
É com enorme prazer e sensação de missão cumprida que apre sentamos a 31ª edição d’O Pilão, a revista do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC).
Votos de uma excelente leitura! A equipa d’O Pilão
PóloFaculdadeopilao@nefaac.pt/opilao.nefaacnefaac.pt@opilao.nefaacdeFarmáciadaUniversidadedeCoimbradasCiênciasdaSaúdeAzinhagadeSantaComba3000-548Coimbra
Com esta edição, pretendemos presentear os nossos leitores com informação de extremo interesse. Neste sentido, abordamos temas relevantes da área da Saúde, contando com a colaboração de diversas entidades. Para a “Grande Entrevista”, tivemos a hon ra de entrevistar o Doutor Hélder Mota Filipe, atual Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos e que, ao longo da sua vida tem assu mido cargos fortemente ligados à componente farmacêutica e as sociativa, a quem agradecemos a sua disponibilidade e gentileza em colaborar connosco. Contamos com a Professora Doutora Cátia Sousa, Professora Auxiliar na Faculdade de Farmácia da Universida de de Coimbra (FFUC), para a rubrica “Na sombra de…”, que nos dá a conhecer o seu percurso académico e profissional. O pelouro da Educação e Promoção para a Saúde traz até ti um tema muito inte ressante: Terapêutica com Canabinóides. O pelouro da Pedagogia, por sua vez, dá-te a conhecer mais sobre a Plataforma de Apoio ao Estudante. A cargo do pelouro da Intervenção Cívica e Social terás a rubrica do NEFagir, onde irás encontrar um testemunho, sob a forma de entrevista, acerca de uma experiência de voluntariado internacional.


Ana Raquel Fernandes e Luana Rocha
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O Pilão é a revista informativa do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra.

LAIROTIDE
Ana Raquel Fernandes, Ana Rita Tavares, Ana Sofia Antunes, Beatriz Couceiro, Camila Rodrigues, Inês Rosado, Inês Silva, Joana Abreu, Joana Pereira, Laura Cavalcante, Luana Rocha, Mariana Constantino, Matilde Leite, Raquel Pires, Rodrigo Esteves e Verónica GrafismoDireçãoRedaçãoBragaEditorialePaginação
Ana Raquel Fernandes e Luana Rocha
Caríssimos leitores,
Ficha Técnica
Gostas do que lês e julgas que podes acrescentar valor ao Pilão? Manifesta a tua vontade de integração na equipa através do e-mail: opilao@nefaac.pt
Por fim, queremos deixar uma nota de agradecimento a todos aqueles que colaboraram connosco e que nos ajudaram a tornar esta 31ª edição d’O Pilão possível, nomeadamente: Margarida Ribeiro, Marta Cordeiro, Doutor Hélder Mota Filipe, Professora Doutora Cátia Sousa, Beatriz Valentim, Catarina Contente, Beatriz Couceiro, Eduarda Domingues, Andreia Magalhães, Diana Abreu, Mariana Correia, Mafalda Amendoeira, Patrícia Neves e todos os pelouros do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Aca démica de Coimbra pela ajuda e atenção dispensada. A todos vós, o nosso mais sincero obrigado.

3 04 | Balanço do Mandato do NEF/AAC 06 | VI Honoris Pharma - Gala do NEF/AAC 08 | I Jornadas de Intervenção Cívica: Sustentabilidade Farmacêutica 09 | Café solidário 11 | Grande Entrevista: Doutor Hélder Mota Filipe 14 | Testemunhos - Estágios de Verão 17 | Espaço Pedagógico 18 | III Jornadas Desportivas 19 | NEFagir 21 | XV Congresso Científico NEF/AAC 24 | Na Sombra de Cátia Sousa 27 | Testemunhos de Finalistas 30 | Expressa-te 31 | Terapêutica com Canabinóides 32 | Agenda Formativa D E S T A Q U E S Í N D I C E Grande Entrevista Doutor Hélder Mota Filipe 11 Na Sombra de Cátia Sousa 24


Por fim, o pelouro da Pedagogia assumiu-se como premissa primordial na defesa constante dos direitos e interesses dos estudantes, sejam eles da Licenciatura em Ciências Bioanalíticas, da Licencia tura em Farmácia Biomédica, do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, de Mestrados ou de Doutoramento da FFUC. Apostando numa proximidade fiel e única aos Estudantes, foi nossa pretensão reforçar a vertente pedagógica, através da permanente disponibilidade e da ligação aos Estudantes e aos Órgãos Superiores, defendendo e dando voz a cada um daqueles que o NEF/AAC representa. Tendo

O pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais assumiu-se como um pelouro bandeira, estávamos conscientes da importância de valorizar a vertente profissional, exponenciando a oferta formativa da FFUC. Neste sentido, diversas foram as iniciativas desenvolvidas, quer a IV Feira de Emprego NEF/AAC, como o Programa de Estágios Extracurriculares, sempre com a finalidade de proporcionar o primeiro contacto dos estudantes com o mercado de trabalho. Ainda neste seguimento, e sendo os novos es tudantes um dos focos muito importantes para a equipa do NEF/AAC, apostámos na oferta formativa que a Faculdade disponibiliza, através da dinamização do Dia Aberto da FFUC, em colaboração com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.
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Quase 12 meses depois do início do mandato, as atividades e os desafios superados são imen sos e as memórias ficam no seio de todos nós. Cientes do trabalho árduo e dos inúmeros desafios ine rentes ao compromisso de pertencer a uma Estrutura Associativa como o Núcleo de Estudantes de Far mácia da Associação Académica de Coimbra, decidimos assumir o leme deste mandato, fortalecendo a proximidade aos Estudantes e honrando os princípios que levaram à fundação deste Núcleo. Enquanto Dirigentes Associativos, enquanto Estudantes e enquanto Cidadãos, face à situação pandémica que se viveu, foi fulcral reinventar e adequar as diversas atividades às necessidades dos diferentes contextos académicos, cada momento foi um momento. Quisemos promover a aproximação entre todos os es tudantes, corpo docente e não docente, sendo perseverantes e tendo sempre como objetivo honrar a essência daquele que é o Núcleo mais antigo da Academia de Coimbra, que perfez 35 anos de História.
Balanço do Mandato 2021/2022
Outra bandeira do nosso mandato prendeu-se com a exponenciação do pelouro da Intervenção Cívica e Social. As Jornadas da Intervenção Cívica focaram-se na reflexão sobre determinadas proble máticas inerentes ao panorama que se vivia e se vive, nomeadamente a Sustentabilidade Farmacêuti ca. Numa vertente mais social, procurou-se fomentar o interesse do estudante pelo Voluntariado, para que os Estudantes da FFUC possam contribuir proativamente nas diferentes dimensões da sociedade, relevando o voluntariado no seio da nossa comunidade.
A Presidente da Direção do NEF/AAC,
O XV Congresso Científico NEF/AAC foi subordinado ao tema “Genética: Descodificar o Futuro”, apresentando uma temática de elevada pertinência e dimensão que surgiu do interesse e necessidade de explorar cada ramo associado à Genética. Foi uma enorme honra apresentar o resultado da dedi cação demonstrada ao longo destes meses de trabalho, sempre em prol dos estudantes, dotando os participantes de conhecimentos científicos que viessem a ser uma mais-valia para o seu desempenho académico e, mais tarde, profissional.
presente que as Reuniões Gerais de Alunos surgem devido à importância e à vontade de auscultar de forma mais próxima os estudantes, o pelouro da Pedagogia realizou reuniões periódicas com os alunos de cada curso. Neste mandato, valorizámos muito a colaboração e o empenho com a Direção da Facul dade, o que deu origem a uma plataforma de Apoio ao Estudante, permitindo assim uma resposta mais direta, mais próxima e em tempo real a questões levantadas pelos estudantes, de índole pedagógico.
E a nossa tão esperada VI Honoris Pharma - Gala do NEF/AAC. Desde o início do mandato, a ambição de uma Honoris Pharma presencial foi crescendo cada vez mais, mas a incerteza fez parte do nosso dia-a-dia. Contudo, apesar de ainda estarmos a viver uma realidade humana muito insólita, foi com muita alegria que concretizámos esta Gala, aquela que foi a noite mais glamorosa e elegante de todo o ano letivo, para todos nós, os membros integrantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Ao longo de todo o mandato, foram diversas as atividades realizadas, todas elas desafiadoras e pertinentes, no entanto permitam-nos destacar o Congresso Científico NEF/AAC pela exigência ine rente à planificação e concretização de um encontro desta natureza e dimensão, mas principalmente pela qualidade científica devidos às temáticas propostas e aos oradores convidados, e à VI Honoris Pharma – Gala do NEF/AAC, por toda a envolvência que a mesma requer e porque foi um momento muito ansiado pelos estudantes.
Em suma, um mandato muito desafiante, muito exigente, muito atípico, mas com um só foco, o estudante, tudo sempre em prol do Estudante da FFUC, o que esta vertente Associativa nos ensina é isso mesmo, a acolher cada estudante, tendo sempre como visão conseguir o melhor para cada um dos estudantes que temos a honra de representar.

O jantar de gala foi presidido por Antigos Coordenadores do pelouro Recreativo – vertente Cultural, guiando toda a cerimónia. Ao longo da noite, realizou-se entrega de prémios nas mais diversas vertentes, premiando os estudantes nas seguintes categorias: Associativismo, Boémio, Carisma, Cultura, Desporto, Iniciativa, Melhor Causa e Sebentas. Alguns Docentes e Não-Docentes foram também premiados pelo seu acompanhamento e disponibilidade, assim como por determinado destaque científico. A noite contou ainda com diversas surpresas, deste a exposição de um vídeo satírico acerca de alguns acontecimentos caricatos ocorridos na FFUC durante a pandemia, assim como emotivas e sentidas atuações musicais e performances de dança de alguns estudantes da FFUC.
Por Joana Abreu e Joana Pereira
Por fim, a cerimónia do jantar de gala encerrou com o discurso dos Coordenadores do pelouro Re creativo – vertente Cultural agradecendo a todos os envolvidos na organização desta Gala, em particular à Comissão Organizadora da VI Honoris Pharma – Gala do NEF/AAC.
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Recreativo - vertente Cultural
Pelouro
Esta sexta edição da Gala do NEF/AAC contou com um grupo bem representativo de todos aqueles que, direta ou indiretamente trabalham com o NEF/AAC, incluindo Estudantes, Docentes, Não-Docentes e Entidades externas do Setor Farmacêutico.
VI Honoris Pharma
Após o jantar, a festa seguiu para a zona de bar aberto, com um espetáculo de dj, onde todos os convidados puderam desfrutar de um ambiente agradável e divertido de convívio entre todos os presentes.
O evento mais esperado do ano – a Gala do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Aca démica de Coimbra (NEF/AAC) – Honoris Pharma – realizou-se no dia 28 de abril na Quinta do Outeiro, em Tentúgal.








No passado dia 2 de abril, durante o período da tarde, realizou-se a primeira edição das Jornadas da Interven ção Cívica, atividade promovida pelo pelouro da Intervenção Cívica e Social do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC).
Esta primeira edição das Jornadas da Intervenção Cívica contou com a colaboração do Dr. Luís Figueiredo da Valormed, que abordou o seu projeto e salientou a importância de reciclar medicamentos, da Professora Doutora Filipa Mascarenhas Melo, que deu o seu testemunho acerca da Sustentabilidade na Indústria Cosmética e do Dr. Ayala Botto que referiu formas de como se pode ser mais sustentável no dia a dia, através de simples mudanças.
8 Pelouro da Intervenção Cívica e Social
Expressa-te
Sustentabilidade Farmacêutica
Jornadas da Intervenção Cívica
I
Pelouro da Pedagogia
Com um feedback dos participantes bastante positivo, esta atividade permitiu abordar o tema da sustentabi lidade alertando para as atuais mudanças climáticas, sendo urgente adaptar o estilo de vida às necessidades do pla neta, de forma a poder preservá-lo. Para os alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, enquanto futuros profissionais de saúde, é de igual modo importante saber o que está a ser desenvolvido nesta área para que haja a possibilidade de influenciar os cidadãos a serem mais sustentáveis, para o bem do planeta e de todos.

Por Inês Silva
Por Ana Sofia Antunes e Verónica Braga
No dia 27 de abril, pelas 18h00, decorreu a quinta edição do Expressa-te: Workshop de PowerPoint do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC), organizado pelo pelouro da Pedagogia. Esta edição contou com a participação da Professora Doutora Ana Cláudia Santos, docente da FFUC e teve como prin cipal objetivo enriquecer o conhecimento dos participantes acerca das ferramentas do PowerPoint, para que pudes sem aprender a estruturar e aperfeiçoar as suas apresentações, com o intuito de transmitirem a informação de forma clara, coesa e Apesarcativante.dafraca


adesão, os participantes consideraram o Workshop uma mais-valia para o seu percurso aca démico e, por isso, o NEF/AAC convida-te a participar nas próximas edições.

9 Pelouro da Formação
Café Solidário
Toda a atividade decorreu de acordo com o esperado, o ambiente criado entre todos foi bastante agradável e respeitou a ideia da descontração e à vontade idealizados. Discutiram-se variadas questões, desde peripécias dos tempos académicos dos professores, sendo que um docente trouxe fotos desses tempos, aos seus percursos desde o passado até ao período atual, assim como funções que ocupam atual mente, abrindo sempre espaço a perguntas e partilhas de experiências dos participantes. O “Café Solidário” revelou-se uma atividade muito positiva e, ter tido três gerações muito distintas, per mitiu uma grande variedade de histórias.
O Café solidário do NEF/AAC realizou-se no passado dia 28 de março, pelas 21 horas, no Café Santa Cruz, na Baixa de Coimbra, e teve a duração de aproximandamente duas horas. Nesta atividade, dado o cariz solidário, os estudantes apenas tinham de levar material escolar para poderem participar, visto que se realizou uma recolha solidária para a Associação “Acreditar”.



Por Inês Rosado e Matilde Leite
Pelouro de Intervenção Cívica e Social Pelouro Recreativo - vertente Cultural
A ideia era ter diversas gerações, para poder perceber as diferenças e mudanças ao longo do tem po, ao nível das vivências académicas. Os professores convidados foram o Professor Doutor André Pereira, a Professora Doutora Cátia Sousa e o Professor Doutor Carlos Cavaleiro, bem como uma representante da Associação Acreditar.
O tema debatido foi “Experiências Académicas entre Gerações”, com o objetivo de conhecer o percurso académico e de vida dos Docentes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, ex plorando-o com uma conversa informal, característica deste Café.


Doutor Hélder Mota Filipe
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1984-1990: Licenciatura em Ciências Farmacêuticas e Doutoramento em Farmacologia; 1998-1999: Pós-Doutoramento em Farmacologia da Inflamação em Queen Mary, U. of London, The William Harvey Research Institute; 2005-2015: Vice-Presidente do INFARMED; 2007: Professor Associado da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, cargo que ainda 2013-2016:desempenha;Membro do Conselho de Administração da Agência Europeia do Medicamento; 2015-2016: Presidente do INFARMED; 2016: Membro do Conselho Diretivo do INFARMED; 2016-2022: Presidente do Conselho Nacional para a Cooperação; 2017-2020: Membro da Coordenação Nacional para a Estratégia do Medicamento e Produtos de 2017-2022:Saúde; Membro da Comissão de Ética para Investigação Clínica (CEIC); 2019: Presidente da Associação dos Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa; 2020-2022: Presidente da Comissão Nacional da Residência Farmacêutica; 2021: Nomeação para a Comissão Executiva da Comissão de Ética para a Investigação Clínica; 2022: Eleito Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.
FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

HMF: Foi uma experiência muito interessante e enrique cedora, tanto a nível pessoal como profissional. Nos 12 anos como dirigente num organismo tão importante e complexo como o INFARMED tive oportunidade de fazer parte de muitas das mudanças regulamentares na área do medicamento e dos dispositivos médicos. Os maiores desafios foram os relacionados com tomadas de decisão, com impacto em muitas pessoas ou estruturas nacionais e europeias. No início é assustador, mas depois vamos aprendendo a gerir com a ajuda de muitas pessoas muito bem preparadas que, felizmente, trabalham no INFAR MED. A maioria delas são Farmacêuticas.
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HMF: A AFPLP reúne todos os Farmacêuticos e institui ções relevantes da Área Farmacêutica dos países de lín gua oficial portuguesa e tem como grande objetivo pro mover as Ciências Farmacêuticas e defender os interesses da Profissão Farmacêutica em todos os países de língua portuguesa. A Profissão Farmacêutica tem graus de de senvolvimento e reconhecimento diferentes nos diversos países da AFPLP, sendo que a associação desempenha um papel fundamental no apoio à profissão nos diversos paí ses. Conseguimos algumas vitórias importantes nos últi mos anos, apesar da pandemia. A AFPLP foi reconhecida como Observador Consultivo da Comunidade do Países de Língua Portuguesa (CPLP) e foi estabelecido um pro tocolo com a Federação Internacional Farmacêutica (FIP) que permite acesso a documentos relevantes também
OP: Esteve 12 anos no INFARMED, tendo sido Vice-Pre sidente e, posteriormente, Presidente desta Entidade. Como foi assumir estes cargos de grande relevância e quais foram os maiores desafios que enfrentou?
Nesta 31ª edição d’O Pilão, o grande entrevistado é o Doutor Hélder Mota Filipe. Licenciado em Ciências Far macêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, é atualmente o estimado Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos. Ao longo da sua vida tem assumido cargos fortemente ligados à componente Farmacêutica e Associativa.

O Pilão: Licenciou-se em Ciências Farmacêuticas pela Fa culdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e, mais tarde, doutorou-se em Farmacologia. O que o motivou a enveredar por esta área? Quando terminou o curso, quais eram as perspetivas que tinha para o futuro? Hélder Mota Filipe: Durante o curso de Ciências Farma cêuticas tive a oportunidade de confirmar que a área que mais me motivava era a da ciência aplicada à saúde e as disciplinas de farmacologia eram as que mais me interes savam. Tive a oportunidade de começar a trabalhar em farmacologia pela mão da Professora Doutora Beatriz Silva Lima que me convidou para monitor, ainda no quinto ano da faculdade, ao mesmo tempo que iniciava a investiga ção, com uma bolsa atribuída pelo então INIC (Instituto Nacional de Investigação Científica). Este trabalho resultou em Doutoramento, com a orientação do Professor Tosca no Rico. Portanto, quando terminei o curso, as perspetivas que tinha era ser investigador na área da Farmacologia o que, felizmente, consegui concretizar.
OP: Ao longo da sua vida tem tido uma participação Associativa muito marcada. Em que medida conside ra o Associativismo importante?
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OP: Desde 2019, é Presidente da Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Oficial Portuguesa (AFPLP). Em que consiste esta Associação e qual a sua missão?
HMF: É verdade. Sempre achei que uma forma de ser útil à sociedade é o envolvimento em estruturas associativas que promovam o desenvolvimento pessoal e profissional através do serviço aos colegas, à profissão e à sociedade. Foram estes princípios que me fizeram agora concorrer a Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos. Em democracia, o Associativismo é crucial para o desenvolvimento das instituições e das sociedades. Na nossa profissão, o Asso ciativismo é também fundamental para o seu desenvolvi mento e afirmação. Para além da participação na Ordem dos Farmacêuticos, os nossos colegas devem participar noutras estruturas associativas da profissão, seja o sindi cato, as associações setoriais ou as sociedades científicas, por exemplo.
Por Ana Raquel Fernandes e Luana Rocha
HMF: A minha candidatura a Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos resultou da perceção que tenho que os profissionais se foram afastando da Ordem, provavel mente por acharem que não era suficientemente útil e próxima. Por essa razão, o lema da candidatura foi trans formar a Ordem numa instituição mais próxima e útil para os Farmacêuticos, para além de garantir a transparência e a independência. Uma das metas é um maior envolvi mento dos jovens Farmacêuticos na vida da OF, outra será a proposta de novos Serviços Farmacêuticos associados ao desenvolvimento e reconhecimento de novas compe tências. São apenas alguns exemplos de medidas que fa zem parte do programa ambicioso, mas exequível, que foi sufragado pelo voto.
serviços que presta ao utente, algo que não acontece atualmente. Como se poderá alterar esta realidade?
OP: Qual o seu papel enquanto Perito da Agência Euro peia do Medicamento (EMA)?
OP: Quais são os desafios que a Profissão Farmacêutica enfrenta atualmente?
OP: Para concluir, qual o conselho que gostaria de deixar aos nossos leitores, na sua maioria Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e futuros Profissionais de Saúde?
HMF: Um conselho apenas: nunca esqueçam que a mis são principal e mais nobre da profissão que escolheram, ser Farmacêutico, é servir o interesse do doente acima do vosso próprio interesse profissional. Podem sempre contar com a Ordem. A Ordem dos Farmacêuticos conta convosco.

“Podem sempre contar com a Ordem. A Ordem dos Farmacêuticos conta convosco”
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em língua portuguesa e a formações conjuntas em temas identificados como importantes para todos os países da AFPLP. Estou a terminar o meu mandato como presidente da AFPLP, mas continuarei sempre disponível para conti nuar a colaborar com a Associação. A AFPLP é uma das ex periências mais interessantes da minha vida associativa.
OP: Numa entrevista ao NETFARMA, mencionou que o Farmacêutico Comunitário deve ser remunerado pelos
OP: No presente ano foi eleito Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos. O que motivou a sua candidatura? Quais as metas que pretende atingir ao longo do seu mandato?
HMF: Se, mesmo antes da pandemia, o Sistema Nacio nal de Saúde (SNS) tinha dificuldade em dar resposta às solicitações, a pandemia e, mais recentemente, a guerra, vieram aumentar a pressão. O Farmacêutico Comunitá rio poderá vir a prestar um conjunto de serviços que po derão, nomeadamente, aliviar essa pressão no SNS. Para que esses serviços possam ser desenvolvidos, é necessá rio criar as condições adequadas. Duas fundamentais são o acesso a dados de saúde dos utentes e a possibilidade de partilhar informação entre instituições e profissionais. Se assim for, o Farmacêutico pode aumentar a sua inter venção, gerando valor em saúde. É esse valor que deve ser partilhado entre o sistema (o SNS) e o prestador (o Farmacêutico). Para que tudo isto aconteça falta, essen cialmente, vontade política.
HMF: Na minha opinião, um dos principais desafios está relacionado com a necessidade de acompanhar a enorme vaga de inovação terapêutica que vivemos e iremos viver nos anos mais próximos, o que exigirá dos Farmacêuticos um significativo esforço de atualização constante. É tam bém importante que os Farmacêuticos se envolvam cada vez mais nos mecanismos de decisão que permitam uma escolha custo-efetiva das diversas opções terapêuticas mais adequadas a cada doente, contribuindo para a sus tentabilidade dos sistemas de saúde. Outro desafio im portante é continuar a desenvolver a profissão de forma a cumprir, em cada momento, as expectativas da sociedade e dos nossos utentes. São apenas alguns exemplos dos muitos importantes desafios para os quais temos que es tar preparados. Tenho a certeza de que os Farmacêuticos, e, em particular as gerações mais jovens, estarão mais do que preparados para abraçar esses desafios.
HMF: Sou perito da Agência Europeia do Medicamento há mais de 20 anos, na área dos estudos pré-clínicos. Co mecei por participar no grupo de trabalho da segurança pré-clínica (Safety Working Party da EMA) e mantive esta condição, uma vez que, frequentemente, estou envolvido na avaliação de processos europeus de medicamentos.
Sempre quiseste estagiar mas não sabes bem qual área escolher? Tens interesse em saber mais sobre estágios de verão? Não te preocupes! A nova edição d’O Pilão traz até ti alguns testemunhos de co legas que estagiaram em diferentes áreas, nomeadamente Farmácia Comunitária, Farmácia Hospitalar e Analáses Clínicas. Aproveita estes testemunhos para conheceres mais sobre o setor Farmacêutico e sobre as vantagens de estagiar!
Tratando-se de um laboratório localizado num hospital privado, foi um estágio meramente obser vacional, contudo, tive a sorte de poder acompanhar uma equipa bastante acolhedora, que me foi mos trando as várias técnicas realizadas, desde testes bioquímicos, testes microbiológicos, análises de urina, entre outros. Neste laboratório, pude ainda assistir e aprender a realizar recolhas de sangue aos doentes.
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Apesar de, posteriormente, não ter seguido esta área, este estágio foi fundamental para as mi nhas escolhas futuras no final da licenciatura, para perceber como funciona um laboratório e ainda para fundamentar na prática o que aprendemos na teórica.
Ao longo da licenciatura, fui percebendo que haviam várias áreas que poderia seguir, sendo uma delas as análises clínicas, então, candidatei-me, de forma autoproposta, a um estágio de verão com o objetivo de ver como seria a realidade do mundo do trabalho num laboratório.
Estou atualmente no 4º ano de MICF, contudo, sou aluna titular de outros, tendo realizado a Li cenciatura em Ciência Bioanalíticas. No Verão do meu 2º ano de licenciatura fiz estágio extracurricular no Laboratório de Análises Clínicas S. José, no Hospital da Luz de Coimbra.

Por Beatriz Couceiro e Camila Rodrigues BEATRIZ COUCEIRO, 4ºANO, MICF
ESTÁGIOS DE VERÃO
No verão de 2020, fiz um estágio extracurricular em Farmácia Hospitalar, durante um mês, na Uni dade de Gambelas, do Hospital Particular do Algarve, em Faro. Durante este período tive oportunidade de assistir e prestar auxílio na preparação de citotóxicos, medicação individual em dose unitária, assistir à preparação de manipulados, validar prescrições médicas e armazenar e distribuir fármacos pelos diferen tes serviços do Hospital. Realizei, ainda, uma auditoria hospitalar interna, onde passei por todas as áreas do Hospital, desde a Maternidade aos Cuidados Intensivos, de forma a garantir que os medicamentos estavam armazenados nas condições certas.
Tendo a opção de realizar um estágio extracurricular na área da Farmácia Comunitária ou da Far mácia Hospitalar, decidi escolher a segunda opção, pois o estágio curricular já inclui uma grande carga horária em Farmácia Comunitária e, assim, podia tirar partido desta oportunidade para experimentar uma área diferente.
Considero que este estágio me deu muitas ferramentas para o futuro, tornando-se numa expe riência muito enriquecedora a todos os níveis. Aconselho quem puder a fazer estágio nesta área, porque é realmente percetível o papel ativo do Farmacêutico no meio hospitalar.
CATARINA CONTENTE, 4ºANO, MICF

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Embora cansativa, foi uma experiência que me permitiu colocar em prática conceitos teóricos, mas que também me deu aso para desenvolver competências na área da comunicação com o doente e, por isso, foi uma experiência que me enriqueceu bastante, principalmente como futura Farmacêutica.
EDUARDA DOMINGUES, 4ºANO, MICF

O meu estágio teve a duração de 1 mês e meio, período que me permitiu ficar com uma ideia da realidade da profissão de um Farmacêutico Comunitário. Toda a equipa da Farmácia Romy esteve sem pre de braços abertos para me auxiliar e esclarecer qualquer tipo de dúvida e sem dúvida que aprendi imenso com eles. Durante este período tive a oportunidade de executar várias tarefas realizadas por um Farmacêutico Comunitário, tais como, receção de encomendas, organização do espaço da farmácia, aten dimento ao público e ainda participação na realização de rastreios cardiovasculares.
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Job Talks
Estou atualmente no 4º ano de MICF e, no Verão do meu 3º ano, realizei um estágio extracurricu lar em Farmácia Comunitária, na Farmácia Romy.
Assim, o estágio extracurricular, quando bem fundamentado, estruturado e orientado, configura -se como uma componente importante do processo de formação académica e profissional.
Plataforma de Apoio ao Estudante

Relativamente à composição da Plataforma de Apoio ao Estudante, desta fazem parte a Coorde nação do pelouro da Pedagogia do NEF/AAC e dois Docentes da Faculdade, o Professor Doutor Carlos Cavaleiro, Sub-Diretor para a qualidade pedagógica da FFUC, e o Professor Doutor Ricardo Castro.
Pelouro da Pedagogia
Os membros integrantes da Plataforma de Apoio ao Estudante pretendem reunir-se sempre que for preciso resolver algum problema de índole pedagógica, assegurando a resposta rápida à comunida de estudantil da FFUC, sendo que a primeira reunião oficial entre os membros da plataforma decorreu no dia 20 de abril de 2022, onde foram prontamente mencionadas algumas questões que requerem algumas melhorias e diversas soluções para o cumprir.

A Plataforma de Apoio ao Estudante surge neste mandato do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) como uma atividade bandeira do pelouro da Pedago gia. Esta plataforma tem como principal objetivo fazer uma auscultação mais próxima dos estudantes relativamente a quaisquer problemáticas de índole pedagógica. Deste modo, irá funcionar como um apoio ao Conselho Pedagógico e, assim, diminuir o tempo de resposta aos estudantes, fazendo uma triagem dos problemas e tentando resolvê-los da forma mais rápida e eficiente possível.
A criação desta iniciativa advém da necessidade contínua de melhorar e elevar cada vez mais ao seu expoente máximo a qualidade pedagógica da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), tendo sempre como força motriz os estudantes e a qualidade de ensino que lhes é providencia da. Posto isto, é fundamental que os estudantes se façam ouvir junto dos órgãos destinados para esse efeito, incluindo esta nova estrutura.
Espaço Pedagógico
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Ao longo do dia, os elementos de cada Secção realizaram algumas demonstrações: a Secção de Boxe/ Kickboxing fez exibições ao longo da manhã, mostrando um pouco do desporto em causa; a Secção de Xadrez realizou vários jogos com os estudantes; a Secção de Baseball Softball fez-se acompanhar de material alusivo ao desporto para que os estudantes pudessem utilizar e praticar um pouco da modalidade.


Estiveram presentes cinco Secções da Associação Académica de Coimbra: Secção de Judo, Baseball Sof tball, Desportos Motorizados, Boxe/Kickboxing e Xadrez. Todas estas Secções estiveram representadas por ele mentos da mesma que se fizeram acompanhar de flyers, cartazes, folhas de inscrição, roll-ups e outros materiais de forma a publicitar a respetiva Secção e transmitir aos estudantes informações relevantes (funções, horários de treino, entre outras).

Pelouro
Por Ana Rita Tavares
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Em suma, as III Jornadas Desportivas do NEF/AAC foram uma atividade bastante enriquecedora e de ex trema importância, uma vez que permitiram criar uma maior ligação com a Associação Académica de Coimbra, bem como incentivar os estudantes a não abandonarem a prática desportiva, aquando da entrada no Ensino Superior.

III Jornadas Desportivas do NEF/AAC
Recreativo-VertenteDesportiva
No passado dia 6 de abril, a fim de celebrar o Dia Mundial da Atividade Física, o pelouro Recreativo - ver tente Desportiva organizou a terceira edição das Jornadas Desportivas do NEF/AAC. A divulgação foi feita através das redes sociais do NEF/AAC e a atividade decorreu entre as 10 horas e as 17 horas, na entrada da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.
ICS: Qual a organização e projeto de voluntariado que integraste?


Nesta edição d’O Pilão, o pelouro da Intervenção Cívica e Social entrevistou Beatriz Valentim, aluna do ter ceiro ano do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e que integrou um projeto de voluntariado in ternacional. Nesta entrevista, podes ler o testemunho da Beatriz e perceber como participar nestes projetos.
Pelourodescomplicado.daIntervençãoCívicaeSocial 19
B: Sempre procurei oportunidades para realizar volun tariado internacional mas é um processo extremamente complicado. Ou existe um sistema de aceitação dema siado criterioso, ou exige um enorme investimento fi nanceiro, ou tem um inatingível número de requisitos. A minha experiência de voluntariado internacional foi atípica e, por isso, não passei por esse processo; desde o primeiro contacto com a médica portuguesa e a ida ao Líbano decorreu menos de um mês e isto apenas foi possível devido a não pertencer a nenhuma organização de voluntariado. Dessa forma, não tive grandes dificulda des. No entanto, acredito que muito mais experiências seriam realizadas se o processo da elaboração de volun tariado internacional fosse
B: Não pertencíamos a nenhuma organização, erámos um grupo com cerca de trinta voluntários portugueses que organizaram pequenas recolhas de medicamentos e material médico nos seus locais de residência, dos quais seis (comigo incluída) se deslocaram durante cinco dias à capital do Líbano para distribuir o material recolhido por seis hospitais e cinco ONGs. Distribuímos cerca de 180 kg de medicamentos e a campanha, que se denominou “Ajudar Beirut”, culminou com o envio de um avião com cerca de 3000 kg de medicamentos e materiais hospita lares, no valor de mais de 250 mil euros.
Intervenção Cívica e Social: Que razões te levaram a partir nesta aventura de voluntariado internacional?
Beatriz: Estávamos nas férias de verão aquando da ex plosão do porto de Beirute. Vi no Instagram que uma médica portuguesa tinha partido para lá para prestar auxílio aos feridos e que tinha iniciado uma campanha de recolha de medicamentos e material médico para en viar para o Líbano; enviei-lhe mensagem, disponibilizan do-me para recolher as ofertas e para lhas ir entregar a Lisboa (local da sua residência). Nessa entrega, ela desa fiou-me para ir com ela e mais cinco voluntários ao Líba no distribuir aquilo que recolhemos. Não sei ao certo o que me levou a aceitar mas sabia que não podia recusar. Foi uma aventura incrível que surgiu de forma comple tamente aleatória e cujas decisões foram “irrefletidas e tomadas com o coração” como escreveu a Dra. Andreia Castro - a médica portuguesa que originou este projeto – no seu blog.
ICS: Voluntariado Internacional é certamente algo que muita gente gostaria de fazer! No entanto muitas vezes não passa daí, uma vez que as pessoas sentem que é um processo complicado. Assim sendo, questionamos -te, quais foram as maiores dificuldades que sentiste tanto antes como durante a tua experiência?

ICS:20
Embora habituada a viajar, nunca tinha saído do conti nente europeu então foi um choque claro de realidade. O facto de ter sido um país que se situa numa zona sen sível do globo, muito pobre e corrupto, tornou a expe riência ainda mais intensa; senti-me num “mundo novo” uma vez que só conhecia o modo de funcionamento ge ralmente seguro dos países da Europa. Ainda que ligei ramente assustador é uma experiência incrível porque me tira da minha zona de conforto e me permite crescer.
B: Daria dois conselhos a quem está interessado em re alizar uma experiência de voluntariado internacional: se desejam mesmo ter uma experiência deste tipo, não desistam apesar de todos os obstáculos que nos são co locados. Temos de encarar este processo como uma es cada em que cada degrau é um obstáculo: se queremos chegar ao cimo da escada temos de ser pragmáticos e ul trapassar cada degrau. Por outro lado, queria encorajar toda a gente a não ter receio de dar o primeiro passo por achar que é insignificante ou que não vai dar em nada. Quem diria que apenas por ter enviado uma mensagem no Instagram iria acabar no Líbano a distribuir ofertas a hospitais e ONGs libanesas, recolhidas por todo o país?
ICS: O que sentes quando fazes voluntariado?
B: Foram cinco dias extremamente intensos. Lembro-me de andar extremamente cansada devido à viagem (Lis boa-Istambul-Beirute) e às diferenças no fuso horário; o tempo extremamente húmido e quente que se fazia sentir na capital do Líbano também não facilitava. No entanto, o cansaço tornou-se apenas um detalhe. Os voluntários com quem tive esta experiência são pessoas incríveis e extremamente viajadas, pelo que estava cons tantemente a aprender. Tive a oportunidade de me en contrar com o fotojornalista português, João Sousa, que estava no momento a viver no Líbano, tendo sentido a explosão de perto e os dias de enorme tensão que se se guiram. Penso que um dos momentos que mais impacto teve na minha experiência foi quando estávamos a en tregar o material médico e medicamentos que tínhamos selecionado para o Hospital Geitaoui e, quando chegá mos ao local, o que encontrámos foi um amontoado de material de construção (que outrora terá sido o hospital a que nos dirigíamos). Entrámos por uma janela parti da uma vez que não havia porta e existiam buracos nos locais dos elevadores. Tivemos alguma dificuldade em encontrar alguém responsável a quem pudéssemos dei xar o material devido ao facto do hospital se encontrar deserto. Tudo isto num país extremamente pobre e no meio de uma pandemia.
B: Não tenho um “currículo” extenso no que toca a expe riências de voluntariado mas, quando o faço, muito mais que ajudar de alguma forma um determinado número de pessoas carenciadas ou em dificuldades, sinto sempre um abalo gigante que me faz repensar e valorizar tudo aquilo que tenho. Aprendo a colocar as situações numa perspetiva diferente e por isso acredito que me dá muito mais a mim do que às pessoas com quem me cruzo.

Certamente viveste muitos momentos únicos durante a tua experiência, mas qual dirias que mais te marcou e porquê?
B: Para além de tudo o que pude aprender com os volun tários com quem viajei, os voluntários que lá encontrá mos e os libaneses com quem nos cruzámos, a minha ida ao Líbano enriqueceu-me muito culturalmente.
ICS: Que conselhos darias a quem está interessado em realizar este tipo de experiência?
ICS: O que consideras que mais te enriqueceu?
O XV Congresso Científico contou com 140 congressistas que tiveram a oportunidade de contactar com um conjunto de painéis idealizado de forma a cobrir o maior número de áreas possível, desde a Investigação até à Farmacoeconomia, com o intuito de tentar chegar um bocadinho a todos os gostos pessoais e evitar a monotonia. Para tal, contou-se com a preciosa ajuda de cerca de duas dezenas de oradores e moderadores de reconhecida experiência nas respetivas áreas.
O primeiro Painel, realizado na manhã de 24 de março, teve como tema principal “Do Genoma ao Epigenoma: Uma Tentativa de Perceber o Código da Vida”, tendo sido moderado pelo Professor Doutor João Laranjinha. Numa primeira instância, o Painel contou com a presença, em formato remoto, do Professor Doutor Frederico Pallardó, Reitor da Faculdade de Medicina da Universidade de Valência, com uma apresentação em inglês do tema “Epigenetic Regulation and its Importance in Diagnosis and Treatment of Diseases”. Em seguida, subordinado ao tema “Genoma: os segredos da maior base de dados do mundo”, palestrou o Professor Doutor Fernando Regateiro, Docente da Faculdade de Medicina de Coimbra. Em modo de finalização do Painel, a Pro fessora Doutora Cecília Arraiano, Investigadora Coordenadora no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa, apresentou o tema “A Revolução do RNA: Impacto na Ciência e na Sociedade”.
A Genética, referida anteriormente como o grande tema desta edição, é cada vez mais uma área bioló gica de interesse para a humanidade, quer seja pela importância no conhecimento dos organismos terrestres, quer seja pela ajuda terapêutica que pode oferecer. Esta área da biologia tem, ao longo do tempo, suscitado um maior interesse nos cientistas.
Devido aos avanços científicos e tecnológicos nesta área, já foi possível alcançar vários conhecimentos que ajudaram a compreender diversos aspetos dos organismos. Além disso, a genética tem permitido cada vez mais o estudo e desenvolvimento de técnicas terapêuticas para várias doenças genéticas.
XV Congresso Científico NEF/AAC
Esta décima quinta edição do Congresso Científico do NEF/AAC contou com 6 painéis, cada um deles com um tema apresentado por oradores de excelência.
Os Congressos Científicos anuais preparados pelo NEF/AAC têm como objetivo fulcral a atualização cien tífica da comunidade estudantil e não só. São caracterizados pela seleção de temáticas atuais e relevantes e de oradores de excelência, de forma a fornecer aos congressistas uma experiência formativa diferenciadora e de elevada qualidade, subordinados a temas de elevada pertinência e reconhecida dimensão na atualidade.
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Pelouro da Formação
“Genética - Descodificar o futuro”, eis o grande tema escolhido para o décimo quinto Congresso Cientí fico realizado pelo NEF/AAC. O Congresso decorreu nos dias 24 e 25 de março de 2022 e teve lugar no Auditório da Unidade Central do Pólo das Ciências da Saúde.
“Genética - Descodificar o futuro”

“A maior recompensa foi poder contar com a presença na plateia de amigos, colegas e professores, que nos acompanharam, apoiaram, congratularam e deram sentido ao trabalho que foi desenvolvido, arduamente, durante meses. Bem-haja a todos!”
Por Raquel Pires e Rodrigo Esteves

Para encerrar este XV Congresso Científico NEF/AAC, seguiu-se o sétimo e último Painel relativo ao tema “Mesa Redonda - O Futuro da Terapia Genética”, moderado pela Doutora Marina Caldas, Jornalista e Diretora da FDC Consulting. Este contou com uma apresentação feita pelo Professor Doutor Luís Pereira de Almeida. Num comunicado feito pelos coordenadores do pelouro da Formação do NEF/AAC, a Mesa Redonda quis proporcionar ao público “... o expoente máximo da discussão que pretendemos proporcionar (...) dedicada à exploração da atualidade e das perspetivas futuras para as terapias genéticas.”. A Mesa Redonda contou ain da com a participação de dois comentadores, nomeadamente o Doutor Rui Nobre, Investigador no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, e a Doutora Lina Ramos, Presidente da Sociedade Portuguesa de Genética Humana.
Após intervalo para almoço, foi altura de abordar o terceiro Painel: “Metodologias de Investigação”, moderado pelo Professor Doutor Luís Pereira de Almeida. Como primeiras convidadas, a Doutora Thaís Cesa e Silva e a Professora Doutora Andreia da Costa Andrade, ambas da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, apresentaram ao público o tema “Questões Éticas relacionadas com o uso de material genético em Investigação”. Este tema, num momento final, contou ainda com a participação do Professor Doutor André Dias Pereira, Docente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Em seguida, e em modo de finalização do Painel, a Doutora Magda Santana, Investigadora no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universi dade de Coimbra, apresentou o tema “Investigação Pré-Clínica e Clínica em Doenças Genéticas”.
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Após uma pequena pausa, deu-se início ao segundo Painel, intitulado “Fisiopatologia das Doenças Ge néticas: do DNA Mitocondrial ao DNA Nuclear”, moderado pela Professora Doutora Bárbara Rocha. Em modo de abertura do Painel, a Professora Doutora Manuela Grazina, Docente da Faculdade de Medicina de Coimbra, interveio com o tema “Awareness and Unveiling Bigenomic Diseases: Desvendar e Alertar para Doenças Bige nómicas”. Como segunda palestrante, a Doutora Célia Aveleira, Investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, apresentou o tema “Síndrome de Hutchinson-Gilford ou Progeria: fisiopatologia e alvos de intervenção terapêutica”. Por último, neste Painel, a Professora Doutora Isabel Santa na, Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Médica no Centro Hospitalar e Universi tário de Coimbra, abordou o tema “A Genética da Demência”.
O dia de 25 de março começou cedo com o início do quinto Painel, subordinado ao tema “Barreiras Económicas à Evolução e Estabelecimento da Genética como Fonte de Produção de Terapias”, moderado pelo Professor Doutor Francisco Batel Marques. Num primeiro avanço foi apresentado o tema “Genética e Epigené tica como Fonte de Produção de Terapias”, pelo Professor Doutor Carlos Fontes Ribeiro, Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Logo após a intervenção deste, foi altura do Professor Doutor Carlos Gouveia Pinto, Docente do ISEG - Lisbon School of Economics and Management, apresentar o tema “Sustenta bilidade do Financiamento da Medicina Personalizada”.
O quarto Painel teve como tema fulcral a “Regulamentação Inerente à Investigação e Desenvolvimento na área da Genética” e foi moderado pelo Professor Doutor Luís Bimbo. Numa primeira perspetiva, a do Inves tigador, contou-se com a participação da Doutora Susana Simões, Investigadora no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, que se dedicou ao tema “Nanoformulações para Libertação de Sistemas de Edição Genética - Perspetiva do Investigador’’. De seguida, o tema “Se POSSO fazer, DEVO fazer? A ética e a dignidade”, foi palestrado e debatido pelo Professor Doutor Carolino Monteiro, Docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Por último, e em modo de encerramento do primeiro dia, a Doutora Susana Marques, em representação do INFARMED, I.P., explanou a perspetiva de uma entidade reguladora, expondo o tema “Perspetiva da Autoridade Regulamentar: Regulamento Europeu de Ensaios Clínicos”.
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O Painel seis, relativo ao tema “Medicina de Precisão”, foi moderado pelo Professor Doutor João Nuno Moreira. Como primeira intervenção do Painel, foi desenvolvido o tema “Medicina de precisão: a importância do DNA circulante em diagnóstico pré-natal e oncologia” pela Professora Doutora Joana Barbosa de Melo, Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. “A posteriori”, o Doutor Rui Caetano Oliveira, Médico Patologista no Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, expôs o tema “Patologia Molecular e Medicina Individualizada”. Por fim, o tema “Cancer Immunotherapy: a step forward towards a personalized medicine. Special insight into the urological cancers”, foi apresentado pelo Professor Doutor Belmiro Parada, Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
As informações sobre os Congressos Científicos realizados pelo NEF/AAC podem ser acompanhadas através das redes sociais, tanto na página oficial do NEF como na página “Congresso Científico NEF/AAC” no Instagram e Facebook. Nesta segunda página é possível descobrir antecipadamente todos os painéis apresen tados, assim como os participantes, datas, preços, apoios e planificação da atividade.

No geral, os Coordenadores do pelouro da Formação, pelouro organizador do XV Congresso Científico NEF/AAC, asseguram um feedback positivo tanto por parte dos palestrantes, como dos participantes, sendo por diversas vezes enfatizada a atualidade e pertinência da temática escolhida. Acrescentam ainda existir sempre espaço para melhorias da qualidade desta que é a maior atividade de cariz formativo do Núcleo


E, assim, se cumpriu mais um Congresso Científico NEF/AAC.
O acaso tem um papel fundamental no Universo.
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- Werner Heisenberg
OP: Após o Doutoramento, como se tem desenvolvido o seu percurso profissional?
O Pilão: É Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coim bra. Sempre ambicionou enveredar neste Curso? O Curso e a Faculdade corresponderam às suas expeCátiatativas?Sousa:
CS: Normalmente, quando se está a chegar ao fim de um ciclo começa-se a fazer uma reflexão sobre aque le período. Nesse sentido, percebi que precisava de continuar, aprofundar conhecimentos e adquirir no vos para me tornar uma melhor profissional. Assim, o Doutoramento pareceu-me uma boa oportunidade.
Por Ana Raquel Fernandes e Luana Rocha
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OP: Antes de tirar o Doutoramento, estagiou na Farmácia Figueiredo, em Coimbra, assim como na Farmácia Hospitalar do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). Que mais-valias retirou destas experiências?
Penso que a decisão de enveredar por este curso foi tomada no meu 11º ano. O facto de ser um curso multidisciplinar e focado no medica mento foi determinante para a minha escolha. Neste momento, colocando em perspetiva os 5 anos, con sidero que tanto o curso como a FFUC ultrapassaram as minhas expectativas. A formação académica que o curso em Ciências Farmacêuticas me ofereceu e as pessoas que conheci enquanto aluna foram cruciais na minha experiência no ensino superior e que, de certa forma, moldaram a pessoa que sou hoje.
OP: Após terminar o curso em Ciências Farmacêuti cas, continuou a sua formação académica, concluindo, em 2021, o seu Doutoramento. O que a fez tomar esta decisão?
CS: Posso afirmar que foram experiências essenciais para perceber as minhas limitações em termos de conhecimento e para tomar a decisão de prosseguir para Doutoramento. Para além disso, penso que fo ram experiências relevantes para a minha conscien cialização do que é ser Farmacêutico.
CS: Eu terminei o Doutoramento em junho de 2021. Penso que ainda não passou tempo suficiente para fazer uma avaliação do meu percurso.
Na Sombra de Cátia Sousa
Como já é habitual na revista, o pelouro d’O Pilão apresenta-te a rubrica “Na sombra de…”. Nesta 31ª edição d’O Pilão, conhece melhor o percurso académico e profissional da Professora Doutora Cátia Sousa.
OP: Como se tornou Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coim bra? Que ensinamentos tem tido ao longo desta ex CS:periência?

FFUC TALKS
No entanto, sinto que está a ser uma continuação muito positiva do Doutoramento, apesar de ainda se encontrar um pouco indefinido.
Aproveitem todas as vertentes que a vossa for mação académica vos oferece. Valorizem todas as experiências académicas e sociais, bem como as pessoas com que se cruzarem. E lembrem-se que, durante o curso, apenas vos são dadas as bases para iniciarem o vosso percurso profissional, o res te cabe-vos a vós.
CS:mento?
CS: Neste momento, encontro-me a terminar traba lhos que ficaram em aberto durante o meu doutora mento. No decorrer do meu Doutoramento, identifi cámos uma molécula com efeitos anti-inflamatórios. Deste modo, encontramo-nos a esclarecer os meca nismos responsáveis por estes efeitos.
“O intercâmbio de conhecimento entre gerações é algo fascinante e que deve ser valorizado.”
OP: Pode falar-nos um pouco sobre o projeto de In vestigação que está a desenvolver atualmente?
CS: 4 de junho de 2021, o dia em que realizei as minhas provas de Doutoramento.
OP: Que mensagem e conselhos gostaria de dei xar aos estudantes da nossa Faculdade, Futuros Profissionais de Saúde e Especialistas do Medica
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A oportunidade surgiu e eu resolvi experimentar. Todos os dias aprendo algo novo tanto com docentes como com não docentes e alunos. Penso que é esta aprendizagem contínua que faz com que esta expe riência esteja a ser maravilhosa. O intercâmbio de co nhecimento entre gerações é algo fascinante e que deve ser valorizado.
OP: Qual o momento mais marcante da sua carreira e que nunca irá esquecer?

Por Mariana Constantino e Laura Cavalcante
Sentir que a hora da despedida está cada vez mais perto deixa-me um pouco ansiosa, recordando a sensação de há 5 anos atrás quando embarquei nesta aventura tão misteriosa na cidade dos estudan tes. Cidade esta, que fez com que este percurso fosse tão peculiar. O tempo é infinito, no entanto, passa num abrir e fechar de olhos e é por este motivo que nos custa tanto, pois força-nos a viver todos os mo mentos como se fosse sempre a última vez.
“Oh Coimbra do Mondego

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CAPAS NEGRAS DE MEMÓRIAS
Estar cada vez mais perto de me sentir concretizada profissionalmente é muito gratificante, prin cipalmente depois de uma época tão atípica que nos mostrou que é possível ultrapassar as adversidades. O livro avultado de memórias que levo comigo destes 5 anos só foi possível graças a grandes obje tivos concretizados. Pelo caminho, surgiram algumas resistências que considero cruciais para nos tornar mos mais resilientes, uma vez que sairmos da nossa zona de conforto e arriscar enriquece-nos imenso, com isto saliento o meu percurso pelo associativismo e pelo voluntariado, as amizades e as experiências. Hoje, de coração bem apertado, recordo calorosamente “Capa negra de saudade; No momento da partida; Segredos desta cidade; Levo comigo pr’á vida”
Mariana Correia, 5ºano, MICF
E dos amores que eu lá tive Quem te não viu anda cego Quem te não ama não vive” Saudades de Coimbra - José Afonso

28 Andreia Magalhães, 5ºano, MICF

“Coimbra tem mais encanto na hora da despedida!” é algo que ouço desde pequena dos meus familiares que em Coimbra se formaram.
Em setembro de 2017, cheguei a Coimbra entusiasmada para iniciar aquela que se avistava a maior aventura da minha vida. Pairava, igualmente, o medo do desconhecido. Rapidamente, este medo se transformou na certeza que era aqui, na cidade dos estudantes, onde queria passar os próximos 5 anos e aproveitar tudo o que esta tinha para me oferecer.
Ir para a Faculdade sempre foi algo que ansiei, sempre o quis fazer em Coimbra e seguir o meu legado familiar. Senti desde o início que o peso da minha capa era maior por ter sido passada de geração em geração dentro da nossa familia, mas também porque trazia um maior orgulho por ter entrado nesta cidade e uma maior ânsia pela chegada à cidade e por me matricular oficialmente no curso. Tal como muitos dos que deixam a casa dos pais, senti-me desamparada e perdida, muitas das frases que ouvia como “o primeiro ano é o melhor”, “aproveita que passa rapido”, não faziam qualquer sentido para mim naquela altura.
Agora com olhos de finalista percebo que a faculdade é muito mais do que um curso e uma rea lização profissonal, é uma etapa de enorme crescimento pessoal, de experienciarmos novas realidades e de sairmos fora da nossa zona de conforto. Realmente senti que o peso do curso aumenta a cada ano e que menos tempo vamos tendo para aproveitar a vida académica que Coimbra nos porporcina e que tanto nos marca, não fosse Coimbra a cidade dos estudantes. Sempre senti que Coimbra tem uma tradi ção e uma história que mais nenhuma cidade em que possamos estudar nos proporcionará. Esse senti mento vem de caloira e mantém-se até ser finalista. Apesar do tempo disponível ir diminuindo ao longo do percurso, o nosso crescimento pessoal vai-nos proporcinando uma nova forma de gerir tudo e de conseguir aproveitar um pouco de cada oportunidade, desde as saídas com amigos que ficam para a vida, ao associativismo e voluntariado. Todas estas oportunidades marcaram-me e mudaram-me, sem dúvida a Andreia que entrou em Coimbra não é mais a mesma. Foram muitos os desafios, nem todos bons, mas todos me ajudaram a crescer e a tornar-me na pessoa que sou hoje.
A maior lição que tirei deste percurso é que nem tudo o que nos dizem pode fazer sentido no momento, nem tudo o que nos acontece vamos compreender o porquê de ter acontecido, mas na de vida altura vamos perceber que contribuiu para a nossa evolução pessoal. Coimbra realmente tem mais encanto na hora da despedida do que na hora da chegada, algo que só um coração de finalista tem ca pacidade de compreender, pois olhando para o nosso percurso na cidade todas as histórias deixam uma marca positiva. O tempo realmente voa, apesar de no início acharmos que 5 anos é muito tempo, na hora da despedida só queremos continuar neste percurso com a apredizagem que realizamos, a saber o que sabemos hoje, pois é a altura que experienciamos Coimbra de forma mais intensa, na hora da despedi da… Orgulhosa por estar a chegar ao fim deste percurso mas com vontade de ficar, agradecida por todas as aventuras e experiências e por todas as pessoas que ficam para a vida e, sobretudo, um orgulho e um gosto enormes pela tradição Coimbrã que levo comigo nesta hora da partida.
Diana Abreu, 5ºano, MICF
“Acredita quando digo que o sol de Coimbra é diferente do sol do resto do mundo.”
“Uma vez Coimbra, para sempre saudade.”
E assim foi. Envolvida na sua história e tradição e apaixonada pelos cantinhos desta cidade, fui sentindo que, aos poucos, esta também se tornava a minha casa. Estudar em Coimbra é muito mais do que apenas estudar. É inquestionável a abrangência do curso e a importância de todas as unidades curriculares, mas, mais do que isso, o espírito que se vive nesta ci dade e os valores e ensinamentos que nos são transmitidos em cada atividade, projeto ou vivência fazem com que cada estudante que por cá passe se sinta orgulhoso de fazer parte da sua história.
São diversas as frases que te escrevem, Coimbra, e, mesmo assim, não chegam para descrever o sentimento que deixas em cada um dos Estudantes que por ti passam. Infelizmente, não tive o tempo que outros tantos tiveram, a pandemia meteu-se pelo meio e tirou-me tempo que não volta. No entanto, nem isso te fez brilhar menos, aliás, a vontade de te conhecer só cresceu.
“Coimbra dos amores, Coimbra dos doutores.”
Mafalda Amendoeira, 3ºano, LFB
Ser finalista é guardar todas estas memórias com carinho, é viver cada momento como se fosse o último, é sentir orgulho por estar a um passo de alcançar um objetivo há muito desejado e é sentir, da mesma forma, nostalgia por ver o fim dos verdes anos a aproximar-se. Saio convicta de que fiz a escolha certa e pronta para uma nova etapa e novas aventuras. Coimbra, “não te digo adeus porque te levo sempre comigo”, a ti e às pessoas que tornaram este percurso inesquecível.
Os agradecimentos nunca serão suficientes, à Universidade de Coimbra, à Faculdade de Farmácia e, em especial, à Licenciatura em Farmácia Biomédica, que tornaram estes últimos 3 anos um período de tempo inesquecível que levarei para sempre comigo.

Agora finalista, ficam as memórias. As memórias das praxes e das amizades que lá se formaram. Das horas de estudo, dos 1001 trabalhos, das épocas de exames exaustivas e das noites mal dormidas. Dos jantares e das noites de farra. Das tradições coimbrãs, dos cortejos, das serenatas e de sentir cada palavra da balada sempre que esta tocava. Dos passeios dados nesta cidade inspiradora e das conversas tidas durante horas por esses cantos. De Coimbra fica a memória de que tudo se vive com intensidade. Ficam os amigos que passam a ser família. Fica o verdadeiro sentimento de saudade.
Ser finalista tem um sabor agridoce, mistura o orgulho de finalizar uma licenciatura na Univer sidade mais antiga e prestigiada do País e a gigantesca saudade que a cidade, as pessoas e as tradições vão deixar. Mas como dizem por aí, “Não é um adeus, é um até já”, pois posso sair de ti, Coimbra, mas tu nunca mais sairás de mim.
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Passadosacadémica.3anos,consigo
dizer que dos momentos que mais marcaram a minha vida, enquanto es tudante, foi, indubitavelmente, realizar a candidatura ao Ensino Superior. Sendo este um momento fulcral na vida de um estudante, acaba por ser também das escolhas mais difíceis, ponderadas e importantes na vida académica.
Termino com um agradecimento ao Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra, em especial ao pelouro “O Pilão”, por me ter dado a oportunidade de escrever sobre a minha experiência enquanto caloira em 2019 e agora, em 2022, como finalista, terminando, assim, uma etapa da minha vida
Patrícia Neves, 3ºano, LCB

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Coimbra, a Cidade dos Estudantes, foi a escolhida para iniciar o meu percurso académico na Licen ciatura em Ciências Bioanalíticas... Escolha que até hoje me orgulha e me completa!

Sabido é que se trata de uma Licenciatura não muito conhecida, ainda, urge informar que permite aos seus estudantes contactar com várias áreas do saber e com diversas técnicas laboratoriais que nos fornecem as ferramentas/bases necessárias para ingressar no mundo do trabalho. Sendo,por isso, um curso bastante abrangente e com um grau de desafio e exigência muito caraterístico. Empenho, dedica ção e muito trabalho, serão ferramentas preponderantes para concluir esta licenciatura com sucesso! Agora, passados estes anos, e analisando todo o percurso, digo que o tempo de estudo, o esforço, o can saço, valeram a pena para atingir os meus objetivos académicos e para fazer destes anos, os melhores da vida!
Referir, sobretudo, que são também as amizades que tornam tudo mais fácil, engraçado, no fun do, tornam tudo melhor!
Os endocanabinóides e os fitocanabinoides atuam nos recetores CB1 existentes em estruturas neurológicas centrais e nos gânglios das raízes dorsais, existindo também ao nível do fígado, pâncreas, pele, coração, pulmão, vasos sanguíneos, trato urogenital e gastrointestinal.

Para cada patologia está por determinar o tipo de canabinóides e a via de administração mais ade quada para maximizar os efeitos pretendidos e minimizar a incidência de efeitos adversos. No entanto, existem conhecimentos e ensaios clínicos suficientes para se poder afirmar que poderão vir a ter um papel na terapêutica médica. A evidência mais consistente do seu benefício é no tratamento da dor central neu ropática e na dor associada à esclerose múltipla, não tendo praticamente efeito na dor aguda.
Os recetores CB2 localizam se a nível periférico, expressando se nos macrófagos, mastócitos, mo nócitos e linfócitos, podendo, também, ser induzidos nas células da microglia em determinadas situações patológicas. A ativação dos recetores CB1 conduz à inibição da libertação da acetilcolina, dopamina, GABA e de outros neurotransmissores para além da diminuição da excitação neuronal. Apenas a ativação destes recetores conduz ao aparecimento dos efeitos psicotrópicos conhecidos.
A eficácia da nabilona e do dronabinol está relacionada com a quimioterapia no doente oncológico, tendo sido amplamente comprovada em ensaios clínicos. Também os canabinóides usados como estimu lantes do apetite foram avaliados em doença oncológica e na SIDA. A terapêutica combinada (megestrol e dronabinol) não apresentou benefício adicional quando comparada com o megestrol isoladamente.
Na analgesia, foram analisados 46 doentes oncológicos, demonstrando-se a eficácia analgésica.
Concluindo, no âmbito da Medicina da dor, é conhecido o papel fundamental dos canabinóides na fisiologia da nociceção: na neurotransmissão pré sináptica (recetores CB1), no tónus fisiológico antinoci ceptivo (essencialmente através dos endocanabinoides), nos mecanismos relacionados com a ativação da microglia (recetores CB2) e no sinergismo com a terapêutica opióide e com as endorfinas.
Pelouro da Educação e Promoção para a Saúde
A Cannabis é um dos fármacos psicotrópicos mais antigos e as espécies mais relevantes são a Can nabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis. O conceito Canabinóide é a designação genérica que inclui substâncias, naturais ou artificiais, que ativam os recetores canabinóides, entre estes CB1 e CB2, existindo, também, os canabinóides endógenos (endocanabinóides) e exógenos (itocanabinóides).
As propriedades medicinais da Cannabis resultam principalmente do teor em THC, em que os prin cipais efeitos com interesse clínico do THC resultam da atividade nos recetores CB1 e consistem na ação analgésica, diminuição da pressão intraocular, estimulação do apetite, atividade ansiolítica e antiemética. O seu uso clínico foi impedido devido aos efeitos psicotrópicos, ao potencial de dependência e aos efeitos adversos. O uso da Cannabis para fins medicinais tem como principal desafio encontrar uma forma de balancear os usos terapêuticos benéficos com os efeitos adversos.

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Terapêutica com Canabinóides
A descoberta dos recetores canabinóides é relativamente recente e veio alertar para a existência de canabinóides endógenos que, por sua vez, possuem uma função fisiológica específica, o que levanta inquestionavelmente a questão da legitimidade da sua utilização.
Os endocanabinóides encontram se ao nível do sistema nervoso e imunológico dos animais e seres humanos, englobam várias classes químicas e assemelham se ao THC e CBD.
*Centro
Curso de formação: Alimentos“Medicamentos,ePlantas: as interações esquecidas?” 29 de junho de 2022 online

Agenda Formativa
*Dia 21 de junho de *Evento2022online
* Avenida Casal Ribeiro nº14, 9º Andar
*
E-learning | Curso de recertificação para administração de vacinas e medicamentos injetáveis
Viruses of microbes
*Dias 28 e 29 de outubro de Congressos de São Rafael, Albufeira
Curso de recertificação para administração de vacinas e injetáveis
Consulta Farmacêutica em Dermofarmácia: acne e alopecia
*De 18 a 22 de julho de 2022 Cultural Vila Flor - Guimarães

I Curso de Pós-Graduação e atualização em Análises Clínicas e Genética Humana
*Dias 9 e 10 de julho de 2022
*Dias 4 e 5 de julho de 2022
*Utrecht, Netherlands
*Dia 22 de junho de *Auditorio2022DNA Cascais
*De 1 a 27 de julho de *Evento2022online
*Dias 17 e 18 de junho de 2022
*Dias 30 de junho e 1 de julho de 2022 Hotel Aqualuz – Tróia
NÚCLEO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA @nefaac@nefaacoimbra

VIII CONGRESSO CIENTÍFICO DA ANL

*Centro2022
*De 1 a 27 de junho de *Curso2022online
*Evento
* Sede regional do Centro da OF
Formação contínua: curso inicial de vaci nas e administração de medicamentos injetáveis
Rethinking pharmacy 2022
PATROCINADORESAPOIOS


Programa de Capacitação Política do Farmacêutico
*Dia
Pharmacy practice research summer meeting
Train the trainers: confiança vacinal e comunicação

*Dia 18 de junho de 2022 *FFUL
geral@nefaac.pt239488400

