Editorial
O Futuro Irrigado de São Paulo na Agrishow
São Paulo, conhecido por sua pujança econômica e sua liderança no agronegócio nacional, está prestes a dar um salto significativo no setor da irrigação. Com o ambicioso Plano Estadual de Irrigação, que será apresentado na Agrishow, em Ribeirão Preto, o estado se compromete a dobrar sua área irrigada até 2030.
O governo estadual vai oferecer crédito e apoio técnico aos irrigantes, reconhecendo a importância vital da irrigação para a produtividade agrícola e a segurança alimentar.
A parceria com o governo federal para a criação de três polos nacionais de irrigação, totalizando mais de 200 mil hectares, é um sinal claro do compromisso conjunto em impulsionar esse setor crucial.
Destaca-se também a indústria de irrigação do estado de São Paulo, que se posiciona como a principal do país. Com tecnologia de ponta e expertise consolidada, as empresas paulistas estão preparadas para atender à crescente demanda por sistemas de irrigação eficientes e sustentáveis.
O Plano Estadual de Irrigação não é apenas uma estratégia de crescimento econômico, mas também um passo em direção à resiliência diante dos desafios climáticos. A irrigação permite que os agricultores paulistas enfrentem melhor as variações climáticas, garantindo uma produção agrícola estável e de alta qualidade.
Este plano não apenas promete transformar o cenário agrícola do estado, mas também consolidar sua posição de destaque nacional no setor.
Nesta edição, temos o privilégio de apresentar uma série de artigos que complementam e enriquecem a discussão sobre a irrigação:
- Fabiano Machado e Fernando Tangerino compartilham este artigo sobre um tema de grande importância para a irrigação, “Como medir a umidade do solo”, oferecendo um valioso guia para quem busca otimizar seu manejo de irrigação.
- José Luiz Couto nos apresenta os benefícios da “Barragem subterrânea para irrigação”, uma técnica revolucionária que permite armazenar água dentro do perfil do solo.
- Ruy Padula destaca o sucesso da agropecuária Bio Canto, onde a “Irrigação por aspersão” desempenha um papel crucial, permitindo o reaproveitamento total dos dejetos na adubação orgânica.
- José Giacoia Neto traz a segunda parte de seu artigo sobre “Operação e gerenciamento remoto de sistemas de irrigação”, mostrando como a tecnologia pode aprimorar ainda mais a eficiência dos sistemas de irrigação.
Boa leitura!
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“Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares.” Josué 1:9
04 Abril | 2024
Netafim destaca inovações em irrigação de precisão na Agrishow 2024
A Netafim, pioneira e líder mundial em soluções de irrigação, anuncia sua participação na 29ª edição da Agrishow 2024
Agrishow: Governo de São Paulo assina protocolo de intenções para impulsionar a irrigação
Parcerias estratégicas entre empresas e governo impulsionam plano para ampliar a irrigação no estado
Artigos
Como medir a umidade do solo Barragem subterrânea para irrigação Irrigação por aspersão, faz parte do sucesso da Agropecuária Bio Canto Operação e gerenciamento remoto de sistemas de irrigação – parte II
05 Índice 06 Agenda 08 Conta Gotas Reportagem 14 Notícias 12
18 22 Abril | 2024 26 28
A eficiência é o foco para o crescimento da irrigação, diz presidente da ABID
Durante o 25º Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada, realizado como na Fenicafé - Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, o presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (ABID), Dr. Sílvio Carlos, destacou o considerável potencial do Brasil para expandir a prática da irrigação.
Ele ressaltou que esse crescimento deve ser direcionado para a sustentabilidade e eficiência, especialmente em culturas de alto valor agregado, como o café. Nesse contexto, a ABID tem desempenhado um papel fundamental ao oferecer uma série de cursos de capacitação, visando
promover o desenvolvimento da irrigação no país.
Dr. Sílvio Carlos enfatizou a importância do suporte técnico adequado aos produtores, destacando que apenas a aquisição de sistemas de irrigação não é suficiente.
Para finalizar, Sílvio salientou que eventos como a Fenicafé desempenham um papel crucial ao proporcionar conhecimento e apresentar as mais recentes técnicas de irrigação aos cafeicultores, contribuindo assim para o aprimoramento contínuo do setor.
Iniciativa para energias renováveis em projetos de irrigação é aprovada
Em abril deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 6903/17, oriundo do Senado, que promove o uso de energias renováveis na irrigação.
O objetivo é equilibrar a atividade agrícola com a preservação ambiental. O projeto destaca fontes como energia solar, eólica, de biomassa, biogás e pequenas centrais hidrelétricas, e determina que a Política Nacional de Irrigação priorize
pesquisas para incentivar essas energias na agricultura irrigada. Além disso, o projeto oferece tratamento prioritário aos produtores que adotarem energias renováveis na irrigação, possibilitando-lhes acesso a seguro agrícola e incentivos fiscais. A proposta foi aprovada também pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que analisou aspectos constitucionais, jurídicos e de técnica legislativa da matéria.
Lindsay na Agrishow: Tecnologia de ponta para maximizar a irrigação
A agricultura brasileira está prestes a receber uma inovação significativa este ano com o lançamento nacional do Custom Corner 9500CC Zimmatic. Este pivô de alta performance foi projetado para simplificar e potencializar as operações nas lavouras brasileiras, oferecendo uma expansão de até 90 metros no raio de operação.
Essa expansão permite que o pivô alcance áreas de formato irregular, anteriormente inacessíveis para os pivôs tradicionais, proporcionando um aumento médio de 25% na área produtiva irrigada nas fazendas. Além disso, o Custom Corner 9500CC Zimmatic oferece alta precisão e uniformidade na irrigação, garantindo que as plantas recebam a quantidade certa de água no momento adequado, de forma eficiente.
“Este equipamento chega para atender aos mais variados perfis de produtores, sendo uma tecnologia adaptável a pivôs novos e usados”, afirma Rodrigo Bernardi, especialista em produtos na Lindsay América Latina.
Outro destaque deste ano é o FieldNET NextGen™, uma nova interface da consagrada plataforma FieldNET. Essa ferramenta
estabelece novos padrões no gerenciamento da água na irrigação, oferecendo análises claras e concisas de milhares de pontos de dados processados em tempo real.
Por meio de mapas, gráficos e um aplicativo móvel intuitivo, o FieldNET NextGen™ permite que os agricultores avaliem rapidamente as necessidades hídricas da lavoura e tomem decisões e façam alterações remotamente, maximizando os rendimentos com economia de tempo.
Além disso, a Lindsay traz para o evento o lançamento de uma parceria com a Pessl Instruments, representada pela Estação Meteorológica da Metos. Esta parceria, juntamente com o FieldNET, oferece segurança e confiabilidade aos dados da previsão do tempo, essenciais no dia a dia da fazenda. Os dados serão utilizados através do FieldNET Advisor para recomendação da irrigação, facilitando o manejo de irrigação para os produtores.
Esses lançamentos prometem revolucionar a agricultura brasileira, oferecendo aos produtores ferramentas avançadas para aumentar a eficiência e a produtividade em suas operações.
Foto: Divulgação/Lindsay
10 Abril | 2024
Nova tecnologia de irrigação da Lindsay promete revolucionar a eficiência nas lavouras brasileiras
ITEB lança engate de tubos de dupla vedação
A ITEB - Indústria Técnica de Borrachas, está lançando um novo engate de tubos de dupla vedação, o Anel Duplo, projetado para resolver desafios de vazamentos em tubulações, especialmente em setores como o de cana. Em uma conversa com a Revista Irrigazine, o especialista em produtos da ITEB, Rodrigo Bernardi, compartilhou detalhes sobre esse avanço inovador.
Bernardi destacou que o Anel Duplo foi desenvolvido para preencher uma lacuna no mercado, proporcionando uma solução de vedação dupla que garante desempenho superior, mesmo em baixas pressões. Com dois pontos de contato, o Anel Duplo elimina completamente o vazamento de vinhaça no solo, oferecendo alta precisão e uniformidade na irrigação. Além disso, a ITEB também lançou a vedação Flange, que oferece uma solução universal para furações ANSI e DIN, proporcionando maior eficácia e conveniência na montagem.
Essas inovações não apenas conservam recursos hídricos preciosos, mas também previnem danos ambientais causados por vazamentos, especialmente em setores sensíveis como o de vinhaça.
A ITEB oferece uma variedade de diâmetros para atender às diversas necessidades de projetos de infraestrutura, desde 6 até 10 polegadas. Essa flexibilidade permite a adaptação a diferentes ambientes e condições operacionais, garantindo desempenho confiável e durabilidade excepcional.
Bernardi ressaltou ainda que, além da prevenção de vazamentos, o design do Anel Duplo incorpora recursos para aumentar a eficiência e a confiabilidade, como montagem simplificada e materiais de alta qualidade. A ITEB planeja
Solução eficiente para prevenir vazamentos e garantir a sustentabilidade ambiental Foto: Divulgação
promover ativamente essas inovações no mercado, visando uma ampla adoção por parte dos clientes e setores-alvo, impulsionando o progresso e a sustentabilidade em todo o mercado.
Netafim destaca inovações em irrigação de precisão na Agrishow 2024
A Netafim, pioneira e líder mundial em soluções de irrigação, anuncia sua participação na 29ª edição da Agrishow, a principal feira de tecnologia agropecuária da América Latina. O evento, que promete movimentar cerca de R$ 500 milhões na economia local, será palco para a empresa destacar sua expertise e inovações no campo da irrigação por gotejamento, um setor vital para a sustentabilidade e produtividade agrícola.
“A Agrishow é uma vitrine essencial para a inovação no agronegócio, e estamos orgulhosos em fazer parte deste evento tão significativo,” afirma Ricardo Almeida, CEO da Netafim Mercosul. “Este ano, trazemos entre as soluções para os produtores e visitantes, o GrowSphere™: uma evolução para a irrigação digital da Netafim, que promete transformar a gestão da irrigação e fertirrigação”, adiantou Almeida.
O sistema possibilita o controle e monitoramento da irrigação à distância e incorpora funcionalidades avançadas como o Crop Advisor, que fornece aos agricultores informações cruciais sobre as necessidades das plantas e permite ajustes precisos conforme as mudanças climáticas ocorrem, garantindo a melhor
tomada de decisões, em tempo real, e uma gestão mais eficiente das operações agrícolas.
A Netafim, que chegou ao Brasil na década de 1990 e se estabeleceu como pioneira em irrigação por gotejamento, chega na Agrishow com um estande que será um ponto de encontro para especialistas, distribuidores e produtores. “Nosso objetivo é oferecer não apenas produtos, mas soluções completas que atendam às necessidades específicas de cada produtor, combinando rentabilidade e sustentabilidade em ganhos tangíveis para os agricultores brasileiros” complementa Almeida.
Sobre a Netafim Fundada em um pequeno kibbutz em Israel há quase 60 anos, a Netafim é pioneira e líder mundial em soluções para irrigação. Com atuação em mais de 110 países, chegou ao Brasil na década de 1990, com um portfólio completo de produtos e soluções inovadoras de irrigação por gotejamento, que visam contribuir com o eficiente uso da água, aumentando a produtividade na agricultura e trazendo mais tranquilidade ao produtor rural.
12 Abril | 2024
Agrishow: Governo de São Paulo assina protocolo de intenções para impulsionar a irrigação
Parcerias estratégicas entre empresas e governo impulsionam plano para ampliar a irrigação no estado
O governo do estado de São Paulo está preparando um plano abrangente para expandir a irrigação e fortalecer as áreas irrigadas diante das adversidades climáticas.
O Plano Estadual de Irrigação tem anúncio planejado para acontecer na Agrishow 2024, em Ribeirão Preto. O plano prevê o oferecimento de linhas de crédito para que agricultores possam adquirir equipamentos agrícolas modernos, além de proporcionar apoio técnico por meio dos institutos de pesquisa estaduais. Atualmente, apenas 6% das terras destinadas à agricultura no estado são irrigadas.
Guilherme Piai, Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, revelou a meta ambiciosa de dobrar essa porcentagem em até quatro anos, visando alcançar 15% até 2030. Essa iniciativa, em colaboração com a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, e a empresa Lindsay, especializada em sistemas de irrigação, tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento agrícola e garantir a segurança alimentar.
A Lindsay, instalada no interior de São Paulo, possui uma sólida infraestrutura e desempenha um papel fundamental no diálogo com o governo estadual. Cristiano M. Arthuso Trevizam, Diretor de Vendas & Marketing para América Latina da Lindsay, ressaltou a importância da empresa no fornecimento de soluções tecnológicas para a expansão da irrigação em São Paulo.
Para se ter uma ideia da importância da irrigação, as áreas de agricultura irrigada no país correspondem a menos de 20% da área total cultivada, porém são responsáveis pela produção de mais de 40% dos alimentos, fibras e cultivos bioenergéticos. Esses números evidenciam a contribuição dessa técnica para o aumento da produtividade e possibilitar a produção fora de época.
Em janeiro, o secretário de Agricultura visitou a Associação do Sudoeste Paulista de Irrigação e Plantio na Palha (ASPIPP), em Campos de Holambra, município de Paranapanema.
Durante a visita técnica, foi discutido o atual cenário da agricultura irrigada de precisão e os desafios dos recursos hídricos no estado. Na ocasião, foi firmada a criação de um grupo de trabalho com o objetivo de atender às necessidades primordiais da região.
A expectativa é que esses investimentos impulsionem não apenas a economia local, mas também a eficiência e a sustentabilidade do setor agrícola paulista.
O fortalecimento da infraestrutura de irrigação será fundamental para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir a resiliência do setor agrícola.
Por meio de parcerias público-privadas e investimentos em tecnologias inovadoras, São Paulo está se posicionando como um centro de excelência em agricultura sustentável, promovendo o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental.
14 Abril | 2024
Guilherme Piai, Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo
Irrigação em São Paulo: Desenvolvimento, Desafios e Inovações
A agricultura irrigada desempenha um papel crucial na economia do estado de São Paulo, impulsionando a produção de uma variedade de cultivos que abastecem não apenas o mercado local, mas também contribuem significativamente para a oferta nacional de alimentos e matérias-primas agrícolas. Com uma geografia diversificada e condições climáticas favoráveis, São Paulo se destaca como uma das principais regiões irrigantes do Brasil, não apenas em termos de volume de produção, mas também em termos de inovação e adoção de práticas sustentáveis na agricultura.
Diversidade de cultivos irrigados
O estado de São Paulo apresenta uma diversidade impressionante de culturas irrigadas, cada uma adaptada às condições específicas de solo, clima e disponibilidade de água em diferentes regiões. Nas regiões do Alto Paranapanema, Casa Branca e Guaíra, por exemplo, os sistemas de pivô central são predominantes, impulsionando os cultivos de grãos como feijão, soja, milho e trigo.
A cana e os citros são culturas que ocupam grandes extensões, especialmente nas regiões central e norte do estado, sendo irrigados principalmente por sistemas de gotejamento, no caso dos citros, e aspersão na cana, embora não seja uma regra.
Além dessas culturas, o estado de São Paulo também se destaca na produção de hortaliças, frutas e flores, muitas das quais são cultivadas em estufas na região de Holambra e no cinturão verde da capital e outras grandes cidades do interior. Essas
culturas exigem sistemas de irrigação específicos, adaptados às necessidades de cada planta e às condições de cultivo em ambiente protegido.
Desafios e soluções tecnológicas
Apesar das vantagens oferecidas pela agricultura irrigada, os agricultores em São Paulo enfrentam uma série de desafios, incluindo o acesso à linhas de crédito, obtenção de outorga de água e oferta de energia. O estado conta com grandes bacias hidrográficas, formadas por importantes rios como o Rio Grande, Paranapanema, Mogi Guaçu e Pardo, além de fontes de águas subterrâneas, com destaque para os aquíferos Bauru, Serra Geral e Guarani. No entanto, é crucial uma gestão cuidadosa e sustentável desses recursos hídricos para garantir sua disponibilidade a longo prazo. Em São Paulo, o órgão gestor dos recursos hídricos é o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) vinculado à Secretaria de Meio Ambiente Infraestrutura e Logística.
Nesse sentido, a tecnologia também desempenha um papel fundamental no manejo eficiente da água na agricultura. Equipamentos, como sensores de umidade do solo, estações meteorológicas e dados climáticos permitem ao agricultor determinar a quantidade exata de água em cada fase fenológica da cultura e dessa forma minimizar o desperdício.
São Paulo se destaca como um centro de inovação na indústria de equipamentos de irrigação, concentrando a maioria das empresas fabricantes do país. Essas empresas desenvolvem
15 Abril | 2024
Foto: Divulgação/Lindsay
Foto: Divulgação/Lindsay
Cristiano Trevizam, Diretor de Vendas e Marketing Lindsay
Evolução da área irrigada e número de pivôs no estado de São Paulo | (Fonte: Atlas da Irrigação-ANA)
e fornecem uma ampla gama de tecnologias e soluções para a irrigação, atendendo às necessidades específicas dos agricultores e contribuindo para o avanço sustentável do setor agrícola.
Uma das empresas líder mundial na fabricação de pivôs de irrigação, a norte-americana Lindsay, instalada na cidade Mogi Mirim (SP), está diretamente envolvida neste plano de desenvolvimento da irrigação no governo de São Paulo.
Outras grandes empresas internacionais do setor de irrigação também escolheram o interior de São Paulo para sediar suas atividades no Brasil. É o caso da israelense Netafim em Ribeirão Preto, a NaanDan by Rivulis em Leme, a italiana Irritec em Indaiatuba, a israelense Bermad em Leme, as norte-americanas Senninger em Jaguariuna e Nelson em Mogi Mirim, as austríacas Bauer em São João da Boa Vista e Komet em Paulínia, a espanhola Raesa em Araras. Isto, sem contar as fabricantes de bombas, tubos e acessórios utilizados nos sistemas de irrigação, além das empresas nacionais como, Irrigabras em Barueri, Drip Plan em Leme, Plasnova em Louveira, RSB em Campinas, Krebsfer em Valinhos, Irrigação Penápolis em Penápolis, Germek em São José do Rio Pardo, Jimenez em Piedade, estamos citando apenas as empresas diretamente relacionadas com a fabricação de equipamentos de irrigação, mas outras empresas de tecnologia e serviços podem aumentar bastante esta lista.
Empresas de irrigação prometem investimentos na área para 2024
Enquanto o governo estadual de São Paulo avança com seu plano de expansão da irrigação, empresas do setor estão investindo significativamente para fortalecer a infraestrutura e suprir a crescente demanda por tecnologias de irrigação avançadas.
A Bauer do Brasil é uma das empresas que aderiu ao movimento. Com um investimento de R$40 milhões, a
Bauer está construindo uma nova planta em São João da Boa Vista (SP), com o objetivo de aumentar sua capacidade de produção em 50%. Luiz Alberto Roque, co-CEO da Bauer do Brasil, ressaltou a importância desse investimento para a indústria nacional, destacando que a nova fábrica permitirá a produção local de equipamentos antes importados, reduzindo a dependência externa e fortalecendo a economia local. Além da Bauer, a Plasnova Tubos também está expandindo suas operações para atender à demanda crescente por infraestrutura de irrigação.
Com investimentos em novas linhas de produção, a Plasnova Tubos busca não só suprir o mercado agrícola, mas também expandir para outros setores como saneamento e mineração. Esses investimentos não apenas impulsionam a economia local, mas também fortalecem a segurança alimentar e contribuem para a sustentabilidade ambiental da região. A sinergia entre os esforços do governo estadual e o compromisso das empresas privadas em investir em infraestrutura de irrigação promete transformar São Paulo em um dos principais polos agrícolas do país, preparando-o para os desafios do século XXI.
Considerações Finais Segundo dados da Agência Nacional de Aguas (2021) o estado de São Paulo está posicionado entre as maiores áreas irrigadas do Brasil. Conta com três polos de irrigação, Polo Nacional de Irrigação Guaíra/Miguelópolis (55.075 ha), Alto Paranapanema (108.205 ha) e Rio Pardo/Mogi Guaçu (38.797 ha).Em 2022 o Brasil superou a marca de 30 mil pivôs instalados, com área de 1,92 milhão de hectares, um incremento de 24% em relação ao ano de 2019. São Paulo representa 12,9 % dessa área irrigada por pivôs. Em resumo, os cultivos irrigados desempenham um papel vital na agricultura do estado de São Paulo, impulsionando a produção de uma ampla variedade de culturas e contribuindo para a economia regional e nacional. Apesar dos desafios enfrentados, São Paulo demonstra um compromisso contínuo com a inovação e o desenvolvimento do setor agrícola, buscando soluções tecnológicas e parcerias estratégicas para enfrentar esses desafios de forma eficaz.
16 Abril | 2024
Como medir a umidade do solo
¹Fabiano de Oliveira Machado; 2Fernando Braz Tangerino Hernandez 2Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, UNESP Botucatu. E-mail:foliveiramachado0@gmail.com ¹Professor Titular da UNESP Ilha Solteira
Introdução
Atualmente o maior desafio da agricultura irrigada é saber o quando e quanto irrigar de maneira que não tenha perdas econômicas e prejudique a sustentabilidade da atividade como um todo, uma das saídas é o monitoramento da umidade do solo. Esse manejo depende de vários fatores que o afetam direta e indiretamente a medida da umidade do solo como clima, topografia, tipo de vegetação, assim como das condições hidrogeológicas. Como resultado, a principal tarefa do agricultor é maximizar a acumulação, armazenamento e uso eficiente da umidade do solo. É claro que ainda é um desafio e, portanto, requer esforço e trabalho extra.
A importância da água se deve ao fato de que todos os processos físicos sejam na atmosfera e no planeta Terra jamais ocorreriam sem a presença de água. Outro ponto importante é que a umidade do solo é essencialmente dependente de variáveis tais como precipitação e da intensidade do consumo de água pelas plantas, determinada pelas condições climáticas reinantes, em um processo chamado de evapotranspiração. Ainda, a umidade atual em padrões comparativos com os limites na capacidade de campo e no ponto de murchamento permanente define o armazenamento de água no solo e cada cultura tem um limite crítico para a sua produtividade potencial.
Assim, este artigo aborda como medir e os benefícios de se conhecer a umidade do solo visando o uso com sabedoria da água na agropecuária.
Como saber a quantidade de água de um solo Diante incertezas relacionadas com o manejo da irrigação via solo algumas perguntas são necessárias visando medir corretamente a umidade do solo, a primeira delas é como o agricultor vai saber se o solo da propriedade dele está realmente “seco”, ou seja, com um baixo teor de água no solo? Segunda, se o solo da propriedade está realmente “seco” quanto que isso representa em termos de água no solo? E por fim, a cultura localizada nessa área pode sobreviver até quando, dada a quantidade atual de umidade do solo, ou a água deve ser aplicada?
O solo pode parecer ter umidade suficiente para uma pessoa, mas para outro não. A incerteza pode impactar drasticamente o monitoramento da umidade do solo e consequentemente da programação da irrigação implementada em culturas agrícolas como soja, milho, feijão, e ou qualquer uma de interesse agronômico e econômico e a subjetividade destas decisões há muitos anos fazem parte do manejo da agricultura irrigada. Para responder as perguntas levantadas pelos produtores é necessário conhecermos um pouco sobre os métodos de medição da umidade do solo.
Método direto de medição da umidade do solo É um método de medição de umidade do solo onde o Irrigante ou Consultor realiza coleta de amostras simples ou compostas de solo à uma profundidade desejada utilizando equipamentos simples como trados, enxadões, baldes, sacolas plásticas (Figura 1), protegendo as amostras das possíveis perdas de
18 Abril | 2024
Fonte:Esalq/USP
Figura 1.Amostragem e preparo das amostras para análise da umidade do solo.
água por evaporação até o laboratório quando serão pesadas em balança de precisão e colocadas em estufa de circulação forçada a 105 -110 °C ± 5ºC até atingirem o peso constante. Esse método direto é um dos mais utilizados e é conhecido como método gravimétrico. O teor de água presente na amostra de solo é determinado pela Equação: CGA= [(a-b)/b]; CGA: Conteúdo Gravimétrico de Água em kg kg-1; a: massa da amostra úmida em gramas; b: massa da amostra seca em 105 ºC até atingir peso constante em gramas.
O método gravimétrico se destaca por ser um método prático, barato e simples em relação aos métodos indiretos. As desvantagens consistem em ser um método demorado/ oneroso podendo levar até 72 horas para se saber qual o teor de água tem no solo amostrado, logo aquela umidade encontrada no solo não corresponde a atual que se encontra em campo.
Métodos indiretos de medição da umidade do solo
Os métodos indiretos para medir a umidade do solo são os que apresentam o maior crescimento no campo. Devido a rapidez, à praticidade e a possibilidade de repetir medições em uma determinada área do solo com baixo custo e em um curto espaço de tempo, estes métodos vem sendo os mais utilizados. Os métodos indiretos baseiam-se na medição das propriedades físicas do solo como a resistência do solo à passagem de corrente elétrica, a constante dielétrica do solo e a tensão da água no solo. E os métodos indiretos mais utilizados são tensiometria, TDR ,FDR e GMS.
O uso do tensiômetro, que é um tubo rígido contendo água
conectado à uma placa porosa em sua extremidade inferior, sendo possível a troca de água entre o interior do tubo e o solo em sua extremidade superior possuem uma tampa para manutenção do equipamento. À medida que o solo vai secando a água se move da cápsula porosa para o solo, formando um vácuo parcial no interior do equipamento que é medido com o auxílio de um vacuômetro podendo ser digital ou analógico, geralmente acoplado próximo à extremidade superior do tubo. Após uma chuva ou irrigação, a água do solo volta para o interior do tensiômetro pela ação do vácuo formado durante a condição de solo seco. O tensiômetro também simula o “esforço” que as raízes das plantas fazem ao extrair a água do solo. Existem dois modelos de tensiômetro muito utilizado por produtores o primeiro é o de vacuômetros metálico tipo Bourdon (Figura 2a), de coluna de mercúrio e o segundo o de punção (Figura 2b) a principal diferença entre os dois modelos é que o segundo não dispõe de vacuômetro acoplado, sendo a leitura da tensão realizada por meio de um vacuômetro portátil (digital ou analógico), que é introduzido por meio de uma agulha na (rolha) de borracha localizada na extremidade superior do equipamento conhecido como tensímetro (Figura 2c). Após a leitura do potencial matricial pelo Irrigante esta deve ser transformada em umidade volumétrica através da curva de retenção de água no solo e assim, estabelecida a umidade atual, a lâmina líquida será obtida pela subtração desta da umidade correspondente à capacidade de campo, sendo desejado a presença de dois tensiômetros posicionados na profundidade efetiva do sistema radicular – o de decisão – e um abaixo das raízes, para controle da água aplicado.
20 Abril | 2024
Fig. 2A. Tensiômetro com vacuômetros metálico tipo Bourdon.Fig.2B Tensiômetro de punção para leitura com.Fig 2C. Tensímetro digital de punção. Fonte: https://irrometer.com/sensors.html#irro
A umidade do solo poder ser medida também pelo princípio do TDR e FDR que permite a utilização de sensores com a possibilidade de automação e recebimento dos dados em tempo real. Esses benefícios têm popularizado a utilização desta técnica. O funcionamento Refletometria no Domínio do Tempo (TDR) consiste basicamente em medir o tempo em que uma onda eletromagnética leva para percorrer ao longo de uma haste até o solo onde é refletida. Tanto o tempo como a velocidade dessas ondas dependem da permissividade dielétrica, ou seja, é a capacidade de uma substância em resistir ao campo elétrico de uma carga induzida no caso da matriz solo temos três materiais (fase sólida, água e o ar).
Por exemplo a água possui uma permissividade em torno de (80) enquanto o solo fica em torno de (3 a 5) ou ar (1), por isso a permissividade é controlada pelo conteúdo de água no solo, possibilitando a determinação do conteúdo volumétrico de água no solo com precisão em outras palavras um solo com maior conteúdo de água vai ter uma leitura mais rápida e valores menores no equipamento. Outra vantagem desta técnica se deve ao fato de prever com precisão os teores de água em diferentes tipos de solos minerais, variando desde solos arenosos até com alto teor de argila. Existem vários tipos de sensores de TDR no mercado como o 10HS Soil Moisture Sensor® e o Decagon Echo® EC-5 da Decagon Services e o Spectrum SM100 Waterscout® da Spectrum® Technologies, Inc. como mostrado na (Figura 3 ).
Os sensores que usam a Reflectometria no Domínio da Frequência (FDR) é uma técnica muito parecida com a do TDR, porém o que diferencia é o fato das medidas não
serem realizadas no tempo e sim através de alternância de frequência eletromagnética. Esta característica faz com que o equipamento seja mais simples e barato entre os sensores que se destacam utilizando essa tecnologia/técnica temos a Multisonda Enviroscan® (Sentek) com duas sondas perfilhadoras (PR2/4 e PR2/6, variando apenas a profundidade Delta T Devices (www.delta-t.co.uk) (Figura 4). Existem também os Sensores de Matriz Granular (GMS) que consiste em um par de eletrodos embutidos em um bloco de gesso. O funcionamento consiste no movimento da água entre o solo e o sensor se manifesta em variações da resistência elétrica entre os eletrodos do dispositivo, onde essas variações resistência elétrica é convertida em potencial mátrico do solo. Um dos sensores mais conhecidos que se utilizam dessa técnica é o sensor Watermark® 200 (IRROMETER COMPANY Inc)
(FIGURA 4c)
Fig.4A.Sensor FDR Multisonda Enviroscan.
Fig.4B.Sensor FDR PR2 Profile Probe Systems.Fig 4C.Sensor GMS modelo Watermark® 200SS Fontes: Sentek (4A);Delta-T Devices (4B) e IRRIMETER.
Fig. 3A. Sensor TDR/ FDR modelo 10HS Soil Moisture Sensor® Fig. 3B.Sensor FDR/TDR modelo Decagon Echo® EC-5.
Fig.3C. Sensor TDR Spectrum SM100 Waterscout.
Fontes: Meter Environment e Spectrum® Technologies, Inc.
Conclusão:
O investimento em tecnologias e produtos que possibilitam a medição de umidade do solo em tempo real é imprescindível pois o manejo da irrigação via solo é de grande importância para o aumento da produtividade dos produtos agrícolas, pois facilita a aplicação da água no momento certo, com sabedoria, evitando o desperdício de água e de energia por parte dos Irrigantes. Também, destaca-se que o investimento no monitoramento do teor de água do solo é relativamente baixo comparado com os benefícios à curto e médio prazo nas propriedades onde se pratica a agricultura irrigada no Brasil.
Barragem subterrânea para irrigação
Eng. Agr. José Luiz Viana do Couto | jviana7@gmail.com
O Globo Rural na TV Globo de 25/02/2024 exibiu uma reportagem especial sobre a construção de Barragens Subterrâneas no semiárido de Alagoas, onde disse já existirem duzentas em operação. Em 1965, o então DNOCS, construiu sua primeira barragem subterrânea, na cidade de Tauá - CE, no depósito aluvial do rio Trici (IPT, 1981), para fins de água potável para consumo humano e para irrigação.
Segundo a Embrapa, o Brasil abriga a maior região semiárida contínua do mundo, com área superior a um milhão de quilômetros quadrados – dos quais 50% está dentro do território do Nordeste e parte do Norte de Minas –, e uma das mais densamente habitadas. (1)
A barragem subterrânea é uma técnica de armazenar água da chuva dentro do perfil do solo, com o objetivo de permitir ao agricultor a prática de uma agricultura de vazante e/ou subirrigação. Há 2 tipos de barragem subterrânea, a Submersa e a Submersível. Barragem Submersa é aquela que possui a parede totalmente dentro do perfil do solo, barrando apenas o fluxo de água subterrânea, sendo usada em cursos d´água intermitentes, rios e riachos de grande vazão e uma razoável área de recarga a montante do barramento. Barragem submersível é aquela em que sua parede, que parte da camada impermeável, atinge uma altura acima da superfície do terreno, objetivando barrar, além do fluxo subterrâneo, o superficial também, de forma que na época das chuvas, se forme um pequeno lago temporário à montante. Essa água acumulada vai se infiltrando lentamente, proporcionando um maior armazenamento no solo e, em consequência, uma maior disponibilidade de água para as culturas, por um período de tempo mais prolongado, após as chuvas.
Esse tipo de barragem pode ser utilizado em leito de rio e riacho, de pequena a média vazão, e em linhas de drenagem (“caminhos d’água”). A Figura abaixo mostra uma Barragem Submersível.
Barragem submersível (Irrigação/Reservatório)
Componentes da Barragem Subterrânea
Os principais componentes da barragem subterrânea são: a) parede de alvenaria ou terra com lona plástica de polietileno de 2 micra, b) poço com anéis de concreto tipo Amazonas localizado cerca de 6 m à montante da parede, e c) vertedor ou sangradouro, sobre a parede. A sua parede pode ser de alvenaria, concreto, argila compactada (barro batido) ou de plástico, sendo esse último o mais usado. A escolha do material depende do ambiente onde vai ser construída e da sua disponibilidade no local.
Local de construção
A Figura abaixo mostra, em planta, o local mais indicado para a construção da barragem subterrânea, levando em conta, principalmente, o menor custo. A declividade máxima é de 5%, embora o ideal é que seja inferior a 2%. O comprimento varia de 30 a 80 m, podendo chegar a 1.000 m ou mais; e a espessura do aquífero, pode variar entre 2 a 10 m.
22 Abril | 2024
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O Quadro abaixo lista as Barragens Subterrâneas de maior porte construídas em Pernambuco.
Projeto de Barragem Subterrânea
REF.:
[1] Barragem subterrânea, Maria Sonia Lopes da Silva e auxs., 59 págs. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/201887/1/ Barragem-subterranea-2019.pdf
24 Abril | 2024
Irrigação por aspersão, faz parte do sucesso da Agropecuária Bio Canto
As empresas evoluíram bastante a tecnologia em trabalhar com irrigação por aspersão, lembrando que um passado não muito distante, produtores transferiam os encanamentos e aspersores para irem irrigando, logo passaram a utilizar malha fixa (encanamento enterrado) e substituíam os aspersores das linhas irrigadas.
Hoje são instaladas em malha e não substituem os aspersores, além disto é toda automatizada, depois de realizar a programação por setor o sistema não requer mão de obra para realizar alterações dos setores. Realizamos as adubações via fertirrigação e aproveitamos os dejetos seja de bovino ou suíno utilizando esta estrutura sendo aplicado em pastagem e na agricultura. Relatos do Dr. Fábio José Padovani e seu filho Matheus, proprietários da Agropecuária Bio Canto, que está localizada na cidade Cascavel-PR, onde a bovinocultura de gado de corte é um exemplo da utilização da irrigação por aspersão.
Padovani, grande conhecedor do agronegócio, há mais de 4 anos, resolveu inovar o trabalho em seu confinamento,
os animais são avaliados por ultrassonografia, área de olho de lombo, avaliação da dentição, os machos não podem ter realizado a troca de mais de dois dentes, as fêmeas a troca de até quatro dentes, esta substituição da dentição indica aproximadamente a idades dos animais.
O piso do confinamento é todo calçado, assim aproveita 100% dos dejetos, antes de chegar nas caixas de contenção passa por um separador de sólidos, o líquido segue para os tanques de contenção, onde é instalado o BIODGESTOR, produzindo assim energia, seguindo posteriormente através da irrigação por aspersão para os campos da agricultura e pastagem.
Para entender isto melhor falamos com Rudimar Bruder, proprietário da empresa Aquasolo, estabelecida no estado Santa Catarina, em São José do Cedro, que instalou todo o sistema de irrigação para pastagem e agricultura. Ele comentou que é comum no Sul do país produtores instalarem aspersores com 2,80 m de altura, em toda a área plantando milho ou sorgo e após colheita fazem pastagens de inverno.
Os aspersores estão instalados em linhas de 25 metros, o diferencial entre a pastagem e a agricultura é somente a altura dos aspersores, para pastagens 1.80 m de altura e agricultura 2,80 m.
Padovani está produzindo carne de qualidade e aproveitando os dejetos dos animais, com isto, já faz 4 anos que aplica somente adubação de correção, conforme análise do solo, mas garante que reduziu 70% o volume aplicado do adubo químico.
Orientação do pesquisador Dr. André Novo da Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária, é realizar análise dos dejetos verificando assim os teores médios de nutrientes no sólido e no liquido, tem diferenças importantes, de posse do resultado das análises do solo e dejeto a recomendação das quantidades aplicadas devem seguir orientações de um técnico.
26 Abril | 2024
Ruy Padula, Gestor em fazendas
Operação e gerenciamento remoto de sistemas de irrigação – parte II
José Giacoia Neto - Engenheiro Agrícola, M.Sc. em Irrigação e Drenagem (UFV) e MBA em Gestão Comercial (FGV). Gerente Internacional de Negócios Américas, Rain Bird
Como anunciamos em nossa última edição iremos iniciar a apresentação da tecnologia mais avançada de automação remota que são os controles centrais. Porém, como se trata de um assunto que abrange todos os segmentos de irrigação iremos dedicar e tratar os Controles Centrais como um tópico isolado.
INTRODUÇÃO
Um controle central para sistemas de irrigação pode simplesmente ser definido como um sistema computacional que opera múltiplos controladores, sensores e outros dispositivos utilizados em sistemas de irrigação através de uma locação centralizada. Os controles centrais de hoje podem monitorar condições dentro de um projeto e então controlar os equipamentos a responder dentro de ações programadas para aquelas condições. Este monitoramento e controle, permite uma automação completa do sistema de acordo com quaisquer parâmetros definidos para a operação do sistema. O sistema pode operar totalmente sem intervenção humana se programado para tal.
OPÇÕES DE CONTROLE E MONITORAMENTO.
Controlando um sistema de irrigação através de um único ponto central permite que todas as operações do sistema possam ser programadas e monitoradas de forma eficiente
e fácil. Ações de controle como por exemplo: ajustar tempos de irrigação por estações em vários pontos através de uma simples operação na tela de computador.
Os controles centrais iniciaram através de softwares que eram instalados em computadores dos clientes e partir destes controladores se realiza toda a operação, monitoramento e manejo. Se o cliente permite acesso remoto a este controlador ele pode contar com serviços remotos de assistência técnica, updates e upgrades.
A tendência hoje é que os softwares de controles centrais para irrigação fiquem hospedados em um servidor virtual hospedado e gerenciado por empresas de banco de dados e que provem acesso remoto através de login e senha. É o que se chama comumente de sistemas hospedados na “nuvem”.
As principais vantagens dos novos sistemas hospedados na nuvem são:
- O software está em constante manutenção e atualização.
O cliente não precisa atualizar versões ou reinstalar.
- Se pode acessar e operar de qualquer computador ou dispositivo móvel.
28 Abril | 2024 Fig. 1.
Controle central hospedado na “nuvem”
Diagrama de
- Permite múltiplos usuários com níveis específicos de autonomia.
- O backup de dados e programas ficam sempre protegidos e são automáticos.
Porém ainda assim, alguns clientes ainda possuem resistência e desconforto para utilização de sistemas hospedados na nuvem.
Existem também as corporações que querem operar todos seus controles e operações dentro de sua rede privada e não querem compartir a operação e, por segurança, não deixar nenhum usuário externo ou servidor ser conectado através de sua rede privada.
Para atender especificamente essa demanda e fornecer esta possibilidade os fabricantes de controle central também possuem a opção de instalação do software em um servidor do próprio cliente e deste servidor se efetua toda o acesso remoto ao sistema através de usuários internos e com autonomia de acesso.
Módulos de Automação:
A monitoração de um controle central consiste de vários tipos de sensores. Sensores de fluxo, vento, umidade do solo, temperatura, chuva, estações meteorológicas são apenas alguns tipos de opções disponíveis. Estes sensores monitoram suas respectivas áreas e relatam suas condições.
O sistema pode responder se alguma das condições estiver fora de limites pré-determinados. Um exemplo de operação via sensor é a habilidade do sistema monitorar a precipitação. Se ocorre alguma precipitação dentro de uma determinada área, O sistema pode automaticamente interromper o funcionamento desta área e reportar suas ações ao controle central.
Apresentaremos em nosso artigo opções de operação automáticas sendo:
- Controle de fluxo
- Controle da Fertirrigação
- Ajuste automático dos tempos de irrigação através de uma estação meteorológica física ou virtual
- Controle da limpeza da Filtragem.
- RainWatch é um sistema que monitora, responde e possui tomada de decisões relativas a precipitação.
- Leitura de sensores de umidade, temperatura, Ph, etc.
- Ativar e desativar programas em função de variáveis especificas.
Projeto e Fluxo de Operação dos Controles Centrais:
O fluxo de operação dos controles centrais baseia-se nas seguintes etapas:
- Levantamento de necessidades de controle
- Parâmetros de controle
- Dimensionamento do sistema
- Programação
- Monitoramento e ajustes.
Feito toda a programação e entrada de dados os controles centrais iniciam sua rotina. Geralmente iniciam todos os cálculos baseados em entrada de dados climáticos que podem ser digitados manualmente ou através de conexão direta de estações meteorológicas ou outros dispositivos que forneçam dados necessários para programação. A partir daí se inicia a jornada de operação do sistema. Dependendo do tipo de controle central esta operação pode ser de atuação remota ou com ação direta no funcionamento do sistema.
Tipos de Controle Central.
- Controle Central Maestro:
São controles centrais onde temos o computador central efetuando monitoramento e programando os sistemas de irrigação. Ele captura os dados climáticos, os parâmetros dos sensores e de vazão e envia diariamente as programações para Satélites e outra centrais de controle que recebem a programação e são responsáveis pela operação e funcionamento do sistema. Com isto ele possui uma grande capacidade de gerenciamento o pode gerenciar inúmeros projetos. Caso aconteça algo no campo que tenha que ser relatado ou algum alarme temos uma mensagem de retorno enviada ao computador central além do mesmo poder ser programado para checar projeto por projeto em períodos. O sistema também pode ser programado para enviar relatórios de operação por e-mail ou mensagens de texto com alarmes ou dados de operação.
Estes controles permitem acesso remoto e monitoramento de vários projetos. Geralmente permitem uma grande liberdade de programação e entrada de parâmetros de sensores e outros dispositivos como por exemplo: abertura de janelas de estufas ou comportas.
Como próprio nome diz, este tipo de Controle Central operara como um maestro monitorando, gerenciando e programando vários sistemas de irrigação de acordo com suas necessidades e variáveis.
29 Abril | 2024
Para operar um sistema ele tem que se conectar a o projeto específico para ter acesso e operar o sistema. Uma vez conectado, pode operar e visualizar o funcionamento de válvulas e outros dispositivos do sistema.
Este monitoramento e operação pode ser feito através de tabelas de acesso ou por interação diretamente por mapas ou imagens do sistema.
Se pode operar o sistema através de fotos aéreas e sobrepor o projeto com a localização de válvulas e dispositivos diretamente no mapa. Essa é a preferência da maioria dos usuários hoje.
- Controle Central Executivo ou “on line”
Este tipo de controle central opera diretamente no sistema, ou seja, ele opera os sistemas de irrigação “on line”. A programação é executada diretamente pelo computador e os dispositivos de campo atuam diretamente sob o seu comando.
As programações de sensores são ajustadas dentro do software gerencial e diante de alguma ocorrência ou necessidade de ajuste ele imediatamente reage e toma a decisão ou faz o registro necessário de acordo com a sua programação. É mais indicado para projetos isolados, alguns modelos possuem monitoramento em tempo real.
Ou seja o que está acontecendo na tela do computador em cima de um mapa é que está acontecendo no campo. É
de fácil manuseio e operação e possui visualização direta de funcionamento dos dispositivos de campo como por exemplo uma estação de bombeamento.
Este tipo de controle permite a inserção de mapas ou até mesmo fotografia aérea de uma área onde podemos visualizar o funcionamento através de ícones que piscam em diferentes cores para indicar seu estado de funcionamento.
30 Abril | 2024
Fig. 2. Exemplo de uma tela e diagrama de um Controle Central Maestro
Fig. 3. Exemplo de uma tela de operação através de “mapa”