
4 minute read
Vamos comer fora?
Os food trucks são a nova febre gastronômica e estão invadindo Curitiba
Gabriela Oliveira, Helem Barros, Raíssa Ribeiro
Os food trucks são uma tendência dos últimos anos nos Estados Unidos e agora a ideia está se proliferando pelo Brasil. O veículo estacionado nas ruas vende refeições mais elaboradas que os convencionais sanduíches e, além de ser uma maneira diferente e rápida de fazer um lanche, o serviço oferecido pelos furgões possibilitam novas oportunidades gastronômicas para quem está de passagem pelo lugar. A rotina de quem trabalha em um truck exige toda uma preparação. Ao contrário do que acontece em restaurantes fixos, onde se mantém em equilíbrio todo o serviço, nos furgões pode ocorrer imprevistos e é preciso saber lidar com eles. A principal ideia desses furgões em feiras é oferecer o serviço de qualidade, em um espaço incomum e ao ar livre. “Mesmo quando chove, os food trucks funcionam”, comenta José Luiz Carvalho, gerente do food truck do Madero. “No caso do nosso furgão, monta-se uma estrutura maior para isso, com uma equipe maior, caminhão frigorífero e veículo de apoio”, esclarece o gerente. “Dependendo da feira, a estrutura é diferente. E se chover, a gente está preparado”, complementa. O restaurante Madero realiza o serviço com trucks desde 2013, sendo uma alternativa de expansão da marca. “O Madero Burger Truck é utilizado em eventos especiais como feiras gastronômicas e parcerias especiais. É uma ótima oportunidade para levar a marca em ocasiões que não teríamos como participar se não fosse com o furgão porque o espaço é pequeno, pelo grande número de pessoas ou mesmo pela curta duração do evento”, explica Aline Anginski, assessora da empresa.

crédito: Gabriela Oliveira
como participar se não fosse com o furgão porque o espaço é pequeno, pelo grande número de pessoas ou mesmo pela curta duração do evento”, explica Aline Anginski, assessora da empresa. No segundo semestre deste ano, o Madero ofereceu o serviço de food truck no campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “Na PUC, a ideia é avaliar a aceitação na instituição. Caso seja aceito, temos uma possibilidade de instalar um Madero Container no local”, explica Anginski. José Luiz Carvalho diz que a rotina dentro da PUCPR é corrida, mas que a preparação dos funcionários é um diferencial. “A gente treina o pessoal do Madero anteriormente nos nossos restaurantes Express, onde o cardápio é reduzido e semelhante ao que oferecemos no truck. Eles aprendem lá, se adaptam e vão para o furgão”, relata o gerente do Madero. Os food trucks não agradam somente quem prova os alimentos oferecidos, mas quem oferece o serviço também gosta do que faz. É o caso de Marcel Rangel, que tem seu trailler que oferece pratos mineiros há dez anos e afirma ser apaixonado pela profissão. “Eu diria que nós somos artistas e esse é nosso palco. A gente vê a reação dos clientes na hora em que fazemos as comidas e é por isso que eu gosto de trabalhar nas ruas.” Além de oferecer pratos mais sofisticados os furgões também resgatam o sabor da feira tradicional. Renato Pereira vende pastéis em sua kombi há sete anos e relata a facilidade de ter um veículo para levar os seus serviços. “É ótimos estar cada dia em um lugar, em cada ponto que passamos temos nossos clientes.” As feiras gastronômicas noturnas que acontecem em Curitiba recebem uma grande variedade de food trucks. No Cristo Rei, a feira acontece sempre às quintas-feiras e atrai diversos moradores. “Eu venho quase toda semana. É uma boa forma de variar o cardápio, uma alternativa prática e que tem a mesma qualidade de uma comida de restaurante ou lanchonete”, explica Caio Oliveira, que costuma frequentar as feiras. Para Nádia Gomes, que mora próximo ao lugar onde a feira é realizada, a utilização dos trucks possibilita com que tudo possa ser montado e desmontado com rapidez. “Toda semana eles estão aqui e não incomoda a vizinhança, rapidinho eles já conseguem desmontar”, explica.

crédito: Helem Barros
Comidas típicas de feiras também ganham espaço em Food Truks.

crédito: Helem Barros
O Truck de comida mineira marca presença na feira gastronomica do bairro Boa Vista.
Regulamentação
Na capital paranaense, os food trucks ainda não têm uma lei de regulamentação. Podem apenas oferecer seus serviços em feiras e lugares privados, mediante autorização. Para “Para quem trabalha na área, uma lei quem trabalha na que regulamentasse o serviço seria muiárea, uma lei que regulamentasse o to bem-vinda.” José Carvalho, gerente do serviço seria muito Truck Madero bem-vinda. “É até melhor com regulamentação, porque existindo um regulamento de atuação, a prefeitura pode fiscalizar, e fiscalizando vai ter que ter um produto de qualidade”, afirma Carvalho. Para Rangel, a regulamentação é necessária para o serviço ficar cada vez melhor. “É muito importe a regulamentação, como fazemos comidas ao ar livre, sabemos que existem riscos se existisse uma regulamentação e quem fiscalize, haveria mais orientação aos comerciantes evitando os riscos e as providencias necessárias seriam tomadas, tudo dentro da lei.”