Revista Alternativa L- ano 4 edição 10

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a arte

tem gênero ? Por Sheila Costa

Arte Patricia Riska

A violência apresenta-se sob as mais variadas formas. Ainda não consigo entender o porque das pessoas criticarem o artista e sua obra, caso ela/ele retrate uma realidade que não seja a sua, mas seja empático a ela e capte sua essência em estado bruto. A partir de várias inquietações, conversei com alguns artistas e os relatos de represálias foram muitos, o que mais me chamou a atenção foram as agressões verbais que sofreu a grafiteira Patrícia Rizka, por conta de retratar duas telas e um mural cenas de carinho entre pares homossexuais,

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negros e uma portadora de mobilidade reduzida. Como nos tornamos críticos de arte? As orientações generificadas das práticas artísticas se situa nas socializações de gênero; desde a infância associando a delicadeza, às cenas domésticas heterossexuais, a maternidade, cenas infantis e qualquer outra associada às práticas femininas como naturais de serem reproduzidas pelas artistas. Neste raciocínio descarta-se práticas masculinas da arte elaborada por mulheres. Todas as atividades fora do meio doméstico, seja retratação ou utilização do meio é considerado inadequada à arte feminina, e ainda dentro deste senso comum a arte do grafite seria uma arte masculina e logo


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