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A pequena parceira
Texto: Caroline Stédile, Getulio Xavier, Melvin Quaresma e Thiana Perusso
Velhinha meio ranzinza. Opina sobre tudo, é uma arroz de festa convicta desde cedo. Ainda jovem, tinha a companhia das mais emblemáticas figuras de Curitiba, de políticos a estudantes. Agora sua maior preocupação é manter seus sapatos nos trinques, sempre bem engraxados. Seu gosto pouco refinado para a bebida e suas opiniões políticas fizeram com que virasse a famosa “Boca maldita”, conhecida por toda a cidade. Mas a coluna de hoje, na verdade, é sobre a fiel companheira da extravagante Boca. A baixinha pouco conhecida esteve ali o tempo todo entre os romances e brigas de sua eterna amiga. Sempre meio calada, vendo tudo acontecer e a vida conturbada da companheira passar. Assim foi e ainda é a velhinha simpática que compreende e consola as desilusões da idade da Sra. Boca.
A Avenida Luiz Xavier, menor avenida do mundo, já teve seus momentos de glória. Situada entre as calçadas de petit pavê, típicas de Curitiba, que parecem espremer ainda mais a pequena rua, a avenida carrega o nome de um popular político.
Nascido em 21 de dezembro de 1856, o coronel era filho de Manuel Antonio Xavier e Anna Fernandes Xavier. Além de coronel, exerceu os cargos de prefeito, secretário das finanças e deputado. Carismático, Luiz Antônio Xavier comandou a capital por sete anos (1900 - 1907). Tempos depois, a rua ganhou seu nome como homenagem. O prefeito faleceu em 19 de dezembro de 1933, prestes a completar 77 anos de vida. Desomenagem
Durante 35 anos, o nome Luiz Xavier foi deixado de lado e deu lugar a Avenida João Pessoa, presidente da Paraíba assassinado durante a revolução de 1930. Por não saberem ao certo a natureza do crime, se político ou passional, a homenagem voltou ao ex-prefeito da cidade e continua até hoje.
Fotos: Melvin Quaresma



