Revista FundsPeople janeiro e fevereiro 2023

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NÚMERO 48 JANEIRO E FEVEREIRO 2023

ENTREVISTAS

APRIL LARUSSE, BNY MELLON IM ALEX MONK, SCHRODERS

PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA

ANÁLISE AO FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO

FINANCEIRA DA SEGURANÇA SOCIAL LEGISLAÇÃO

BALANÇO DO REGIME DAS EMPRESAS DE INVESTIMENTO

ESTILO

JIU JITSU: A ARTE SUAVE

NICARÁGUA: AVENTURA INESQUECÍVEL

OS FUNDOS COM RATING

FUNDSPEOPLE 2023 VERSÃO 2.0

UM ANO DE CISNES NEGROS NOS MERCADOS DE OBRIGAÇÕES E NAS CARTEIRAS MULTIATIVOS, COMO FOI 2022, TEVE O SEU IMPACTO NOS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE. UMA MERA COINCIDÊNCIA COM O FACTO DE TERMOS ESTUDADO, REPENSADO E EVOLUÍDO O PILAR QUANTITATIVO DO RATING.

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O crescimento populacional e a urbanização, o aumento da mobilidade, a transição energética e a segurança de abastecimento são alguns dos fatores que favorecem o investimento em infraestruturas. Além disso, os lucros são geralmente menos dependentes dos ciclos económicos e de mercado, de modo que as flutuações nos preços desse tipo de ativo costumam ser menores do que as de qualquer índice comparável.

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Este documento é uma comunicação de marketing. DWS é a marca sob a qual o DWS Group GmbH & Co. KGaA e suas subsidiárias operam. Os clientes podem acessar o Produtos e/ou serviços DWS por meio de uma ou mais pessoas jurídicas identificadas na documentação aplicável. DWS International GmbH / janeiro de 2023 / CRC: 093820 Comunicação de marketing

EDI TO RIAL C

CHATGPT, HAVERÁ ALGUM FUNDO MAIS BELO DO QUE O MEU?

hatGPT, explica-me, dá-me ideias, diz-me como é que eu faço... Não era imprevisível a chegada a este ponto. Mas, ainda assim, ficamos atónitos com o aparecimento de uma máquina que nos concede os nossos desejos e nos simplifica a vida de tal forma, que não temos de perder tempo a procurar. Procurar: lembram-se o que era? Aquele conceito de buscar algo que nos inflava a perseverança? Que nos fazia subir um degrau, e mais outro, e mais outro, sem estarmos assim tão preocupados se a nossa pesquisa ia ou não ser frutífera? O conceito está a ficar caduco, não tenho dúvidas, mas importa não desistir dele.

CHEGÁMOS À ERA DA PERGUNTA E DA RESPOSTA FÁCIL (OU NÃO TANTO ASSIM). NESTA

EDIÇÃO E, COMO

SEMPRE, FOCAMOS EM RESPOSTAS QUE NÃO SÃO FÁCEIS, MAS NAS QUAIS FAZEMOS QUESTÃO DE TRABALHAR.

No outro dia ouvia a escritora Dulce Maria Cardoso dizer que vivemos numa era de falar mal de tudo o que tem vindo a ser disruptivo: da tecnologia, dos telemóveis, da internet... E nesse discurso fez uma pergunta muito simples: como teríamos vivido a pandemia de COVID-19 sem a possibilidade de fazer uma vídeo-chamada em segundos? Pois é. Resumiu a questão ao essencial: há que aproveitar o bom das tecnologias, e tentar desfazer o mau. Um cliché dos grandes, eu sei, e só me ocorre a expressão: “Isto é como tudo...”. No final do dia, todas as questões têm o seu avesso.

Mas voltemos à máquina: Chat GPT, diz-me quais os melhores fundos de investimento disponíveis em Portugal? Educado, pedindo desculpa – porque até as máquinas podem ser gentis – o ChatGPT diz-me que não tem a informação mais atual sobre os melhores fundos disponíveis em Portugal, já que os seus dados de training data vão apenas até 2021. No entanto, neste pedido, não deixou de me dizer algo muito assertivo: os melhores fundos variam consoante os objetivos de investimento e a tolerância ao risco de quem neles investe.

Na habitual jornada de construção dos fundos com Rating FundsPeople, a equipa de Análise teve, precisamente, de procurar respostas: repensou e refez o pilar quantitativo do Rating, e fez ainda evoluir o universo sobre o qual se debruça, como poderá ver mais à frente no tema que abre a edição. O ano foi difícil para os fundos de investimento e isso também se reflete no universo distinguido.

Seguindo neste conceito de procura, olhamos também para a construção de uma carteira de obrigações depois do desastre de 2022, bem como para as tendências do ano passado na gestão de ativos, indagando sobre aquelas que emergirão em 2023. Curiosamente, também falamos de máquinas. Como se pode incluir a Inteligência Artificial na gestão de ativos? E como é o processo de tokenização de um fundo? Não, não perguntámos ao ChatGPT, perdoem-me se vos induzi em erro. Nestas páginas encontra precisamente a busca por respostas a estas perguntas, com opiniões de quem acompanha o tema de perto.

ChatGPT, como é que 2023 vai correr para os mercados? “Eu sou apenas um modelo de linguagem treinado e não tenho a capacidade de prever o futuro”. Nós também não, mas prometemos continuar a procurar.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 3
48 I JANEIRO E FEVEREIRO
MARGARIDA PINTO Editora Portugal

IN DI CE

PANORAMA

10 Recessão ou não, eis a questão

13 Barómetro Rating FundsPeople

16 Evolução do mercado de gestão de ativos e de fundos de pensões em 2022

20 Ranking Rating FundsPeople

26 Os avanços e recuos do mercado europeu de fundos

TENDÊNCIAS

30 Os fundos com Rating FundsPeople 2023: versão 2.0

36 O destaque dos selecionadores do sul da Europa

40 O retorno das obrigações

44 O que dá o edge aos maiores hedge funds?

48 FEFSS: Uma carteira de investimentos de 23 mil milhões de euros

52 A extinção das SICAV espanholas… Que opções aparecem para quem tem um elevado património?

56 Riscos e benefícios de adotar a inteligência artificial na gestão de investimentos

60 Regime das Empresas de Investimento: balanço ao fim de (quase) um ano de vigência

63 Custódia: coluna vertebral na tokenização de ativos

PRODUTOS

4 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
66 April Larusse 70 Rui Nápoles 72 Alex Monk 76 António Mello Campello 78 Jochen Mende 82 João Pratas
ENTREVISTAS
84 Dívida europeia: oportunidade à vista 90 Obrigações high yield 93 Estratégias alternativas líquidas brilham em ano conturbado 96 Índia uma potência in the making 100 As caras ESG nas gestoras de fundos mobiliários nacionais 104 Os ETF abrem caminho no mundo do ESG 108 Radiografia ao sistema público de pensões ESTILO DE VIDA 112 Jiu jitsu: a arte suave 114 Nicarágua: uma aventura inesquecível 48 I JANEIRO E FEVEREIRO 72 76 78 82 66 70

Ativos privados: três questões para investir com sucesso

Em 2023, os investidores vão enfrentar uma combinação complexa de desafios e riscos que se têm arrastado desde o ano passado. Mesmo que estes desafios desaparecessem, outros problemas atuais, como a desigualdade social e o populismo, continuariam a existir. No entanto, isto não afeta todos os ativos da mesma forma. A natureza de longo prazo dos ativos privados, bem como outras características únicas, incentivam cada vez mais investidores a optarem por incluí-los nas suas carteiras.

Na Schroders destacamos cinco tendências de longo prazo que, sendo benéficas, não devem ser afetadas por desafios conjunturais: alterações climáticas e descarbonização, revolução tecnológica, estilos de vida sustentáveis, envelhecimento populacional e crescimento de mercados e fronteiras emergentes.

Para além destas tendências, acreditamos que há três questões-chave em que os investidores podem concentrar-se para garantir que as alocações a ativos privados sejam o mais resistentes possível no ambiente atual.

Em primeiro lugar, manter um ritmo constante de investimento. De acordo com a nossa análise, os anos de recessão são muitas vezes alturas atrativas. Estruturalmente, os fundos podem beneficiar de uma diversificação temporal, com aplicação seletiva de capital ao longo de vários anos. Isto permite que, durante os anos de recessão, adquiram ativos cujas avaliações estão em

OS FUNDOS DE CAPITAL PRIVADO CRIADOS DURANTE AS RECESSÕES TIVERAM UM BOM DESEMPENHO DESEMPENHO DO CAPITAL PRIVADO (MÉDIA DAS TIRS LÍQUIDAS MEDIANAS)

surgirão oportunidades atrativas para adquirir participações das mãos de vendedores que se encontrem em situações difíceis.

Note: O desempenho passado não é garantia de resultados futuros e poderá não se repetir.

Fonte: Prequin, Schroders Capital, 2022 Com base na análise dos anos retiraria de 1980 a 2009; recessões determinadas com base na metodologia NBER (1980-1982, 1990-1991, 2001, 2007-2009). 606829

níveis deprimidos. Estes fundos podem sair destes ativos mais tarde, nomeadamente na fase de recuperação, quando as avaliações aumentarem.

Como exemplo, o gráfico acima mostra a taxa média interna de retorno (TIR) dos fundos de private equity (capital privado) levantados durante um ano de recessão, e como esta tem sido mais de 14% ao ano, de acordo com dados que remontam a 1980. Esta percentagem é mais elevada do que no caso dos fundos constituídos nos anos que antecederam uma recessão, onde o sentimento dos investidores era provavelmente muito mais otimista.

Em segundo lugar, as estratégias de ativos privados tendem a ser menos correlacionadas

Material de marketing apenas para clientes profissionais O investimento envolve risco.

porque existem estratégias especializadas em cada classe de ativos que devem mostrar resiliência mesmo no pior cenário de recessão profunda e prolongada. A maioria destes investimentos encontra-se na parte mais ampla das operações. Além disso, acreditamos que os investimentos com forte sustentabilidade e características de impacto proporcionam um melhor potencial positivo e uma maior proteção contra quedas. Haverá, por isso, oportunidades interessantes no âmbito das operações no mercado secundário em 2023, tanto no caso das operações por parceiros gerais (GP-led) como para as transações limitadas lideradas por parceiros de responsabilidade limitada (LP). Neste segundo caso, prevemos que em 2023

Em terceiro lugar, a captação de fundos para o investimento em ativos privados disparou, embora os montantes disponíveis se distribuam de forma assimétrica por diferentes estratégias. As nossas análises dizem-nos que há uma correlação negativa entre este investimento e os seus retornos. Quando a captação de fundos foi superior à tendência, o retorno obtido durante o ano em que o investimento inicial é feito foi negativamente afetado, uma vez que a abundância disponível para investir pode inflacionar as avaliações de entrada. É por isso que acreditamos que os investidores devem evitar estratégias com excesso de capital disponível para investir, até que os níveis de capital disponível regressem a parâmetros mais normais, embora esta normalização possa demorar trimestres ou mesmo anos.

Em conclusão, embora os investimentos em ativos privados não sejam imunes a contextos de recessão, os dados sugerem que os investidores podem esperar que avaliações de ativos privados mostrem resiliência por parte dos ativos privados em termos comparativos. Acreditamos que os investidores que procuram manter um ritmo de investimento estável e que se concentrem nas tendências de longo prazo serão capazes de posicionar eficazmente as suas carteiras de ativos privados.

Este documento contém certas informações resumidas para fins ilustrativos das capacidades do Grupo Schroders em matéria de bens privados e não uma oferta ou solicitação de qualquer produto ou serviço. Nem todas as estratégias estão disponíveis em todas as jurisdições.

Este documento não constitui uma oferta a ninguém, ou uma solicitação por ninguém, para subscrever ações da Schroders Capital.

Qualquer referência a sectores/países/ações/títulos são apenas para fins ilustrativos e não uma recomendação para comprar ou vender qualquer instrumento financeiro/títulos ou adoptar qualquer estratégia de investimento. O material não se destina a fornecer, e não deve ser confiado, aconselhamento contabilístico, jurídico ou fiscal, nem recomendações de investimento. Não se deve confiar em qualquer opinião ou informação contida no material ao tomar decisões individuais de investimento e/ou estratégicas.

O desempenho passado não é um guia para o desempenho futuro e não pode ser repetido. O valor dos investimentos e o rendimento dos mesmos pode descer ou subir e os investidores podem não recuperar os montantes originalmente investidos. As alterações cambiais podem fazer com que o valor dos investimentos desça e suba.

Este documento pode conter informações previsionais, tais como previsões ou projeções. Note-se que tais informações não constituem uma garantia de qualquer desempenho futuro e não existe qualquer garantia de que qualquer previsão ou projeção será realizada.

Publicado por Schroder Investment Management (Europe), S.A. Sucursal em Espanha, registada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em Livre Prestação de Serviços e com Sucursal em Espanha, registada na Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV) de Empresas de Serviços de Investimento do Espaço Económico Europeu com sucursal em Espanha com o número 20.

Diretora geral para Espanha e Portugal, Schroders
-5 a -1: anos
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CO LABO RA DO RES

CONTRIBUTOS DO MÊS

48 I JANEIRO E FEVEREIRO 2023

SÉRGIO BRITO

Analista, APFIPP Evolução do mercado de gestão de ativos e de fundos de pensões em 2022

112

RHODRI PREECE

Diretor sénior de Investigação, CFA Institute Riscos e benefícios de adotar a inteligência artificial na gestão de investimentos

114

SOFIA LEITE BORGES

Sócia administradora, Sofia Leite Borges & Associados Regime das Empresas de Investimento: balanço ao fim de (quase) um ano de vigência

Nota de redação

• Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades

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• FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a

ENRIQUE PALACIOS

Diretor de Cumprimento

Regulatório, Onyze

Custódia: coluna

vertebral na tokenização de ativos

CONCEIÇÃO NUNES

Técnica superior, Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais, Ministério das Finanças

Radiografia ao sistema público de pensões

DUARTE RODRIGUES

Gestor, BPI GA Jiu jitsu: a arte suave

FRANCISCO AMORIM

Diretor de Vendas para a Península Ibérica, Jupiter AM

Nicarágua: uma aventura inesquecível

entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profissionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.

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ALLIANZ CYBER SECURITY A CIBERSEGURANÇA É UMA

NOVA PRIORIDADE

7,8 biliões de pessoas no mundo cada vez mais conectadas. Nos últimos anos, a digitalização cresceu a uma velocidade inesperada, tornando-se uma megatendência.

Do trabalho ao tempo livre: estamos “sempre ligados”. A transformação digital facilita nossa vida, mas nos torna mais vulneráveis a possíveis ataques cibernéticos.

A forte expansão do cibercrime aumenta a demanda por proteção de organizações, empresas e indivíduos.

O Allianz Cyber Security investe em empresas ativas na defesa contra crimes cibernéticos: recuperação de desastres, treinamento de usuários finais, segurança cibernética são apenas alguns exemplos. Da ameaça à oportunidade: uma importante temática de investimento em crescimento.

Possibilidade de transferência da equipa de investimento para a Voya IM nas próximas semanas, sem alterar a composição da equipa, a filosofia de investimento ou o processo de investimento. A Allianz Global Investors e a Voya IM anunciaram a sua intenção de firmar uma parceria estratégica de longo prazo.

*Allianz Cyber Security foi classificado como um Artigo 8 sob SFDR: EU Sustainable Finance Disclosure Regulation. Informação exacta no momento da publicação. Os investidores devem ter em conta todas as características e/ou objectivos do fundo tal como descritos no seu prospecto e no KIID (regulatory.allianzgi.com). O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. O Allianz Cyber Security é um subfundo da Allianz Global Investors Fund SICAV, uma sociedade de investimento aberta de capital variável constituída de acordo com a legislação luxemburguesa. O valor das unidades de participação/ações, que pertencem às Categorias de Unidades de Participação/Ações do Subfundo denominadas na divisa base, poderá estar sujeito a volatilidade bastante elevada. É possível que a volatilidade de outras Categorias de Unidades de Participação/Ações seja diferente. O desempenho anterior não garante resultados futuros. Os investimentos em uma moeda diferente da do país onde reside o investidor, podem estar sujeitos a flutuações cambiais, ascendentes ou descendentes. O presente documento tem efeitos meramente informativos e não constitui uma proposta ou um convite a realizar uma oferta, a celebrar um contrato, a comprar ou vender quaisquer valores mobiliários. Os produtos ou valores mobiliários aqui descritos poderão não estar disponíveis para venda em todas as jurisdições ou para certas categorias de investidores. Esta informação tem apenas como fim a sua divulgação, de acordo com a legislação aplicável, e não está disponível para residentes e/ou cidadãos dos Estados Unidos. As oportunidades de investimento aqui descritas não têm em conta objetivos de investimento específicos, a situação financeira, o conhecimento, a experiência ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular e não oferecem garantias. A sociedade gestora pode decidir pôr termo às formas previstas para a comercialização dos seus organismos de investimento coletivo, nos termos do os regulamentos de desnotificação aplicáveis. Os pontos de vista e opiniões expressas neste documento refletem o entendimento da sociedade gestora na data da publicação e estão sujeitos a alterações a qualquer momento e sem aviso prévio. Os dados facultados neste documento provêm de várias fontes e são considerados corretos e fiáveis na data da publicação. Prevalecerão os termos de qualquer oferta ou contrato subjacente que tenha sido ou venha a ser celebrado. Para obter uma cópia gratuita do prospecto, documentos de constituição, cotações diárias, informações fundamentais destinadas aos investidores e últimos relatórios financeiros anuais e semestrais, entre em contacto com a entidade gestora Allianz Global Investors GmbH no país onde o fundo está sediado (Luxemburgo), ou com a entidade emitente no endereço abaixo indicado ou em regulatory.allianzgi.com. Por favor leia atentamente estes documentos antes de investir, os quais são obrigatórios. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). O resumo dos direitos dos investidores está disponível em inglês, francês, alemão, italiano e espanhol em https://regulatory.allianzgi.com/en/investors-rights. Não é permitida a duplicação, publicação ou transmissão do conteúdo deste documento, independentemente da forma de transmissão considerada. Março 2022. Admaster 2098485.

“Esta é uma comunicação promocional. Consulte o prospeto do OICVM e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores antes de tomar quaisquer decisões de investimento finais.”

Value.Shared
Fundo classificado como um Artigo 8 sob SFDR *

DI RE TÓ RIO

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8 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
ÍNDICE
EMPRESAS 48 I JANEIRO E FEVEREIRO 2023 ABC abrdn 13, 20, 26, 30, 40 Acatis 10, 20 Aegon Asset Management 13 Ageas Pensões 16 Algebris Investments 26, 36 Alger 13, 20 Allfunds Blockchain 63 AllianceBernstein 13, 30, 36 Allianz Global Investors 10, 20, 26, 30 Allsring Global Investments 20 American Century Investments® 20 Amundi 10, 13, 20, 26, 30, 36, 93 Andbank AM 52 APFIPP 82 Atlantic 16 Aviva Investors 20, 26 AXA IM 13, 20, 30 Bank of America Merrill Lynch 20 Bankinter 52 Bankinter GA- Suc. Portugal 16, 20 Banque de Luxembourg 30 Barings 20 BBVA AM 13 BBVA Fundos 16 BIZ Capital 16 BlackRock 10, 13, 20, 26, 30, 36, 48, 84, 90 Bluebay AM 20, 30, 82, 90 BlueCrow Capital 76 BMO GAM 20 BNP Paribas AM 13, 26, 30 BNY Mellon IM 10, 20 BPI Gestão de Ativos 16, 20, 30, 100 BPI Vida e Pensões 16
DE
publicidad@fundspeople.com Bridgewater Associates 44 Brown Advisory 13 Caixa Gestão de Ativos 16, 20, 30, 48, 100 CaixaBank AM 13, 20 Candriam 13, 20, 30 Capital Group 10, 13, 20, 30, 40 Carmignac 13, 20, 30, 84 Carregosa 16 Casa de Investimentos 16 CGD Pensões 16 Columbia Threadneedle Investments 13, 20, 30 Comgest 20 CPR AM 20 Credit Suisse AM 20, 52 Crédito Agrícola Gest 16 Crédito Agrícola Vida 16 DEF DNB AM 20, 93 DNCA Investments 36 DPAM 20 DWS 10, 13, 20, 26, 30, 36, 48, 104 ECS - SGFII 16 Edmond De Rothschild AM 13, 20 Eleva 13, 20, 36 Eurizon 13, 20, 84 Eurobic 84 Fidelity International 13, 20, 30, 36, 84, 93, 104 Floresta Atlântica 16 Flossbach von Storch 13, 20, 36 Franklin Templeton Investments 13, 20 Fund Box 16 Fundiestamo 16, 48 Fundsmith 13 Futuro 16 GHI GAM 13, 20, 30, 93 Generali Investments 93 Gesfimo 16 GFM Gestão de Ativos 16 GNB - SGFP 16 GNB -GA 20 GNB Fundos Mobiliários 16 GNB Gestão de Ativos 30, 100 GNB Gestão de Patrimónios 16 GNB Real Estate 16 Goldman Sachs AM 13, 20, 30, 93 Grupo BIZ 100 Guinness Global Investors 13 Hargreaves Lansdown 26 Heed Capital 16 HSBC 20, 26 IM Gestão de Ativos 16, 20, 30 Imopolis 16 Imorendimento 16 Institutional Investment 16 Insula Capital 16 Interfundos 16 Invesco 13, 20, 26, 30, 84, 104 Invest Gestão de Activos 16, 20 IQ EQ F. M. (Ireland) Limited 16 iShares 26, 48, 104 JKL J.P. Morgan AM 10, 13, 20, 26, 30, 104 Janus Henderson 13, 20, 30, 90 Julius Baer Group 20 Jupiter AM 13, 20, 30, 36 Kempen 26 La Financiere De L’Echiquier 13 La Française 20 Lazard AM 13, 20, 26, 30 Libertas 16 LifentoS 16 Liontrust AM 20 Lumyna Investments 13, 20, 36, 93 LYNX Asset Managers 16, 76 Lyxor 26 MN M&G Investments 13, 20, 30, 36, 84, 93 Magallanes Value Investors 36 Main First AM 20 Man Group 13, 20, 26, 30, 36, 44, 93 Mercer 26, 48 Metzler Asset Management 26 MFS IM 10, 13 Millennium Management 44 Mirae Asset 13, 20 Mirova  13, 20 Montepio Gestão de Activos 16, 70, 100 Montepio Valor 16 Morgan Stanley IM 13, 20, 30, 36, 84 Muzinich 13, 20, 36, 84 Natixis IM 13, 20, 30 Neuberger Berman 20, 26, 30 Newton 40 Nikko AM 48 Ninety One Fund Managers 20 NN IP 13, 20 Nomura AM 20, 30, 48, 96 Nordea AM 13, 20, 30, 36 Norfin 16 Oddo BHF Asset Management 10, 20 OFI AM 20 Optimize Investment Partners 16 Osmosis IM 20 Otus Capital Management 20 Pictet AM 13, 20, 30, 40 PIMCO 13, 20, 30, 36, 90, 93 Polar Capital 20, 30 Profile - SGFIM 16 RST RAM Active Investments 20 Real Vida Seguros 16 Robeco 13, 20, 30, 36 Ruffer 13, 30, 36 S.G.F.P. Banco de Portugal 16 Santander AM 16, 20, 30, 93, 100 Santander Pensões 16 Santander Private Banking 52 Schroders 13, 20, 26, 30, 40, 72, 84, 93, 96 SEB Investment Management 26 Seilern 36 Sierragest IG 16 Silvip 16 Sjunde AP 26 Southcap 16 Square Asset Management 16 State Street 48 T. Rowe Price 13, 20, 30, 90 TF Turismo Fundos 16 Tikehau IM 13, 16 UWXYZ UBP 13, 20 UBS AM 13, 20, 26, 30, 48, 78 Valadim Investimentos 16 Vanguard 20, 26, 48 Victoria - Seguros de Vida, SA 16 Vila Gale Gest 16 Violas Ferreira - SICAFI, SA 16 Vontobel AM 13, 30, 40, 84 Wellington Management 13, 20, 30 WisdomTree 26 Xtrackers 26 Zurich 13

VISTO EM O MAIS

INVESTMENT GRADE GLOBAL: UM CAMINHO TURBULENTO ATÉ AO PONTO DE INFLEXÃO

Ao avançarmos para o que poderá ser a recessão mais antecipada de sempre, alguns participantes do mercado parecem estar a subestimar o risco de fallen angels. No entanto, de acordo com o Barclays, os downgrades em 2023 poderão superar os upgrades pela primeira vez desde 2020, antecipando-se 6080 mil milhões de dólares de dívida associada a fallen angels, contra 6070 mil milhões de dólares relativos a rising stars.

EMPRESAS

PRODUTOS

Um argumento a este favor é o facto de o risco de incumprimento já estar previsto pelo mercado, sendo que o fraco desempenho de ativos mais complexos, tais como MBS e REITs, realça a necessidade de escrutínio e análise noutros segmentos de mercado. Acreditamos que os retornos ajustados ao risco continuam mais atrativos nos segmentos de maior qualidade, dada a performance relativa modestamente positiva dos setores defensivos face aos cíclicos e o spread entre nomes com maior qualidade de crédito e os de classificação inferior (BBB- ou BB-). Agrada-nos a perspetiva para a dívida sénior dos bancos, que apresenta uma valorização bastante mais atrativa do que a de outras classes.

Os investidores devem esperar um contexto diferente daquele que experienciámos nos últimos dois anos. Os dados sugerem que a volatilidade deverá manter-se elevada, pelo que devemos encarar com espírito crítico a possibilidade de os movimentos do mercado ditarem uma nova narrativa. Justifica-se

48 I JANEIRO E FEVEREIRO
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Período de recolha de dados: 24/12/2022 - 22/01/2023 em fundspeople.com/pt/
assim uma abordagem cautelosa ao navegar este ciclo. JAMES BRIGGS
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
Gestor de Carteiras, Janus Henderson Investors Luís Lobo Jordão Stoik José França Montepio Gestão de Activos João Silva Marques Caixa Gestão de Ativos José Maria Cazal Ribeiro Julius Baer Carlos Pinto Optimize Investment Partners Montepio Gestão de Activos Optimize Investment Partners BPI Gestão de Ativos APFIPP Banco Carregosa Optimize Capital Reforma PPR/ OICVM Ativo Alves Ribeiro PPR/OICVM BPI Portugal IMGA Ações Portugal CA Património Crescente
PROFISSIONAIS
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 9

RECESSÃO OU NÃO, EIS A QUESTÃO

FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO

Acatis Gané Value Event Fonds

Allianz Income and Growth

Amundi Funds - Multi-Asset Sustainable Future

BlackRock Global Funds - Global Multi-Asset Income Fund

BNY Mellon Global Real Return Fund (EUR)

Capital Group Global Allocation Fund (LUX)

DWS Concept Kaldemorgen

JPMorgan Investment Funds - Global Balanced Fund

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

ODDO BHF Polaris Moderate

Mistos Moderados

Mistos Moderados

Mistos Cautelosos

Mistos Moderados

Mistos Flexíveis

Mistos Moderados

Mistos Flexíveis

Mistos Moderados

Mistos Moderados

Mistos Cautelosos

A carteira Smart Consensus é composta por fundos das categorias Mistos Moderados, Mistos Cautelosos e Mistos Flexíveis que em 2022 cumpriam pelo menos um dos três critérios para ser classificado com Rating FundsPeople nos três países analisados (Portugal, Espanha e Itália). O resultado é um carteira composta por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis deles moderados, dois flexíveis e dois cautelosos. Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct.

DA FUNDSPEOPLE EM 2022 (*)
FUNDO CATEGORIA MORNINGSTAR RATING FUNDSPEOPLE 2023
Uma recessão voltou a entrar na lista de preocupações de todos os investidores. Com isto em mente, olhamos para as escolhas de alocação dos gestores das carteiras do Smart Consensus.
PANORAMA SMART CONSENSUS 10 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

Apesar da turbulência nos mercados e da desacelaração económica face ao ano anterior, 2022 alcançou um crescimento económico razoável. Mesmo tendo crescido abaixo da tendência, o cenário económico podia ter sido bastante mais desfavorável, especialmente tendo em conta todas as condicionantes inesperadas. Mas em 2023 tudo pode mudar.

Aron Pataki, co-gestor do BNY Mellon Global Real Return Fund, acredita que apesar do recente otimismo em novembro, graças ao abrandamento da inflação, será melhor manter uma abordagem cautelosa. “Na nossa opinião, a abordagem da Fed irá, muito provavelmente, desencadear uma recessão acentuada” o que pesaria nas margens de lucro das empresas e exacerbaria as perdas sofridas em 2022.

No entanto, neste contexto de mercado, “achamos que as obrigações soberanas estão a ficar crescentemente mais atrativas numa perspetiva cíclica e, por isso, estendemos a duração do portefólio nos últimos meses". Ao encontro desta perspetiva, e apesar de uma ligeira recuperação no peso em ações, está o crescimento da proporção em obrigações do agregado da carteira Smart Consensus, que se encontra cada vez mais próxima do primeiro lugar. No penúltimo mês de 2022, o aumento dos pesos de ações e obrigações ocorre em detrimento das restantes classes de ativos.

Em especial destaque está a queda da proporção em liquidez ou ativos equivalentes, que regista o valor mais baixo desde o final de 2020.

O profissional conta que, no ambiente de maior apetite por risco verificado em novembro, “a camada

DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES

ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES

70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N 2021 2020 2022 D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N 2021 2020 2022 D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N 2021 2020 2022 D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N 2021 2020 2022 OBRIGAÇÕES
AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS) EUROPA (INCLUI REINO UNIDO) AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ) EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS) JAPÃO E AUSTRÁLIA CORPORATIVAS SOBERANAS CASH OUTRAS
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 11

“Acreditamos que os bancos centrais, incluindo o BCE estão a caminhar na corda bamba, já que o risco de cometer erros é elevado.”

CENÁRIO

AS GRANDES CAPITALIZAÇÕES EM COMPARAÇÃO COM AS PEQUENAS CAPITALIZAÇÕES

estabilizadora do fundo abrandou o seu avanço”. “Ainda que as coberturas indiretas, tais como ouro e obrigações do Estado, tenham sido favoráveis, as proteções diretas pesaram sobre o desempenho à medida que os índices de ações subjacentes avançaram,” afirmou.

CORREÇÃO QUASE CERTA

Também Joerg Moshuber, gestor de portefólios sénior, do Amundi Funds - Multi-Asset Sustainable Future, vê um futuro muito complicado na mão dos bancos centrais. “Acreditamos que os bancos centrais, incluindo o BCE, estão a caminhar na corda bamba, já que o risco de cometer erros é elevado”, afirmou.

Acredita que este cenário exige uma correção nos mercados, com a inflação a desacelerar, mas ainda acima dos valores normais e, à semelhança de Aron Pataki, acredita que a “correção será impulsionada pela recessão dos lucros que acontecerá na primeira metade de 2023”.

No que diz respeito ao portefólio, Joerg Moshuber destaca a exposição moderada ao mercado acionista devido à desaceleração da economia mundial e a preferência pelos EUA, preferência esta que continua em linha com a carteira agregada, dados os riscos inerentes à crise energética. Já no rendimento fixo, “mantivemos a duração da nossa carteira em cerca de 3,2 anos nos últimos meses, com alguma arbitragem no âmbito da exposição à dívida soberana e empresarial, a fim de favorecer emissões verdes e sociais com prazos de vencimento mais longos”.

Tal como já foi mencionado, as obrigações soberanas mantêm o seu lugar de destaque nas categorias de rendimento fixo, mas novembro traz uma alteração. Apenas pela segunda vez em 2022, as corporativas voltam a superar o peso da liquidez, assumindo assim a segunda maior ponderação.

As empresas norte-americanas de grande capitalização vão continuar a ser excelentes negócios: acreditamos que a Amazon continuará a crescer, tal como a Microsoft e os seus serviços baseados na cloud. No entanto, virar as costas à globalização e adotar uma abordagem mais focada no mercado nacional pode ser uma abordagem bastante atrativa para as empresas norte-americanas de pequena capitalização. Se analisarmos a exposição às receitas geradas no estrangeiro por capitalização bolsista, por exemplo, veremos que as empresas de pequena capitalização são muito mais orientadas para o mercado nacional.

Historicamente, temos observado que as empresas de menor dimensão tendem a ficar atrás das de grande capitalização quando as taxas de juro baixam, mas apresentam resultados superiores em ambientes de taxas crescentes. Um dos motivos para que as empresas de menor dimensão gerem uma rentabilidade superior à do mercado em períodos de taxas crescentes e níveis de inflação mais normais é que este é geralmente um indício de que a economia está sólida. É mais difícil afirmar o que esta rentabilidade superior significa num contexto em que a inflação supera os 8%. Teremos de esperar para ver.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
NICOLAS JANVIER Diretor de Ações norte-americanas e EMEA, Columbia Threadneedle
A CARTEIRA DE
“Na nossa opinião, a abordagem da Fed irá, muito provavelmente, desencadear uma recessão acentuada.”
ARON PATAKI Co-gestor do BNY Mellon Global Real Return Fund JOERG MOSHUBER Senior Portfolio Manager do MultiAsset Sustainable Future
UMA
PANORAMA SMART CONSENSUS 12 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
ATUAL EXIGE UMA CORREÇÃO NOS MERCADOS QUE SERÁ AGRAVADA POR
RECESSÃO DOS LUCROS

DESCUBRA OS FUNDOS COM RATING

São produtos que contam com o destaque dos analistas, sobressaem pela sua consistência ou se distinguem pelo volume de investimento de investidores espanhóis/portugueses/italianos.

Num mercado como o nosso, com mais de 3.500 fundos registados para comercialização, o grande desafio é filtrar todo este universo para encontrar as peças que encaixam nas carteiras. Para ajudar, a FundsPeople divulga os fundos com Rating FundsPeople 2023. São 604 produtos que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios:

Destacados pelos Analistas. Fundos que acumulam um mínimo de cinco votos no questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas e selecionadores de fundos, sobre os produtos que, na sua opinião, sobressaem pelas suas características únicas. Existem 24 fundos que conseguem o Rating por esta via.

Ativos nas mãos de investidores espanhóis. São os fundos mais vendidos no mercado. Incluem-se os produtos com mais de 10 milhões de euros distribuídos no mercado português. Aos produtos locais exigem-se 50 milhões de euros em ativos e também captações

líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AuM no fecho do ano: 350 fundos alcançam esta classificação.

Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base de dados da Morningstar Direct, com referência ao final do último ano.

São analisados os fundos registados em qualquer país da zona euro, com uma antiguidade mínima de três anos e um mínimo de 10 milhões de euros de AuM à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será

comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que melhor se situam em ambos os scorecards, sendo que apenas aos fundos registados em Portugal é atribuído Rating FundsPeople. Há 294 fundos que cumprem os critérios.

Apenas quatro fundos conquistam, em simultâneo, os três pilares do Rating FundsPeople 2023. A esses fundos é atribuída menção especial de FundsPeople+.

APENAS QUATRO FUNDOS OBTÊM A DISTINÇÃO MÁXIMA DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO CATEGORIA Amundi Funds - Global Multi-Asset Conservative Cautious Allocation Nordea 1 - European Covered Bond Opportunities Fund Europe Fixed Income Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund Global Equity Mid/Small Cap Ruffer Total Return International Flexible Allocation PANORAMA BARÓMETRO JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 13

PANORAMA BARÓMETRO

OS FUNDOS INTERNACIONAIS BLOCKBUSTERS EM PORTUGAL

Para ser considerado um fundo blockbuster, os produtos internacionais devem alcançar os 10 milhões de euros de património distribuído no mercado português. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.

ALGER AMERICAN ASSET GROWTH FUND

JPM EUROLAND EQUITY FUND

JPM US VALUE FUND

ALGER SMALL CAP FOCUS FUND

WELLINGTON US RESEARCH EQUITY FUND

JPM EUROPE SELECT EQUITY FUND

T. ROWE PRICE US BLUE CHIP EQUITY FUND

ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH

ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH

JPM ASIA PACIFIC EQUITY FUND

BGF WORLD HEALTHSCIENCE FUND

JANUS HENDERSON GLOBAL TECH&INNO FD

LEGG MASON RY US SMALL CAP OPP FD

T. ROWE PRICE JAPANESE EQUITY FUND

THREADNEEDLE (LUX) EUROPEAN SMALLER COM

WELLINGTON EMERGING MARKETS RESEARCH EQ

GS EMERGING MARKETS EQUITY PORTFOLIO

BGF SUSTAINABLE ENERGY FUND

JPM US SELECT EQUITY FUND

BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS FUND

ROBECO BP GLOBAL PREMIUM EQUITIES

THREADNEEDLE (LUX) AMERICAN SMALLER COM

01 AÇÕES

ALLIANZ CHINA A SHARES

BGF WORLD MINING FUND

LEGG MASON CLEARBRIDGE INFRAS VAL FD

THREADNEEDLE (LUX) UK EQUITIES

FRANKLIN TECHNOLOGY FUND

ALLIANZ GLOBAL ARTIFICIAL INTELLIGENCE

JANUS HENDERSON ABSRET FD

AB SELECT ABSOLUTE ALPHA

CANDRIAM SUSTAINABLE EQ EM MKTS

FRANKLIN US OPPORTUNITIES FUND

GOLDMAN SACHS GLOBAL CORE® EQUITY PTF

T. ROWE PRICE US EQUITY FUND

JPM GLOBAL NATURAL RESOURCES FUND

WELLINGTON GLOBAL QUALITY GROWTH FUND

BSF EUROPEAN OPPORTUNITIES EXTENSION FD

JPM EUROPE EQUITY PLUS FUND

ROBECO BP US PREMIUM EQUITIES

BGF WORLD TECHNOLOGY FUND

DWS INVEST ESG EQUITY INCOME

JPM JAPAN EQUITY FUND

JPM GLOBAL DIVIDEND FUND

BGF ASIAN GROWTH LEADERS FUND

JPM US SELECT EQUITY PLUS FUND

GS US CORE® EQUITY PORTFOLIO

BGF US BASIC VALUE FUND

JPM GLOBAL FOCUS FUND

JPM PACIFIC EQUITY FUND

BGF EUROPEAN VALUE FUND

ROBECOSAM SMART ENERGY EQUITIES

T. ROWE PRICE US SMALLER COMPANIES EQ FD

BGF CONTINENTAL EUROPEAN FLEXIBLE FUND

BGF US FLEXIBLE EQUITY FUND

BGF WORLD ENERGY FUND

JPM EMERGING MARKETS EQUITY FUND

DWS INVEST GLOBAL INFRASTRUCTURE

JPM GLOBAL HEALTHCARE FUND

THREADNEEDLE (LUX) EUROPEAN SELECT

BNP PARIBAS CLIMATE IMPACT

DWS INVEST CROCI JAPAN

DWS INVEST TOP DIVIDEND

EDRF BIG DATA

JPM AMERICA EQUITY FUND

JPM US SMALLER COMPANIES FUND

JPM US TECHNOLOGY FUND

TEMPLETON ASIAN GROWTH FUND

UBS (LUX) EQUITY FUND EURP OPP SST (EUR)

BGF US GROWTH FUND

FRANKLIN INDIA FUND

INVESCO GLOBAL CONSUMER TRENDS FUND

JPM US EQUITY ALL CAP FUND

MAN GLG JAPAN COREALPHA EQUITY

DWS INVEST ARTIFICIAL INTELLIGENCE

INVESCO JAPANESE EQUITY ADVANTAGE FUND

INVESCO PAN EUROPEAN EQUITY FUND

JANUS HENDERSON HORIZON GLBL PTY EQS FD

ROBECO NEW WORLD FINANCIAL

UBS (LUX) SF EQUITY SUST (EUR)

GS EUROPE CORE® EQUITY PORTFOLIO

BGF WORLD FINANCIALS FUND

BNP PARIBAS ENERGY TRANSITION

FUNDSMITH EQUITY FUND

LUMYNA-MW TOPS UCITS FUND

ODDO BHF AVENIR EUROPE

ROBECOSAM SUSTAINABLE WATER EQUITIES

ZURICH CARBON NEUTRAL WORLD EQUITY

AB INTERNATIONAL HEALTH CARE

ABRDN EUROPEAN SUSTAINABLE EQ FD

ABRDN JAPANESE SUSTAINABLE EQ FD

ABRDN EUROPEAN SMALLER COMPANIES

AMUNDI FDS EUROPEAN EQUITY VALUE

BBVA GLOBAL BEST IDEAS

BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH

CAPITAL GROUP NEW PERSPECTIVE FUND (LUX)

CARMIGNAC PF LONG-SHORT EUROPEAN EQ

ELEVA ELEVA ABS RET EURP

ELEVA ELEVA EUROPEAN SEL

FIDELITY AMERICA FUND

FF-ASIA PACIFIC OPPORTUNITIES FUND

FIDELITY CHINA CONSUMER FUND

FIDELITY EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND

FF- GLOBAL DIVIDEND FUND

FIDELITY GLOBAL FINANCIAL SERVICES FUND

FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY FUND

FIDELITY JAPAN VALUE FUND

FIDELITY SUSTAINABLE CONSUMER BRANDS

FIDELITY SUSTAINABLE GLOBAL HEALTH CARE

GAM STAR CONTINENTAL EUROPEAN EQUITY

GUINNESS SUSTAINABLE ENERGY

JUPITER EUROPEAN GROWTH

LAZARD SMALL CAPS EURO SRI

MFS MERIDIAN EUROPEAN RESEARCH FUND

MFS MERIDIAN EUROPEAN VALUE FUND

MIRAE ASSET ASIA GREAT CONSUMER EQ FD

MIROVA EURO SUSTAINABLE EQUITY FUND

MS INVF GLOBAL BRANDS FUND

MS INVF GLOBAL OPPORTUNITY FUND

MS INVF GLOBAL PROPERTY FUND

MS INVF US ADVANTAGE FUND

HARRIS ASSOCIATES GLOBAL EQUITY FUND

NORDEA 1 - GLOBAL CLIMATE AND ENVIR FD

NORDEA 1 - GLOBAL STABLE EQUITY FUND

PICTET - GLOBAL ENVIRONMENTAL OPPS

PICTET TR - ATLAS

PICTET TR - MANDARIN

PICTET-CLEAN ENERGY TRANSITION

PICTET-GLOBAL MEGATREND SELECTION

PICTET-NUTRITION

PICTET-PREMIUM BRANDS

PICTET-ROBOTICS

PICTET-SECURITY

PICTET-SMARTCITY

PICTET-WATER

TELLWORTH UK DYNAMIC ABSOLUTE RETURN

SCHRODER ISF EURO EQUITY

SCHRODER ISF GLOBAL EQUITY ALPHA

SCHRODER ISF GREATER CHINA

SCHRODER ISF US LARGE CAP

VONTOBEL MTX SUSTAINABLE EMERG MKTS LDRS

OS FUNDOS DESTACADOS DOS ANALISTAS DO SUL DA EUROPA, EM 2023

Entre parêntesis o número total de votos.

FUNDO CATEGORIA

Ruffer Total Return International (25) Alocação

DWS Concept Kaldemorgen (17)

Alocação

Lumyna MW TOPS UCITS Fund (14) Alternativo

PIMCO GIS Income Fund (13)

Obrigações

Nordea 1 Global Climate and Environment Fund (9) Ações

Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund (9)

Obrigações

BlackRock Global Funds World Healthscience Fund (9) Ações

Jupiter Dynamic Bond (8)

Obrigações

FUNDO CATEGORIA

Eleva Absolute Return Europe (8) Ações

DNCA Invest Alpha Bonds (8) Obrigações

Morgan Stanley Investment Funds Global Brands Fund (7) Ações

Robeco BP Global Premium Equities (7) Ações

M&G (Lux) Global Listed Infrastructure Fund (7) Ações

M&G (Lux) European Strategic Value Fund (7) Ações

Flossbach von Storch Bond Opportunities (6) Obrigações

Nordea 1 Stable Return Fund (6) Alocação

FUNDO CATEGORIA

AB SICAV I Select US Equity Portfolio (6) Ações

Nordea 1 Global Stable Equity Fund (6) Ações

Robeco BP US Premium Equities (6) Ações

Fidelity Funds America Fund (5) Ações

Nordea 1 European Covered Bond Opportunities Fund (5) Obrigações

DWS Invest Top Dividend (5) Ações

Amundi Funds Global Multi-Asset Conservative (5) Alocação

Man GLG Alpha Select Alternative (5) Alternativo

14 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
50 100 50 100 50 100
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■

OS FUNDOS INTERNACIONAIS BLOCKBUSTERS EM PORTUGAL

Para ser considerado um blockbuster, os produtos internacionais devem alcançar os 10 milhões de euros de património distribuído no mercado português. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.

LA FRANÇAISE SUB DEBT

JPM US AGGREGATE BOND FUND

BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO GOVT BD FD

JPM EU GOVERNMENT BOND FUND

MUZINICH ENHANCEDYIELD SHORT-TERM FUND

BLUEBAY INVESTMENT GRADE BOND FUND

NN (L) GREEN BOND

NN (L) EURO CREDIT

BGF EURO CORPORATE BOND FUND

JANUS HENDERSON HORIZON EURO CORP BD FD

BGF EMERGING MARKETS LOCAL CCY BD FD

BNP PARIBAS SUSTAINABLE ENHANCED BD 12M

BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BD

BGF EURO SHORT DURATION BOND FUND

T. ROWE PRICE EMERGING LOCAL MKTS BD FD

FRANKLIN EURO SHORT DURATION BOND FUND

JPM GLOBAL CORPORATE BOND FUND

NN (L) US CREDIT

INVESCO EURO CORPORATE BOND FUND

LEGG MASON BW GLOBAL INCOME OPTIMISER FD

JANUS HENDERSON HORIZON EURO HY BD FD

GS EMERGING MARKETS DEBT PORTFOLIO

BGF EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND

FRANKLIN STRATEGIC INCOME FUND

BLACKROCK SUSTAINABLE FIXED INC STRATS

JPM US SHORT DURATION BOND FUND

CANDRIAM SUSTAINABLE BOND GLBL HI YLD

LEGG MASON WA MACRO OPPORTUNITIES BD FD

MUZINICH EUROPEYIELD FUND

BGF CHINA BOND FUND

BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO AGGT BD FD

WELLINGTON GLOBAL BOND FUND

BGF GLOBAL HIGH YIELD BOND FUND

JPM INCOME FUND

T. ROWE PRICE US AGGT BD

WELLINGTON EMERGING LOCAL DEBT ADV BETA

DWS INVEST SHORT DURATION INCOME

ROBECOSAM EURO SDG CREDITS

BGF EURO BOND FUND

BGF US DOLLAR BOND FUND

JPM GLOBAL INCOME FUND

DWS CONCEPT KALDEMORGEN

NN (L) ALTERNATIVE BETA

UBS (LUX) SF YIELD SUST (EUR)

UBS (LUX) SF BALANCED SUST (EUR)

ALLIANZ INCOME AND GROWTH

BSF EUROPEAN ABSOLUTE RETURN FUND

JPM GLOBAL MACRO OPPORTUNITIES FUND

BGF GLOBAL MULTI-ASSET INCOME FUND

JANUS HENDERSON BALANCED FUND

BARCLAYS MULTIMANAGER PORTFOLIO 3

LUMYNA-MW TOPS (MARKET NEUTRAL) UCITS FD

ACATIS VALUE EVENT FONDS

ALLIANZ STRATEGY 15

BGF ESG MULTI-ASSET FUND

BSF AMERICAS DIVERSIFIED EQ ABS RET FD

NN (L) FIRST CLASS MULTI ASSET

BSF MANAGED INDEX PORTFOLIOS MODERATE

JPM GLOBAL GOVERNMENT BOND FUND

JPM US BOND FUND

BGF SUSTAINABLE GLOBAL BOND INCOME FUND

BGF US DOLLAR HIGH YIELD BOND FUND

ROBECO FINANCIAL INSTITUTIONS BONDS

TEMPLETON GLOBAL HIGH YIELD FUND

BLUEBAY FINANCIAL CAPITAL BOND FUND

BGF GLOBAL CORPORATE BOND FUND

EDRF BOND ALLOCATION

TEMPLETON GLOBAL TOTAL RETURN FUND

CAIXABANK GLOBAL EURO SHORT DURATION

CANDRIAM SUSTAINABLE BOND EURO CORP

FRANKLIN GULF WEALTH BOND FUND

LEGG MASON WA STRUCTURED OPPS FD

ROBECO ALL STRATEGY EURO BONDS

TEMPLETON GLOBAL BOND FUND

ABRDN FRONTIER MARKETS BOND FD

ABRDN EURO CORPORATE BOND

ABRDN EURO CORP SUST BD FD

AEGON EUROPEAN ABS FUND

AEGON STRATEGIC GLOBAL BOND FUND

AMUNDI FDS EMERGING MARKETS BOND

AMUNDI FDS PIONEER STRATEGIC INCOME

AMUNDI FDS PIONEER US BOND

AXAIMFIIS US SHORT DURATION HIGH YIELD

AXAWF EURO CREDIT SHORT DURATION

AXAWF EURO INFLATION PLUS

AXAWF GLOBAL INFLATION SHORT DUR BDS

AXAWF US HIGH YIELD BONDS

BNY MELLON EMERGING MARKETS CORP DBT FD

BNY MELLON GLOBAL CREDIT FUND

CARMIGNAC PORTFOLIO FLEXIBLE BOND

CARMIGNAC PF GLOBAL BOND

CARMIGNAC SÉCURITÉ

EURIZON BOND AGGREGATE RMB

EURIZON BOND JPY LTE

FIDELITY EURO CORPORATE BOND FUND

FIDELITY EURO SHORT TERM BOND FUND

FVS BOND OPPORTUNITIES

GAM MULTIBOND LOCAL EMERGING BOND

INVESCO PAN EUROPEAN HIGH INCOME FUND

BGF GLOBAL ALLOCATION FUND

JPM MULTI-MANAGER ALTERNATIVES FUND

UBS (LUX) SF GROWTH SUST (EUR)

FRANKLIN K2 ALTERNATIVE STRATEGIES FUND

ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRAT SRI 15

ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRAT SRI 50

BSF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND

MAN AHL TREND ALTERNATIVE

UBS (LUX) SF YIELD SUST(USD)

JPM GLOBAL BALANCED FUND

DWS FIXED MATURITY GLB BDSDYN+ 2024 II

JPM GLOBAL MACRO FUND

ODDO BHF POLARIS MODERATE

BARCLAYS MULTIMANAGER PORTFOLIO 2

BARCLAYS MULTIMANAGER PORTFOLIO 4

ABRDN DIVERSIFIED INCOME FUND

AMUNDI FDS GLOBAL MULTI-ASSET CNSRV

Fundos com mais de 100 milhões de euros nas mãos de clientes portugueses.

GAM STAR MBS TOTAL RETURN

JUPITER DYNAMIC BOND

JUPITER STRATEGIC ABSOLUTERET BD

M&G (LUX) GLB FL RT HY FD

MFS MERIDIAN EMERGING MARKETS DEBT FUND

MS INVF EURO CORPORATE BD - DUR HGD FD

MS INVF EURO CORPORATE BOND FUND

LOOMIS SAYLES SHORT TERM EM MKTS BD FD

NEUBERGER BERMAN SHORT DUR EM MKT DBT FD

NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND FUND

NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND OP

NORDEA 1 - EUROPEAN FINANCIAL DEBT FUND

NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND

NORDEA 1 - LOW DURATION EUR COV BND FUND

PICTET-EUR SHORT TERM HIGH YIELD

PICTET-SHORT TERM EMERGING CORPORATE BDS

PICTET-USD GOVERNMENT BONDS

PIMCO EUROPEAN SHORT-TERM OPPORTS

PIMCO GIS EURO INCOME BOND FUND

PIMCO GIS GLOBAL HIGH YIELD BOND FUND

PIMCO GIS GLOBAL INVESTMENT GRD CRDT FD

PIMCO GIS INCOME FUND

PIMCO GIS LOW AVERAGE DURATION FUND

PIMCO GIS TOTAL RETURN BOND FUND

PIMCO GIS US HIGH YIELD BOND FUND

PIMCO GIS US INVESTMENT GRADE CORP BD FD

SCHRODER GAIA CAT BOND

SCHRODER ISF EURO CREDIT CONVICTION

SCHRODER ISF EURO GOVERNMENT BOND

SCHRODER ISF EURO HIGH YIELD

SCHRODER ISF EURO SHORT TERM BOND

SCHRODER ISF GLOBAL CORPORATE BOND

SCHRODER ISF GLOBAL CREDIT INCOME

TIKEHAU SHORT DURATION FUND

UBAM GLOBAL HIGH YIELD SOLUTION

VONTOBEL EMERGING MARKETS DEBT

VONTOBEL EURO CORPORATE BOND

VONTOBEL TWENTYFOUR STRATEGIC INCOME FD

BBVA DIF MULTI-ASSET DEFENSIVE EUR FUND

BBVA DIF MULTI-ASSET MODERATE EUR FUND

BNY MELLON GLOBAL REAL RETURN FD (EUR)

CAPITAL GROUP GLOBAL ALLOCATION FD (LUX)

CARMIGNAC PF PATRIMOINE EUROPE

FIDELITY GLOBAL MULTI ASSET INCOME FUND

FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES II

GAM STAR GLOBAL RATES

JUPITER MERIAN GLOBAL EQUITY ABSOLUTERET

M&G (LUX) DYNAMIC ALLOCATION FUND

M&G (LUX) INCOME ALLOCATION FUND

M&G (LUX) OPTIMAL INCOME FD

MFS MERIDIAN GLOBAL TOTAL RETURN FUND

NORDEA 1 - ALPHA 15 MA FUND

NORDEA 1 - STABLE RETURN FUND

PICTET-MULTI ASSET GLOBAL OPPORTUNITIES

PIMCO GIS DYNAMIC MULTI-ASSET FUND

RUFFER TOTAL RETURN

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 15
50 100 50 100 50 100 50 100 50 100 50 100
INTERNATIONAL
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 02 FIXED INCOME 03 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS

EVOLUÇÃO DO MERCADO DE GESTÃO DE ATIVOS E DE FUNDOS DE PENSÕES EM 2022

2022 foi o ano de tempestade perfeita. Em Portugal, as subscrições de OIC mobiliários totalizaram 3,4 mil milhões de euros, o que compara com os 8,1 mil milhões de um ano antes. Ainda assim, um segmento da gestão de ativos saiu praticamente ileso: o dos imobiliários.

-300 -200 -100 0 100 200 300 400 500 600 15000 17500 20000 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 1500 1625 1750 1875 2000 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO DEZEMBRO 2021 DEZEMBRO 2021 DEZEMBRO 2022 DEZEMBRO 2022 TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS 16 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PANORAMA FÓRUM APFIPP por Sérgio Brito

Oano 2022, agora terminado, não deixará saudades a quem aplica as suas poupanças no mercado de capitais. Foi uma tempestade perfeita que se viveu nos principais mercados financeiros.

O conflito na Ucrânia representou o regresso da guerra à Europa e, além de todo o clima de incerteza que gerou, veio acelerar significativamente as tendências inflacionistas que já se vinham evidenciando, sobretudo em bens essenciais, como os cereais e a energia.

Os bancos centrais reagiram, subindo rapidamente as taxas de juro que, recorde-se, há muito que vinham sendo mantidas em níveis próximos de zero.

Neste contexto, tanto ações como obrigações registaram, em 2022, perdas muito significativas, condicionando, assim, o desempenho dos Organismos de Investimento Coletivo (OIC) e dos fundos de pensões. Ainda assim, o mercado acionista português foi um dos que conseguiu ter uma performance positiva, com o índice PSI20 a valorizar-se 2,8%.

No que respeita à poupança, e depois de uma subida durante o período pandémico, a taxa de poupança das famílias portuguesas caiu abruptamente. No final do 3º trimestre de 2022, fixou-se em 5,1%, menos de metade do valor registado um ano antes. O aumento do custo de vida, por via da inflação, aliada à subida dos encargos financeiros com empréstimos, por via da subida das taxas de juro, diminuiu substancialmente a capacidade de aforro dos portugueses.

Neste contexto, observou-se, em 2022, uma redução das subscrições para OIC mobiliários, que totalizaram 3,4 mil milhões de euros, o que compara com os 8,1 mil milhões de euros do ano anterior. O volume de resgates ficou em níveis semelhantes aos de 2021 (3,8 mil milhões de euros), pelo que o saldo de subscrições menos resgates foi negativo em 0,4 mil milhões de euros (saldo positivo de 4,3 mil milhões de euros, em 2021).

Deste modo, o montante gerido por OIC mobiliários caiu para 17,1 mil milhões de euros, menos 13,7%

do que no final de 2021, uma queda que se explica maioritariamente, pela desvalorização dos ativos detidos por estes instrumentos financeiros, em resultado da performance dos mercados acionistas e de dívida.

FUNDOS DE PENSÕES CAEM

A mesma tendência de queda foi observada nos fundos de pensões, cujos montantes caíram para 21,3 mil milhões de euros, no final de 2022, o que compara com 24,1 mil milhões de euros no ano anterior, ou seja, uma redução de 11,6%.

Para este desempenho contribuiu não apenas a desvalorização dos ativos detidos, como uma menor necessidade de contribuições por parte das empresas, designadamente quando estejam em causa fundos de pensões que financiam planos de benefício definido, já que os níveis de financiamento saíram reforçados, em resultado do aumento das taxas de juro.

Comportamento distinto teve o segmento dos OIC imobiliários. O setor imobiliário português não foi,

-100 -50 0 50 100 150 200 250 2000 2500 3000 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 -30 0 30 60 90 120 150 2000 2500 3000 3500 4000 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO DEZEMBRO 2021 DEZEMBRO 2021 DEZEMBRO 2021 DEZEMBRO 2022 DEZEMBRO 2022 DEZEMBRO 2022 FUNDOS DE OBRIGAÇÕES FUNDOS MISTOS FUNDOS DE AÇÕES
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 17

até ao momento, particularmente afetado pela conjuntura económica, mantendo-se uma elevada procura, essencialmente por investidores estrangeiros, que continua a sustentar o preço dos imóveis.

Nesta conjuntura, vários OIC imobiliários, sobretudo fundos fechados, concluíram o percurso a que se haviam proposto inicialmente, alienando os res-

AS GESTORAS EM DEZEMBRO DE 2022

Dados em milhões de euros.

petivos imóveis e liquidando, de modo a entregar o resultado dessas vendas aos seus investidores.

Esses eventos foram, contudo, compensados pela constituição de diversos OIC imobiliários sob a forma Societária (SICAFI), que vieram trazer uma nova dinâmica ao mercado. Ao longo do ano, foram constituídos 32 SICAFI que, no final de 2022, eram responsáveis por

mais de 1,5 mil milhões de euros de ativos sob gestão.

É de destacar, igualmente, o comportamento dos fundos abertos. Quase todos apresentaram retorno positivo, em 2022, e foram vários os que tiverem uma performance anual acima dos 5%.

Como resultado da constituição de novos OIC imobiliários, mas também das performances por eles obtidas, os mon-

ORGANIMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) DEZEMBRO 2021 QUOTA (%) VAR. (%) 2021 Square Asset Management 1.449,48 11,98 1.224,14 11,03 18,41 Interfundos 1.051,44 8,69 1.180,52 10,63 -10,93 Caixa Gestão de Ativos 909,06 7,51 891,75 8,03 1,94 LYNX Asset Managers 739,42 6,11 379,71 3,42 94,73 GNB Real Estate 678,92 5,61 1.082,85 9,75 -37,30 BPI Gestão de Ativos 630,99 5,21 631,60 5,69 -0,10 Insula Capital - SGFII 623,05 5,15 280,16 2,52 122,39 Silvip 602,05 4,97 510,34 4,60 17,97 Montepio Gestão de Activos 411,57 3,40 - -GEF - Gestão de Fundos Imobiliários 403,61 3,33 400,29 3,61 0,83 Sierragest - Gestão de Fundos 348,21 2,88 331,66 2,99 4,99 Libertas 345,04 2,85 334,56 3,01 3,13 Fidelidade 311,61 2,57 286,08 2,58 8,92 Fundiestamo 293,42 2,42 275,17 2,48 6,63 Santander Asset Management 284,80 2,35 344,56 3,10 -17,34 Sierra IG 249,76 2,06 - -Imofundos 231,48 1,91 367,39 3,31 -36,99 Norfin 228,70 1,89 365,78 3,29 -37,48 Fund Box 212,79 1,76 220,48 1,99 -3,49 Institutional Invest. - Part. GmbH 190,22 1,57 248,13 2,24 -23,34 Violas Ferreira - SICAFI 183,38 1,52 178,21 1,61 2,90 Southcap 178,57 1,48 - -ECS - SGFII 175,90 1,45 102,37 0,92 71,84 TF Turismo Fundos 167,23 1,38 161,19 1,45 3,75 TIKEHAU Investment Management 167,04 1,38 139,91 1,26 19,39 Civilria Gestão de Ativos 159,04 1,31 - -Atlantic 118,18 0,98 50,49 0,45 134,07 Imopolis 103,50 0,86 100,49 0,91 2,99 Imorendimento 98,21 0,81 74,80 0,67 31,30 Profile 97,17 0,80 115,13 1,04 -15,60 Refundos 85,32 0,70 84,47 0,76 1,00 Carregosa 78,73 0,65 63,24 0,57 24,50 Vila Gale Gest 68,13 0,56 62,45 0,56 9,09 Gesfimo - Espírito Santo Irmãos, 57,61 0,48 58,72 0,53 -1,89 GFM Gestão de Ativos 40,14 0,33 38,50 0,35 4,28 LifentoS 27,71 0,23 30,71 0,28 -9,79 Valadim Invest. SICAFI Especial 26,80 0,22 - -Invest Gestão de Activos 25,17 0,21 22,20 0,20 13,39 Floresta Atlântica 17,18 0,14 23,80 0,21 -27,79 Crédito Agrícola Gest 16,92 0,14 24,60 0,22 -31,22 Silar - SICAFI 15,69 0,13 15,05 0,14 4,29 Montepio Valor 400,18 3,60 -100,00 IQ EQ F. M. (Ireland) Limited n.d. n.d. Total 12.103,23 11.101,66 9,02
GESTÃO DE PATRIMÓNIOS DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) DEZEMBRO 2021 QUOTA (%) VAR. (%) 2022 Caixa Gestão de Ativos 8.007,90 32,93 9.476,19 33,40 -15,49 Santander Asset Management 5.153,06 21,19 5.900,22 20,80 -12,66 BPI Gestão de Ativos 3.800,75 15,63 4.315,52 15,21 -11,93 GNB - Gestão de Patrimónios 3.688,85 15,17 4.696,84 16,55 -21,46 Montepio Gestão de Activos 1.474,19 6,06 1.640,21 5,78 -10,12 Crédito Agrícola Gest 1.348,87 5,55 1.381,89 4,87 -2,39 Bankinter Gestion de Activos 735,62 3,03 769,73 2,71 -4,43 Optimize Investment Partners 73,46 0,30 148,71 0,52 -50,60 Heed Capital 19,02 0,08 25,26 0,09 -24,67 LYNX Asset Managers 14,82 0,06 18,67 0,07 -20,61 Total 24.316,54 28.373,24 -14,30 Nota: Amostra = 74,1% do total de ativos da Gestão de Patrimónios (Em dezembro de 2022) FUNDOS DE PENSÕES DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) DEZEMBRO 2021 QUOTA (%) VAR. (%) 2022 Ageas - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões 6.050,53 28,70 6.657,80 27,99 -9,12 CGD Pensões 4.153,60 19,70 4.554,62 19,15 -8,80 BPI Vida e Pensões - Companhia de Seguros 3.006,44 14,26 3.389,71 14,25 -11,31 GNB - SGFP 2.180,83 10,35 2.633,34 11,07 -17,18 Futuro 1.792,06 8,50 1.943,21 8,17 -7,78 S.G.F.P. Banco de Portugal 1.745,93 8,28 2.231,57 9,38 -21,76 Santander Pensões 1.122,90 5,33 1.165,07 4,90 -3,62 BBVA Fundos 502,83 2,39 597,25 2,51 -15,81 Crédito Agrícola Vida - Companhia de Seguros 219,33 1,04 248,83 1,05 -11,85 SGF 190,90 0,91 110,23 0,46 73,19 Real Vida Seguros 100,89 0,48 237,46 1,00 -57,51 Victoria - Seguros de Vida 14,73 0,07 16,78 0,07 -12,22 Previsão 78,96 0,33 -100,00 Total 21.080,96 23.864,83 -11,67 Nota: Amostra = 98,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em dezembro 2022) FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) DEZEMBRO 2021 QUOTA (%) VAR. (%) 2022 Caixa Gestão de Ativos 6.268,13 36,59 6.951,38 35,00 -9,83 IM Gestão de Ativos 3.605,29 21,05 4.306,14 21,68 -16,28 BPI Gestão de Ativos 2.906,49 16,97 3.404,78 17,14 -14,63 Santander Asset Management 2.637,50 15,40 3.287,60 16,55 -19,77 GNB Fundos Mobiliários 737,83 4,31 896,84 4,52 -17,73 Bankinter Gestión de Activos 315,68 1,84 358,35 1,80 -11,91 Invest Gestão de Activos 199,41 1,16 184,06 0,93 8,34 Montepio Gestão de Activos 180,92 1,06 175,80 0,89 2,91 Optimize Investment Partners 132,89 0,78 142,88 0,72 -7,00 Casa de Investimentos 43,41 0,25 29,20 0,15 48,65 Heed Capital 31,55 0,18 33,37 0,17 -5,44 Crédito Agrícola Gest 18,16 0,11 19,87 0,10 -8,57 GFM Gestão de Ativos 14,29 0,08 19,55 0,10 -26,90 LYNX Asset Managers 14,00 0,08 19,65 0,10 -28,75 BIZ Capital 12,98 0,08 19,25 0,10 -32,56 Sixty Degrees 12,38 0,07 10,29 0,05 20,23 Total 17.130,90 19.859,00 -13,74
18 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PANORAMA FÓRUM APFIPP

tantes sob gestão aumentaram para 12,1 mil milhões de euros, em dezembro de 2022, mais 9,0% do que no ano anterior.

O ano que agora começa será um ano bastante desafiante para a gestão de ativos e de fundos de pensões, em Portugal. O desenrolar do conflito na Ucrânia, a manutenção e severidade da tendência inflacionista e a reação dos bancos centrais na fixação das ta-

xas de juro de referência, vão continuar a condicionar a atividade económica e, consequentemente, o desempenho dos mercados financeiros.

Do ponto de vista regulatório, está para breve o novo Regime da Gestão de Ativos, que se espera venha a contribuir para um melhor funcionamento do sector e, por essa via, permita um crescimento sustentado desta indústria.

AS MATÉRIASPRIMAS, UMA OPÇÃO PARA 2023

Nesta ocasião vou abordar um tema diferente, mas que pode ser interessante para muitos investidores: as matérias-primas. Esta classe de ativos conseguiu, em 2022, uma revalorização anual de dois dígitos pelo segundo ano consecutivo, embora com um comportamento muito volátil: os seus preços dispararam no início do ano devido à invasão russa da Ucrânia e, a partir daí, tudo piorou devido à ameaça de uma recessão.

De qualquer modo, um ano positivo no meio de um ambiente deprimente para o investidor médio. O que esperamos para este ativo em 2023? Acreditamos que a oferta não está preparada para assumir um aumento da procura. Temos vivido um período de redução de inventários, o investimento em capex não foi recuperado e os sinais são de que não há capacidade extra de produção. Quando isto aconteceu no passado, o resultado foi um sólido comportamento dos seus preços, que também podem ser estimulados por uma contínua debilidade do dólar, especialmente se a Fed acabar com as subidas tão agressivas das taxas. O que é quase impossível é tentar adivinhar em que matéria-prima investir - devido às condicionantes de cada uma - pelo que uma boa solução seria posicionarse no seu conjunto, e não individualmente.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO NOVEMBRO E DEZEMBRO 2022 DESDE INÍCIO DO ANO ÚLTIMOS 12 MESES Caixa Gestão de Ativos 213,305 205,042 205,042 IM Gestão de Ativos 20,266 -316,873 -316,873 Montepio Gestão de Activos 10,909 17,624 17,624 Invest Gestão de Activos 10,830 37,620 37,620 Optimize Investment Partners 4,185 13,001 13,001 Casa de Investimentos 4,039 24,579 24,579 Bankinter Gestion de Activos 3,969 5,417 5,417 BPI Gestão de Ativos 3,402 -112,143 -112,143 Heed Capital 0,004 -0,339 -0,339 GFM Gestão de Ativos 1,066 1,066 1,066 Crédito Agrícola Gest 0,000 0,000 0,000 LYNX Asset Managers -0,443 -1,892 -1,892 BIZ Capital -0,670 -4,365 -4,365 GNB Fundos Mobiliários -6,819 -70,171 -70,171 Santander Asset Management -35,615 -211,030 -211,030 Sixty Degrees n.a. n.a. n.a. Total 228,426 -412,465 -412,465 FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO * NOVEMBRO E DEZEMBRO 2022 DESDE INÍCIO DO ANO ÚLTIMOS 12 MESES Fundos de Obrigações Euro 200,775 35,216 35,216 Fundos de Acções Globais 37,628 358,191 358,191 Fundos PPR 34,626 -72,662 -72,662 F. Mercado Monetário Euro 31,785 76,835 76,835 F. Acções da América do Norte 15,160 21,752 21,752 Fundos de Acções Nacionais 8,959 24,877 24,877 F. Multi-Activos Agressivos 2,454 0,947 0,947 FIA Flexíveis 0,623 -0,215 -0,215 F. Mercado Monetário Internacional 0,279 2,166 2,166 F. Multi-Activos Equilibrados 0,094 8,973 8,973 FIA de Retorno Absoluto 0,000 -0,029 -0,029 Outros Fundos 0,000 0,000 0,000 FIA Multi-Activos 0,000 0,197 0,197 Fundos de Acções Ibéricas -0,017 -2,183 -2,183 FIA de Obrigações -0,172 -2,389 -2,389 Outros F. Acções Internacionais -0,424 -8,524 -8,524 Fundos de Acções Sectoriais -1,381 7,033 7,033 F. Obrigações Taxa Indexada Euro -2,388 -129,361 -129,361 F. Multi-Activos Defensivos -2,885 -87,725 -87,725 Outros FIA -3,792 -29,748 -29,748 Fundos de Obrigações Internacional -4,289 -31,461 -31,461 Fundos de Curto Prazo Euro -13,130 -324,795 -324,795 Fundos de Acções Europeias -14,995 -27,714 -27,714 Fundos Flexíveis -27,124 -78,925 -78,925 F. Multi-Activos Moderados -33,357 -152,921 -152,921 Total 228,426 -412,465 -412,465 Dados em milhões de euros ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS NOVEMBRO E DEZEMBRO 2022 1.500 1.250 1.000 750 500 250 0 -250 -500 -750 -1000 -1.250 -1.500 -1500 -1000 -500 0 500 1000 1500
* - Não inclui os fundos geridos por 1 entidades (amostra = 99,93%)
BEGOÑA GOMEZ Vendas sénior, Invesco
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 19

PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2023

DADOS A 31/12/2022

20 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO Asia Fixed Income Eurizon Bond Aggregate RMB Z EUR Acc 5,49 (0,50) 6,62 Schroder ISF Asn Bd TR I Acc USD 5,58 3,32 3,67 7,02 DWS Invest ESG Asian Bonds USD IC 3,01 4,12 7,16 BGF China Bond SR2 3,85 2,43 (6,11) 6,47 Nomura Fds Asia Investment Grd Bd I USD 4,02 0,77 (4,53) 7,30 Emerging Markets Fixed Income Pictet TR - Sirius E USD 4,22 9,07 7,48 Man GLG Glbl EM Dbt TR I USD Acc 3,11 3,62 9,06 11,44 Lazard Emerg Mrkts Corp Dbt A Acc USD 3,17 (1,79) 11,67 BSF Emerging Mkts Shrt Dur Bd X2 USD 4,54 2,69 0,70 8,65 Loomis Sayles S/T Em Mkts Bd Q/A USD 4,71 2,41 5,55 8,91 BlueBay Emerg Mkt Aggt Sht Dtn K USD 2,29 3,79 8,73 Vanguard Emerging Mkts Bd Ins+ USD Acc 2,04 (7,03) 11,08 GS EM ShortDur Bd USD I Acc 1,84 3,50 10,84 Pictet-Short Term Em Corp Bds Z USD 4,22 1,82 1,68 8,54 Franklin EM Corp Dbt I acc USD 4,40 1,63 (3,46) 10,31 GS Em Mkts Ttl Ret Bd I Acc USD 2,97 1,49 (4,25) 11,45 Wellington Em Lcl Dbt Adv Bt USD SB Ac 4,54 1,03 8,54 10,47 Muzinich EmergingMktsShrtDur HUSD Acc S 3,64 0,94 (1,56) 9,01 Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc 3,33 0,57 (1,00) 8,61 Jupiter Global EM Sht Dur Bd I USD Acc 3,71 0,56 (2,40) 9,23 Man GLG Global Em Mkts Bd I C USD 2,94 0,54 (3,86) 7,55 PIMCO GIS Emerg Mkts Opps Ins USD Acc 0,47 (1,61) 6,95 Allianz Em Mkts Shrt Dur Bd IT USD Acc 3,16 0,38 (3,10) 8,13 Nordea 1 - Emerging Mkt Corp Bd BI EUR 3,85 0,23 (8,16) 13,54 Aviva Investors EM Corp Bd I USD Acc 3,76 0,18 (6,54) 10,51 BL - Bond Emerging Markets Sust B 2,22 (0,35) (2,07) 6,90 BNY Mellon Em Mkts Corp Dbt USD X Acc 3,22 (1,07) (8,95) 13,74 Threadneedle(Lux) Gl EM ST Bds DU 1,24 (1,30) (4,68) 10,75 DPAM L Bonds Emerging Markets Sust F EUR 1,32 (1,45) (0,86) 8,71 abrdn EmMkDS&RInv Z Acc USD (1,91) (7,85) 11,77 abrdn Frntr Mkts Bd I MInc USD 2,58 (2,05) (10,64) 14,01 MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD 1,00 (2,77) (10,34) 11,07 Amundi Fds Em Mkts Bd E2 EUR C 1,06 (2,79) (8,56) 14,55 Nomura Fds Emerging Market LC Debt I USD 0,60 (2,98) (3,61) 9,42 T. Rowe Price Em Lcl Mkts Bd I USD 0,20 (3,49) (4,06) 9,81 BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2 (1,22) (3,57) (3,10) 11,07 GAM Multibond Local Emerging Bond USD C (0,11) (3,70) (1,95) 9,81 GS Em Mkts Dbt Base Acc USD (0,56) (4,77) (14,97) 13,52 Vontobel EM Debt I USD (0,19) (4,80) (14,64) 15,39 Europe Fixed Income BlueBay Financial Cptl Bd I USD 6,12 2,77 (7,17) 14,65 M&G (Lux) Eurp Infl Lnkd Corp Bd CI EUR 1,46 2,20 1,28 4,08 Nordea 1 - European Covered Bd Op BI EUR 2,19 2,33 3,25 CM-AM Inflation RC 0,75 0,84 (3,42) 5,88 Carmignac Pf Flexible Bond F EUR Acc 0,74 0,48 (7,65) 7,42 Neuberger Berman Er Bd Abs Rt I EUR Acc 0,35 (4,71) 6,16 Carmignac Pf Credit FW EUR Acc 4,93 0,25 (12,76) 11,71 NB Euro Bond 2,97 0,17 (7,36) 8,41 NB Obrigações Europa FIMAO 2,33 0,07 (9,50) 8,98 Tikehau Short Duration E EUR Acc (0,00) 0,07 (2,49) 2,86 Nordea 1 - Low Dur Eurp Cov Bd BI EUR 0,56 0,05 (0,89) 1,24 Candriam Bds Floating Rt Nts V EUR Acc (0,04) (0,30) 0,99 ODDO BHF Sust Crdt Opps CI-EUR 0,48 (0,09) (6,26) 6,20 Wellington Euro HY Bond EUR S Ac (0,30) (9,57) 12,74 M&G (Lux) Short Dtd Corp Bd CI EUR Acc (0,02) (0,40) (3,88) 3,89 LSF-Arcano Lw Vol Eurp Inc-ESG Sel CE-A (0,45) (6,19) 8,99 Carmignac Pf Sécurité FW EUR Acc (0,05) (0,45) (4,21) 4,04 Scor Sustainable Euro High Yield C EUR 0,71 (0,59) (9,57) 10,79 AXAIMFIIS Europe Short Dur HY A Cap EUR 0,21 (0,62) (3,98) 8,34 BlueBay High Yield ESG Bond B EUR 0,98 (0,65) (9,63) 10,18 Pictet-EUR Short Term High Yield Z EUR 0,34 (0,67) (4,83) 9,09 Franklin Euro Short Dur Bd I(acc)EUR (0,46) (0,68) (3,05) 2,10 BNP Paribas Sus Enh Bd 12M X EUR Acc (0,50) (0,76) (2,67) 1,91 Schroder ISF EURO Hi Yld I Acc 0,71 (0,86) (12,78) 14,09 Carmignac Sécurité AW EUR Acc (0,43) (0,87) (4,75) 4,09 PIMCO Obbligazionario Prdnt Ins EUR Acc (1,10) (3,36) 2,84 BGF European High Yield Bond X2 EUR 1,30 (1,12) (12,04) 11,29 PIMCO European S/T Opports Ins Acc (0,82) (1,36) (3,08) 2,93 EdRF Bond Allocation B EUR Inc (0,81) (1,39) (8,98) 6,62 AXAWF Euro Strategic Bonds I Cap EUR (0,26) (1,47) (6,94) 5,66 AXAWF Euro Credit Short Dur I Cap EUR (0,83) (1,58) (4,83) 3,14 Fidelity Euro Short Term Bond Y-Acc-EUR (0,76) (1,65) (5,98) 3,23 Schroder ISF Sust Euro Crdt I Acc EUR (1,76) (11,84) 7,89 Schroder ISF EURO S/T Bd I Acc EUR (0,92) (1,76) (5,55) 2,20 Caixabank Global Euro Short Duration B (1,31) (1,77) (4,07) 1,96 M&G European HY Crdt Invm E EUR Acc 0,53 (1,83) (10,89) 11,92 Muzinich Europeyield HEUR Acc S 0,35 (1,90) (9,62) 11,64 Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt I Acc EUR (0,22) (1,97) (10,34) 7,28 Nordea 1 - European Fincl Dbt BI EUR 0,45 (2,08) (11,14) 11,77 BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR (1,57) (2,26) (5,56) 2,60 Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR (0,00) (2,28) (10,75) 11,57 NB Subordinated Debt I EUR Inc (2,36) (12,43) 9,00 IMGA Rendimento Semestral A FIMA (1,38) (2,44) (7,12) 4,12 M&G European Credit Investment E EUR Acc (0,62) (3,12) (13,76) 7,73 La Française Sub Debt C (0,38) (3,13) (13,94) 13,83 Invesco Euro Corporate Bond Z EUR Acc (0,79) (3,14) (12,02) 7,66 Janus Henderson Hrzn Euro HY Bd I2 EUR (0,08) (3,22) (14,03) 11,71 NB Rendimento Plus FIMAO (0,84) (3,23) (11,36) 7,31 Robeco Financial Institutions Bds I € (0,72) (3,33) (12,86) 9,44 NB Corporate Euro A (1,70) (3,41) (12,32) 7,21 PIMCO GIS Euro Income Bond Instl EUR Acc (1,09) (3,42) (12,03) 7,27 BNY Mellon Rspnb Hrzn Euro Corp Bd X€Acc (1,00) (3,43) (13,22) 7,62 Schroder ISF EURO Crdt Convct I Acc EUR (0,56) (3,58) (15,68) 9,67 BlueBay Investment Grade Bd B EUR (1,15) (3,68) (14,58) 8,38 IMGA Rendimento Mais FIMA (2,13) (3,82) (10,43) 5,64 RobecoSAM Euro SDG Credits I EUR (1,57) (3,99) (13,18) 7,55 Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR (1,43) (4,19) (12,64) 4,28 NN (L) Euro Credit P Dis EUR (1,78) (4,25) (13,93) 7,76 Candriam Sst Bd Euro Corp I €Acc (1,73) (4,27) (13,15) 7,40 Allspring (Lux) WW EUR IGCrdt I EURAcc (1,75) (4,39) (14,69) 8,06 BlueBay Inv Grd Euro Aggt Bd I EUR (1,05) (4,43) (15,67) 7,50 Fidelity Euro Corporate Bond Y-Acc-EUR (1,71) (4,49) (16,65) 9,28 Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd I2 EUR (1,68) (4,56) (15,75) 7,41 abrdn Euro Corporate Bd D Acc EUR (1,88) (4,65) (14,35) 7,87 abrdn Euro Corp Sus Bd D Acc EUR (2,01) (4,79) (14,55) 8,09 Vontobel Euro Corporate Bond B EUR (2,09) (4,87) (15,71) 8,86 BGF Euro Corporate Bond A2 (2,06) (4,97) (14,72) 7,81 Robeco All Strategy Euro Bonds D € (2,28) (5,14) (17,37) 6,46 BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc (1,41) (5,39) (16,32) 6,84 BNP Paribas Euro Government Bd Privl C (2,20) (5,67) (16,70) 6,61 JPM EU Government Bond C (acc) EUR (1,99) (5,75) (17,80) 6,53 BGF Euro Bond A2 (2,72) (6,12) (17,25) 6,88 Schroder ISF EURO Govt Bd I Acc EUR (2,59) (6,59) (20,13) 6,88 Caixa Obrigações LP FIMAO (3,14) (6,89) (18,72) 7,03 VOLAT. 3 ANOS VOLAT. 3 ANOS RETORNO ANUALIZADO RETORNO ANUALIZADO FUNDO FUNDO 5 ANOS 5 ANOS 3 ANOS 3 ANOS 1 ANO 1 ANO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2023

DADOS A 31/12/2022

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 21 NN (L) Green Bond I Cap EUR (3,13) (7,48) (21,64) 9,16 Candriam Bds Euro Long Term C EUR Cap (4,07) (10,01) (27,98) 11,62 AXAWF Euro 10 + LT I Cap EUR (3,61) (10,68) (32,06) 14,16 MS INVF Euro Corporate Bond I (15,49) (14,52) (13,88) 12,88 Fixed Income Miscellaneous OFI Invest Euro Breakeven Infl I-XL-C 1,60 5,01 10,81 5,25 ICG Global Total credit D USD Acc 6,58 4,76 (0,71) 13,65 Schroder GAIA Cat Bond I Acc USD 6,00 4,76 4,71 8,34 Franklin Gulf Wealth Bond I(acc) USD 7,37 4,24 (3,04) 10,31 CS (Lux) Inflation Linked CHF Bond B 3,48 3,93 4,72 5,86 PIMCO GIS Divers Inc Dur H Ins USD Acc 4,04 1,30 2,15 10,32 Bradesco Glbl Braz Hard Ccy Bd R EURO 4,07 1,19 2,20 BlueBay Invmt Grd Str Crdt K EUR 0,79 (2,13) 8,89 Barings European Loan Trnh A EUR Acc 1,27 0,63 (8,09) 11,10 MS INVF Euro Corporate Bd - Dur Hgd Z (0,16) (3,24) 6,88 ICG Total Credit A EUR Acc 1,27 (0,34) (11,62) 12,94 BlueBay Capital Income I EUR Acc (0,58) (15,87) 13,03 Aegon European ABS I EUR Acc (0,18) (0,76) (3,63) 3,32 Legg Mason WA Struct Opps LM USD Acc 3,88 (0,79) (1,49) 15,94 Fidelity Global Hybrids Bond I-Dis-EUR 1,76 (1,34) (10,91) 12,45 Global Fixed Income AXAWF Euro Infl Pls A Cap EUR 5,01 Jupiter Strategic Abs Ret Bd I USD Acc 6,99 7,15 13,21 7,74 Merian Global Dynamic Bd L USD Acc 6,85 6,53 8,93 7,72 AXAWF Global Infl Sh Dur Bds I Cap USD 5,00 4,31 5,20 7,45 M&G (Lux) Glb Fl Rt HY CI USD Acc 5,67 4,14 6,10 12,29 DNCA Invest Alpha Bonds I EUR 3,13 3,86 6,56 5,25 T. Rowe Price Glb Govern Bd I 3,65 4,95 Man GLG Hi Yld Opps I EUR Acc 3,40 (10,65) 18,56 Aegon High Yield Global Bd B Inc USD 6,12 3,09 (1,67) 13,43 Aegon Strategic Global Bd B Inc USD 5,15 2,86 (8,67) 10,85 UBS(Lux) BS Glb Infl Lnkd$ Q-acc 5,22 2,64 (1,35) 8,24 HSBC GIF Global Short Dur Bd ZC 4,40 2,33 1,45 Wellington Multi-Sec Crdt USD S Ac 4,98 2,17 (4,82) 10,48 M&G Total Return Crdt Invmt A EUR Acc 1,85 2,17 (1,35) 5,82 PIMCO GIS Income Institutional USD Acc 4,46 2,06 (1,43) 8,13 Candriam Bds Global Hi Yld V EUR Cap 2,75 1,74 (6,88) 8,16 Legg Mason BW Glb Inc Opt PR $ Dis(M)+e 4,23 1,65 (8,35) 7,71 UBAM Global High Yield Solution AC USD 4,75 1,61 1,70 9,89 BlueBay Total Return Credit I USD 3,79 1,54 (3,74) 9,52 Invesco Tactical Bond UK Z Acc 2,36 1,47 (9,76) 9,58 BlueBay Global High Yield Bd B USD 4,56 1,11 (5,31) 10,32 BNY Mellon Global Credit USD W Acc 4,15 0,93 (6,96) 8,91 Schroder ISF Glbl Crdt Inc I Acc USD 4,34 0,92 (5,73) 9,64 BGF Sustainable Global Bond Inc X2 USD 0,89 (0,13) 10,10 BlackRock Sustainable FxIncStrats I2 EUR 0,61 0,88 (0,35) 4,82 PIMCO GIS Glb Hi Yld Bd Instl USD Acc 4,24 0,76 (4,40) 10,25 DNB Fund - High Yield retail A (N) 0,75 (1,79) 13,24 RAM (Lux) Tactical Glb Bd Total Rtrn B 3,42 0,65 (1,87) 6,84 Nomura Fds Global Dynamic Bond I USD 5,04 0,48 (9,97) 9,34 BlueBay Glbl Inv Grd Corp Bd I USD 3,52 0,11 (10,96) 9,52 Carmignac Pf Global Bond F EUR Acc 0,99 0,03 (5,25) 6,44 Candriam Sst Bd Glbl Hi Yld I € Acc 1,09 (0,26) (9,05) 8,08 CT (Lux) Global Abs Ret Bd I Acc EUR 0,04 (0,27) (4,88) 4,20 Schroder ISF Glbl Corp Bd I Acc USD 3,51 (0,47) (9,27) 9,51 Invesco Global Ttl Ret EUR Bd Z EUR Acc 0,53 (0,84) (6,12) 5,80 Muzinich Enhancedyield S-T HEUR Acc A1 (0,06) (0,93) (5,93) 6,12 FvS Bond Opportunities HT (0,96) (9,15) 7,77 DWS Invest Short Duration Inc FC (0,62) (0,98) (4,84) 2,78 BGF Global High Yield Bond C1 USD 2,14 (1,16) (8,20) 10,38 BGF Global Corporate Bond I2 USD 2,70 (1,17) (8,73) 8,24 JPM Global Corp Bd A (acc) USD 2,41 (1,28) (9,24) 8,51 JPM Global Govt Shrt Dur Bd A (acc) EUR (1,03) (1,46) (4,12) 1,09 Templeton Global High Yield I(acc)EUR 1,00 (1,72) (6,67) 8,72 Schroder ISF Strat Crdt C Acc GBP 1,20 (1,75) (12,69) 12,76 JPM Global Aggregate Bond A (dist) USD 0,94 (1,82) (10,03) 5,68 T. Rowe Price Glb Aggt Bd Q EUR 0,98 (1,86) (10,73) 5,54 Fidelity Global Bond Y-Acc-USD 1,41 (2,15) (11,82) 6,84 Templeton Global Bond W(Mdis)USD 0,70 (2,21) 2,38 6,71 Mercer Short Dur Glbl Bd 1 M-1 NOK Hdg (0,59) (2,46) (8,00) 14,32 Vanguard Global Credit Bond Ins EURH Acc (0,19) (2,49) (15,22) 8,25 Wellington Global Bond USD S Ac 0,96 (2,67) (9,53) 5,75 Vontobel TwentyFour StratInc G GBP 0,61 (2,75) (17,30) 12,66 Jupiter Dynamic Bond I EUR Q Inc (1,19) (3,32) (15,93) 7,42 PIMCO GIS GlInGd Crdt Ins EUR CcyExpsAcc 0,66 (3,56) (12,77) 8,47 Legg Mason WA Mcr OppBd S USD Acc 1,31 (3,89) (16,17) 12,71 JPM Global Government Bond A (acc) EUR (1,95) (4,43) (14,13) 4,58 Templeton Global Ttl Ret W(acc)USD (2,20) (5,83) (5,48) 7,90 BlueBay Inv Grd Glbl Aggt Bd Q JPY BH (1,24) (7,07) (18,77) 11,00 Japan Fixed Income Eurizon Bond JPY LTE R Acc (2,22) (7,40) (13,10) 7,85 US Fixed Income Pictet Ultra Short -Term Bonds USD J 2,55 7,57 7,49 GAM Star MBS Total Return Instl USD Acc 4,08 2,48 3,59 12,96 AXAIMFIIS US Short Dur HY A Cap USD 4,51 2,23 1,10 8,50 AXAWF US High Yield Bonds I Cap USD 4,66 2,06 (3,61) 9,74 JPM US Short Duration Bond A (acc) USD 3,34 1,68 2,66 7,21 PIMCO GIS Low Avrg Dur Instl USD Acc 2,74 0,78 1,42 7,02 BGF US Dollar High Yield Bd A2 USD 3,82 0,71 (6,22) 10,36 JPM Income A (div) USD 3,97 0,55 (2,16) 8,95 PIMCO GIS US Hi Yld Bd Instl USD Acc 3,98 0,51 (6,53) 10,43 PIMCO Sel Eurodoll Hi Qual Instl USD Acc 3,03 (0,16) (5,15) 7,07 Franklin Strategic Income I(acc)USD 2,59 (0,39) (5,48) 8,84 Amundi Fds Pio US Bond I2 USD C 2,76 (0,46) (8,05) 8,15 Amundi Fds Pio Strat Inc A USD C 2,19 (0,60) (7,70) 9,50 T. Rowe Price US Aggr Bd Jd USD 2,58 (1,00) (7,80) 7,58 JPM US Bond A (acc) USD 2,08 (1,07) (7,72) 7,26 NN (L) US Credit P Cap USD 2,82 (1,15) (11,79) 9,11 JPM US Aggregate Bond A (dist) USD 2,05 (1,25) (7,26) 7,23 PIMCO GIS Ttl Ret Bd Instl USD Acc 2,08 (1,32) (9,70) 7,20 Pictet-USD Government Bonds P USD 1,97 (1,37) (7,25) 7,97 BGF US Dollar Bond A2 1,81 (1,70) (8,99) 7,68 PIMCO GIS US IG Corp Bd Instl USD Acc 2,21 (2,52) (11,34) 9,16 Asia Equity JPM Pacific Equity A (dist) USD 4,54 1,47 (18,59) 16,81 Asia ex-Japan Equity Polar Capital Asian Stars S Acc 16,11 (21,44) 20,89 Jupiter Asia Pac Inc D USD Acc 7,44 6,82 0,41 17,71 Fidelity Asia Pacific Opps Y-Acc-EUR 8,08 6,10 (16,57) 19,76 Schroder ISF Emerging Asia I Acc EUR 6,70 5,35 (14,63) 18,35 Mirae Asst ESG Asia Sect Ldr Eq K USDCap 2,89 4,93 (10,90) 18,08 Eurizon Equity Pacific Ex-Jpn LTE Z Acc 3,85 3,08 (0,27) 18,53 Fidelity Emerging Asia Y-Acc-USD 3,50 1,90 (5,23) 18,41 JPM Asia Pacific Equity A (acc) EUR 3,18 1,52 (12,80) 17,56 BGF Asian Growth Leaders X2 USD 1,43 1,18 (17,70) 17,85 Templeton Asian Growth A(Ydis)USD (1,33) (3,45) (18,63) 18,69 Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD 0,70 (3,68) (21,55) 19,38
VOLAT. 3 ANOS VOLAT. 3 ANOS RETORNO ANUALIZADO RETORNO ANUALIZADO FUNDO FUNDO 5 ANOS 5 ANOS 3 ANOS 3 ANOS 1 ANO 1 ANO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2023

DADOS A 31/12/2022

22 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO Consumer Goods & Services Sector Equity Pictet-Premium Brands I EUR 10,53 9,64 (17,11) 22,27 Fidelity Sust Cnsmr Brds Y-Acc-EUR 6,74 3,17 (23,06) 16,60 Invesco Glbl Consmr Trnds Z USD Acc 1,21 (4,34) (40,94) 25,99 Energy Sector Equity Guinness Sustainable Energy D USD Acc 16,57 22,32 (7,44) 25,28 RobecoSAM Smart Energy Eqs F EUR 14,93 16,46 (15,76) 26,03 BGF Sustainable Energy D2 13,21 15,22 (12,31) 22,26 BNP Paribas Energy Transition - C C 5,12 15,08 (35,61) BGF World Energy D2 7,65 14,86 49,89 38,78 Pictet-Clean Energy Transition I USD 9,95 10,63 (20,84) 26,35 Equity Miscellaneous RobecoSAM Sustainable Water Eqs F EUR 8,78 7,48 (20,94) 19,95 Pictet-Water I EUR 8,72 6,74 (17,36) 19,20 Pictet-Nutrition I EUR 4,18 2,25 (17,79) 16,47 UBS (Lux) SF Eq Sust (EUR) Q-acc 1,37 0,17 (19,04) 18,21 Europe Equity Large Cap BSF European Unconstrained Eq X2 EUR 8,63 (18,88) 20,42 Ecofi Trajectoires Durables C 7,41 7,42 (18,35) 22,00 Pictet CH Quest - Swiss Sust Eqs P dy 8,40 6,45 (7,16) 14,07 Osmosis Resource Efficient Eurp Eq Cl A 7,02 6,41 (7,95) 16,65 DPAM B Equities Europe Sust W Cap 8,43 6,37 (14,70) 18,51 Comgest Growth Europe EUR I Acc 9,08 6,32 (20,21) 19,12 BSF European Opps Extension A4 GBP 7,17 6,26 (24,86) 22,88 M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc 4,45 6,23 2,58 21,95 NN (L) European Sust Eq Z Cap EUR 7,37 6,05 (17,64) 19,88 BGF European Value A4 GBP 3,20 5,96 (4,86) 21,80 GAM Star Continental Eurp Eq Instl £ Acc 4,88 5,92 (18,26) 19,36 Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc 5,71 5,71 (10,77) 19,33 BGF Continental Eurp Flex E2 EUR 6,15 5,54 (24,74) 22,21 PS CH-Swiss High Dividend P CHF 8,55 5,19 (12,85) 14,85 CS European Dividend Value FB EUR 6,42 4,92 (1,23) 17,51 CM-AM Convictions Euro S 5,21 4,84 (18,04) 18,50 JPM Europe Sustainable Equity I (acc)EUR 5,46 4,77 (13,17) 20,61 Eleva UCITS Eleva Euroland Sel I EUR acc 5,44 4,76 (12,63) 20,64 NN (L) Euro High Dividend P Cap EUR 3,78 4,72 (6,66) 22,12 JPM Europe Equity Plus C (acc) EUR 4,18 4,43 (7,69) 20,76 Candriam Sst Eq Euro I Acc € 6,28 4,36 (12,97) 18,71 BPI GIF Iberia I 3,35 4,22 3,37 21,78 Janus Henderson Hrzn European Gr R1 EUR 3,15 4,08 (8,40) 19,78 JPM Europe Dynamic A (dist) EUR 3,25 4,00 (10,44) 21,16 Janus HndrsnPan Eurp X2 EUR 4,72 3,92 (9,78) 18,98 MGI Eurozone Equity I1 EUR 5,60 3,88 (17,05) 20,07 UBS (Lux) Eq Eurp Opp Sst (EUR) Q acc 5,96 3,72 (16,59) 17,29 Invesco Pan European Equity Z EUR Acc 2,70 3,70 (2,48) 23,55 Carmignac Pf Grande Europe F EUR Acc 6,40 3,65 (20,58) 19,25 T. Rowe Price Cont Eurp Eq I EUR 5,67 3,47 (16,33) 19,08 Fidelity European Div Y-Acc-EUR 4,90 3,45 (6,31) 17,79 JPM Euroland Equity C (dist) EUR 3,66 3,42 (10,61) 23,42 Jupiter Europe ex UK Equity I EUR Acc 3,19 (20,94) 20,45 DPAM B Equities Euroland B Cap 4,22 2,87 (18,09) 19,74 JPM Europe Select Equity A (acc) EUR 3,65 2,68 (13,22) 19,95 MFS Meridian European Value A1 EUR 5,50 2,68 (15,06) 18,19 Threadneedle (Lux) European Select IE 5,13 2,61 (21,78) 19,50 GS Europe CORE Equity Base Acc EUR 2,94 2,36 (11,08) 20,24 Schroder ISF EURO Equity I Acc EUR 2,50 2,32 (13,49) 21,75 Amundi Fds European Eq Val M2 EUR C 2,47 2,17 (5,69) 26,10 New Capital Dynamic Eurp Eq EUR Ord Inc 3,11 2,15 (11,81) 17,62 Allianz Europe Equity Growth W EUR 4,77 2,14 (29,82) 24,24 MS INVF Europe Opportunity Z 4,49 1,77 (39,74) Janus Henderson Hrzn Pan Eurp Eq H2 EUR 2,82 1,72 (15,17) 19,70 Fidelity Sustainable Euroz Eq E-Acc-EUR 3,75 1,66 (16,05) 20,99 abrdn European Sstnb Eq A Acc EUR 5,25 1,63 (18,22) 18,59 MFS Meridian European Research A1 EUR 3,80 0,91 (12,12) 17,55 BGF European Special Situations A2 3,95 0,79 (25,92) 21,39 Jupiter European Growth D EUR Acc 5,03 0,68 (23,00) 19,73 Fidelity European Dynamic Gr W-Acc-GBP 6,27 0,21 (18,33) 18,17 Mirova Euro Sustainable Eq R/C EUR 2,39 (0,28) (15,27) 20,50 Allianz Euroland Equity Growth W EUR 1,35 (2,05) (31,57) 23,82 Europe Equity Mid/Small Cap DNB Fund - Nordic Small Cap Ret A EUR 14,75 (28,16) 28,30 Invesco European Focus (UK) Z Acc 5,28 11,63 (3,92) 22,51 Candriam Sust Eq Eurp Sm & Md Cp I €Acc 5,66 3,58 (19,89) 21,82 IMGA Ações Portugal A FIAA 1,97 3,32 4,64 22,93 Lazard Small Caps Euro SRI I (1,24) 3,30 (16,42) 22,86 Fidelity European Smlr Coms Y-Acc-EUR 3,45 1,37 (22,19) 26,04 abrdn Eu Sml Comp Z Acc EUR 5,01 1,33 (33,60) 26,86 Maga Micro Cap GBP 3,18 0,89 (22,64) 27,32 UBS (Lux) ES SmallCapsEurp SusEURQ Acc 3,09 0,59 (25,03) 23,15 Threadneedle (Lux) Eur Smlr Com 9E EUR 2,85 (0,26) (29,86) 22,68 Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR (0,37) (4,29) (27,18) 21,32 Financials Sector Equity Polar Capital Global Ins B GBP Acc 10,78 8,63 17,12 17,69 Fidelity Global Financial Svcs Y-Dis-EUR 5,85 5,59 (8,99) 21,26 Robeco New World Financials D € 4,76 2,40 (15,47) 24,22 BGF World Financials AI2 EUR 4,98 2,14 (14,49) 28,61 Global Emerging Markets Equity RAM (Lux) Sys Emg Mkts Equities B USD 3,86 5,40 (8,07) 17,02 Allianz GEM Equity High Div I EUR 4,27 2,78 (9,10) 17,46 Wellington Emerg Mkt Devpmt USD S Ac 3,67 2,36 (20,00) 17,60 Capital Group New World (LUX) Z 4,80 2,01 (17,40) 17,21 Fidelity Sustainable EM Eq I-Acc-USD 5,17 1,63 (18,82) 17,68 Schroder ISF Em Mkts Eq Alp I Acc USD 4,58 1,31 (13,85) 18,60 JPM Emerging Markets Div A (acc) EUR 3,57 1,09 (15,34) 17,24 FvS Global Emerging Markets Equities IT 4,08 0,23 (19,56) 17,70 Candriam Sst Eq Em Mkts R € Acc 0,21 (0,74) (26,47) 17,76 NN (L) EM Enh Idx Sust Eq P Cap USD 2,78 (1,00) (14,74) 17,09 JPM Emerging Markets Equity A (dist) USD 1,64 (2,37) (21,11) 18,91 GS Emerging Markets Eq Base Acc USD (0,76) (2,80) (25,79) 18,74 Wellington Em Mkts Rsrch Eq USD S Ac (0,13) (3,10) (19,41) 18,34 Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs G USD 0,01 (3,81) (20,83) 17,08 Global Equity Large Cap Wellington Climate Strategy USD S Ac 12,99 (7,09) 20,83 Wellington Global Stewards USD S Acc 10,76 (5,34) 16,21 Schroder ISF Glbl Sust Gr C Acc USD 13,10 10,36 (11,85) 16,44 M&G (Lux) Global Maxima ZI EUR Acc 10,34 (10,38) 18,90 Schroder ISF Global Eq Alp I Acc EUR 10,47 10,18 (11,09) 16,28 Allianz Thematica WT4 EUR 11,60 10,06 (15,47) 17,67 JPM Global Dividend A (acc) USD 9,99 9,76 (3,24) 17,23 NN (L) Global Sustainable Eq P Cap EUR 10,46 9,38 (20,87) 20,44 Amundi Fds Pio Global Equity A EUR C 7,06 9,23 (6,67) 17,38 JPM Global Focus A (dist) EUR 8,55 9,18 (9,93) 19,77 UBAM 30 Global Leaders Equity IC USD 12,61 9,10 (17,85) 19,33 Mirova Global Sust Eq M/D EUR 11,38 8,68 (17,62) 18,45 JPM Global Select Equity A (acc) USD 9,26 8,68 (10,15) 19,23 DWS Invest CROCI World LC 8,73 8,65 (1,00) 20,07 VOLAT. 3 ANOS VOLAT. 3 ANOS RETORNO ANUALIZADO RETORNO ANUALIZADO FUNDO FUNDO 5 ANOS 5 ANOS 3 ANOS 3 ANOS 1 ANO 1 ANO
PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2023

DADOS A 31/12/2022

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 23 M&G Global Themes Euro C Acc 8,99 8,56 (7,36) 18,49 Robeco BP Global Premium Eqs C EUR 7,07 8,54 2,38 20,58 Aegon Global Equity Income USD C Inc 8,84 8,26 (5,69) 16,89 M&G (Lux) Glb Themes C EUR Acc 8,18 (7,54) 18,57 Pictet - Global Envir Opps I EUR 9,25 7,90 (20,03) 20,22 M&G (Lux) Glbl SustainParisAlgndEURCIAcc 9,55 7,84 (9,95) 16,93 M&G Global Sustain Paris Algnd GBP I Acc 9,50 7,79 (10,57) 17,09 Osmosis Resource Efficient Core Eq A $ 9,71 7,78 (12,06) 18,28 BSF Systematic ESG World Equity X2 GBP 9,37 7,73 (14,20) 19,00 JPM Glbl Rsr Enh Idx Eq X (acc) EUR 9,15 7,70 (12,40) 18,67 Schroder ISF QEP Glbl Cor C Acc USD 8,55 7,47 (10,45) 17,68 Lazard Global Thematic A Dist USD 9,93 7,44 (11,76) 17,43 BGF Global Long-Horizon Equity AI2 EUR 10,78 7,32 (13,91) 19,03 Lazard Global Thematic Focus A Acc USD 7,13 (15,65) 19,63 Capital Group New Pers (LUX) ZLd 9,79 6,93 (21,11) 19,51 Carmignac Pf Family Governed F EUR Acc 6,92 (18,07) 18,47 DWS Invest ESG Equity Income XC 8,63 6,86 (5,33) 14,03 BPI Ações Mundiais FIAA 8,31 6,62 (18,05) 18,41 Janus HndrsnGlbl Equity H2 EUR 8,69 6,61 (17,91) 18,38 Candriam Eqs L Glbl Demography C EUR Cap 8,06 6,57 (15,51) 16,96 BNY Mellon Global Equity Inc USD C Inc 8,66 6,55 2,53 15,95 Caixa Ações Líderes Globais FIMAA 9,00 6,39 (14,63) 16,24 Nordea 1 - Global Portfolio BP EUR 9,44 6,36 (13,90) 17,88 Threadneedle (Lux) Global Focus W 11,05 6,34 (21,62) 18,64 JB Global Excell Eq USD K 10,23 6,24 (21,94) 19,96 American Century Concntr Glb Gr Eq I USD 11,95 6,13 (17,53) 17,84 CT (Lux) Rspnb Global Equity I Inc EUR 9,22 6,06 (18,23) 19,38 Fundsmith Equity I Acc 9,96 6,05 (18,35) 16,38 Nordea 1 - Global Stable Equity BI EUR 7,28 5,77 (1,10) 16,40 GS Global CORE Eq I Inc USD Snap 6,49 5,50 (15,29) 18,91 MS INVF Global Brands A USD 9,36 5,41 (12,70) 15,35 Zurich Carbon Netrl Wld Eq II1 EURUnHAcc 5,12 (16,95) 18,96 MainFirst Global DividendStars C 5,50 5,09 (12,73) 21,22 NB Momentum Sustentável FIMAA 6,25 4,54 (14,30) 15,68 Fidelity Global Dividend I-Acc-EUR 7,87 4,43 (5,60) 13,81 Wellington Glbl Quality Gr USD S Ac 9,52 4,40 (20,15) 17,02 DWS Invest Top Dividend IC 6,15 4,39 0,94 13,67 Harris Associates Global Eq S/A USD 4,73 4,11 (11,92) 25,15 Pictet-Global Megatrend Sel Z USD 7,31 4,06 (20,00) 18,50 CPR Invest Global Silver Age I EUR Acc 5,49 3,90 (10,21) 16,42 Pictet-Security I EUR 7,06 2,03 (28,73) 20,09 NN (L) Global Eq Impt Opps X Cap EUR 3,70 0,78 (22,94) 21,75 BBVA DIF Global Best Ideas A EUR 2,62 (0,84) (19,53) 15,56 MS INVF Global Opportunity Z 5,47 (1,40) (38,08) 22,73 Pictet SmartCity I dm GBP 2,89 (2,43) (25,55) 19,87 Global Equity Mid/Small Cap Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR 11,03 11,56 (14,69) 20,00 American Century Glbl Sm Cap Eq F USD 8,65 (24,42) 23,59 ACATIS AI Global Equities C 7,96 8,52 (10,56) 20,91 Evli Global IB 7,82 7,88 (6,17) 19,41 BNP Paribas Climate Impact I C 8,42 6,04 (21,30) Greater China Equity Schroder ISF China A I Acc USD 9,25 9,62 (24,65) 19,40 Schroder ISF All China Equity I Acc USD 7,90 (14,91) 22,29 Allianz China A Shares AT USD 7,81 5,03 (31,54) 21,09 Schroder ISF Greater China I Acc USD 6,61 4,05 (17,13) 22,78 BNP Paribas China Eq Cl D 1,80 (2,65) (23,72) 25,00 Fidelity China Consumer Y-Acc-USD (1,68) (4,82) (14,91) 27,05 Healthcare Sector Equity Polar Capital Biotech S Inc 97,25 45,04 (0,73) 19,78 Polar Capital Hlthcare Blue Chip I Acc 73,72 30,72 0,41 14,93 Janus Henderson Horizon Bio E2 USD Acc 16,74 3,92 21,92 AB Intl Health Care AX USD 13,58 11,80 (4,01) 15,36 JPM Global Healthcare C (acc) USD 12,55 10,18 (2,65) 15,25 BGF World Healthscience AI2 EUR 12,55 8,99 0,57 14,14 Fidelity Sust Glb Hlthcare Y-Dis-EUR 11,99 7,68 (8,29) 15,25 India Equity Ashoka WhiteOak India Opps A USD Acc 20,02 (12,05) 24,34 Mirae Asset Sst India Sect Ldr Eq I USD 7,55 11,86 (3,40) 24,45 Franklin India I(acc)EUR 5,91 10,47 (5,20) 24,21 Infrastructure Sector Equity LM ClearBridge Infras Val PR EUR Acc 7,91 5,69 2,03 17,79 M&G (Lux) Global Listed Infras L EUR Acc 9,56 4,60 (2,52) 20,15 DWS Invest Global Infras FC 7,25 4,21 (2,70) 17,38 Japan Equity Fidelity Japan Value Y-Acc-JPY 4,55 3,87 (5,80) 14,88 Man GLG Jpn CoreAlpha Eq I JPY 2,24 3,55 10,55 20,86 GS Japan Equity Ptnrs I Acc JPY 5,72 2,96 (21,62) 18,59 Janus Henderson Hrzn Jpn Smr Coms H2 USD 3,03 2,02 (4,49) 15,93 Fidelity Sustainable Jpn Eq Y-Acc-JPY 4,32 1,90 (17,82) 16,49 DWS Invest CROCI Japan JPY LC 3,73 1,54 (9,24) 16,69 Jupiter Japan Select D USD Acc 4,32 1,28 (13,50) 16,53 Invesco Japanese Eq Adv C JPY Acc 3,14 (0,07) (10,92) 17,16 JPM Japan Equity A (dist) USD 2,03 (2,03) (30,20) 21,35 abrdn Japanese Sust Eq X Acc JPY (0,63) (2,38) (22,60) 16,81 T. Rowe Price Japanese Equity I EUR 1,32 (2,91) (22,99) 18,10 Korea Equity JPM Korea Equity A (acc) USD 2,84 3,13 (25,01) 25,02 Latin America Equity DWS Invest Latin American Eqs FC 8,64 2,23 17,62 32,65 Schroder ISF Latin American I Acc USD 5,12 0,59 18,57 32,17 JPM Latin America Equity A (dist) USD 1,50 (3,84) 13,37 32,62 DWS Invest Brazilian Equities LC 9,46 (4,15) 15,86 38,48 Nordea 1 - Latin American Equity BP EUR 2,46 (4,96) 19,26 33,19 BTG SICAV LatinAmerican Equity A $ Acc (0,30) (5,40) 14,71 33,93 BNY Mellon Brazil Equity USD W Acc 2,76 (7,74) 9,45 35,30 Long/Short Equity FranklinK2 Elec Glb EOPFaccUSD 17,51 19,45 15,24 Lumyna-MW TOPS UCITS USD B (acc) 9,63 12,21 14,36 9,95 AB Select Absolute Alpha S USD 9,80 8,18 (3,00) 10,17 GAM Star Alpha Technology USD Inc 11,11 6,83 (13,80) 11,82 Pictet TR - Mandarin I USD 5,33 5,01 (3,77) 8,79 Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp S EUR acc 4,89 4,88 (0,76) 4,15 Carmignac Pf L-S Eurp Eqs F EUR Acc 3,94 4,77 (5,72) 8,12 Pictet TR - Atlas I EUR 2,76 3,98 (5,17) 3,20 Tellworth UK Dynamic Absolute Rt I GBP 3,06 (2,09) 11,32 Janus HndrsnAbsolute Return A2 GBP 0,98 0,03 (6,30) 7,95 Natural Resources Sector Equity Ninety One GSF Glb Ntrl Res S Acc USD 14,36 21,50 31,25 26,18 BGF World Mining D2 12,63 18,92 8,47 28,73 JPM Global Natural Resources A (acc) EUR 9,54 14,90 24,60 27,68 Precious Metals Sector Equity CM-AM Global Gold RC 5,46 2,19 (5,94) 36,53 Real Estate Sector Equity Janus Henderson Hrzn GlblPtyEqsI2USD 5,56 (0,78) (21,51) 20,09 VOLAT. 3 ANOS VOLAT. 3 ANOS RETORNO ANUALIZADO RETORNO ANUALIZADO FUNDO FUNDO 5 ANOS 5 ANOS 3 ANOS 3 ANOS 1 ANO 1 ANO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2023

DADOS A 31/12/2022

24 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO MS INVF Global Property I (0,85) (5,85) (21,03) 23,66 Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs H2EUR 0,34 (7,65) (36,84) 26,08 Technology Sector Equity Fidelity Global Technology Y-Dis-EUR 16,78 13,19 (18,01) 18,94 EdRF Big Data N EUR 11,60 10,78 (9,40) 19,95 NB Next Generation Mobility USD I Acc 10,39 (21,39) 23,49 Thematics AI and Robotics S/A USD 10,12 (26,40) 23,09 BNP Paribas Disrpt Tech Cl D 15,01 10,07 (26,17) 22,13 Allianz Global Artfcl Intlgc WT4 EUR 11,43 8,84 (41,50) 29,20 Pictet - Robotics Z USD 10,87 7,51 (29,46) 23,35 JPM US Technology A (dist) USD 13,85 6,90 (41,28) 28,33 BGF World Technology A2 12,92 6,27 (39,32) 25,94 Franklin Technology W Acc USD 12,71 6,09 (40,21) 25,84 DWS Invest Artificial Intllgnc XC 4,71 (32,85) 20,42 Janus Henderson Glb Tech&Inno I2 USD 11,89 4,62 (33,61) 23,17 UK Equity Large Cap Liontrust GF UK Growth C6 Instl Dis £ 4,53 2,01 (5,76) 18,88 Threadneedle (Lux) UK Eqs IG GBP Acc 0,17 (3,85) (11,01) 23,05 US Equity Large Cap Blend AB Select US Equity S USD 13,20 11,67 (7,50) 18,07 JPM US Select Equity Plus A (acc) USD 10,93 10,15 (14,98) 19,34 Schroder ISF US Large Cap B Acc USD 10,49 10,15 (11,12) 17,58 Legg Mason CB US Eq Sust Ldrs PR GBP Acc 13,67 10,14 (17,03) 18,75 JPM US Equity All Cap C (acc) USD 11,32 9,20 (13,81) 20,11 JPM America Equity A (dist) USD 10,73 8,99 (13,87) 20,49 BGF US Flexible Equity AI2 EUR 9,79 8,95 (10,09) 19,41 JPM US Select Equity A (acc) USD 10,74 8,87 (17,13) 19,52 T. Rowe Price US Eq I USD 11,01 8,54 (10,42) 18,15 GS US CORE Equity Base Acc USD Snap 9,28 7,95 (15,26) 19,20 UBS (Lux) ES US Income $ Ss Q-acc 10,13 7,70 (2,31) 15,71 Wellington US Research Eq USD S Ac 10,05 7,29 (17,12) 19,78 US Equity Large Cap Growth AB Sustainable US Tmtc A EUR 12,55 10,69 (19,21) 22,41 Fisher Invst Instl US Eq ESG 2 USD Acc 10,40 (22,12) 23,11 Comgest Growth America USD I Acc 13,52 9,90 (15,28) 18,81 Fidelity American Growth Y-Acc-USD 13,04 9,89 (7,45) 16,15 AB American Growth AX USD 13,10 8,44 (24,32) 20,22 Franklin US Opportunities W(acc)USD 9,77 4,16 (32,39) 23,50 Alger American Asset Growth A US 8,51 2,58 (33,55) 22,22 Brown Advisory US Equity Growth $ P Acc 9,78 1,49 (30,48) 21,49 T. Rowe Price US Blue Chip Eq Q EUR 7,69 0,61 (35,21) 23,28 BGF US Growth A2 7,18 0,35 (36,67) 23,72 MS INVF US Advantage I 2,37 (6,51) (51,68) 31,57 Santander Acções América CA FIMAA (7,70) (17,32) (50,61) 27,40 US Equity Large Cap Value Neuberger Berman US LrgCap Val USD IAcc 14,65 14,85 5,43 21,60 DWS Invest CROCI US Dividends USD IC 12,88 11,16 7,93 18,84 Robeco BP US Premium Equities F $ 9,56 9,64 3,00 20,60 Fidelity America A-Dis 7,23 8,68 0,69 17,69 JPM US Value A (dist) GBP 8,91 8,38 (0,34) 20,07 BGF US Basic Value A4 GBP 6,93 6,07 (0,06) 21,12 US Equity Mid Cap BL-American Small & Mid Caps B 12,92 10,22 (12,71) 18,58 US Equity Small Cap Threadneedle (Lux) Amer Smlr Com 9U USD 11,36 12,69 (11,88) 22,75 Legg Mason RY US SmCp Opp X USD Acc 9,03 12,36 (11,69) 29,97 T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD 11,74 7,88 (15,33) 20,41 JPM US Smaller Companies A (dist) USD 6,81 4,62 (12,19) 22,31 Alger Small Cap Focus I US 5,15 (5,77) (35,11) 24,99 Convertibles Lazard Global Cnvrt Rcvy C Acc EUR H (11,91) Franklin Glbl Convert Secs I(acc)EUR 11,75 9,01 (8,84) 13,82 MS INVF Global Convertible Bond A USD 6,18 4,82 (7,24) 10,60 Salar A1 USD 5,53 4,80 5,13 8,49 BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C 0,96 1,18 (8,92) 8,59 Commodities Broad Basket Neuberger Berman Commodities USD I Acc 11,94 18,04 31,42 20,12 Schroder AS Commodity I Acc USD 10,27 17,15 23,37 16,81 Vontobel Commodity B USD 8,35 15,21 17,01 20,88 Wellington Commodities USD S Ac 9,73 15,10 17,28 15,58 Commodities Specified Ofi Invest Precious Metals I 4,74 3,16 (0,55) 17,68 Alternative Miscellaneous Man AHL Trend Alternative IN USD Acc 8,33 5,79 20,87 16,32 Global Macro GAM Star Global Rates USD Acc 11,75 12,49 22,80 13,75 Polar Capital Global Abs Rt S USD Acc 10,70 6,97 9,08 JPM Global Macro A (acc) USD 3,41 2,60 (0,70) 7,76 JPM Global Macro Opps A (acc) EUR (0,57) 0,25 (13,10) 5,31 Market Neutral Lumyna-MW TOPS (MN) UCITS USD B (acc) 8,29 11,72 18,36 10,52 Jupiter Merian Glb Eq AbsRet I USD Acc 4,53 10,09 15,91 10,40 Man GLG Event Driven Alternative IN USD 8,44 8,82 8,33 JPM Europe Eq Abs Alp A perf (acc) EUR 4,45 6,07 7,41 5,22 BSF Global Event Driven X2 USD 8,36 5,99 5,46 8,86 BSF Americas Div Eq Abs Ret A2 USD 5,08 5,24 11,70 9,30 Man GLG Alpha Select Alt IL GBP 6,26 4,65 (0,87) 6,09 BSF European Absolute Return D2 EUR 3,55 4,27 (4,45) 6,49 Lumyna PSAM Global Event EUR A Acc 2,33 2,17 (7,74) 8,95 Multialternative  NN (L) Alternative Beta I Cap USD 6,79 7,47 2,52 7,84 Nordea 1 - Alpha 15 MA Fd BI EUR 5,53 7,07 (6,54) 11,77 JPM Multi-Manager Alt C (acc) EUR 5,05 4,32 1,77 7,83 Franklin K2 Alt Strats I(acc)USD 3,76 2,28 (1,34) 7,71 Aggressive Allocation ODDO BHF Exklusiv:PolarisDynamicCN-EUR 5,28 5,65 (16,20) 14,85 GNB NB Dinâmico FIMA 3,99 (12,57) 14,41 CS (Lux) Systematic Index Growth CHF B 4,42 3,13 (11,46) 13,87 Barclays GlobalBeta Port 5 C Acc GBP 5,11 3,10 (13,73) 16,04 Barclays MultiManager Port 4 R Dis GBP 3,20 1,40 (14,35) 15,46 IMGA Alocação Dinâmica R FIMA 0,68 (0,21) (15,75) 15,34 Santander Select Dinâmico B FIMA 0,30 (0,74) (15,90) 10,61 UBS (Lux) SF Gr Sust (EUR) Q-acc 0,44 (0,84) (17,60) 15,58 Allocation Miscellaneous AZ Fd 1 AZ Allc Asst Dyn FoF B-AZ Fd Acc 5,67 4,76 1,50 6,70 DWS Fixed Maturity Multi Asset 2027 3,24 (2,21) 14,06 DWS Fixed Maturity Glb BdsDyn+ 2024 II (0,00) (0,55) (4,82) 8,21 Cautious Allocation  Lazard Patrimoine SRI PC EUR 3,06 3,27 0,94 6,70 DWS Invest Conservative Opps FD 2,80 (3,38) 5,09 PIMCO GIS Strategic Inc E USD Acc 3,82 2,16 (1,25) 9,79 UBS (Lux) SF Yld Sust $ Q-acc 3,50 0,99 (8,10) 9,88 Amundi Fds Global MA Cnsrv M2 EUR C 1,86 0,78 (10,64) 7,88 ODDO BHF Polaris Moderate Cl EUR 1,39 0,32 (8,83) 6,75 Ethna-DEFENSIV T 0,60 0,23 (3,19) 6,02 Invesco Pan European Hi Inc Z EUR Acc 1,04 (0,40) (9,11) 10,89 BPI Moderado FIAF (0,27) (0,43) (8,27) 5,07 VOLAT. 3 ANOS VOLAT. 3 ANOS RETORNO ANUALIZADO RETORNO ANUALIZADO FUNDO FUNDO 5 ANOS 5 ANOS 3 ANOS 3 ANOS 1 ANO 1 ANO
PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2023

DADOS A 31/12/2022

A inflação, que tem afectado brutalmente as economias ocidentais, pode não poupar o Japão, que tem lutado durante quase

30 anos com uma tendência deflacionista nascida da maior bolha imobiliária da era moderna no final dos anos 80. Os salários podem muito bem ser o principal motor da inflação sustentável, que pode ser recebida com esperança e boa vontade, tanto pelos próprios japoneses como por nós, investidores estrangeiros.

De facto, a letargia prolongada do Japão foi acompanhada por uma queda considerável na taxa de câmbio do iene, dando à economia japonesa uma competitividade combativa reforçada por mão-de-obra barata. Pela sua parte, a racionalidade económica deveria levar à deslocalização da produção atualmente confiada a economias que se tornaram

menos competitivas do que o Japão. A contratação resultante irá eventualmente aumentar os salários e forçar o mercado de trabalho a tornar-se mais fluido. Com o tempo, o crescimento será encorajado.

A recente inflexão da política monetária japonesa a favor da valorização do iene deve ser o gatilho para a valorização da bolsa de valores. Qualquer que seja o rácio financeiro de avaliação da bolsa de valores, o Japão parece ser o mercado desenvolvido mais barato.

O ressurgimento da inflação deveria fazer-nos desaprender muito do que aprendemos nas três décadas anteriores. Provoca ansiedade, é desestabilizador, mas provavelmente necessário.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 25 BL-Global 30 B EUR 0,91 (0,62) (6,85) 4,69 Bankinter 50 PPR/OICVM B FIMA (1,00) (13,51) 11,29 NB PPR/OICVM FIMA 1,54 (1,05) (9,86) 10,09 Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR 0,36 (1,13) (11,79) 6,05 DWS Invest ESG Multi Asset Defensive LD (1,33) (13,06) 8,23 Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 WT EUR 0,11 (1,55) (12,65) 6,00 Invest Alves Ribeiro PPR FIMA 1,00 (1,70) (11,12) 10,70 Caixa Seleção Global Moderado FIMA (0,47) (1,97) (13,80) 8,44 Santander Poupança Valorização FPR FIAA (0,72) (2,09) (10,80) 5,45 UBS (Lux) SF Yld Sust (EUR) Q-acc (0,99) (2,46) (15,42) 10,38 Caixa Defensivo PPR/OICVM FIA (2,64) (10,11) 4,78 IMGA Alocação Conservadora R FIMA (1,43) (2,73) (14,99) 8,91 Caixa Seleção Global Defensivo FIMA (1,62) (2,74) (10,23) 4,74 Bankinter 25 PPR/OICVM A FIMA (1,53) (2,78) (12,39) 8,87 M&G (Lux) Optimal Income CI EUR Acc (1,06) (2,93) (11,82) 9,54 Santander Sustentável FIMA (3,11) (10,37) 5,78 BBVA DIF Multi-Asset Defensive EUR A (1,97) (3,16) (7,14) 4,56 BPI Reforma Investimento PPR/OICVM FIAPR (2,12) (4,08) (14,68) 8,58 Allianz Strategy 15 IT EUR (1,69) (4,60) (14,49) 5,16 Santander Poupança Prudente FPR FIAA (2,69) (5,06) (13,98) 6,91 Flexible Allocation  Ninety One GSF Glb Mac Allc IX Acc USD 8,73 9,05 8,59 11,14 Ruffer Total Return Intl I GBP Cap 6,05 8,04 0,53 9,34 Eurizon Flexible US Strategy Z Acc 7,13 0,37 10,77 BL-Global Flexible USD B 6,96 4,46 (6,81) 9,33 Capital Group EM Tot Opp (LUX) C 14,92 1,66 (9,37) 12,57 DWS Concept Kaldemorgen EUR SC 3,09 1,59 (3,84) 7,13 M&G (Lux) Dynamic Allocation CI EUR Acc 1,12 1,41 (2,08) 12,22 BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc 2,51 0,85 (10,95) 8,72 FvS Multiple Opportunities II IT 3,41 0,79 (12,36) 10,28 BL-Global Flexible EUR B 3,48 0,61 (9,99) 9,79 PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc 0,84 0,51 (14,17) 7,18 Moderate Allocation GSF II GS Strat Fac Allc I USD Acc 6,65 5,86 (5,95) 10,52 Allianz Income and Growth IT USD 7,70 5,51 (13,82) 14,39 Capital Group American Bal (LUX) Z 7,64 5,39 (7,20) 11,70 Capital Group Glob Alloc (LUX) C 6,47 4,34 (8,14) 10,15 abrdn Diversified Inc I MInc EUR 5,35 4,26 (1,59) 9,71 Janus Henderson Balanced A2 USD 7,48 4,07 (12,16) 12,68 BGF Global Allocation A2 4,98 3,84 (10,84) 11,71 Carmignac Pf Patrimoine Europe F EUR Acc 4,82 3,47 (12,30) 7,78 T. Rowe Price Glb Alloc Ext I USD 6,17 3,45 (9,16) 11,77 T. Rowe Price Glb Alloc I USD 6,09 3,39 (8,89) 11,38 GSF II GS Balanced Allc P USD Acc 5,19 3,35 (6,12) 10,08 GS Global MA Inc I Acc USD 5,66 2,90 (6,48) 11,60 BGF ESG Multi-Asset A2 EUR 3,43 2,74 (14,29) 10,14 MFS Meridian Global Total Ret A2 USD 4,39 2,60 (5,85) 11,26 BGF Global Multi-Asset Inc X2 USD 5,09 2,42 (5,85) 9,78 Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 W EUR 2,84 2,25 (14,42) 10,28 Acatis Value Event Fonds A 4,69 2,20 (12,44) 14,37 Jupiter Merlin Intl Bal D EUR Acc 3,24 1,93 (12,29) 11,42 Barclays MultiManager Port 3 R Dis GBP 2,37 0,37 (14,20) 13,73 BPI Dinâmico FIAF 0,43 0,26 (10,92) 7,66 Nordea 1 - Stable Return BP EUR 0,49 0,19 (8,77) 6,92 Bankinter 75 PPR/OICVM A FIMA 0,08 (0,52) (16,14) 13,79 BSF Managed Index Port Mod X2 EUR 1,90 (0,61) (13,74) 11,27 JPM Global Balanced A (acc) EUR 0,56 (0,74) (17,89) 10,56 Fidelity Glb Mlt Ast Inc Y-Acc-EUR 3,05 (0,75) (7,19) 9,48 IMGA Alocação Moderada R FIMA (0,36) (1,05) (14,49) 11,09 M&G (Lux) Income Allocation CI EUR Acc 0,93 (1,06) (12,06) 12,08 Caixa Seleção Global Arrojado FIMA 0,46 (1,44) (17,59) 12,28 Caixa Arrojado PPR/OICVM FIA (1,47) (17,50) 12,25 Barclays MultiManager Port 2 R Dis GBP 0,70 (1,49) (14,94) 11,84 JPM Global Income A (div) EUR (0,52) (1,77) (14,20) 11,71 Caixa Moderado PPR/OICVM FIA (1,81) (13,76) 8,34 UBS (Lux) SF Bal Sust (EUR) Q-acc (0,39) (1,84) (16,51) 12,74 BBVA DIF Multi-Asset Moderate EUR A (0,55) (1,96) (9,69) 7,96 Santander Select Moderado B FIMA (1,10) (2,27) (13,75) 6,83 BPI Reforma Valorização PPR/OICVM FIA (1,40) (3,22) (17,37) 13,04 Santander Rendimento FIMA (3,34) (12,04) 9,00 NN (L) First Cl MltAsst I Cap EUR (2,01) (3,53) (15,85) 6,38
E
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
SE VOLTÁSSEMOS A NOSSA ATENÇÃO PARA O JAPÃO?
VOLAT. 3 ANOS VOLAT. 3 ANOS RETORNO ANUALIZADO RETORNO ANUALIZADO FUNDO FUNDO 5 ANOS 5 ANOS 3 ANOS 3 ANOS 1 ANO 1 ANO
FRÉDÉRIC LEROUX Head of Cross Asset & Fund Manager, Carmignac

Barómetro na Europa

OS AVANÇOS E RECUOS DO MERCADO EUROPEU DE FUNDOS

A indústria europeia de fundos começou 2022 a valer 13,5 biliões de euros, mas com adversidades como a inflação, a subida de taxas ou o impacto da guerra, acabou por fechar dezembro com menos 1,62 biliões de euros.

2022 foi palco de alguns dos acontecimentos mais marcantes do primeiro quarto do século XXI. O regresso da guerra à Europa ou a morte da ilustre Rainha Isabel II, são apenas alguns exemplos. Também em 2022, o terceiro ano de Christine Lagarde à frente do BCE, foi levado a cabo o início do tapering, a par daquela que foi primeira subida de taxas em 11 anos e a mais agressiva dos últimos 20.

Num ano tão eventful os dois últimos meses não fugiram a esta tónica. Em

novembro, a Reserva Federal voltou a subir as taxas em 75 pontos base numa altura em que o país se aproximava das eleições intercalares que acabaram por deixar o Congresso dividido. Porém, os dados relativos à inflação restauraram a esperança de um abrandamento do ritmo de subidas do banco central.

E, em dezembro, a Fed não desiludiu. Após meses de subidas agressivas de 0,75%, no último mês do ano cumpriu um aumento de 50 pontos base. Deste lado do Atlântico, o Banco Central Europeu seguiu a mesma tendência do seu congénere americano e acal-

15.000.000 14.000.000 13.000.000 12.000.000 11.000.000 10.000.000 9.000.000 150.000 100.000 50.000 0 -50.000 -100.000 PATRIMÓNIO CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO E CAPTAÇÕES DE FUNDOS UCITS NA EUROPA (Em milhões de euros, inclui monetários) MÊS COM ENTRADAS LÍQUIDAS MÊS COM SAÍDAS LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMONIO 9000000 10000000 11000000 12000000 13000000 14000000 15000000 CAPTACIONES NETAS Con monetarios Sin monetarios -100000 -50000 0 50000 100000 150000 2020 2021 2020 2021 NOV. DEZ. JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ NOV. DEZ. JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 26 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO NOVEMBRO-DEZEMBRO
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS
por Catarina Vinagre

DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM DEZEMBRO

2023 PODERÁ SER UM ANO DE DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA

*Os dados do Luxemburgo incluem os fundos domiciliados em Dublin. Os monetários dinâmicos incluem-se em outros.

A pergunta que todos fazemos ao iniciarmos este novo ano é se a inflação começará a diminuir à medida que a atividade económica abranda. Se assim for, os bancos centrais deixarão de aumentar as taxas ao ritmo do ano passado e as recessões, se ocorrerem, serão provavelmente mais moderadas. Se a inflação não começar a abrandar, estaremos perante um cenário mais difícil. Felizmente, acreditamos que já há sinais convincentes de que as previsões inflacionistas estão a diminuir e que assim continuarão em 2023. É possível que a inflação não regresse rapidamente aos 2%, mas pensamos que os bancos centrais ficarão satisfeitos por abrandar o ritmo, desde que a inflação vá na direção certa. No nosso cenário central pensamos que em 2023 continuaremos num contexto de desaceleração do crescimento económico a nível global devido às condições financeiras mais restritas, a uma política fiscal menos favorável nos EUA, a incertezas geopolíticas e à perda do poder de compra das famílias. Como nos mantemos num contexto invulgar, continua a ser importante, como sempre, estar atento aos riscos que possam surgir.

MERCADO OBRIGAÇÕES AÇÕES OUTROS MISTOS MONETÁRIOS TOTAL Internacional (*) 1,958,821 2,770,165 264,851 670,385 1,084,316 6,748,539 Reino Unido 233,907 889,742 28,522 193,892 29,752 1,375,814 Alemanha 129,688 221,201 59,973 101,413 352,333 864,609 França 50,583 237,747 154,634 117,609 5,421 565,995 Suíça 182,768 255,139 30,965 49,462 34,75 553,084 Itália 76,235 320,766 3,056 66,082 0 466,14 Suécia 102,159 47,819 17,688 72,918 10,68 251,264 Espanha 44,451 29,934 2,702 119,068 4,116 200,271 TOTAL 3,023,399 5,114,082 639,376 1,571,501 1,540,691 11,889,049 MERCADO OBRIGAÇÕES AÇÕES OUTROS MISTOS MONETÁRIOS TOTAL Internacional (*) 8.231 1.599 -3.020 -3.879 18.859 21.790 Reino Unido 3.192 8.488 -819 92 -1.864 9.090 Alemanha 688 -1.925 -1.173 -2.846 19.107 13.851 França -250 2.285 -657 -600 -126 652 Suíça -3.384 -3.128 -57 327 1.127 -5.115 Itália 1.227 3.185 5 -235 0 4.182 Suécia 3.910 170 1.069 -1.906 191 3.434 Espanha -265 553 -178 -2.109 199 -1.800 TOTAL 13.614 10.674 -4.653 -9.046 37.295 47.883
EUROPA EM NOVEMBRO E DEZEMBRO
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER 2022 2022 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 27
LUCÍA GUTIÉRREZ-MELLADO Diretora de Estratégia para Espanha e Portugal, J.P. Morgan AM

mou o ritmo das subidas de taxas para 50 pontos base.

Com a inflação longe de estar controlada e com os restantes obstáculos enfrentados ao longo do ano, o mercado europeu de fundos ressentiu-se. Embora tenha começado 2022 a valer 13,5 biliões de euros, acabou por cair para valores de 2020. Em dezembro, a indústria valia 11,8 biliões de euros, o que se traduz num retrocesso de 14,81% face a janeiro. Se olharmos para a distribuição de captações nos meses em análise, as notícias são mais animadoras, já que a maioria se encontra em terreno positivo, o que nem sempre aconteceu ao longo do ano.

ISHARES BRILHA

Em novembro e dezembro, voltou a ser claro o interesse dos investidores

pelos fundos de gestão passiva, em particular pelos produtos da iShares. Quer no domínio das ações, quer no das obrigações, a entidade conseguiu captações líquidas que catapultaram vários dos seus fundos para o Top 10 dos produtos que mais captaram a nível europeu. No somatório dos dois meses, a entidade alcançou os 3.597 milhões de euros no segmento das ações e 5.637 milhões de euros no campo das obrigações.

Do lado dos multiativos e outros, há uma maior dispersão de fundos e de temáticas. Alguns dos preferidos investem em ouro, alumínio, energia ou petróleo. Contudo, o Allianz Income and Growth, um produto sob a alçada da Allianz Global Investors, continua a ser um dos fundos que mais subs-

crições líquidas encaixa. No conjunto dos dois meses, chegou aos 817 milhões de euros.

AS TRÊS GRANDES

Olhando para as gestoras, é claro o destaque da J.P. Morgan AM no segmento que inclui os monetários. No total, a firma americana encaixou 24,323 milhões de euros em novembro e dezembro.

No caso do segmento que exclui os monetários, a iShares e a Mercer Global Investments dividiram espaço sob as luzes da ribaltaEm novembro, o braço de ETF da BlackRock destacouse ao captar 8,718 milhões de euros. Em dezembro, foi a vez da Mercer brilhar ao conseguir captações na ordem dos 5,825 milhões de euros.

GRUPOS QUE MAIS CAPTAM NO MÊS NEGÓCIO INTERNACIONAL
Con monetarios Sin monetarios COM MONETÁRIOS EM NOVEMBRO JPMorgan 14,441 iShares 8,619 Amundi 7,779 Kempen 5,916 BlackRock 5,064 EM DEZEMBRO JPMorgan 9,882 Mercer Global Invest. 5,949 BNP Paribas 4,493 DWS 3,581 HSBC 3,371 SEM MONETÁRIOS EM NOVEMBRO iShares 8,718 Kempen 5,916 Hargreaves Lansdown 2,654 Lantern Structured AM 2,485 Aviva 2,214 EM DEZEMBRO Mercer Global Invest. 5.825 iShares 2.561 Sjunde AP 2.422 Vanguard 2.079 Schroders 1.396 OS FUNDOS INTERNACIONAIS UCITS QUE MAIS CAPTAM
Fonte: Morningstar e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros. EM AÇÕES FUNDO VOL. EM NOVEMBRO UBS FS MSCI ACWI SF ETF 1.152 iShares S&P 500 Energy Sect ETF 480 JPM Emerging Markets Sustainable Equity 346 BGF World Healthscience Fund 342 iShares S&P 500 Health Care Sect ETF 333 iShares S&P 500 Utilities Sector ETF 314 iShares Core S&P 500 ETF USD Dist 308 DWS Top Dividend 292 JPM Global Dividend Fund 288 UBS (Lux) FS MSCI Swtzl 20/35 263 EM DEZEMBRO iShares Core MSCI World ETF 1.018 Schroder ISF Asian Opportunities 481 iShares MSCI World SRI ETF 347 Invesco MSCI USA ETF 305 Amundi IS S&P 500 ETF 301 iShares MSCI ACWI ETF 278 Lyxor Core MSCI Japan (DR) ETF 263 Neuberger Berman US Large Cap Value Fund 261 iShares Edge MSCI USA Min Vol ESG ETF 260 iShares MSCI EM SRI ETF 259 EM OBRIGAÇÕES FUNDO VOL. EM NOVEMBRO iShares Core € Corp Bond ETF 1.166 iShares € Corp Bond ESG ETF 585 abrdn Euro Corporate Bond 545 iShares $ Corp Bond ETF 494 X Eurozone Govt Bond ETF 452 Algebris Financial Credit Fund 433 iShares JP Morgan $ EM Bond ETF 406 Blackrock ICS Euro Ultra Short Bd 388 iShares $ Treasury Bond 0-1yr ETF 381 PIMCO GIS Global Bond ESG Fund 379 EM DEZEMBRO iShares $ Treasury Bond 0-1yr ETF 616 iShares $ Treasury Bd 1-3y ETF 598 Algebris Financial Credit Fund 439 Invesco Euro Corporate Bond Fund 429 iShares Global HY Corp Bd ETF 381 iShares $ TIPS ETF 373 iShares € Corp Bond ESG ETF 352 Schroder ISF EURO Corporate Bond 329 SchroderISF BlueOrchard EM Impact Bd 318 iShares US Mortg Backed Secs ETF 286 EM MULTIATIVOS E OUTROS FUNDO VOL. EM NOVEMBRO Allianz Income and Growth 331 Man AHL Diversified (Guernsey) 135 SEB Asset Selection Fund 117 WisdomTree Aluminium 99 Lyxor Cmdts Rfntv/CrCmd CRB TR ETF 87 Graham Macro UCITS 87 BNPP E Energy & Metals Enhanced Roll 85 Lyxor CAC 40 Daily (-2x) Inverse ETF 82 Lazard Rathmore Alternative Fund 73 Pictet CH Prec Mtls Fd - Physical Gold 72 EM DEZEMBRO WisdomTree Brent Crude Oil 1,029 Allianz Income and Growth 486 UniImmo: Europa 225 Invesco Physical Gold ETC (EUR Hdg) 222 WisdomTree Broad Commodities UCITS ETF 142 abrdn Global Abs Return Strat 142 onemarkets Amundi Absolute Return Gr Fd 117 Metzler Wertsicherungsfonds 93 107 Trium ESG Emissions Impact Fund 100 onemarkets Amundi Absolute Return Gr Fd 117
NO MÊS
28 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

advantages and the ability to generate strong and sustainable returns.

n The fund invests in high-quality global companies with a focus on stock selection

n Freedom to invest without constrains allows us access to both developed and emerging markets

n High-quality research drives high-conviction portfolio of our best ideas

Risks to be aware of

This fund is subject to a range of risks from the securities it invests in and techniques it uses to achieve its objective. Investors should read the Prospectus for a full description of all risks.

Investment risks

The fund is subject to risks associated with investment in equities, portfolio concentration and currencies.

Typical investor profile

This fund is suitable for investors who can tolerate high levels of risk and volatility and have a long-term investment horizon.

Important information: TThreadneedle (Lux) is a Luxembourg domiciled investment company with variable capital (“SICAV”), managed by Threadneedle Management Luxembourg S.A.. This material should not be considered as an offer, solicitation, advice or an investment recommendation. This communication is valid at the date of publication and may be subject to change without notice. Information from external sources is considered reliable but there is no guarantee as to its accuracy or completeness. The SICAV´s current Prospectus, the Key Information Document and the summary of investor rights are available in English and/ or in Portuguese (where applicable) from the Management Company Threadneedle Management Luxembourg S.A., International Financial Data Services (Luxembourg) S.A., your financial advisor and/or on our website www.columbiathreadneedle.com. Threadneedle Management Luxembourg S.A. may decide to terminate the arrangements made for the marketing of the SICAV. Issued by Threadneedle Management Luxembourg S.A. registered with the Registre de Commerce et des Sociétés (Luxembourg), Registered No. B 110242, 44 rue de la Vallée, L-2661 Luxembourg, Grand Duchy of Luxembourg. Columbia Threadneedle Investments is the global brand name of the Columbia and Threadneedle group of companies. 02.23 | 293346_PT | 5406324
A global equity portfolio that invests in quality companies with durable competitive
www.columbiathreadneedle.pt
is a marketing communication. Please refer to the prospectus of the UCITS and to the KID before making any final investment
Threadneedle (Lux) Global Focus Focused on competitive advantage for consistent growth This
decisions.
293309_Global Focus Print Ad_Portugal_Feb 2023_170x240.indd 1 20/01/2023 16:28:10

OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE 2023 VERSÃO 2.0

CONSISTENTE • DESTACADO • BLOCKBUSTER

30 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
TENDÊNCIAS CAPA por Miguel Rêgo, CFA

carteiras multiativos,

impacto nos fundos com Rating FundsPeople.

FAQ: AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES SOBRE O RATING FUNDSPEOPLE

1. O QUE É O RATING FUNDSPEOPLE?

Uma classificação atribuída a um fundo se atender a pelo menos um dos três critérios: ser eleito como destacado pelos analistas, atrair um volume significativo de investimento no país ou ser mais consistente do que os seus pares.

2. O QUE É A CLASSIFICAÇÃO FUNDSPEOPLE+?

Uma classificação atribuída a um fundo quando atende a todos os três critérios que compõem o Rating FundsPeople em simultâneo: ser eleito como destacado pelos analistas, atrair um volume significativo de investimento no país ou ser mais consistente que os seus pares.

3. COMO POSSO CONSULTAR A METODOLOGIA UTILIZADA?

Pode consultar no nosso website ou em todas as revistas.

4. QUAL A FONTE DOS DADOS?

Os dados que suportam a seleção dos fundos destacados pelos analistas e que atraem mais investimento local são recolhidos pela FundsPeople; para blockbusters nacionais e fundos consistentes a base de dados é a da Morningstar.

Mais uniforme e mais escalável, a nova metodologia de cálculo do pilar quantitativo do Rating FundsPeople representa uma evolução na nossa abordagem. De um cálculo baseado num universo de fundos registados em Portugal, passamos para um cálculo a um nível geográfico mais amplo: os fundos registados em todos os países da zona euro. Chamemos-lhe a Evolução #1. Entram assim na nossa análise comparativa mais de 18.000 fundos de investimento disponíveis na região, que cumprem os nossos critérios de histórico e de dimensão mínima de 10 milhões de euros em ativos sob gestão a 31 de dezembro de 2022. De resto, a metodologia mantém a sua estrutura molecular, classificando os veículos de investimento que melhor se têm

5. PORQUE É QUE O MEU FUNDO PODE TER UM RATING NUM PAÍS, MAS NÃO NOUTROS?

Consideramos o universo de fundos europeus, mas restringimos o Rating aos fundos registados em cada país:

• O critério de destacado pelos analistas é único para todos os países, é mostrado se o fundo estiver registado num mercado.

• O critério de volume de investimento local é específico de cada país e resultado da consulta direta aos responsáveis pelas gestoras internacionais e de estimativas FundsPeople

• O critério de consistência é uma análise puramente quantitativa dos dados de desempenho e risco fornecidos pela Morningstar. Os fundos são comparados com os seus pares na mesma categoria Morningstar. As diferenças resultam meramente do registo ou não nos diferentes países.

6. QUANDO SÃO REVISTOS OS CRITÉRIOS QUE CONFEREM O RATING? A revisão é realizada anualmente em janeiro com dados de 31 de dezembro.

7. O RATING PODE SER ATUALIZADO CASO O FUNDO TENHA SIDO FUNDIDO OU INCORPORADO NOUTRO? Não, não é possível.

8. COMO POSSO ATINGIR UM DOS TRÊS CRITÉRIOS QUE CONCEDEM O RATING FUNDSPEOPLE?

Precisa de pelo menos cinco votos de analistas de fundos; um volume distribuído relevante em Portugal (e captações líquidas também relevantes no que diz respeito a produtos locais); e para ser consistente, um fundo deve destacar-se numa determinada relação de risco e retorno de acordo com a nossa metodologia.

9. QUAL A CLASSE QUE É UTILIZADA PARA A ANÁLISE DOS CONSISTENTES?

Selecionamos uma classe de cada fundo, com critérios que privilegiam as classes sem cobertura cambial e com um custo mais baixo, alinhado com a experiência do investidor institucional. Os critérios são refletidos nas definições de utilizador da Morningstar Direct (Set User Preferences/ User Defined Primary Criteria) e a seleção é feita automaticamente pela plataforma. A análise de risco-retorno é feita ao nível da classe do fundo, mas é o fundo que obtém o Rating FundsPeople

10. É POSSÍVEL ALTERAR A CLASSE DO FUNDO?

Em princípio não é possível. Se solicitado pela entidade gestora, terá que ser analisado caso a caso.

11. PORQUE É QUE O MEU FUNDO NÃO ESTÁ LISTADO COMO CONSISTENTE MESMO ESTANDO NO PRIMEIRO QUARTIL DE RETORNO DE ACORDO COM DIFERENTES PROVEDORES?

Na nossa metodologia não utilizamos apenas dados de rentabilidade. A volatilidade tem um peso significativo (35%). Portanto, se o fundo for mais volátil do que a média da sua categoria, pode não ser selecionado de acordo com o nosso sistema de cálculo. Além disso, escolhemos os fundos que melhor se posicionam em vários períodos temporais e utilizamos um scorecard para períodos acumulados e outro para anos individuais. Cada sistema de classificação tem uma metodologia diferente e não tem os mesmos resultados que os de outros provedores.

13. PORQUE É QUE O MEU FUNDO, EMBORA TENHA ATIVOS DE MAIS DE 10 MILHÕES DE EUROS DISTRIBUÍDOS EM PORTUGAL, NÃO ESTÁ NA LISTA DOS FUNDOS DESTACADOS PELO VOLUME DE INVESTIMENTO LOCAL?

Por um lado, consideramos o universo de fundos registados para venda no país. Por outro, no caso dos fundos internacionais, o reconhecimento de blockbuster é resultado da consulta direta aos responsáveis pelas gestoras internacionais sobre os fundos cujo volume ultrapassa determinado volume. Se não obtivermos uma resposta, não poderemos incluí-los.

Um ano de cisnes negros nos mercados de obrigações e nas
como foi 2022, teve o seu
Uma mera coincidência com o facto de termos estudado, repensado e evoluído o pilar quantitativo do Rating. Detalhamos as mudanças e descrevemos a fotografia do universo de fundos destacados pela FundsPeople em 2023.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 31

COMO SE CALCULAM OS FUNDOS CONSISTENTES DO RATING FUNDSPEOPLE

Resultado: 294 fundos consistentes em Portugal.

1 2 3 4 5

Partimos do universo de fundos registado na zna euro

Eliminamos ETF, fundos indexados, as categorias de fundos do mercado monetário, de obrigações de ultra curto prazo, maturidade ou data objetivo. Também são excluídos fundos com menos de três anos de histórico de retorno e risco e com menos de 10 milhões de euros em ativos sob gestão.

Elegemos uma classe para cada fundo com base numa ordem de critérios que favorece a classe com menor custo - mais próximo da realidade de um investidor institucional -, mas também classes sem cobertura cambial. 18.000 fundos compõem o universo de análise.

Comparamos os dados de retorno e risco dos fundos dentro de uma mesma categoria Morningstar em dois scorecards. Os fundos que coincidem nos percentis superiores em ambos, são classificados como consistentes europeus com o propósito de relevar 10% do total da oferta ou cerca de 1.800 fundos, no caso do mais recente cálculo.

Filtramos os resultados por registo no país.

Scorecard #1: dados de retorno e volatilidade em períodos cumulativos de três e cinco anos. O retorno pesa 65% e o desviopadrão, 35% Scorecard #2: dados de retorno e volatilidade em cada um dos últimos anos civis O retorno pesa 65% e o desviopadrão, 35%
TENDÊNCIAS
32 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
CAPA

OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE+ 2023 EM PORTUGAL

posicionado entre os seus peers em termos de retorno e risco em euros (desvio-padrão), nos últimos cinco anos.

Na prática, comparamos cada um dos fundos com todos os fundos da zona euro da sua categoria Morningstar utilizando dois scorecards. No primeiro, consideramos os dados de retorno e volatilidade em períodos cumulativos de três e cinco anos; no segundo, consideramos essas leituras nos últimos cinco anos civis. Em am-

bos os casos, o retorno e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Cada scorecard dá-nos uma posição relativa dos fundos dentro da sua categoria, e atribuímos Rating aos fundos melhor classificados em ambos. Aqui foi posta em prática a fase de Evolução #2: Se antes considerávamos de forma estática os fundos que se posicionavam no percentil 20 superior em cada scorecard, agora estabelecemos o objetivo de destacar um mínimo de

Não há mal que sempre dure…

tiago forte vaz, cfa Head of Intermediaries Brazil,

Portugal, Uruguay & Argentina

Em retrospetiva o ano de 2022 não deixa grandes memórias (ou melhor, grandes deixa) mas não daquelas que os investidores gostam. Parece que se conseguiu condensar num ano várias tempestades ao mesmo tempo. Aquilo que era para ser um ano mais ou menos tranquilo, que marcaria o fim da pandemia, um desacelerar da inflação com a normalização das cadeias de distribuição, tornou-se rapidamente num conjunto de crises, desde a agressiva alteração das políticas monetárias por parte dos

ComuniCação de marketing

principais Bancos Centrais liderados pela Fed, com a crise geopolítica gerada com a invasão da Ucrânia pela Rússia e a consequente crise energética que mais não fez que intensificar a inflação. É caso para dizer que o que podia ter corrido mal, correu mesmo mal.

Na verdade estas diferentes crises acabaram por resultar num dos piores anos para os mercados financeiros que há registo, e nalgumas classes de activos pode-se mesmo falar no pior ano de sempre. Uma dessas classes foi a obrigações, e isso é ainda mais importante, pelo facto que esta corresponde a uma parte significativa das carteiras dos investidores portugueses, e por isso o seu impacto foi fortemente sentido.

Este material é destinado apenas a investidores profissionais. Não se destina à distribuição a qualquer pessoa ou entidade que seja cidadão ou residente de qualquer localidade, estado, país ou outra jurisdição onde tal distribuição, publicação ou utilização seja contrária à lei ou regulamento. Todos os investimentos envolvem riscos, incluindo o risco de perda do capital inicial investido. As informações e dados apresentados neste documento não devem ser considerados como uma oferta ou solicitação de compra, venda ou subscrição de títulos ou instrumentos financeiros ou serviços.

10% da oferta europeia de fundos. Isto faz com que o percentil considerado se torne dinâmico.

São cerca de 1.800 os fundos consistentes europeus, segundo os nossos critérios. Já os registados em Portugal e que, portanto, ostentam o Rating FundsPeople 2023 pela via quantitativa, são 294. Contudo, tivéssemos nós mantido o percentil estático de anos anteriores, o impacto dos cisnes negros de 2022 teria sido importante e re-

Mas o outro lado da moeda das fortes correções a que assistimos em 2022 na classe de obrigações, é que as valorizações vieram para patamares muito mais atrativos. Na Pictet aM acreditamos que a obrigações tem hoje, em termos relativos, uma maior atratividade a curto/médio prazo que a ações. E se ainda existe incertezas quando à evolução da inflação, de uma recessão económica, a verdade é que acreditamos que o ano de 2023 irá permitir pontos de entrada em obrigações com uma perspetivas que não víamos há muito tempo. É tempo de voltar a pensar em obrigações.

FUNDO ENTIDADE GESTORA CATEGORIA Amundi Funds - Global Multi-Asset Conservative Amundi Cautious Allocation Nordea 1 - European Covered Bond Opportunities Fund Nordea AM Europe Fixed Income Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund Nordea AM Global Equity Mid/Small Cap Ruffer SICAV - Ruffer Total Return International Ruffer Flexible Allocation Fonte: FundsPeople e Morningstar.
Fonte: FundsPeople e Morningstar. AS ENTIDADES
DE
COM RATING FUNDSPEOPLE 2023 EM PORTUGAL ENTIDADE FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE 2023 J.P. Morgan AM 40 BlackRock 37 Schroders 24 Fidelity International 22 Goldman Sachs AM 21 Franklin Templeton 20 Pictet AM 19 DWS 16 M&G Investments 16 PIMCO 15 Janus Henderson 13 BlueBay 12 Nordea AM 12 Allianz Global Investors 11 T. Rowe Price 11 Wellington Management 11 Jupiter AM 10 UBS AM 10 Candriam 9 Carmignac 9 abrdn 8 AXA IM 8 Caixa GA 8 Columbia Threadneedle 8 Invesco 8 Morgan Stanley IM 8 GNB GA 8 Robeco 8 BNP Paribas 7 Man Group 7 Santander AM 7 Amundi 6 BNY Mellon 6 GAM 6 IMGA 6 Lazard 6 BPI GA 6 AllianceBernstein 5 Banque de Luxembourg Investments 5 Capital Group 5 Natixis 5 Neuberger Berman 5 Nomura AM 5 Polar Capital 5 Vontobel AM 5 TENDÊNCIAS CAPA 34 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
GESTORAS COM MAIS
CINCO FUNDOS

NO TOTAL, FALAMOS DE 604 FUNDOS DE INVESTIMENTO COM RATING FUNDSPEOPLE 2023 EM PORTUGAL

duziria para cerca de metade os fundos que ultrapassariam este filtro.

Mas não é apenas por esta via que um produto entra no nosso radar. Além de se poderem destacar por 1: demonstrar resultados de retorno e risco que os posicionam como os mais consistentes na sua categoria, os fundos podem destacar-se por 2: ocupar o top of mind dos selecionadores e analistas de fundos de investimento ou 3: atrair um volume significativo de ativos em Portugal. Detalhamos os pilares 2 e 3.

DESTACADOS

São fundos que acumulam um mínimo de cinco votos de selecionadores e analistas de fundos no inquérito anual realizado em Espanha, Portugal e Itália. Neste inquérito, onde pedimos a cada profissional um máximo de 10 fundos que sobressaem pelas suas características únicas, votam todos os anos mais de 100 analistas de fundos. Este ano, 24 fundos cumprem este critério.

INVESTIMENTO LOCAL

Estes são os fundos que atraem mais capital de investidores nacionais, ou seja, são produtos que apresentavam um volume significativo de ativos entre investidores portugueses, a 31 de dezembro de 2022. Para se destacar por este critério, um fundo de uma entidade gestoras internacional necessita de ter um negócio mínimo de 10

milhões de euros neste mercado. Por outro lado, para os produtos locais, é-lhes exigido um património mínimo de 50 milhões de euros e que tenham experimentado fluxos líquidos positivos acumulados durante três anos de mais de 25% da sua carteira no final de 2022. Existem 317 fundos estrangeiros e 33 fundos portugueses que excedem estes limites. No total, 350 produtos registados em Portugal sobressaem por este pilar.

FUNDSPEOPLE+

No total, falamos de 604 fundos de investimento com Rating FundsPeople 2023 em Portugal. E de todos estes, apenas quatro cumprem os três critérios em simultâneo, um reconhecimento que os torna dignos da classificação do Rating FundsPeople+. Ênfase no apenas. No ano passado, eram 15 os fundos que obtinham esta classificação. Mais uma vez, o comportamento atípico dos mercados em 2022 transparece nos Ratings FundsPeople e faz com que menos fundos sobressaiam pelos três critérios.

Em suma, 2023 não é só mais um ano em que destacamos aquela que é, na nossa opinião, a melhor oferta de fundos em cada país. É, isso sim, um ano em que o Rating evolui e se torna mais abrangente. Um reflexo da vontade da FundsPeople para fazer mais e chegar mais longe.

UMA OPORTUNIDADE HISTÓRICA NO CRÉDITO

O aumento dos rendimentos e dos diferenciais de crédito está a oferecer uma oportunidade histórica para os investidores em obrigações. Na última década, estes dois elementos tinham-se conjugado de uma forma que trouxe o retorno das obrigações empresariais para um patamar entre 1% e 3%, mas estes valores praticamente duplicaram, o que nos coloca numa situação que não se via desde a crise financeira de 2008. Esta janela de oportunidade não irá, no entanto, permanecer aberta por muito tempo: as empresas tenderão a ser cada vez a ser mais cautelosas na hora de emitir dívida a este nível de custos, o que levará, a médio prazo, à normalização dos rendimentos.

Aproveitar esta janela de oportunidade implica, ainda assim, ter em consideração que o contexto macroeconómico permanece desafiante e tem afetado até mesmo as empresas a que reconhecemos melhor qualidade. Será, por isso, essencial levar a cabo uma seleção criteriosa, identificando emitentes com balanços fortes e protegidos, suscetíveis de melhorar com o efeito da inflação, ou empresas com modelos de negócio resilientes à desaceleração.

Neste sentido, estamos menos otimistas relativamente aos emitentes das indústrias cíclicas – como a automóvel ou de consumo – e, em vez delas, a nossa preferência dirige-se às empresas com balanços estáveis que atuam em setores como o imobiliário, os transportes e as utilities. Por fim, importa potenciar as oportunidades que surgem na estrutura de capital, tirando proveito das ineficiências do mercado.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
MÁRIO PIRES Diretor de Clientes Institucionais e do Mercado Português, Schroders
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 35

O DESTAQUE DOS SELECIONADORES DO SUL DA EUROPA

O destaque do coletivo dos analistas e selecionadores de fundos do sul da Europa volta a refletir-se no Rating FundsPeople

28 fundos de investimento sobressaem dos demais por ocuparem o top of mind dos profissionais.

Nas edições mais recentes da revista FundsPeople centrámos a atenção nos fundos de investimento que os selecionadores e analistas de fundos destacavam em cada um dos países. Como habitual, foram pedidos a cada analista um máximo de 10 fundos a sobressair pela sua gestão ou caraterísticas excecionais. E cerca de uma centena de

profissionais providenciaram a sua seleção. Em cada país o mix de fundos votados não foi de todo homogéneo e essa heterogeneidade é o que dá tanto valor ao agregado das seleções de tantos profissionais em realidades tão distintas.

Diferentes tipologias de clientes, distintas formas de abordar a seleção de fundos, diferentes opiniões e necessidades configuram um elevado nível de

por Miguel Rêgo
36 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO TENDÊNCIAS NEGÓCIO

FUNDOS DESTACADOS

sabedoria da multidão - ou wisdom of the crowd, em inglês - ao conjunto dos fundos destacados pelos analistas do sul da Europa. É também esse conjunto reduzido de estratégias de investimento que conquista o Rating FundsPeople 2023 por acumular cinco votos ou mais, em todo este processo. São 28 os fundos que sobressaem entre os profissionais. E se em 2022 a lista dos mais votados era lide -

FUNDOS DESTACADOS

PELOS ANALISTAS NO RATING FUNDSPEOPLE

Os fundos que acumulam cinco votos ou mais dos analistas e selecionadores de fundos de Portugal, Espanha e Itália e se encontram registados no respetivo país, recebem o Rating FundsPeople nesse país. Na tabela mostramos todos os fundos europeus que acumulam cinco votos, mas apenas os que estão registados para comercialização em Portugal recebem o Rating FundsPeople 2023 por esta via. 24 fundos cumprem estes critérios em Portugal.

CERCA DE UMA CENTENA DE

Fonte: Elaboração própria.
PROFISSIONAIS PROVIDENCIARAM A SUA SELEÇÃO E EM CADA PAÍS O MIX DE FUNDOS VOTADOS NÃO FOI DE TODO HOMOGÉNEO
PELOS ANALISTAS DO SUL DA EUROPA NOME VOTOS PT VOTOS IT VOTOS ES VOTOS TOTAIS REPETE DE 2022 RATING 2023 Ruffer Total Return International 14 3 8 25 Sim DWS Concept Kaldemorgen 7 4 6 17Lumyna MW TOPS UCITS Fund 5 5 4 14PIMCO GIS Income Fund 5 1 7 13 Sim Nordea 1 Global Climate and Environment Fund 6 1 2 9 Sim Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund 2 1 6 9 Sim BlackRock Global Funds World Healthscience Fund 6 2 1 9Algebris Financial Credit Fund 1 3 5 9 -Jupiter Dynamic Bond 6 0 2 8 Sim Eleva Absolute Return Europe 3 3 2 8 Sim DNCA Invest Alpha Bonds 2 2 4 8 Seilern World Growth Fund 0 0 7 7 SimMorgan Stanley Investment Funds Global Brands Fund 5 0 2 7 Sim Robeco BP Global Premium Equities 1 0 6 7 Sim M&G (Lux) Global Listed Infrastructure Fund 3 4 0 7M&G (Lux) European Strategic Value Fund 1 2 4 7Flossbach von Storch Bond Opportunities 1 0 5 6 Sim Nordea 1 Stable Return Fund 2 2 2 6AB SICAV I Select US Equity Portfolio 1 2 3 6Nordea 1 Global Stable Equity Fund 2 0 4 6Robeco BP US Premium Equities 1 0 5 6Redhedge Relative Value UCITS Fund 0 5 0 5 -Fidelity Funds America Fund 4 1 0 5Nordea 1 European Covered Bond Opportunities Fund 1 3 1 5DWS Invest Top Dividend 2 2 1 5Amundi Funds Global Multi-Asset Conservative 1 2 2 5Man GLG Alpha Select Alternative 0 2 3 5Magallanes European Equity FI 1 0 4 5 -JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 37

TENDÊNCIAS NEGÓCIO

rada por um fundo de obrigações, em 2023, é um multiativos flexível que sobressai. O Ruffer Total Return International destrona, assim, o Jupiter Dynamic Bond, que liderou esta votação durante três anos consecutivos. O fundo da boutique de investimento britânica atingiu a marca dos 25 votos.

Seguem-se em 2023 um outro multiativos flexível, o DWS Concept Kaldemorgen, um fundo market neutral, o Lumyna MW TOPS UCITS

Fund e o conhecido fundos de obrigações PIMCO GIS Income Fund, com votos na casa dos dois dígitos. A Nordea AM é a entidade gestora que se destaca com quatro fundos na lista, com o Nordea 1 Global Climate and Environment Fund, com nove votos, a sobressair dos demais.

Não obstante a viragem no sentido dos multiavos na liderança, o mix de categorias não mudou sobremaneira relativamente ao ano passado. Cerca de metade dos fundos são fundos de

CERCA DE METADE DOS FUNDOS SÃO FUNDOS DE AÇÕES, ENQUANTO QUE UM QUARTO SÃO FUNDOS DE OBRIGAÇÕES, EM LINHA COM A SELEÇÃO DE 2022 DISTRIBUIÇÃO POR CATEGORIA DOS FUNDOS MAIS VOTADOS 14% 25% 11% 50%
ALOCAÇÃO ALTERNATIVOS AÇÕES OBRIGAÇÕES
Fonte: FundsPeople e Morningstar.
38 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

O REGRESSO DAS OBRIGAÇÕES DE FORMA SELETIVA

ANOS CONSECUTIVOS NO RANKING DOS MAIS VOTADOS

ações, enquanto que um quarto são fundos de obrigações, em linha com a seleção de 2022.

CONTINUIDADE SINGULAR

Analisando a consistência de presenças na lista dos fundos destacados pelos analistas do sul da Europa, concluímos que 10 fundos repetem esta posição face ao ano passado, mas apenas quatro o fazem por três anos consecutivos. Estes quatro incluem o fundo líder no ano, o Ruffer Total

Return International, mas também o Jupiter Dynamic Bond, líder nos três anos anteriores.

Destaque ainda para o Eleva Absolute Return Bond, que ocupa o top of mind dos analistas também em quatro anos consecutivos. Finalmente, mas ainda mais relevante, o único fundo de investimento que perfaz cinco anos consecutivos nesta lista destacada, o Seilern World Growth Fund, o fundo de ações mundiais da Seilern Investment Management.

Após um dos piores anos para praticamente todas as classes de ativos, é um feito que as obrigações voltem a ser novamente atrativas após anos de políticas ultraexpansivas dos Bancos Centrais. No entanto, não nos devemos esquecer que a volatilidade dos mercados e as subidas das taxas vão continuar e, por isso, devemos ser cautelosos e dar ainda mais importância à gestão ativa.

Neste contexto, precisamos de ser seletivos e o suficientemente flexíveis para nos adaptarmos à atual conjuntura de mercado. Dentro da equipa de Crédito Euro da AXA IM, composta por 120 profissionais que gere cerca de 218.000 milhões de euros*, o responsável da equipa, Ismael Lecanu, destaca o fundo AXA WF Euro Credit Total Return. Um fundo com uma abordagem de retorno total no qual investem as suas melhores convicções numa carteira de qualidade de crédito de investment grade médio e com uma margem de duração de -2 a 6 anos.

Com esta solução, procuram aproveitar as oportunidades oferecidas pela mudança de paradigma no mercado de obrigações europeias através de um fundo que reúne as melhores ideias da equipa e que foi premiado com cinco estrelas pela Morningstar.

SEILERN WORLD GROWTH FUND JUPITER DYNAMIC BOND ELEVA ABSOLUTE RETURN EUROPE RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL PIMCO GIS INCOME FUND NORDEA 1 GLOBAL CLIMATE AND ENVIRONMENT FUND MUZINICH ENHANCEDYIELD SHORT-TERM FUND MORGAN STANLEY INVESTMENT FUNDS GLOBAL BRANDS FUND ROBECO BP GLOBAL PREMIUM EQUITIES FLOSSBACH VON STORCH BOND OPPORTUNITIES Fonte: FundsPeople. 5 4 4 3 2 2 2 2 2 2
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
JUAN CARLOS DOMÍNGUEZ Responsável de Aconselhamento, AXA IM para Espanha e Portugal
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 39

O RETORNO OBRIGAÇÕES

Após um ano de quedas recorde, a opinião dos especialistas é quase unânime: estamos perante uma oportunidade histórica para investir em obrigações. Do lado cauteloso também há acordo: ainda há demasiada incerteza e se se começar a investir já, o curto prazo pode ser acidentado. É preciso ser-se seletivo.

Jeremy Cunningham, diretor de Investimentos em Obrigações da Capital Group, contextualiza: “2022 não foi apenas um mau ano para as obrigações do Tesouro dos EUA, foi também o pior desde 1970”. O mercado de obrigações enfrentou três fatores negativos. “O primeiro é o drástico aumento das yields. Em segundo lugar, isto aconteceu num período muito curto de apenas dois meses. Por último, começamos este período de volatilidade com yields muito baixas a nível histórico”.

Esta combinação levou as yields to maturity das obrigações do Tesouro

dos EUA a atingir rapidamente o que para Raymond Sagayam, diretor de Investimentos de Obrigações na Pictet AM, são níveis razoáveis. Na sua opinião, “aumentaram o suficiente para que os investidores pudessem sofrer quedas adicionais significativas dos preços das obrigações e ainda assim obter um retorno positivo real”. Os investidores em obrigações voltam a ver-se compensados pelo risco, o que para o gestor é “uma mudança extraordinária”.

Chegados a este ponto, a atenção está no equilíbrio entre a inflação e a atividade económica e nos seus efeitos sobre as decisões dos bancos centrais.

SOBERANOS E CRÉDITO

Para Paul Brain, responsável de Obrigações da Newton (BNY Mellon IM), é necessário não esquecer que “os bancos centrais vão continuar a subir as taxas de juro, que a inflação continua muito mais elevada do que as yields das obrigações

40 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
TENDÊNCIAS
GESTÃO
Os atuais níveis podem permitir uma entrada diversificada através de diferentes ativos de dívida, embora seja preciso prestar atenção à evolução da inflação.

DAS OBRIGAÇÕES

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 41
Fonte: Bloomberg Finance LP. DWS Investment GmbH a 12/2/22. AS YIELDS DAS OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS DA ZONA EURO SUPERAM AGORA A YIELD DOS DIVIDENDOS 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Percentagem EUROSTOXX 50 EUR INVESTMENT GRADE

e que os mercados de trabalho continuam ajustados”.

O especialista considera que os mercados estão a descontar uma recessão em muitas economias na primeira metade de 2023, o fim das subidas das taxas de juro por parte dos bancos centrais e uma inflação muito mais baixa. “A receita para um aumento está aí, mas, como de costume, pode passar do ponto”, avisa.

Cunningham partilha da cautela e alerta para dois riscos importantes.

“Um, que a inflação possa estar mais estruturalmente enraizada devido às alterações nos mercados de trabalho, o que obrigaria a Fed a aumentar mais as taxas de juro. O segundo é que aumentar as taxas num contexto de maior inflação pode afetar a estabilidade financeira”. Um risco que considera muito mais acentuado na Europa, onde o BCE está mais próximo do fim do seu ciclo de subidas.

Feitos os avisos pertinentes, é hora de pensar que classes de ativos de rendimento fixo podem ser interessantes. Para Sagayam, “historicamente, esta etapa do ciclo em que as taxas de juro continuam a subir, mas a inflação se estabiliza, favorece a dívida soberana dos países desenvolvidos, embora a sua atratividade varie em função das yields reais, da divisa e do grau de vulnerabilidade face às saídas de capitais”.

Mondher Bettaieb-Loriot, responsável de Obrigações Corporativas na Vontobel AM, mostra-se otimista

com os fundamentais de crédito com investment grade. “Acreditamos que os spreads podem ter atingido os seus máximos para este ciclo, uma vez que as métricas do crédito são muito mais fortes do que eram durante a pandemia. Por exemplo, o endividamento é, atualmente, muito menor, cerca de duas vezes face a 3,2 vezes durante a COVID-19 e os spreads não estão muito longe dos níveis máximos dessa época”. Na sua opinião, o nível de spreads não está justificado tendo em conta a menor alavancagem.

Além dos fundamentais, Felix Freund, responsável de Crédito Europeu da abrdn, destaca a atratividade de retornos desta classe de ativos. “As yields de mais de 4% são muito atrativas no contexto histórico e os retornos são mais elevados se se investir em crédito durante uma recessão e se se capturar a seguinte recuperação”. Freund espera que os spreads diminuam em 100 pontos base dos níveis atuais para as médias a longo prazo durante a fase de recuperação em 2023. “Estas mais-valias de 4%5% juntam-se à yield atual de mais de 4%, assumindo que os retornos das obrigações do Estado se mantêm sem alterações”, afirma.

No entanto, o facto de os mesmos bancos centrais que utilizaram o efeito riqueza para sustentar a procura após a grande crise financeira mundial de 2008 poderem utilizar o efeito negativo para suprimir a procura e a inflação

DIZ
POSITIVO”
CUNNINGHAM
“OS MERCADOS EMERGENTES ESTAVAM E ESTÃO MUITO ADIANTADOS NO QUE
RESPEITO AO CICLO DE ENDURECIMENTO E ESTÁ A FUNCIONAR. É UM PANORAMA MUITO MAIS
JEREMY
(CAPITAL GROUP)
42 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO TENDÊNCIAS GESTÃO

preocupa Patrick Vogel, responsável de Crédito da Schroders. Para o gestor, a possível queda da procura “representa um desafio para o panorama económico e significa que as empresas cíclicas serão menos capazes de dar resposta às suas dívidas. O posicionamento deve refletir este facto com mais crédito não cíclico e menos crédito cíclico”.

EMERGENTES

Convém não esquecer a dívida emergente que, para Cunningham (Capital Group), pode beneficiar do facto de “a memória da inflação nestes mercados ser mais fresca do que nos países desenvolvidos. Assim que a pressão inflacionista começou a materializar-se, começaram a aumentar as taxas de juro, muitos meses antes da Fed no primeiro trimestre de 2021. Os mercados emergentes estão muito avançados no que diz respeito ao ciclo de endurecimento e está a funcionar”. Tudo isto leva-o a esperar um panorama mais positivo para este segmento da dívida.

Em suma, parece que, tendo em conta os atuais níveis, a entrada nas obrigações pode-se ir construindo com uma certa diversificação através de diferentes classes de obrigações, com retornos atrativos que darão uma melhor proteção e com uma das melhores valorizações relativas no que diz respeito às ações dos últimos anos. Talvez o pior tenha ficado para trás, mas haverá solavancos no caminho.

“OS INVESTIDORES EM OBRIGAÇÕES VOLTAM A VER-SE COMPENSADOS

A RÁPIDA REABERTURA MELHORA AS PERSPETIVAS DE INVESTIMENTO NA CHINA

A China optou por uma saída ao estilo Big Bang das políticas de zero COVID, ou seja, que o pico das infeções seja ultrapassado o mais rapidamente possível, em vez de continuar com um processo gradual. Assim, acreditamos que o impacto económico da crise do COVID se concentrará no primeiro trimestre de 2023 e que a recuperação do consumo e da atividade começará a partir de fevereiro. Uma reabertura total é, portanto, provável no primeiro trimestre de 2023, o que é um bom sinal para as perspetivas de investimento a médio prazo. Como resultado, acreditamos que as empresas que mais vão beneficiar desta reabertura podem ter um desempenho significativamente superior à média do mercado de capitais chinês nos próximos meses. Onde estão essas oportunidades concentradas? Os setores dos equipamentos farmacêuticos e médicos, os bens de consumo, a internet, os transportes, os bens de equipamento e os materiais devem ser os principais vencedores da reabertura do país. No que diz respeito ao crédito chinês, estamos mais otimistas em relação às obrigações relacionadas com o setor imobiliário investment grade e encontramos oportunidades atrativas em determinadas emissões high yield. O petróleo e o yuan também deverão beneficiar da reabertura acelerada da China.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
DIOGO GOMES Senior CRM, UBS AM Iberia
PELO
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 43
RISCO, O QUE É UMA MUDANÇA EXTRAORDINÁRIA” RAYMOND SAGAYAM (PICTET AM)

O QUE DÁ O EDGE AOS MAIORES HEDGE FUNDS?

Entrámos no mundo sombrio dos hedge funds. Um universo a que poucos têm acesso e que apresenta retornos históricos muito elevados e com pouca correlação com o mercado acionista.

44 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

AS CINCO MAIORES GESTORAS DE HEDGE FUNDS

Em mil milhões de dólares.

Os primeiros veículos de investimento disponíveis apenas para investidores com elevado património financeiro surgiram durante o histórico bull market da década de 1920. No entanto, apenas em 1949 surgiu o termo hedge fund, quando Alfred Winslow Jones pretendia descrever um fundo hedged porque

tinha posições curtas para reduzir risco de mercado. O tipo de instrumento tornou-se popular e o nome mantevese, apesar de nem todos utilizarem esta estratégia em particular.

Ao longo dos anos, os hedge funds tornaram-se cada vez mais populares entre os investidores institucionais. Hoje em dia, existem aproximadamente 15 mil hedge funds em todo o mun-

do, e os seus ativos sob gestão ultrapassam os 4,5 biliões de euros, segundo a Pensions & Investments. Quais são os atuais colossos deste segmento? Recorremos ao relatório semestral lançado por esta entidade para definir as cinco entidades gestoras com mais ativos sob gestão. Apresentamos-lhe em seguida as principais gestoras, os seus líderes e ainda os seus fundos bandeira.

Bridgewater Associates Man Group Renaissance Technologies Millennium Management Citadel
126,4 73,5 57 54,97 52,97
Fonte: The Pensions & Investments annual ranking of largest hedge funds. Dados apresentados à data de 30 de junho de 2022.
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BRIDGEWATER ASSOCIATES

RAYMOND DALIO, FUNDADOR

É a maior gestora de hedge funds do mundo. Rege-se pelos valores muitas vezes proclamados pelo seu líder, com uma abordagem que visa obter retornos positivos em todos os cenários de mercado. Na entidade têm uma filosofia concreta: construir portefólios tendo por base a alocação de risco é mais eficiente do que fixar na alocação de capital. Para a entidade é importante que os investidores diferenciem a alocação estratégica (beta) da alocação tática (alfa).

PURE ALPHA FUND

A Bridgewater Associates gere três hedge funds: um portefólio de gestão ativa (Pure Alpha), um portefólio equivalente, mas com um menor universo investível (Pure Alpha Major Markets) e um asset allocator talhado para qualquer cenário macroeconómico (All Weather). O Pure Alpha é o flagship e faz apostas direcionais em vários mercados (incluindo ações, obrigações, matériaprima e forex), prevendo tendências macroeconómicas com a ajuda de modelos financeiros e algoritmos informáticos.

MAN GROUP

LUKE ELLIS, ATUAL DIRETOR EXECUTIVO

É provavelmente a empresa que mais se destaca na lista de maiores gestoras de hedge funds. Tem sede britânica e é cotada na bolsa de Londres. O grupo foi fundado em 1783 por James Man, no entanto, só 200 anos depois, em 1983, entrou no universo da gestão de ativos. O grupo foi crescendo através de diversas aquisições, sendo as mais notórias a do atual Man AHL (1987) e a do GLG Group (2010). Atualmente conta com cinco subsidiárias diferentes.

MAN AHL ALPHA

O principal hedge fund, a cargo da subsidiária Man AHL, é o Man AHL Alpha. Este fundo pode definir-se como um trend follower que tem em vista criar retorno através de um número elevado de transações espalhadas por diversas classes de ativos e países. Este estilo de investimento “é comprovado por séculos de observações e uma enorme quantidade de literatura associada sobre o mesmo”.

RENAISSANCE TECHNOLOGIES

JAMES SIMONS, FUNDADOR

A gestora americana foi fundada em 1982 pelo matemático Jim Simons. O background do fundador deu o mote para a metedologia que utilizam, já que a entidade se destaca por utilizar modelos matemáticos e algoritmos para gerir todos os seus portefólios. Utilizam portanto sistemas e modelos que são resultado do esforço contínuo de pesquisa feito pela equipa, que conta com qualificações avançadas no campo da matemática e da ciência.

MEDALLION FUND

A estratégia de referência da gestora, o Medallion fund, é considerado por muitos o melhor portefólio de sempre. A Cornell Capital Group (gestora de investimentos americana), numa análise ao hedge fund, destaca os níveis de performance do mesmo. Desde a sua criação, conta com um retorno anualizado líquido que ronda os 39%. O fundo nunca registou um ano negativo, mesmo ultrapassando crises como a crise das dot.com e a grande crise financeira. É gerido recorrendo apenas a algoritmos, ou seja, com zero intervenção humana na tomada de decisão.

46 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

MILLENNIUM MANAGEMENT

ISRAEL ENGLANDER, FUNDADOR

A entidade fundada por Izzy Englander em 1982 destaca-se das demais pela liberdade acrescida que oferece aos seus gestores. A equipa de gestão é formada por pequenas equipas que contribuem para o sucesso da empresa. O que a entidade reporta é que cada equipa de gestão é livre de tomar as suas decisões de investimento, mas sempre dentro do quadro de risco da instituição, conhecido pela sua rigidez e pouca tolerância. Recentemente, Izzy Englander tem feito um esforço para aumentar o período de lockdown do dinheiro investido no seu fundo. Este processo levou à liquidação de cerca de 16 mil milhões de dólares investidos numa classe que possibilitava o resgate total no espaço de um ano em substituição de uma que apenas permite o resgate no espaço de cinco anos.

MILLENNIUM PARTNERS FUNDS

Muita tinta corre sobre o modus operandi do principal fundo desta entidade gestora. A Mondrian Alpha, entidade que providencia soluções de crescimento aos gestores do buy-side, explica que o fundo principal da casa diversifica o investimento através das diferentes estratégias promovidas pelos gestores de portefólios. É atribuída uma percentagem do património a cada equipa de gestão que é ajustada consoante a sua performance e cumprimento dos limites. São quatro os principais grupos de estratégias onde as equipas de gestão se focam, desde ações fundamentais de valor relativo à arbitragem no mercado acionista, passando por obrigações e modelos quantitativos.

A mesma entidade explica também que cada estratégia conta com os seguintes limites por ciclo (45 a 90 dias úteis): volatilidade média inferior a cerca de 3%, máximo drawdown acumulado de aproximadamente 4% e um value at risk entre 1,75% e 2%.

CITADEL

KENNETH GRIFFIN, FUNDADOR

A Citadel é conhecida por dominar o serviço de execução de ordens americano. Ao todo, estima-se que 40% de todas as ordens executadas passem por esta entidade. Este fenómeno traz uma vantagem competitiva importante porque permite aceder a informação sobre o volume de ordens antes da concorrência, permitindo antecipar movimentos, enquanto torna mais barata a execução das próprias operações.

CITADEL WELLINGTON

MULTI-STRATEGY FUND

A Citadel esteve recentemente no escrutínio público dada a sua relação com a broker Robinhood. É prática recorrente o pagamento de um montante pelo acesso à data resultante das ordens dos investidores de retalho, no entanto, os acontecimentos relacionados com a GameStop trouxeram luz ao tema que pode estar perto de chegar ao fim. Apesar de toda a polémica, dados da Reuters apontam que este hedge fund gerido pela Citadel está a ter um ano de 2022 muito positivo, em contraste com a generalidade dos mercados. No final de novembro de 2022, o fundo alegadamente apresentava uma rentabilidade desde o início do ano de 32%.

MULTIATIVOS: ENCONTRAR RENDIMENTOS EM MERCADOS INCERTOS EM 2023

Vemos um aumento das oportunidades nos multiativos, pois acreditamos que algumas classes de ativos serão significativamente reavaliadas este ano. São três os fatores que estão a impulsionar os mercados: inflação, abrandamento económico e as respostas dos bancos centrais. Continuamos a ver os bancos centrais a endurecerem as condições financeiras para combater a inflação, que esperamos que atinja o pico em 2023. Mas, isto terá como consequência o abrandamento económico e os mercados irão mudar o seu foco da inflação para o abrandamento do crescimento. Continuamos defensivamente posicionados, com uma visão cautelosa do crédito e das ações com mais risco, já que os spreads continuam demasiado rígidos para compensar possíveis incumprimentos, enquanto as expectativas de lucros continuam elevadas. As obrigações do Estado terão um papel crescente nos portefólios e oferecerão diversificação e retornos mais elevados. Ao longo do ano, e à medida que as valorizações se ajustam nas ações e no high yield, voltaremos a apostar em risco. As recentes reavaliações dos preços são uma oportunidade para aumentar as nossas distribuições de rendimento. A política dos bancos centrais é chave e os riscos são a velocidade e o número de aumentos que existirão e que podem abrandar a economia. Já a China terá de ser vigiada devido à potencial deterioração da relação com os EUA, à inflação e à evolução da crise do COVID.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ANA CARRISSO Gestora sénior de Vendas para Espanha e Portugal, Fidelity International
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 47
As fotografias foram retiradas do website oficial da entidade gestora, com a exceção da fotografia de James Simons que foi retirada do website da Bloomberg.

UMA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS DE 23 MIL MILHÕES DE EUROS

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social tem um papel crucial na vida dos portugueses, contando já com três décadas de existência. Veremos como este fundo se posiciona nos mercados contemporâneos.

FEFSS
48 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO TENDÊNCIAS
FINANCEIRA
PLANIFICAÇÃO

OFundo de Estabilização Financeira da Segurança

Social (FEFSS) vai já em mais de 23 mil milhões de euros. Ou pelo menos ia, no final de 2021. O fundo que gere uma parcela do valor das quotizações dos trabalhadores por conta de outrem, os saldos do sistema previdencial e os excessos do património da Segurança Social, atingiu no final desse ano os 23,18 mil milhões de euros. Dados mais recentes só serão divulgados mais tarde, no presente ano.

Será a almofada proporcionada por este fundo suficiente para as necessidades atuais? Para João Pratas, presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios, os 23 mil milhões geridos pelo FEFSS são insuficientes, e, tomando a Suécia como exemplo, lembrou que o produto homólogo deste país apresenta já uma dimensão de cerca de 200 mil milhões de euros, cerca de um terço do PIB. “Quando na Suécia transitaram para um regime misto no final dos anos 90, o fundo já suportava muito as necessidades que iam existir para lá dos anos da transição”, recordou o profissional, enfatizando assim a importância do veículo.

COMPOSIÇÃO

Mas olhemos para a composição do fundo. São quatro as subcarteiras que o compõem. A mais significativa é a carteira de dívida pública portuguesa, que representa 51,53% do portefólio total, dos quais 40,78 pontos percentuais consistem em obrigações do tesouro e 10,75 correspondem a certificados especiais de dívida de curto prazo.

À carteira de dívida pública portuguesa juntam-se as carteiras complementar, reserva estratégica e benchmark. Tal como podemos ler no relatório e contas do FEFSS, a carteira complementar “visa agregar investimentos que contribuem para a melhoria do perfil risco-retorno do FEFSS”. A carteira benchmark “visa a obtenção de retorno em excesso em relação ao benchmark aprovado pela tutela, composto por ativos de elevada liquidez (ações de elevada capitalização bolsista e dívida governamental, de países da OCDE). Na carteira reserva

A DÍVIDA PÚBLICA

DE

DO

PORTUGUESA PESA
COMPOSIÇÃO DO PORTEFÓLIO POR CLASSE DE ATIVOS RENDIMENTO FIXO AÇÕES LIQUIDEZ IMOBILIÁRIO Fonte:
66,2% 21,9% 11,4% 0,5% JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 49
MAIS
51%
PORTEFÓLIO DO FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO FINANCEIRA DA SEGURANÇA SOCIAL
Relatório e Contas 2021 do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social

TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA

GESTÃO DE TERCEIROS NA CARTEIRA DO FEFSS

Fonte: Relatório e Contas 2021 do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social

estratégica, “são incluídos investimentos considerados estratégicos pelo estado português ou com um horizonte de investimento de longo prazo e a que se exige um prémio de risco significativo”.

Em 2021, o FEFSS viu nas ações e imobiliário as classes de ativos com melhor rentabilidade, ao registarem variações positivas de 25,32% e 23,86%, respetivamente. Em sentido inverso, a parcela da carteira investida em títulos de rendimento fixo gerou um retorno negativo de -2,05%. Olhando para a composição final da carteira em 2021, vemos uma proporção de 66,23% em rendimento fixo, 21,91% em ações, liquidez com um peso de 11,36% e o imobiliário a perfazer 0,48% do portefólio.

Na proporção da carteira afeta a rendimento fixo e excluindo os títulos de dívida portuguesa, o destaque vai para as treasury bills. Os títulos de dívida

pública americana tomam o primeiro lugar entre os emissores de dívida pública estrangeira presentes na carteira, com o equivalente a quase três mil milhões de euros, representando mais de 12% do portefólio. Seguem-se os volumes de dívida pública britânica, francesa e italiana que, ao rondar 500 milhões de euros cada, ocupam os restantes lugares do pódio.

Para Carlos Bastardo, professor do ISEG e profissional com experiência na gestão de ativos nacional, o FEFSS é um instrumento de poupança de muito longo prazo, e, por isso, “deverá existir um equilíbrio entre os diferentes ativos na carteira”. Na sua opinião, a gestão deveria ser ativa e adequada ao ciclo vivido nos mercados financeiros, dando o passado recente como exemplo desta necessidade. “Ter 2/3 em obrigações na alocação no final de 2021 era eleva-

PRODUTO ENTIDADE VEÍCULO VALOR APROXIMADO (EM MILHÕES DE EUROS) Vanguard Institutional Index Fund Vanguard Fundo Indexado 1.127 iShares Core S&P 500 ETF iShares (BlackRock) ETF 984 SPDR® S&P 500 ETF Trust State Street ETF 539 Xtrackers Euro Stoxx 50 UCITS ETF DWS Xtrackers ETF 537 Nikko Exchange Traded Index Fund TOPIX Nikko AM ETF 510 Next Funds TOPIX ETF Nomura ETF 492 Mercer Passive OECD Global Credit Fund Mercer Global Investments Fundo Indexado 245 iShares Core EURO STOXX 50 UCITS ETF (DE) iShares (BlackRock) ETF 228 iShares Core EURO STOXX 50 UCITS ETF iShares (BlackRock) ETF 130 iShares Core FTSE 100 UCITS ETF iShares (BlackRock) ETF 115 UBS ETF – Swiss Market Index® UBS ETF ETF 73 Goodman European Logistics Fund Arlington Securities Fundo de Investimento Imobiliário 14 Caixagest Imobiliário Internacional Caixa Gestão de Ativos Fundo de Investimento Imobiliário 7 ImoResidências Fundiestamo Fundo de Investimento Imobiliário 6 RPEPLP Rockspring Fundo de Investimento Imobiliário 6 ImoMadalena Fundiestamo Fundo de Investimento Imobiliário 1 ESOF Tishman Speyer Strat. Inv. I. Fundo de Investimento Imobiliário 0,15 Imoaveiro Fundiestamo Fundo de Investimento Imobiliário 0,14 Pan Europe State Street Fundo de Investimento Imobiliário 0,11
50 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

O PRESIDENTE DA APFIPP ACREDITA SER NECESSÁRIO JUNTAR A CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES COM O REGIME NORMAL, PARA AFERIR A VERDADEIRA DIMENSÃO DOS DESEQUILÍBRIOS DO MODELO ATUAL

do, quando a inflação já estava a subir e era mais que certa a subida das taxas de juro”, recordou o profissional.

GESTÃO DE TERCEIROS

Se na exposição a obrigações o investimento direto é rei, olhando para a exposição a ações, verificamos que veículos de investimento de terceiros predominam, nomeadamente, gestão passiva. Entre estes, o Vanguard Institutional Index Fund destaca-se em primeiro lugar com um valor em carteira a ascender aos 1.126 milhões de euros. Falamos de um fundo indexado com o objetivo de acompanhar a performance do S&P500. No entanto, a iShares (BlackRock), entre os seus quatro ETF, mostra-se o provedor de gestão com maior predominância no FEFSS, pesando mais de 1.400 milhões de euros na carteira, relegando assim a Vanguard para o segundo lugar. Os restantes lugares do Top cinco são ocupados pelos ETF da StateStreet Global Advisors, DWS Xtrackers e Nikko Asset Management, com valores acima dos 500 milhões de euros.

Na componente alternativa da carteira, em específico no imobiliário, destaca-se o Goodman European Logistics Fund como a maior posição, conferindo à Arlington Securities o primeiro lugar entre as sociedades gestoras de fundos de investimento imobiliário. A segunda gestora melhor representada nesta categoria, através de três instrumentos distintos, é a Fundista-

mo com unidades de participação que totalizam mais de 7 milhões de euros. A fechar o pódio está a Caixa Gestão de Ativos, com mais de 6 milhões de euros no seu único fundo presente.

Nos últimos cinco anos vemos um declínio da proporção total do fundo alocada a rendimento fixo de mais de 75% em 2017, para os cerca de 66% já referidos no final de 2021. Este decréscimo em rendimento fixo deu lugar a uma maior exposição ao mercado acionista e um ligeiro aumento a liquidez. Não obstante a evolução, segundo Carlos Bastardo, não só a atual composição da carteira poderá colocar em causa a sustentabilidade das reformas dos portugueses, mas também o atual modelo de pensões não é adequado. “Defendo há muito um modelo misto ao nível das pensões: uma base pública e um complemento privado”, afirmou.

Já para João Pratas a problemática reside, também, nos desequilíbrios do modelo atual. “Temos um défice enorme, todos os anos, para as pensões da Segurança Social, e esse défice vai aumentar. Neste momento, fala-se de algum equilíbrio da Segurança Social, mas é um equilíbrio falso”. Na sua perspetiva, para aferir a exata dimensão do problema deve-se “juntar a Caixa Geral de Aposentações com o regime normal”. “Há que olhar para as reformas de forma global”, deixou em tom de conclusão, mas também deixando em aberto um debate que, certamente, perdurará no tempo.

ROBECO, SUSTENTABILIDADE E RECURSOS NATURAIS

Energia e recursos minerais são as ferramentas básicas do nosso progresso, mas são obtidas de uma forma ambiental, social e economicamente sustentável, ou seja, sob o escrutínio das responsabilidades ESG. A velocidade procurada na transição energética na sua luta contra as alterações climáticas está a acelerar a produção de certos minerais para limites sem precedentes, questões que exigem uma merecida análise singularizada. Uma velocidade que, por sua vez, coloca dilemas como a presença do gás, da energia nuclear ou a recuperação de carvão.

Estes temas, juntamente com a presença crescente da geopolítica, a descarbonização das carteiras, a medida do impacto, a proteção da biodiversidade ou a justiça social, farão parte da cátedra que a Robeco, no seu espírito pioneiro, está a criar com a Escola Superior Técnica de Engenheiros de Minas e Energia (Universidade Politécnica de Madrid).

Trata-se de uma cátedra abrangente que tratará em pormenor os aspetos relacionados com a sustentabilidade e o investimento sustentável, sem esquecer a necessidade de recursos minerais e energéticos na realização do novo modelo de sociedade pretendido, e que permitirá à Robeco partilhar o seu conhecimento através do programa anual de atividades.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ANA CLAVER
Responsável de Negócio para a Península Ibérica, América Latina e US Offshore e presidente do Comité de Sustentabilidade da CFA Society Spain, Robeco
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A EXTINÇÃO DAS SICAV ESPANHOLAS… QUE OPÇÕES APARECEM PARA QUEM TEM UM ELEVADO PATRIMÓNIO?

O novo regime fiscal para estas sociedades trouxe consigo uma redução de 30% dos ativos e uma redução de 33% do número de entidades em 2022. Como alternativa, as gestoras de ativos têm oferecido a estes investidores fundos perfilados criados ad hoc ou a possibilidade de transferência de capital para outras estruturas empresariais.

por Ana Palomares
52 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
ADVISORY
TENDÊNCIAS

Oano de 2022 marcou um ponto de viragem para um dos instrumentos mais controversos no universo dos Organismos de Investimento Coletivo (OIC) em Espanha: as SICAV. Este veículo, que é frequentemente considerado como um refúgio para grandes fortunas, beneficiava de uma tributação a uma taxa reduzida do imposto sobre o rendimento das sociedades (IS) de 1%, em vez da taxa geral de imposto de 25%.

A entrada em vigor há apenas um ano, em janeiro de 2022, de um novo regime fiscal que inclui novos requisitos para que as SICAV possam continuar a pagar o imposto sobre as sociedades a 1% - requisitos esses, como é o caso do mínimo de 100 sócios titulares de unidades de participação cujo valor patrimonial líquido no momento da aquisição seja igual ou superior a 2.500 euros - significou, se não a extinção do produto enquanto tal, pelo menos uma grande purga. A alteração da legislação visa assegurar que sejam efetivamente apenas os veículos coletivos que beneficiam desta taxa de imposto reduzida, impondo a exigência de que apenas os acionistas com uma certa participação na sociedade possam contar para o número mínimo de acionistas, com o objetivo de não prejudicar a natureza coletiva das SICAV. Isto porque uma das grandes críticas que se dirigem a estas sociedades é a de que uma parte significativa dos sócios que contribuem para o mínimo de 100 se afiguram apenas como sócios de nome, sem qualquer substância, o que tem configurado o veículo como uma alternativa fiscalmente eficiente para a gestão de patrimónios individuais ou familiares.

De acordo com dados do Morningstar, em dezembro de 2022 existiam 1.518 SICAV espanholas, 33% menos que as 2.280 que a CNMV

EVOLUÇÃO DOS ATIVOS EM SICAV

QUANTAS SICAV SE MANTÊM NO MERCADO?

40.000 30.000 20.000 10.000 0 4.000 3.000 2.000 1.000 0 (Património em milhões de euros) 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022* 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022*
Fonte: Inverco. *Dados a 30 de setembro de 2022.
28.007 32.357 34.082 32.794 32.057 28.382 29.445 27.598 29.247 20.287 3.035 3.228 3.372 3.239 2.833 2.713 2.569 2.427 2.280 1.518 JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 53
Fonte: CNMV. *Dados da Morningstar a 30 de novembro de 2022.
GESTORAS
BANCOS CRIARAM
SEUS PRÓPRIOS FUNDOS PERFILADOS PARA OS SEUS CLIENTES SICAV COMO UM VEÍCULO DE TRANSIÇÃO
AS
DA MAIORIA DOS
OS

SÓ EM DEZEMBRO DE 2022, FORAM REGISTADAS NOVE

RANKING DE PROVEDORES DE SICAV EM ESPANHA

AS SICAV COM MAIOR PATRIMÓNIO EM ESPANHA

Dados a 31 de outubro de 2022.

(Comisión Nacional del Mercado de Valores) contabilizava no final de 2021. Os anúncios de dissoluções e liquidações começaram a ser particularmente frequentes no segundo semestre do ano passado, considerando que as gestoras tinham até 31 de dezembro de 2022 para comunicar se optavam por manter as suas SICAV ao abrigo do novo regulamento ou por transformá-las ou liquidá-las.

OPÇÕES

“O aumento do número de encerramentos destas sociedades começou a ser notado em maio, com 70 dissoluções; em junho, outras 170 foram liquidadas. Em setembro, 108 desapareceram e em outubro foi atingido o número mais alto do ano até agora,

180, de acordo com os últimos dados da CNMV. Isto significa que em apenas seis meses houve 631 encerramentos, quase oito vezes mais do que em todo o ano de 2021”, explica a empresa de consultoria Informa D&B.

Que opções tiveram os investidores destas sociedades que decidiram encerrar? Muitas e variadas. Para começar, há que ter em conta que esta alteração fiscal sobre as SICAV foi acompanhada por um regime transitório que permite a neutralidade fiscal nas mais-valias ou perdas de capital do sócio, seja este uma pessoa singular ou coletiva, desde que os ativos obtidos na dissolução sejam reinvestidos, sem período de manutenção, noutros organismos de investimento coletivo espanhóis que sejam tributados a 1%. Este

GRUPO FINANCEIRO ATIVOS SOB GESTÃO (EM MILHÕES DE EUROS) VARIAÇÃO 2021/2022 (EM %) Santander 4.207 -15,75 Grupo Banca March 2.073 -8,20 Bankinter 1.699 -41,27 BBVA 1.492 -48,69 Pactio Gestión 1.148 -8,07 Credit suisse 1091 -35,99 Urquijo (Sabadell) 953 -30,16 CaixaBank 860 -40,22 Andbank 731 -22,59 Renta 4 663 -31,33 Fonte: Inverco. Dados a 30 de setembro de 2022.
NOME GESTORA PATRIMÓNIO (EM MILHÕES DE EUROS) Torrenova Inversiones March Asset Management 945,82 Gesprisa Inversiones Santander Private Banking Gestión 877,01 Morinvest BBVA Asset Management 563,82 Allocation Pactió Gestión 433,33 Soixa Magallanes Value Investors 394,90 Chart Inversiones Pactió Gestión 382,02 Cartera Bellver March Asset Management 359,26 Swift Inversiones Credit Suisse Gestión 340,37 Lluc Valores March Asset Management 266,21 Arbarin Santander Private Banking Gestión 223,20 Fonte: Morningstar.
54 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
TENDÊNCIAS ADVISORY
SOCIEDADES DE INVESTIMENTO LIVRE, TRÊS VEZES MAIS DO QUE NO ANO ANTERIOR

reinvestimento deve ser feito durante a primeira metade de 2023.

“Há SICAV que optaram pela dissolução aproveitando o regime transitório previsto pela legislação, adiando as mais-valias ou para poupar 1% de imposto de transferência (operações societárias)”, explica Alfonso Barrilero, da sociedade de advogados Barrilero & Asociados. Salienta que “no caso de veículos com um património significativo, a poupança de 1% deste imposto é considerável”.

Quanto aos sócios das SICAV que optaram por reinvestir noutros OIC, tiveram várias opções. Por exemplo, o Caixabank Banca Privada, que manteve apenas 10% das suas SICAV como tal, direcionou os seus clientes para uma gama de fundos com um enfoque global baseados em três perfis de risco. Estratégias semelhantes foram seguidas por gestores como o Santander Private Banking, Bankinter Gestión, BBVA AM em Espanha, Ibercaja Gestión e Credit Suisse AM, todos eles, de forma a oferecer a exclusividade que os clientes com elevado património líquido por vezes exigem, criaram fundos por compartimentos específicos para estes clientes de SICAV.

Na Sabadell Urquijo Gestión afirmam que “a principal alternativa tem sido a gestão discricionária de carteiras, quer apenas com fundos de investimento, quer com investimentos multiativos, ou seja, investimento em ações, obrigações, ETF e fundos”.

Houve também outras empresas que procuraram alternativas de investimento, mantendo a estrutura societária. Por exemplo, duas das figuras a que recorreram para se transformarem são as Sociedades de Capital de Risco (SCR) ou as Sociedades de

Investimento Livre (SIL). De facto, esta última fórmula foi amplamente utilizada na reta final do ano. Segundo dados da CNMV, nove empresas do género foram registadas em 2022, três vezes mais do que em 2021, e a grande maioria foi criada no segundo semestre do ano. Ambos os tipos de sociedades permitem uma maior flexibilidade de investimento, e isto é importante dadas as perdas acentuadas observadas em 2022 nas duas classes de ativos tradicionais, ações e obrigações.

De facto, a queda acentuada dos ativos sofrida pelas SICAV em 2022 não se deve apenas ao declínio do número de sociedades, mas também ao fraco desempenho dos mercados. No final de setembro, estes veículos geriam 20.287 milhões de euros, menos 30% do que em dezembro de 2021. Todos os principais gestores de SICAV sofreram quedas no volume de ativos sob gestão, quedas que irão aumentar à medida que as dissoluções anunciadas em 2022 se tornarem efetivas em 2023.

AS GRANDES FICAM

O que praticamente não mudou é o ranking das sociedades em termos de ativos sob gestão. Como explica Alfonso Barrilero, “as grandes SICAV permanecem as mesmas porque, ou cumprem os novos critérios, ou as gestoras fizeram já um grande esforço para garantir que o farão”. Isto é confirmado pela Pactio Gestión, gestora de duas das maiores SICAV: “Aquelas que se mantiveram são as maiores, com uma base de clientes maior, que já cumpriam os novos regulamentos; aquelas que foram dissolvidas fizeram-no porque cumpriam de forma marginal, ou não o faziam”, explica Eduardo Molina, o CIO da entidade gestora.

UMA SOLUÇ ÃO PARA LIDAR COM TUDO

Terá a inflação atingido o seu pico? Qual será o rumo que os bancos centrais vão seguir no que diz respeito às taxas de juro? Iremos enfrentar uma desaceleração ou uma recessão total? Estas e outras perguntas são as que muitos investidores e consultores se colocam à medida que constroem as suas carteiras para 2023.

Embora a Nordea AM não tenha uma resposta precisa para estas questões, acreditamos que podemos oferecer aos investidores uma solução de ações globais única que os pode ajudar a navegar com sucesso qualquer cenário: a estratégia Global Stable Equity.

1. Inflação elevada? As empresas de elevada qualidade têm, normalmente, marcas mais reconhecidas e maior capacidade de fixação de preços, permitindo-lhes proteger as suas margens e lucros face ao aumento do custo dos seus inputs.

2. Taxas crescentes? As ações que negoceiam a valorizações atrativas apresentam menor sensibilidade às taxas, uma vez que dependem em menor escala dos fluxos de caixa no longo prazo face a ações com viés para o crescimento.

3.Risco de recessão? As ações de baixo risco têm fundamentais menos sensíveis ao ciclo económico, pelo que tendem a ser muito menos afetadas em períodos recessivos ou quando as expectativas de crescimento dos lucros são revistos em baixa.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 55
LAURA DONZELLA Responsável de Vendas para a Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM

RISCOS E BENEFÍCIOS DE ADOTAR A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA GESTÃO DE INVESTI MENTOS

A IA pode aportar muito em toda a cadeia de valor dos investimentos, mas também comporta riscos. A regulação ajuda a mitigá-los, mas não é suficiente. Para além disso, é fundamental para o desenvolvimento de práticas de IA responsáveis incorporar atributos éticos no seu desenho.

TENDÊNCIAS I+D
56 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
por Rhodri Preece

TAMANHO DO MERCADO E PERSPETIVA DE CRESCIMENTO

QUE RISCOS OU ASPETOS DE GOVERNANCE ENFRENTA A SUA ORGANIZAÇÃO AO

Ouso da inteligência artificial (IA) na gestão dos investimentos está a crescer rapidamente.

Ferramentas como o processamento de linguagem natural, o software de reconhecimento de imagem e voz e os algoritmos de aprendizagem automática estão a ser adotados em todo o espetro da gestão de investimentos: gestão de carteiras, gestão de riscos, comércio e consultoria. Espera-se que o mercado global para o uso da IA na gestão de ativos alcance um valor de 13.400 milhões

de dólares em 2027, com uma taxa de crescimento anual composta prevista de 37%, entre 2020 e 2027.

Ainda assim, o uso da IA na gestão dos investimentos encontra-se na sua etapa inicial. O The Economist Intelligence Unit estimou que apenas 54% das organizações de serviços financeiros com mais de 5.000 funcionários têm adotado a IA. Isto apesar de um estudo da CFA ter avaliado o futuro das competências necessárias na indústria de investimento e ter identificado que 64% dos profissionais estão, atualmente, a obter ou a planear

ADOTAR IA OU BIG DATA? 341,8 472,8 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Fonte: Blogs de tecnologia, documentos de investigação, ICT Update, relatórios anuais de empresas, entrevistas e Research Grand View. Dados em milhões de dólares.
13.434,5 TransparêncIa dos algoritmos Proteção dos direitos da propriedade inteletual Riscos operacionais Riscos de compliance Proteção e privacidade dos dados Resiliência Nenhum 64% 63% 49% 38% 36% 11% 1%
PROFISSIONAIS CFA QUER OBTER FORMAÇÃO SOBRE IA E APRENDIZAGEM AUTOMÁTICA JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 57
Fonte: estudo realizado entre 976 investidores institucionais pela Coalition Greenwich para o CFA Institute Investor Trust Study.
64% DOS

ADOÇÃO DE IA

obter formação em competências IA e aprendizagem automática, percentagem que aumenta até aos 71% entre os jovens profissionais das finanças.

OS RISCOS

A adoção da IA tem o potencial de gerar melhorias em toda a cadeia de valor de investimento, mas também apresenta riscos que poderão minar a confiança dos investidores se não são controlados.

Podemos assinalar, por exemplo, como é que as ferramentas de IA obtêm e processam os dados quando existem problemas de integridade dos mesmos e possíveis vieses. Ou como se pode fazer cumprir a transparência e a responsabilidade quando há uma capacidade limitada para observar ou explicar aos clientes ou aos supervisores o processo de tomada de decisões de uma aplicação de IA.

Muitas destas preocupações não são novas para a indústria. Mas conseguir o equilíbrio adequado entre o risco e o lucro pode representar um grande desafio.

As empresas também devem estar familiarizadas com os diferentes planos que têm posto em marcha as autoridades das principais jurisdições para estabelecer quadros regulatórios para o uso da IA nos serviços financeiros. Na UE, por exemplo, a Diretiva RGPD, que proporcionou um contexto integral para a gestão de dados, foi seguida da proposta de Lei de Inteligência Artificial, que requererá uma maior adesão a partir de todas as indústrias e setores.

Mas a regulação por si só não pode enquadrar todos os riscos da IA. Devido ao facto de os algoritmos não possuírem intrinsecamente atributos éticos fundamentais de honestidade, justiça, lealdade e respeito pelos demais, os profissionais responsáveis pelo seu desenvolvimento e pelo seu uso devem imbui-los como princípios de desenho. Portanto, um enfoque na ética e nos standards profissionais é fundamental para o desenvolvimento de práticas de IA responsáveis e centradas no cliente.

QUATRO PRINCÍPIOS

Neste âmbito desenvolvemos uma estrutura de tomada de decisões que serve de guia para que as empresas realizem o desenho ético, o desenvolvimento responsável e a implementação de ferramentas de IA. Está baseado nos seguintes princípios, que devem ter-se em conta em cada passo do fluxo de trabalho de IA.

1. Integridade dos dados

Os conjuntos de dados estão sujeitos a vieses, pelo que devem limpar-se para garantir que se ajustam ao seu propósito num modelo de IA. Delegar a tomada de decisões de um ser humano a uma máquina não elimina os vieses, mas os profissionais que trabalham com ferramentas IA devem ser conscientes deste facto e tomar medidas adequadas para mitigar estas fontes de viés potencial nos processos de tomada de decisões de IA. As técnicas de amostragem devem ser representa-

TENDÊNCIAS I+D
A
TEM O POTENCIAL DE GERAR MELHORIAS EM TODA A CADEIA DE INVESTIMENTOS, MAS TAMBÉM COMPORTA RISCOS
58 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

tivas, com etiquetas de dados adequadas e precisas, e cumprir com as leis locais de privacidade de dados.

2. Precisão sobre complexidade

As aplicações de IA devem ser confiáveis e funcionar segundo o previsto num contexto real. Os modelos frequentemente veem-se superados por uma complexidade excessiva em detrimento da precisão e da compreensão, o que significa que os processos de IA não se podem contrastar de maneira efetiva.

3. Transparência e capacidade para interpretar os resultados

Os profissionais de investimento que trabalham com científicos de dados que constroem modelos de IA devem avaliar as possíveis compensações entre a precisão do modelo e a interpretação para que possam explicar os resultados de maneira efetiva a audiências externas. Os profissionais de investimento

devem poder compreender as caraterísticas chave de qualquer programa de IA que informe sobre decisões de investimento, incluindo os parâmetros utilizados nos modelos e a investigação quantitativa que se incorporam as recomendações de investimento.

A IA interpretável e explicável são conceitos chave, neste sentido. A IA explicável abarca ferramentas que clarificam como é que uma determinada caraterística num modelo de IA, ou a sensibilidade da mesma, contribuem para um resultado, melhorando assim a transparência e a interpretabilidade. Também se pode utilizar para explicar o rendimento geral do modelo e a interpretabilidade.

4. Responsabilidade de contas top-down

Dada a complexidade dos projetos de IA e a necessidade de que as estruturas de negócios colaborem no seu desenvolvimento, a responsabilidade da liderança, a cultura ética e a implementação das próprias capacidades de tecnologias de informação (TI) são essenciais para o êxito. Começando com a liderança sénior, deve estabelecer-se uma visão estratégica e uma cultura ética para o desenvolvimento da IA dentro da sua organização.

Em conclusão, adotando este enfoque, as empresas podem demonstrar o seu compromisso ético com o avanço das novas tecnologias enfocadas para o cliente na gestão dos investimentos, protegendo dessa maneira também as suas operações no futuro.

O MUNDO MULTIPOLAR PODE APRESENTAR OPORTUNIDADES

Com os EUA, a China e a Rússia num prolongado período de tensão geopolítica, estamos num mundo multipolar. Além de acelerar a desglobalização, é provável que esta dinâmica provoque um aumento da volatilidade e coloque as rentabilidades dos ativos de risco em perigo, mas também pode criar oportunidades para os investidores na hora de selecionar ações. O mundo está a passar de uma economia de eficiência para uma economia de resiliência, uma vez que as economias ocidentais procuram impulsionar os investimentos em áreas estratégicas como a alimentação, a energia e a defesa, ao mesmo tempo que dão menos prioridade aos custos e à eficiência. Este contexto pode apresentar oportunidades para os investidores ativos em ações. É provável que a seleção de ações seja importante e as abordagens multiativas flexíveis também podem ser relevantes. Ativos como a dívida pública a mais curto prazo e o ouro podem funcionar bem: o primeiro como estratégia de buy-andhold, enquanto o segundo é um ativo real alternativo às moedas fiduciárias que não pode ser facilmente manipulado. O ouro tem o potencial de servir como amortecedor contra os riscos geopolíticos e o enfraquecimento das moedas fiduciárias, que estão atualmente na mente dos investidores.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER SIMON COOKE Gestor de
BNY Mellon IM
carteiras,
QUE NÃO SE
APENAS À BASE DE REGULAÇÃO JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 59
A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL APRESENTA ALGUNS RISCOS
PODEM ABORDAR

REGIME DAS EMPRESAS DE INVESTIMENTO

BALANÇO AO FIM DE (QUASE) UM ANO DE VIGÊNCIA

60 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
TENDÊNCIAS LEGAL por Sofia Leite Borges

ORegime das Empresas de Investimento (REI), entrou em vigor, na generalidade, a 1 de fevereiro de 2022, alterando o Código dos Valores Mobiliários (CVM), o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF) e vários diplomas avulsos.

O preâmbulo do Decreto-lei n.º 109-H/2021 prometia a simplificação do tecido empresarial financeiro, a proporcionalidade nos encargos regulatórios e o reforço da competitividade e da atratividade do mercado.

Decorrido quase um ano de vigência impõem-se algumas reflexões.

O REI eliminou as tipologias autónomas de empresas de investimento (EI), que abarcavam as gestoras de patrimónios, as corretoras e as financeiras de corretagem.

Sob a aparente uniformização, manteve-se, no entanto, um certo grau de diversidade, com a previsão de três tipos de classes de EI. As EI de

classe 3 (de pequena dimensão e não interligadas) foram subtraídas da aplicação de certas seções do CVM, v.g. em matéria de governo societário. Do mesmo modo, as grandes empresas de investimento ou de caráter sistémico, continuaram a estar também sujeitas ao RGICSF. A apreensão, pelos supervisionados, do regime jurídico e prudencial que lhes é aplicável ao abrigo do REI, obriga-os a um esforço de sistematização autónomo, já que as regras não resultam de forma simples e imediata do próprio texto do REI ou da sua organização.

DESAFIOS

A diferença de regimes a que estão sujeitas as três classes de EI, também ao nível prudencial, acompanhada da curva de aprendizagem da CMVM nestas matérias - que até ao REI se encontravam confiadas ao Banco de Portugal -, tem apresentado desafios às EI. Os requisitos prudenciais têm de ser cumpridos a todo o momento. Ou seja, uma EI em início de atividade

COM A APARENTE UNIFORMIZAÇÃO MANTEVE-SE UM CERTO GRAU DE DIVERSIDADE, COM A PREVISÃO DE TRÊS TIPOS DE CLASSES DE EMPRESAS DE INVESTIMENTO

Um ano após a entrada em vigor do Regime das Empresas de Investimento é altura de fazer um balanço e perceber de que forma esta foi uma oportunidade perdida para reforçar a atratividade do mercado financeiro português.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 61

PROCURA UM REMÉDIO INOVADOR PARA TEMPOS VOLÁTEIS? AÇÕES DO SETOR DA SAÚDE

A REDAÇÃO DOS ARTIGOS DO REGIME

e que ainda não atingiu o break-even está sujeita às mesmas exigências do que uma EI há muito estabelecida. Do mesmo modo, a solução mais evidente para reforço dos fundos próprios – um aumento de capital – tem como consequência aumentar os requisitos de fundos próprios, obrigando, para evitar esta consequência, a processos societários complexos, de aumento e de redução do capital social.

CONGURÊNCIA

Com o REI não houve, infelizmente, uma transposição cuidada da Diretiva (UE) 2019/2034, o que se manifesta na adoção acrítica da linguagem da versão portuguesa da Diretiva, sem que seja assegurada a congruência e a propriedade dos conceitos jurídicos utilizados. Neste sentido, o REI utiliza, por vezes, a expressão capital social quando pretende falar em fundos próprios. Esta ausência de transposição cuidada, manifesta-se também na falta de inserção sistemática do REI na ordem jurídica interna, designadamente em matérias de índole societária, como modelos de governo e governo societário, no que respeita à previsão de certas políticas e pro -

cedimentos - veja-se por exemplo as regras em matéria de remuneração ou de envolvimento dos acionistas -, e em todas as matérias de índole administrativa, incluindo, no que respeita aos poderes de supervisão da CMVM e à autorização das EI e vicissitudes subsequentes - acionistas qualificados, membros dos órgãos sociais, cancelamento da autorização, entre outros aspetos. Amiúde, a redação dos artigos do REI suscita dúvidas de interpretação e de concatenação das respetivas normas com as normas de caráter similar ou complementar que continuam a estar previstas no CVM ou no Código das Sociedades Comerciais.

Pelas razões acima expostas, parece-nos que se perdeu, com o REI, a oportunidade de assegurar, com eficácia, os objetivos da simplificação, da proporcionalidade e do reforço da competitividade e da atratividade do mercado financeiro português. Perdida esta oportunidade, só um esforço paulatino e penoso de aprimoramento da aplicação do REI poderá levar à criação de um quadro jurídico coeso e com sentido. Neste processo o papel da CMVM e das EI será fundamental. Mas será também difícil.

O setor das ações ligadas à saúde pode proporcionar uma fonte de potencial de retorno resiliente nas condições de mercado incertas em 2023. A exposição ao crescimento a longo prazo, impulsionado pela demografia, torna as empresas de saúde menos vulneráveis ao ambiente económico. Os preços das ações dos cuidados de saúde são frequentemente menos voláteis do que os das empresas de outros setores. Uma carteira com ações do setor dos cuidados de saúde pode oferecer características tanto ofensivas como defensivas: sólido potencial de crescimento em mercados em ascensão e menos risco de queda. Porém, há riscos a considerar. Muitas empresas de saúde são ações de crescimento, cujos preços das ações são mais vulneráveis à subida das taxas de juro. Alterações legislativas e políticas podem ter impacto nos modelos de negócio e nas previsões financeiras e as perspetivas das empresas individuais podem ser afetadas pelo sucesso ou fracasso científico. Para nós, a melhor abordagem é privilegiar negócios subjacentes das empresas. Com um claro foco nos fundamentais empresariais e nas empresas lucrativas em todo o setor, uma carteira de ações diversificadas no setor da saúde pode servir como um remédio potente para a volatilidade do mercado, oferecendo um forte potencial de retorno ajustado ao risco em períodos de mudança das condições macroeconómicas.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
MIGUEL LUZARRAGA Responsável de Negócio para Portugal e Espanha, AllianceBernstein
62 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO TENDÊNCIAS LEGAL
DAS EMPRESAS DE INVESTIMENTO SUSCITA DÚVIDAS DE INTERPRETAÇÃO E DE CONCATENAÇÃO

CUSTÓDIA COLUNA VERTEBRAL NA TOKENIZAÇÃO DE ATIVOS

Uma das principais conclusões a que se chegou na vizinha Espanha, depois do desenvolvimento do primeiro fundo no país cujas participações foram tokenizadas, tem que ver com o papel chave que desempenha a custódia, sobretudo tendo em conta a futura chegada do Regulamento MiCA.

Na Onyze, o primeiro custodiante da nova geração em Espanha, desenvolveu-se o primeiro fundo na história do país cujas participações foram tokenizadas. Fizemo-lo como depositário da nova geração que somos, em colaboração com duas entidades de ampla trajetória no setor dos fundos de investimento em Espanha: Renta 4 Banco e Allfunds Blockchain. Tudo isto também com o impulso dos reguladores do país.

As avaliações têm sido imbatíveis, tanto para nós como para o supervisor. Uma das conclusões mais importantes tem que ver com o papel fundamental que tem a custódia em qualquer projeto de tokenização de ativos tradicionais, sobretudo tendo em conta o estipulado na futura regulação do mercado de ativos digitais através do Regulamento

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 63
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
Enrique Palacios

do Mercado de Ativos digitais (MiCA-Markets in Crypto Assets).

A função principal de um depositário dentro do ecossistema de ativos digitais em que se tem desenvolvido o projeto é garantir a segurança das palavras passe que dão acesso aos tokens que representam as participações do fundo, de tal maneira que ninguém pode aceder nem operar com os token, salvo os legítimos donos das participações.

Aprendemos que, ao tratar-se de um instrumento de investimento institucionalizado, a custódia das referidas palavras passe deve ceder-se a um provedor de confiança, que garanta não só a segurança dos token, mas também o cumprimento para com a regulação vigente. Mediante a participação de um custodiante garante-se também a confiança e tranquilidade para os investidores, pois a própria função deste tipo de provedores evita más práticas ou fraudes por parte de terceiros.

Este projeto não se poderia desenvolver com a regulação vigente se não tivesse sido selecionado o primeiro coorte do sandbox regulatório. Este sandbonx é um espaço de provas e verificação por parte dos reguladores, em que se permite o desenvolvimento de projetos com base tecnológica para a observação, análise e aprendizagem por parte dos promotores e das instituições públicas espanholas de supervisão.

O objetivo final costuma ser o de utilizar todo o conhecimento adquirido durante o projeto em contexto de provas para desenvolver depois a regulação que dite um contexto legal para essa atividade no país.

Nesse sentido, defendemos a necessidade de um contexto regulatório solvente para fazer face às situações da natureza própria do mercado de ativos digitais desde o início da nossa atividade. O regulamento MiCA será

aquele que ordena e fornece segurança legal e regulatória a todos os provedores de serviços de ativos digitais na Europa. É precisamente essa nova regulação que coloca o custodiante numa posição de referência e base para desenvolver qualquer produto de investimento destas caraterísticas. Na verdade, há vozes especialistas no ecossistema que preveem que sem a custódia o sistema pode chegar a colapsar ou perder credibilidade.

TRANSPARÊNCIA

Como um dos promotores de um projeto tão inovador como é a tokenização das participações de um fundo de investimento destas caraterísticas, obtivemos certas conclusões que são partilhadas pelos nossos colegas de promoção e pelo regulador espanhol (CNVM)

Primeiro, a tokenização aporta transparência e rastreabilidade. A tecnologia DLT e blockchain permitem uma forma totalmente transparente e rastreável de representação das participações e das transações que se desenvolvem com elas. Isto reduz qualquer tipo de opacidade, já que todas as entidades que estão imiscuídas no produto têm a possibilidade de visualizar a informação. Para além disso, a natureza da blockchain permite uma análise forense exaustiva de toda a transação sem restrições de nenhum tipo, o que por sua vez aumenta a proteção e a efetividade no cumprimento da regulação porque tudo é público e invariável no registo e se pode investigar e analisar.

De igual forma, a tokenização aporta mais fluidez e velocidade nas transações entre pares, o que acaba por melhorar a liquidez dos investidores. Ou seja, as participações tokenizadas podem ser vendidas e compradas muito mais rapidamente e com menor carga de gestão documental e tempos de

A
E A BLOCKCHAIN PERMITEM UMA
TOTALMENTE TRANSPARENTE E RASTREÁVEL DE REPRESENTAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES E DAS TRANSAÇÕES QUE SE DESENVOLVEM COM
TECNOLOGIA DLT
FORMA
ELAS
64 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES

PORQUE É QUE 2023 PODE SER UM ANO BOM PARA A DÍVIDA DE MERCADOS EMERGENTES

AS PARTICIPAÇÕES

espera comparativamente com aquilo que se tem de investir na compra e venda de participações tradicionais.

DESINTERMEDIAÇÃO

Nesse mesmo sentido, os investidores também se veem favorecidos pela automatização e desintermediação que propicia a tokenização. Reduz-se a necessidade de elementos intermediários e, portanto, diminui-se o risco operacional e os processos corretivos, de compensação e liquidez. Para além disso, pode programar-se o comportamento das tokenizações como os dividendos, mais-valias, impostos, ou o envio de informação de todo o tipo.

A conclusão é que a tokenização dos produtos tradicionais de investimento trará benefícios tanto para os investidores, como para as gestoras e para os supervisores institucionais.

Também aprendemos, como se mencionou no início, que os fornecedores de custódia institucional serão essenciais para o bom desenvolvimento destes produtos devido à necessidade de elevados standards de segurança na custódia das palavras passe privadas que dão acesso à propriedade das representações digitais, os tokens. Apenas avançarão estes novos produtos de investimento com a participação destes provedores com elevadas exigências e cumprimento regulatório.

O aumento das taxas de juro nos EUA, a guerra na Ucrânia e a incerteza macroeconómica na China contribuíram para um ambiente de mercado turbulento em 2022. Embora a incerteza continue, ainda existem motivos para encararmos com otimismo as perspetivas sobre a dívida de mercados emergentes (ME). Com um sell-off generalizado, as yields aumentaram em todas as classes de ativos, o que significa que os investidores podem encontrar pontos de entrada bastante atrativos mesmo ao investir defensivamente. Os países e as empresas com pouco risco de default representam oportunidades para obter retornos elevados ao longo do ciclo. Os fundamentais parecem sólidos e melhoraram nos últimos anos, mas isso não se refletiu nos spreads. Falou-se muito das recentes tendências dos EUA e das decisões da Fed, mas também houve desenvolvimentos positivos a nível local nos ME. Estamos particularmente otimistas com a América Latina: a inflação parece ter atingido o nível máximo; alguns bancos centrais estão a chegar ao fim dos seus ciclos de restrição, nomeadamente no Brasil e no México; e chegámos ao fim do ciclo político nos maiores países da região. Embora não haja certeza de quando se atingirá o ponto mais baixo do mercado, investir com um horizonte temporal mais longo permite que os fundamentais entrem em cena. As baixas valuations, os fundamentais sólidos e vários ventos potencialmente favoráveis fazem com que algumas áreas do mercado nos pareçam agora muito atrativas.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER ALEJANDRO AREVALO Gestor, Jupiter AM
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 65
TOKENIZADAS PODEM SER VENDIDAS E COMPRADAS MUITO MAIS RAPIDAMENTE DO QUE AS TRADICIONAIS

As obrigações voltaram. A yield positiva renasceu e a duração já não é inimiga do investidor. Sentámo-nos com April Larusse ainda no meio da incerteza por causa das últimas decisões de política monetária da Fed e do BCE, mas o tom da gestora é indubitavelmente positivo. “Os mercados, finalmente, refletiram no preço um cenário realista. Ainda haverá volatilidade nas obrigações, mas as yields atuais oferecem um colchão muito bom para proteger o capital”, afirma.

RAP T REN PAR T NER
66 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO ENTREVISTAS
GESTORA DO BNY MELLON GLOBAL CREDIT FUND, BNY MELLON IM
GURU
por Regina R. Webb
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 67

Deixámos para trás um mau ano para o investidor; os clientes estão chateados. Tudo o que tinham comprado em 2022 caiu. Apenas existiram algumas exceções no mercado, inclusive as matérias primas corrigiram depois de um arranque de ano positivo. Para April Larusse, responsável de Obrigações da Insight (parte da BNY Mellon IM), é um sentimento compreensível porque, para além disso, a correção de 2022 chegou depois de 2020 e 2021, dois anos carregados das suas próprias vicissitudes. Agora o desafio é como ajudar o investidor a manter a calma. “Os mercados, finalmente, refletiram no preço um cenário realista, ou seja, aceitaram que a inflação não vai desaparecer em breve e que os países desenvolvidos verão, muito provavelmente, uma desaceleração ou recessão leve da sua economia”, explica.

Em 2023, persistirão muitos dos grandes obstáculos de 2022. Larusse recorda que, historicamente, uma inflação a níveis tão altos como os atuais sempre trouxe atrelada uma recessão. Os bancos centrais já não se escondem nas suas projeções. “É quase como se o desejassem”, brinca a gestora. De certo modo a contração da economia e, portanto, a procura, é a ferramenta eleita pelos bancos centrais para combater a subida dos preços.

O problema, vê Larusse, é que se trata de um remendo, uma solução temporária. Há algum excesso de procura depois dos estímulos da pandemia, mas grande parte desta inflação é um problema da oferta. “A inflação é também mental. Os preços podem subir, mas enquanto o consumidor o conseguir permitir, continuará a pagar. Para além disso, o baixo nível de desempenho fomenta que parte dessa inflação se traduza em pressão salarial”, ressalta.

Isto tem, naturalmente, implicações para a política monetária. Depois da era das taxas de juro zero, entramos num período de taxas mais elevadas durante mais

tempo. Larusse não prevê necessariamente muitas mais subidas de taxas do ponto de vista atual, mas isso não quer dizer que se vá ver uma política monetária acomodatícia no curto prazo. Ou como quem diz, pensar em cortes de taxas de juro em 2023 é pecar por ser demasiado otimista, na sua opinião.

Isso no que respeita à conjuntura macroeconómica. Com vista à preparação das carteiras para o novo ano, entram em jogo as valorizações. Fazemos a Larusse a pergunta mais difícil que se pode fazer a um gestor: quão cómoda se sente afirmando que o pior da correção já ficou para trás. Para responder, a gestora propõe-nos observar como está posicionado o BNY Mellon Global Credit Fund. O fundo incrementou o beta relativo a crédito. Não é uma posição grande, mas é um começo.

“Apesar das taxas de juro tão baixas e do excesso de liquidez de 2020 e 2021, as empresas portaram-se bem. Na verdade, o nível médio de alavancagem das empresas baixou. Para além disso, muitas aproveitaram para emitir dívida a prazos muito longos, capturando o período de financiamento positivo antes das fortes subidas de taxas em 2022”, conta a gestora.

AS OBRIGAÇÕES VOLTARAM

É certo que as margens empresariais se estão a ressentir por causa da elevada inflação e a desaceleração económica. Mas, o suficiente para gerar uma onda de incumprimentos? Larusse não vê como provável. O ponto-chave: o cenário que está refletido no preço. “As obrigações, a rentabilidade positiva no rendimento fixo, voltaram”, sentencia.

Dentro do crédito, o segmento mais favorável, na opinião da gestora, é o das emissões com grau de investimento em euros. Especialmente, empresas não europeias que têm emitido dívida denominada em euros. Por setores, estão em alguns cíclicos, encontrando boas ideias em alguns muito castigados, como é o caso do imobiliário.

68 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO ENTREVISTAS GURU

Também estão positivos na banca, uma indústria que tradicionalmente beneficia das subidas de taxas de juro. Às valorizações deprimidas somam-se os fundamentais sólidos. “Ainda haverá volatilidade nas obrigações, mas as yields atuais oferecem um colchão muito bom para proteger o capital”, defende.

Outra das mudanças na carteira do BNY Mellon Global Credit Fund está relacionada com a duração. “Já não a

GESTÃO DO RISCO POR UNIDADES

Para April Larusse, a gestão de ativos compõe-se de duas partes. A primeira consiste em encontrar boas ideias. A segunda, mas igualmente importante, em procurar a forma de implementar essa boa ideia dentro da carteira. Na Insight, a boutique nos comandos do BNY Mellon Global Credit Fund, trabalham com um sistema próprio de alocação do risco por unidades para determinar o tamanho adequado de uma posição. “Orçamentar o risco é um fator fundamental”, afirma a gestora.

estamos a evitar; já não é o inimigo”, insiste. Estar curtos de duração foi uma ferramenta poderosa em 2022, mas para Larusse já passou o seu momento.

Como vemos, a gestão da Insight segue um estilo muito ativo. “Todas as posições em carteira estão aí porque são uma oportunidade. Não temos posições adormecidas, nem há uma parte tática face a uma core”, explica. Na sua opinião este é um fator diferenciador do BNY Mellon Global Credit Fund. A seleção de emissões sempre foi um importante contribuidor para a rentabilidade. Demonstra-o o facto do fundo contar com Rating FundsPeople 2023 por conseguir de maneira consistente e a longo prazo uma boa rentabilidade-risco, e ainda um volume significativo de investimento por parte de investidores portugueses

“A DURAÇÃO DEIXOU DE SER O INIMIGO”
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 69

Rui Nápoles

DIRETOR

O ADN DO FUNDO DE OBRIGAÇÕESMAIS RENTÁVEL DO ANO

O Montepio Obrigações destacouse dentro da sua categoria, no ano passado. Segundo o diretor de Investimentos da entidade, o produto beneficiou de um ADN com baixo risco de taxa de juro, onde os emitentes financeiros, nomeadamente bancos, são predominantes no universo de ativos alvo do fundo.

OMontepio Obrigações, gerido por Tina Aly, fechou 2023 no papel de fundo de obrigações nacional mais rentável de 2022. Rui Nápoles, o responsável pela equipa de Investimento, explica agora o que beneficiou o produto em relação aos seus pares, num ano tão historicamente negativo para a classe de ativos em geral. Em primeiro lugar, afirma que este resultado tem como principal motivo o ADN do fundo, que apresenta “baixo risco de taxa de juro, mantendo uma reindexação de cupão média inferior a seis meses, e risco de crédito investment grade”.

A filosofia do fundo passa por “proporcionar rendibilidade do investimento no curto prazo, com baixa volatilidade, assente nas taxas de referência de curto prazo e nos prémios de risco de crédito das obrigações investment grade, com um baixo risco de taxa de juro estrutural”, afirma.

Rui Nápoles também acredita que um fundo como o Montepio Obrigações tem determinadas funções numa carteira diversificada como, por exemplo, remunerar aplicações de curto prazo através da exposição aos prémios de risco de crédito investment grade. Outra das funções será reduzir a volatilidade da carteira e diversificar face a outras componentes da carteira ou segmentos de mercado de maior risco, como “as ações, ativos com

risco de taxa de juro elevado, dívida high yield ou os mercados emergentes”.

O diretor de Investimentos acredita que algumas decisões ativas ao longo do ano também ajudaram o fundo a chegar ao topo da tabela, destacando nomeadamente a estratégia de ir “aumentando a duração de crédito e do risco de taxa de juro”, capitalizando nas “condições atrativas dos prémios associados a estes riscos”. Segundo diz, o alargamento de spreads de crédito e a subida das taxas de juro tornaram os riscos anteriormente mencionados mais apelativos, tendo, por isso, sido reforçados no fundo a partir de meados de 2022. “Falamos de um objetivo de alongamento da duração de crédito, de aproximadamente um ano, agnóstico em termos de setores, e em função das ofertas de obrigações no mercado”, afirma ainda Rui Nápoles.

Num cenário em que consideram os spreads de crédito atrativos e com evolução favorável, o atual posicionamento, de acordo com o diretor de Investimentos, pretende “melhorar a performance da carteira através da exposição a prémios de risco mais elevados e do aumento do multiplicador dos ganhos resultantes de um eventual estreitamente de spreads”.

PERSPETIVAS PARA 2023

Quanto às expetativas para 2023, Rui Nápoles está positivo, não obstante os riscos que se mantêm no horizonte que não devem ser ignorados. Por isso, afirma que a estratégia adotada em meados do ano passado, tenderá a ser mantida nos primeiros meses de 2023, por se enquadrar nas expetativas da equipa gestora para o ano corrente. “Globalmente, acreditamos que 2023 proporcionará ao fundo condições para oferecer um retorno atrativo, para quem procura remunerações com um perfil de baixo risco”, acrescenta.

As perspetivas favoráveis para o segmento de mercado do Montepio Obrigações assentam, segundo Rui Nápoles, num rendimento corrente positivo, ao que se junta a expetativa de impactos favoráveis resultantes quer da tendência de subida das taxas de juro de referência dos mercados monetários, quer da evolução positiva dos spreads de crédito. Por outro lado, acrescentou, “o rendimento corrente positivo proporciona uma maior resiliência do fundo às eventuais evoluções desfavoráveis dos prémios de risco de crédito. Este é um fator relevante para lidar com a imprevisibilidade e volatilidade de mercado, e representa uma evolução positiva que deve ser realçada face aos últimos anos, marcados por baixos prémios de risco de crédito e taxas de juro negativas”, conclui.

DE INVESTIMENTOS, MONTEPIO GESTÃO DE ACTIVOS
70 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
ENTREVISTA GESTOR por Ana Garcez

CARREIRA

Rui Nápoles iniciou carreira na Montepio Gestão de Activos como gestor de carteiras de rendimento fixo, tendo subsequentemente assumido o cargo de responsável de Investimentos, que exerce atualmente. Trabalha na área financeira desde 1989.

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72 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO ENTREVISTAS GURU
por Óscar R. Graña

Neste contexto de altíssima incerteza, tanto a nível macroeconómico como de mercado, há poucas coisas que estão claras. Uma delas é que a transição energética vai acontecer, sim ou sim. Segundo Alex Monk, isso gera grandes oportunidades de investimento, sobretudo agora que as valorizações se tornaram mais atrativas. Demonstrou que sabe capturá-las com um fundo de ações all cap que tem mais de três anos de track record, mais de 1.500 milhões de euros de património e que, acima de tudo, se destaca pelos resultados que tem oferecido desde o seu lançamento.

RAP T REN PAR T NER
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 73
GESTOR DO SCHRODER ISF GLOBAL ENERGY TRANSITION, SCHRODERS

Acaba de comemorar três anos de vida, sobressai pelos seus bons resultados e, com mais de 1.500 milhões de euros em ativos sob gestão, converteu-se num dos fundos de transição energética de referência no mercado europeu. Trata-se do Schroder ISF Global Energy Transition, produto que ofereceu desde o seu lançamento uma rentabilidade líquida de mais de 80% e que, ao dia de hoje, já é um dos maiores fundos de transição energética da indústria financeira. Para Alex Monk, um dos três gestores desta estratégia, o seu êxito cimenta-se em três rasgos idiossincráticos que o tornam único.

O primeiro deles é a fidelidade à temática. “No nosso processo de investimento tentamos ser muito puros. Para entrar em carteira, pelo menos 50% das receitas da empresa têm que provir da transição energética. Dado que se trata de um setor que muda muito, em permanente transformação, é possível que algumas empresas não alcancem esta percentagem, mas atualmente aproximadamente 90% do património do fundo está investido em empresas com mais de metade das suas receitas vinculadas a esta temática”, explica.

O segundo é a maneira como analisam as empresas. “Para nós”, assinala Monk, “o importante não é o que estão a fazer as empresas, mas sim como o estão a fazer. Fazemos uma distinção entre ambos os conceitos. Os processos operacionais das empresas adquirem uma grande relevância”. Deste modo, uma entidade que se dedique a fazer baterias, por exemplo, não seria em si mesma uma clara candidata a entrar na carteira. Dependeria de como o está a fazer, o impacto que provoca e, claro, as perspetivas da empresa. É aí onde entra em força a análise fundamental que realizam no seu processo de investimento.

Segundo explica, tratam de entender o core do negócio da empresa, os produtos e serviços que comercializa, a sua

90% DO PATRIMÓNIO DO FUNDO ESTÁ INVESTIDO EM EMPRESAS COM

MAIS DE 50% DAS SUAS RECEITAS PROCEDENTES DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

rentabilidade e o seu potencial. Não se trata de apostas nas empresas que estão a crescer com mais força, mas sim parar para analisar os fluxos de caixa livre dos negócios. Para Monk, isto é “um dos rácios mais relevantes no processo de análise. Estudamos em profundidade como os geram e queremos saber o que vão fazer com eles no futuro, ou seja, no que é que os vão investir”.

EXTRAINDO A INFORMAÇÃO

Com o objetivo de compilar a maior quantidade de informação possível e dispor da maior visibilidade, são especialmente ativos na hora de reunir-se com as equipas de direção das empresas nas quais investem e de todas as que fazem parte do seu universo de investimento. “Tanto é assim que mantemos entre quatro e cinco reuniões ao ano com cada entidade. Queremos entendê-las em profundidade e estar ao corrente da sua evolução”, destaca Monk. São encontros importantes nos quais lhes perguntam desde questões relacionadas com o governo corporativo (capital humano, política de incentivos, captação de talento...), até temas mais ligados à evolução da empresa, como por exemplo os progressos que estão a fazer em matéria de sustentabilidade e a sua contribuição para o objetivo de emissões zero, outro dos aspetos aos quais prestam especial atenção na hora de identificar ideias para a carteira.

“Dispomos de ferramentas internas muito precisas para compreender o impacto, seja positivo ou negativo, que está a gerar a empresa e atribuir-lhe uma pontuação em todo o contexto ESG”, assegura o gestor.

O terceiro grande eixo da estratégia do fundo centra-se no preço. “Investimos onde as valorizações são razoáveis. Somos muito disciplinados neste aspeto”, afirma, e assim demonstra o facto do fundo estar habilitado para ter 10% em liquidez, no caso dos gestores o considerarem necessá-

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rio. Esta liquidez é, segundo detalha, a que lhes permite ter flexibilidade suficiente para não se verem obrigados a investir em caso de ter fluxos líquidos positivos no fundo, e caso não existam oportunidades no mercado. E pelo contrário, para não estarem forçados a desinvestir no caso de terem que se desfazer ou reduzir uma posição em carteira. “Os investidores não nos pagam para gerir liquidez, mas sim para gerir o risco. Isso é o que fazemos”, indica Monk.

A carteira está nas mãos de três gestores muito experientes e a sua experiência diz-lhes que, frequentemente, as melhores oportunidades de investimento a longo prazo surgem em momentos de correção dos mercados. “Se a convicção que temos numa empresa que está em carteira é muito forte e a sua ação cai, é o momento de reforçar exposição ao título. Seguimos esse princípio”.

Hoje as valorizações que os gestores encontram são muito mais interessantes do que há um ano. Alex Monk

O EQUILÍBRIO CORRETO

Habitualmente, a carteira do Schroder ISF Global Energy Transition é composta por 40 a 60 nomes. É o intervalo perfeito para manter o equilíbrio correto. “Queremos assegurar-nos de que não estamos, nem demasiado diversificados, correndo o risco de ficarmos unicamente com o beta do mercado, nem a concentrar excessivamente o risco num baixo número de empresas que disparem a volatilidade”, afirma.

tem-no muito claro: “Se pensas a longo prazo, o mercado oferece atualmente muito boas oportunidades de investimento”. Na sua opinião, os ventos que têm estado a soprar contra as empresas vinculadas à transição energética no mercado, sopram cada vez com menos força.

“Houve momentos nos quais o foco esteve nas subidas de taxas de juro. Outros nas pressões que têm provocado nos lucros as alterações nas cadeias de fornecimento. Agora estão a descontar um cenário de recessão económica. Todos pesaram sobre estas empresas”, reconhece.

Nos últimos tempos têm vindo a cortar o peso na carteira de títulos cíclicos e a elevar a sua ponderação a empresas com um crescimento mais estrutural com o objetivo de reduzir o risco num cenário de contração económica. Mas mais importante é que o temporal está a amainar. “É muito possível que o pior já tenha passado”, conclui.

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ENTREVISTA DISTRIBUIDOR

MUDANÇA DE RUMO

O futuro próximo poderá passar por fundos geridos diretamente pela BlueCrow, procurando canalizar nestas estruturas de investimento a experiência da entidade em segmentos como as ações globais, trade finance ou o imobiliário alternativo.

76 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
por Miguel Rêgo

António Mello Campello

SÓCIO GERENTE, BLUECROW CAPITAL

O LONGO CAMINHO PERCORRIDO PELA BLUECROW EM MAIS DE UMA DÉCADA DE EXISTÊNCIA

A escala, as valências, os métodos… tudo evoluiu no grupo BlueCrow, que se configura, hoje em dia, como um grande grupo independente de gestão e advisory em Portugal.

ABlueCrow Capital percorreu um longo caminho desde que nasceu em 2010 com o propósito de se posicionar no mercado da consultoria para investimento independente em Portugal. Hoje em dia, as empresas do grupo acumulam a atividade de consultoria com a gestão de fundos de capital de risco, numa entidade que ultrapassa os 450 milhões de euros em ativos sob gestão ou supervisão. E as ambições são para que, sob o novo Regime de Gestão de Ativos (RGA), possam oferecer eventualmente ao mercado o seu expertise sob a forma de fundos mobiliários alternativos.

António Mello Campello, um dos sócios da entidade e o responsável pela unidade de consultoria - que agrega cerca de 15% dos ativos do grupo -, relembra a abordagem ao mercado: “Temos funcionado mais numa lógica de multifamily office do que apenas na de consultoria de carteiras”. Segundo explica, o advisory na entidade, que “tem como valores centrais o investimento de longo prazo, simples, compreensível e totalmente independente”, conjuga três vertentes de especialidade. Em primeiro lugar, as ações, que canalizam através do

Discovery Fund, sob a alçada da Lynx AM atualmente. Em segundo lugar, os Real Estate Investment Trusts (REIT), uma tipologia de veículo de investimento em ativos imobiliários que “conjuga o melhor dos rendimentos das obrigações com o potencial de valorização das ações”. “O único ativo além das ações com uma valorização real, tanto do lado dos rendimentos, como do património”, detalha. E, por fim, as obrigações, com um grande viés para o segmento high yield.

DO INVESTIMENTO DIRETO AOS FUNDOS

E é nas obrigações que se verificou, recentemente, uma significativa transformação na abordagem ao mercado. “Sempre tivemos uma exposição muito específica, direta, a esta classe de ativos. Hoje em dia, perante a necessidade de capacidade para escalar o advisory a diferentes dimensões de carteiras, decidimos que seria mais simples fazê-lo através de uma seleção de fundos. Para que possamos preparar a estrutura para uma maior abrangência, temos que olhar para os ativos de forma diferente”. É por isso que, após terem reduzido a exposição à classe de ativos em antecipação à subida previsível de taxas em 2022, no final do ano voltaram a construir a exposição, mas com blocos de fundos ativos de terceiros.

O diretor de Investimentos, Francisco Louro, tem sob a sua alçada a seleção e due dilligence de fundos de investimento, mas o ponto de partida dessa seleção teve como fator preponderante a simplificação da relação com os bancos com que trabalham. “Partimos da oferta comum dos bancos com que trabalhamos na Suíça e Portugal e sintetizamos as carteiras com base em quatro grandes blocos, com o tal viés para high yield: globais flexíveis, retorno absoluto, emergentes e high yield. Em cada categoria incluímos três fundos”, explica. E apesar de António Mello Campello ser também o Chief ESG Officer na entidade, a inclusão de critérios ESG não é uma prioridade, nem restringe de forma alguma a oferta. “Trabalhamos apenas com investidores profissionais”, aponta.

Os projetos, no curto prazo, passam por “converter a BlueCrow numa sociedade que vai muito mais além de uma gestora de ativos. Queremos oferecer soluções que se configuram como inovadoras a nível europeu”, diz o responsável. A internalização da gestão do fundo Discovery será, eventualmente, um dos passos a dar, agora que o RGA o permite, mas não só. Trade finance ou imobiliário alternativo, serão temas que em breve podem ganhar mais importância na entidade.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 77

Os anos de dinheiro barato chegaram ao fim. E isto trará consequências tanto para os mercados cotados como para os privados, vaticina Jochen Mende. Mas embora os retornos esperados se tenham que adaptar à nova realidade, o especialista não acredita que seja uma sentença de morte para o capital de risco. Na sua opinião, a mensagem passou para os investidores: os ativos privados oferecem diversificação e as suas próprias oportunidades de investimento. Olhando para o futuro, a UBS AM augura um interessante potencial para as estratégias de mercados secundários, um segmento da classe de ativos que procura superar alguns dos obstáculos dos tradicionais fundos close-ended e ilíquidos.

RAP T REN PAR T NER
78 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO ENTREVISTAS
GESTOR DO UBS EVERGREEN SECONDARY FUND, UBS AM
GURU por Regina R. Webb
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 79

Os últimos anos têm sido um período de transformação para os mercados privados. A nível de ativos, floresceram em popularidade. Investidores que tradicionalmente não alocavam capital a esta área, descobriram que é uma classe de ativos demasiado grande para poder ser ignorada. E pela mão do maior interesse do cliente, aconteceram importantes movimentos ao nível da indústria. Dentro da mesma, estratégias multigestor (e do mercado secundário em particular) atraíram especial atenção das gestoras, procurando entrar num negócio em ascensão.

Assim, algumas das tradicionais boutiques especializadas têm sido absorvidas por grandes players, numa pequena onda de M&A neste espaço. “Essa primeira geração de fundadores da indústria de mercados secundários tem dado um passo ao lado. Cada vez há menos casas independentes que não tenham sido compradas por gestoras de ativos tradicionais”, conta Jochen Mende, responsável de Secundários de Private Equity, na UBS Asset Management.

Os dados que gerem entidades de análise como a Prequin, mostram-nos o enorme crescimento dos ativos em mercados privados em apenas cinco anos. Mas depois de vários anos de bonança, agora está a fechar-se a torneira da ampla liquidez. “Muitos investidores, de um modo ou outro, concentraram-se na classe de ativos. Agora estão a enfrentar as consequências da correção nos mercados cotados, as valorizações, etc.”, indica o especialista.

E isto é precisamente o ponto doloroso para o investidor atual, na sua opinião. Agora que as taxas de juro e as yields positivas voltaram, Mende prevê uma nova mudança na tendência dos fluxos dos mercados privados para públicos.

É esta uma sentença de morte para os ativos privados? Mende não vê a situação com essa clareza. Na sua opinião, os investidores deram-se conta de que estavam a perder substanciais oportunidades de investimento e benefícios de diversificação se ignoravam uma classe de ativos inteira, como acontecia com os mercados privados. “São qualidades, para além disso, completamente independentes do nível onde estão as taxas de juro. É

UMA GESTÃO ATIVA DO CAPITAL RISCO

O Evergreen Secondary Fund é um fundo aberto com subscrições trimestrais e NAV mensal. O foco da carteira está em oportunidades em empresas de pequena e média capitalização, já que oferecem perfil risco-rentabilidade mais interessante, universo mais amplo e menos competitivo. Geograficamente, mostra um enviesamento por mercados desenvolvidos (América do Norte e Europa), enquanto que a Ásia e emergentes pesarão no máximo 30%.

algo que há algum tempo que temos vindo a comunicar aos nossos clientes, e acreditamos que finalmente a mensagem passou”, afirma.

“Os últimos anos de dinheiro barato também beneficiaram os mercados privados, pelo que é normal esperar que os retornos futuros não sejam tão abundantes como no passado”, reconhece. Assim, a sua previsão é de que o futuro dos mercados privados esteja a meio caminho. Particularmente, na forma de produtos semilíquidos. “Este tipo de soluções, permite abrir aos investidores um mundo que antes estava fechado. Clientes que não tinham o capital ou os recursos para investir através das estruturas tradicionais de mercados privados”, explica. Para a UBS AM, os semilíquidos são a próxima grande área de crescimento no segmento.

PRIVATE EQUITY

Há quase três anos, a entidade detetou uma necessidade nos seus clientes por produtos que dessem acesso a mercados privados, e por private equity especificamente. Mas deviam ser soluções adaptadas: com liquidez pelo menos trimestral, fácil de explicar e gerir. Foi assim a forma como viram a oportunidade na estrutura de semilíquidos, uma área de competência com a qual a UBS AM tem vindo a trabalhar há alguns anos. Por exemplo, a gestora tem na sua gama fundos semilíquidos de imobiliário com histórico desde 2008. “Tínhamos o conhecimento, só que nunca o tínhamos aplicado ainda no private equity”, conta Mende.

Assim foi pensado o lançamento do Private Equity (Lux) Evergreen Secondary Fund da UBS AM. Um investidor secundário de capital de risco compra os direitos de participação de fundos privados já lançados. Atua como provedor de liquidez para os investidores de capital privado que desejem vender as suas posições e não têm tempo ou o desejo de manter os seus investimentos até ao final da sua vida útil (geralmente prazos de 10 anos ou mais). São transações cada vez mais frequentes no setor, impulsionadas por gestores de fundos de capital de risco que procuram conseguir mais tempo ou capital (ou ambas as coisas), para trabalhar com determinadas empresas.

80 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO ENTREVISTAS GURU

“OS INVESTIDORES TÊM-SE DADO

CONTA DE QUE SE ESTAVAM

A PERDER SUBSTANCIAIS OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO E BENEFÍCIOS DE DIVERSIFICAÇÃO AO IGNORAR

UMA CLASSE DE ATIVOS INTEIRA”

Isto oferece uma vantagem particular face a outras estratégias privadas, no sentido em que permite aos novos participantes da classe de ativos ampliar com relativa rapidez a sua exposição diversificada aos títulos privados. “São produtos cómodos de ter em carteira”, afirma Mende. Na sua opinião, soluciona alguma das limita -

ções dos tradicionais fundos close-ended. Por exemplo, permite ampliar ou reduzir a posição quando o investidor o deseja. Para além disso, ao não partir do mercado primário, minimizam o período inicial de retornos negativos (conhecido como a curva em J), inerente a esta classe de ativos.

Mas estas oportunidades que deteta Mende deverão ser acompanhadas por um trabalho de educação financeira. “Os investidores devem entender que os mercados privados são fundamentalmente um ativo menos líquido. Só porque se coloca um ativo ilíquido numa estrutura semilíquida, isso não a torna mais líquida”, insiste. Desse modo, se um dos seus requisitos é poder liquidar 100% da sua carteira em qualquer contexto de mercado, então os ativos privados não são uma alternativa para a sua carteira. “No entanto, se o cliente pode tolerar certo grau de liquidez, é sim uma opção para diversificar essa carteira fora dos vieses dos mercados cotados e colher os lucros que oferecem”, sentencia.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 81

João Pratas

PRESIDENTE, ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, PENSÕES E PATRIMÓNIOS (APFIPP)

UCITS, com liquidez, mas são também produtos destinados a dar uma rentabilidade num determinado prazo em que a ideia é que se espere até à maturidade das obrigações”, explica. Este é um produto que apelida de “interessante”, especialmente com a grande incerteza vigente.

Mas nem tudo foram más notícias em 2022. No caminho traçado, João Pratas consegue elencar um ponto muito positivo para a associação: o sucesso do Regime de Gestão da Ativos (RGA), que está praticamente fechado. Congratula o facto de se ter conseguido “uma diminuição de regras que eram mais exigentes do que aquelas que existiam a nível europeu”. Vai mais longe: “Ao nível do RGA, o regulador fez um papel muitíssimo bom e muito favorável à nossa indústria”, refere. Isto apesar de ainda faltar aprovar uma perna deste regime, ou seja, o regulamento da CMVM. “A nossa expetativa é de que o regulamento que vai regulamentar o RGA não dê um passo atrás. Ou seja, que não venha criar regras que são diferentes da linha orientadora do RGA. É o grande diploma que temos agora pela frente para analisar”, comenta João Pratas.

FISCALIDADE ALTERADA

Depois de um ano pouco positivo para a gestão de ativos nacional, João Pratas mostra-se esperançoso para 2023. Não só ao nível da recuperação dos ativos, mas também na eventual mudança fiscal já há muito esperada pela indústria.

Apalavra que ocorre a João Pratas para definir a evolução da gestão de ativos nacional é montanha-russa. Se no final de 2021 parecíamos estar perante um momento dourado para a indústria, 2022 colocou um freio no positivismo. Não é preciso sermos descritivos sobre o sucedido: inflação, guerra e crise energética. Tanto pela saída dos investidores dos fundos ou pela própria perda significativa do seu valor, o montante gerido pela indústria nacional sofreu um baque. “E quem estava investido em ativos tipicamente mais seguros, como a dívida, atingiu mais depressa a sua capacidade de aceitação de perda”, começou por relembrar o responsável da APFIPP.

Ainda assim, consegue friamente olhar para os números e perceber que houve resiliência da parte dos investidores. Talvez por isso, refugia-se numa certa confiança. “Se o ano de 2023 tiver alguma estabilidade - ainda não perdi essa esperança - admito que possamos estabilizar os investimentos e depois conseguir voltar a subir”, augura.

O mercado adaptou-se à conjuntura e começou a lançar produtos que combatessem a situação. Especificamente fundos de obrigações, como elenca João Pratas. “São fundos

Em termos fiscais, continuam a existir questões que o responsável gostava de ver alteradas, e tem esperança que isso aconteça em 2023. Por um lado, o falado level playing field para os fundos de investimento face a outros produtos. Para o presidente, seria benéfico que existisse a “diminuição da fiscalidade ao fim de um determinado prazo de investimento, como acontece, por exemplo, nos seguros ou nos unit linked”. “Não há razão nenhuma para haver um tratamento diferenciado entre produtos”, contesta. Por outro lado, a questão da transferência entre fundos de investimento, sem que isso represente um momento de pagamento de impostos de mais-valias - algo que tem lugar em Espanha - e que em Portugal só é possível nos PPR. “Em Espanha, o denominado trespaso, sustenta uma poupança de mais longo prazo no país”, aponta o responsável.

O ESG fechou a conversa, e a verdade é que, sobre este tema, a palavra “complicado” foi a mais referida. O ESG é uma questão difícil para as entidades e também para a supervisão, reconhece João Pratas, mas na sua ótica há que agir com boa-fé e ser muito transparente. Do lado do regulador, contudo, pede alguma compreensão. “A CMVM tem de ser um pouco compreensiva com as entidades mais pequenas, só assim se consegue fazer uma supervisão de proporcionalidade”, refere. Do lado das entidades, o responsável fala da necessidade de uma troca de ideias constante com o regulador. Aponta a necessidade de ser muito bem explicado, por exemplo, porque é que um fundo está classificado de determinada forma ao abrigo da SFDR. “Isto tem de ser feito para não estarmos depois a falar de greenwashing. Se não se souber o que é o green, não se percebe o que é o washing. Tem de haver uma interação muito grande com os reguladores”, conclui.

“O REGULADOR FEZ UM PAPEL MUITÍSSIMO BOM AO NÍVEL DO REGIME DA GESTÃO DE ATIVOS”
82 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
ENTREVISTA 5 MINUTOS

FUNDOS COM DATA DE VENCIMENTO

Um dos movimentos a que a associação assistiu por parte da indústria foi o lançamento de fundos de obrigações com data de vencimento. Um produto que o presidente apelida de interessante neste contexto de mercado.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 83

DÍVIDA EUROPEIA OPORTUNIDADE À VISTA

Há muito tempo que não se via um consenso tão amplo entre as gestoras de fundos sobre a oportunidade de investimento que surgiu no mercado de crédito europeu depois da forte queda sofrida pelos preços das obrigações em 2022.

As obrigações voltaram. É a mensagem que mais se ouve ultimamente na indústria. A era das taxas negativas parece já coisa do passado. As yields das obrigações alcançaram níveis que elevam a atratividade de uma classe de ativos que recuperou o conceito do carry. No caso das yields das obrigações em euros, encontram-se no nível mais elevado da última década, o que permite ao cupão atuar como colchão.

Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros. Dados referentes a 31 de dezembro de 2022. Fundos da categoria EAA Fund EUR Diversified Bond. São considerados os seis fundos com Rating FundsPeople 2022 nas três geografias.

GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: BLACKROCK BLUEBAY EURIZON 31/3/94 2/11/10 24/2/17 EURO EURO EURO 2.967,37 2.206,35 1.091,10 LU0050372472 LU0549545142 LU1529954825 -17,25 -15,67 -16,86 -6,12 -4,43 -4,99 -2,72 -1,05 -1,62 RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS: RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS: RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS: -16,86 -0,46 7,98 5,65 -2,36 -17,25 -0,70 6,03 4,03 -3,88 -15,67 -0,59 9,32 6,49 -2,79 EURIZON FUND BOND AGGREGATE EUR BLACKROCK GLOBAL FUNDS EURO BOND BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO AGGREGATE BOND 84 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PRODUTOS COMPARAÇÃO 2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022
1 2 3 1 2 3 1 2 3

“O mecanismo é simples: para perder dinheiro, o rendimento da obrigação atual teria que desaparecer”, analisa Tatjana Greil Castro, gestora do Muzinich Enhancedyield Short Term Fund.

Há muito tempo que não se via um consenso tão amplo entre as gestoras internacionais sobre a oportunidade que oferecem neste momento as obrigações europeias, sobretudo no que diz respeito ao crédito com grau de investimento. “A dívida corporativa investment grade em euros é atrativa em todos os

cenários, tanto de um ponto de vista absoluto como relativo. Os spreads descontam atualmente uma imensa quantidade de más notícias e movem-se nos seus níveis mais amplos desde 2008”, sublinha Ario Emami Nejad, gestor da Fidelity International.

A GRANDE ANOMALIA

A instabilidade geopolítica que a Europa vive está a pesar no seu mercado. É algo que se vê de maneira muito clara no segmento de high yield, onde se abriu uma

diferença de spread com os EUA na ordem de 80 pontos base. “É algo muito incomum. O índice europeu de high yield costuma ter mais qualidade (maior percentagem em empresas BB e mais exposição ao setor financeiro) do que o americano (mais exposto a energia e matérias primas). O facto de em 2022 o spread ter dado a volta, oferece-nos um bom ponto de entrada”, destaca Ana Gil, diretora de Investimentos na M&G Investments.

A qualidade média dos índices de investment grade é a mais alta dos últi-

RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS:

RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS:

RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS:

GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: FRANKLIN TEMPLETON INVESCO SCHRODERS 23/5/14 16/8/17 17/1/00 EURO EURO EURO 1.136,95 392,38 963,85 LU1065170968 LU1642784331 LU0106235889 -14,35 -17,52 -19,93 -3,51 -5,54 -6,55 -1,11 -1,97 -2,82
-2,82 -1,16 6,49 7,95 -19,93 -0,76 7,01 4,99 -2,94 -17,52 -1,49 9,05 4,65 -2,34 -14,35
SCHRODER ISF EURO BOND INVESCO EURO BOND FUND
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 85
FRANKLIN EUROPEAN TOTAL RETURN FUND
2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022
4 5 6 5 6 4 5 6

BLACKROCK GLOBAL FUNDS EURO BOND

BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO AGGREGATE BOND

GESTOR MICHAEL KRAUTZBERGER

PROCURA DE VALOR RELATIVO

Este produto europeu de rendimento fixo da BlackRock adota uma abordagem de risco diversificada. É concebido com o objetivo de poder acrescentar valor aos investidores de forma consistente e progressiva ao longo do tempo. Na verdade, o valor relativo está no centro da sua filosofia de investimento. Na prática, isso significa que, em vez de depender de ativos de maior risco para gerar rentabilidade, como títulos de mercados emergentes ou dívida high yield, a equipa usa uma ampla gama de estratégias de valor relativo, identificando onde é que se ampliaram as relações entre os ativos de elevada qualidade. Além de explorar o valor relativo ao longo da curva de yields, entre os diferentes setores e entre títulos individuais, também procuram identificar múltiplas fontes de valor acrescentado através da exposição ativa a fatores de país, moeda e duração em relação ao índice de referência.

GESTORES MARK

DOWDING E KASPAR HENSE

FONTES DE ALFA GRANULARES

O processo de investimento deste veículo é baseado na avaliação de fundamentais, as valorizações, aspetos técnicos e considerações ESG. O seu objetivo é decompor o universo de investimento em fontes de alfa granulares com o objetivo de gerar um conjunto mais amplo de oportunidades de investimento das quais se pode extrair valor. Os gestores podem até olhar para fora do universo investível, desde que o tracking error permaneça na faixa entre 0% e 3%. Isso é algo importante para eles, especialmente considerando que acreditam fortemente que a existência de muitos fundos passivos no mercado está a criar ineficiências de preços significativas, que podem ser exploradas por uma gestão ativa de alta qualidade. Estão habilitados a usar derivados para fins de investimento e cobertura, o que lhes permite construir posições longas e curtas com o objetivo de gerar alfa em todos os ambientes de mercado.

EURIZON FUND BOND AGGREGATE EUR

GESTORA MARIA LUISA MATARRELLI

PARTINDO DA PARTE MACRO

A filosofia deste fundo de investimento consiste em seguir uma estratégia de gestão de obrigações baseada em fundamentais. Utilizam um enfoque de análise macroeconómica e adicionam uma exposição dinâmica a diferentes temas de investimento. Partem da identificação do cenário macro e, a partir daí, atribuem o risco às diferentes classes de ativos (obrigações do Estado, relacionadas com o governo, corporativas, com grau de investimento e dívida high yield, de países emergentes, moedas). O seu objetivo é obter uma rentabilidade adicional a médio prazo face ao índice de referência, no caso o Barclays Euro Aggregate. A carteira atualmente tem uma duração maior do que o índice. O contributo mais importante para aquela duração da carteira advém das obrigações de empresas emitidas em euros com uma classificação investment grade, que oferecem, na opinião do gestor do produto, um bom ponto de entrada em termos de yield.

86 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
PRODUTOS COMPARAÇÃO

GESTOR DAVID ZAHN

GESTOR SEM RESTRIÇÕES

Este fundo de investimento é gerido por uma equipa de gestores com experiência na indústria e uma longa permanência na Franklin Templeton. É uma estratégia pan-europeia que pode aproveitar todo o espetro do mercado europeu de rendimento fixo. Não está sujeito a nenhum índice. Sem restrições, pode ajustar ativamente o posicionamento no seu setor, a duração e a divisa para capitalizar as oportunidades do mercado e proteger o capital. Em títulos do governo e obrigações corporativas investment grade, pode mover-se dentro do intervalo de 0%-100%, enquanto que em high yield, titularizações e moedas distintas do euro, pode ir entre o intervalo de 0% a 30%. A estratégia é artigo 8º e realiza uma análise ESG integrada, com exclusões baseadas em produtos e serviços, uma estratégia de engagement e uma análise ESG soberana e corporativa. O desempenho superior da estratégia nos últimos três anos veio principalmente da seleção de títulos e da alocação setorial.

GESTOR LYNDON MAN

FLEXIBILIDADE NA ALOCAÇÃO E DURAÇÃO

É um fundo que investe principalmente em rendimento fixo com grau de investimento e denominado em euros, tanto em obrigações governamentais como de empresas. No entanto, Lyndon Man, cogestor da estratégia, tem flexibilidade para procurar valor noutros segmentos como o high yield, mercados emergentes e outras moedas europeias (geralmente cobertas) para diversificar e encontrar boas oportunidades de investimento. Além da flexibilidade de alocação de ativos, também gerem ativamente a duração, que pode ser até três anos acima ou abaixo do índice de referência, no caso o Bloomberg Barclays Euro Aggregate Index. Não seguem um benchmark. Só o utilizam para fins comparativos. Com um forte foco na alocação de ativos, aplicam uma análise bottom-up ao processo de investimento ao procurar oportunidades que apresentem uma boa relação entre o risco assumido e a rentabilidade.

GESTORES PAUL GRAINGER E

APOSTA NOS AAA

Este fundo procura superar o Bloomberg Euro Aggregate Index num período de três a cinco anos, investindo em títulos denominados em euros. Para isso, os gestores da estratégia realizam uma gestão ativa, investindo pelo menos dois terços dos ativos em títulos denominados em euros e emitidos por governos, organismos públicos, supranacionais e empresas de todo o mundo. A carteira tem características ESG, sendo artigo 8º, pelo que os avaliam os fatores de sustentabilidade, tanto no mercado soberano como de crédito, a par dos fatores macroeconómicos ao longo do processo de investimento. Em termos de emissões, têm atualmente preferência por treasuries de emitentes de maior qualidade, como é o caso da Alemanha. Na verdade, estão sobreponderados em emissões AAA. No entanto, também veem valor nos segmentos AA e BBB de países como França e Itália. Atualmente, estão a tentar tirar partido das divergências de mercado impulsionadas pelas políticas fiscais e monetárias.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 87
SCHRODER ISF EURO BOND INVESCO EURO BOND FUND FRANKLIN EUROPEAN TOTAL RETURN FUND
1
-8 -7 -6 -5 -4 -3 6 7 8 1
-8 -7 -6 -5 -4 -3 6 7 8 1
-7 -6 -5 -4 -3 88 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PRODUTOS COMPARAÇÃO BLACKROCK GLOBAL FUNDS EURO BOND FUND BLUEBAY FUNDS BLUEBAY INV. GRADE EURO AGG. BOND FUND EURIZON FUND BOND AGGREGATE EUR FRANKLIN EUROPEAN TOTAL RETURN FUND INVESCO FUNDS INVESCO EURO BOND FUND SCHRODER INTERNATIONAL SELECTION FUND EURO BOND RENT. ANUAL A 3 ANOS -6,12 -4,43 -4,99 -3,51 -5,54 -6,55 VOLATILIDADE A 3 ANOS 6,78 7,40 7,38 6,67 7,96 6,99 MÁXIMO DRAWDOWN 3 ANOS -20,46 -18,84 -18,91 -17,79 -20,84 -22,29 RÁCIO SHARPE 3 ANOS -1,30 -0,96 -1,04 -0,93 -1,03 -1,32 ALFA 3 ANOS -0,12 2,23 1,59 2,82 1,50 -0,48 BETA 3 ANOS 1,03 1,09 1,08 1,06 1,13 1,04 2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022 1 2 3 4 5 BlackRock Global Funds Euro Bond Fund BlueBay Funds BlueBay Inv. Grade Euro Agg. Bond Fund Eurizon Fund Bond Aggregate EUR Franklin European Total Return Fund Invesco Funds Invesco Euro Bond Fund Schroder International Selection Fund Euro Bond 1 2 3 -8 -7 -6 -5 -4 -3 6 7 8 6 4.783 5.436 5.246 3.827 2.799 3.268 3.896 3.132 2.206 2.967 144 460 687 1.215 1.091 4 2 5 3 1 6 EURIZON FUND BOND AGGREGATE EUR BLACKROCK GLOBAL FUNDS EURO BOND BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO AGGREGATE BOND
Volatilidade 3 anos (%) Rentabilidade anualizada 3 anos (%) Em euros Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros. Dados referentes a 31 de dezembro de 2022. Fundos da categoria EAA Fund EUR Diversified Bond
2 3
2 3
2 3
MAPA risco/ rentAbilidAde

4 5 6 4 5 6 4 5 6

mos cinco anos, algo que também se aplica ao high yield devido ao facto de muitas empresas CCC terem desaparecido depois dos estragos provocados pela crise do COVID-19. Mas, de futuro, o ponto chave voltará a estar onde esteve sempre, na evolução da saúde empresarial.

Por agora, os fundamentais das empresas estão a aguentar, embora seja de esperar que se assista a uma certa deterioração da qualidade em alguns setores e títulos, sobretudo num mais do que previsível contexto de recessão económica.

“Será importante realizar uma seleção cuidadosa procurando, sobretudo, emitentes com fluxos de liquidez que se incrementem com a inflação ou modelos de negócio resilientes à desaceleração”, recomenda Patrick Vogel, gestor do Schroder ISF Euro Corporate Bond.

De momento, os sinais de aviso relativamente à deterioração dos lucros estão a ver-se em alguns setores, como o transporte e os produtos químicos. Mas, por outro lado, também há outros que poderão sair muito reforçados, como o financeiro.

“Os bancos deverão desfrutar de margens de juros record em 2023 graças às taxas de juro mais elevadas que suportam, por exemplo, os seus

instrumentos subordinados”, destaca Mondher Bettaieb-Loriot, gestor do Vontobel Euro Corporate Bond.

Em linhas gerais, a maioria dos gestores continuam a destacar a solidez dos fundamentais das empresas. “As empresas têm gerado liquidez nos últimos trimestres, implementando eficiências de custos na era de COVID-19 e poderão gerir uma desaceleração sem cortes significativos de rating ou incumprimentos”, augura Richard Ford. No entanto, este gestor do Morgan Stanley Euro Corporate Bond também avisa que as margens das empresas se verão pressionadas e que manter as receitas brutas será um desafio.

CERTA CAUTELA

No mercado europeu de obrigações é no âmbito da dívida soberana onde ainda se observa uma certa cautela. “Espera-se que a emissão líquida seja elevada em 2023. O BCE deixou de aplicar a flexibilização quantitativa e existe a possibilidade de que se realizem novas emissões para financiar os programas de apoio aos preços da energia”, aponta Michael Krautzberger, gestor do BlackRock Euro Short Duration Bond.

Relativamente ao risco que representam para a classe de ativos as

previsíveis subidas de taxas de juro que aplicarão os bancos centrais, o gestor mostra-se convencido de que as autoridades monetárias não poderão finalmente levar a cabo as subidas previstas pelos mercados antes de ter que fazer uma pausa perante uma recessão. “Além disso, o endurecimento da política monetária é um fator que os mercados já têm em conta”, acrescenta Maria-Anne Allier, gestora do Carmignac Securité.

Ninguém tem uma bola de cristal para saber qual é o ponto de entrada ótimo. O contexto é complexo e poderão produzir-se novos impactos externos que compliquem ainda mais as coisas. No entanto, do ponto de vista da valorização do mercado, o facto dos preços atuais já descontarem boa parte dos riscos leva muitos gestores a coincidir na mesma mensagem: no crédito europeu, oportunidade à vista.

A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 89
2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022 2018 2019 2020 2021 2022
283 286 1.093 1.505 1.579 1.712 1.516 664 888 673 964 1.346 906 392 SCHRODER
INVESCO
FRANKLIN
1.137
ISF EURO BOND
EURO BOND FUND
EUROPEAN TOTAL RETURN FUND

DE TAXAS DE JURO NEGATIVAS

A UM DOS AUMENTOS MAIS

RÁPIDOS DE SEMPRE, 2022

CAUSOU MUITO SOFRIMENTO PARA QUEM PROCURAVA

DIVERSIFICAÇÃO OU RETORNOS NO MERCADO DE OBRIGAÇÕES DE ALTO

RENDIMENTO. MAS EM APENAS UM ANO, O MUNDO MUDOU

BASTANTE E A CATEGORIA DE INVESTIMENTO PODE VOLTAR A FAZER MANCHETES.

Na íngreme escalada das taxas de juro, o mercado de obrigações high yield a nível global enfrentou um dos piores anos de que há registo. Entre as crescentes preocupações com uma recessão, a persistência da inflação e uma guerra que não parece ter fim, 2022 afundou o índice europeu e norte-americano de obrigações high yield em mais de 10%, com apenas o segundo semestre a providenciar alguma estabilização.

Mas nem tudo são más notícias. Depois de um longo período com taxas de juro baixas e até negativas, o panorama de investimento em crédito mudou e tem agora boas hipóteses de se tornar uma escolha de topo na agenda dos investidores, em 2023 e nos anos seguintes. E, tal como muitos profissionais têm apontado, perante uma

elevada yield efetiva, tal como foi a da média do mercado no final do ano, a roçar os nove pontos percentuais, seria necessária uma avalanche de casos de incumprimento para trazer problemas aos investidores.

Perante este contexto fotografamos o mercado através de cinco fundos na categoria Global High Yield Bond que obtiveram Rating FundsPeople 2022 em Portugal, Espanha e Itália, expondo a sua posição de mercado, tipo de obrigações em carteira e o rendimento que oferecem aos seus clientes.

Na dimensão, o destaque vai para o fundo da PIMCO que regista mais de três mil milhões de euros em ativos sob gestão, mais do dobro do segundo maior fundo na lista. O fundo de menor dimensão, o BlueBay Global High Yield ESG Bond Fund, também o único em análise com uma estratégia centrada

em ESG, é o que apresenta menor duração, situando-se nos 3,78 anos, com os restantes fundos a apresentarem durações bastante semelhantes entre si entre os 4,25 e os 4,53 anos. Por outro lado, a maior yield to maturity é detida pelo fundo da T. Rowe Price, com 9,63%, seguida de perto apenas pelo fundo da Janus Henderson com uma yield mais em linha com os restantes fundos.

Olhando para a distribuição geográfica, a forte alocação dos ativos de rendimento fixo na América do Norte destaca-se de imediato. O Janus Henderson Horizon Global High Yield Bond Fund apesar de ser o fundo com menor alocação ao continente norte-americano tem ainda 55% da sua carteira em ativos da região, enquanto que o fundo da T. Rowe Price é o mais exposto à mesma, configurando perto de 86% do seu portefólio.

AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA-LATINA 67,29 65,44 55,15 64,32 85,93 7,08 1,45 0,19 0,1 1,21
por André Lopes
90 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PRODUTOS CARTEIRAS

EXPOSIÇÃO GEOGRÁFICA (%)

Fonte: Dados de alocação mais recentes disponíveis a 5 de janeiro de 2023. Fundos de Global High Yield Bond, distinguidos com Rating FundsPeople 2022 em Portugal,

e Itália.

Fonte: Dados em euros, à data mais recente disponível de 5 de janeiro de 2023. Fundos de Global High Yield Bond, distinguidos com Rating FundsPeople 2022 em Portugal, Espanha e Itália com informação disponível na Morningstar Direct. O Rating indicado na tabela é o Rating FundsPeople 2023.

DISTRIBUIÇÃO POR RATING DE CRÉDITOS

Dados à data mais recente disponível a 5 de janeiro de 2023. Em percentagem.

Espanha
REINO UNIDO EUROPA DESENVOLVIDA 5,12 4,9 3,01 4,13 4,41 16,84 19,97 21,2 18,2 5,59 0,99 2,62 1,13 0,6 0,37 BLACKROCK GL. FUNDS - GL. HIGH YIELD BOND BLUEBAY FUNDS - BLUEBAY GL. HIGH YIELD ESG BOND JANUS HENDERSON HORIZON GL. HIGH YIELD BOND PIMCO GIS GL. HIGH YIELD BOND T. ROWE PRICE FUNDS SICAV - GLOBAL HIGH YIELD BOND ÁFRICA/ MÉDIO ORIENTE ÁSIA, JAPÁO E AUSTRALÁSIA 3,31 1,41 5,79 0,04 1,49 EUROPA EMERGENTE 0,55 0,33 0,56 0,1 0
Fonte:
FUNDO AAA - A BBB BB B INFERIOR B SEM RATING BlackRock Global Funds - Global High Yield Bond Fund 0,71 9,15 40,02 29,29 10,72 10,11 BlueBay Global High Yield ESG Bond Fund 4,89 4,41 35,95 43,26 6,96 4,53 Janus Henderson Horizon Global High Yield Bond Fund 0,12 5,19 48,96 31,54 8,83 5,36 PIMCO GIS Global High Yield Bond Fund 7,03 0,70 44,22 36,08 7,28 4,69 T. Rowe Price Funds SICAV - Global High Yield Bond Fund 0,00 0,74 45,76 36,77 12,01 4,72
FUNDO ISIN RATING FUNDSPEOPLE 2023 GESTORA PATRIMÓNIO (MILHÕES DE EUROS) DURAÇÃO YIELD TO MATURITY MÉDIA BlackRock Global Funds Global High Yield Bond Fund LU0331284363 BlackRock 1,502,147,152.95 4,49 8,19 BlueBay Global High Yield ESG Bond Fund LU1560664358 BlueBay 498,935,122.57 3,78 8,13 Janus Henderson Horizon Global High Yield Bond Fund LU1678962512 Janus Henderson 898,544,511.60 4,53 8,9 PIMCO GIS Global High Yield Bond Fund IE0002420739 PIMCO 3,067,213,755.14 4,25 8,5 T. Rowe Price Funds SICAV Global High Yield Bond Fund LU0133083732 T. Rowe Price 572,636,053.13 4,45 9,63 JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 91
DURAÇÃO

PRODUTOS CARTEIRAS

ALOCAÇÃO SETORIAL LÍQUIDA

O PAPEL DOS ALTERNATIVOS LÍQUIDOS NAS CARTEIRAS

Na distribuição por rating de crédito nestas cinco carteiras, denotamos um forte peso em crédito com rating B e BB. Já o fundo da BlackRock é o que mostra uma maior parcela do portefólio em investment grade, ou seja, crédito avaliado entre BBB e AAA, mas também o que detém uma maior proporção em crédito não avaliado. Abaixo do rating B, o fundo da T. Rowe Price é o fundo mais exposto, com cerca de 12% do seu portefólio nas restantes categorias de rating.

Por último, no que diz respeito à distribuição setorial, vemos um maior peso em crédito proveniente de empresas de serviços financeiros, do setor industrial e de consumo cíclico. O fundo da BlackRock é o mais exposto tanto ao setor financeiro como ao setor industrial, com o primeiro a ocupar 20,04% e o segundo 19,86% do valor em carteira. Já no setor de consumo cíclico o fundo mais exposto é o da T. Rowe Price, ocupando 20,34% do seu portefólio.

As condições que prevaleceram nos últimos 10 anos já não são válidas, com taxas de juro crescentes e uma inflação que exercerá pressão sobre as obrigações e as ações durante algum tempo. Isto levou à revisão, por parte dos investidores, das suas estratégias de alocação, procurando diversificação em classes de ativos alternativas como matérias-primas, infraestruturas, imobiliário, capital de risco ou hedge funds. Global macro, long/short credit, long/short equity, arbitragem de fusões, special situations e CTA são algumas estratégias alternativas líquidas que podem ajudar a diversificar as carteiras na procura por retornos absolutos com uma volatilidade moderada. Estas estratégias alternativas líquidas ganharam interesse nos últimos anos, especialmente em períodos de maior volatilidade e incerteza quando os investidores procuram soluções pouco correlacionadas para diversificar a sua exposição tradicional a ações e obrigações. A disponibilidade destas estratégias em formato UCITS oferece também um enquadramento regulado e flexível.

Com um universo crescente de estratégias alternativas, muitas vezes heterogéneas, e com processos de investimento mais complexos do que o dos fundos tradicionais, o processo de seleção é fundamental.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
NURIA ORTEGA Diretora comercial de Alternativos Líquidos para a Península Ibérica, Amundi
BLACKROCK GL. FUNDS - GL. HIGH YIELD BOND PIMCO GIS GL. HIGH YIELD BOND BLUEBAY GL. HIGH YIELD ESG BOND T. ROWE PRICE FUNDS SICAV - GLOBAL HIGH YIELD BOND JANUS HENDERSON HORIZON GL. HIGH YIELD BOND
data
recente disponível a 5 de
de 2023.Em percentagem SAÚDE OUTROS MATERIAIS BÁSICOS SERVIÇOS FINANCEIROS 6,53 11,02 7,69 4,99 5,18 20,04 17,21 19,05 18,23 17,22 9,38 5,56 6,38 6,67 11,15 7,26 6,68 3,87 6,79 5,69 2,89 2,66 4,03 6,46 5,09 11,89 19,67 16,61 12,94 20,34 19,86 17,32 17,31 16,42 18,75 8,38 2,05 6,47 6,8 9,67 6,07 3,38 4,38 3,04 4,34 CONSUMO CÍCLICO SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO INDUSTRIAL TECNOLOGIA ENERGIA 92 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Fonte: Dados à
mais
janeiro

ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS

LÍQUIDAS

BRILHAM

EM ANO CONTURBADO

Rever o impacto de 2022 pode ser um exercício desconfortável, mas poderá ser importante para detetar as estratégias que teriam resguardado os investidores da turbulência dos mercados.

Os CTA sobressaem desta análise.

De acordo com o dicionário, diversificar é o ato de tornar diverso ou variado. Se recorrermos a uma fonte mais versada no mundo dos investimentos - a Investopedia, por exemplo -, a palavra é definida como uma estratégia de gestão de risco, na qual os investimentos dentro de uma carteira são variados, numa tentativa de limitar a exposição a um único ativo ou risco. De acordo com um gestor tradicional 60/40, esta definição está no passado. Já se abordarmos um analista de fundos alternativos líquidos, diversificar passa por estratégias sistemáticas de seguimento de tendências, como os Commodity Trading Advisor (CTA). E, se olharmos para o último ano, tenderíamos a concordar.

“De um modo geral, 2022 foi um bom ano para a maioria das categorias de retorno absoluto, tendo marcado diferenças significativas face aos mercados tradicionais. Um ano caracterizado por volatilidade elevada em praticamente todas as classes de ativos, sendo que a estratégia mais notável foi a de CTA, especialmente as de pura gestão Systematic Trend”. Assim dizem Ángel Lara e Cipriano Sancho, analistas sénior de Mercados Alternativos e Privados na Santander Asset Management.

No final de 2022, este tipo de estratégias ganharam relevo, especialmente pelo facto do ano ter ficado tão marcado pelo sofrimento causado aos investidores expostos aos mercados tradicionais. Olhando para os fundos

registados para venda em Portugal com dados disponíveis na Morningstar, a categoria de Systematic Trend alcançou um retorno médio a 12 meses em euros na ordem dos 12,15%.

Um dos fundos em destaque nesta categoria é o Schroder GAIA BlueTrend ao atingir um retorno de 28,93% em 2022 com um desvio padrão de 11,28%. Tal como explica James Freeman, diretor de investimentos da Schroder GAIA, esta é uma estratégia diversificada entre ações, obrigações, divisas e commodities, em mais de 175 mercados. O tamanho da posição é determinado pela força do sinal de tendência, bem como pela volatilidade, sendo que a posição é inferior quando é detetada uma maior volatilidade. O nível de

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 93
PRODUTOS ALTERNATIVOS por Montserrat Formoso e André Lopes

PRODUTOS ALTERNATIVOS

OS FUNDOS DE GESTÃO ALTERNATIVA MAIS RENTÁVEIS A 12 MESES

risco é também repartido uniformemente entre as classes de ativos. “Ao longo do ano, os retornos têm vindo de diferentes classes de ativos em momentos diferentes. No primeiro trimestre, os principais retornos vieram das posições em commodities, no segundo e terceiro trimestres de obrigações e de investimentos em divisas”, explica Freeman.

Seguindo o primeiro lugar de perto está o MontLake DUNN WMA

Institutional UCITS que com a sua classe de retalho alcançou um retorno de 25,28% e com um desvio padrão na casa dos 9%. E, apesar de abaixo da casa dos 20%, o DNB - TMT Long/

Short Equities retail A (EUR) alcançou o terceiro lugar com um desvio padrão substancialmente menor do que os dois primeiros classificados, con-

figurando o único fundo presente no pódio fora da categoria de estratégias de seguimento de tendências.

CURTOS/LONGOS

A explicar alguns dos ganhos nestas categorias estão as posições curtas em ativos de rendimento fixo, tanto em taxas de curto prazo como em obrigações, que permitiram aos gestores arrecadar ganhos devido ao aumento histórico das taxas de juro. Além disso, algumas das estratégias em análise beneficiaram também de ganhos em posições longas no dólar e posições curtas em libras, euros e ienes, com as ações a não terem grande impacto no agregado das carteiras.

Outra categoria nas estratégias de valor relativo com pouca direcionalidade que se destacou em 2022 foi a de Equity Market Neutral. “Pode ter sido a cate-

goria que providenciou melhores resultados em termos absolutos”, de acordo com Ángel Lara e Cipriano Sancho. Os peritos da Santander AM explicam que tanto os Event Driven, como os fundos de arbitragem de convertíveis, resistiram às fortes quedas nos mercados de ações. E também as estratégias alternativas alocadas a rendimento fixo, embora com resultados na sua generalidade negativos, mostraram um desempenho superior aos das estratégias tradicionais.

Apesar de muitos acreditarem que as categorias de retorno absoluto são alheias à direção do mercado, tal nem sempre se verifica. Uma estratégia não estar correlacionada com o mercado significa apenas que os seus movimentos vão diferir do mercado, e não que determinadas estratégias ou alguns gestores serão capazes de gerar ganhos indepen-

FUNDO CATEGORIA MORNINGSTAR GESTORA RETORNO 2022 (%) DESVIO PADRÃO 2022 (%) Schroder GAIA BlueTrend Systematic Trend EUR Schroders 28,93 11,28 MontLake DUNN WMA Institutional UCITS Fund Systematic Trend EUR MLC Management 25,28 9 DNB - TMT Long/Short Equities Equity Market Neutral EUR DNB 18,43 5,15 SEB Asset Selection Fund Systematic Trend EUR SEB 15,62 7,71 Lumyna - Millburn Diversified UCITS Fund Multistrategy EUR Lumyna 15,02 17,45 M&G (Lux) Episode Macro Fund Macro Trading EUR M&G 14,66 2,67 Goldman Sachs Alternative Trend Portfolio Other Currency Systematic Trend EUR Goldman Sachs 14,22 10,89 Amundi Funds - Volatility World Options Trading Amundi 13,77 9,81 GAM Star plc - GAM Star Global Rates Macro Trading EUR GAM 12,87 4,97 Trium ESG Emissions Impact Fund Equity Market Neutral EUR Trium Ireland 12,57 6,24 Cyril Systematic I Systematic Trend EUR Finaltis 12,43 8,31 Lumyna Bluecove Alternative Credit Relative Value Arbitrage Lumyna 12,42 9,17 Lumyna - BOFA MLCX Commodity Alpha Alternative Other Lumyna 12,39 13,69 Blackstone Market Neutral Systematic Credit Relative Value Arbitrage Blackstone Credit Systematic Strategies 11,75 8,17 Man AHL Trend Alternative DN Systematic Trend EUR Man Group 11,57 10,56 Franklin K2 Bardin Hill Arbitrage UCITS Fund Event Driven Franklin Templeton 9,73 8,22 PIMCO GIS TRENDS Managed Futures Strategy Fund Systematic Trend EUR PIMCO 9,40 17,09 Man GLG Convertible Arbitrage Alternative Relative Value Arbitrage Man Group 9,14 10,33 Fidelity Funds - Absolute Return Global Equity Fund Equity Market Neutral EUR Fidelity International 8,87 4,38 Lumyna-MW TOPS (Market Neutral) UCITS Equity Market Neutral EUR Generali 8,84 2,91
94 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
Fonte: Morningstar Direct. Fundos registados em Portugal. Dados de rentabilidade em % em euros, no final de dezembro de 2022.

RENTABILIDADES A 1 ANO

OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS EURO SÃO PROMISSORAS NO MÉDIO PRAZO

RENTABILIDADES A 3 ANOS

Por quanto tempo os bancos centrais vão continuar a aumentar as taxas de juro? Esta é a pergunta que a maioria dos participantes do mercado está a fazer hoje.

dentemente do contexto de mercado. E é por este motivo que os resultados obtidos em 2022 pelas categorias de alternativos trazem tanto prestígio a este tipo de estratégias.

Já das estratégias mais direcionais, esperavam-se resultados menos animadores, dada a queda do mercado. No entanto, os analistas da Santander AM destacam os resultados das estratégias long-short em ações com um viés para valor, ou estratégias multigestor dentro dos Global Macro. “Os futuros de commodities beneficiaram do bom desempenho das matérias-primas, apesar da forte correção a meio do ano”, concluíram.

A dispersão do desempenho entre estratégias alternativas ao longo de 2022, bem como entre fundos dentro da mesma categoria, destacam a necessidade de ter uma carteira diversificada

nesta classe de ativos. Olhando para as estratégias Systematic Trend EUR, por exemplo, apesar de pertenceram à categoria com a melhor rentabilidade média e a maior rentabilidade máxima em 2022, estão também entre as estratégias com uma das rentabilidades mínimas mais baixas. Por outro lado, na visão a três anos, vemos a categoria Options Trading, por exemplo, a apresentar uma das melhores rentabilidades máximas mais elevadas, mas também uma das rentabilidades mínimas com pior desempenho.

Estes resultados reforçam a ideia de que nem todas as estratégias funcionarão em qualquer ambiente, nem os gestores estarão sempre certos. O ponto-chave é garantir posições diversificadas que se complementem para canalizar retornos para o investidor.

Na DWS, acreditamos que ainda é cedo para apostar numa mudança de rumo por parte dos bancos centrais. No entanto, com vários aumentos substanciais de taxas em várias áreas já assumidos nos próximos trimestres, isso não deve ser outra surpresa negativa nos mercados de obrigações. Em geral, a incerteza permanece muito alta no mercado de obrigações. Apesar disso, a nossa perspectiva para os títulos corporativos europeus melhorou após a venda de títulos de obrigações no primeiro semestre de 2022: num horizonte de 12 meses, vemos oportunidades no campo do investment grade (IG) e do high yield (HY). Nesse tipo de ativo, o patamar de rentabilidade alcançado não era tão atrativo há muito tempo. Se evitarmos os piores cenários possíveis (falhas de energia na Europa, inflação prolongada e riscos geopolíticos crescentes), podemos esperar um ano promissor para o IG europeu.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ISABEL DE LINIERS Vendas sénior para a Península Ibérica, DWS
CATEGORIA RENTABILIDADE MÍNIMA A 1 ANO MÉDIA A 1 ANO MÁXIMA A 1 ANO Macro Trading EUR -13,99 -5,32 14,66 Alternative Other -32,56 -2,48 12,39 Equity Market Neutral EUR -10,5 0,96 18,43 Currency -2,53 1,16 6,16 Systematic Trend EUR -13,4 12,15 28,93 Options Trading -9,33 0,44 13,77 Multistrategy EUR -9,54 -0,83 15,02 Relative Value Arbitrage -13,05 4,71 12,42 Event Driven -7,74 2,06 9,73
CATEGORIA RENTABILIDADE MÍNIMA A 3 ANOS MÉDIA A 3 ANOS MÁXIMA A 3 ANOS Macro Trading EUR -3,95 0,2 9,03 Alternative Other -10,04 0,76 13,46 Equity Market Neutral EUR -3,91 1,99 8,66 Currency -2,67 -1,21 0,37 Systematic Trend EUR 2,24 5,72 14,08 Options Trading -6,27 4 10,45 Multistrategy EUR -4,08 0,88 7,07 Relative Value Arbitrage -7,42 1,66 9,2 Event Driven -0,67 3,91 8,44 Fonte: Morningstar Direct. Fundos registados em Portugal. Dados de rentabilidade em % em euros, no final de dezembro de 2022. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 95

ÍNDIA UMA POTÊNCIA IN THE MAKING

No mundo dos ativos emergentes, as ações da Índia têm-se mostrado uma promessa bastante convincente. Mesmo num ano que provocou elevadas perdas a nível global, o mercado acionista indiano, apesar de ter enfrentado elevados níveis de volatilidade, mostrou-se resiliente e cria agora elevadas expetativas para os anos que se seguem.

96 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
PRODUTOS EMERGENTES
por André Lopes e Diogo Verde
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COMPOSIÇÃO DO MSCI EMERGING MARKETS, POR PAÍS

Prestes a ser a maior população do mundo e com a quinta maior economia, sem sinais de abrandar, a Índia tornou-se num destino muito atrativo para os investidores nos últimos anos. De tal forma que, tal como aponta Jigar Gandhi, especialista de investimentos na Schroders, no recente documento partilhado - Outlook 2023, Indian equities: can market remain resilient? - o “MSCI India index é agora o segundo maior peso no MSCI Emerging Markets, constituindo 15,55% do índice e o décimo maior peso no índice global MSCI ACWI, representando 1,6% do mesmo.”

De acordo com alguns relatórios, a Índia será a terceira maior economia do mundo nos próximos dez anos, se for dada continuação a uma longa linha de boas políticas públicas e o foco no crescimento não for descartado. Vipul Mehta, diretor de investimentos de ações na zona da Ásia Pacífico (ex Ja-

pão) da Nomura Asset Management, em declarações à FundsPeople, afirma que as perspetivas de crescimento elevadas estão sustentadas numa economia maioritariamente doméstica e impulsionada por um perfil demográfico jovem, um rendimento per capita elevado e um ambiente político estável e construtivo.

BATER A INFLAÇÃO

O crescimento nas zonas rurais continua irregular e dependente da intensidade das monções, mas as fortes tendências de recuperação pós-pandemia, o crescimento dos salários e uma pirâmide etária jovem resultam num forte consumo interno nas zonas urbanas. O que, em conjunto com os preços mais elevados do petróleo e as disrupções na cadeia de abastecimento, tem sido sinónimo de um aumento da inflação.

Contudo, o especialista da Schroders destaca que as restrições às exportações e os aumentos das taxas

O BOM ANO DE 2021 E A FORMA

COMO RESISTIU ÀS COMPLICAÇÕES DE 2022 SÃO INDICADORES

FUTURO
EXCELENTES PARA O
45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 2020/01 2020/02 2020/03 2020/04 2020/05 2020/06 2020/07 2020/08 2020/09 2020/10 2020/11 2020/12 2021/01 2021/02 2021/03 2021/04 2021/05 2021/06 2021/07 2021/08 2021/09 2021/10 2021/11 2021/12 2022/01 2022/02 2022/03 2022/04 2022/05 2022/06 2022/07 2022/08 2022/09 2022/10 2022/11 2022/12
Fonte: Morningstar Direct, exposição líquida por país.
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 97
ÍNDIA TAIWAN OUTROS PAÍSES COREIA DO SUL BRASIL CHINA

PROJEÇÕES PARA O CRESCIMENTO DO PIB

• Ashoka WhiteOak India Opportunities Fund

• Mirae Asset Global Discovery Fund

• Sustainable India Sector Leader Equity Fund

• Franklin India Fund

de juro têm sido muito eficazes no controlo da inflação, mantendo-a abaixo dos valores vistos internacionalmente. Refere ainda que “o crescimento salarial superou a inflação nos últimos anos, o que alimentou o consumo doméstico”. Isto num contexto em que se espera que a sua economia cresça 5.1%, acima dos valores esperados para a média mundial, Estados Unidos e até acima do crescimento económico previsto para a China.

Além disso, o Banco Central da Índia tem utilizado uma grande parte das suas reservas cambiais para assegurar movimentos suaves da rupia indiana nos mercados cambiais. Embora não tenha sido possível evitar uma desva-

98 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 MUNDO
EUA CHINA ÍNDIA Fonte: Previsões económicas do FMI com dados a 30 de agosto de 2022.
2021 2022E 2023E PRODUTOS EMERGENTES FUNDOS DA CATEGORIA MORNINGSTAR INDIA EQUITY COM RATING FUNDSPEOPLE 2023:

OS FLUXOS PARA AÇÕES PROVENIENTES DE INVESTIDORES DOMÉSTICOS

FICARAM PERTO DOS 40 MIL MILHÕES DE DÓLARES ATÉ OUTUBRO DE 2022

lorização em relação ao dólar americano, apreciou-se em relação a outras moedas mundiais importantes como a libra esterlina, o euro e o iene japonês.

MERCADO

Os resultados mais recentes apontam para um forte crescimento de receitas, mas com fortes pressões nas margens de lucro, dados os aumentos de preço em matérias-primas. No entanto, Rob Brewis, gestor de carteiras na Aubrey Capital Management, destaca a inversão da tendência de subida dos preços das mesmas na segunda metade de 2022. O gestor afirma, ainda, que a Índia tem “elevado potencial no que concerne energia solar, ao contrário do que acontece com o mais tradicional petróleo”. Um cenário que antevê positivo face à mudança de paradigma da energia que se antecipa.

Prevê-se, então, um crescimento nos ganhos do NIFTY 50 algures entre os 9% e os 10% para o ano financeiro que termina a março de 2023 e acima dos 15% para o ano seguinte. Isto num contexto em que o índice negoceia acima dos seus níveis de longo prazo, com um price to book ratio de 3,1 e um price to earnings de 21. Jigar Gandhi considera este “um risco chave no caso de qualquer mudança de sentimento e/ou desvio de liquidez para outros mercados”.

Numa perspetiva interna, denotou-se uma tendência relevante, as poupanças das famílias começaram a

escoar para ativos de risco, tais como ações. Com os ativos tradicionais, como os bens imobiliários e o ouro, a providenciarem resultados insignificantes, e com os depósitos a produzirem retornos reais negativos. Os fluxos para ações provenientes de investidores domésticos ficaram perto dos 40 mil milhões de dólares até outubro de 2022, dos quais os planos de poupança regulares em fundos de investimento, representaram 18 mil milhões de dólares do total. Já os investidores estrangeiros retiraram mais de 20 mil milhões de dólares do mercado.

Vipul Mehta destaca outra qualidade do mercado indiano. A Índia “proporciona aos investidores uma diversificação equilibrada entre investimento privado, implicando uma grande parte de skin in the game, e investimento público, de um governo democrático”. Esta diversificação proporciona segurança aos investidores e reduz a volatilidade dos mercados.

Ambos os investidores concordam sobre o elevado potencial da Índia. “A atual história do renascimento da procura interna continua a ser um pilar fundamental dos nossos investimentos” afirma Jigar Gandhi. Embora destaque cautela face às tendências externas desfavoráveis, “a forte procura interna e políticas governamentais estáveis dão-nos confiança. Há sempre oportunidades disponíveis para os olhos atentos”, conclui.

OBRIGAÇÕES: RAZÕES QUE NOS FAZEM ESTAR OTIMISTAS

Será 2023 o ano de viragem esperado pelos investidores em obrigações depois de tanto tempo em sofrimento? Os mercados obrigacionistas vão, finalmente, oferecer rentabilidade depois de tantos anos difíceis? Acreditamos que os sinais apontam para uma alteração na tendência das obrigações. Prevemos que a atividade económica mundial desacelere no próximo ano até conduzir a uma recessão. Quando uma economia fica mais débil, esperase que a inflação caia, o que permitiria aos bancos centrais abrandar e, em última instância, reverter as subidas nas taxas de juro efetuadas até ao momento. Se este cenário económico se verificar, esperamos cortes significativos nas taxas de juro no final de 2023 ou início de 2024. Temos de ter em conta que é necessário aproveitar esta tendência, que pode favorecer o mercado de obrigações. Muitos investidores anteciparam-se a estas alterações e começaram a abandonar o investimento em ações cíclicas na direção de um investimento mais defensivo em obrigações. Se todas estas condições se cumprirem, devem criar um ano muito mais positivo para os investidores em obrigações. A dívida já não estava tão barata, comparativamente às ações, desde a bolha das dot com no início da década de 2000. É por esse motivo que acreditamos que os investidores a longo prazo devem começar a agir em conformidade em 2023.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ALVARO ANTÓN LUNA Responsável de Negócio para a Península Ibérica, abrdn
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 99

ESG

AS CARAS NAS GESTORAS DE FUNDOS

MOBILIÁRIOS NACIONAIS

PRODUTOS ISR 100 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO
por Catarina Vinagre

Adérito Oliveira RESPONSÁVEL DE NEGÓCIO E DE ISR, BPI GESTÃO DE ATIVOS

Augusto Caro RESPONSÁVEL GLOBAL DE ESG, SANTANDER AM

Cristina Brízido

ADMINISTRADORA, CAIXA GESTÃO DE ATIVOS

Com o crescimento do interesse pelo investimento sustentável aumentam as necessidades em termos de recursos humanos dedicados a este percurso inevitável. Mas será que as entidades nacionais já têm equipas exclusivamente dedicadas ao ESG ou ainda há um longo caminho a percorrer?

Os critérios ambientais, sociais e de governance (ESG, na sigla em inglês) assumiram um papel preponderante no mundo da gestão de ativos, nos últimos anos. As gestoras passaram dos esforços iniciais feitos no campo do E, para estarem cada vez mais atentas ao S, nunca esquecendo o G. Seguiram-se os investidores. Veem interesse nos benefícios ambientais e sociais da temática, mas começam a acreditar

que com ela vem acoplada uma maior rentabilidade, como revelou o Schroders Global Investor Study 2022.

Maior interesse pelo investimento sustentável e, consequentemente, mais produtos, também aumentam as exigências a nível regulatório. A necessidade de ter mais recursos humanos dedicados ao ESG, de modo a acompanhar a evolução constante do tema é premente. Para perceber de que forma a indústria nacional se está a adaptar e a alterar as suas equipas para responder a

esta tendência em expansão, a FundsPeople inquiriu as gestoras de fundos mobiliários nacionais.

Das 14 gestoras inquiridas, cinco optaram por não participar. A indefinição e complexidade do tema dita que algumas entidades ainda não se pronunciem. Outras duas revelaram que embora estejam a esforçar-se para implementar as novas regras ESG e desenvolver esta área, ainda não têm equipas formadas nem dedicadas em exclusivo ao tema. Porém, metade

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 101

José Valente

GESTOR DE CARTEIRAS DE AÇÕES E OBRIGAÇÕES E RESPONSÁVEL DE ESG, CA GEST

COM O CRESCIMENTO

DO INTERESSE

PELO ISR ADVÉM A

Luís Filipe Carvalho

GESTOR DE PRODUTO E RESPONSÁVEL DE ESG, GNB GESTÃO DE ATIVOS

do universo questionado tem pelo menos um profissional dedicado à temática, embora a maioria acumule esse cargo com outras funções.

TRANSVERSALIDADE

Nas respostas das gestoras podemos encontrar vários pontos em comum. Um deles é que quer haja ou não um ESG officer, as questões ESG acabam por ser um tema transversal a todas as áreas dentro da entidade, funcionando com uma lógica interdepartamental.

Paulo Sepúlveda ADMINISTRADOR, BIZ GROUP

do ponto de vista de compliance com as obrigações de supervisão.

HUMANOS

Começando pelo Grupo BIZ, na entidade revelam que o tema ESG é seguido no âmbito do Conselho de Administração, estando o administrador Paulo Sepúlveda responsável pela temática. Embora quando se trata de fundos ESG as equipas de gestão sejam responsáveis pelo controlo específico do tema, o administrador segue o tema

No caso da Caixa GA, a sustentabilidade tem um pelouro autónomo na estrutura organizativa da entidade, a cargo da administradora Cristina Brízido. Adicionalmente, “a definição dos princípios gerais e a implementação da abordagem de sustentabilidade é levada a cabo por um comité de sustentabilidade que é responsável por analisar e verificar a conformidade com a estratégia e as políticas estabelecidas em matéria de ISR nos patrimónios geridos”, explicam.

Na CA GEST, também há um responsável pelo ESG. José Valente dedica a este tema, em média, 20% do seu tempo, “variando consoante surjam maiores exigências na execução de reportes, alteração de alocações de investimento e acompanhamento regulatório”, explicam. Porém, da entidade contam também que a

NECESSIDADE DE TER MAIS RECURSOS
DEDICADOS A ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO CONSTANTE DO TEMA
PRODUTOS ISR 102 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO

O ENQUADRAMENTO LEGAL É VASTO E COM PADRÕES TÉCNICOS EXTENSOS

Por último, a Montepio GA. Não têm a figura de ESG officer, mas revelam que “o exercício do tema ESG concorre com o exercício das restantes funções já desempenhadas na empresa, seja ao nível da gestão, seja noutras áreas funcionais”.

DIFICULDADES

REGRESSO ÀS OBRIGAÇÕES?

integração ESG funciona em articulação com o gabinete de Sustentabilidade do Crédito Agrícola e restante grupo.

No caso da GNB Gestão de Ativos, a entidade conta com Luís Filipe Carvalho como ESG officer. Este “tem o papel de implementar e acompanhar a estratégia da sociedade gestora em matéria ESG”. O profissional, porém, apenas dedica 50% do seu tempo a esta matéria, pois acumula outras funções. Além disso, existe um comité de sustentabilidade representado pelos vários departamentos relevantes.

2022 trouxe mudanças no tema na BPI GA. As áreas de ISR e desenvolvimento de negócio passaram a ser uma só, liderada por Adérito Oliveira. A parte da sustentabilidade tem dois profissionais em dedicação exclusiva, mas beneficia de estar numa equipa mais alargada, com responsabilidades ao nível do desenvolvimento de produto. também destacam o envolvimento com o grupo BPI-Caixabank, quer ao nível de partilha de conhecimento e de práticas, quer ao nível do modelo de governance.

Com uma equipa inteiramente dedicada ao tema, a Santander AM dirige o tema a partir de Madrid. Aí está Augusto Caro, responsável global de ESG, que com uma equipa de 10 pessoas presta serviços a todas as SAM a nível global.

Sendo esta uma temática relativamente nova nas entidades, há dificuldades a apontar por quem as executa, e a legislação é o grande calcanhar de Aquiles. A grande maioria dos profissionais refere que o enquadramento legal é vasto e com padrões técnicos extensos e difíceis de implementar. Por outro lado, falam de uma acentuada falta de objetividade, o que contribui para aumentar a amplitude das alternativas e dos riscos.

O facto deste ser um tema relativamente novo que cresce a uma velocidade galopante também entra na lista. Na opinião das entidades, é difícil estabilizar procedimentos internos que promovam uma maior qualidade e fiabilidade da informação trabalhada. A própria comunicação é desafiante. Revelam que se torna complexo tornar inteligível a informação que se presta aos clientes para não os induzir em erro, ao passo que é necessário um esforço para aumentar a literacia ESG dos clientes.

VANTAGENS

Mas não só de dificuldades se faz o caminho. Há várias vantagens que podem surgir com a aposta no ESG. Os benefícios são reconhecidos e valorizados pelos investidores que cada vez mais procuram este tipo de produtos. Segundo contam os profissionais, não existe sustentabilidade financeira sem considerar os impactos ESG nas decisões financeiras. E, finalmente, também a integração de questões ESG na tomada de decisão aumenta a probabilidade de serem alcançados retornos financeiros superiores.

Após um reajuste histórico como o vivido nos mercados obrigacionistas em 2022, os investidores questionam-se sobre como voltar a apostar em obrigações. O ambiente macroeconómico mantém-se complexo. A inflação subjacente pode demorar a voltar ao controlo. E não podemos esquecer os possíveis riscos. Tendo em conta a incerteza macroeconómica inerente a este ponto do ciclo de juros e de crédito, pode ser o momento errado para aumentar agressivamente a duração ou o risco de crédito. Muitas curvas de juros da dívida pública estão achatadas ou invertidas. Assim, a compra de obrigações a curto prazo pode garantir uma rentabilidade tão alta, ou até maior, do que a oferecida pela dívida a longo prazo. No entanto, as obrigações a curto prazo podem não atenuar a volatilidade. Os investidores devem considerar a combinação de obrigações de vencimento a curto prazo com estratégias de derivados que podem ajudar a minimizar a volatilidade dos juros, dos spreads e das divisas. As obrigações de taxa variável são outra forma de adicionar exposição à dívida corporativa de curta duração com menor risco de juros. Outras opções são as green bonds, high yield ou a dívida de mercados emergentes, que recuperaram em valor e oferecem uma boa margem de lucro. Mas podem implicar maior volatilidade, bem como riscos de default, pelo que a gestão ativa é crucial.

FRANCK DIXMIER
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
Diretor global de Investimentos em Obrigações, Allianz Global Investors
O
E DIFÍCEIS DE IMPLEMENTAR,
QUE DIFICULTA O TRABALHO DESTES PROFISSIONAIS
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 103

OS ETF ABREM CAMINHO NO MUNDO DO ESG

A transição para fundos cotados sustentáveis está a acontecer a um ritmo muito mais rápido do que o esperado. Esta é uma das principais conclusões da mesa redonda organizada pela FundsPeople com os responsáveis de alguns dos maiores fornecedores de ETF da indústria.

Oinvestimento com critérios Ambientais, Sociais e de Governance (ESG) é a tendência dominante na indústria da gestão de ativos. Também no que diz respeito ao mundo dos ETF onde, segundo os dados da Refinitiv, dos 52.000 milhões de euros que estes produtos captaram este ano na Europa, 70% (quase 37.000 milhões) foi para veículos que seguem critérios ambientais.

Os ETF estão a abrir caminho no mundo do ESG. Algo com que os responsáveis de alguns dos fornecedores de fundos cotados mais relevantes dentro do universo da indexação concordaram numa mesa redonda organizada pela FundsPeople no evento Tendências e oportunidades de investimento na indústria de ETF. Nela participaram Peter Scharl, responsável pelo Canal de Wealth Management na Europa

104 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PRODUTOS ETF por Óscar R. Graña

PETER SCHARL ISHARES

Continental da iShares; Lukas Ahnert, especialista sénior de gestão passiva na DWS; Olivier Paquier, responsável de Distribuição de ETF da J.P. Morgan AM para a EMEA; Christopher Mellor, responsável de Produtos de Ações e Commodities da Invesco para a EMEA; Antoine Lesné, responsável de Estratégia na State Streert Global Advisors (SSGA), e Stefan Kuhn, responsável de Distribuição de ETF para a Europa na Fidelity International.

TENDÊNCIA A CRESCER

A transição da indústria de gestão indexada para o mundo da sustentabilidade “está apenas a começar”. Mas, ao nível dos fluxos, “está a acontecer a um ritmo muito mais rápido do que tínhamos previsto”, reconheceu Peter Scharl (iShares). Na sua opinião, é uma tendência explicada por uma conjunção de dois fatores: um top-down, que é a regulação, e outro

bottom-up, que é a própria procura por parte dos clientes, que, de forma cada vez mais decidida, caminha nessa direção.

Basta ver o que está a acontecer com as plataformas online, cuja operação se limita à execução. “Antes da pandemia, entre 3% e 5% dos fluxos iam para ETF sustentáveis. Agora estamos a falar de percentagens de mais de 25%”.

Para Antoine Lesné (SSGA), a tendência de fundo subjacente é a substituição de produtos de gestão ativa por estratégias de gestão passiva e a substituição de produtos não sustentáveis por produtos que cumprem com estes critérios. Mas, na sua opinião, ainda existem muitas coisas a esclarecer no âmbito do ESG. A reclassificação de produtos de artigo 9º para artigo 8º é algo que está em curso e isso incomoda o cliente. “Gerou incerteza. Falta de clareza no que se refere à definição do que é um investimento sustentável em termos de taxonomia”, lamenta.

Em alguns segmentos de mercado, o responsável de Estratégia na SSGA considera que foi apresentado de forma esclarecedora. Cita, por exemplo, o caso das obrigações verdes: “Esta classe de ativos é sustentável. É suficientemente claro como as empresas vão utilizar as suas receitas e, por isso, podem ser classificadas como artigo 9º. Quanto ao resto, há menos clareza”.

Nesta mesma linha, Lukas Ahnert (DWS) explica que a solução na indústria de ETF passa agora por “abordar o mercado de uma nova forma e ter uma estrutura robusta”, ou seja, “não ter de reclassificar produtos de forma improvisada”. Na sua opinião, a regulação traz certeza aos produtos que seguem os critérios de sustentabilidade, o que faz com que os investidores se sintam confortáveis. Neste âmbito, acredita haver oportunidades para desenvolver novos veículos, sobretudo com estratégias

“A TRANSIÇÃO DA INDÚSTRIA DE GESTÃOINDEXADA PARA O MUNDO DA SUSTENTABILIDADE ESTÁ APENAS A COMEÇAR"
“A RECLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS DE ARTIGO 9º PARA ARTIGO 8º GEROU INCERTEZA”
SPDR
ANTOINE LESNÉ
JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 105

STEFAN KUHN FIDELITY INTERNATIONAL

“NOS ETF NÃO DEVE HAVER NADA MAIS ALÉM DA PURA INDEXAÇÃO.

ACREDITO QUE ISSO É O CORRETO”

LUKAS AHNERT DWS

“A

DE ESTRATEGIAS ORIENTADAS PARA O ENGAGEMENT É O TEMA SEGUINTE NA AGENDA DOS ETF”

orientadas para o engagement. “É a próxima tarefa na agenda dos ETF”, prevê.

Os especialistas concordam que os ETF ESG estão a evoluir juntamente com os clientes, que querem e pedem novas soluções que lhes permitam cobrir as suas exigências nesta matéria. Dentro do investimento com critérios ESG, até ao momento, o foco tem estado no E, principalmente em tudo o que se refere ao clima. No entanto, para o futuro, Christopher Mellor (Invesco) considera que continuaremos a assistir a evoluções, particularmente no S de Social. “O foco mudará cada vez mais para aí. Serão lançados mais produtos nesta área, por exemplo, ligados à igualdade de género”.

A este respeito, é previsível que as gestoras continuem a reforçar as suas gamas de ETF sustentáveis. O seu peso sobre o total de novos lançamentos é elevado. “Dos 34 novos produtos que criámos este ano, 28 são estratégias artigo 8º ou 9º. Há centenas de milhares de veículos com

estratégias de investimento sustentáveis, mas também há muitos gaps na indústria que precisam de ser colmatados”, reconheceu Olivier Paquier (J.P. Morgan AM). Mas fazê-lo nem sempre é fácil.

Acontece, por exemplo, no mundo dos temáticos, onde muitos aderem a filosofias sustentáveis. “O universo de investimento tem de ser suficientemente amplo. É um fator que limita o número de temas com que se pode jogar”, reconhece Stefan Kuhn (Fidelity International).

Outro fator é como construir a carteira. Aqui há diferenças entre os jovens fornecedores no mundo dos ETF, cuja conceção do veículo varia. Há quem, como Kuhn, os veja como o que tradicionalmente têm sido: instrumentos de gestão passiva. “O importante é que estes veículos dão acesso ao investidor a uma determinada parte do mercado. O que vê é o que tem. Mas sempre plenamente consciente do que há dentro do ETF. Não há nada mais

além de pura indexação. Acredito que isso é o correto”, sublinha.

Paquier também defende essa transparência e o facto de fornecer diariamente ao cliente a composição da carteira. Mas a empresa não vê o ETF apenas como um mero veículo de gestão passiva, mas como o invólucro através do qual oferecem a solução ao cliente. Em consequência, não querem criar apenas produtos sustentáveis que reproduzam índices, mas utilizar esses índices como benchmarks para, apoiando-se no trabalho dos próprios analistas da entidade, ter um impacto positivo. “O objetivo não é unicamente gerar retornos superiores a partir de exclusões ou inclusões, mas também gerar engagement para gerir os ativos de forma mais adequada”.

São as diferentes visões de um produto que, apesar do desafio colocado pelo aparecimento da sustentabilidade como filosofia de investimento, está a provar ser capaz de se adaptar a esta nova realidade.

CRIAÇÃO
106 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PRODUTOS ETF

CHRISTOPHER MELLOR INVESCO

“VAMOS CONTINUAR A VER EVOLUÇÃO NOS ETF SUSTENTÁVEIS, SOBRETUDO NO S DO SOCIAL”

OLIVIER PAQUIER

* Atualmente, o profissional trabalha na AXA IM

CENTENAS DE MILHARES DE ETF NA INDÚSTRIA, MAS TAMBÉM MUITOS GAPS QUE SÃO NECESSÁRIOS COBRIR”

“HÁ

SEGUNDO A REFINITIV, ESTE ANO, APROXIMADAMENTE 70% DAS

ENTRADAS LÍQUIDAS QUE OS ETF ESTÃO A RECEBER VÃO PARA ESTRATÉGIAS COM CRITÉRIOS SUSTENTÁVEIS

PAR T NER

A OPINIÃO RAP T REN

Vivemos tempos turbulentos em que os preços dos ativos nem sempre refletem as convicções. Os mercados estão a reformular-se para se adaptarem e estes movimentos estão na origem de muitas divergências entre perceção e valorização. No caso da transição energética, uma preocupação é que a tecnologia não permita abordar o processo como gostaríamos. Mas a tecnologia desenvolve-se rapidamente, as preferências da sociedade mudam e os governos promulgam novas políticas: a economia inclina-se a favor da produção sem carbono e a transição pode acelerar. Outro fator importante são as cadeias de abastecimento,

que, como vimos especialmente ao longo dos últimos meses, afetam as dinâmicas do mercado e geram perturbações.

A terceira fonte de divergência é a inflação. O aumento dos preços confronta os bancos centrais com o dilema de limitar o crescimento para controlar a inflação, algo que os investidores devem ter em conta num cenário de incerteza. A lacuna de valorizações é colmatada com convicção e firmeza, pelo que é fundamental não se afastar do objetivo a longo prazo e confiar em empresas que, como a BlackRock, atuam como fiduciários para atingir os objetivos financeiros dos investidores.

JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 107

CONVICÇÃO
COLMATAR
NA ENERGÉTICATRANSIÇÃO
PARA
A LACUNA DE VALORIZAÇÕES
ISABEL VENTO Responsável de Desenvolvimento de Negócio, BlackRock DE
J.P. MORGAN AM*
*Atualmente, o profissional trabalha na AXA IM

RADIOGRAFIA AO SISTEMA PÚBLICO DE PENSÕES

O sistema público de pensões volta a estar no olho do furacão, e o último Ageing Report da Comissão Europeia mostra conclusões que fazem soar os alarmes, como a evolução do rácio benefício das pensões.

por Conceição Nunes
108 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PRODUTOS INSTITUCIONAL
RECEITAS E DESPESAS DO SISTEMA PÚBLICO DE PENSÕES (% DO PIB) TAXA DE SUBSTITUIÇÃO BRUTA DAS PENSÕES DE VELHICE DO REGIME CONTRIBUTIVO E RÁCIO DE BENEFÍCIO DO SISTEMA PÚBLICO (%) 15,0 10,0 5,0 0,0 -5,0 -10,0 -15,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 Fonte: Ageing Report 2021. Nota: Despesa com sinal negativo. Fonte: Ageing Report 2021. 2019 2025 2030 2035 2040 2045 2050 2055 2060 2065 2070 2019 2025 2030 2035 2040 2045 2050 2055 2060 2065 2070 DESPESA CONTRIBUÇÕES IMPOSTOS SOBRE PENSÕES SALDO INCLUÍDO IMPOSTOS SALDO EXCLUÍNDO IMPOSTOS TAXA DE SUBSTITUÇÃO -PT RÁCIO DE BENEFÍCIO -PT TAXA DE SUBSTITUÇÃO -U.E. RÁCIO DE BENEFCIO -U.E. JANEIRO E FEVEREIRO I FUNDSPEOPLE 109

AComissão Europeia (CE) em conjunto com os estados-membros da União Europeia realiza de três em três anos uma projeção de despesas públicas influenciadas pela evolução demográfica (conclusões publicadas no Ageing Report 2021, da CE). Esta análise pretende dar uma ideia dos desafios que, no longo prazo, se colocam à sustentabilidade financeira das finanças públicas. O último exercício foi realizado em 2020, tendo 2019 como ano base. O exercício considera um conjunto de hipóteses macroeconómicas e demográficas transversais ao conjunto dos países e versa sobre a despesa com pensões, saúde, cuidados de longa duração e educação.

CARATERÍSTICAS

No que diz respeito à despesa pública com o sistema de pensões, e considerando as caraterísticas do pensionista médio do ano de 2019, o exercício projeta que a despesa com pensões aumente de 12,7% do PIB, em 2019, para um máximo de 14,6%, em 2035, momento a partir do qual começa a diminuir para atingir 9,5% do PIB em 2070.

Dado que a receita pública com contribuições para os sistemas de pensões é negativamente influenciada pela diminuição do emprego, em consequência da diminuição da

população, o défice do sistema aumenta até 2037 (quando atinge 3,3% do PIB), momento em que passa a diminuir, atingindo em 2068 um valor positivo. Convém salientar que os cálculos incluem a despesa do sistema não contributivo (em média 0,5% do PIB), financiada maioritariamente por impostos gerais, os impostos de rendimento que incidem sobre as pensões (1% do PIB, em média) e que não foram excluídos da receita contributiva a parte consignada ao financiamento de outros benefícios do sistema previdencial, como por exemplo o subsídio de desemprego e doença.

O indicador que mede a capacidade de o sistema garantir um nível de rendimento adequado aos pensionistas – rácio de benefício, quociente entre a pensão média do sistema e o salário médio – mantém-se estável até ao final da década de 30. A partir daí começa a diminuir, passando de 58,9% em 2019, para 32,5% em 2070, correspondendo a uma quebra de 44,8%, dado que a pensão média não acompanha o aumento do salário médio da economia. Comparativamente com os países da União Europeia, para Portugal, que se estimava ter em 2019 o quinto maior rácio de benefício (16,8 p.p. acima da média), projeta-se um valor quase em linha com a média ( 0,3 p.p.) em 2070.

A taxa de substituição bruta das pensões de velhice do sistema con -

O RÁCIO DE BENEFÍCIOQUOCIENTE ENTRE A PENSÃO MÉDIA DO SISTEMA E O SALÁRIO MÉDIO -PASSA DE 58,9% EM 2019 PARA O ESTIMADO DE 32,5% EM 2070 110 FUNDSPEOPLE I JANEIRO E FEVEREIRO PRODUTOS INSTITUCIONAL

DE 74% EM 2019

PARA 41,4% EM 2070

tributivo, medida pelo rácio entre a pensão média dos novos pensionistas e o salário médio da economia – uma aproximação do peso da primeira pensão do recém reformado face ao seu último salário -, que em 2019 era a segunda mais elevada da União Europeia (27,8 p.p. acima da média da União Europeia), apresenta uma diminuição de 74% para 41,4% em 2070, ou seja um decréscimo de 44,1%, ainda que em 2070 se situe acima da média da União Europeia(+3,8p.p.) 1

Os cálculos realizados consideram um aumento esperado da carreira contributiva média em 3,4

anos e o aumento da idade normal de reforma em 2,9 anos entre 2019 e 2070. Note-se, contudo, que estes aumentos resultam em menores bonificações ou maiores penalizações, dado que aumenta o número de novos pensionistas com carreiras contributivas mais curtas.

PRINCIPAIS HIPÓTESES

Em termos demográficos, utilizaramse as projeções do EUROPOP2019 (EUROSTAT), que previam para Portugal uma diminuição da população de 10,3 milhões em 2019 para 8,5 milhões de indivíduos em 2070 e o segundo maior aumento da União Europeia do rácio de dependência de idosos (medido pela percentagem da população com 65 e mais anos na população com idade entre 20 e 64 anos). Esta evolução considera que a taxa de fecundidade aumenta de 1,4 filhos em 2019 para 1,6 filhos em 2070 e um aumento da esperança de vida à nascença de 5,6 anos no caso das mulheres e de 7,1 anos no dos homens. Em termos macroeconómicos, assumiu-se um aumento médio anual do PIB potencial de 1,2 p.p. no horizonte da projeção, em resultado do aumento da produtividade do trabalho em 1,7 p.p. e da diminuição do emprego em 0,5 p.p.

AS OBRIGAÇÕES DEVEM, MAIS UMA VEZ, OFERECER A DIVERSIFICAÇÃO FACE ÀS AÇÕES

Os números não são bons — 2022 vai ficar na história como um dos piores períodos para o retorno das obrigações. As grandes perdas levaram os investidores a questionar o princípio há muito tempo defendido de que as obrigações oferecem uma relativa segurança quando as ações caem. As ações e as obrigações raramente caem em conjunto num ano e 2022 foi a única exceção no período de 45 anos que remonta a 1977.

Isto porque a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) e os bancos centrais, a nível mundial, aumentaram agressivamente as taxas de juro para conter a elevada inflação numa altura em que as taxas estavam próximas de zero.

Isto deve mudar em 2023. Relatórios de uma inflação mais baixa, aliados à preocupação com o crescimento pode permitir que a Fed abrande. Acredito que estamos próximos desse ponto. Assim que a Fed abrandar, obrigações de elevada qualidade devem oferecer novamente uma relativa estabilidade e um maior rendimento.

As obrigações podem oferecer algum alívio da volatilidade dos mercados de ações à medida que os receios de uma recessão assumem o protagonismo. Vejo mais oportunidades agora que os preços das obrigações baixaram. As valorizações são atrativas, por isso estou a adicionar seletivamente hipotecas e obrigações corporativas. Mesmo que os preços baixem ainda mais, as obrigações oferecem atualmente um fluxo de rendimento mais saudável, o que pode ajudar a compensar qualquer descida de preços.

PRAMOD ATLURI Gestor de carteiras de
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
obrigações, Capital Group
A
SUBSTITUIÇÃO BRUTA APRESENTA UMA DIMINUIÇÃO
TAXA DE
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1. O Pension Adequacy Report de 2021 apresenta taxas de substituição das pensões para vários exemplos teóricos.

JIU JITSU A ARTE SUAVE

Nos primeiros treinos é inevitável haver uma certa frustração, por causa dos movimentos para os quais não se está preparado. No entanto, o universo de técnicas que o Jiu Jitsu abarca é tão vasto, que o fascínio e a vontade de aprender se sobrepõem ao resto.

Há cerca de 2 anos, aquilo que começou por ser uma tentativa de melhorar fisicamente e de praticar desporto mais regularmente, acabou por se tornar algo mais completo. O jiu jitsu tem-me trazido a forma física e a força que procurava. Na verdade, é um desporto física e mentalmente entusiasmante, que me tem aguçado a vontade de aprender e evoluir.

A palavra jiu jitsu tem origem no japonês ju que significa suave e jutsu que significa arte, fazendo do jiu jitsu a arte suave. É uma arte marcial praticada essencialmente no chão, usando princípios de alavancas, com o objetivo de imobilizar o adversário e levá-lo a desistir de uma forma não violenta. Algo que se distingue de outras artes marciais, que estão mais focadas em golpes de mãos e pés.

O jiu jitsu brasileiro, resultou da importação do jiu jitsu e do judo japoneses para o Brasil, no início do século 20, com a consequente transformação num novo estilo de arte marcial, por um grupo de brasileiros, dos quais os irmãos Gracie são os mais conhecidos e os que deixaram um maior legado. Com o início dos campeonatos de mixed martial arts, no início dos anos 90, o jiu jitsu ganhou

maior notoriedade, tendo sido a modalidade que mais se destacou.

Os primeiros treinos trouxeram-me um misto de sentimentos. Por um lado, algum desconforto e frustração ao fazer exercícios, movimentos e técnicas para as quais não estava minimamente preparado, mesmo já tendo praticado várias artes marciais ao longo da vida. Por outro lado, um grande entusiasmo e uma grande vontade de conhecer e desbravar um universo vastíssimo de conhecimento e de técnicas. Mas, acima de tudo, uma boa dose de humildade, por ser frequentemente imobilizado e vencido, grande parte das vezes por pessoas mais pequenas, com menor peso e com menos força.

MENTAL E FÍSICO

O jiu jitsu é, sem dúvida, dos desportos mais completos que já pratiquei. É um desporto extremamente técnicofísica e mentalmente - e muito intenso fisicamente. A combinação de movimentos dinâmicos e explosivos, como empurrar, puxar e agarrar utilizando pressão, ajuda a desenvolver força e cardio, promove a perda de peso e melhora o tónus muscular.

Como estamos constantemente a reagir aos movimentos de outra pessoa, o equilíbrio e a capacidade de

reação também são trabalhados. Mentalmente é também muito estimulante; por um lado, há o desafio de aprender variações ilimitadas de movimentos, técnicas e finalizações; por outro lado, a componente mais estratégica, com o constante planeamento dos próximos passos em relação ao adversário. O facto de ser praticado com outra pessoa, faz-nos aumentar a capacidade de pensar rapidamente em resposta aos movimentos do nosso adversário, bem como de manter a calma e o controle em situações mais defensivas.

É, obviamente, uma ótima forma de libertar o stress diário, à semelhança de

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ESTILO DE VIDA JIU JITSU

outros desportos, com a vantagem de poder ser facilmente praticado por qualquer pessoa, independentemente da idade, tamanho, sexo ou limitação física.

Não poderia acabar este testemunho sem referir que esta é uma atividade que obviamente recomendo. O jiu jitsu foi um excelente upgrade que fiz à minha rotina pessoal, que complementa perfeitamente a prática de outros desportos como o ciclismo/BTT e o surf.

Aproveito para agradecer ao mestre Daniel Formiga da Karkara BJJ Portugal e a todos os meus colegas de treino, por tão bem me terem acolhido neste grupo me ajudarem a evoluir diariamente.

TRANSVERSAL O Jiu Jitsu é uma ótima forma de libertar o stress diário. Uma das suas vantagens é que pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente da idade, tamanho, sexo ou limitação física.
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NICARÁGUA UMA AVENTURA INESQUECÍVEL

Muita natureza, uma linha de costa sem fim, ondas de água quente, várias cidades coloniais e um lago com tubarões.

Uma realidade diferente e com muito por descobrir. Ao chegar a Manágua deparamo-nos com uma metrópole confusa e sem fim, mas à medida que vamos chegando à costa do pacífico vamos logo ao encontro da natureza, da pitoresca herança da colonização espanhola por cada canto e um povo francamente acolhedor, que faz deste país uma pérola desta região.

Esta foi uma verdadeira aventura, para quem gosta de descobrir países fora do main stream. Há 12 anos, todos os anos planeava a minha viagem de surf com o meu grupo de amigos. Estávamos no início das nossas carreiras profissionais, pelo que o lema era: aventura, um país pouco conhecido, boas ondas e (claro), uma viagem barata.

A Nicarágua situa-se na América Central, oficialmente República da Ni-

carágua. A norte faz fronteira com as Honduras e a sul com a Costa Rica. Foi conquistada pelos espanhóis no século XIV, mais concretamente a parte oeste (Pacífico), tendo sido mais tarde colonizada pelos Britânicos (Caribe).

Aterrámos em Manágua (capital) e fomos diretamente numa furgoneta para o norte em direção à cidade de Chinandega, a cerca de 130 km de capital. Aqui começava a nossa viagem. Alugámos um Jeep para começar a desbravar a região e mais tarde a nossa odisseia rumo ao sul de Nicarágua.

Em Chinandega, fomos visitar o maior vulcão da Nicarágua, San Cristóbal. É um vulcão com uma paisagem incrível, muito verde e com muitos animais selvagens (macacos, papagaios, pelicanos, entre outros). Este vulcão mantém-se ativo e em média, a cada dois anos, vai tendo explosões de gases e cinzas.

Ficámos hospedados num surfcamp (Chancletas Beach Resort) de uma família Americana da Florida em frente à Playa Aserradores. Aqui apanhámos as melhores ondas das nossas vidas, parecia mesmo uma máquina de ondas perfeitas! Esta zona encontra-se no Estuário Aserradores, existindo muito atividade piscatória. Nas horas de descanso ou de ventos menos favoráveis aproveitamos para ir à pesca da barracuda.

Seguimos viagem rumo a Léon. Sempre pela famosa estrada Pan-Americana, era uma verdadeira aventura: animais na estrada, operações stop, obras e muita gente a pé pela estrada. A cidade de Léon foi primeira cidade da Nicaragua, fundada em 1524, sendo conhecida pela capital intelectual da Nicarágua ou Cidade Universitária, onde se fundou a universidade em 1812. Nesta bonita cidade de Léon encontramos também a Basílica Catedral de la Asunción (património da

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ESTILO DE VIDA VIAGEM

Humanidade), com um estilo barroco colonial. Também a Igreja de la Recolección é de paragem obrigatória.

Visitámos também as ruínas de Léon Viejo (património cultural da humanidade da UNESCO), um dos mais antigos marcos históricos da colonização espanhola nas Américas. Nesta antiga cidade colonial é possível testemunhar estruturas socioeconómicas do império espanhol do século XVI, com muita arqueologia: bases militares, catedrais, cerâmicas, a praça central.

PRIMEIRA CAPITAL DO PAÍS

Seguimos caminho em direção a Granada, para mim a cidade mais bonita que pude visitar. Dizem os locais que Granada foi a primeira capital da Nicarágua. A sua arquitetura é conhecida por ser bastante colonial, com ruas estreitas e com muita cor, em que cada casa é pintada com a sua própria

cor (amarelo, laranja, encarnado, verde…). Passámos também pela praça da Independência e pela catedral de Granada, esta última muito imponente pela dimensão e pela cor (amarela!).

A próxima paragem era Ometepe, o melhor da viagem e uma das observações mais incríveis de natureza. Entramos num barco, tipo ferry, no lago Cocibolca, ou mais conhecido pelo Grande Lago de Nicarágua (o maior lago da América Central, com 8.264 km2), o único lago no mundo que tem tubarões! Este grande lago alberga dois vulcões que formam uma grande ilha chamada Ometepe. A sua beleza não deixa ninguém indiferente. Alugámos umas motos e decidimos dar a volta à ilha. Parámos na base do vulcão Concepción, este com uma altitude de 1.600m e um pico perfeitamente simétrico, fruto das erupções que ainda acontecem nos dias de hoje. Seguimos

em direção a Ojo de Agua, umas piscinas naturais de água cristalina que vem do vulcão Concepción. No meio de uma floresta, aproveitámos para almoçar e descansar durante algumas horas.

Terminámos a viagem em San Juan del Sur, com uns dias dedicados mais ao surf. San Juan del Sur situa-se no sul da Nicarágua e ao longe podemos ver a Costa Rica. É uma zona mais turística, onde várias famílias estrangeiras passam férias, sendo um dos pontos mais turísticos do país. A sua baía em forma de meia-lua alberga vários hotéis e restaurantes. Outras praias como el Remanso, Maderas e Salinas, foram as que nos proporcionaram as melhores ondas. Também fomos a um observatório de tartarugas, já que nesta zona são implementadas medidas de proteção de espécies em vias de extinção.

Uma aventura inesquecível e recomendável aos mais aventureiros!

A Nicarágua oferece observações incríveis da natureza: desde o vulcão San Cristóbal, que proporciona uma vista fantástica, até ao Grande Lago de Nicarágua, o maior lago da América Central.
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Investir no combate às alterações climáticas exige inteligência

As alterações climáticas constituem um dos maiores desafios que se deparam à nossa sociedade. Por esse mundo fora, porém, existem empresas dinâmicas que estão a enfrentar o desafio com abordagens inovadoras, criando oportunidades multissetoriais para investidores que queiram fazer parte da solução.

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O seu capital poderá estar em risco.

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