Revista Agrotejo n.º 32 - Ano 2022

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EDITORIAL

Luís Mesquita Dias PRESIDENTE DA DIREÇÃO DA AGROTEJO

Mais ambição

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Ao pensar no texto que seria apropriado escrever neste editorial, vieram-me naturalmente à cabeça todos os temas que estão hoje no centro das preocupações de qualquer pessoa ligada ao nosso setor. Efeitos da guerra, avaliação do PEPAC, alterações climáticas, falta de água, custo dos fatores de produção, ambiente, etc., etc., etc. Se cedesse a essa tentação, não só estaria a duplicar aquilo que tantos especialistas aceitaram tratar nos artigos sobre esses temas que lhes pedimos para esta revista, como estaria a falar de generalidades que nada acrescentariam à enorme qualidade dos artigos que a revista nos trás. Preferi assim centrar-me na Agrotejo, ela própria, casa pela qual somos responsáveis e através da qual devemos em cada dia tentar levar aos nossos associados e à nossa região aquilo de que carecem e para o qual estamos vocacionados. O mandato desta Direção está a chegar ao fim e não posso deixar de partilhar um certo amargo de boca por não ter conseguido concretizar algumas das ideias a que me propus no seu início. A pandemia é sempre uma desculpa conveniente para aquilo que não se fez mas, mesmo sabendo que fomos por ela afetados e limitados, prefiro assumir pessoalmente o ónus do que ficou por fazer. O desafio que se nos depara é o de, além do apoio individual dado aos associados na submissão dos seus projetos – que com tanta eficácia e empenho, o nosso Diretor Executivo e os nossos técnicos asseguram –, olharmos cada vez mais para as necessidades e oportunidades da região como um todo, fun-

AGROTEJO união agrícola do norte do vale do tejo

n.º 32 | 2022

cionando como motor de projetos de interesse comum. Numa palavra, chegou o momento de repensar em alta o nosso nível de ambição. O projeto de emparcelamento teria sido um bom exemplo mas não foi possível ultrapassar o obstáculo da diferença entre o investimento requerido e os fundos de apoio para o realizar. Há no entanto iniciativas muito mais pequenas que podem estar ao nosso alcance. Temos na nossa zona e lista de associados um manancial de conhecimento que devemos aproveitar. Falando com alguns deles, ouvi por exemplo ideias de obras estruturantes que, com baixo consumo de dinheiros públicos, aumentariam a produtividade e capacidade de retenção de água da região. Num outro plano, temos também campo de expansão no âmbito do desenvolvimento rural, criando oportunidades de rendimento para os nossos sócios, complementares à sua atividade agrícola. Também na área da formação devemos ir mais além daquilo que sempre fizemos, reconhecendo que hoje, a preparação de um agricultor tem de incluir conhecimentos de gestão e de informática que no passado não eram requeridos. Para estas como para outras ideias, necessitamos ter uma associação fortalecida em recursos humanos e apoiada em quotizações justas, suficientes para poder concretizar esses sonhos. São assim estes alguns dos desafios que, os que nos sucederem, devem, em nosso entender, tentar cumprir. Todos ganharemos: associados, o Ribatejo, o País e naturalmente a Agrotejo.


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