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RIMAC NEVERA A tempestade perfeita
Quatro motores, cerca de 2.000 CV, mais de 2.300 Nm de binário máximo… O primeiro hiperdesportivo da Rimac nesta sua nova etapa industrial é do mais brutal que temos visto nos últimos tempos.

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JOSÉ ARMANDO GÓMEZ
Nevera significa frigorífico em espanhol. Porém, na Croácia, país de origem deste Rimac, Nevera não é mais do que uma tempestade mediterrânea rápida, inesperada e potente, carregada de eletricidade… Por curiosidade, frigorífico na Croácia diz-se hladnjak, veja se consegue pronunciar…. Assim, por mais estranho que o nome possa soar, está mais do que justificado e bem escolhido. De fato, o Nevera também representa, em parte, a própria evolução deste construtor. Em 2008, Mate Rimac decidiu transformar na garagem lá de casa o seu BMW Série 3 E30 de 1984 juntando-lhe motor elétrico e baterias. Daí nasceu uma espécie de automóvel com 600 CV que bateu diversos recordes em corridas de aceleração e, consequentemente, o seu criador foi ganhando popularidade, o que lhe permitiu criar a sua própria empresa especializada, principalmente, em investigação e desenvolvimento de com- ponentes para a eletrificação do automóvel. Em apenas 15 anos, a Rimac converteu-se no fornecedor deste tipo de tecnologias para marcas como a Aston Martin, Porsche, Pininfarina, Hyundai, Kia, Koenigsegg, Renault, CUPRA, entre outros.


O Grande Salto
Um sucesso empresarial e estratégico (pela sua especialização numa tecnologia que esboça a nova era industrial) que o levou a dar o grande salto. Em 2021, a Rimac (55%) e a Porsche (45%) associaram-se para criar um consórcio com a autorização da Bugatti, dando origem a uma nova empresa dedicada à produção de hiperdesportivos: Bugatti-Rimac, que levará a cabo o desenvolvimento de modelos para as duas marcas e de onde a Porsche também retira tecnologia.
Os Bugatti continuarão a ser produzidos em Molsheim, ainda que todo o desenvolvimento seja realizado a partir do novo Rimac Campus em Zagreb, onde foi feito um
SOFISTICADA AERODINÂMICA ATIVA, IMPRESCINDÍVEL PARA SUPERAR OS 400 KM/H DE VELOCIDADE DE PONTA
APENAS SERÃO FABRICADAS 150 UNIDADES A UM PREÇO UNITÁRIO DE DOIS MILHÕES DE EUROS investimento de 200 milhões de euros e contratadas mais de 2.500 pessoas. O Nevera é o primeiro resultado deste novo plano.
ESTRATOSFÉRICAS
A jogada surpreendeu-nos a todos, mas este superdesportivo acabou por ser apresentado. Em 2011 foi mostrado no Salão de Genebra um protótipo chamado Concept_One, que ficou famoso depois de um acidente no programa The Gran Tour. Em 2018 conhecemos a sua evolução, o Concept_Two, muito idêntico a este Nevera.
A Rimac montou quatro motores elétricos, dois à frente e dois atrás, centrados no eixo longitudinal, produzindo em conjunto 1.914 CV e mais de 2.300 Nm. Uma barbaridade e uma das máquinas com mais rendimento que já conhecemos. Anuncia uns 0 a 100 km/h abaixo de dois segundos e 413 km/h de velocidade máxima, apoiado numa imponente aerodinâmica ativa. A bateria (120 kWh e 200 kg) está integrada no monocoque e anuncia 550 km de autonomia perante uma utilização “razoável”; aceita cargas de até 500 kWh, valor a que nenhum construtor ainda chegou e que permite carregar 80% do total em menos de 20 minutos. Controlo eletrónico do binário, sete modos de condução, assistente de circuito Drive Coach (atua sobre o volante e pedais para melhorar os tempos) e mais de dois milhões de euros de preço final… Não estranha que o proprietário da primeira das 150 unidades previstas seja Nico Rosberg, campeão do mundo de F1 em 2016.





Bentley Flying Spur Speed
Com o Flying Spur Speed, a marca britânica completa o seu recente portfólio de produtos. Posicionando-se acima da versão S, esta nova proposta será um dos últimos modelos da marca a equipar o motor 6.0 W12 biturbo de 626 CV e 900 Nm de binário, que irá ser descontinuado. Acoplado à transmissão automática de dupla embraiagem ZF de 8 velocidades, o Flying Spur Speed reclama uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 3,8 segundos e uma velocidade máxima (atingida na sexta velocidade) de 333 km/h.

Ferrari Purosangue
PRIMEIRO MODELO DE CINCO PORTAS DE PRODUÇÃO EM SÉRIE DA MARCA ITALIANA
Eis o primeiro superdesportivo de quatro lugares na história da Ferrari. Com 4,97 metros de comprimento, por 2,02 de largura e 1,58 de altura (3,08 m de distância entre eixos), o Purosangue apresenta-se numa carroçaria de quatro portas (as traseiras de abertura invertida), com uma distância ao solo de 185 mm, que mistura as linhas de uma berlina com as de um SUV, tornando-o num modelo único. As jantes de 22’’ à frente e de 23’’ atrás completam o cenário. No interior, com quatro bancos individuais respira-se qualidade e luxo num ambiente desportivo. Para dar vida a esta estreia, a marca italiana escolheu a mais recente evolução do motor V12 6.5 aspirado (em posição longitudinal central dianteira) com 725 CV às 7.750 rpm e 716 Nm de binário, associado a caixa automática de dupla embraiagem de oito relações, tração integral e direção às quatro rodas. Tudo junto resulta numa aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,3 segundos (0-200 km/h em 10,6 s) e numa velocidade máxima superior a 310 km/h. Entre as várias preciosidades técnicas do Purosangue, realce para a nova suspensão ativa da marca e para o facto de ser o primeiro Ferrari a equipar controlo de velocidade em descida. A nova coqueluche italiana chega no início de 2023.

VW ID.XTREME
Baseado num protótipo de testes do ID.4 GTX, o ID. XTREME assume-se, de momento, como o mais potente modelo de sempre da “família ID”, apresentando-se com 382 CV (285 kW), ou seja, mais 87 CV que a versão desportiva do ID.4. Para tal, os engenheiros alemães equiparam este concept car todo-o-terreno com um outro motor elétrico no eixo traseiro e procederam a alterações na unidade de controlo eletrónica. A bateria mantém os 82 kWh de capacidade. Tal como o ID.4 GTX, a tração integral faz parte da lista de série, bem como suspensão de rali elevada e jantes todo-o-terreno de 18 polegadas.
FORD E-TRANSIT CUSTOM
FURGÃO 100 ELÉTRICO COM DOIS NÍVEIS DE POTÊNCIA
E AUTONOMIA ATÉ 380 KM
A Ford Pro revelou o seu segundo comercial elétrico, a E-Transit Custom. Concebido para estabelecer um novo patamar de referência no segmento dos furgões elétricos, o novo modelo está disponível com duas potências de motor – 135 (100 kW) e 207 CV (160 kW) -, ambas com 145 Nm de binário e alimentadas por uma bateria de iões de lítio 74 kW capaz de proporcionar autonomias até 380 km. Ainda em relação à bateria, esta aceita carregamentos até 125 kW, que permite preencher entre 15 e 80% em 41 minutos; num carregador trifásico AC (corrente alterna) de 11 kW demora 7,8 horas (100%). De igual forma, conta com o sistema de travagem regenerativa, que inclui a possibilidade de condução com uma só pedal (do acelerador), volumes de carga entre 5,8 e 9,0 m3, capacidade de carga útil até 1.100 kg e um comprimento máximo de carga de 3,45 metros. Proposto com carroçarias cabina dupla e combi, ambas com opções de escolha de distância entre eixos curta ou longa e teto baixo ou elevado, o E-Transit Custom destaca-se por dispor de faróis LED e, no interior, um airbag montado no tejadilho e um ecrã tátil de 13’’ com o sistema multimédia SYNC 4, alimentado por um modem 5G. De referir que, tal como o irmão e-Transit, o novo modelo será suportado pelo software, soluções de carregamento, serviços e financiamento Ford Pro. O início da produção está agendado para o outono do próximo ano.

OPEL GSe
Tendo por base a intenção de oferecer uma variante eletrificada de cada modelo da sua gama até 2024 e de ser uma marca totalmente elétrica na Europa até 2028, a Opel decidiu reavivar e redefinir o conceito GSe como uma nova submarca topo de gama. Para além de ostentar um visual atlético, as futuras versões GSe vão contar com uma configuração de chassis concebida para proporcionar o máximo de prazer e envolvimento na condução. Simultaneamente, os modelos GSe combinarão estes valores com a opção de mobilidade local sem emissões, redefinindo, assim, os níveis de desempenho atuais.