecular e da longevidade saúdava

rotransmissores, controlando a harmonia emocional. “O homem, por uma questão cultural enraizada ao longo do tempo, se acha imbatível, nunca está ou ficará doente. Já as mulheres, se preocupam desde jovens com a saúde. Essa situação tende a melhorar no decorrer dos anos, pois a nova geração está procurando se cuidar um pouco mais”, lembra o médico.

O segredo é o equilíbrio

A dona de casa Gisele da Silva, 42 anos, conta que durante a adolescência sofreu com a baixa autoestima, melhorando após 20 anos, por meio das práticas de esportes na academia. Aos 30

anos, devido ao excesso de exercícios, sofreu uma lesão, deslocando a bacia, afetando quadril e os joelhos. Optou em não fazer cirurgia de ligamento, deixando que o encaixe ocorresse naturalmente. Ficou paralisada por um período de um ano, sofrendo com dores, passando por inúmeras sessões de fisioterapia,

que amenizavam um pouco, mas não resolviam o problema de forma definitiva.

prevenção para uma vida mais saudável e longeva, sem muitas complicações, é importante. Assim se economiza com medicamentos, e se evita os efeitos colaterais que os mesmos causam. O especialista ressalta que as doenças comuns que afetam a população atualmente são: diabetes, hipertensão, obesidade e doenças mentais, já que ansiedade e depressão, consideradas enfermidades do século, vem ganhando grandes proporções. Os exercícios físicos leves e moderados previnem essas doenças, pois auxiliam na produção de endorfina e serotonina, responsáveis pelos neu-

Atualmente, Silva voltou a frequentar academia, porém, de maneira mais consciente e moderada. Pratica também esportes de forma regular, entre eles, natação e vôlei. “É muito importante cuidar de si mesmo , mas sempre se preocupando com os excessos que podem ser muito prejudiciais”, frisa Gisele.

O trabalho, a família, compromissos sociais, a correria do dia a dia, nada disso faz sentido, não tendo saúde. Mudanças de hábitos, alimentação saudável, prática de exercícios, tudo bem alinhado vai contribuir para uma harmonia entre corpo e espírito. Investimento para uma vida mais saudável e longeva.

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Ilustração: Bryan Stewart

Como envelhecer bem?

Como envelhecer bem?

A população idosa brasileira é composta por 29.374 milhões de pessoas, totalizando 14,3% da população total do país, segundo dados do IBGE. Desse modo a ampliação da cobertura de atendimento médico e cuidados redobrados com pessoas da terceira idade se tornou prioridade, visando sempre garantir o desenvolvimento de uma velhice saudável, além da prevenção e conscientização de doenças físicas e psicológicas durante a fase adulta.

Um exemplo de envelhecimento sadio é a vivência de Flora Souza de Oliveira, que aos seus 75 anos, possui facilidade em desenvolver atividades do dia a dia de forma independente, como dirigir, fazer compras, ir a consultas médicas, além de fazer pilates e fisioterapia. “Eu me sinto uma pessoa ativa, procuro não me aventurar naquilo que eu vejo que eu não vou dar conta, mas sempre agradeço a Deus por estar com vida e com saúde, e poder acolher cada dia como uma oportunidade de me tornar uma pessoa melhor”, relata.

A geriatra Ana Lúcia Vilela afirma que envelhecer bem consiste em consentir a velhice como um

processo de aceitação interior, e que nele trabalhamos o bem estar biopsicossocial, capacitando nossa saúde física e enfermidades que são decorrentes da idade, nossa saúde mental e a relação como cidadão perante à sociedade.

Dados do Ministério da Saúde de 2018 apontam que 39,5% dos idosos possuem alguma doença crônica e quase 30% possuem duas ou mais. Portanto, é possível afirmar que o processo de aceitação da idade e o desenvolvimento de uma vida saudável visando uma boa velhice possuem um desfalque em toda população brasileira. ”A velhice é a parte da vida em que colhemos o que plantamos, então hábitos não saudáveis como sedentarismo, tabagismo e etilismo vão diminuir as condições de saúde que temos, gerando doenças crônicas degenerativas comuns, que aparecem aos 40 anos, como hipertensão, diabetes e colesterol alto, conclui a geriatra.

Outro fator predominante no processo de envelhecimento é o contato com familiares e cuidadores. Sentir-se cuidado e amparado por alguém, pode ajudar a enfrentar doenças agudas como o

câncer e o Alzheimer. “Propor uma vida mais leve às pessoas idosas, é tudo o que elas precisam, incentivar a viajar, caminhar, praticar jogos de tabuleiro, conversar sobre coisas do passado, aprender com eles na culinária, passar a valorizar esse idoso. Se nós soubéssemos como é bom acompanhar a velhice de alguém, e ver o tanto que ele tem para passar, a gente faria da nossa vida mais rica e faria ele se sentir mais digno de passar seus ensinamentos”, afirma a psicóloga Renata Ribeiro.

Cuidados estes que foram vivenciados por Daniela Mascota, 47, que após um diagnóstico de um câncer de seu pai, deixou sua vida para se dedicar a ele. “Ter cuidado do meu pai nesses últimos tempos de lucidez da vida dele foi um privilégio que poucos têm. Ninguém me pediu, foi um impulso do meu coração, e hoje eu vejo quanto foi importante, tanto para ele que sentiu todo o amor que eu pude retribuir ao amor que me deu ao longo da vida, e para mim, que pude demonstrar o quanto ele foi um bom pai e um bom homem, e eu acho que isso não tem preço”, afirma.

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Foto: Yasmin Santos

Saúde mental e resiliência

Viver de forma equilibrada em meio aos desafios que a vida oferece está diretamente relacionado com as atitudes de cada indivíduo em superar confrontos. “Apesar das dores e diversas noites de insônia, não me deixei abater”, relata Uelilda Maria Cizenok, 63, casada e mãe de 3 filhos. Assim como ela, homens e mulheres sofrem com dores e não imaginam que isso pode se tratar de uma patologia referente à saúde mental. A Organização Mundial de Saúde (OMS), em junho de 2022, divulgou que em 2019, um bilhão de pessoas apresentaram transtorno mental. Esse dado revela diversos motivos, entre eles a perda do sentido da vida e traumas emocionais. O autoextermínio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% das mortes ocorreram antes dos 50 anos. Os transtornos mentais são a principal causa de inaptidão, sendo um em cada seis anos, vividos com incapacidade. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido às doenças físicas.

Para Uelilda, o alerta veio pelas dores no corpo, levando-a a investigar qual seria o diagnóstico. Descobriu estar com fibromialgia, porém, não tinha conhecimento de se tratar de uma doença crônica sem cura. A enfermidade foi desencadeada por problemas decorrentes do primeiro casamento. “Alguns médicos diziam que eu estava depressiva, mas na realidade eu nunca aceitei essa palavra

para a minha vida, eu não queria isso, porém, os sintomas estavam presentes, cansaço, dores por diversos pontos do corpo, e alterações intestinais”, descreve Maria.

Mesmo vivenciando esta situação, a dona de casa precisou cuidar de outras pessoas da família: a sogra com câncer, o esposo após um AVC, a cunhada que sofreu um acidente, e o pai com Alzheimer. “Ele perdeu a memória e o equilíbrio. Parei de trabalhar e revezava com os irmãos os cuidados com o pai, ficava nove dias direto, durante 24 horas na minha escala. Tinha que tirá-lo e colocá-lo na cadeira e na cama, mesmo sentindo minhas dores no corpo”. Em meio às suas dores, deprimida e com ansiedade, uma frase a ajudou nesse trajeto. “Ter um sorriso nos lábios, mesmo que tenha um calvário no coração.” Uelilda decidiu não descontar nos outros seu sofrimento. O cansaço foi um grande desafio e tudo era um sacrifício “A minha dor não foi empecilho para eu ajudar as pessoas. Eu não fiquei focada somente em mim, e mesmo com problemas me coloquei para ajudar quem estava precisando. A dor é de quem sente, não posso medi-la ou compará-la com a minha. Quero sempre ir além na ajuda aos outros, para além de onde fui”.

A psicóloga Manuela Costa e Cordeiro realiza atendimentos em Salvador desde 2010, e explica que as pessoas estão cada vez mais conscientes da necessidade da busca pela saúde mental. “Não é necessário esperar o ado-

ecimento, um bom acompanhamento psicoterápico pode servir como prevenção. Contudo, ainda existem alguns preconceitos pela busca de atendimento, alguns buscam ajuda quando passam por sofrimentos e dificuldades para gerir conflitos, outros já no adoecimento psíquico que prejudica a saúde mental”, conta.

Cordeiro reafirma que deve-se compreender a saúde não apenas como ausência de doença, mas é necessário ter uma visão integral do homem em todas as suas dimensões: biológica, psíquica, social/relacional e ética/espiritual. A psicóloga indica que uma boa alimentação e suplementação, contato com o belo que o mundo oferece, boas relações interpessoais e atividade física contribuem para uma mente mais saudável. Uelilda recorda um fato importante, o de que não se deixou abater e cumprir suas tarefas, independente do que estava sentindo. Também não deixou de ajudar as pessoas próximas, mesmo com o humor oscilando e precisando tomar remédio.

A história de Uelida lembra que, diante das dificuldades, uma pessoa pode ser altruísta, além de realizar ações pensando no bem-estar de quem está ao seu redor, mesmo que isso gere sacrifício aos seus próprios desejos. É a capacidade de saber lidar com seus próprios problemas, de sobreviver e superar momentos difíceis, diante de situações adversas, ser resiliente. Caridade que oferta e está atenta ao próximo.

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Foto: Ana Carolina/Evandro Lima

A ajuda da musicoterapia no desenvolvimento do ser humano

A ajuda da musicoterapia no desenvolvimento do ser humano

Por Clara Negre

A musicoterapia teve início após a Segunda Guerra Mundial. Nessa época, os médicos contratavam músicos para tocar para os pacientes que chegavam mutilados da guerra, com a intenção de amenizar o sofrimento deles após o combate. Os pacientes que recebiam os artistas se recuperavam mais rápido, comparado aos que não recebiam este tratamento. A partir deste evento, começaram-se os estudos, publicações, congressos e cursos para saber se realmente era a música que ajudava na recuperação mais rápida.

Música faz com que as pessoas sintam emoções positivas ou negativas, melhora o humor, a atenção, concentração, a memória e lembranças profundas, ela desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento. Ela ajuda pessoas com Alzheimer, TEA (Transtorno do Espectro Autismo) e outras situações. Everton Wenceslau, 23 anos, declara o quanto a música foi importante no seu processo de cura e hoje ela é uma grande companheira dele. “A música se tornou um complemento da minha autoestima e está ligada diretamente com os meus sentimentos. As músicas servem como terapia, e fazem com que eu fique mais calmo, pensativo e feliz. Ela me centraliza. Sempre que estou triste, aborrecido ou passando por uma dificuldade, é a música que me conduz. Ademais, nos momentos de felicidades, se torna crucial. Portanto, me ajuda a encontrar definições emotivas, fazendo com que eu me compreenda melhor.”

De acordo com Alexandre Gomes, musicoterapeuta há 9 anos, filiado à FENAT (Federação Nacional dos Terapeutas), diz que quando se fala de musicoterapia, é preci-

so saber que ela vai trabalhar de dentro para fora. A música recorda sons daquilo que a pessoa já teve no passado. Completa dizendo que o intuito desse método é fazer com que o cliente/paciente enxergue novas possibilidades para a sua cura, ativada a partir dos sons.

A terapia musical é baseada em evidências e qualquer paciente pode ser beneficiado, desde os bebês não nascidos até o idoso em seu último suspiro. Quanto mais cedo a pessoa tiver contato com a música, mais estímulos vai estar recebendo para fortalecer conexões no cérebro inteiro, segundo a musicoterapeuta Sarah Carolinne, especialista em musicoterapia aplicada, supervisora clínica e professora pela FASM (Faculdade Santa Marcelina).

Suelen Sayad, 31 anos, de Taubaté-SP, é mãe de Renan Victor Sayad, 12 anos, e procurou a musicoterapia como ajuda para seu filho que tem o TEA. “O Renan desde pequeno gosta muito de música, ele ama tudo que é relacionado a música. Vi que a música se desenvolve muito bem nele, então acho que isso vai ajudá-lo até mesmo na fala, porque solta só algumas palavras, tipo “titia, mamãe”, ele não é totalmente verbal, então a música iria dar uma alavan-cada. Eu vejo que para o Renan é libertador. Todas as vezes que ele vai para a musicoterapia, ele fica mais leve.” diz Suelen.

Na escola também é muito importante esse contato com a música. O professor de música do Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista-SP, Márcio Pereira, relata que percebe várias mudanças em seus alunos na instituição. “Aquele aluno que era muito agitado, consegue se acalmar, o que era mui-

to fechado, consegue se expandir mais em suas relações, outros têm usado a música como uma aliada no combate à ansiedade.”

Primeiro, devemos educar a alma através da música e, a seguir, o corpo através da ginástica”

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Foto: Evandro Lima/Vitória Victal
Platão

Livros cristãos sobre questões de fertilidade e sexualidade

Fabiana Azambuja, responsável pelo Centro de Formação Famílias Novas, escreveu dois livros sobre como o método Billings funciona e afeta a vida das famílias participantes. São as obras: “Gerar Vida no Amor com Responsabilidade” e “Cada ciclo conta uma história”.

O primeiro livro, publicado em 2021, “nasce com a inspiração de integrar a geração da vida com responsabilidade e generosidade”, diz a autora. Ela explica que no século XXI, vivemos muitas polarizações, mas o livro veio para trazer a integralidade na ação humana de transmitir a vida com pessoas sexuadas, com responsabilidade e amor.

Seu segundo livro, que ainda será lançado, chama-se “Cada ciclo conta uma história”, e fala de pessoas que utilizaram o método de Ovulação Billings, e como isso os afetou. “O objetivo é provar a eficácia, eficiência e benefícios do MOB na vida dessas famílias [...] que têm suas vidas transformadas”, finaliza.

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Foto: Vitória Victal Por Gabriela Mendes

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