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Mundos paralelos
Como muitos outros SUV de tamanho compacto, Mini e Range Rover aderem à moda da hibridação plug-in, mas num patamar mais Premium. Ambos partem de uma arquitetura de três cilindros a gasolina, ainda que com resultados distintos: mais impacto e poderio elétrico no Evoque frente a um Cooper SE mais focado no asfalto e moderado no consumo.

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Ficha T Cnica
N.D.
TRANSMISSÃO Integral, caixa automática de 8 velocidades
SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Elétrico, traseiro
POTÊNCIA MÁXIMA 109 CV (80 kW)
BINÁRIO MÁXIMO 260 Nm
BATERIA Iões de lítio, 15 kWh
AUTONOMIA 57-60 km
SISTEMA HÍBRIDO
TIPO DE MOTOR Elétrico-gasolina, PHEV
POTÊNCIA (TOTAL) 309 CV
BINÁRIO (TOTAL) 540 Nm
V. MÁXIMA 213 km/h
ACELERAÇÃO 6,4 s (0 a 100 km/h)


CONSUMO (WLTP) 1,5-1,7 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 34-38 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A) 4.371 / 1.904 / 1.649 mm



PNEUS 235/60 R19
PESO 2.093 kg
BAGAGEIRA 472-1.156 l
PREÇO 64.238 €
GAMA DESDE 53.116 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 138,51 €

LANÇAMENTO Novembro de 2020
Hibridação e formato SUV compacto de nível premium. As três bases que sustentam os protagonistas deste frente a frente transportam-nos para uma das opções de mercado mais altas. Ou seja, são alternativas mais caras que se posicionam numa órbita mais elitista que a dos construtores generalistas, mas que, ainda assim, não deixam de ser modelos que se veem nas nossas cidades. Ambiente onde, por certo, ao complementarem-se com tecnologia PHEV podem rolar de forma totalmente elétrica durante alguns quilómetros, ganhando pontos face a outras versões das suas gamas.
PREÇO: 64.238 €
PREÇO: 48.956 €
Ficha T Cnica
Mini Countryman Cooper Se All4 Phev Untamed


TIPO DE MOTOR Gasolina, 3 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.499 cm3
POTÊNCIA 125 CV às 5.500 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 220 Nm entre as 1.500 e as 3.800 rpm
TRANSMISSÃO Integral, caixa auto. 6 vel. (conversor de binário)
SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Elétrico, traseiro
POTÊNCIA MÁXIMA 95 CV
BINÁRIO MÁXIMO 165 Nm
BATERIA Iões de lítio, 10 kWh
AUTONOMIA 47-51 km (56-58 km, cidade)
SISTEMA HÍBRIDO
TIPO DE MOTOR Elétrico-gasolina, PHEV
POTÊNCIA (TOTAL) 220 CV
BINÁRIO (TOTAL) 385 Nm
V. MÁXIMA 196 km/h
ACELERAÇÃO 6,8 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 1,7-1,9 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 40-44 g/km (misto)




DIMENSÕES (C/L/A) 4.297 / 1.822 / 1.559 mm
PNEUS 225/50 R18
PESO 1.790 kg
BAGAGEIRA 405-1.275 l
PREÇO 48.956 €
GAMA DESDE 37.682 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 138,51 €
LANÇAMENTO Junho de 2020
O preço final de cada um coloca-os em esferas distintas. O Evoque começa num valor mais elevado, sobretudo nas variantes híbridas plug-in, à venda desde 64.238 €, precisamente o custo da R Dynamic S analisada neste trabalho. Já o MINI Countryman Cooper SE (denominação do PHEV) arranca nos 44.655 €, embora a “nossa” série especial Untamed seja proposta a partir de 48.956 €.


Abordagens
A diferença de preço acaba por se refletir em vários aspetos. No geral, o Evoque apresenta um acabamento mais em consonância com as altas esferas, e os materiais que vestem o interior transmitem maior qualidade e um aspeto mais maduro, conceitos bem evidenciados nesta versão R Dynamic S.
O MINI, ao contrário, prefere chamar a atenção com o seu aspeto mais jovial, tanto no exterior como no interior. O design arredondado, peculiar e único, é redundante em muitos elementos do habitáculo e não produz graves defeitos de funcionalidade. De facto, mantém como muitos BMW um comando multifunções entre os bancos (em posição algo baixa) para acionar o ecrã central multimédia, que também é tátil. Remata a sua presença tecnológica com um painel de instrumentos digital simples,
DEFENDE-SE MELHOR EM ASFALTO; O EVOQUE ADICIONA UM EXCELENTE DESEMPENHO FORA DELE
mas completo e de leitura fácil. Mais pobre resulta o Head-up display (opcional) projetado numa lâmina sobre o para-brisas, como o Evoque, cujo ecossistema de comandos está concentrado em dois ecrãs táteis de 10” e no equipamento Pivi Pro. O ecrã superior conta com inclinação regulável e responde aos habituais comandos e ferramentas de navegação, rádio, Bluetooth, Wifi… O segundo, situado numa posição inferior (obriga a desviar o olhar da estrada), controla a climatização e os modos de condução, integrando dois comandos rotativos que servem tanto para o ar condicionado como para ativar o sistema Terrain Response 2 para a tração integral.
O MINI propõe uma posição de condução mais baixa porque o banco está precisamente num patamar inferior, quase como uma berlina. O para-brisas surge bem na vertical e o teto é elevado, proporcionando grande perceção de amplitude.
Neste sentido, a carroçaria do Countryman é mais pequena em todas as cotas. Uma vez lá dentro, não se destaca na largura ao nível dos ombros, algo melhor no Evoque nas duas filas de bancos que oferecem comodidade acima da média. Na hora de guardar a bagagem, o Range Rover é igualmente mais capaz, ainda que o piso de carga esteja numa posição mais elevada.
Cora Es El Tricos
Elemento importante neste dois SUV é a sua hibridação plug-in, solução salutar cada vez mais presente no mercado. Salutar porque permite percorrer vários quilómetros sem emissões. Quantos? O MINI homo- loga entre 47 e 51 km elétrico e o Evoque entre 57 e 60 km. Estes dados correspondem à diferença energética das suas baterias: apenas 10 kWh no primeiro e 15 no segundo, dos quais são recarregáveis 8,8 e 12,17 kWh, respetivamente (os construtores deixam sempre um remanescente para funcionar sem carga).





Na prática, o Countryman compensa a sua menor bateria com um consumo mais reduzido, sobretudo quando o motor a gasolina está desligado. Percorrer cerca de 40 km sem emissões, mas sem forçar muito a velocidade, é fazível em ambientes urbanos. Fora da cidade poderá fazer cerca de 30. O Evoque, por seu lado, estende a autonomia um pouco mais além, tanto em modo elétrico como no geral, graças a um depósito de gasolina de 57 litros (somente 36 no MINI). Os dois podem andar como elétricos a uma velocidade máxima até 135 km/h.
Tal como a bateria, todo o sistema elétrico do Evoque é mais potente. Ambos os modelos comple-
A caixa automática de seis velocidades permite uso manual-sequencial na alavanca.
Equipamento
SÉRIE Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina; controlos de estabilidade e tração; sistema de travagem de emergência com deteção de peões; alerta para o cansaço do condutor; ajuda ao arranque em subida; sensor de pressão dos pneus; cruise control; faróis em LED com luzes diurnas; faróis de nevoeiro em LED; ar condicionado automático bi-zona; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros + Parking Assistant; câmara traseira; travão de mão elétrico; retrovisores elétricos aquecidos; sensores de chuva e luz; acesso e arranque sem chave; volante multifunções em pele; bancos dianteiros aquecidos com regulação em altura; estofos em pele; pintura metalizada Momuntum Grey; painel de instrumentos digital de 5,0’’; sistema multimédia com ecrã de 8,8’’, entrada USB, Bluetooth, navegação e função Apple CarPlay; chamada de emergência “ecall”; e jantes de liga leve de 18 polegadas.


OPCIONAIS Faróis Full LED Matrix + Farolins LED Union Jack (500 €); teto de abrir elétrico panorâmico (1.000 €); Head-up display (600 €); alarme (350 €); cruise control adaptativo com função Stop & Go (300 €); sistema de som HiFi Harman/ Kardom (800 €); pack Comfort – inclui fecho automático da porta da bagageira, sistema acesso Comfort e encosto de braços traseiro (850 €).

QUALIDADE INTERIOR COM MATERIAIS E ACABAMENTOS A CONDIZER
Range Rover Evoque



1. A instrumentação é mais personalizável e completa. Porém, o seu funcionamento é mais complicado. 2. Aspeto mais tecnológico com segundo ecrã para a climatização e modos de condução.
3. O ecrã central superior pode ser orientado para evitar reflexos. Não é tão fluído como o do MINI.
Equipamento
SÉRIE Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina; airbag para peões e capô retrátil; controlos de estabilidade e tração; sistema de travagem de emergência; assistente de manutenção na faixa de rodagem; assistência de ângulos mortos; reconhecimento dos sinais de trânsito e limitador de velocidade adaptativo; All Terrain Progress Control; vectorização do binário através da travagem; sistema Terrain Response 2; controlo de descida em declives; ajuda ao arranque em subida; sensor de pressão dos pneus; cruise control; faróis em LED com luzes diurnas; máximos automáticos; farolins em LED; ar condicionado automático bi-zona; câmara traseira; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; travão de mão elétrico; retrovisores elétricos aquecidos e retráteis; sensores de chuva e luz; volante multifunções em couro; bancos dianteiros desportivos com 12 ajustes elétricos e função de memória para o condutor; estofos em couro; painel de instrumentos digital de 12,3’’; sistema multimédia com ecrã tátil de 10’’, entrada USB, Bluetooth, funções Apple CarPlay/Android Auto e controlo por voz; e jantes de liga leve de 18 polegadas.
OPCIONAIS Pintura metalizada (1.006 €); faróis LED Matrix (2.170 €); lava-faróis (263 €); faróis de nevoeiro (241 €); jantes de 20’’ (1.895 €); teto de abrir deslizante panorâmico (2.118 €); volante com ajuste elétrico (440 €); Head-up display (949 €); Driver Assist Pack – inclui cruise control adaptativo com Stop & Go e monitor de colisão traseira (961 €); sistema dinâmico configurável (550 €); carregamento por indução com amplificador de sinal do telefone (365 €); câmara surround 3D (485 €).
Conta com patilhas no volante para manusear a caixa de oito velocidades de forma manual-sequencial.
mentam a unidade elétrica (situada no eixo traseiro) com um motor turbo a gasolina de apenas três cilindros e 1.5 litros. A maior potência do Range Rover (só o térmico debita 200 CV face aos 125 do Cooper SE) faz com que seja mais consistente a acelerar, sobretudo quando já não tem energia na bateria. Em definitivo, os 309 CV de potência combinada supõem uma clara vantagem perante os 220 CV do Countryman, ainda que a diferença seja de apenas quatro décimas nos clássicos 0 aos 100 km/h. Ganham velocidade com bastante ímpeto, deixando de lado a sua faceta urbana para mostrar pergaminhos quase desportivos.



Os modos de condução são similares. Podem funcionar no programa híbrido em que os dois motores trabalham em equipa segundo as condições de utilização (o modo combinado do MINI dá mais protagonismo ao motor elétrico a baixa velocidade que o do rival); forçar o andamento totalmente elétrico; ou preservar e carregar a bateria a partir do motor térmico, sendo esta a opção menos eficiente.
Em adição, à parte existem os programas tradicionais de cada marca. O MINI modifica o seu perfil dinâmico (direção, motor, caixa…) com os modos Green, Normal e Sport. É mais direto, leve e dinâmico que o seu adversário, com reações mais perto de uma berlina do que de um SUV. Contudo, os 147 mm de altura ao solo limitam-lhe as aventuras fora de estrada, pese o facto de contar com tração integral, o mesmo esquema que o Evoque utiliza.


Capacitado Para Tudo
Mas este outro inglês supera o MINI de longe quando o piso se torna mais difícil. Sem manifestar grandes impedimentos no asfalto (pisa com mais inércias e menor precisão da direção), oferece uma série de ferramentas úteis para offroad: maior altura ao solo (212 mm), melhores ângulos de todo-o-terreno e um sistema Terrain Response com programas específicos, como erva/gravilha/neve, argila/rodeiras e areia… aos quais junta um controlo de descidas, arranque em situações de baixa tração e completas indicações de fora de estrada (com setas no ecrã) para marcar a sua orientação mais polivalente face ao dinâmico MINI.