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Menino de ouro

O Juke Hybrid marca a estreia da Nissan no mundo da tecnologia híbrida numa versão autorecarregável que permite reduzir os consumos e conferir ao crossover nipónico outra área de abrangência, sobretudo em cidade.

Apesar de ser uma das marcas que mais cedo acordou para a temática da eletrificação, com o 100% elétrico Leaf, a verdade é que só agora é que a Nissan decidiu aventurar-se na hibridação. A eleição recaiu na segunda geração Juke, um modelo que contava nas suas fileiras com uma única motorização a gasolina (1.0 Turbo) que, quer se queira, quer não, acabava por limitar a sua área de ação para rivalizar em igualdade com a concorrência.

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Assim, nasce o Juke Hybrid, versão equipada com uma mecânica híbrida convencional (não recarregável) gasolina/eletricidade com mais potência e, sobretudo, outros pergaminhos em termos de consumos.

Rivais

RENAULT CAPTUR E-TECH HÍBRIDO 145

Partilha a tecnologia híbrida com o Juke. Os consumos anunciados são ligeiramente inferiores, bem como o preço de venda ao público, no entanto, o equipamento de série do nipónico é bastante mais apetrechado.

A versão crossover do Yaris tem menos potência, mas defende-se com consumos exemplares. O espaço interior é similar ao do Juke, embora com uma bagageira superior. Tal como no Captur, o equipamento é menos rico que o do Nissan.

Tecnologia Da Alian A

Na essência, e sendo parte integrante da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, a marca nipónica aproveitou a mesma solução que a Renault utiliza no Captur E-Tech, embora cada um dos construtores com as suas próprias afinações e atualizações. Trata-se de um bloco a combustão de 1.6 litros com 94 CV associado a duas unidades elétricas, um motor elétrico de 49 CV (36 kW) e um motor de arranque/ gerador de 15 kW, e uma bateria de 1,2 kWh de capacidade. No total são 143 CV e a possibilidade de rodar em modo totalmente elétrico até à velocidade de 55 km/h, sendo que o arranque é sempre feito em zero emissões. Para gerir todo o conjunto, a Nissan recorreu a uma transmissão designada de “multimodal inteligente”, com funcionamento semelhante ao de uma automática, mas sem embraiagem e sem sincronizadores, que se adapta bem às características do modelo, sobretudo a baixa velocidade; quando aceleramos a fundo ou precisamos de andar mais rápido, as supostas passagens de caixa têm alguma dificuldade em acompanhar a pressão do pé direito, criando em determinadas situações o aparecimento de alguns solavancos.

Regressando à bateria de 1,2 kWh, embora de pequena capacidade permite ao Juke Hybrid rodar muitas vezes em cidade em modo EV (a velocidades contidas e sem grandes pressas), um pormenor importante, não só, ao nível da suavidade de rolamento, como dos consumos, na casa dos 5,5-6,0 l/100 km. Ainda neste ambiente, nota para a possibilidade do uso do conhecido sistema e-Pedal – condução apenas com o pedal do acelerador – que apesar de necessitar de alguma habituação, resulta bastante bem.

Ficha T Cnica

NISSAN JUKE 1.6 HYBRID 4X2 TEKNA

TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, inj. indireta

CILINDRADA 1.598 cm3

POTÊNCIA 94 CV às 5.600 rpm

BINÁRIO MÁXIMO 148 Nm às 3.200 rpm

TRANSMISSÃO Dianteira, caixa auto. multimodo de 15 modos

SISTEMA ELÉTRICO

TIPO DE MOTOR Dois motores elétricos, síncronos permanentes

POTÊNCIA (E-MOTOR) 49 CV (36 kW)

BINÁRIO MÁXIMO 205 Nm

POTÊNCIA (HSG) 20 CV (15 kW)

BINÁRIO MÁXIMO 50 Nm

BATERIA Iões de lítio, 1,2 kWh, 230 V

AUTONOMIA (WLTP) N.D.

SISTEMA HÍBRIDO

TIPO DE MOTOR Elétrico-gasolina

POTÊNCIA TOTAL 143 CV

BINÁRIO TOTAL N.D.

V. MÁXIMA 166 km/h

ACELERAÇÃO 10,1 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP) 5,2 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP) 118 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A) 4.210 / 1.800 / 1.595 mm

PNEUS 225/45 R19

PESO 1.362 kg

BAGAGEIRA 354 l

PREÇO 35.100 € (33.350 € c/ campanha)

GAMA DESDE 24.420 € (22.670 € c/ campanha)

I.CIRCULAÇÃO (IUC) 138,51 €

LANÇAMENTO Julho de 2022

PREÇO: 35.100 €

Sistema ProPilot

Série

san demonstra essencialmente uma outra “energia”, tanto em termos prestacionais como na forma como consegue manter velocidades de cruzeiro em autoestrada ou na facilidade de ultrapassagem, algo que no irmão 1.0 a gasolina obriga a alguma preparação prévia. Pena é que à medida que a velocidade aumente o ruído do motor teime em acompanhar essa tendência, no entanto, fica claro que este Juke Hybrid é claramente um upgrade em termos de facilidade e proveito da condução face à versão já existente.

Mexidas Estrat Gicas

Para os mais puristas da condução, e à semelhança da restante gama, o Hybrid dispõe de um sistema de controlo dinâmico com três modos de atuação: Eco, Normal e Sport. Aqui, e para além das habituais mexidas na resposta do acelerador, direção e climatização, há uma maior preocupação forma a “conquistar” mais energia para a bateria.

Independentemente do modo escolhido, incluindo o Sport que permite maior liberdade de ação, o Juke Hybrid faz questão de nos explicar (aceleração 0-100 km/h em 10,1 segundos e velocidade máxima de 166 km/h) que a essência deste motor está naquilo (leia-se baixos consumos) que pudemos aproveitar.

Ainda assim, o seu desempenho dinâmico chega e sobra para momentos de eficácia e diversão. O chassis é equilibrado e as suspensões estão bem estruturadas, permitindo enfrentar as curvas com precisão e o mínimo de oscilações da carroçaria. O conforto surge igualmente em bom plano, apesar de nos pisos mais degradados não esconder uma certa dificuldade em compensar esse pormenor.

À margem de tudo isto, e a pensar na eficiência, a Nissan levou a efei- zaram ligeiramente a aerodinâmica. Falamos, por exemplo de uma grelha com desenho mais fechado, zona inferior do para-choques dianteiro redesenhado para melhor fluxo do ar e um novo obturador de grelha do radiador para potenciar o arrefecimento. Isto para não falar dos logótipos “Hybrid”.

Por último, os preços. Numa breve comparação, esta versão híbrida representa mais 7.000 € que a correspondente equipada com o motor 1.0 DIG-T de 114 CV. Um valor que, à primeira vista, pode ser considerado elevado, mas que na prática acaba por compensar sobretudo para quem faz grande parte do dia-a-dia na cidade.

MIGUEL RODRIGUES PAULO CALISTO

Conclus O

Com o Juke Hybrid a Nissan entra num novo e importante campeonato, o dos crossover compactos híbridos. Ganha potência, agradabilidade de utilização e consumos mais comedidos, principalmente em cidade onde chega a circular amiúde em modo sem emissões. Em tudo o resto, quem conhece o Juke dito normal, conhece o Hybrid.

Equipamento

SÉRIE Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina; controlos de estabilidade e tração; sistema anti-colisão frontal com assistência em cruzamentos e reconhecimento de peões e ciclistas; ProPilot – assistente de manutenção na faixa de rodagem, cruise control inteligente e assistente de pára-arranca no trânsito; alerta inteligente de fadiga do condutor; chassis control – controlo inteligente da trajetória e controlo de carraçaria; assistência ao estacionamento com alerta de trânsito; reconhecimento dos sinais de trânsito; ajuda ao arranque em subida; sensor de pressão dos pneus; alarme; faróis Full LED; sistema de faróis inteligente; retrovisores elétricos aquecidos e retráteis; câmara de visão 360º com deteção de objetos em movimento; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; ar condicionado automático; sensores de chuva e luz; travão de mão elétrico; vidros elétricos; acesso e arranque sem chave; volante multifunções em pele com patilhas; bancos dianteiros desportivos ajustáveis em altura; painel de instrumentos com ecrã TFT de 8’’; sistema multimédia Nissan Connect com ecrã tátil de 8’’, entradas USB, Bluetooth, navegação, funções Apple CarPlay/Android Auto e reconhecimento vocal; compatibilidade com assistente pessoal Amazon Alexa e Google Assistant; sistema de som Bose Personal Plus; chamada de emergência e-Call; e jantes de liga leve 19 polegadas.

OPCIONAIS Pintura metalizada (600 €); carroçaria Two Tone (500 €)

FORD PUMA ST LINE 1.0 ECOBOOST MHEV 155 CV

AUTO VS. OPEL MOKKA 1.2 TURBO GS LINE AT8

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