GRANDE ENTREVISTA COM
ANDRÉ PEREIRA
GRANDE ENTREVISTA COM
ANDRÉ PEREIRA
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A rusga de solidariedade através de Marrocos
xvi
Congresso científico nef/aac
“Hoje, podemos a rmar que o INFARMED, como instituição, está mais maduro e granjeou forte reconhecimento nacional e entre os seus pares a nível europeu.”
UNIRAID MAIO 22 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Revista do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra
Grafismo e Paginação
Guilherme Baleiras e Vanessa Cipriano Direção Editoral
Guilherme Baleiras e Vanessa Cipriano Redação
Beatriz Couceiro, Bernardo Hingá, Catarina Neves, Francisco Sampaio, Guilherme Baleiras, Inês Rosado, Inês Paião Silva, Inês Sofia Silva, Joana Abreu, Joana Pereira, Laura Cavalcante, Manuel Silva, Margarida Torres, Maria Araújo, Vanessa Cipriano
Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Polo das Ciências da Saúde, Azinhaga de Santa Comba, 3000-548 Coimbra
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Caros leitores,
Quando a atual Equipa d’O Pilão assumiu as suas funções, a mesma tinha a Missão de tornar a Revista “O Pilão” numa ferramenta útil para a união, integração e difusão do conhecimento. Acima de tudo, pretendia-se que os estudantes se reaproximassem da Revista e das atividades do pelouro d’O Pilão.
Após reflexão, conclui-se que muita coisa que se pretendia acabou por ficar no papel, mas tem-se consciência que se conseguiu, através de alguma irreverência, deixar uma marca e lançar as bases para que futuros membros d’O Pilão consigam fazer mais e melhor do que aquilo que a Equipa do mandato de 2022/2023 conseguiu fazer.
Para terminar em grande, tem-se o prazer de anunciar o lançamento da 33ª Edição da Revista “O Pilão”. Contudo, com a consciência que nada disto teria sido possível sem ajuda, resta agradecer a todo o Executivo do NEF/AAC pela confiança que sempre depositaram no trabalho desenvolvido pelo pelouro d’O Pilão, ao Dr. Rui Ivo, ao Professor Doutor André Pereira, ao Pedro Teodoro, à Carolina Gonçalves e ao João Capão, à Bárbara Dinis, ao Paul Hoffmann, à Lara Ferreira, ao Jorge Pedrosa, à Beatriz Neves, à Imperial TAFFUC e à Phartuna. Deixa-se ainda um agradecimento especial aos pelouros da Intervenção Cívica e Social, da Pedagogia, da Educação e Promoção para a Saúde e das Relações Internacionais do Núcleo de Estudantes da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) pela dedicação que tiveram, mais uma vez, na elaboração dos textos das suas rubricas recorrentes.
Votos de uma Excelente Época de Exames e um FRA para os Finalistas, A Equipa d’O Pilão
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No seu 37º ano de existência, o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) deparou-se com mais um mandato marcadamente de empenho e dedicação, ciente das necessidades da Comunidade Estudantil que representa. Foi a novembro de 1986 que o Núcleo Mais Antigo da Academia foi fundado, sinónimo de resiliência, reivindicação e representação exímia dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), desde a Licenciatura em Farmácia Biomédica, Licenciatura em Ciências Bioanalíticas e Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e restantes mestrados e doutoramentos ministrados na FFUC. No início do mandato foram três os pelouros que serviram de mote ao desenvolvimento das mais diversas atividades e aos objetivos delineados para o ano em questão, entre eles: Comunicação e Imagem, Formação e Pedagogia.
Focados na melhoria da transmissão da informação a todos os Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, a aposta na comunicação a partir de todas as redes sociais foi crucial para profissionalizar a Imagem Externa do NEF/AAC, mas também para sensibilizar todos os Estudantes para as mais diversas atividades que estavam a ser desenvolvidas. Numa geração em que nos deparamos diariamente com estímulos projetados dos ecrãs do telemóvel, apostar numa Comunicação forte era crucial para o NEF/ AAC desenvolver em plenitude a sua atividade diária. Já naquela que foi uma necessidade de aproximação da realidade profissional com a academia, o pelouro da Formação do NEF/AAC desenvolveu a 1ª Edição da Farmácia Piloto, resultante inclusive do Memorando de Entedimento desenolvido entre a Associação Na-
cional de Farmácias (ANF) e os diversos Núcleos e Associações de Estudantes de Farmácia do país, perspetivando a aproximação da realidade da profissão da Farmácia Comunitária junto de todos os Estudantes. Nesta iniciativa, foram diversas as competências desenvolvidas, entre elas a capacidade de contactar com o Sifarma numa aprendizagem promovida pela Glintt, bem como a aproximação aos serviços farmacêuticos passíveis de ser promovidos em seio de Farmácia Comunitária, aliando todas estas competências a uma capacidade fluida de comunicação e eficaz com o público. Toda a atividade do NEF/AAC cumpre em plenitude a sua função se a base de sustentação pedagógica se encontrar adequada a toda a aprendizagem da comunidade Estudantil, assim foi essencial a desmistificação de todos os processos inerentes à resolução de questões de índole pedagógica. Inerentemente, foi desenvolvida a 1ª edição do Política em Saúde, que tinha como primordial objetivo dar a conhecer a todos os Estudantes as mais variadas Estruturas profissionais com a qual irão contactar ao longo do seu percurso profissional e que os representam no exercício das suas funções. Inquestionavelmente, nunca dissociando destas atividades e pelouros bandeira todas as atividades desenvolvidas ao longo de todo o mandato e que foram razão natural e primordial de toda a atividade do NEF/ AAC, cumprindo as necessidades procuradas por todos os Estudantes da FFUC.
Estamos assim, e prestes a terminar mais um mandato desafiante e enriquecedor do NEF/AAC, mantendo sempre o Estudante como eixo motor de desenvolvimento de toda a Atividade e procurando Deixar a Sua Marca em cada detalhe.
No mandato de 2022/20223, o projeto “Farmácia Piloto” foi recuperado pelo pelouro da Formação do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC), com o objetivo principal de aproximar os estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) da realidade com que se depararão no seu Estágio Curricular e caso sigam a carreira de farmacêutico comunitário. Para tal, nesta atividade procura-se mimetizar o ambiente de uma farmácia comunitária, proporcionando aos participantes a oportunidade de adquirirem algumas noções básicas acerca das competências sociais e profissionais que diariamente são exigidas aos farmacêuticos e profissionais de saúde. Os destinatários desta atividade foram, principalmente, os estudantes do 3º ano do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas.
A mais recente edição da Farmácia Piloto contou com o seguinte programa: às 14h, deu-se início à atividade com uma Sessão de Abertura; a seguir, das 14h15 às 16h15, decorreu uma Formação de Sifarma, ministrada pela Glintt, de forma a familiarizar os estudantes com os sistemas informáticos utilizados nas farmácias; após um breve intervalo, retomou-se a ordem de trabalhos com uma sessão denominada “Conversas ao Balcão”, com participação das Farmácias Holon, com o intuito de alertar os participantes para a necessidade de terem que ser dinâmicos e intuitivos durante uma conversa com um utente de uma Farmácia; a finalizar o programa, os participantes foram divididos em duas turmas, repartidas por dois workshops, um a cargo da Glintt, em que foram expostos vários casos práticos, e um outro à responsabilidade das Farmácias Holon, onde foi promovido um debate sobre como se pode diferenciar e dinamizar os serviços farmacêuticos prestados.
O Twinnet é um programa de mobilidade que contribui para a transferência de cultura, conhecimentos e experiências entre os membros da EPSA (European Pharmaceutical Students’ Association) com o mote de estimular a consciência intercultural e o desenvolvimento de competências inerentes ao trabalho em equipa.
Dois grupos de estudantes provenientes de dois países diferentes emparelham entre si e, posteriormente, cada um dos grupos recebe o outro nos respetivos países, promovendo, então, o pretendido intercâmbio cultural, social e pedagógico, através da realização de um conjunto de atividades que permitam entranhar um pouco as peculiaridades do país que não são tão absorvíveis através de ecrãs. A dinamização da participação no programa fica a cargo das Associações-membros da EPSA.
No presente ano de 2023, tive a oportunidade de participar no III Coimbra Twinnet e posso afirmar que foi uma das melhores experiências e decisões do meu percurso universitário. No entanto, antes de ser um dos sortudos que pode experienciar tudo o que esta aventura tem para oferecer, tive que apresentar a minha candidatura a este programa, sendo que para tal foi necessário enviar o meu Curriculum vitae (CV) e uma carta de motivação, explicando o porquê de querer participar no III Coimbra Twinnet. Felizmente, tudo se alinhou para que a vontade se tornasse realidade e passados uns dias recebi um e-mail proveniente do pelouro das Relações Internacionais do NEF/AAC a informar que tinha sido selecionado e que iria para França, mais precisamente, para Rouen, uma cidade de França, localizada um pouco a norte de Paris.
“promovendo o pretendido intercâmbio cultural, social e pedagógico, através da realização de atividades que permitam entranhar um pouco as peculiaridades do país que não são tão absorvíveis através de ecrãs.”por Pedro teodoro
Do Porto viajámos para Paris. Quando aterrámos na Cidade das Luzes, fomos recebidos pela Coordenadora do Twinnet de Rouen, que logo de início se mostrou gentil e acolhedora. Durante o primeiro dia, tivemos uma rotina intensa por Paris, que incluiu caminhar e viajar de transportes públicos entre os vários pontos turísticos. No final do dia, viajámos para a cidade anfitriã, Rouen
Nos primeiros dias, conhecemos Rouen e tivemos momentos enriquecedores e que proporcionaram o tal entranhar da cultura local. Visitámos museus, monumentos históricos, fizemos passeios pela cidade e conhecemos um pouco mais sobre a cultura francesa. Tornou-se muito interessante perceber como a história e a cultura de Rouen estavam presentes em cada canto da cidade. Pelo meio, fui fazendo novas amizades com os estudantes da cidade e que faziam parte da Associação que nos recebeu, tendo também constituído uma oportunidade para melhorar o meu inglês.
No penúltimo dia, deslocámo-nos à Faculdade de Farmácia da Universidade de Rouen, onde desenvolvemos algumas atividades em contexto de aulas. Esta experiência permitiu-me conhecer melhor o método de ensino e a dinâmica de uma outra Universidade.
No final do programa, tive a sensação de que havia aprendido muito mais do que um novo idioma. Aprendi sobre a cultura de outro país, conheci novas pessoas e, acima de tudo, cresci como ser humano. Participar no Twinnet foi uma oportunidade única e inesquecível e que recomendo a todos os estudantes que procuram uma experiência enriquecedora e transformadora.
Nos dias 30 e 31 de março, decorreu no auditório Principal do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra o XVI Congresso Científico NEF/AAC, subordinado à temática da Toxicologia Forense e organizado pelo pelouro da Formação do Núcleo de Estudantes da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC). Antecedida por quinze edições de sucesso, esta décima sexta edição não foi exceção, tendo-se pautado pela excelência e rigor científico e contado com uma grande adesão por parte da comunidade estudantil. Uma das novidades do Congresso deste ano foi a criação de uma Comissão Organizadora (CO). Os membros da CO integraram a mesma após responderem a uma Open Call lançada pelo pelouro da Formação. Face à temática escolhida, a CO teve a missão de não só promover uma abordagem abrangente e elucidativa em relação ao tema em questão, como também de estimular a reflexão e despertar o interesse e espírito crítico do congressista para a Toxicologia e as suas variadas vertentes.
A Sessão Solene de abertura ditou o início da ordem de trabalhos do Congresso, contando esta com a presença do Diretor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, o Professor Doutor Fernando Ramos, da Vice-Reitora da Universidade de Coimbra, a Professora Doutora Cristina Albuquerque, da Presidente do NEF/AAC, Catarina Melo, e do Vice Presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, Pedro Monteiro. Estes discursos visaram a importância das iniciativas desta natureza e acolheram calorosamente os congressistas, cuja presença foi realçada e valorizada, e os oradores.
“foi uma oportunidade única e inesquecível e que recomendo a todos os estudantes que procuram uma experiência enriquecedora e transformadora.”
O primeiro painel teve como título “Para uma introdução à toxicologia” e contou com a participação do Professor Doutor João Rui Pita. O Professor remontou aos primórdios da toxicologia na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, no início do século XX, abordando a evolução da toxicologia e realçando a importância deste ramo científico na atualidade.
O segundo painel abordou o tema “Fitotoxicologia” e foi moderado pelo Professor Doutor Carlos Cavaleiro e contou com as intervenções do Professor Doutor António Xavier de Barros e Cunha Pereira Coutinho, no âmbito dos “Mitos e verdades sobre o consumo de plantas”, do Professor Doutor Nelson Gonçalo Gomes, acerca das “Fitotoxinas: trivialidade, toxicidade e enquadramento regulamentar”, e da professora Doutora Maria da Graça Campos, que presenteou os congressistas com uma apresentação sobre o tema “As intoxicações mais frequentes devido ao consumo de plantas: acidentes, suicídios e homicídios”.
No seguimento da ordem de trabalhos, teve início o painel III, denominado “As ténues fronteiras entre a ação de compostos tóxicos e de fármacos”, moderado pelo Professor Doutor João Laranjinha e que incidiu na ligeira diferença necessária para atravessar a barreira entre uma substância tóxica e uma com potencial terapêutico. Teve como intervenientes o Doutor Vasco
Branco, que se debruçou sobre a questão “Is there a good side to toxicity? The potential repurposing of Mercury compounds to assist Glioblastoma therapy.” Para finalizar este painel, o Doutor Daniel Barbosa introduziu o tema “Intoxicações farmacológicas e a importância da monitorização terapêutica”, destacando a farmacovigilância como peça chave para a avaliação toxicológica de fármacos. O último painel do primeiro dia de Congresso deu palco à intervenção do Professor Doutor Ricardo Dinis-Oliveira sobre “O crime na Rua Das Flores e o início da toxicologia forense: uma viagem ao maior e mais apaixonante caso que Portugal já viu”, onde explorou a história intrigante e cativante do famoso crime que pode ser considerado o primeiro caso forense em Portugal. Durante a sua exposição, à medida que ia refletindo sobre um caso que lhe era tão próximo e que, por diversas vezes, se cruzou na sua vida, Professor Doutor Ricardo Dinis-Oliveira foi frisando a importância da toxicologia forense nas descobertas que fez ao longo da sua investigação sobre este mistério por resolver. O investigador convidado recuperou centenas de documentos históricos, repetiu a autópsia a uma das vítimas do célebre crime e garante que as análises feitas pelos peritos deste caso, que marcou a génese da medicina legal em Portugal, não foram bem realizadas, acrescentando ainda que as provas não eram suficientes para a condenação do suspeito.
O segundo e último dia de Congresso iniciou-se com o painel V, “Química e toxicologia forense”, moderado pelo Professor Doutor Alcino de Leitão e que contou com a Professora Doutora Ermelinda Eusébio e com o Doutor Mário João Dias como oradores, que abordaram, respetivamente, os temas “Apontamentos de métodos de análise química em química e toxicologia forense” e “O farmacêutico na perícia toxicológica forense”.
Com a Professora Doutora Maria da Graça Campos como moderadora, o penúltimo painel navegou pelo mundo das “Drogas de abuso clássicas” e trouxe a visão da Professora Doutora Helena Teixeira sobre “Canabinóides: do consumo recreativo ao potencial terapêutico”, a oportunidade de ouvir Professor Doutor André Castro dissertar sobre o tema “Breaking Bad - quando o protagonista se torna vilão” e o alerta do Doutor João Pedro Silva para a problemática “Opióides na aceleração do envelhecimento”.
Se no painel VI se falou das drogas de abuso amplamente conhecidas pelas autoridades, no Painel VII procurou-se dar a conhecer as “Novas drogas psicoativas”, que têm vindo a surgir no mercado de drogas ilícitas. Para tal, foram fulcrais as participações do Professor Doutor Frederico Pereira (“The pharmacology of new psychoactive drugs”) e Dr.º Luís Fonseca (“Novas substâncias psicoativas - a casuística da polícia judiciária”) da Polícia Judiciária, num painel moderado pela Professora Doutora Maria Manuel Silva. As novas drogas psicoativas podem ser potencialmente mais perigosas do que as substâncias psicoativas conhecidas. Estas incluem medicamentos usados de forma imprópria (contaminados, quantidades e contextos inadequados…) e substâncias de fabrico próprio e/ou recente. Constituem, assim, uma ameaça à saúde pública.
A terminar a ordem de trabalhos e o segundo e último dia do Congresso Científico NEF/AAC, teve lugar a Mesa Redonda, subordinada à temática “Mudança de paradigma na toxicologia”, na qual participaram a Doutora Helena Teixeira, a Professora Doutora Isabel Barbosa e Professor Doutor Frederico Teixeira. Deu-se particular atenção à possibilidade de se seguir o ramo da Toxicologia Forense, mesmo enveredando pelo caminho das ciências farmacêuticas.
Para dar oficialmente por encerrado o XVI Congresso Científico NEF/AAC, foi servido um Porto de Honra e, tanto no final do primeiro como do segundo dia, decorreram visitas guiadas ao Instituto Nacional de Medicina Legal, mediante inscrição prévia.
OP: Licenciou-se em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, tendo desempenhado, simultaneamente, cargos ligados ao associativismo, nomeadamente, na AEFFUL e IPSF. Considera o associativismo jovem uma boa escola para o futuro profissional?
RSI: De facto, o meu percurso académico esteve muito ligado a diversas atividades desenvolvidas paralelamente e ligadas ao associativismo, que acabaram por marcar profundamente o meu percurso profissional. Estive muito envolvido em atividades que tive o privilégio de participar na génese de projetos tão marcantes como a criação da Associação Académica de Lisboa e também da organização da I Semana Académica de Lisboa, a nível nacional, mas também como organizador do primeiro Congresso Internacional de Estudantes de Farmácia em Lisboa, no ano de 1986, e como presidente da International Pharmaceutical Students Federation (IPSF), em 1986/87. E muito mais haveria a contar destas vivências tão ricas, com a participação em iniciativas de estudantes do Panamá a Israel, onde mantenho amigos. E até o apartheid se atravessou nas nossas atividades. Neste sentido, e porque ainda mantenho profissionalmente muitas ligações que se iniciaram exatamente nesses projetos, diria que o associativismo jovem é uma excelente contribuição para o futuro profissional.
OP: Ao longo do seu percurso profissional, desempenhou várias funções, quer a nível internacional, quer a nível nacional. Quais as aprendizagens e experiências que vivenciou, que o moldaram, de forma mais vincada, no profissional que é hoje em dia?
RSI: O meu começo foi a Farmácia Hospitalar, tendo ingressado no Hospital Egas Moniz (hoje integrado no CHLO), em 1987, após o meu estágio em farmácia de oficina (Farmácia Sanex, em Lisboa) e em farmácia hospitalar (Hospitais Civis de Lisboa, tendo percorrido os ainda existentes Hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta e Curry Cabral, hoje parte do CHULC). E é como farmacêutico hospitalar que me sinto. É a minha base, a minha matriz.
Mas é verdade que todas estas vivências me levaram a procurar uma visão global e, num seguimento lógico, passar para a área regulamentar surgiu com naturalidade.
Na área regulamentar, o dever de serviço público alargado é extremamente desafiante e acabei por sentir imediatamente esse estímulo quando ingressei, em maio de 1993, no INFARMED, onde surgiu a oportunidade única de iniciar uma carreira que junta
a minha base de formação aos conhecimentos que tinha adquirido das minhas vivências a nível europeu e internacional. Desde então, o meu percurso foi predominantemente o de regulador, a nível nacional ou europeu, partilhado com a atividade de Professor Associado Convidado, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, desde 2009. Todo este conjunto de vivências deu-me uma matriz de abertura e foco na solução dos problemas concretos, direcionado para uma cidadania europeia.
OP: Entre 2002 e 2005, assumiu a presidência do INFARMED, sendo que mais tarde, em 2019, voltou novamente a ocupar esse cargo, até o momento. Quais as principais diferenças com que agora se deparou, comparativamente, ao primeiro mandato, tendo em consideração que 20 anos separam estes dois períodos, nos quais se registou uma grande evolução a nível das tecnologias do medicamento e da saúde no geral?
RSI: Os desafios podem até ter novos atores, mas na sua génese não se alteraram significativamente. Tudo o que tem a ver com o acesso ao medicamento, a garantia da sua qualidade, segurança e eficácia, a sua utilização racional, assim como relativamente aos produtos de saúde, eram e continuam a ser objetivos de então e de agora.
Como principal desafio no primeiro mandato como Presidente do INFARMED recordo-me do acesso aos medicamentos genéricos. Foi, aliás, a nossa principal prioridade fazer com que a utilização dos genéricos fosse uma realidade. Foi uma época de muito trabalho, mas vencemos a batalha e hoje os genéricos fazem parte do nosso quotidiano, permitindo ainda melhorar a sustentabilidade do SNS, reforçar o acesso dos cidadãos a medicamentos, permitindo também o desenvolvimento da indústria nacional. Aliás, com os genéricos passámos a ser dos países mais avançados em termos de prescrição e hoje o nosso modelo assenta na prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI).
Foi também uma altura em que conseguimos implementar várias sinergias com o sistema de saúde e o SNS, assim como, criar Comissões especializadas que muito têm contribuído para a atividade do INFARMED. Hoje, podemos afirmar que o INFARMED, como instituição, está mais maduro e granjeou forte reconhecimento nacional e entre os seus pares a nível europeu, mas boa parte dos objetivos mantêm-se.
A acessibilidade ao medicamento por parte dos ci-
dadãos que deles necessitam é um bom exemplo. Seja na manutenção dos medicamentos já existentes, promovendo a sua continuidade no mercado, não permitindo o desabastecimento do circuito do medicamento, ou, então, na introdução de inovação, cada vez mais célere e com alto custo, que colocam em causa a sustentabilidade dos sistemas de saúde dos países. E podemos garantir que temos atuado, atualizando os nossos serviços para as novas realidades com que nos deparamos e participando de forma ativa e liderante em diversas ações a nível europeu, de forma a mitigar o mais possível estas problemáticas. É nesta linha de dar aos nossos concidadãos a confiança e a garantia no acesso aos medicamentos e outras tecnologias de saúde que vamos trabalhar com o contributo de todos os nossos stakeholders. No meu primeiro mandato demos grande prioridade à transparência e vimos até premiados a nossa campanha dos medicamentos genéricos e o nosso site. Hoje essa necessidade de transparência mantém-se, a par de uma nova realidade que conjuga do lado dos cidadãos a comunicação nas redes sociais e outros suportes, e tudo o que isso traz, e do outro uma evolução científica vertiginosa, que a pandemia acelerou em termos de metodologias de avaliação.
Estes enormes desafios, aliados a crescentes exigências e expectativas, a que temos de somar um reforço do papel da intervenção europeia, devem levar-nos a repensar as nossas instituições e a promover a sua adaptabilidade. Mais, temos de somar a nossa capacidade de promover a motivação e atratividade dos colaboradores, reforçando a retenção e a competitividade
de talentos num mundo que se globalizou enormemente com o teletrabalho e a comunicação e participação virtual.
O setor público tem de se metamorfosear!
OP: Portugal, tal como o resto dos países europeus, enfrenta uma grave crise ao nível do acesso ao medicamento, visto que há registo ruturas de abastecimento e indisponibilidade de vários medicamentos. Que medidas o Infarmed adotou e está a adotar para mitigar esta problemática e encarar o desafio de cumprir com a política do medicamento?
RSI: “Uma grave crise ao nível do acesso ao medicamento” não me parece uma expressão que reflita a situação com que os cidadãos nacionais/europeus se deparam atualmente, e muito menos os portugueses. No entanto, é preciso assumir que existem problemas e como referi anteriormente, a disponibilidade de medicamentos tem suscitado preocupações crescentes um pouco por todo o mundo. A globalização acelerada a que assistimos nos últimos anos traduziu-se em cadeias de produção e distribuição de matérias primas e medicamentos muito complexas e pouco diversificadas. Ao nível nacional, e talvez antecipando um cenário de alguma dificuldade, foi criada no INFARMED, uma unidade funcional que trabalha especificamente na monitorização da disponibilidade de medicamentos no espaço nacional, em articulação com as estruturas dedicadas à monitorização da disponibilidade entretanto instituídas a nível europeu, na EMA e HERA. Uma monitorização diária que permite antecipar soluções no caso de reportes antecipados de ruturas de alguns medicamentos e, ao mesmo tempo, percecionar possíveis problemas de abastecimento (faltas momentâneas) de certos fármacos, em situações específicas. Além desta monitorização, esta unidade articula diretamente com todos os agentes do setor e tem uma série de ferramentas que lhe permite mitigar a esmagadora maioria das situações que po-
“Hoje, podemos afirmar que o INFARMED, como instituição, está mais maduro e granjeou forte reconhecimento nacional e entre os seus pares a nível europeu”
derão vir a causar perturbações no normal abastecimento de medicamentos, como, por exemplo, as listas de notificação prévia ou de proibição de exportação, as autorizações de utilização excecional (medicamentos rotulados em língua estrangeira), o contacto com a indústria, permitindo a identificação de soluções para mitigar problemas do mercado nacional. A nível internacional estamos a participar ativamente na construção de um enquadramento legal e regulamentar que permita a implementação de medidas que possibilitem a monitorização, avaliação e antecipação de episódios de escassez. Estamos a trabalhar afincadamente com as nossas congéneres na identificação de vulnerabilidades e pontos de constrangimento nas cadeias, seja nos grupos de trabalho já existentes, seja em novas iniciativas como a Joint Action on Shortages – CHESSMEN, e em soluções colaborativas, como a definição de listas de medicamentos críticos e que carecem de monitorização extraordinária e a constituição de stocks mínimos obrigatórios e reservas estratégicas. Sublinho que esta cooperação não é só operacional, tem existido uma atenção política a nível europeu de elevado nível, merecendo a atenção e discussão por parte dos decisores políticos e agências reguladoras em diversos fóruns. Por último, queria apenas mencionar que esta matéria ocupa um espaço central naquela que é a proposta de reforma da legislação farmacêutica, que foi anunciada pela Comissão Europeia e que está atualmente a ser discutida e negociada nos termos dos processos democráticos europeus.
OP: Quão estreitas são as relações do INFARMED com outros organismos de gestão do setor farmacêutico, nomeadamente, com a APIFARMA, ANF e Ordem dos Farmacêuticos?
RSI: O INFARMED assume responsabilidade sobre a regulação e supervisão da atividade farmacêutica ao longo de todo o ciclo de vida de produtos farmacêuticos que incluem os medicamentos de uso humano, dispositivos médicos e cosméticos e produtos de higiene corporal. Isto quer dizer que estamos presentes nas atividades de investigação e desenvolvimento, fabrico, distribuição, avaliação e utilização. Para terem uma ideia da dimensão do setor regulado, estamos a falar em cerca de dois milhões de referências de produtos regulados e muitos milhares de entidades sob regulação e fiscalização do INFARMED. Que tem ainda na sua missão a definição e execução
de políticas dos medicamentos de uso humano, dispositivos médicos e cosméticos. É fundamental uma profunda e estreita cooperação institucional com todas as associações setoriais e profissionais, mas também a academia e, destaco, as associações de pessoas com doença e de defesa do consumidor. Quando olhamos para a evolução do sistema regulador europeu, vemos que esta tem estado assente no valor da cooperação, não só entre agências reguladoras nacionais, mas alargada a todos os intervenientes no ecossistema da saúde e do setor farmacêutico. No dia-a-dia da organização e funcionamento do INFARMED, procuramos incorporar este modelo de cooperação e ação conjunta. Um grande exemplo deste espírito é a existência dentro do INFARMED de um conselho consultivo (órgão de consulta, apoio e participação na definição das linhas gerais de atuação do INFARMED), que é constituído por representantes de outras entidades da Administração Pública (não só da área da Saúde), Ordens Profissionais, associações setoriais e, sublinho, associações de defesa do utente e da pessoa com doença. Existem depois diversas comissões e grupos de trabalho onde estamos lado-a-lado com todas estas entidades e, claro está, o trabalho conjunto no nosso quotidiano. Gostaria de mencionar o Projeto INCLUIR, um projeto que queremos que contribua muito para o estreitar de relações com os cidadãos, em geral, e as pessoas que vivem com doença, em particular. Acreditamos que as pessoas que vivem com doença podem apoiar positivamente a área de avaliação de tecnologias de saúde, pelo que pretendemos fortalecer o seu envolvimento no INFARMED e nas decisões.
também que a evolução científica, tecnológica e regulamentar traduz-se em tecnologias de saúde cada vez mais complexas. Precisamos, portanto, garantir que estão reunidas as condições que garantam o acesso atempado às tecnologias de saúde, de forma sustentável para os sistemas de saúde, enquanto se garante a segurança, qualidade e eficácia na sua utilização. No âmbito da Estratégia Farmacêutica Europeia, está em curso uma revisão profunda da legislação farmacêutica que rege os medicamentos de uso humano e os dispositivos médicos que potencialmente criará um quadro regulamentar preparado para o futuro, o que garantirá que as tecnologias cheguem efetivamente àqueles que mais precisem, em particular, nas necessidades de saúde não satisfeitas. Por último, num quadro de globalização, não nos podemos esquecer que há que reforçar os mecanismos de preparação e resposta a situações de crise e promover cadeias de abastecimento diversificadas e seguras. São novas realidades para as quais temos de nos preparar.
OP: O que é um rolling review e em que situações é que este mecanismo é aplicado? Quais as barreiras à implementação do mesmo na aprovação de todas as tecnologias de saúde?
OP: Que aspetos são necessários melhorar ao nível das políticas do medicamento em Portugal?
RSI: Portugal assume, há vários anos, posição cimeira na definição e execução de políticas do medicamento e produtos de saúde. Aliás, somos destacados como um dos sistemas mais maduros e somos frequentemente citados como referências e líderes em algumas áreas. O que se reflete, também, no reconhecimento internacional e europeu do INFARMED como uma agência de excelência.
O sistema regulador europeu foi fundamentado na harmonização legal, regulamentar e operacional das atividades de regulação de produtos de saúde. Por outro lado, os sistemas de saúde a nível da Europa enfrentam desafios comuns, como é o caso da transição demográfica e epidemiológica. Há que sublinhar
RSI: Rolling review é um procedimento de avaliação intercalar e parcelar dos dados científicos à medida que estes vão ficando disponíveis, a fim de permitir um processo de aprovação mais célere quando é apresentado o pedido de Autorização de Introdução no Mercado ou uma extensão da indicação para um medicamento já autorizado. Simplificando, admite a avaliação parcelar da informação que vai sendo disponibilizada pelo requerente à medida que decorre o desenvolvimento do medicamento no que se refere à sua qualidade, segurança pré-clínica e eficácia e segurança clínica em contraposição a uma avaliação de toda a documentação num único momento. Este mecanismo foi um dos fatores de facilitaram o desenvolvimento, a avaliação, a autorização e a monitorização da segurança das vacinas e tratamentos contra a COVID-19. A principal limitação deste procedimento é a de que é altamente consumidor dos recursos disponíveis, na medida em que o fluxo de informação é muito mais intenso, com a possibilidade de múltiplas rondas de questões e respostas com prazo de avaliação muito curtos. Este não é um procedimento de avaliação acelerada formal, tendo sido criado para responder a uma situação de emergência. Poderá ser mais um procedimento acelerado a
ser adicionado ao conjunto de ferramentas regulamentares para aplicação em situações muitos especiais, mas devido aos recursos que exige, o seu uso para além de situações de emergência de saúde pública carece de análise cuidada sobre o impacto na atividade das autoridades regulamentares e as necessárias adaptações que exige.
OP: Para finalizar, que conselhos gostaria de deixar aos nossos leitores, sendo eles maioritariamente estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra?
RSI:
Empenhem-se com rigor na vossa formação e procurem uma visão integrada da profissão. Hoje, a par da base sólida da formação, é igualmente essencial obter todos as demais SKILLS de adaptabilidade e NETWORKING social.
em associação com a Estação Espacial Internacional (ISS), destacando-se a Merck, que melhorou o medicamento Keytrua, utilizado em oncologia, devido ao conhecimento adquirido da experimentação em microgravidade.
Sabemos que a presença da gravidade influencia e modifica certos fenómenos e processos físicos, químicos e biológicos. Por isso, a condução de experiências num ambiente de microgravidade (μg) torna-se extremamente vantajosa e proporciona o maior laboratório já imaginado para a investigação e desenvolvimento de novos medicamentos, tratamentos inovadores, dispositivos médicos e novos materiais: o espaço.
Com o avanço da tecnologia, foi possível simular a microgravidade na Terra e, apesar de não serem tão efetivas, essas simulações ainda conseguem fornecer insights valiosos sobre os efeitos da condição gravitacional diferente da existente no nosso planeta. Hoje, inúmeras pesquisas são conduzidas no espaço, nomeadamente, na Estação Espacial Internacional (ISS), um projeto de 15 países, inclusive os países que compõem a Agência Espacial Europeia (ESA).
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É aparente que humanos, microorganismos e células de mamíferos cultivadas sofrem mudanças induzidas pela μg. Por exemplo, a virulência de Listeria monocytogenes, methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA), Enterococcus faecalis e Candida albicans foi demonstrada como reduzida na microgravidade. Também foi descoberto que o crescimento celular sob µg poderia induzir a montagem espontânea de estruturas de tecido tridimensionais (3D) a partir de monocamadas celulares, variando de esferóides multicelulares (MCS) mais amorfos a estruturas mais complexas como a túnica íntima vascular. Essa mera diferença na forma organizacional do crescimento de tecidos permitiu aos pesquisadores uma nova janela para a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos de tratamento e prevenção para uma das doenças mais alarmantes no mundo da medicina: o cancro.
Outra pesquisa interessante está sendo conduzida na ISS, a qual pretende cultivar cristais de alta qualidade de uma proteína chamada LRRK2, que está envolvida na Doença de Parkinson. Os cristais cultivados em microgravidade geralmente são maiores e mais organizados do que os cultivados na Terra. Pessoas com doença de Parkinson têm atividade aumentada do gene LRRK2 e estudos genéticos ligam mutações nesse gene a um risco aumentado de desenvolver a doença de Parkinson. No entanto, a estrutura dessa enzima ainda não é conhecida. Logo, cristais de maior qualidade podem ajudar os investigadores a compreender melhor a estrutura da molécula para o futuro desenvolvimento de fármacos para o tratamento e prevenção da doença de Parkinson.
Mais recentemente, em novembro de 2022, a missão CRS-26 levou à ISS uma pesquisa sobre a absorção de vitaminas e minerais por leveduras (fungos unicelulares), a qual permitirá analisar esses microrganismos em condições de stress. Esse stress, somado à presença de vitaminas, gera uma série de alterações na expressão de diversos genes. Os genes de interesse para a pesquisa são os relacionados com o envelhecimento das células. Esse estudo faz parte da segunda fase de um projeto de pesquisa aeroespacial da empresa, cujos ensaios na primeira fase analisaram o processo de cristalização das proteínas do vírus SARS-Cov-2, responsável pela Covid-19, no Espaço.
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O cancro é uma doença caracterizada pela proliferação descontrolada de células. Como é do conhecimento geral, é um problema atual, sendo responsável, em escala global, por uma grande taxa de mortalidade e morbilidade. No entanto, estudos inovadores realizados no espaço, à luz da microgravidade, têm demonstrado cada vez mais interesse terapêutico. A nível celular, tanto a microgravidade real como a teórica têm mostrado impacto na sobrevivência, apoptose, proliferação, migração e produção de fatores de crescimento de células cancerígenas, entre outras respostas.
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Estudos nessas condições permitem a expansão e aprimoramento de conhecimentos sobre essa patologia, promovendo a descoberta de novos alvos terapêuticos. Eles têm sido conduzidos por grandes empresas farmacêuticas
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Em geral, o uso da microgravidade na pesquisa médica oferece perspetivas emocionantes para o desenvolvimento de novas terapias e tratamentos, como sucede com a regeneração de tecidos, terapias contra o cancro, testes de medicamentos e bioengenharia. À medida que nossa compreensão dos efeitos da ausência de gravidade na biologia humana aumenta, é provável que novas descobertas e avanços em terapias sejam realizados.
por Inês paião Silva e laura cavalcante
Os oceanos desempenham um papel vital na saúde do planeta e da humanidade. sendo responsáveis por regular o clima global, produzir oxigénio, absorver carbono e fornecer uma variedade de recursos naturais, incluindo alimentos, energia e minerais.
Além disso, os oceanos são a fonte de uma riqueza incomparável de biodiversidade, abrigando milhões de espécies de plantas e animais. Desta forma, a preservação dos oceanos é um desafio urgente e crescente. A perda de biodiversidade e o declínio dos recursos naturais dos oceanos podem ter impactos significativos na segurança alimentar, na saúde humana e na economia global. É fundamental que as pessoas e as comunidades trabalhem juntas para proteger e preservar os oceanos, garantindo a saúde e a sustentabilidade desses ecossistemas vitais para as gerações futuras. A problemática do plástico é talvez a mais falada, mas existe outra menos falada, mas igualmente impactante, envolvendo os protetores solares utilizados.
Os protetores solares são produtos que ajudam a proteger a pele dos efeitos nocivos da radiação ultravioleta do sol (UVA e UVB). Têm muitas vantagens para a saúde humana, incluindo a redução do risco de queimaduras solares, danos na pele, envelhecimento precoce, cancro da pele e outras doenças relacionadas à exposição solar excessiva. Mas nem tudo são vantagens. Estes produtos também têm desvantagens significativas para o meio ambiente. Muitos protetores solares contêm como filtros solares substâncias químicas, como oxibenzona e octinoxato, que são prejudiciais para os ecossistemas marinhos e a vida aquática. Essas substâncias podem afe-
tar o crescimento e o desenvolvimento de corais, podendo levar à sua completa destruição e ao desaparecimento de diversas formas de vida marinha. Estes produtos químicos podem permanecer no meio ambiente por longos períodos de tempo, aumentando o seu impacto nocivo. Isso significa que as pessoas que usam determinados protetores solares regularmente, especialmente, quando nadam ou praticam atividades aquáticas, estão a contribuir significativamente para a poluição dos oceanos e rios.
No que concerne à Oxibenzona, também conhecida como benzofenona-3, é um composto orgânico que pertence à classe das benzofenonas, que é frequentemente utilizado como ingrediente não só em protetores solares, como também em hidratantes e batons. A oxibenzona é um filtro solar químico que absorve a radiação ultravioleta do sol, prevenindo a queimadura solar e reduzindo o risco de cancro da pele. No entanto, como mencionado anteriormente, a oxibenzona também tem sido associada a impactos negativos no meio ambiente, especialmente, nos oceanos. A estrutura química da oxibenzona permite que esta seja absorvida facilmente pela pele, mas também faz com que seja altamente solúvel em água, o que a torna persistente no meio ambiente e difícil de ser removida. A oxibenzona também é conhecida por ser um disruptor endócrino, o que significa que pode interferir na função hormonal de organismos, incluindo animais e humanos. É tóxica para organismos marinhos, incluindo corais, moluscos, crustáceos e peixes, e de coral. A oxibenzona é facilmente absorvida pelos corais, causando um
branqueamento precoce que leva à sua destruição. Por isso mesmo, recentemente algumas organizações e autoridades ambientais estão a tomar medidas para restringir ou proibir o uso de protetores solares que contenham oxibenzona. Dado o impacto negativo da oxibenzona, hoje em dia as marcas de protetores solares procuram investir em produtos que possam constituir substitutos desta substância química. Também se pode optar por alternativas como os protetores com filtros à base de compostos minerais como o óxido de zinco e o dióxido de titânio. Estes têm capacidade de formar uma barreira física, fazendo a reflexão das radiações UV. Contudo, após a realização de vários testes concluiu-se que estes filtros não são tão eficazes na proteção dos raios UV.
Uma outra alternativa, que estará nas mãos de todos nós, será minimizar a quantidade de protetor que aplicamos utilizando camisolas com fator de proteção UV e sempre que possível procurar a sombra, sobretudo nas horas mais críticas. A utilização de uma t-shirt, chapéus ou até de camisas de mangas compridas poderá ser uma solução mais simples e que deixa a pele menos exposta ao sol.
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Concluindo, estima-se que cerca de protetores solares que contêm oxibenzona sejam despejados nos oceanos a cada ano e, portanto, é importante encontrar um equilíbrio entre a proteção da saúde humana e a preservação do meio ambiente. Apela-se, assim, à responsabilidade das pessoas para optarem por filtros solares que contenham ingredientes naturais e biodegradáveis.
A saúde dos oceanos é a saúde do planeta, são as suas águas que sustentam a vida humana na Terra, por isso resta-nos cuidar dela!
Ser portador de uma deficiência visual significa que o sentido da visão está afetado, tendo esta condição impacto na capacidade de realização de tarefas do dia-a-dia.
Para a maior parte de nós, movermo-nos no espaço sem dificuldade e de forma orientada parece uma tarefa simples e automática. Contudo, para uma pessoa cega este não é um dado adquirido e requer mais esforço, pois é uma capacidade igualmente fundamental.
Inquestionavelmente, uma pessoa invisual pode-se movimentar sozinha, desde que saiba fazê-lo em segurança e consiga orientar-se. No entanto, conseguir compreender o local onde se encontra e posicionar-se para onde pretende ir requer prática, constituindo o serviço de orientação e mobilidade uma das áreas de reabilitação e tem como finalidade habilitar a pessoa invisual a orientar-se e mover-se no espaço em que se encontra. Este tipo de reabilitação pode ser realizada com indivíduos em idade escolar, jovens adultos e adultos, sendo que cada idade tem programas ajustados às suas necessidades e em que cada indivíduo e os seus cuidadores identificam as suas prioridades.
São ainda essenciais recursos como a audição, o tato, a cinestesia, o olfato, o mapa mental e a visão residual (em caso de baixa visão). Uma parte muito importante da mobilidade das pessoas cegas são também os pontos de referência (como paragens de autocarro, passadeiras, semáforos) ao longo do percurso, pois estes ajudam a traçar o mapa mental e a localizar no espaço.
Quer isto dizer que, apesar da deficiência visual, estes indivíduos têm ao seu dispor ferramentas para alcançar a capacidade de se deslocarem de forma segura e podem inclusivamente fazê-lo sozinhos. Além disso, e muito frequentemente, podem ser guiados por outra pessoa, utilizar uma bengala branca ou um cão-guia. Deve ser utilizada uma bengala branca, específica para a deficiência visual, quando a pessoa tem consciência que se coloca em perigo ao se deslocar, seja no exterior ou no interior, decorrente da sua falta de visão.
Pode também ser utilizado um cão-guia, que é devidamente treinado para desviar as pessoas dos obstáculos e deslocá-la em segurança, mas que não tem noção das localizações; ou seja, a pessoa necessita, de qualquer forma, de ter o seu mapa mental.
A ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) dá-nos algumas dicas de como o podemos fazer.
Por exemplo, deve ser a pessoa cega a segurar no nosso braço e não o contrário; nós só devemos tocar com o nosso braço levemente no dela, para que ela saiba a nossa posição.
Devemos perceber para onde a pessoa pretende ir e orientá-la a partir daí. Durante a caminhada, o guia deve ir à frente e a distância que o separa da pessoa cega deve ser de meio passo.
O braço do guia pode estar fletido ou pendurado.
Devemos olhar em frente e prestar atenção ao ritmo da caminhada para que ambos se sintam confortáveis.
Somos nós que devemos andar do lado do trânsito.
Chegados ao destino, devemos orientar a pessoa cega com um ponto de referência que ela consiga identificar ou até já conheça.
É ainda de referir que todas as indicações que damos devem ser em função da posição da pessoa, isto é, à direita dele ou à frente dele e não à nossa.
Pio do neurónio
Morre um por dia
Qualquer que seja o evento
A minha cabeça pia
Hoje em dia
Ideia minha vai com o vento
Recordo a gravação
Dum neurónio à procura de companheiro
Meto a mão ao coração
Tomei sem querer medicamento alheio
Ideias minhas são agulha num palheiro
É o pio do neurónio
Tinha ideias mas deixaram de ser minhas
Escrevo à vontade do demónio
Corto interação com ideias mesquinhas
Axónios conduzem estas linhas
Piiiiiiiiii... Jorge Pedrosa
Na Sombra de
por maria araújo e margarida torresOP: A área das Ciências Farmacêuticas sempre foi aquela que tencionou seguir ou houve alturas de indecisão?
AP: Os caminhos raramente são lineares e, no meu caso, houve indecisões e algumas mudanças de rumo. Quando me candidatei ao ensino superior, à semelhança de muitos dos estudantes que entraram em Ciências Farmacêuticas nessa altura, e também, em parte, por “herança” familiar, tentei entrar em Medicina. No entanto, por umas centésimas, acabei por entrar em Ciências Farmacêuticas. A verdade é que, nessa altura, havia menos informação disponível sobre os cursos, pelo que a escolha era mais motivada por razões emocionais do que racionais. Apesar disso, ao ingressar em Ciências Farmacêuticas, vim de “mente aberta”, com vontade de explorar o curso e a Cidade. Acabei por gostar e ficar. Após acabar o curso e depois de alguns anos a trabalhar fora de Coimbra em Farmácia Comunitária, senti que era altura de mudar e voltei à UC para fazer o Mestrado em Saúde Pública, na FMUC. Entretanto, surgiu uma bolsa de investigação e o Doutoramento em Ciências Farmacêuticas.
OP: Com base na sua experiência como Docente, o que é que sente que pode ser melhorado ao nível do Ensino Superior, de forma a torná-lo apelativo e coerente com as necessidades dos dias que correm?
AP: Um aspeto importante que penso que deve ser mais estimulado é uma maior aproximação à indústria e uma mais eficaz valorização económica e social do conhecimento gerado nas Instituições de Ensino Superior (IES), embora a independência destas deva permanecer (sempre) intangível. Mas há reformas importantes que o ensino superior português deveria fazer a curto prazo. Por exemplo, um aspeto que considero crítico e que pode constituir um entrave ao crescimento em termos de inovação e competitividade é o atual modelo de governação. As IES são geridas em função de eleições internas que conduzem a decisões demasiado políticas dos órgãos de governo. A gestão endogâmica é potenciadora de conflitos de interesses e estes dificultam a implementação de algumas mudanças, desde as mais simples às mais disruptivas. Penso que as IES beneficiariam muito se fossem geridas e organizadas como estruturas mais próximas de outras organizações, em que há uma equipa de gestão que pode ser substituída se não fizer bem o seu trabalho. Um outro aspeto que me parece crítico no modelo de ensino superior português atual é a crescente indiferenciação entre ensino universitário e ensino politécnico, no que respeita à oferta formativa. Ao optarem por uma oferta similar à do ensino universitário em detrimento de uma formação mais especializada e profissionalizante, de menor duração, os politécnicos arriscam-se a perder prestígio, à semelhança do que sucedeu em países que equipararam universidades e politécnicos (como o Reino Unido), com a agravante de perderem as características que até aqui os diferenciavam, deixando alguns estudantes “órfãos” de opções. Este tipo de competição pode estratificar o sistema, com preferência para as universidades.
OP: Para além dos ensinamentos académicos, que outro tipo de ensinamentos considera que é importante transmitir aos seus alunos?
AP: Penso que a experiência universitária deve exceder largamente o conhecimento académico adquirido na Faculdade. A mais valia obtida nestes anos passa pelo contacto com pessoas diferentes e com realidades distintas. Isto molda a personalidade das pessoas, tornando-as mais flexíveis, abertas e tolerantes.
Por exemplo, nas minhas aulas laboratoriais pode haver música, normalmente menos conhecida e escolhida pelos alunos. O objetivo é apenas expô-los a coisas diferentes. Depois de ouvirem, podem gostar ou não, mas seja como for, esse contacto contribui para que sejam pessoas mais abertas e tolerantes. Outro tema que surge no topo dos assuntos de que falo bastante são as temáticas ambientais e de sustentabilidade, quer relacionadas com o ambiente quer com os alimentos. Penso que devemos ter a preocupação de ajudar a formar pessoas e não apenas bons profissionais.
OP: A sua tese de doutoramento intitula-se “Avaliação do risco do uso de medicamentos de uso humano no meio aquático português”. Atualmente, o foco do seu trabalho de investigação continua a ser este?
AP: Continuo a trabalhar muito com fármacos, quer na água quer em alimentos, e respetiva avaliação do risco. No entanto, desenvolvi também outras linhas de investigação, nomeadamente em metais pesados em águas e alimentos. para otimizar o tratamento dos doentes e os seus outcomes.
OP: Consegue indicar o momento mais desafiante da sua carreira até ao momento?
AP: A primeira apresentação internacional num congresso em Paris. Estava nervoso por ser a primeira vez que apresentava em inglês e porque estavam lá muitas individualidades reconhecidas na área dos fármacos no ambiente. Acabou por correr bastante bem. Funcionou como um “desbloqueador” e a partir daí comecei a gerir bem o stress nestes contextos de maior exposição pública. Quando temos dificuldades em determinada área ou contexto, o melhor é expormo-nos a essa situação para nos adaptarmos a ela.
OP: Que mensagem gostaria de deixar aos estudantes da nossa Faculdade, futuros profissionais de saúde?
AP: Os cursos na área das Ciências Farmacêuticas têm a grande mais valia de permitir escolher muitas e diferentes saídas profissionais – há farmacêuticos a trabalhar em análises de águas, em desenvolvimento de software, na indústria de pneus, etc. Aproveitem as oportunidades que esta formação vos proporciona e descubram o que gostam de fazer.
OP: Mudando um pouco a dinâmica desta entrevista, gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas de resposta rápida.
Uma cidade? Tomar.
Altura do dia favorita? Noite.
Prato preferido? Cachola (do Malhou!).
Livro ou série que marcou a sua vida? “Duarte e Companhia”.
Pessoa que mais marcou a sua carreira? A Professora Angelina Pena.
Algum desporto favorito? Kickboxing.
Hobby? Bodyboard.
Um hábito que não pode faltar nunca no seu dia a dia.
Ver as notícias do mundo futebolístico.
Um sonho?
Só trabalhar depois dos 50 se quiser.
A cadeira que menos gostava no nosso curso?
Química Inorgânica.
Viagem memorável?
Viagem de barco na Indonésia para fazer bodyboard e explorar diversas ondas.
Momento mais marcante do percurso académico? Defesa do Doutoramento.
Melhores termas de Portugal? Gosto muito do ambiente do Vidago Palace.
No dia 13 de maio, realizou-se o “Vozes Solidárias”, um concerto solidário organizado com o intuito de promover o espírito solidário de todos os estudantes da nossa Academia e também permitir a alguns grupos musicais de estudantes mostrarem o seu enorme talento. Esta iniciativa resultou da cooperação de cinco Núcleos da Associação Académica (AAC): o Núcleo de Estudantes de Farmácia (NEF/ AAC), Núcleo de Estudantes do Departamento de Física (NEDF/AAC), Núcleo de Estudantes de Economia (NEE/AAC), Núcleo de Estudantes de Medicina Dentária (NEMD/AAC) e o Núcleo de Estudantes de Informática (NEI/AAC).
O Concerto levou 65 pessoas até ao Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, onde as mesmas tiveram a oportunidade de assistir a três atuações, todas elas protagonizadas por estudantes da Universidade: os Ébrio D’Arte, conhecidos pela sua energia contagiante, já com dois singles originais lançados; Duarte Pádua, um talentoso cantor e compositor, de ainda tenra idade e que cativou todo o público a cantar a letra do seu single original; por fim, mas certamente não menos importante, os Reta, um grupo musical cheio de talento que, apesar de terem iniciado num meio mais pequeno, continuam a crescer e
a mostrar ao mundo o seu talento e que trouxeram a sua versatilidade e criatividade, através de uma ótima performance e surpreenderam todos, trazendo um novo original, que ainda não foi lançado. Em concordância com a realização do concerto, irá estar ao longo do mês de maio, uma plataforma online ativa, que irá permitir a doação, a todos os interessados. A totalidade do lucro do concerto, bem como, do dinheiro angariado pela plataforma de doação serão doados para a “Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro de Coimbra”, associação esta que ajuda as famílias a enfrentar e a lidar da melhor maneira com as dificuldades trazidas pelo cancro pediátrico, seja a nível hospitalar ou domiciliar.
Em suma, foi uma noite de maravilhosa união entre música e solidariedade , que permitiu promover o talento presente na comunidade estudantil da nossa Universidade, fazer a diferença na vida daqueles que mais precisam e, claro, produzir uma ótima noite de entretenimento para todos os presentes.
As Reuniões Gerais de Alunos (RGAs) realizam-se, pelo menos, três vezes por ano letivo: uma no início do primeiro semestre e outras duas no final de cada semestre.
A primeira RGA realiza-se por norma na segunda ou terceira semana, após o início do ano letivo, e destina-se à eleição das Comissões de Curso de cada ano curricular. As Comissões de Curso são constituídas pelos representantes de cada uma das Unidades Curriculares, sendo geridas por um Presidente e um Secretário, e têm como intuito auxiliar os estudantes ao longo do período de aulas, mantendo contacto próximo com os docentes e com o pelouro da Pedagogia do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC).
As RGAs de final de semestre são de elevada importância, uma vez que permitem ao pelouro da Pedagogia do NEF/AAC analisar as problemáticas enfrentadas pelos estudantes ao longo de cada semestre. Após auscultar e recolher todos os comentários dos alunos de cada ano da Licenciatura em Ciências Bioanalíticas (LCB), da Licenciatura em Farmácia Biomédica (LFB) e do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF), é momento do pelouro da Pedagogia reunir toda a informação para, posteriormente, apresentar em reunião de Conselho Pedagógico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).
A adesão a estas Reuniões é, por isso, imprescindível, uma vez que quanto maior o número de estudantes presente, maior a discussão e mais fácil será fazer um levantamento mais objetivo e robusto de tudo aquilo que necessita ser solucionado. A informação retirada das RGAs é também comparada com os resultados dos Inquéritos Pedagógicos do NEF/AAC.
As RGAs são marcadas pelo pelouro da Pedagogia do NEF/AAC, que publica a convocatória das mesmas no grupo de Facebook das Comissões de Curso, onde estão todos os estudantes do respetivo curso e ano.
por ana costa e catarina barata
Olá, somos os Pharolin ́s! N çalves e João Capão, fomos, a 11 de fevereiro, umas das mais de 60 duplas a participar na edição de 2023 do UniRaid.
O UniRaid é um rali humanitário e solidário, para estudantes com espírito empreendedor, que consiste numa viagem de nove dias pelo deserto, com o objetivo de atravessar Marrocos e entregar material solidário pelas aldeias mais desfavorecidas. A vontade de participar neste projeto era imensa como o deserto que viríamos a enfrentar. Uma experiência de uma vida.
Unidos pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, somos alunos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, somos jovens contagiados pelo espírito da aventura, somos essencialmente AMIGOS e tínhamos um SONHO em comum.
Não escondemos, nem camuflamos qual foi o nosso principal objetivo: abraçar a solidariedade e levar o máximo que conseguíssemos ao povo marroquino. Acreditamos ter cumprido com esta promessa e de alguma forma ter feito a diferença na felicidade do próximo.
A verdade é que não há uma história entusiasmante por de trás da descoberta desta grande aventura. Uma troca de palavras com antigos participantes bastou para desencadear o gatilho escondido. Era desejo comum ter este objetivo concretizado até ao final do curso. Desde o primeiro instante que contámos com o apoio total de ambas as famílias, que se mostraram, como sempre, disponíveis e estamos cientes que completar este desafio só seria possível assim. Aproveitamos para deixar marcado o nosso imenso obrigado a eles, eles que conseguem encontrar felicidade através do brilho dos nossos olhos. Acreditamos profundamente sermos o seu reflexo e nesta viagem levámos os valores que nos foram transmitidos.
“Partimos com o objetivo de DAR, mas hoje sabemos que RECEBEMOS uma herança jamais passível de ser avaliada.”
A aventura começou na ventura de partilhar a vida com quem nos quer acompanhar cegamente. Esta é a nossa conclusão, afinal de contas, foi assim que nos deslumbrámos por tudo isto, através do testemunho puro, simples e genuíno de antigos participantes. Ironicamente são os mesmos que afirmam não existirem palavras que façam jus à experiência, mas, por incrível que pareça, conseguem, conseguem “enlouquecer” tantos outros a abraçar esta iniciativa.
Aliado à beleza do voluntariado, juntou-se a paixão do rapaz da equipa pelo mundo da adrenalina rodoviária. Rapidamente percebemos que éramos portadores das peças ideais para montar o puzzle que seria esta viagem, ainda que com arestas por limar, não baixámos os braços e lutámos por aperfeiçoá-las. Estavam reunidos os ingredientes principais para escrevermos o primeiro capítulo da arrebatadora epopeia que vivemos. Decidimos, a pouco mais de 4 meses de partirmos, dedicarmo-nos a sério a esta causa, juntar o máximo de patrocínios e realizar todo o trabalho mecânico que o carro precisava. Temos de referir que foi desgastante, num semestre tão trabalhoso conseguirmos arranjar tempo para trocar dezenas de mails, reunir em inúmeras empresas e nem sempre recebermos a resposta que aguardávamos, percorrer uma vastidão de sites, sucatas e casas de peças à procura do que o coração do nosso Fiesta precisava, fora as noitadas passadas a trabalhar no carro. Mas CONSEGUIMOS!
Agora que olhamos para trás, constatamos que é um contrassenso tremendo gastar o que gastámos para participar nesta aventura, mas vivem-se momentos inestimáveis. A oportunidade de parar o carro e experienciar a alegria mais genuína das crianças. Desde o menino que queria uma bola, à menina que ficou radiante ao receber uma mochi-
la, aos irmãos com quem partilhámos comida ou à família que queria apenas um abraço. A alegria e gratidão de quem ajudámos contrastou com o nosso sentimento de impotência e de perplexidade. Ao partir, o sentimento era de ter o carro cheio e de que seria até difícil distribuir tudo a tempo do fim. Não podíamos ter estado mais equivocados. Na segunda das seis etapas, já estávamos a racionar o que tínhamos para dar. Por outro lado, quanto mais percorríamos mais confusos ficávamos, com o facto de haver crianças a viver em condições precárias, de casas sem qualquer tipo de isolamento e onde, muitas vezes, tábuas serviam de janelas, virem ao nosso encontro pedir-nos por uma bola ou um “stylo” (caneta), enquanto nós só pensa vamos como é que não nos pedem por roupa e agasalhos. Se nós, que só estivemos lá em baixo uma semana e passámos algumas noites dentro do carro à conta do frio, como é que a preocupação daquelas crianças po-
dia passar por algo tão banal/insignificante. Estamos cientes de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e que este sentimento se estendia às outras equipas, ainda assim não bastou e é por isso que o UNIRAID já conta com 12 edições realizadas e muitas mais a caminho.
Um dos momentos mais marcantes da viagem foi a chegada ao segundo acampamento. Tivemos uma das experiências mais humanas e desconcertantes das nossas vidas. Enquanto distribuíamos os primeiros brinquedos, surgiu uma mãe com uma filha paraplégica ao colo. A cadeira de rodas que simbolizava a nossa ida foi doada a uma menina que realmente precisava dela, partilhamos lágrimas com a mãe. Os responsáveis pela organização, que integram várias experiências do género todos os anos, ao verem- nos com aquela mãe, vêm ao nosso encontro e emocionam-se como se fosse a primeira vez que assistissem a algo do género. Foi a primeira noite que realmente dormimos em Marrocos e, apesar do frio que sentimos na tenda, o combustível do coração chegava para nos manter aconchegados.
Um dos maiores embaixadores da cultura brasileira, Ayrton Senna, afirmou que “Quando atinjo o meu limite, descubro que tenho forças para ir mais além”. Comprovámos que o limite é imposto por cada um e não podíamos estar mais de acordo com esta lenda enigmática. Apesar das nossas experiências (ou inexperiências) prévias atrás do volante, voltámos condutores mais con fiantes, fomos audazes e não nos intimidámos ao atravessar o deserto num carro sem tração às 4 e apenas com uma bússola e RoadBook, o
espírito de entreajuda foi largamente ampliado, reforçámos as nossas capacidades comunicativas, com todas as apresentações que demos e ainda houve espaço para nós os dois aprendermos mais de mecânica (quando foi preciso fazer a revisão ao carro ou quando dois Joões chatearam uma Carolina com os fundamentos de um motor, durante TODA uma viagem de ferry na qual era suposto descansarmos).
Uma vez que O Pilão é a revista informativa do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC), gostaríamos de referir o apoio dado por duas empresas do setor farmacêutico. Em primeiro, um agradecimento à Plural – Cooperativa Farmacêutica e em especial ao Dr. Miguel Silvestre, que nos garantiu que a posição da firma é no sentido de apoiar causas solidárias, particularmente, quando são executadas por futuros profissionais do ramo. Em segundo, à Farmácia Miraldo, localizada em Covões, Cantanhede. Na reunião tida na farmácia, o Dr. Carlos Pires não deixou sair sem a confirmação de que estava 100% connosco e de que um dos autocolantes do carro teria o nome da Farmácia.
O sonho foi cumprido e não há palavras nem imagens que o descrevam. Quando pensamos que não sabemos o que é sentir saudade, lembramo-nos do dia em que pisámos cada localidade . Apesar do sentimento de dever cumprido, será um gosto falar e tirar as dúvidas que surjam a futuros interessados e um orgulho saber que conseguimos contagiar mais uns LOUCOS.
porOP: Nos 27 anos de história, quais consideram que tenham sido os marcos mais importantes da tuna até à data?
P: Ao longo destes 27 anos, muitos são os marcos que constituem a História da Phartuna. De entre estes, destacamos alguns: a nossa primeira atuação de sempre a 16 de março de 1996, no II Simpósio do NEF/AAC; a nossa primeira atuação na Queima das Fitas, em maio de 1996; a nossa primeira atuação na Festa das Latas e Imposição de Insígnias, em 2009; a primeira edição do nosso encontro de tunas, “Praxis”, a 3 de outubro de 2011; a primeira edição do nosso festival “Boticários”, a 28 e 29 de março de 2014; a estreia do nosso primeiro CD “Intemporal”, em dezembro de 2015, e a realização das nossas digressões em 2018 e 2019. Tudo isto e muito mais sobre o nosso percurso ao longo destes anos pode ser explorado nas nossas redes sociais e no nosso site.
OP: Durante a pandemia de COVID-19, de que forma as atividades da tuna foram afetadas e como é que conseguiram superar o desafio de manter a tuna no ativo?
P: Durante a pandemia de COVID-19, todas as nossas atividades presenciais foram suspensas até que fosse seguro voltar à normalidade que conhecíamos. Enquanto o modo presencial não era possível, dinamizámos várias iniciativas noutros formatos, desde produção de conteúdo para as nossas redes sociais, bem como a realização de atividades de tuna por via remota. Felizmente, a partir de outubro de 2021, este regresso ao presencial foi-nos possível, ainda que adaptado às condições da altura, e pouco a pouco fomos retomando as nossas atividades em pleno.
Um dos maiores desafios que nos foram impostos foi a saída de gerações mais velhas e, com elas, toda a experiência do que é viver a Phartuna na sua plenitude. A pandemia de COVID-19 também nos impediu de apresentar o nosso grupo a gerações mais novas que entraram na faculdade durante esses anos e, com isso, a sua entrada na tuna acabou por ser adiada. Com isto, houve temporariamente uma diminuição drástica do nosso número de membros ativos.
Após o nosso regresso às atividades presenciais e com a chegada de muitos novos elementos, chega também o desafio de lhes transmitir todo o nosso funcionamento e experiências num curto espaço de tempo, para além de regressar com todas as nossas atividades, nomeadamente, o nosso festival, o “Boticários”. Hoje, podemos dizer que a grande maioria dos desafios foram ultrapassados, através do conhecimento e experiências dos nossos Antigos e trabalho e força de vontade dos nossos membros ativos. Em uníssono, as barreiras impostas por esta pandemia estão a ser transpostas.
OP: Para além de toda a parte musical que os nossos leitores têm oportunidade de ver e ouvir ao longo do ano, poderiam abordar um pouco o trabalho que é necessário fazer para que a tuna funcione normalmente?
P: A Phartuna, sendo uma associação sem fins lucrativos, conta com a existência de vários departamentos e direções que garantem a boa gestão interna e externa, o trabalho de imagem da Phartuna nas redes sociais, a aquisição de apoios e patrocínios, a parte organizacional de eventos, etc. No fundo, para além da vida tunante que todos nós conhecemos, cheio de animação e boémia, é necessário que haja uma organização interna, de forma a manter o normal funcionamento da Phartuna, levando a que os membros da Tuna tenham a oportunidade de adquirir e aprimorar algumas soft skills que poderão ser importantes e úteis no mercado de trabalho.
OP: Como tuna praxística, como é que a tuna se organiza em termos de graus hierárquicos e em que é que consiste cada um deles?
P: Em termos de graus hierárquicos, temos 6, os quais explicaremos, sucintamente, a seguir:
Aspirante: são aspirantes da Phartuna todos os que comparecerem aos ensaios da Phartuna. Não podem subir a palco ainda e também ainda não se consideram como sendo Membros Ativos, mas são integrados e recebidos como tal!
Caloiro de Tuna: para se ser Caloiro de Tuna é necessário saber todo o repertório da Phartuna. A partir deste grau, já podem subir a palco e consideram-se Membros Ativos da Phartuna.
Pharcaloiro: o Pharcaloiro é em tudo semelhante ao Caloiro de Tuna, no entanto, é alguém que consegue já ter alguma autonomia e responsabilidade para assumir algumas questões, nomeadamente, ensinar e integrar os Caloiros de Tuna mais novos e Aspirantes.
Phartuno: O grau de Phartuno pode ser atingido a partir do momento em que alguém consiga assegurar um instrumento em palco.
Mestre: é elegível para subir a Mestre todos os elementos com pelo menos um ano no grau de Phartuno. Este grau tem a responsabilidade de assumir várias questões associadas com a dinâmica interna e o bom funcionamento da tuna no geral. Neste grau hierárquico é eleito um representante, o Grão-Mestre, que coordena o Conselho de Mestres e é também o seu Porta-Voz.
Antigo: alcança o grau de Antigo todos os que tenham terminado o curso sendo Membros Ativos da
Phartuna e atingido pelo menos o grau de Pharcaloiro. Os Antigos não se consideram Membros Ativos da Phartuna, no entanto, podem subir a palco em diversas ocasiões. Também são membros muito acarinhados pela nossa tuna, por terem sido os responsáveis pela construção da Phartuna tal e qual como a conhecemos quando entramos nesta grande família.
OP: Quais são os requisitos para um estudante entrar na Phartuna?
P: Não existem requisitos absolutamente nenhuns. Não é necessário saber cantar ou levar um instrumento próprio. Para começar, basta vir a um ensaio conhecer a Phartuna e todo o espírito que a caracteriza!
OP: Como consideram que tem sido a evolução da tuna ao longo dos anos?
P: Como é expectável, ao longo dos 27 anos de História da Phartuna, a nossa evolução não foi linear. Existiram pontos altos e baixos, momentos bons e outros menos bons e todos eles foram ensinamentos que nos trouxeram até onde estamos hoje. Atualmente, podemos dizer que atingimos uma boa qualidade musical, podendo competir com as melhores tunas mistas do país.
OP: Por último, o que é perspetivam para o futuro das tunas e para a cultura musical estudantil de Coimbra?
P: A Phartuna de hoje não é a mesma tuna de ontem, nem será a mesma tuna do amanhã. O mesmo se pode aplicar a todas as outras tunas e grupos académicos. Esta constante evolução e mudança faz com que o futuro seja incerto, mas, decerto, será um do qual nos orgulharemos muito e nos fará recordar com saudade tudo o que estamos a viver hoje. Com isto, perspetivamos um futuro para as tunas e para a cultura musical Coimbrã que, nunca esquecendo as suas raízes, será brilhante.
OP: Nos 15 anos de história, quais consideram que tenham sido os marcos mais importantes da tuna até à data?
IT: Desde a nossa fundação em 2007, vários foram os marcos que contribuíram para o crescimento e desenvolvimento da nossa Tuna. De todos os momentos únicos experienciados, são de salientar a título de marco histórico, o festival comemorativo dos 5 anos da Imperial TAFFUC e as Galas comemorativas dos nossos 10 e 15 anos, desde a nossa génese. A nível musical, o nosso vasto repertório, que conta já com 14 originais, e o lançamento dos CD’s “Memórias” e “IMPERIVS” (contendo apenas originais da nossa Tuna) contribuíram para o progresso da excelência do nosso Grupo Académico. No que toca ao nível de espírito tunante, é de especial relevância destacar as digressões europeias de 2014 e 2018, que contribuíram para o enaltecimento do ambiente único e tão característico da Imperial TAFFUC. No entanto, acreditamos que se tivéssemos que destacar aquele que é o maior marco da nossa Tuna escolheríamos o nosso Festival, o IMPERIVS. Gostaríamos também de salientar o quão importante foi ter em todos estes marcos o apoio incondicional do NEF/AAC.
OP: Durante a pandemia de COVID-19, de que forma as atividades da tuna foram afetadas e como é que conseguiram superar o desafio de manter a tuna no ativo?
IT: O COVID-19 mostrou ser um grande obstáculo às nossas atividades, servindo de exemplo o adiamento da quinta edição do IMPERIVS, apenas a duas semanas da sua concretização, tendo sido a sua execução adiada para o presente ano de 2023. Também os nossos ensaios foram afetados, no entanto, este período de pandemia revelou-se essencial ao grupo, uma vez
que fortaleceu ainda mais os laços de confiança entre os integrantes da Tuna. Embora a pandemia tenha vindo complicar o que é a nossa convivência, a persistência dos seus membros e a procura de alternativas para um contacto contínuo foi incessante, tentando-se reinventar através da realização de ensaios online, da realização do Imperivs.com (Festival de Tunas online da Imperial TAFFUC) ou até mesmo proporcionando momentos de lazer através de publicações nas nossas redes sociais, servindo também de companhia a todos os nossos seguidores durante esses tempos conturbados.
OP: Para além de toda a parte musical que os nossos leitores têm oportunidade de ver e ouvir ao longo do ano, poderiam abordar um pouco o trabalho que é necessário fazer para que a tuna funcione normalmente?
IT: Para o nosso normal funcionamento vários são os processos/eventos necessários, nomeadamente: a realização de, pelo menos, dois ensaios semanais, através dos quais melhoramos a nossa qualidade musical e artística, mas também procuramos conviver e fortalecer laços entre os membros da Imperial TAFFUC; as reuniões de Direção e reuniões com todos os elementos da Tuna, nas quais discutimos e debatemos várias temáticas relativas a próximos eventos e tarefas do quotidiano da Tuna; a realização de Assembleias, propostas pela Mesa da Assembleia, onde são discutidas várias temáticas referentes aos próximos passos da Tuna a longo prazo.
A Imperial TAFFUC tem também o Conselho Fiscal, que supervisiona as ações dos órgãos administrativos. A nível musical, é necessário rever de forma recorrente as músicas que tocamos em palco, verificando e corrigindo os diferentes naipes de voz, tal como de cada instrumento. Para além disto, temos membros responsáveis pela Imagem e pelos Vídeos, bem como pela gestão das redes sociais, sendo fulcrais para o trabalho desenvolvido ao nível da nossa comunicação e imagem.
OP: Como tuna praxística, como é que a tuna se organiza em termos de graus hierárquicos e em que é que consiste cada um deles?
IF: A tuna divide-se em 5 graus hierárquicos: Aspirante a Caloiro, Caloiro, Aspirante a Tuno, Tuno e Antigo Tuno. Os Aspirantes a Caloiro são aqueles que querem pertencer à Tuna e que só após demonstrarem vontade de a integrar e saberem o seu reportório, poderão, então, passar a ser Caloiros, podendo a partir daí subir a palco. Os Caloiros são os membros mais novos e mais inexperientes, que, apesar de já possuírem capacidades de subir a palco, ainda não têm muitos conhecimentos musicais nem experiências no mundo tunante. Por outro lado, os Aspirantes a Tuno já possuem alguma experiência a nível musical, estando prontos para assumir algumas responsabilidades, mas ainda não atingiram o seu maior potencial. Os Tunos têm o intuito de fazer evoluir todo o grupo, utilizando a sua experiência em prol da Tuna, para transmitir os seus conhecimentos aos elementos mais novos da Imperial TAFFUC. Os Antigos Tunos são Tunos que já terminaram o seu percurso na Faculdade de Farmácia.
OP: Quais são os requisitos para um estudante entrar na Imperial Taffuc?
IT: Para um estudante fazer parte deste grandioso grupo que é a Imperial TAFFUC necessita apenas de ser estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra ou ter passado pela mesma e, como Tuna masculina, apenas podem entrar rapazes. No que diz respeito à aptidão musical, não é fundamental saber cantar ou tocar algum instrumento, até porque grande parte dos membros não tinham qualquer contacto com a música antes de ingressarem na Tuna. Não tenhas medo de vir experimentar, aparece num ensaio que estamos prontos para te receber! Deixamos também o convite a todas as raparigas para assistirem a todas as nossas atuações!
OP: Como consideram que tem sido a evolução da tuna ao longo dos anos?
IT: Nos últimos 15 anos, a nossa Tuna passou por vários momentos que fizeram com que crescêssemos enquanto Grupo, de forma a salvaguardar uma evolução positiva e contínua. Esta evolução está especialmente marcada pela continuidade do nosso Grande Festival de Tunas, o IMPERIVS, cuja 5ª edição foi realizada recentemente. De igual modo, o nosso percurso foi também marcado positivamente pelo lançamento dos nosso CDs, “Memórias” e “IMPERIVS”, bem como pela realização do nosso primeiro videoclipe, feito para um dos nossos originais mais acarinhados, “Cidade de Fitas”. Estas conquistas, entre outras, fazem com que sintamos um orgulho imenso em fazer parte deste enorme
Grupo, que é a Imperial TAFFUC, e enche-nos de vontade de o ver a chegar cada vez mais longe, alcançando patamares cada vez mais altos e que há muito que eram almejados. Neste momento, temos um espírito único de união e entreajuda, tão característico da nossa Tuna, que nem a pandemia conseguiu assolar.
OP: Por último, o que é perspetivam para o futuro das tunas e para a cultura musical estudantil de Coimbra?
IT: Para nós um dos principais objetivos é dinamizar e divulgar a música tunante portuguesa não só a nível nacional, mas também internacional, dado que atualmente sentimos um desinteresse por parte das gerações mais novas em procurar o que de bom se faz em Portugal, tendo-se vindo a agravar este paradigma no pós-pandemia. Todavia, Um objetivo que se perspetiva cada vez mais difícil de alcançar, devido à desvalorização deste tipo de Cultura. Sabendo da existência desta desvalorização e do risco de se perder esta parte da cultura, sendo um dos nossos objetivos combater esta possível realidade e perpetuar esta vertente cultural de modo que não se perca. Devido também aos elevados custos e dificuldades monetárias impostas pela pandemia e pela inflação, torna-se cada vez mais difícil realizar atividades, o que contribui para agravar ainda mais a problemática do desinteresse da comunidade pelomundo Tunante. Procuramos também desmitificar o que é uma Tuna praxística, dado o Tabu criado em volta da palavra Praxe. Vemos as Tunas como uma possível fonte de aprendizagem para as gerações futuras, ao nível da comunicação interpessoal e da evolução enquanto pessoa fruto do contacto com diversas pessoas neste meio. Nos próximos anos, uma das nossas maiores ambições é continuar o legado do nosso festival, o IMPERIVS, através da realização de mais edições no futuro, mas, ao mesmo tempo, queremos ir procurando desenvolver e reinventar outros projetos.
Para a I rubrica do PharmaCurious, o pelouro das Relações Internacionais traz até ti 6 factos sobre a Indústria Farmacêutica pelo mundo.
Facto #1
A Coca-Cola foi criada, em 1886, pelo farmacêutico John S. Pemberton, na sua farmácia em Atlanta.
A curiosidade e vontade de John S. Pemberton em inovar fez com que este criasse a fórmula da bebida mais vendida dos nossos dias. Pemberton passou muito tempo a misturar ingredientes, numa tentativa de criar um xarope benéfico para a digestão e que, simultaneamente, também desse energia (uma nova bebida “estimulante e revigorante” - este foi o lema da Coca-Cola, nos seus primórdios). Comparativamente a outros remédios e elixires da época, havia algo distinto na preparação de Pemberton: o sabor único que caracteriza a Coca-Cola e que o farmacêutico de Atlanta conseguiu através da mistura de ingredientes naturais, como a folha da planta da cocaína, noz de cola e água gaseificada.
Nos primeiros anos, o custo da bebida era de 5 cêntimos a garrafa e vendiam-se cerca de 9 por dia. Mas a sua fama foi crescendo e rapidamente outras farmácias da cidade quiseram servir a nova bebida, que acabou por se tornar na mais famosa do mundo. Em 1891, foi fundada a The Coca-Cola Company, formada pelo também farmacêutico Asa G. Candler, pelo seu irmão John S. Candler e por Frank Robinson.
Facto #2
Agatha Mary Clarissa Christie, conhecida como Agatha Christie, nasceu em 15 de setembro de 1890, em Inglaterra, e morreu a 12 de janeiro de 1976, aos 85 anos. Agatha foi uma escritora que se destacou no subgénero romance policial, tendo publicado mais de oitenta livros e ganho, ainda em vida, a alcunha “Queen/Lady of crime”. É considerada a romancista mais bem sucedida da história da literatura popular, uma vez que as suas obras, juntas, venderam cerca
de quatro biliões de cópias ao longo dos séculos XX e XXI. Durante a primeira guerra mundial, Agatha trabalhou num hospital, primeiramente, como enfermeira e, mais tarde, em 1915, como auxiliar de farmácia. Estas duas profissões vieram a influenciar substancialmente o seu trabalho, afinal na maior parte dos homicídios, nos seus livros, era utilizado veneno.
O Listerine foi desenvolvido, em 1879, pelo Dr. Joseph Lawrence, tendo o nome sido dado em homenagem ao Dr. Joseph Lister, um médico inglês e pai da antissepsia moderna, que, em 1865, inspirado pelo trabalho de Louis Pasteur na área das infeções microbianas, demonstrou que a aplicação de ácido carbólico (fenol) no vestuário em procedimento cirúrgicos reduzia a taxa de infeções no pós-operatório. Por seu turno, o trabalho de Lister inspirou o Dr. Joseph Lawrence a desenvolver um formulação alcoólica com a finalidade de ser usada como antisséptico em procedimentos cirúrgicos. A formulação em causa continha uma mistura altamente específica de óleos essenciais que incluíam timol, eucaliptol, mentol e salicilato de metilo. Desde o início que o Listerine tinha atividade antimicrobiana reconhecida, sem aplicação especificada. Assim, apesar de se da atividade antisséptica do Listerine, o mesmo teve pouca aceitação para fins cirúrgicos e, após ter sido promovido junto de dentistas como um produto para a higiene oral, em 1895, sofreu todo um trajeto de posicionamento no mercado que fez com que, em 1970, fosse reconhecido como um enxaguante bucal para prevenção de placa e gengivite.
#Facto 4
Mitrídates V do Ponto, o rei paranóico que deu origem ao princípio para a vacinação
Diz a lenda que Mitrídates VI do Ponto vivia aterrorizado com a possibilidade de morrer envenenado, tal como sucedeu com o seu pai. O trauma e a pressão de ser um dos maiores inimigos do Império Romano levaram-no a uma tentativa de se imunizar contra os venenos que poderiam ser usados contra si. Para tal, Mitrídates procurou tomar todos os dias doses não letais desses venenos, procurando ir aumentando, faseadamente, a quantidade por toma, até que fosse capaz de tolerar uma dose letal. A este processo foi atribuída a designação de “mitridização”.
Contudo, certo dia, perante o cerco do inimigo, Mitrídates tentou suicidar-se por envenamento, mas dada a imunidade que tinha criado, não conseguiu fazê-lo.
Em 1796, quando Edward Jenner descobriu aquela que é considerada primeira vacina do mundo, a vacina contra a varíola, este recorreu a uma atuação semelhante à mitridização. Ao reparar que as mulheres que trabalhavam na ordenha ficavam imunes à varíola humana, após contraírem varíola bovina, Jenner procurou inocular os indivíduos ontra a varíola humana, recorrendo a pus de quem tinha sido infetado com varíola bovina. Este processo de inoculação obteve bons resultados, uma vez que a varíola bovina é similar à humana, mas menos virulenta, “funcionando” assim como uma “dose tolerável” de varíola humana, que gera imunidade.
O Listerine foi, inicialmente, promovido como um antisséptico usado em procedimentos cirúrgicos, antes de ser posicionado como um elixir oral.
2023, o ano em que todos achávamos que viria a calmaria, a normalidade e a estabilidade que tanto ambicionámos durante estes últimos 3 anos.
Olhando para trás, vivemos uma dura pandemia, algo inédito para a nossa geração. Consigo trouxe dois confinamentos, ensino à distância, comércios fechados e uma severa crise económica. Achávamos que o pior já tinha passado, quando em fevereiro de 2022, soaram os alarmes de Guerra na Ucrânia. Gerou-se o pânico, a dúvida, a inquietação e, acima de tudo, a incerteza permanecia na cabeça de cada um de nós, que, provavelmente, nunca tinha experienciado nada semelhante. Uma guerra que pensávamos nunca ver fora dos livros…
Desde então, passou mais de um ano… E hoje, como estão as nossas vidas?
Hoje, março de 2023, se ligarmos a televisão num qualquer noticiário nacional, os assuntos são os mesmos: inflação, aumento dos preços dos bens alimentares, crise da habitação…
Deparamo-nos com notícias cada vez mais entristecedoras, de famílias que não são capazes de suportar os seus gastos, mais pessoas a passar fome, mais pessoas a ficar desalojadas… Este é atualmente o triste cenário em Portugal, país membro da União Europeia desde 1986.
Recentemente, o Banco de Portugal divulgou um estudo alarmante e preocupante, pois demonstrou que em 14 anos, isto é, de 2006 a 2020, a perda
salarial real de um trabalhador licenciado foi de 7,7%, o que equivale a uma perda de remuneração de 134 euros. Nos últimos anos, verificou-se, de facto, uma tendência para a desvalorização salarial dos diplomados, sendo estes os mais penalizados pelos cortes salariais aplicados pelas empresas portuguesas. Assim, haverá algum jovem recém-diplomado que ambicione ficar em Portugal, quando as condições de remuneração não são as mais justas e adequadas, não vendo retribuído o esforço académico?
Na realidade, Portugal é um país com algum reconhecimento no estrangeiro, quer pela cultura, gastronomia, património, natureza e também pelo talento, investigações promissoras, inovações tecnológicas, fruto de políticas estimuladoras e incentivadoras da formação académica a nível superior. Portugal tem pessoas com mérito reconhecido, mas que, por vezes, optam por tentar saídas profissionais no estrangeiro, uma vez que oferecem melhores condições e perspetivas de futuro. O nosso país não está a conseguir cativar nem atrair os mais jovens a ficarem em Portugal e a contribuírem com os conhecimentos adquiridos ao longo do seu percurso académico para o desenvolvimento do país.
Bárbara dinis
5ºano Micf
Foram cinco intensos e belos anos na Cidade dos Estudantes, aquela que tem outro sabor, onde todo o percurso académico ganha mais cor. Foram anos de aprendizagem, de amizades, de vivências. Anos de pura felicidade acompanhados de hombridade. Anos com a oportunidade de envolvimento no associativismo, no voluntariado e em diversas atividades, sempre na procura de dinamismo, o combustível para a locomoção e para o desenvolvimento pessoal e profissional. Foram anos marcados por um grande empenho e dedicação, mas também diversão. São muitas e muitas as memórias… e o Cortejo da Queima em cima do carro é um capítulo, em mim, bem marcado.
Termino orgulhosa de frequentar a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, orgulhosa do curso que escolhi para o meu futuro. E, agora que tudo se aproxima do fim, surge um misto de emoções, mas findo este bonito capítulo com a garantia de que comigo ficarão as ‘capas negras de memórias’ e um baú de histórias das mais bonitas às mais irrisórias.
“Capas negras de saudade, no momento da partida”bárbara dinis 5º ano micf por bernardo hingá
Comecei a minha vida universitária em Coimbra, no ano de pandemia. Ser caloiro naquela época foi algo muito peculiar. Cheguei a esta cidade com um pé atrás, pois como morava em Cascais e queria fazer a faculdade em Lisboa. A verdade é que tive essa oportunidade, na segunda fase de candidaturas, onde entrei em Bioquímica na Faculdade de Ciências e Tecnologias da NOVA. Mas bastou apenas uma semana em Coimbra para não querer abandonar esta cidade. Com isto, na terceira fase, candidatei-me no curso que estou hoje, Farmácia Biomédica, uma licenciatura que me deu várias bases, não só na vertente farmacêutica, mas como em diversas áreas como a gestão e o marketing, aumentando assim o leque de possibilidade na hora da escolha de mestrados e até no mercado de trabalho. No primeiro ano conheci pessoas maravilhosas, que pretendo levar para a minha vida, podendo dizer que entrei na vida académica “de cabeça”. No segundo ano, como doutor, sinto que foi o ano onde mais amadureci como aluno e como pessoa, pois, sentia que era espelho e algum tipo de referência para os mais novos, da mesma forma que eu olhava para os meus doutores com admiração. Mesmo assim, foi o ano onde mais me diverti, pois foi quando tive o privilégio de ir para o meu primeiro cortejo, que, sinceramente, foi uma das melhores experiências da minha vida. Hoje como finalista vejo a veracidade da frase “os anos de faculdade são os melhores anos da sua vida” e para a geração mais nova eu apenas digo para aproveitarem, desde as saídas à noite, até ir à biblioteca estudar com os amigos. O adeus a esta fase está a ser uma das partes mais difíceis da minha vida académica.
Desde muito nova que sabia que queria estudar em Coimbra e, em 2020, com todos os acontecimentos que marcaram esse ano, caio assim de paraquedas em Ciências Bioanalíticas, que, apesar de não ter sido a minha primeira opção, se tornou uma casa logo nas primeiras semanas. Fazer parte da casa que é a Faculdade de Farmácia é para mim um privilégio, pela oferta formativa, pelo contacto com os professores e pelo ambiente que se vive. É caso para dizer “Farmácia é orgulho, o resto é entulho”. Com o passar do tempo e de muitas horas de aulas assistidas e outras faltadas, reuni muitas memórias bonitas que levo comigo para a vida. As pessoas com quem vivi o curso, com quem vivi o espírito de Coimbra, enquanto cidade dos estudantes. Duas das coisas que mais me marcaram enquanto estudante foram o meu Batismo (que é das recordações mais bonitas que todos os estudantes levam) e as serenatas, que para mim têm um significado muito especial. Passado estes três anos, e esperando que o meu percurso académico não acabe aqui, gostava que todos os estudantes que deixem Coimbra sintam um grande carinho pela cidade e que saibam que onde quer que estejam Coimbra fará sempre parte da sua história.
II Jornadas de Farmácia Comunitária
27 e 28 de maio Europarque, Santa Maria da Feira
Curso de Intervenção do Farmacêuti
I Jornadas Medicina Desportiva do Algarve
30 de junho e 1 de julho
2ª Jornadas Práticas do Centro em Diabetes, Obesidade e Tiróide
7 e 8 de setembro
Hotel Montebelo em Viseu
Trazer Mais Saúde ao Vale: Proteção
Solar
14 de junho
Formato virtual
11.º Congresso Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica (SPAP)
1,2 e 3 de junho
46º Congresso Mundial dos Hospitais (WHC)
25, 26 e 27 de outubro
Centro de Congressos de Lisboa
XXXI Congresso Português de Aterosclerose
27 e 28 de outubro
Hotel MH Peniche
Rethinking Pharma: Healthcare (R) Evoultion
29 de junho
Centro de Congressos Lagoas Park
Hotel MH Atlântico
XXXV Fórum de Dermatologia
10 e 11 de novembro
Centro de Congressos Alfândega do Porto