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Puro equilíbrio

Diz o ditado que no meio está a virtude. Na indústria automóvel essa virtude pode ser um SUV híbrido, segmento e tecnologia da moda que se unem para propor produtos competentes e cada vez mais solicitados. Neste dossier, fique a conhecer os 10 SUV mais representativos do momento.
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KARAM EL SHENAWY
Com mais de metade do ano de 2022 cumprido e mesmo com a “falta” de carros novos, as vendas de SUV já somam quase 60% das matrículas, sobretudo com modelos do segmento B e C (urbanos e compactos). Uma tendência que parece não querer abrandar, até porque a procura aumenta à medida que os construtores vão lançando novos modelos. Se a tudo isto somarmos a pujante eletrificação, o resultado é claro: quem compra um carro novo opta por um SUV, e se possível eletrificado. Nesta fase, a hibridação plug-in, que chegou com força, parece estar num período de acalmia provocada pela incerteza do seu futuro, pelos preços elevados (fruto da necessidade de uma bateria de maior capacidade) e porque nem todos os clientes têm um local para carregar em condições. A alternativa? As tecnologias híbridas autorecarregáveis e micro híbridas (hibridação ligeira), mais





Tecnologia MHEV e híbrida
acessíveis e práticas, ambas em franco crescimento.
Solu O Interm Dia
A verdade é que a chegada destas duas últimas tecnologias, que fazem juntamente com os plug-in uma espécie de “ponte” para a eletrificação pura, acabam por oferecer um maior equilíbrio tanto ao nível dos consumos como na facilidade de utilização, sobretudo pela não preocupação em carregar a bateria numa tomada elétri- ca (vários estudos concluem que cerca de 90% dos utilizadores dos plug-in raramente carregam as baterias dos seus carros). Desvantagens dos micro híbridos e autorecarregáveis? Também têm, mais não seja pela ausência de incentivos fiscais no ato de compra. Seja plug-in, seja autorecarregável, fizemos uma compilação dos dez SUV Híbridos que marcam atualmente as tendências e que servem de exemplo a uma vasta oferta de mercado.

VERSÃO e-POWER COM TRAÇÃO ELÉTRICA

NISSAN QASHQAI e-POWER




A nova geração do pioneiro do segmento SUV deu um “murro na mesa” no que diz respeito à eletrificação, oferecendo uma gama mecânica totalmente integrada neste conceito. Propõe uma dupla micro híbrida de 140 ou 158 CV e, no topo da gama, o singular e-POWER de 190 CV, que pode ser catalogado como elétrico com extensor de autonomia. Na prática, é um motor elétrico que move as rodas, sendo alimentado por uma pequena bateria (1,5 kWh) que, por sua vez, tem num propulsor a gasolina de 1.5 litros, com turbo e três cilindros, de 156 CV, o responsável por funcionar como gerador para recuperar a carga da bateria. Esta versão homologa um consumo combinado de 5,3 l/100 km. Quanto a preços, arranca nos 42.800 € (a gama Qasqhai começa nos 30.950 €).

Alfa Romeo Tonale Hybrid
SUV compacto de 4,53 metros de comprimento que inicia um novo capítulo na história da marca italiana, agora que pertence ao grupo Stellantis. É o primeiro SUV deste tamanho na Alfa Romeo e estreia, entre outros, a tecnologia híbrida. O sistema que, definido corretamente, é híbrido ligeiro de 48V, permite mais possibilidades elétricas que alguns rivais equiparados. Utiliza um pequeno motor elétrico de 15 kW (cerca de 20 CV) que entra sempre em ação nos arranques, reduzindo o consumo, e que além disso é capaz de o locomover de forma independente em cenários de baixa velocidade, como filas de trânsito ou manobras de estacionamento, ainda que por tempo e distância reduzidos. Por outro lado, acrescenta um impulso extra ao motor de combustão principal, que pode ser de 130 ou de 160 CV, sempre associado à tração





Ford Kuga Hybrid

Com 4,16 metros de comprimento, a atual geração do Kuga é a mais eletrificada da história do modelo ao propor alternativas tanto Mild Hybrid como um híbrido autorecarregável (FHEV) e um híbrido plug-in. O Kuga FHEV combina um motor atmosférico a gasolina de 2.5 litros e 152 CV com um elétrico de 125 para entregar uma potência conjunta de 190 CV. A gestão de todo o sistema está a cargo de uma caixa de velocidades automática, enquanto a bateria tem uma capacidade de 1,1 kWh. Pode ter tração dianteira ou integral, com consumos dianteira e a uma caixa automática de dupla embraiagem e sete relações. A bateria de iões de lítio tem uma capacidade generosa para um micro híbrido (0,7 kWh). A gama Tonale é proposta a partir dos 37.850 €.
HONDA HR-V e:HEV

Lançada no mercado há cerca de três meses, a nova geração do SUV compacto japonês mudou por completo. E não falamos apenas de design, mais aerodinâmico e apelativo, mas também de um interior minimalista e espaçoso que mantém os denominados Honda Magic Seats traseiros, homologados de 5,4 e 5,7 l/100 km, respetivamente. O Kuga é um dos modelos mais espaçosos do segmento, ainda que nesta declinação híbrida a capacidade da mala tenha sido reduzida em cerca de 65 litros (411). Está à venda a partir de 46.493 €. Quanto ao plug-in (desde 45.435 €), são 224 CV e uma autonomia sem emissões de 56 km, fruto de uma bateria de iões de lítio de 14,4 kWh. O consumo médio cifra-se nos 1,4 l/100 km.
FHEV desde 46.493 € cujos assentos podem ser rebatidos permitindo o transporte de objetos mais altos. É comercializado com uma só mecânica full hybrid que dá pelo nome de e:HEV. O sistema combina dois motores elétricos compactos (um atua como gerador e outro como propulsor) e um terceiro a gasolina de 1.5 litros i-VTEC que debita 131 CV e 253 Nm de binário. Existem três modos de propulsão que são geridos de forma automática pelo carro: 100% elétrico, híbrido ou estritamente térmico. A estes acrescenta os programas Sport, Normal e Econ, que variam o caráter do veículo, e três níveis de retenção de travagem. Com tudo isso, anuncia um consumo médio de 5,4 l/100 km. A gama HR-V está estruturada em três níveis de equipamento: Elegance, Advance e Lifestyle. Os preços arrancam nos 35.750 €. gastos de 6,5 e 7,1 l/100 km, respetivamente. O Tucson HEV tem mais potência, 230 CV, mas, ainda assim, um consumo contido: 5,5 l/100 km; só está disponível com caixa automática. Com exceções para o 150 CV, todos podem incluir, em opção, a tração integral. Os preços começam nos 32.240 €.
Hyundai Tucson Hybrid
Mild-Hybrid e HEV
O novo Tucson baseia o seu sucesso num design apelativo, num interior espaçoso e de qualidade e numa gama mecânica ampla e eletrificada. Contempla versões PHEV (plug-in), híbridas ligeiras de 48V e híbridas autorecarregáveis (HEV). Entre as híbridas de 48V destaque para a inclusão desta tecnologia num motor Diesel, o 1.6 de 136 CV, que regista consumos de 4,9 l/100 km. É acompanhada por alternativas a gasolina 1.6 T-GDi de 150 e 180 CV com



JEEP COMPASS E RENEGADE E-HYBRID

Percursores por serem os únicos modelos da Jeep produzidos fora de território norte-americano, Compass e Renegade representam o patamar de acesso à eletrificação da marca (também existem versões híbridas plug-in 4xe). Falamos das versões e -Hybrid que utilizam um peculiar sistema híbrido ligeiro de 48V, o mesmo que é utilizado pela Alfa Romeo no Tonale, e que foi desenvolvido pela Jeep antes da sua entrada no Grupo Stellantis. Esta mecânica permite que o motor elétrico, de 15 kW (20 CV), consiga locomover de forma independente os 4,23 metros de comprimento do Renegade e os 4,39 m do Compass, e fá-lo sempre em momentos muito específicos, primordialmente a baixa velocidade, como nas manobras de

Menos 15% no consumo
estacionamento, arranque e até em ritmo de cruzeiro. Nos dois modelos, o arranque é sempre feito pelo propulsor elétrico. Tudo isto repercute -se num consumo médio 15% inferior ao do motor apenas a gasolina. Em relação a esta mecânica de combustão, é o novo 1.5 Turbo de quatro cilindros de 130 CV e 240 Nm de binário. Estas opções contam apenas com caixa de velocidades automática. Por último, estreiam ainda um acabamento denominado Upland (nas imagens) que, entre outros, traz consigo materiais reciclados no interior (bancos, forros…). Os preços partem dos 31.700 € no Renegade e dos 37.300 €, no caso do Compass.
Kia Sportage Hybrid
Primo irmão do Hyundai Tucson (partilham a plataforma), mudou radicalmente de desenho, tanto no exterior como no interior. Destacam-se a lista de dispositivos de segurança e a avançada conetividade, além do conforto e habitabilidade. No capítulo mecânico, a gama Sportage em Portugal é muito específica. Existe uma versão de entrada com motor a gasolina 1.6 T-GDi de 150 CV e um Diesel também 1.6 mas de 115 CV, ambos sem qualquer eletrificação. Quanto aos
Renault
CAPTUR E-TECH HÍBRIDO





Depois de estrear uma versão híbrida plug-in (autonomia elétrica a rondar os 50 km) e de contar na gama com variantes micro híbridas com bateria de 48V (estas últimas não disponíveis em Portugal), o SUV compacto francês de 4,23 metros completou o seu portfólio com o híbrido autorecarregável E-TECH Hybrid. Debita 143 CV e monta uma bateria de 1,2 kWh de capacidade que permite movê -lo sem emissões durante mais tempo (dispõe de um botão específico no caso do condutor querer “obrigar” esse funcionamento). O resultado híbridos, duas soluções, um HEV, com mecânica autorecarregável gasolina/elétrica e potência conjunta de 230 CV (anuncia 5,6 l/100 km) e, no topo da gama, um plug-in de 265 CV. Este último fruto da combinação de um motor 1.6 turbo a gasolina com uma unidade elétrica de 66,9 kW (91 CV) e uma bateria de 13,8 kWh. A autonomia sem emissões é de 60 km. Quanto a preços, o 1.6 T-GDI começa nos 34.650 €, o Diesel nos 41.200 € e o HEV nos 42.700 €. O plug-in pode ser adquirido por 34.950 € + mais IVA. é um consumo mais contido de 4,8 l/100 km. De igual modo, e devido à colocação da bateria debaixo bagageira, a volumetria desce para os 305 (422 nas versões normais). No que diz respeito ao híbrido plug-in, alia um bloco a gasolina de 91 CV a duas unidades elétricas e a uma bateria de 9,8 kWh. A potência total é de 160 CV e o consumo médio de 1,7 l/100 km.
O Captur E-TECH Híbrido 145 é proposto desde os 29.680 €, enquanto o E-Tech Plug-in dos 36.530 €.


Toyota Yaris Cross
Mais um modelo que está na moda e que é a grande aposta da Toyota para o segmento B-SUV. Mede 4,18 metros de comprimento e tem por base a plataforma do utilitário Yaris, a chamada TNGA-B. Exibe um desenho musculado, uma altura livre ao solo de 16 cm e a possibilidade de usufruir de tração dianteira ou integral AWD-i, esta pouco habitual no segmento e que é obtida a partir de um pequeno motor elétrico montado no eixo traseiro. O Yaris Cross está disponível em cinco níveis de equipamento e preços a partir dos 25.430 € na versão híbrida. Esta solução combina um propulsor a gasolina tricilíndrico 1.5 de 92 CV com outro elétrico de 80, com uma bateria de iões de lítio de 0,7 kWh; o conjunto perfaz um total de 116 CV. Entre as suas principais virtudes residem uns consumos muito reduzidos de 4,5 l/100 km nos 4x2 e 5,1 no AWD-i. A bagageira é de 397 e 320 litros, respetivamente.
TOYOTA C -HR


SUV compacto de 4,39 metros de comprimento. Atualmente é um dos principais best-seller da Toyota. Um sucesso sustentado por um design que “entra pelos olhos dentro”, com uma silhueta de estilo coupé, um tato de condução equilibrado, um interior moderno e consumos bastante exíguos. Esta última virtude corresponde a uma opção híbrida autorecarregável gasolina/elétrica que pode ter 122 (1.8 litros) ou 184 CV (2.0), que por funcionamento geral é a proposta mais interessante; um e outro homologam um consumo médio de 5,3 l/100 km. Na última atualização do C-HR, a Toyota levou a efeito um reforço da segurança com a introdução do aviso de mudança involuntária de faixa com assistente ativo e sistema de manutenção da trajetória; aviso acústico para os peões quando circula em modo elétrico e um novo módulo de comunicação que permite localizar o veículo via app. O SUV compacto nipónico é comercializado em três níveis de equipamento (Comfort, Exclusive e Square Collection) no caso do motor de 122 CV; sendo que no mais potente o acabamento de entrada Comfort é substituído pela versão de cariz mais desportivo GR Sport. Os preços da gama começam nos 31.650 € para o 1.8 e nos 39.130 €, no 2.0.

