Ao gosto dos puristas

A Toyota cedeu aos pedidos de muitos entusiastas e criou uma versão de caixa manual para o GR Supra, dando-lhe não só uma especificidade única face ao ‘primo’ BMW Z4, como uma condução que remete para os desportivos mais clássicos, cuja essência passa, em muito, pela gestão manual da caixa. Feito para os puristas.

Ficha

TRANSMISSÃO Traseira, caixa manual de 6 velocidades

V. MÁXIMA 250 km/h

ACELERAÇÃO 4,6 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP) 8,8 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP) 198 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A) 4.379 / 1.854 / 1.294 mm

PNEUS 255/35 ZR19 (fre.) 275/35 ZR19 (tras.)

PESO 1.495 kg

BAGAGEIRA 290 l

PREÇO 85.240 €

GAMA DESDE 68.850 €

I.CIRCULAÇÃO (IUC) 596,19 €

LANÇAMENTO Novembro de 2022

PREÇO: 85.240 €

Apesar de serem cada vez menos os automóveis com caixas manuais de série, com muitos construtores a preferirem a eficácia que é reconhecida às transmissões automáticas, a Toyota acredita que ainda há espaço para os mais puristas. Assim, já com alguns anos no mercado, o Supra ganha uma opção de caixa manual (apenas para a versão mais potente), num atributo que o diferencia ainda mais do Z4 da BMW, marca com quem desenvolveu, em parceria, esta nova geração de modelos desportivos.

CAIXA IMT

Se o coupé nipónico já era reconhecido pela sua eficácia dinâmica, fruto de um acerto de chassis especialmente concebido pelos engenheiros da Toyota, a sensação de condução sai bastante reforçada com a adição desta transmissão manual de seis velocidades, com a alavanca colocada em posição ergonomicamente perfeita – bem junto à mão. Embora os componentes derivem do ‘cardápio’ BMW, vale a pena salientar que todo o sistema da caixa manual ‘inteligente’ (iMT) foi afinado pela Toyota em torno das características do motor 3.0 de seis cilin- dros em linha, que debita 340 CV de potência e 500 Nm de binário, recorrendo a um software inteligente que otimiza o binário no momento em que se executa cada passagem de caixa, oferecendo assim um desempenho mais uniforme entre mudanças de regime. Ou seja, a caixa atua com linearidade digna de registo, quase lembrando a progressividade de uma automática – só que cabe ao condutor fazer tudo.

Significa isto que as respostas são diferentes, devido naturalmente a um escalonamento próprio que nas primeiras relações é curto, propiciando acelerações muito velozes e aproveitando da melhor forma a pujança do bloco de 3.0 litros desde baixos regimes. Efetivamente, as prestações continuam a ser um ponto forte (embora seja até um pouco mais lento do que o automático), com os 340 CV a imporem-se no asfalto de maneira bastante eficaz, ao passo que as recuperações seguem a mesma tendência – tanto que, para toadas tranquilas, o binário bastante generoso parece até querer ‘dizer’ ao condutor que não precisa de recorrer assim tanto à caixa, a não ser que goste mesmo muito...

Os modos de condução estão presentes, com o ‘Sport’ a ser o mais adequado para os momentos

Porsche 718 Cayman

Tipo De Motor Cilindrada

POTÊNCIA

CONSUMO (WLTP) PREÇO

Gasolina, 4 cilindros ‘boxer’, turbo

1.988 cm3 300 CV às 6.500 rpm 9,3 l/100 km (misto) 76.210 € em que se pretende tirar total partido do Supra. Na prática, melhora a sensibilidade do acelerador e acentua o peso da direção, o amortecimento e a sonoridade dos escapes, permitindo ao GR Supra outra intimidade e a demonstração de equipar um chassis irrepreensível (inclui um reajuste dos apoios da barras estabilizadoras e nova afinação da direção) que, mesmo sendo tração traseira, evidencia excelentes níveis de aderência, com passagens em curva velozes, mercê também do diferencial autoblocante que passa a potência ao solo com maior controlo. Contudo, é quando se desliga o controlo de estabilidade que se soltam as suas ‘amarras’, revelando um eixo traseiro mais “livre” que obriga a maior atenção e concentração ao condutor, mas que, com o devido doseamento do acelerador, é sinónimo de uma sensação recompensadora sem passar dos limites.

Carregando consigo o legado e experiência da Porsche na conceção de desportivos, o 718 Cayman recorre a um bloco 2.0 de quatro cilindros com 300 CV, acoplado a caixa manual de seis velocidades também de série. Face ao Toyota, conta com um rol imenso de opcionais.

O acerto de suspensão regista boa dose de conforto para o dia-a-dia, num amortecimento que é firme, mas suficientemente perdulário em piso degradado. Menos simpáticos são os consumos, já que apenas com maior cuidado no andamento é possível baixar dos 10 l/100 km de média.

Sentados A Preceito

Outro dos aspetos que ajuda bastante ao potencial de diversão do Supra é a sua posição de condução e a forma como vamos ‘encaixados’ nos bancos desportivos que têm o condão de não serem desconfortáveis. Todos os comandos estão posicionados nos locais mais óbvios e a ergonomia é bastante boa, com comandos físicos para a climatização e uma reorganização da consola central face à versão de caixa automática.

A qualidade dos materiais sobressai pela positiva, na combinação de revestimentos em Alcanta- ra, carbono e couro, assim como a qualidade de construção geral. A vertente tecnológica marca igualmente presença, tanto pelo painel de instrumentos digital configurável, como pelo ecrã tátil central de 8,8” para o sistema de infoentretenimento com Android Auto e Apple CarPlay. O condutor tem ainda à sua disposição a tecnologia Head-up display para não desviar os olhos da estrada.

O equipamento de segurança e de conveniência é bastante completo para o que se espera de um desportivo, com um preço de 85.240 €, assumindo esta versão a posição do, até agora, Supra automático, que disse ‘adeus’.

Conclus O

Ao dotar o GR Supra com a caixa iMT, a Toyota satisfaz os mais puristas da condução com uma fórmula muito bem desenvolvida que consegue cativar e tornar toda a experiência mais envolvente. Se o comportamento dinâmico e as prestações se mantêm como bons atributos, a transmissão manual dá outro valor e pode ser decisiva para quem aprecia a vertente mais clássica dos desportivos.

AMBIENTE DESPORTIVO COM SEMELHANÇAS AO ‘PRIMO’ Z4. COMBINA ELEGÂNCIA E TECNOLOGIA

A consola central foi redesenhada, face às versões automáticas, para receber a transmissão iMT.

1. O painel de instrumentos digital de 8,8” ajusta as informações consoante o modo de condução selecionado.

2. O ecrã tátil de 8,8” congrega as principais funcionalidades, sendo o sistema operativo ‘herdado’ da BMW. É possível ‘afinar’ o modo de condução ‘Sport’ a preceito.

3. O posicionamento da caixa manual é perfeito, com a Toyota a procurar o peso certo para o punho da alavanca – 200 gramas.

Equipamento

SÉRIE Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina; airbag de joelhos para o condutor; controlos de estabilidade e tração; sistema de alerta de Pré -Colisão; assistência à travagem; aviso de saída de faixa de rodagem; deteção traseira de veículos; alerta de ângulo morto; ajuda ao arranque em subida; reconhecimento de sinais de trânsito; sensor de pressão dos pneus; sensor de inclinação da viatura; cruise control adaptativo; diferencial traseiro ativo; suspensão variável adaptativa (AVS); faróis LED de duplo feixe; luzes de máximos automáticas; luzes de curva; luzes diurnas de LED; pinças de travão Brembo; travão de parque elétrico; câmara traseira; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; sensores de chuva e luz; retrovisores elétricos aquecidos e retráteis; ar condicionado automático; vidros elétricos; acesso e arranque sem chave; volante multifunções em pele; bancos desportivos em pele com ajuste elétrico, aquecimento e função de memória; revestimentos em pele preta; pedais em alumínio; inserções cromadas e em carbono; linha de escape dupla com ponteiras em aço inoxidável; painel de instrumentos digital; Head -up display; sistema multimédia com ecrã tátil de 8,8”, entradas USB, Bluetooth, navegação, reconhecimento de voz e funções Android Auto e Apple CarPlay; sistema áudio JBL com 12 altifalantes; carregador wireless; e jantes de liga leve de 19 polegadas.

OPCIONAIS Pintura metalizada Cinzento Sparkling (1.000 €).

EXCELENTE POSIÇÃO DE CONDUÇÃO E BANCOS IRREPREENSÍVEIS NA SUSTENTAÇÃO DO CORPO