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Em destaque
• Já à venda na versão de tração dianteira
• AWD chega em janeiro de 2023
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• Três acabamentos:
Exclusive, Premium e Lounge
• Autonomia de até 516 km
• 452 litros de bagageira
Com o bZ4X a Toyota entra no crescente mercado dos SUV elétricos. Aqui fica, logo a abrir, o resumo deste contacto ao primeiro Toyota elétrico, que proporciona um rendimento sólido e carateriza-se, sobretudo, por um elevado nível de conforto e um comportamento seguro e previsível. Já os pouco mais de 470 km de autonomia prometidos na versão AWD (que conduzimos) pareceram-nos demasiado otimistas. Em compensação, a coerência com que a Toyota otimizou o bZ4X para uma utilização fora de estrada é notável, ainda que esse não deva ser, “à priori”, o objetivo de um carro elétrico, mas acabámos o ensaio a agradecer a sua polivalência de utilização.

Durante muitos anos a Toyota priorizou a hibridação sobre a tipologia puramente elétrica. Na marca
Ficha T Cnica
TOYOTA BZ4X AWD
TIPO DE MOTOR Elétricos síncronos (2), traseiro e dianteiro
POTÊNCIA TOTAL 218 CV (160 kW)
BINÁRIO MÁXIMO 336 Nm
TRANSMISSÃO Integral, caixa auto. 1 velocidade
BATERIA Iões de lítio, 71,4 kWh
AUTONOMIA (WLTP) 470 km
TEMPO DE CARGA 6h30 a 11 kW (100%) 23 min. a 150 kW (0-80%)
V. MÁXIMA 160 km/h
ACELERAÇÃO 6,9 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 16,2 kWh/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 0 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.690 / 1.860 / 1.650 mm
PNEUS 235/50 R20
PESO N.D.
BAGAGEIRA 452 l
PREÇO N.D.
LANÇAMENTO Janeiro de 2023 japonesa optou-se pelos híbridos convencionais, dos quais é pioneira desde 1997 com o Prius, reservando para o futuro, com orientações claras definidas na sede, privilegiar a célula de combustível de hidrogénio como fonte de energia alternativa. Mas o plano mudou de rumo, quando, em dezembro de 2021, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, apresentou 15 novos modelos elétricos sob o slogan “Beyond Zero”. E este bZ é a raiz das designações que serão utilizadas nos modelos 100% elétricos da marca. No caso em questão, o 4 refere-se ao quarto segmento do mercado e o X ao formato SUV. Haverá também um bZ1, um bZ2, um bZ2X (este brevemente), um bZ3, bZ4 e bZ5 (a ideia é seguir a lógica da Volkswagen com os seus ID: ID.3, ID.4, ID.5 e por aí fora). O bZ4X vai medir forças precisamente com o VW ID.4.
ESPAÇO, MUITO ESPAÇO
O bZ4X é um automóvel apelativo, com um aspeto moderno e radical, que sobressai pelas dimensões. Só foi possível conduzir a versão AWD, de tração integral, equipada com dois motores elétricos de 80 kW, um em cada eixo, para uma potência total de 218 CV (160 kW). A eficiência dos motores elétricos e do sistema de gestão de bateria permitiu a homologação (WLTP) de uma autonomia até 516 km para a versão de tração dianteira com um consumo médio de energia de 14,3 kWh/100 km (15,8 no AWD).

Ao volante, encontramos uma posição de condução baixa. À frente desta, aloja-se um painel de instrumentos digital num plano mais
No Bz4x N O H Bagageira Debaixo Do Cap
afastado da vista e próximo do para-brisas. Como cereja no topo do bolo, um ecrã central de grandes dimensões (12,3”) que permite acionar várias funções. Não há porta-luvas, mas existe um compartimento generoso debaixo da consola flutuante, com tomadas USB, que acaba por ser de difícil acesso.
A sensação de envolvimento à frente muda por completo quando sentados atrás. Nesta zona há espaço para “dar e vender” (é a vantagem das plataformas dos carros elétricos, tipo patim), o que melhora ainda mais o conforto dos bancos dianteiros (que podem ser chegados para trás) e a polivalência da bagageira de 452 litros. Quando o tema é o carregamento, todos os bZ4X podem ser carregados em corrente contínua a partir de um carregador rápido de até 150 kW que demora cerca de 23 minutos para preencher entre os 0 e os 80%. Em carregamento semi-rápido de 7 kW, a 16A precisa de 19 horas, e a 32A, perto de 10 horas. A partir de novembro de 2022, vai estar disponível com carregador de 11 kW, e aí o tempo reduz-se para 6,5 horas. Numa tomada caseira, a carga fica completa em 31 horas.


Capacidades Offroad
Durante a apresentação, e tratando-se da versão AWD, a Toyota mon- tou uma espécie de percurso offroad com alguns obstáculos e uma passagem dentro de água para avaliar a capacidade da bateria neste ambiente. Neste particular, o bZ4X conta com controlos de descida e subida, ativados a partir do comando “X Mode”, posicionado junto do seletor da caixa, que dá acesso também a dois programas para o controlo de tração, um para lama/neve e um segundo mais extremo, que reforça o “grip” em caso de perda de aderência. Assim, para subir uma pendente, basta ativar este modo, tirar o pé do acelerador e deixá-lo subir. Na descida é igual. O sistema ajuda na gestão do binário máximo de 336 Nm, valor disponível logo desde o arranque.
Foi possível ainda percorrer uma zona com cruzamentos de eixos, onde se forçavam as rodas a ficarem suspensas no ar para se perceber como o sistema passava o binário à roda que estava no chão, e uma
Myt Ou O Bz4x No Smartphone
Com o lançamento do seu primeiro elétrico, a Toyota reforça a aposta na aplicação MyT, uma app que agrega um conjunto alargado de serviços e funcionalidades para gestão do veículo. Por exemplo, planear viagens no smartphone e enviá-las para a viatura, obter informações sobre a condução, partilhar destinos, programar o arranque da climatização, iniciar ou agendar um carregamento, confirmar o estado da bateria e da autonomia, verificar o histórico de serviços e manutenção do veículo, aceder ao significado de cada luz de aviso, verificar as datas das ITV, IUC, pagamento do seguro...



passagem a vau com 30 cm de profundidade de água. Ambas as situações foram ultrapassadas sem problemas, ficando a ideia de que este Toyota está limitado em fora de estrada mais pela sua generosa distância entre eixos (2,85 m) do que pela sua natureza elétrica.
Em estrada, o bZ4X é confortável, sólido e seguro. Não há níveis de regeneração, apenas um modo Eco e um sistema “One Pedal” que ajuda a “carregar” a bateria com as desacelerações e travagens. O consumo, no percurso maioritariamente citadino que realizámos, ficou-se pelos 15,6 kWh/100 km, um registo competitivo.
Por fim, e como não podia deixar de ser, os japoneses acreditam piamente naquilo que desenvolvem, por isso estão em condições de garantir 70% da bateria do bZ4X mesmo depois de um milhão de quilómetros percorridos ou passado um período de dez anos, ainda que estas condições obriguem a uma visita anual a uma oficina da marca. RICARDO CARVALHO