Boletim Jornalístico - Santidade

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chamados à o caminho o qual os Santos percorreram até sua canonização

Papo com

Você sabe qual é o caminho de pessoas comuns para chegarem à santidade? Os santos e santas são aqueles à frente do seu tempo. Vidas que cumpriram os preceitos de Deus e alcançaram a fama de santidade. Exemplos e intercessão para fiéis da Igreja Católica, eles estão presentes

Assim como São João Paulo II, acreditamos que: “o Brasil precisa de santos; o Brasil precisa de muitos santos!”, sendo assim, nas próximas páginas você descobrirá o caminho daqueles que percorreram e percorrem rumo à canonização.

Este boletim, elaborado pelas alunas do 2º período de Jornalismo da Faculdade Canção Nova, tem o objetivo de orientar como se dá o processo até a santificação, divulgar histórias e testemunhos de fé pela intercessão de servos, beatos, santos brasileiros, como a beata Nhá Chica e servo de Deus Padre Léo. Além de evidenciar os 15 anos de canonização do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão.

Convidamos você, leitor, a mergulhar nesse conteúdo e se deslumbrar pelos conhecimentos e testemunhos que este boletim traz. Conforme a frase do servo Padre Léo, “é preciso deixar marcas de eterno por onde passamos e com quem convivemos”. Desejamos deixar marcas de santidade em seu coração.

Boa leitura!

FACULDADE CANÇÃO NOVA Dezembro, 2022

Boletim Informativo Laboratorial produzido pelas alunas do 2° Período do curso de Jornalismo.

Textos: Bruna Marinho, Flávia Sá e Mayara Lopes

Projeto Gráfico e Diagramação: Bruna Marinho

Santos Ilustrados: Ana Carolina O

Fotografia: Bruna Marinho, João Paulo Ferreira e Maria Fernanda Alves

Disciplina Veículo: Produção Textual em Jornalismo (Prof. Me. Ioná Piva Rangel)

Disciplinas Suportes: Editoração e Planejamento Gráfico (Prof. Me. Darwin Mota) e Fotojornalismo (Prof. Me. Willian Brazil)

Contatos: coordjor@fcn.edu.br / 12 3186 2450

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Expediente o Leitor

Igreja celebra os 15 anos de canonização de Frei Galvão

Os impactos do turismo religioso em Guaratinguetá-SP

Há 15 anos, o país ganhava o primeiro santo brasileiro: o frade Franciscano Antônio de Sant’Anna Galvão, mais conhecido como Frei Galvão. A canonização aconteceu no Aeroporto “Campo de Marte” em São Paulo, em uma celebração presidida pelo então Papa Bento XVI, quando esteve em viagem Apostólica ao Brasil por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.

te, em 8 de dezembro de 2010, por Dom Raymundo Damasceno Assis, o Santuário Arquidiocesano de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, possibilitando uma melhor estrutura para os devotos que visitam o Santuário. Antes, o local era uma Capela dedicada a São José, que desde 1996 também carregava a devoção a Frei Galvão. Em 2021, os Frades Franciscanos (OFM) assumiram o Santuário atual. Dois meses depois, deu-se início às obras de construção do novo Santuário, com o plantio de árvores no Parque ‘Laudato Si’, nome que homenageia a primeira encíclica do Papa Francisco.

Pílulas e Testemunhos

Por Flávia Sá

A busca pelas pílulas milagrosas de Frei Galvão teve início quando Frei Galvão visitou sua cidade natal, sendo procurado por um grupo de pessoas para que fosse rezar, em uma fazenda, a um homem que sofria com pedras no rim. Na ocasião, o religioso não teria tempo de realizar a visita, e escreveu uma oração: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: mãe de Deus, intercedei por nós”. Em seguida, dobrou e recomendou que dessem ao doente como se fosse um remédio, durante a oração do terço. Um tempo depois a notícia dada era de que o homem tinha se curado.

Com um testemunho fervoroso e virtudes autênticas por meio da fé, esperança e caridade, a história do primeiro santo brasileiro é de grande inspiração, já que viveu no seguimento de Jesus a partir do carisma franciscano, sendo promotor da Paz. Frei Costa (OFM), responsável pela comunicação do Santuário em Guaratinguetá-SP, recorda que “os que almejam a santidade e respondem com empenho e sinceridade recebem este prêmio. Assim foi a vida de Frei Galvão”. O religioso convida todos “a celebrar sua santidade na terra, e a plenitude de sua vida em Deus”.

Em setembro, concluiu-se a pavimentação do entorno do Santuário. Em 25 de outubro do corrente ano, aconteceu a inauguração da Alameda de Frei Galvão e a conclusão da primeira etapa de construção. Ainda não há previsão de término para esta etapa inicial, já que depende de doações de fiéis e outros investimentos.

Muitos relatos de graças alcançadas por Frei Galvão e suas pílulas foram testemunhados pelos devotos, assim como do aposentado Roberto de Moura Reis, marido de Lucilene Pereira Fialho Reis de Guaratinguetá-SP, que ficou em estado grave de saúde ao contrair H1N1, em 2011. A família fez a novena e tomou a pílula por intenção da cura de Roberto. Lucilene conta que o marido foi curado da H1N1 e surpreendentemente do vício do alcoolismo, uma vez que não havia feito este último pedido.

Após uma década e meia de canonização, dentro das comemorações do bicentenário de sua morte, a divulgação e eventos ao santo cresceu. Thereza Regina de Barros Camargo Maia, presidente e diretora do Museu Frei Galvão e Arquivo Memória de Guaratinguetá, conta que as visitas aumentaram na cidade, através, principalmente, “da divulgação em todos oo setores: das Igrejas, livros, rádios e televisões”.

Também foi constituído canonicamen-

A Casa de Frei Galvão fica aberta de se gunda a domingo, das 9h às 18h, na rua Frei Galvão, 78, em Guaratinguetá-SP.

Para maiores informações do Santuário Arquidiocesano de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, acesse o site: santuariofreigalvao.com

Frei Galvão/Foto: Bruna Marinho Thereza Regina de Barros Camargo Maia, presidente e diretora do Museu Frei Galvão e Arquivo Memória de Guaratinguetá/Foto: Bruna Marinho Frei Diego Atalino de Melo, reitor do Santuário Frei Galvão Galvão/ Foto: João Paulo Ferreira Alameda de Frei Galvão/Foto: João Paulo Ferreira Pílulas de Frei Galvão/Foto: João Paulo Ferreira Casa de Frei Galvão/Foto: Bruna Marinho
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Os passos até a Canonização

Entenda como é o processo para se tornar um santo da Igreja Católica

Há 31 anos, na cerimônia de beatificação de Madre Paulina Coração Agonizante de Jesus, o então papa e hoje santo, São João Paulo II, proclamou que “o Brasil precisa de santos; o Brasil precisa de muitos santos!”. De lá para cá, o país ganhou o santo Frei Galvão, Santa Dulce dos Pobres, dentre outros processos em andamento.

As primeiras canonizações brasileiras trouxeram um novo olhar de possibilidade para a santidade no Brasil. Até então, os olhares eram voltados para santos antigos, vindos de outros países. Hoje, segundo a Congregação para a Causa dos Santos, o país possui cerca de 30 processos em andamento.

ouviram sobre o processo. Isso pode dificultar, uma vez que, são os fiéis que “levantam” o santo. É preciso uma vida íntegra e rica em virtudes cristãs e que ecoe após a morte de cada um . Tendo isto firmado e reconhecido, a jornada é aberta até que se confirmem dois milagres e se consagre Santo da Igreja Católica Apostólica Romana.

Para Padre Edson Pereira de Oliveira - reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Beata Nhá Chica e um dos responsáveis pelo processo da beata - acompanhar os processos avançando “é uma grande alegria e ao mesmo tempo um privilégio, saber que nós vivemos, caminhamos e celebramos em uma terra de santos. Em um lugar onde as pessoas se destacaram pela vivência conforme a proposta do Evangelho, mostra que santidade não é uma coisa distante, lá em outro país. A santidade bate à nossa porta”, conta.

A jornada para sair da “fama de santidade” para um santo canonizado é longa e pode ser complexa aos que nunca

O assessor de campanhas da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos no Brasil), Padre Jean Poul Hansen, acredita que aumentando divulgação do processo até a canonização, ajudaria no encontro de novos milagres e causas extraordinárias. Além disso, o sacerdote confia na necessidade de uma formação específica para aqueles que se dispõem a acompanhar todo o caminho. “São muito exigentes e detalhistas. Há que se reconstruir a história, colher depoimentos, investigar os supostos milagres do canditado”, pontua.

“Não há dúvida alguma que divulgar a vida de santidade daqueles que queremos como candidatos ao altar à comunidade é o primeiro processo. Não existe processo de canonização e beatificação, que não tenha uma fama reconhecida pela comunidade”, conta Hansen, que foi confessor da então Serva de Deus Madre Tereza Margarida e aguarda o andamento do processo com expectativa.

Confira nos infográficos a seguir o passo-a-passo para que uma pessoa seja proclamada santa:

Título recebido pelo candidato à santidade, assim que o Vaticano abre o processo.

O candidato a Santo, apresenta virtudes heroicas e fama de santidade em vida, na morte e depois dela.

Aquele que tem seu primeiro milagre reconhecido em Roma.

Torna-se santo aquele que tem o segundo milagre reconhecido.

Servo de Deus 1 Venerável 2 Beato 3 Santo 4
Padre Jean Poul Hansen, assessor de campanhas da CNBB /Foto: Arquivo CNBB) Padre Edson Pereira de Oliveira, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Beata Nhá Chica / Foto: Bruna Marinho
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Fama pela Santidade 1

Aclamação popular. É o povo que “levanta” os santos.

Para o início de uma Causa, é sempre necessário que o eleito tenha uma “reputação de santidade”, ou seja, a opinião comum das pessoas segundo a qual sua vida foi íntegra e rica em virtudes cristãs.

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Fase Diocesana

O postulador¹ pede abertura do processo. Passados ao menos cinco anos da morte do candidato, o postulador, especificamente nomeado, recolhe documentos e testemunhos que podem ajudar a reconstruir a vida e a santidade do eleito.

Fase de Roma

Nesta etapa, acontece a análise dos relatos colhidos na diocese. Escrita a biografia e enviada à Roma, para a Congregação de Causas dos Santos, abre-se oficialmente, um Inquérito na Diocese e o candidato, se aceito, o candidato é definido como Servo de Deus

Aqui o processo deve mostrar - com certeza - a vida, virtudes ou martírio e fama relativa do Servo de Deus. Se o julgamento for igualmente favorável, o Santo Padre, se julgar conveniente, autoriza a promulgação do decreto sobre as virtudes heróicas ou sobre o martírio do Servo de Deus, que assim se torna Venerável

Os candidatos podem ser:

Mártires: aqueles que morreram em defesa da fé.

Confessores: aqueles que foram testemunhas da fé, sem o sacrifício da vida. E a partir de 2007, instituiu-se uma terceira via: a oferta de vida - pessoas que voluntariamente e livremente ofereceram a vida pelos outros, perseverando “até a morte neste sentido, num ato supremo de caridade”.

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A Beatificação

Etapa intermediária em vista da canonização.

Nesta etapa, o candidato declarado mártir, torna-se imediatamente beato. Em outros casos, deve ser reconhecido um milagre , devido à sua intercessão. Comprovado, o candidato é beatificado e passa a integrar o calendário litúrgico de sua diocese, tornando-se Beato

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A Canonização

Acontece quando um milagre é reconhecido após a beatificação.

Para ser declarado Santo, a intercessão efetiva em um segundo milagre ocorrido após a beatificação deve ser atribuída ao beato. Para estabelecer quem é santo, portanto, a Igreja sempre usa uma avaliação canônica. Comprovado, o papa declara de forma definitiva e solene que o fiel católico pode ser publicamente venerado Santo por toda a Igreja e passa integrar o calendário litúrgico da Igreja Católica em todo o mundo.

1 É o representante do requerente de uma causa perante o dicastério e outras autoridades eclesiásticas competentes. A sua tarefa é a de seguir e cumprir prontamente todas as etapas previstas pelo procedimento canônico de beatificação e canonização.

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Padre Léo e Nhá Chica: modelos de santidade para os dias atuais

Peregrinos testemunham experiências de fé e graças alcançadas por meio da intercessão dos futuros Santos

O servo de Deus Padre Léo e Beata Nhá Chica, foram pessoas que contribuíram para a história do catolicismo brasileiro e com fé marcaram a vida de inúmeras pessoas. Eles fazem parte da rota do turismo religioso na região entre o interior de São Paulo e o Sul de Minas Gerais. Ambos estão passando pelo processo de canonização e movimentam, todos os anos, milhares de peregrinos que buscam um encontro pessoal com Cristo por meio da sua intercessão .

Francisca Cruz de Morais, 44, de Patos-PB, conta que alcançou uma graça através da intercessão do Padre Léo. Em janeiro de 2021, ela foi diagnosticada com um câncer. Ao saber disso, ligou para um amigo, que orientou pedir pela intercessão do Padre Léo, e a presenteou com uma relíquia. Depois disso, o tratamento foi transcorrendo tranquilamente. As reações não eram tão fortes quanto as de outros pacientes. Após todo o tratamento, Francisca fez alguns exames e foi constatado que o câncer havia sumido. “Pela fé eu já vivo essa cura e tenho certeza que o Padre Léo continua intercedendo a Deus pela minha vida, pela cura do meu coração e pela minha conversão diária”, declara.

Nhá Chica - Mãe dos pobres

Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, mais conhecido como Padre Léo, veio de uma família humilde de Delfim Moreira, no vilarejo conhecido por Biguá - MG. O carisma de Padre Leo ficou conhecido no Brasil pela atuação na Renovação Carismática Católica. Com um jeito alegre e irreverente de ser, usava de exemplos concretos e simples do dia a dia para chegar aos corações mais endurecidos.

Professor Felipe Aquino, apologéta católico brasileiro, conta que Padre Léo era um homem muito simples, espontâneo e alegre, que gostava de uma boa piada e uma conversa com conteúdo. “O que mais admirei no Padre Léo foi a sua entrega radical a Deus, numa vida de pobreza, vivendo apenas para a Comunidade. O seu testemunho de fé nos últimos dias de vida foi algo impactante para todos que o acompanharam”, conta Felipe Aquino. Padre Léo faleceu em 4 de janeiro de 2007, aos 45 anos.

Francisca de Paula de Jesus, popularmente conhecida como Nhá Chica, nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei - MG. Ainda pequena, sua mãe, seu irmão e ela foram morar em BaependiMG. Ainda muito jovem, era procurada para dar conselhos e orações. Ela cuidava dos pobres, dos ricos e dos mais necessitados, atendia a todos os que a procuravam, sem discriminar ninguém.

Nhá Chica faleceu no dia 14 de junho de 1895, com 87 anos de idade. A igrejinha dedicada a ela, que hoje é o Santuário Nossa Senhora da Conceição, acolhe peregrinos de todo o Brasil: nos finais de semana, chega a receber cerca de 5 mil pessoas.

Antônio Reis, 64, participa da romaria desde 2000, fazendo o trajeto de mais de 74 quilômetros de Três Corações - MG até Baependi . “Eu não me sinto cansado porque é por ela que estou aqui. Eu sigo os seus exemplos e tenho muito a agradecer por tudo que ela fez em minha vida”, disse Antônio.

Ana Lúcia Meireles Leite, miraculada de Nhá Chica e residente em Caxambu - MG, conta que a beata sempre agiu em sua vida de forma milagrosa e que a ouve prontamente. Ana Lúcia relata que foi diagnosticada com uma grave doença no coração. Porém, milagrosamente foi curada. “Pedi a Nhá Chica e ela me concedeu essa graça”, relata.

O servo de Deus Padre Léo e a Beata Nhá Chica fazem memória e suas obras são revividas por todas aquelas pessoas que pedem por sua graça. Para mais informações sobre o Servo de Deus Padre Léo confira no site www.bethania.com.br ou para acessar mais informações sobre a Beata Nhá Chica acesse https://www.nhachica.org.br .

“O amor é a única coisa capaz de mudar as pessoas”.
- Padre Léo
Padre Léo/Foto: Arquivo Canção Nova Professor Felipe Aquino / Foto: Bruna Marinho Beata Francisca de Paula de Jesus. Nhá Chica/Foto: Bruna Marinho Beata Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica/Foto: Bruna Marinho Ana Lúcia Maireles Laite, miraculada de Nhá Chica/Foto: Bruna Marinho Antônio Reis, devoto de Nhá Chica/Foto: Bruna Marinho
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