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Reclamações contra serviços de operadoras de telefonia móvel aumentam 38,5% em Ribeirão Preto
Procon aponta falta de sinal e cobranças ilegais como os principais motivos de insatisfação de clientes
Jo O Victor Betioli
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Levantamento do Procon de Ribeirão Preto mostra que o número de reclamações de clientes contra operadoras de telefonia móvel aumentou 38,5% em 2022. De janeiro a agosto, a fundação registrou 230 queixas, contra 166 no mesmo período de 2021. Falta de sinal e cobranças indevidas estão entre os principais motivos.
De acordo com o Procon, a operadora Claro lidera o ranking de denúncias. Nos oito primeiros meses de 2022, clientes insatisfeitos registraram 135 reclamações contra a empresa, sendo que no mesmo período de 2021 foram 77 denúncias. Um aumento de 75,3%. A Oi é a segunda no ranking, com aumento de 26,3% de reclamações. A Tim aparece em terceiro na lista, com crescimento de 11,1%. Isso enquanto a empresa Vivo teve queda de 4,6% no mesmo comparativo.
O corretor de imóveis Marco Aurélio Camargo, de 42 anos é um dos clientes que tiveram problemas com empresas de telefonia. Em agosto, sua linha de telefone foi transferida por meio de portabilidade para outra operadora. O detalhe é que ele nunca fez a solicitação de transferência. Camargo diz que percebeu algo de estranho quando as ligações não completavam as chamadas. Só depois de ir até a empresa descobriu o motivo.
“Tive prejuízo financeiro. Dependo exclusivamente do telefone para contato com meus clientes. Fiquei 20 dias sem o meu número e perdi negócios que já estavam em andamento. O serviço só foi restabelecido depois que entrei com uma ação de perdas e danos na justiça, solicitando o retorno imediato da minha linha”, disse Camargo.
O chefe do Procon de Ribeirão Preto, Francisco Mango Neto, diz que outra queixa comum é referente a multas aplicadas pelas empresas. “Estamos recebendo denúncias e reclamações contra operadoras, que impõem multa rescisória de contrato por não cumprimento de prazo de fidelidade”, afirmou.
O advogado especialista em direito do consumidor, Feres Junqueira Najm, diz que qualquer falha na prestação de serviço de telefonia que se caracterize como inadequada é passível de uma nova aplicação do serviço ou devolução de dinheiro. “Cobrança indevida, falha no cancelamento de plano, falha de sinal, tudo isso caracteriza quebra na prestação de serviço. Então tudo isso é passível de punição administrativa”, afirma.
Segundo o especialista, o primeiro contato para que o clinete tenha seu problema resolvido deve ser com a ouvidoria da empresa. Caso contrário, o consumidor deve procurar seus direitos na justiça.
“Se o consumidor tiver dano material ou moral decorrente de falha na prestação de serviço, o caso é passível de busca de reparação. Mas tudo tem que ser analisado junto a um profissional da área”, diz Najm. Ainda de acordo com o advogado, as multas podem ultrapassar R$ 12 milhões.
Sobre as reclamações de clientes por falhas no serviço de telefonia móvel e cobranças indevidas, a empresa TIM emitiu nota. “A TIM informa que tem a satisfação dos clientes como prioridade estratégica e trabalha constantemente para reduzir o número de reclamações recebidas no Procon de Ribeirão Preto e aprimorar ainda mais a qualidade dos serviços e do atendimento prestado. A operadora segue investindo nos seus canais de relacionamento, com foco na melhoria contínua da experiência do cliente.”
Procuradas pela reportagem, as operadoras Vivo, Claro e Oi não responderam aos questionamentos até o fechamento desta edição.
Liga Es Indesejadas
Ligações indesejadas e fora de horário comercial têm sido estratégia frequente de empresas de telemarketing, para vender algum produto ou serviço aos clientes. Mas essa prática está na mira da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Em 2019, a agência criou o site Não Me Perturbe (www. naomeperturbe.com.br). Nele, o consumidor pode cadastrar o número incoveniente e bloquear as ligações. Em caso de reincidência, as multas podem variar entre R$ 600 e R$ 8 milhões. Outro caminho para reclamações é o site do governo federal (consumidor.gov.br).
O consumidor que se sentir lesado deve registrar reclamação no Procon. “Hoje, o consumidor tem o poder de escolher não receber ofertas de produtos e serviços em seu telefone. Não cessando as ligações, as empresas são responsabilizadas pelos atos”, disse o chefe da fundação, Francisco Mango Neto.
O Procon de Ribeirão Preto fica na rua Aureliano Garcia de Oliveira, 266, no bairro Nova Ribeirânia, zona leste da cidade. O telefone de contato é o 0800-7729198.