Ao ataque!

O segmento B tem aguentado a ameaça comercial dos SUV. Uma categoria que se soube adaptar aos novos tempos eletrificados e na qual vários dos seus históricos protagonistas têm vindo a ser renovados. É o caso do Ford Fiesta, recentemente atualizado e que aqui comparamos com os seus principais rivais.

KARAM EL SHENAWY

Os utilitários mantêm-se firmes no mercado. Tanto que, se não existissem os SUV (de nenhum tipo), seriam o segmento dominante. Utopias à parte, pois os SUV/crossover não só não vão desaparecer como se vão multiplicar, os modelos de segmento B continuam a contar com o apoio

Ford Fiesta

do público graças a qualidades como dimensões contidas, interiores bem aproveitados e facilidade de condução. A elas somam agora a eletrificação a partir da hibridação (ligeira ou auto-recarregável) ou com versões 100% elétricas.

Hist Ricos

Na categoria militam modelos de peso histórico como os Renault Clio, SEAT Ibiza e Ford Fiesta. A recente atualização deste último é o ponto de partida do nosso dossier, onde enfrenta os seus principais adversários. Nestas páginas encontrará contendores para todo o tipo de clientes, desde aqueles que primam pela amplitude interior, como é o ca- so do Honda Jazz, aos que preferem uma gama mecânica mais completa, como o Renault Clio, sem deixar de lado as emissões zero, como a dupla Opel Corsa-Peugeot 208. Também os há que oferecem fortes emoções dinâmicas, capítulo onde o Fiesta ST continua a ser uma das referências. e os bancos Advanced Comfort. Disponível em quatro acabamentos (Feel Pack, C-Series, Shine e Shine Pack), a gama arranca nos 15.422 € com o motor a gasolina tricilíndrico PureTech de 83 CV atmosférico (sem turbo) e caixa manual de cinco velocidades. Porém, a opção mais recomendável é o PureTech turbo de 110 CV, também a gasolina, com transmissão manual de seis relações e nível de equipamento Shine (17.442 €). Mantém o Diesel BlueHDI de 100 CV que anuncia consumos de 4,2 l/100 km (WLTP).

É um dos modelos com uma das maiores longevidades da classe. A sexta geração do utilitário americano está à venda desde 2017 e acaba de receber uma pequena atualização. Disponível a partir do próximo mês de março, as alterações mais visíveis centram-se nas secções dianteira e traseira. Surgem assim novas óticas em LED em toda a gama (matriciais em opção para os níveis de equipamento mais elevados) e novos desenhos das jantes em liga leve. No interior, o volante foi redesenhado tal como o sistema multimédia SYNC3. A lista de assistentes de segurança foi reforçada, enquanto a gama mecânica acaba por se eletrificar quase por completo. Pode optar por um Fiesta com tecnologia Mild-Hybrid de 48 volts nos motores 1.0 EcoBoost de 155 CV e agora no de 125 CV (o anterior não tinha esta tecnologia) combinados com caixas manual ou automática Powershift. Abaixo destes, surge um outro 1.0 EcoBoost de 100 CV e no topo da gama figura o 1.5 EcoBoost de três cilindros, com 200 CV e 290 Nm, exclusivo da declinação Fiesta ST.

Citro N C3

O modelo francês renovou-se há cerca de um ano com novos faróis em LED e uma frente distinta com para-choques mais proeminentes. A personalização ganhou novos atributos à base de novas cores de carroçaria em combinação com os Airbumps (proteções) da porta, tejadilho e vinis decorativos. Lá dentro sobressai um novo ecrã central de 7” com mais conectividade

Dacia Sandero

A terceira geração do “best-seller” franco romeno continua na senda do sucesso, ainda que no âmbito dos clientes particulares. O preço é um dos seus atributos: a partir de 9.700 € no nível básico Access, sem ar condicionado de série. Desenvolvido sobre a base do Renault Clio, face ao seu antecessor melhora em agilidade, segurança e qualidade. Propõe vários sistemas multimédia (o Sandero básico não tem sequer ecrã, que troca por um espaço para o smartphone). Mantém a versão a GPL Eco-G de 100 CV (mais de 1.000 km de autonomia anunciados). A gama é complementada com o ainda mais popular “pseudo-crossover” Stepway.

Apenas motor híbrido

Honda Jazz

Segunda geração do utilitário japonês, de conceito metade monovolume metade SUV. O seu design muda por completo, com um comprimento de 4,04 metros. No interior, o posto de condução é moderno e totalmente conectado, ainda que a sua principal qualidade seja a habitabilidade de topo. A zona traseira é ampla e a bagageira alcança os 309 litros. Além disso, conta com os bancos Magic Seat: o assento sobe como nas cadeiras de cinema para transportar objetos com maior altura entre as duas filas de bancos. Mecanicamente existe apenas um híbrido auto-recarregável ECO de 109 CV que maximiza a utilização elétrica. Homologa 4,5 l/100 km de média de consumo e é vendido apenas num acabamento, o Executive, que custa a partir de 30.250 €. A Honda propõe ainda uma versão com aspeto de crossover (Jazz Crosstar); começa nos 31.250 €.

Hyundai I20

A nova geração do utilitário coreano protagoniza uma volta de 180º no capítulo estético: recebe a filosofia “Sensuous Sportiness” da marca num compacto (4,04 m de comprimento) e apelativo conjunto. Tecnologicamente posiciona-se também como um automóvel mais moderno, com soluções como o ecrã multimédia de 10,25” e o painel de instrumentos digital (disponível nos níveis de equipamento mais altos). De igual modo, o i20 cresce em versatilidade com uma bagageira de 351 litros, mais 25 litros do que antes, enquanto na segurança propõe de série o pacote Hyundai SmartSense. Debaixo do capô, a oferta “portuguesa” não contempla a eletrificação devido à contenção de custos. A gama é composta por um 1.2 MPi atmosférico de 84 CV e por um 1.0 T-GDI de 100 CV, ambos a gasolina. Os preços arrancam nos 16.155 €. No topo da hierarquia surge o desportivo i20 N 1.6 Turbo de 204 CV.

Kia Rio

Referência no que ao espaço interior diz respeito, até à chegada do novo i20 e da aparição das novas gerações de SEAT Ibiza, Skoda Fabia e VW Polo, o Rio era o que oferecia a maior mala da categoria, com 325 litros. No ano passado, a gama foi alvo da habitual atualização de meio de ciclo de vida comercial. Esta revisão trouxe consigo alterações estéticas ligeiras e melhorias na conectividade. Tal como o Hyundai i20, também o renovado Kia optou por não ceder à hibridação, como tal, a gama mecânica é composta por um 1.2 CVVT atmosférico de 84 CV e pelo 1.0 T-GDI de 100 CV, que pode ter caixas manual ou automática de dupla embraiagem. Os preços do Rio partem nos 15 mil euros (versão menos potente), valor que contempla um desconto de 3.250 €.

Mazda 2

Antes do final do primeiro semestre de 2022, a Mazda irá iniciar a comercialização do seu primeiro Mazda 2 híbrido auto-recarregável que deverá conviver com o atual modelo com tecnologia híbrida ligeira. O moderno 2 Hybrid é fruto da colaboração da Mazda com a Toyota, e não é mais do que um Yaris da atual geração com os emblemas da marca de Hiroshima. Nesse sentido, recorre ao mesmo motor 1.5 Dynamic Force de 116 CV que homologa um consumo combinado de 3,8 l/100 km, registo que equivale a emissões bastante contidas. Ainda não existem preços definidos para o novo modelo, mas a Mazda já fez saber que em Portugal será vendido com três níveis de equipamento: Pure, Agile e Select. O atual Mazda 2 vai manter-se em funções com o motor 1.5 Skyactiv-G M Hybrid de 90 CV e preços a partir dos 19.053 €.

Desde 14.995 €

Nissan Micra

Partindo da mesma plataforma do Clio e Sandero, o Nissan Micra foi alvo de uma renovação no final de 2020 que passou a incorporar os acabamentos N-Design e N-Sport, com elementos mais exclusivos e mais equipamento. Recebeu ainda alterações no motor a gasolina 1.0 IG-T tricilíndrico, sóbrio. Não fica atrás do francês no que concerne a tecnologia e digitalização, enquanto na vertente dinâmica oferece uma atualização mais equilibrada. Mecanicamente é dos poucos modelos do segmento que mantém um motor Diesel, o 1.5D de 100 CV que regista um consumo médio de 4,1 l/100 km e cujo preço arranca nos 21.850 € no nível de equipamento de entrada. Os blocos a gasolina triplicam as alternativas, desde um 1.2 atmosférico de 75 CV até dois 1.2 Turbo de 100 (a melhor opção) e 130 CV, sendo que este está apenas disponível com transmissão automática. A gama a gasolina parte dos 17.150 €. Não obstante, o Corsa disponibiliza, ainda, uma versão 100% elétrica (Corsa-e) com 136 CV e 337 km de autonomia (desde 30.160 €).

Peugeot 208

Aquele que foi um dos pilares do sucesso da Peugeot em 2021 partilha a plataforma com o Corsa. Apoia-se num design mais desportivo e emocionante, assim como num interior definido pelo posto de condução Peugeot i-Cockpit 3D. Este confere um extra tecnológico (painel de instrumentos digital 3D…) acompanhado por uma ampla gama que, tal como no C3 e Corsa, pontifica o motor Diesel

Gasolina, Diesel e elétrico

1.5 BlueHDI de 100 CV com um gasto médio de 4 l/100 km. Ainda assim, a opção mais lógica é o a única opção disponível e que agora supera a norma de emissões Euro 6d. A potência foi reduzida para os 92 CV, mas garante maior agilidade a baixa velocidade.

1.2 PureTech a gasolina de 110 CV e transmissão manual, ainda que a marca mantenha disponíveis os PureTech de 75 (atmosférico) e 130 CV. Preços a partir de 16.470 €. Para além destes, a gama incorpora também uma versão totalmente elétrica de 136 CV (desde 28.970 €), cuja autonomia acaba de ser incrementada para os 365 km.

Combina caixa manual de seis velocidades, podendo também, em opção, dispor de uma automática tipo CVT (variação contínua).

A gama começa nos 14.995 €.

Desde 16.470 €

Renault Clio

Lançada em 2019, a quinta geração Clio trouxe consigo um considerável incremento ao nível da qualidade percebida e da dinâmica face ao seu antecessor. No final de 2020 ganhou uma apelativa versão híbrida a gasolina/elétrica E-TECH de 140 CV que propõe uma média de consumo bastante competitiva: 4,1 l/100 km. Existe ainda outra versão híbrida TCe de 100 CV (Bi-Fuel) que funciona a gasolina e a GPL para uma autonomia conjunta superior a 1.000 km e um custo por quilómetro muito reduzido quando alimentado a gás. O resto da gama contempla um Diesel de 100 CV e os gasolina SCe de 65 CV (atmosférico) e TCe com 90 e 140 CV. Segundo os propulsores, as caixas podem ser manuais de cinco ou seis velocidades ou automática XTronic tipo CVT (variação contínua). A gama arranca nos 18.200 €.

Seat Ibiza

Atualizado na segunda metade de 2021 para se manter no topo do segmento, os seus 4,06 metros de comprimento apresentam agora um invólucro mais

Koda Fabia

A nova geração, a quarta, do utilitário checo estreia a plataforma MQB-A0, já utilizada pelos SEAT Ibiza, VW Polo e Skoda Kamiq. Cresce em tamanho (4,11 metros de afinado. Todos os acabamentos recebem faróis Eco-LED, que são Full LED nos topos de gama. Traz novos para-choques, jantes e logótipo manuscrito. Lá dentro, conta com painel de instrumentos digital de até 10,25” e ecrã central multimédia de 9.2”. Melhorou na qualidade percebida (mais materiais macios…) e os dispositivos de segurança foram reforçados. Em termos mecânicos renunciou aos blocos Diesel, mas mantém uma versão TGI a gás natural comprimido GNC, de 90 CV, com um reduzido custo por quilómetro, isto se em Portugal existissem mais estações de abastecimento. Não obstante, a opção mais recomendável é o 1.0 TSI de 110 CV com caixa manual de seis velocidades. A SEAT propõe ainda um 1.0 TSI de 95 CV e um 1.5 TSI de 150 CV. Preços a partir de 18.049 €. comprimento) e aumenta em qualidade, tecnologia e funções de segurança. Além disso, os seus 380 litros de bagageira situam-no como líder indiscutível da categoria. Debaixo do capô pode ser adquirido exclusivamente com motores a gasolina, por isso nada de Diesel. Começa com o 1.0 MPI atmosférico (sem turbo) de 80 CV e prossegue com o 1.0 TSI de 95 CV e caixa manual de cinco relações, ou com 110 CV e caixa manual de seis velocidades ou automática DSG de sete. Este modelo, que ainda não está à venda em Portugal (deve chegar durante o primeiro trimestre de 2022), deverá ser proposto com os níveis de equipamento Active, Emotion, Ambition, Sport e Style.

Suzuki Swift

A alternativa japonesa foi alvo de uma recente atualização com ligeiras alterações estéticas que modificaram a grelha e os faróis, já com tecnologia LED desde os níveis de equipamento mais básicos. O interior não recebeu grandes mexidas e continua a exibir uma correta

Desde 17.804 €

qualidade geral. Já a gama mecânica foi modificada e passa a ser formada em exclusivo por motores a gasolina com tecnologia micro-híbrida de 48 V (antes era de 12V), a mesma que equipava o Swift Sport. Este último continua a figurar como o mais desportivo graças a um propulsor 1.4 litros, Turbo, de 129 CV de potência.

O resto da gama “conforma-se” com um motor 1.2 aspirado de 83 CV que se destaca pelo seu baixo consumo: entre 5 e 5,4 l/100 km. Pode comprar-se com caixa manual ou automática do tipo CVT. O renovado Swift está disponível com os níveis de equipamento GLE e GLX e preços desde os 17.804 €.

bem-sucedida. Assim, existe um bloco 1.0 VVT-i de 72 CV, um 1.5 VVT-i de 125 CV e o híbrido 1.5 HDF de 116 CV (elétrico/gasolina) que anuncia um consumo de combustível de 3,8 l/100 km. É vendido com os níveis de equipamento Comfort, Comfort Plus, Exclusive, Luxury e Square Collection, e os preços começam nos 17.490 €.

Toyota Yaris

Consumo: 3,8 l/100 km

A terceira geração do utilitário japonês é o híbrido auto-recarregável mais vendido do segmento. Carro do Ano Europeu em 2021, utiliza a plataforma GA-B que permitiu melhorias dinâmicas e no conforto. A bagageira, com 270 litros, não é das mais capazes. A gama compõe-se com três motorizações, mas é a híbrida a mais

Volkswagen Polo

O terceiro modelo mais vendido na história da Volkswagen atualizou a sua sexta geração para continuar a somar vendas. Inspirado no Golf VIII, conta, entre outros, com tecnologia de iluminação IQ Light matriciais e um amplo leque de assistentes à condução que o convertem

Motores até 207 CV

num dos mais seguros da categoria. O interior revela um atualizado sistema multimédia MIB3 e climatização com comandos digitais. Não há mudanças na habitabilidade ou na bagageira (351 litros). Debaixo do capô desaparecem os motores Diesel e também não existe eletrificação. Atualmente é comercializado com a mecânica 1.0 TSI de 95 CV e caixa manual de cinco velocidades ou automática DSG de sete; ou 1.0 TSI de 110 CV e transmissão DSG. A gama compreende os acabamentos Life, Style e R-Line com preços a partir de 21.178 €. Mais para a frente, será reforçado com a chegada da versão desportiva GTI, de 207 CV.