CULTURA PRIMAVERA - 2015
De volta para o passado Remakes e continuações compõem fórmula cada vez mais usada pelo cinema
Segundo filme dos Vingadores é a terceira maior bilheteria do ano
MAIORES BILHETERIAS MUNDIAIS ACUMULADAS (até julho/2015):
1. Velozes e Furiosos 7 US$ 1,51 bilhão 2. Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros US$ 1,46 bilhão 3. Vingadores: Era de Ultron US$ 1,38 bilhão 4. Cinquenta Tons de Cinza US$ 569 milhões 5. Cinderela US$ 539 milhões
Uma das estratégias mais utilizadas pela indústria cinematográfica mundial é a de apelar para sucessos anteriores visando novos lucros. Em tempos de crise internacional, esta política fica ainda mais evidente. Neste ano, continuações e remakes roubaram, literalmente, a cena nos cinemas de todo o mundo. Os custos cada vez maiores das produções induzem os grandes estúdios a minimizarem seus riscos, priorizando filmes que já tenham um apelo inicial garantido e um público fiel. Para se ter uma ideia deste fenômeno, até julho deste ano, das cinco maiores bilheterias
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mundiais, quatro são remakes ou franquias (veja quadro acima). A única produção que não se enquadra nestas duas categorias é Cinquenta Tons de Cinza, adaptação do livro homônimo.
Faltam roteiros originais?
Além dos remakes e das franquias, chama a atenção o número crescente de adaptações de livros - e até mesmo de games - para a tela grande. Os chamados roteiros originais, escritos especialmente para tornarem-se filmes, minguam nas listas de maiores bilheterias. Revista PAR
A questão seria a falta de qualidade ou de quantidade destes materiais? Novamente a resposta está na relação custo/benefício. Roteiros originais existem – em quantidade e qualidade –, porém os estúdios arriscam cada vez menos. Com isso, o cinema perde um pouco de sua vocação inicial de ser uma forma de arte e se apresenta com uma vertente para outras manifestações, como a literatura. Ao mesmo tempo, remakes e continuações só ganharam tanto espaço justamente por entregarem exatamente o que o público quer: diversão.