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Saber poupar
A tecnologia híbrida plug-in estende-se também entre os modelos compactos. Por exemplo, Mégane e Leon, habituados a andar sempre no top das vendas, contam com versões PHEV que não são baratas, mas que acabam por oferecer interessantes custos de utilização.

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PREÇO: 37.229 t

Não se tratam de versões especialmente acessíveis entre os compactos do segmento C, mas é verdade que aproveitando algumas benesses do Estado para as empresas para este tipo de veículos, o preço acaba por se tornar bem mais interessante. Seja como for, o importante a reter é a sua dupla faceta, que lhes permite “passear” na cidade com excelência, devido ao modo elétrico, e, ao mesmo tempo, efetuar longas distâncias. E, apesar de mais caros, a verdade é que juntam economias de utilização mais ajustadas que, a longo prazo, podem acabar por compensar esse facto.


Os nossos protagonistas são um exemplo claro de tudo isto. Re- nault Mégane E-TECH Plug-in e SEAT Leon e-Hybrid propõem sistemas híbridos plug-in que garantem percursos de quase 50 km em modo totalmente elétrico, em troca de custos por quilómetros reduzidos. As suas mecânicas têm diferentes configurações: como elemento principal, um motor a gasolina 1.4 turbo, no caso do Leon, e um atmosférico de cilindrada ligeiramente superior, no Mégane.


O espanhol acrescenta um propulsor elétrico de 102 CV, enquanto o francês opta por dois mais pequenos de 67 e 34 CV, acoplados a uma bateria de menor capacidade (9,8 kWh frente aos 13 kWh do Leon). No que concerne a tempos de carregamento, são idênticos quando ligados a tomadas con- vencionais domésticas, as denominadas Schuko de corrente alterna: menos de 4 horas.

DIFERENTES…
Mudando de capítulo, talvez o que acabe por diferenciar a condução, prestações à parte, sejam as suas caixas de velocidades automáticas. A do Leon e-Hybrid é uma DSG de dupla embraiagem, enquanto a que surge no Mégane E-TECH dispensa a embraiagem e os sincronizadores: são os motores elétricos que engrenam as relações e igualam a velocidade de rotação da cambota com a dos eixos da própria caixa. Por isso, o arranque faz-se sempre em modo elétrico. Uma vez em movimento, e se for preciso alcançar rapidamente velocidades mais elevadas, produz demasiado ruído com uma sensação de aceleração menor do que os 160 CV poderiam prever.
De facto, em prestações fica atrás do Leon e-Hybrid que, além de mais potente, com 204 CV, “joga” com uma transmissão DSG de funcionamento mais rápido e até eficiente, sobretudo quando procuramos ritmos vivos. Em cidade, a baixa velocidade, o Mégane é mais agradável, sempre que não se exija acelerações bruscas. Além disso, rubrica consumos mais ajustados. Com a bateria em plena carga pode percorrer, sem necessidade de uma condução suave ou eficiente, 40 a 45 km em modo elétrico. A bateria do Leon, de maior capacidade, permite superar os 50 km. Uma vez esgotada, o consumo médio do gaulês fica-se
Modos Alternativos
Ambos dispõem de distintos modos de condução para o sistema híbrido, incluindo um que preserva a carga da bateria entre níveis que podem ser selecionados para que, a qualquer momento, se consiga um nível mínimo de carga. Exemplo: para andar num parque de estacionamento sem emissões.
Em estrada, as diferenças são mais evidentes à medida que se ganha ritmo. Com bateria, o Mégane E-TECH permite uma certa “alegria” em percursos com mudanças de velocidade constantes, mas quando esta se esgota perde fôlego. Por outro lado, o Leon e-Hybrid impõe a sua energia de uma forma mais ambiciosa, enfrentando trajetos sinuosos com maior desenvoltura de curva em curva graças, uma vez mais, ao excelente desempenho da caixa DSG, proporcionando uma condução, digamos, mais persuasiva. Mais equiparados estão quando percorremos
BATERIA DO SISTEMA
HÍBRIDO: 9,8 KWH longas distâncias a ritmos estáveis e constantes: as velocidades cruzeiro de 130/140 km/h são obtidas com o mínimo esforço, sem ruídos no habitáculo e médias de consumo moderadas (6,2 l/100 km para o Mégane contra 6,7 l do Leon).
Numa tomada doméstica, o tempo de carga baixa ligeiramente para as quatro horas.
As versões que confrontamos nestas páginas, R.S. Line no Megane e FR no Leon, vestem trajes de corte mais desportivo. Em particular, o Renault revela-se um pouco mais firme no amortecimento e mais direto na direção, além de contar com bancos mais próximos do conceito bacquet (envolvem o corpo com maior eficácia que os do Leon). Por tudo isto, desfruta-se de um carácter e sensações algo mais desportivas quando a es-

Ficha T Cnica
RENAULT MÉGANE E-TECH


PLUG-IN R.S. LINE 160
TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, inj. indireta CILINDRADA 1.598 cm3
POTÊNCIA 91 CV às 6.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 144 Nm às 3.000 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa auto. de múltiplas relações (15)
SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Dois síncronos permanentes
POTÊNCIA 67 CV (e-Motor) + 34 CV (HSG)

BINÁRIO MÁXIMO 205 Nm + 50 Nm
BATERIA Iões de lítio, 9,8 kWh, 400 V
AUTONOMIA (WLTP) 50 km
SISTEMA HÍBRIDO
MOTOR Elétrico/Gasolina, PHEV
POTÊNCIA (TOTAL) 160 CV
BINÁRIO (TOTAL) 300 Nm
V. MÁXIMA 183 km/h
ACELERAÇÃO 9,8 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 1,3 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 28 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A) 4.359 / 1.814 / 1.447 mm
PNEUS 205/50 R17
PESO 1.605 kg
BAGAGEIRA 261 l
PREÇO 39.200 €
GAMA DESDE 24.850 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 137,14 €
LANÇAMENTO Setembro de 2020
Avalia O
no seu rival, diferentes desenhos com gráficos e várias informações da condução. 2. O cruise control ativo aciona-se a partir dos comandos no volante. 3. Ecrã central tátil: permite configurar os modos de condução, entre outros.



Equipamento
SÉRIE Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina; controlos de tração e de estabilidade; travagem de emergência assistida com deteção de peões; alerta de distância de segurança; sistema de assistência à travagem de urgência; assistente de manutenção na faixa de rodagem; aviso de ângulo morto; alerta de obstáculos atrás; alerta para o cansaço do condutor; reconhecimento dos sinais de trânsito; ajuda ao arranque em subida; sistema de personalização da condução Multi-Sense; sistema de ajuda ao estacionamento Easy Park Assist; regulador de velocidade; sensores de estacionamento; câmara de marcha atrás; ar condicionado automático bizona; retrovisores elétricos aquecidos e retráteis; sensores de chuva e luz; faróis Full LED; faróis de nevoeiro; luzes diurnas de LED; comutação automática de luzes estrada/cruzamento; cartão mãos-livres; bancos dianteiros ajustáveis em altura; travão de mão elétrico; volante multifunções em couro; painel de instrumentos TFT 10’’ digital; sistema multimédia Easy Link com ecrã tátil de 9,3’’, entrada USB, Bluetooth, navegação e funções Apple CarPlay e Android Auto; e jantes de liga leve de 17 polegadas.
OPCIONAIS Pintura metalizada (530 €); pintura nacarada (750 €); jantes de 18’’ (600 €); estofos em couro R.S. Line (1.700 €; implica sistema de aquecimento dos bancos dianteiros 250 €); teto de abrir (990 €); sistema de som Premium Bose (500 €); head-up display (500 €).
A transmissão automática penaliza o funcionamento do sistema híbrido.
BOA
SENSAÇÃO
EQUIPAMENTO
Seat Leon


OPCIONAIS Pintura metalizada (480 €); jantes de 18’’ (622 €); airbag lateral traseiro + airbag de joelhos para o condutor (297 €); alarme (320 €); assistente automático de estacionamento (358 €); câmara traseira de ajuda ao estacionamento (254 €); carregamento de telemóvel sem fios (189 €); SEAT Full LED (1.114 €); teto de abrir elétrico (915 €); Pacote Segurança & Condução L –inclui reconhecimento dos sinais de trânsito, alerta de trafego traseiro, sistema de mudança de faixa e aviso de saída, assistente automático de máximos e cruise control adaptativo (651 €).
BANCOS DIANTEIROS CÓMODOS; ATRÁS HÁ BOM ESPAÇO PARA PERNAS

BATERIA DO SISTEMA
HÍBRIDO: 13,2 KWH
Ficha T Cnica
SEAT LEON 1.4 E-HYBRID 204 CV FR


TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.395 cm3
POTÊNCIA 150 CV entre as 5.000 e as 6.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 250 Nm entre as 1.550 e as 3.500 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa auto. 6 vel. (DSG, dupla embraiagem)
SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Síncrono de íman permanente
POTÊNCIA 102 CV
BINÁRIO 330 Nm
BATERIA Iões de lítio, 13,2 kWh
AUTONOMIA (WLTP) 52 km
SISTEMA HÍBRIDO MOTOR Elétrico/gasolina, PHEV
POTÊNCIA TOTAL 204 CV
BINÁRIO TOTAL 350 Nm
V. MÁXIMA 220 km/h
ACELERAÇÃO 7,5 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 1,1 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 25 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.368 / 1.799 / 1.460 mm
PNEUS 225/45 R17

PESO 1.614 kg
BAGAGEIRA 270 l
PREÇO 37.229 €
GAMA DESDE 26.640 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 137,14 €
LANÇAMENTO Dezembro de 2020
Avalia O
Em tomadas domésticas é possível carregar o Leon e-Hybrid em cerca de 4 horas.

trada se torna mais exigente. Num primeiro instante, o Leon FR parece menos ágil, mas devido à sua eficiência e precisão acaba por seguir o ritmo do rival dando a perceção de que faz a mesma coisa de uma forma mais simples. Dito de outra forma: pode não gerar o mesmo entusiasmo desportivo do Mégane, mas pela eficácia geral acaba por atingir parâmetros muito idênticos.
Bagageiras Reduzidas
A maior suavidade de amortecimento do Leon FR e-Hybrid assegura um conforto de rolamento superior, filtrando melhor as irregularidades e isolando os ocupantes de forma mais bem conseguida.
Também supera ligeiramente o Mégane E-TECH RS Line na capacidade da mala, que na realidade é contida em ambos, pois perdem muito volume quando compara- dos com as respetivas versões só a combustão (271 litros no SEAT, mais 10 litros que o seu rival) por causa da posição das baterias do sistema híbrido, instaladas debaixo do piso.
Por último, resta falar na qualidade percebida no modelo espanhol que transmite elevada robustez. É mais sóbrio e parece ser feito de forma mais consciente: o facto do sistema de infotainment incorporar a climatização sem retroiluminação à noite acaba por ser um incómodo. Todavia, o Mégane é mais apelativo quando entramos no habitáculo (esta opinião é subjetiva). Além disso, os níveis de equipamento de ambos são muitos idênticos, com elevados padrões de segurança e conectividade, de acordo com os tempos modernos… e os seus preços! ALFONSO AGUILERA PAULO CALISTO
Conclus O
Pelo sistema híbrido agradou-nos mais o funcionamento do Leon, muito por culpa da sua caixa automática de dupla embraiagem DSG, mais efetiva e silenciosa que a do Mégane. Do lado oposto, valorizando a dinâmica, e ainda que seja menos rápido, o chassis do modelo francês com o acabamento R.S. Line revela-se uma delícia: é preciso, estável e mais divertido.
MERCEDES-BENZ