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Uma nova vida
No verão, a Nissan vai lançar uma gama c ompleta de veículos eletrificados: o elétrico Ariya, as versões híbridas e Power de Qashqai e X-Trail e o Juke híbrido. Mais tarde chega o furgão elétrico Townstar. Conduzimos os dois primeiros no circuito espanhol de Jarama.

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Há pouco mais de uma década a Nissan lançou o Leaf. Tecnicamente não foi o primeiro elétrico do mundo, mas se pensarmos em equações como a eficiência energética, o preço, o número de unidades vendidas ou a continuidade, podemos e devemos considerá-lo um vencedor.
O “problema” da marca foi o fac- to de o Leaf (já na segunda geração) não ter tido seguimento com nenhum outro modelo. Ou seja, durante mais de dez anos, este compacto 100% elétrico foi a única verdadeira bandeira da Nissan num mundo onde a oferta eletrificada foi crescendo em “catadupa”. É verdade que podemos falar do comercial ligeiro e-NV200, mas não é a mesma coisa. Na prá- tica, falta (ou faltava) um núcleo duro de veículos de passageiros eletrificados que se adaptem aos tempos modernos.
Ciente disso, a marca japonesa prepara para os próximos meses grandes transformações na sua gama relacionadas com a “eletromobilidade”, com nomes como o Aryia, o Qasqhai ePower, o Juke híbrido e o furgão Townstar.
ARIYA: O IRMÃO MAIS VELHO DO LEAF
O Ariya assume-se como a segunda encarnação da plataforma modular para veículos elétricos (CMF-EV) da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi (a primeira foi o Renault Mégane E-Tech Elétrico). Com um comprimento de 4,6 metros e uma distância entre eixos de 2,78 m, este SUV de tamanho médio (e aparência imponente) vai ser comercializado com baterias de 63 e 87 kWh de capacidade e tração dianteira ou integral. A Nissan concedeu-nos a oportunidade de dar algumas voltas ao volante da versão de entrada (tração dianteira, bateria de 63 kWh e 218 CV), uma unidade que pode ser reforçada com a opção “e-4ORCE Performance” que sobe a potência para os 394 CV.
Visto de fora, a primeira impressão é a de que o Ariya é enorme. Muito mais do que aquilo que os 4,6 m
Em destaque
• Qashqai e-Power: híbrido com 190 CV


• Ariya com duas versões de bateria e duas autonomias
• Juke Hybrid com tecnologia E-Tech sugerem. Parte desta sensação reside na secção dianteira: a plataforma CMF-EV tem todos os elementos da tração concentrados à frente, culminando num capô elevado. Lá dentro, e sem querer faltar ao respeito aos restantes modelos da marca, o novo
• Furgão elétrico Townstar com 300 km de autonomia.
SUV não parece um Nissan. Desde os bancos ao tablier, passando pelos dois ecrãs digitais até às superfícies táteis na consola ou ao design despojado e amplo do habitáculo tudo foi feito a partir do zero. Um ambiente repleto de bons detalhes que nos levam a crer que não vai ser barato (entre 45 e 50 mil euros).



Antes de continuarmos, é preciso dizer que as condições deste primeiro contacto (numa rota feita entre cones a simular alguns percursos diários) não foram as mais adequadas para tirar grandes conclusões. Ainda assim, chegou para perceber que se trata de um SUV confortável e que as suas generosas dimensões poderão limitar-lhe a agilidade. Já o tato do travão é muito bom e progressivo.
As prestações, tal como sucede com todos os elétricos, são mais do que suficientes, ainda que a autonomia desta versão com bateria mais pequena se possa situar abaixo dos 300 km, suficiente para ir a qualquer lado com planificação, mas longe dos 350 km homologados. A bateria pode ser carregada até 130 kW de potência, o que significa qualquer coisa como meia hora para chegar aos 80%. Carros
QASHQAI E-POWER: UM HÍBRIDO PURO


Eis a versão híbrida do best-seller da Nissan. Munido do sistema e-Power, o Qashqai passa a fazer parte da família dos híbridos puros, caraterizando-se por contar com um motor térmico que apenas é utilizado para produzir energia elétrica e que não dispõe de qualquer ligação mecânica às rodas. Na essência, o e-Power pode ser apelidado de “carro elétrico alimentado por um motor a gasolina”.
Em concreto, recorre a um bloco térmico de 1.5 litros e três cilindros com turbo (154 CV), dotado de um sofisticado sistema de compressão variável que permite ajustar a relação entre 8:1 e 14:1. Este propulsor térmico aciona um gerador elétrico. O sistema completa-
-se com uma bateria de alta tensão de 1,8 kWh de capacidade e com uma unidade elétrica de ímanes permanentes e uma só relação para entregar uma potência total de 190 CV. Com este sistema, o Qashqai e-Power anuncia um consumo médio de 5,3 l/100 km e emissões de CO2 de 119 g/km.
Tal como sucedeu com o Ariya, também a condução do Qashqai “sofreu” as mesmas condicionantes. As primeiras sensações parecem ser positivas. A intensidade sonora é reduzida e surge coordenada com a velocidade do veículo. Quando se acelera a fundo, o e-Power demonstra rapidez na resposta e uma boa capacidade para manter a velocidade estável, independentemente do tipo de condução.
JUKE HYBRID: O E-TECH JAPONÊS

O Juke vai estrear uma versão híbrida baseada no sistema E-Tech da Renault e que é utilizado, por exemplo, por modelos como o Clio ou o Captur. Trata-se de um híbrido paralelo que utiliza uma caixa auto- mática de seis velocidades, sendo que duas delas são utilizadas pelo motor elétrico e as quatro restantes pelo motor térmico. No Juke híbrido, a bateria é de 1,2 kWh de capacidade. Conta com o sistema e-Pedal Step que permite ao condutor acelerar e desacelerar o automóvel para uma velocidade lenta (~5 km/h) só com um pé. O conjunto debita 143 CV e anuncia uma média de 5,2 l/100 km, a que correspondem 119 g/km de emissões. As vendas começam no verão.



O SUCESSOR DO E-NV200
Chama-se Townstar EV e é um veículo comercial 100% elétrico. Equipa uma bateria de 45 kWh de capacidade (podemos esperar uma autonomia de pouco mais de 200 km em estrada e de 300 km em cidade), portas laterais deslizantes e portas traseiras bipartidas. Oferece um espaço de carga de 3,3 m3 no qual cabem duas euro paletes. Propõe carga em corrente contínua até aos 80 kW de potência, para além de um carregador embarcado de 22 kW que permite carregar a bateria a partir de uma instalação trifásica em pouco mais de três horas.
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