

Histórias de superação e renascimento
Stories of overcoming and renewal
SENTIDOS BEACH RETREAT
O quiet luxury moçambicano
Mozambique’s quiet luxury
Nova era, novo estilo
New era, new style
CARMEN ALCOBIO
O poder da autenticidade no conteúdo
The power of authenticity in content TXILAR
“Para nós, o luxo não está apenas no conforto das vilas, mas em criar uma conexão autêntica com o que Moçambique tem de melhor – a sua gente, a sua natureza e a sua cultura.” – João Perino
Localizado na deslumbrante zona costeira de Inhambane, o Sentidos Beach Retreat é um destino de férias luxuoso, fruto de um sonho realizado entre pai e filha. João Perino, conhecido no mundo empresarial internacional pelas suas contribuições nas tecnologias hospitalares e laboratoriais, chegou a Moçambique com uma visão clara: aproveitar a beleza natural incomparável da costa moçambicana. Foi em 2007 que a sua filha Bárbara, apaixonada por moda
e design de interiores, o desafiou a embarcar numa nova aventura: o sector hoteleiro.
A combinação de experiências de vida e o desejo de criar algo único deu origem a um verdadeiro oásis de tranquilidade. “Este projecto foi construído com muito mais do que tijolos e argamassa. Foi construído com o coração e a sensibilidade, tanto minha como da Bárbara”, afirma João Perino, ao falar sobre o desenvolvimento do Sentidos Beach
“O Sentidos Beach Retreat é, sem dúvida, um lugar onde a vida corre ao ritmo das marés e os sonhos se tornam realidade”
Retreat. “Este resort é uma imersão completa em serenidade, cultura local e beleza natural”.
Com 26 vilas de luxo, o Sentidos Beach Retreat é um exemplo de sofisticação integrada na natureza. Cada vila foi cuidadosamente desenhada para reflectir o conceito de quiet luxury, onde o conforto e o design elegante se encontram com a simplicidade e serenidade da paisagem circundante. As vistas sobre o mar, as areias brancas e o verde exuberante formam o cenário perfeito para quem procura desligar-se do ritmo frenético da vida moderna. “Os nossos hóspedes procuram uma experiência de paz e conexão com a natureza, e aqui encontram exactamente isso”, partilha Bárbara Perino. A oferta de actividades, que inclui mergulhos entre recifes de corais vibrantes e observação de baleias, foi pensada para proporcionar momentos inesquecíveis. “Queremos que cada hóspede saia daqui com memórias que perdurem, não só pela beleza do local, mas também pela experiência emocional que oferecemos”, completa Bárbara.
Uma das características mais distintivas do Sentidos é o seu compromisso com a sustentabilidade e com a comunidade local. O resort prioriza o uso de materiais sustentáveis na construção das suas vilas, assim como valoriza a capacitação da população local. “A melhor forma de retribuir à comunidade é criando oportunidades de emprego e crescimento”, sublinha João. Este compromisso é visível em cada detalhe, desde o uso de ingredientes frescos da região nos pratos servidos no restaurante Paladar, até à criação de iniciativas que promovem a
interacção dos hóspedes com a cultura local. “Para nós, o luxo não está apenas no conforto das vilas, mas em criar uma conexão autêntica com o que Moçambique tem de melhor – a sua gente, a sua natureza e a sua cultura”, acrescenta João.
Com os olhos postos no futuro, os planos de expansão do Sentidos Beach Retreat são ambiciosos. Até 2026, o resort pretende aumentar o número de vilas de 26 para 40, garantindo que mais pessoas possam viver esta experiência única sem comprometer a qualidade e exclusividade que definem o Sentidos. A construção de um moderno Centro de Congressos e um novo restaurante/bar de praia são apenas algumas das iniciativas em curso para continuar a elevar o padrão de hospitalidade oferecido.
Para João e Bárbara, o Sentidos Beach Retreat é um lugar onde o luxo e a simplicidade se encontram, e onde cada hóspede pode descobrir uma nova dimensão de bem-estar. “O nosso objectivo sempre foi criar algo que transcenda o conceito convencional de hospitalidade, oferecendo uma experiência de verdadeira conexão – com a natureza, com a cultura e com nós mesmos”, conclui Bárbara.
Em cada recanto deste santuário de serenidade, seja nas vilas cuidadosamente construídas, nos passeios ao pôr do sol ou nas actividades repletas de aventura, encontra-se uma oportunidade de renovar a alma, fortalecer laços e criar memórias que perdurarão para sempre. O Sentidos Beach Retreat é, sem dúvida, um lugar onde a vida corre ao ritmo das marés e os sonhos se tornam realidade.
Com os olhos postos no futuro, os planos de expansão do Sentidos Beach Retreat são ambiciosos.
Written by: Emilia Gimo
Nestled along the breathtaking coastline of Inhambane, the Sentidos Beach Retreat is a luxurious getaway born from a shared dream between father and daughter. João Perino, an international business figure renowned for his contributions to hospital and laboratory technologies, arrived in Mozambique with a clear vision: to harness the unparalleled natural beauty of Mozambique’s coast. In 2007, his daughter Bárbara—an enthusiast of fashion and interior design—encouraged him to embark on a new venture in the hospitality sector.
This blending of life experience and a desire to create something unique has given rise to a true oasis of tranquillity. “This project was built with far more than bricks and mortar. It was built with heart and sensitivity, both mine and Bárbara’s,” João Perino explains, reflecting on the creation of Sentidos Beach Retreat. “Our resort offers a full immersion into serenity, local culture, and natural beauty.”
With 26 luxury villas, Sentidos Beach Retreat exemplifies a sophisticated integration with nature. Each villa has been meticulously designed to embody the concept of ‘quiet luxury’, where comfort and refined design meld with the simplicity and serenity of the surrounding landscape. Overlooking the sea, with white sands and lush greenery, this idyllic setting offers guests the perfect escape from the frenetic pace of modern life. “Our guests are looking for an experience of peace and connection with nature, and that’s exactly what they find here,” shares Bárbara Perino. The range of activities, from diving among vibrant coral reefs to whale watching, has been carefully curated to create unforgettable moments. “We want each guest to leave with lasting memories—not just of the location’s beauty, but of the emotional experience we provide,” Bárbara adds.
One of the most distinctive elements of Sen-
tidos is its commitment to sustainability and the local community. The resort prioritises sustainable materials in the construction of its villas and values the empowerment of the local population. “The best way to give back to the community is by creating opportunities for employment and growth,” emphasises João. This commitment shines through in every detail, from the use of fresh local ingredients in dishes served at the Paladar restaurant to initiatives that encourage guests to engage with local culture. “For us, luxury isn’t just about the comfort of the villas but about forging an authentic connection with Mozambique’s greatest assets—its people, its nature, and its culture,” João adds.
Looking towards the future, Sentidos Beach Retreat has ambitious expansion plans. By 2026, the resort aims to increase its villas from 26 to 40, allowing more guests to experience this unique retreat while upholding the quality and exclusivity that define Sentidos. The construction of a modern conference centre and a new beachside restaurant and bar are just some of the developments underway to further elevate the resort’s standard of hospitality.
For João and Bárbara, Sentidos Beach Retreat is a place where luxury and simplicity meet, inviting each guest to explore a new dimension of well-being. “Our goal has always been to create something that transcends the conventional concept of hospitality, offering an experience of true connection—with nature, with culture, and with ourselves,” concludes Bárbara.
In every corner of this sanctuary of calm—from the carefully crafted villas to sunset strolls and adventure-filled activities—there lies an opportunity to rejuvenate the soul, strengthen bonds, and create memories that will last a lifetime. Sentidos Beach Retreat is, undoubtedly, a place where life ebbs and flows with the rhythm of the tides, and dreams come to life.
Histórias de superação e renascimento
Stories of overcoming and renewal
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110 CINEMA 35MM
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O quiet luxury moçambicano Mozambique’s quiet luxury
Revela tesouros da arte moçambicana no CCFM showcases treasures of mozambican art at CCFM
Bolsa de estudos que transforma vidas Scholarship that transforms lives
Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares • Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno Soares, Mariano Silva • Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Aayat Irfan, Dércio Parker, Sany Weng, Emilia Gimo • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English): Pedro Sargaço • Fotografia/Photography: Helton Perengue • Design de Capa/Cover Design: Amina Inguane, Omar Diogo • Grafismo/Visuals: Omar Diogo • Infografia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo • Produtores Audiovisuais/Audiovisual Producers: Omar Diogo, Nuno Lopes, Ana Piedade• Gestão de Redes Sociais/ Social Media Management: Nuno Soares • Conteúdos de Marketing e Comunicação/ Marketing and Communication Contents: Omar Diogo, Nuno Azevedo • Gestão de Homepage e Edição Online/Homepage Management and Online Editing: Omar Diogo, Jorge Oliveira • Departamento Comercial/Commercial Department: Nuno Soares - comercial@xonguila.co.mz • Impressão/Printing: Txelene LDA • Distribuição/ Distribution: Flotsam Moçambique, Lda • ISSN: ISSN-0261-661 • Registo/Register: 02/Gabinfo-dec/2018 • Registo de Propriedade Industrial/Industrial Property Registration: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018)
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Estimados leitores,
A 74ª edição da Xonguila convida-os, como sempre, a descobrir histórias que lhe trazem Moçambique, um país vibrante e em constante transformação. Este mês, damos destaque a novas vozes, perspectivas e narrativas inspiradoras, desejando que cativem cada um de vós.
Outubro é um mês de grande significado social, marcado por duas iniciativas que exaltam a resiliência e o poder transformador das mulheres moçambicanas. Por um lado, temos a campanha global Outubro Rosa, onde se destaca o projecto "Mulheres-Fénix", da Casa Rosa, artisticamente liderado por Nwetana. Esta iniciativa presta homenagem às sobreviventes do cancro da mama, comparando-as com a fénix símbolo de renascimento e superação, ao recordar-nos a força inabalável que reside em cada mulher, mesmo diante dos maiores desafios. Por seu lado, no campo da educação, a Bolsa de Estudos Alcinda Honwana oferece apoio a jovens mulheres no ensino superior, ajudando-as a ultrapassar barreiras financeiras. Alcinda partilhou connosco os desafios e motivações desta iniciativa que transforma vidas e cria novas oportunidades. Ambas as iniciativas celebram a determinação e a capacidade de superação das mulheres moçambicanas.
Neste número destacamos ainda a nova era de uma marca muito apreciada pelos moçambicanos, a da cerveja Txilar. Lançada em 2019 e já consolidada no mercado, ela surpreende agora com uma imagem renovada e uma proposta que vai muito além da estética, reafirmando o seu compromisso com a inovação e a qualidade. Também incluímos uma entrevista inspiradora com Carmen Alcobio, que partilha a sua visão sobre o poder da autenticidade na criação de conteúdo, num contexto em que as redes sociais têm um impacto crescente. Para os amantes de turismo, trazemos o Sentidos Beach Retreat, um refúgio de luxo discreto onde o conceito de quiet luxury se materializa, oferecendo uma verdadeira reconexão com a natureza e afirmando-se como uma jóia do turismo nacional.
Estas são apenas algumas das histórias que preparámos especialmente para vós. Mas sabido é que há muito mais para descobrir ao folhear a nossa revista.
A todos desejo uma leitura envolvente e, acima de tudo, enriquecedora.
Dear readers,
The 74th edition of Xonguila invites you, as always, to discover the stories that shape Mozambique, a vibrant and ever-evolving nation. This month, we spotlight new voices, perspectives, and inspiring narratives, with the hope that each will captivate you.
October is a month of great social significance, marked by two initiatives that highlight the resilience and transformative power of Mozambican women. On the one hand, we have the global Pink October campaign, which shines a light on the "Phoenix Women" project by Casa Rosa, artistically led by Nwetana. This initiative honours breast cancer survivors, comparing them to the phoenix—symbolising rebirth and triumph—reminding us of the unshakable strength that lies within every woman, even in the face of the greatest challenges. Meanwhile, in the field of education, the Alcinda Honwana Scholarship offers support to young women pursuing higher education, helping them overcome financial barriers. Alcinda shared with us the challenges and motivations behind this initiative, which is transforming lives and creating new opportunities. Both initiatives celebrate the determination and perseverance of Mozambican women.
In this edition, we also highlight a new chapter for one of Mozambique’s most beloved brands: Txilar beer. Launched in 2019 and already well-established in the market, the brand now surprises us with a refreshed image and a proposition that goes far beyond aesthetics, reaffirming its commitment to innovation and quality. We also feature an inspiring interview with Carmen Alcobio, who shares her views on the power of authenticity in content creation, at a time when social media is having an increasing impact. For travel enthusiasts, we present Sentidos Beach Retreat, a discreet luxury hideaway where the concept of ‘quiet luxury’ comes to life, offering a true reconnection with nature and standing out as a gem in Mozambique’s tourism scene.
These are just a few of the stories we have specially prepared for you. But, as always, there is so much more to discover as you turn the pages of our magazine.
I wish you an engaging and, above all, enriching read.
Nuno Soares Director
Com o apoio de:
“Ser beneficiária deste projecto fotográfico traz-me alegria porque elevou a minha auto-estima. Acredito que ele fará com que as mulheres mastectomizadas não se sintam menosprezadas com o seu novo corpo.” - Felismina Nhantuve
Em Outubro, o mundo une-se em torno da campanha de sensibilização para o cancro da mama, com o laço rosa como símbolo de luta, esperança e superação. Em Moçambique, onde o acesso à informação e ao tratamento continua a ser um desafio em muitas áreas, esta grande campanha adquire uma relevância ainda maior. É neste contexto que a Associação Casa Rosa se destaca, trazendo iniciativas como o projecto "Mulheres-Fénix", que dá voz e visibilidade a sobreviventes do cancro da mama. Assim como a lendária fénix que renasce das cinzas, estas mulheres são o reflexo de resiliência e transformação após enfrentarem a adversidade da doença. Dirigido artisticamente por Nwetana, o projecto vai além de uma simples homenagem à vida; ele evidencia a força de superar desafios tão profundos como o cancro.
No projecto fotográfico "Mulheres-Fénix", cada imagem não só capta a dor e superação, mas também revela histórias de coragem e medo que marcam este processo. Nwetana, nome artístico de Ana Lúcia Silva, trouxe à vida este ensaio com uma sensibilidade especial, utilizando a arte como ferramenta de cura. O bodypaint foi o meio através do qual ela redesenhou sobre cicatrizes, criando uma nova pele carregada de significados, onde cada traço simboliza uma conquista. Para essas mulheres, a arte não foi apenas uma expressão, mas uma forma de se reconciliarem com os seus corpos transformados pela doença. O cancro surge como um inimigo invisível que invade de forma súbita, alterando por completo as suas vidas, mas é nesse momento que o processo de renascimento começa. Esta batalha, tão íntima e pessoal, revela uma força interior que muitas vezes desconheciam. É um verdadeiro renascer das cinzas, onde cada mulher emerge mais forte e resiliente. Estas são, sem dúvida, as mulheres-fénix.
O projecto de que falamos inspira-se também no trabalho incansável de Katya Saraiva, fundadora da Associação Casa Rosa. Criada em 2017, esta Associação tem como missão apoiar mulheres diagnosticadas com cancro da mama, oferecendo-lhes suporte emocional, financeiro e informativo. O objectivo é claro: que nenhuma mulher enfrente a luta sozinha. A Casa Rosa tem sido
essencial nos esforços contra a doença em Moçambique, assegurando que o acesso à informação sobre prevenção e diagnóstico precoce chegue a mais mulheres. Para além disso, a Associação organiza palestras, feiras de saúde e formações para profissionais da área, aumentando a consciência sobre a importância do auto-exame. Através de campanhas locais e folhetos traduzidos para línguas regionais, a Casa Rosa difunde a sua mensagem por todo o país, reforçando a importância da prevenção.
O ensaio fotográfico de 2023, realizado durante o Outubro Rosa, transcende a dimensão artística: é, antes de tudo, um movimento de auto-ajuda. Para muitas das mulheres que participaram, tal ensaio representou a primeira oportunidade de se confrontarem com os seus corpos marcados pela doença. A aceitação é um processo doloroso, mas necessário, e, através deste projecto, essas mulheres foram encorajadas a aceitar as suas novas formas e a redescobrir a beleza que reside nas cicatrizes. Nwetana, ao aplicar o bodypaint, transformou essas marcas em símbolos de força e superação, permitindo que cada uma visse nas suas cicatrizes uma história de resistência e coragem.
A colaboração entre Nwetana e a Casa Rosa não é nova. Em 2020, a artista já havia dirigido o ensaio “Capulana & Rosa”, que explorava a junção da cultura moçambicana com o símbolo internacional da luta contra
“Estas mulheres mostram-nos a coragem de uma fénix renascida.
Acreditam que o sofrimento e o desespero
podem ser um caminho para o renascimento do seu eu mais íntimo.”
- Katya Saraiva, Associação Casa Rosa
o cancro da mama. Tanto nesse como no actual projecto, a arte foi usada como uma ferramenta de transformação e empoderamento, dando às mulheres uma plataforma para serem vistas e ouvidas.
Mulheres como Edite Dimene, Elisa Maida Benate, Felismina Nhantuve e Júlia Simões, que participaram no projecto de 2023, são verdadeiras inspirações. Cada uma delas carrega consigo uma história de superação, provando que a vida continua, mesmo após a devastação causada pelo cancro. São exemplos vivos de força e resiliência, e as suas histórias mostram-nos que é possível superar qualquer obstáculo.
Para além da vertente artística e emocional, a Casa Rosa continua a desempenhar um papel crucial na prevenção e tratamento do cancro da mama. Através de iniciativas em empresas, escolas e comunidades, bem como do apoio directo às pacientes mais vulneráveis, a Associação tem sido uma peça fundamental na luta contra a doença em Moçambique. O impacto do seu trabalho em Maputo e na Beira é notável, salvando vidas e garantindo que mais mulheres tenham acesso ao tratamento com dignidade e apoio.
A arte de Nwetana, por sua vez, vai muito além da estética. A artista, ao longo da sua carreira, tem abordado questões fundamentais para a sociedade moçambicana, desde o impacto da desflorestação até à aceitação do corpo e as transformações físicas causadas pelo cancro. Através das suas criações, ela constrói pontes entre a dor e a cura, o trauma e a aceitação, mostrando que, mesmo nos momentos mais difíceis, há sempre espaço para a beleza e a esperança.
As “Mulheres-Fénix” são a prova de que o renascimento é possível. Tal como a fénix mitológica, estas mulheres mostram-nos que há sempre uma nova vida para além das cinzas. Em Outubro, e em todos os meses do ano, as suas histórias continuam a inspirar-nos a lutar, a viver e a acreditar que, por mais desafiadora que seja a jornada, a vida vale sempre a pena ser vivida.
Every October, the world comes together for Breast Cancer Awareness Month, symbolised by the pink ribbon—a mark of solidarity, hope, and triumph. In Mozambique, where access to information and treatment remains a significant challenge in many regions, this global campaign takes on even greater importance. It is within this context that the Associação Casa Rosa stands out, spearheading initiatives like the "Mulheres-Fénix" (Phoenix Women) project, which gives voice and visibility to breast cancer survivors. Much like the mythical phoenix rising from the ashes, these women embody resilience and transformation after their battle with the disease. Under the artistic direction of Nwetana, the project goes beyond a mere tribute to life—it highlights the strength required to overcome such profound challenges.
The photographic project, "Mulheres-Fénix", captures not only the pain and recovery but also the fear and courage that mark this journey. Nwetana, the artistic name of Ana Lúcia Silva, brought this project to life with a unique sensitivity, using art as a tool for healing. Through body painting, she redefined scars, creating a new skin rich with symbolism, where every brushstroke represented a victory. For these women, art became more than an expression—it was a way to reconcile with bodies transformed by illness. Breast cancer, an invisible foe that suddenly invades and radically changes lives, becomes the starting point for rebirth. This deeply personal battle reveals a profound inner strength, often previously unknown. It is a true resurrection from the ashes, where each woman emerges stronger and more resilient. These are, without a doubt, the Phoenix Women.
The inspiration for this project also draws from the tireless work of Katya Saraiva, founder of Associação Casa Rosa. Established in 2017, the association’s mission is to support women diagnosed with breast cancer by offering emotional, financial, and informational aid. The goal is simple: no woman should face this battle alone. Casa Rosa has been instrumental in Mozambique’s fight against the disease, ensuring that more women receive information on prevention and early diagnosis. The association also organises talks, health fairs, and training for healthcare professionals, raising awareness about the importance of self-examination. Through local campaigns and pamphlets translated into regional languages, Casa Rosa spreads its message across the country, reinforcing the importance of prevention. The 2023 photoshoot, held during Breast Cancer Awareness Month, transcends art—it is, above all, an act of self-help. For many participants, this was their first opportunity to confront bodies marked by illness. Acceptance is a painful but necessary process, and through this project, these women were encouraged to embrace their transformed forms and rediscover the beauty within their scars. Nwetana, by applying body paint, turned those scars into symbols of strength and resilience, allowing each woman to see her scars as a story of endurance and bravery.
“For me, it has been and remains an honour and a privilege to participate in this project as a creator –a role that truly defines me. The feeling that I can help transform a 'vulnerability' into an 'unparalleled strength' is transformative for me as well. I feel privileged that these women entrust their bodies to me, confident that I would never steal their soul. I realise I have achieved that goal when I see their smiles as they view, for the first time, their 'transformed' image through photography.”
– Nwetana (Ana Lúcia Silva)
Ficha técnica:
Mulheres-Fénix - Edite Dimene, Elisa Maida Benate, Felismina Nhantuve, Júlia Simões
Iniciativa - Org. Casa Rosa
Direcção de Arte e Bodypaint - Nwetana (Ana Lúcia Silva)
Fotografia - Chairman Studio
Makeup e Cabelos - Vanessa Enak Aloy
This collaboration between Nwetana and Casa Rosa is not new. In 2020, the artist directed the Capulana & Rosa project, which explored the fusion of Mozambican culture with the global symbol of the breast cancer fight. In both this and the current project, art was used as a tool for transformation and empowerment, giving these women a platform to be seen and heard.
Women like Edite Dimene, Elisa Maida Benate, Felismina Nhantuve, and Júlia Simões, participants in the 2023 project, are true inspirations. Each one carries a story of survival, proving that life continues, even after the devastation caused by cancer. They are living examples of strength and resilience, showing that any obstacle can be overcome.
Beyond its artistic and emotional contributions, Casa Rosa continues to play a crucial role in the prevention and treatment of breast cancer. Through initiatives in workplaces, schools, and communities, as well as direct support to the most vulnerable patients, the association has become a key player in Mozambique’s fight against the disease. Its impact in cities like Maputo and Beira is undeniable, saving lives and ensuring that more women have access to treatment with dignity and support.
Nwetana's art, meanwhile, goes far beyond aesthetics. Throughout her career, the artist has tackled fundamental issues for Mozambican society, from the effects of deforestation to body acceptance and the physical changes brought about by cancer. Through her work, she builds bridges between pain and healing, trauma and acceptance, showing that even in the darkest moments, there is always room for beauty and hope.
The Phoenix Women are living proof that rebirth is possible. Just like the mythical phoenix, these women show us that there is always a new life waiting beyond the ashes. In October, and every month of the year, their stories continue to inspire us to fight, to live, and to believe that, no matter how difficult the journey, life is always worth living.
Casa Rosa has been essential in Mozambique’s efforts against cancer, ensuring that more women have access to information on prevention and early diagnosis.
e o poder da autenticidade na criação de conteúdo
“Pensa no que sabes fazer, no que gostas de fazer […], no que falta no mercado, no que gostarias de ter visto, no que pedem tanto que faças ou digas… Irias conseguir fazer isso infinitas vezes consecutivas? Então é uma boa ideia fazeres.”
Quem é Carmen Alcobio e como começou a tua paixão pela área do marketing e pela criação de conteúdo? Foi um caminho natural ou descobriste esse interesse mais tarde?
A Carmen é um canivete suíço. Moçambicana (apesar de muitos duvidarem), mãe de um gato preto chamado Shima e que, quando era pequena, achava que comprar roupa de fardo era motivo de vergonha; hoje em dia, cria conteúdo com roupa de calamidade. Os meus pais queriam que eu fosse gestora, mas sempre que via os anúncios da Golo, na rua e na televisão, os meus olhos brilhavam. É difícil saber o que queremos realmente ser quando “formos grandes”, mas sabia o que não queria: uma rotina monótona, automática e que não envolvesse comunicar. Lá convenci os meus pais de que Marketing seria uma boa opção, pois “todas as empresas precisam de vender”. O meu trajecto profissional na comunicação foi sempre nos bastidores das marcas. Cansada da forma padronizada como muitos influenciadores comunicavam, decidi ir para o outro lado. E não é que a melhor pessoa a seguir os meus briefings sou eu mesma?
A criatividade é o centro do teu trabalho. Como consegues manter essa veia criativa activa, especialmente em projectos de longo prazo?
Como criadora de conteúdo, o meu maior desafio é conseguir manter a relevância, autenticidade e qualidade do meu trabalho num mercado que tem um ritmo muito acelerado e cheio de trends, que é o digital. Definir uma estratégia consoante o posicionamento que quero ter no mercado e a fase de vida que estou a viver no momento é muito importante para perceber o quê, onde, com quê e como devo comunicar. Todo o conteúdo deve ser estratégico e coerente. Saber rentabilizar o tempo na criação do conteúdo foi uma virada de chave.
No teu papel como Gerente de Marketing e Comercial da Televisão Miramar, como equilibras a necessidade de estratégias comerciais
com a criação de conteúdo inovador?
O digital é um meio incontornável na comunicação. Hoje em dia as redes sociais fazem parte do nosso portfólio e os parceiros percebem a sua importância. Somos a televisão moçambicana, e uma das televisões africanas, com maior número de seguidores no Facebook, por exemplo. Porque não anunciar também no digital, live inclusive? A Miramar é muito mais do que um canal de televisão, rádio e digital. É uma máquina de produção de conteúdo de forma inovadora, com vários braços, que têm um único objectivo: fazer a mensagem chegar à audiência de forma memorável. Então as estratégias comerciais passam pela criação de conteúdo também. Sou muito grata por contar com uma equipa incrível no digital e na produção de conteúdo que trabalha incansavelmente para que estas metas sejam cumpridas, acima da média.
Consideras que o mercado moçambicano valoriza devidamente o poder dos influenciadores digitais? Quais são os desafios e as oportunidades para o futuro dessa área no país? Acho que cada vez mais as marcas estão cientes não só do poder, mas também da importância dos influenciadores na comunicação das marcas. Contudo, ainda há muita falta de informação e cepticismo que impacta directamente a valorização da área. O desafio começa na tipologia do nosso mercado, com o poder de investimento das marcas em geral, no acesso à internet por parte da audiência, até na compreensão do que é um trabalho criativo e uma marca pessoal. Porém há sim oportunidades, pois o nosso mercado ainda é muito verde, principalmente para quem encara o marketing de influência como criação de uma marca pessoal, a longo prazo. Ter uma audiência engajada e ser autoridade em algo é estar um passo à frente.
Como vês a evolução da relação entre marcas e consumidores no nosso país? O que falta para atingirmos uma conexão mais emocional e duradoura com os clientes?
“As pessoas estão cansadas de ‘monólogos de plástico’. Elas querem ver pessoas reais. Querem se conectar, sentir-se representadas ou apresentadas com formas reais de viver.”
Acredito que actualmente, pelo aumento da concorrência em muitos mercados, existem mais variantes para além da “acessibilidade” e “preço” na decisão de compra do consumidor. Até porque uma sequela da pandemia foi a facilidade na compra online por parte dos clientes (e revendedores, inclusive). Tendencialmente, as marcas terão de criar e reforçar mecanismos para se diferenciarem e manterem a sua notoriedade. Qualidade já não é um factor de diferenciação, é apenas um requisito básico. E com a escassez de recursos para produção no país, a importância é o recurso mais rápido e com maior margem de lucro de muitos negócios. Por consequência, acabamos encontrando os mesmos produtos, em locais diferentes, com preços muito similares. É nesta fase que no branding, pôr o consumidor em primeiro lugar e marcar presença nos espaços físicos ou virtuais, de forma criativa e humanizada, onde o seu público se encontra, está o diferencial. Em qualquer negócio.
Tens algum projecto ou campanha que tenhas desenvolvido e que te orgulhes especialmente? O que achas que a fez tão especial?
A parceria com a Compal foi e sempre será muito especial, por vários motivos. Para além de sempre ter sido uma companhia à mesa, o meu pai é da cidade da fábrica da Compal em Portugal. Quando íamos de férias passávamos sempre por lá. Na agência Golo trabalhei com a marca, lá está, nos bastidores, e quando saí da agência e tive o privilégio de ter a Compal como parceira. Acredito que tenha sido por isso que nem sequer tenha parecido uma parceria, foi só uma extensão do meu conteúdo (que é o que uma parceria deve ser e parecer). Consegui provar que um influenciador é literalmente uma mini-agência que vai desde a prospecção do cliente, estudo da marca, conceptualização da ideia, produção do material, filmagem, edição, promoção do conteúdo e gestão de comunidade. Isto com storytelling no primeiro vídeo (porque nunca é sobre o produto, é sobre a história que ele quer que a audiência viva com ele) e com a produção do jingle no segundo vídeo. Ah, tudo só com um smartphone. Esta parceria levou-me a podcasts, a ser caso de estudo, até a premiações. Uma influenciadora com menos de 10 mil seguidores na altura bateu métricas de influenciadores com o triplo de audiência.
Num mercado em constante mudança, como te manténs actualizada sobre as tendências e tecnologias emergentes no marketing digital?
Seguir os melhores da área e estar sempre atenta a formações. Seguir menos “dicas” e focar-me mais estudos de mercado, falar com profissionais da área, de cá e de fora, e criar eu mesmo as minhas metodologias. Para mim, é sobre acompanhar o comportamento do consumidor e pôr-me também nesse papel. Mais do que querer atenção, quero reter atenção, de forma sustentável e de acordo com os meus valores.
Qual é o papel da autenticidade no conteúdo que crias para as marcas? Achas que os consumidores estão cada vez mais atentos à autenticidade?
A autenticidade é um valor meu. É o que me diferencia. Não só a razão pela qual as pessoas me seguem, mas os porquês das pessoas querem saber o que vou fazer a seguir, sabendo que é uma caixa de pandora. Mas serei eu a fazer do meu jeito. Num mercado cheio de tendências e em que qualquer pessoa tem a capacidade de criar conteúdo e publicar, o que as diferencia? As pessoas estão cansadas de “monólogos de plástico”. Elas querem ver pessoas reais. Querem se conectar, sentir-se representadas ou apresentadas com formas reais de viver.
Quais são os teus conselhos para os jovens moçambicanos que querem seguir uma carreira criativa, mas têm medo de arriscar num mercado competitivo?
Começa hoje. Não deixes que alguém te impeça de seguires um sonho teu. Não esperes que toda a gente comente e elogie o teu trabalho, que seja perfeito, que tenhas todas as condições do mundo. Criatividade é também sobre criar soluções com as ferramentas que temos. A tua comunidade irá valorizar o teu crescimento. Não penses “no que irá me dar dinheiro?” Pensa no que sabes fazer, no que gostas de fazer (pode não ser a mesma coisa, tenta as duas), no que falta no mercado, no que gostarias de ter visto, no que pedem tanto que faças ou digas … Irias conseguir fazer isso infinitas vezes consecutivas? Então é uma boa ideia fazeres. Não? Sem consistência não vais chegar lá. Orgulha-te do que fazes e respeita o processo, mesmo que o processo implique ires ajustando ou até mudando a tua ideia inicial. Coisas incríveis acontecem a quem tem coragem para fazê-las.
Who is Carmen Alcobio, and how did you discover your passion for marketing and content creation? Was it a natural path, or did you uncover this interest later on?
Carmen is a bit of a Swiss Army knife. Mozambican (though many might not believe it), she’s the proud mother of a black cat named Shima and used to think buying second-hand clothes was something to be embarrassed about—now, she creates content dressed in thrifted treasures. My parents wanted me to be a manager, but my heart would light up every time I saw Golo adverts on TV or billboards. It’s hard to know what you truly want to be when you "grow up," but I knew one thing for certain: I didn’t want a monotonous, automatic routine that didn’t involve communication. I eventually convinced my parents that marketing was a good option—after all, “every business needs to sell.” My career path in communications was always behind the scenes for brands. However, tired of seeing influencers communicating in a cookie-cutter fashion, I decided to switch sides. And it turns out, the best person to bring my ideas to life was myself!
Creativity is at the heart of your work. How do you keep your creative energy flowing, especially for long-term projects?
As a content creator, my biggest challenge is maintaining relevance, authenticity, and quality in an ever-changing, trend-heavy digital world. I shape my strategy based on the market positioning I want and the life phase I’m in at any given time, which helps me to figure out what, where, and how to communicate. All content should be strategic and consistent. Learning to optimise time spent on content creation has been a game-changer.
In your role as Marketing and Commercial Manager at Miramar Television, how do you balance the need for commercial strategies with the demand for innovative content creation?
Digital platforms are now essential in communication. Social media is part of our portfolio, and our partners understand its importance. We’re one of Mozambique’s leading television channels, with a large Facebook following, for instance. So why not advertise digitally, including through live streams? Miramar is more than just TV, radio, and digital; it’s a content production powerhouse with multiple divisions, all working towards one goal: delivering
memorable messages to our audience. Our commercial strategies, then, rely on content creation. I’m incredibly grateful for our dedicated team in digital and content production, who go above and beyond to ensure we exceed expectations.
Do you think the Mozambican market truly values the power of digital influencers? What are the challenges and opportunities in this space?
More brands are recognising the influence and importance of digital influencers in brand communication. However, there’s still a knowledge gap and some scepticism that affects the perceived value of this area. Our market faces unique challenges, from limited brand investment capacity and audience internet access to an understanding of creative work and personal branding. But there are plenty of opportunities since our market is still relatively untapped, especially for those who approach influencer marketing as a long-term personal brand strategy. Building an engaged audience and establishing oneself as an authority in a niche is a major advantage.
How do you view the evolution of brand-consumer relationships in Mozambique? What’s needed to create a deeper, lasting connection with clients?
With increased competition in many markets, factors beyond “affordability” and “price” play a role in consumer decision-making. The pandemic has spurred online shopping ease for both customers and resellers. Brands will need to develop and reinforce differentiators to stay relevant. Quality is no longer a standout feature; it’s just a basic requirement. With limited resources, many businesses focus on fast profits, leading to similar products at similar prices across various outlets. This is where branding comes into play, centring on customer-first approaches and creative, humanised engagement across physical or virtual spaces that resonate with audiences.
Is there a campaign or project you’ve developed that you’re especially proud of? What made it so impactful? The partnership with Compal will always hold a special place in my heart. Aside from being a brand I grew up with, my father’s hometown is where Compal’s factory is located in Portugal. When we went on holiday, we always visited it. I worked with the brand during my agency days with Golo, and after I left, having Compal as a partner felt like a natural extension of my content. I was able to show that an influencer can essentially be a mini-agency, from client prospecting, brand research, idea conceptualisation, content production, filming, editing, content promotion, to community management. It was storytelling at its best—the first video focused on the narrative because it’s never just about the product; it’s about the story it invites the audience to experience. And I produced all of it, even the jingle, using only my smartphone. This partnership took me to podcasts, case studies, and awards. Despite having under 10,000 followers at the time, I hit metrics comparable to influencers with three times the audience.
In a constantly shifting market, how do you stay on top of emerging trends and technologies in digital marketing?
I follow the best in the field and stay up-to-date with training. Instead of taking on endless “tips,” I focus on market studies, speaking with industry professionals here and abroad, and developing my own methods. For me, it’s about tracking consumer behaviour and stepping into that role myself. More than simply grabbing attention, I want to hold it sustainably and in line with my values.
What role does authenticity play in the content you create for brands? Are consumers becoming more attuned to authenticity?
Authenticity is one of my core values. It’s what makes me unique. It’s why people follow me, and it’s what keeps them interested in what I’ll do next, knowing it’ll be me in my own way. In a saturated market where anyone can create and post content, what sets people apart? Audiences are tired of “plastic monologues.” They want to see real people. They want to connect, to feel represented, and to encounter genuine ways of living.
What advice would you give to young Mozambicans who aspire to pursue a creative career but fear taking risks in a competitive market?
Start today. Don’t let anyone stop you from chasing your dream. Don’t wait for everyone to praise your work, for it to be perfect, or for ideal conditions. Creativity is also about finding solutions with the resources at hand. Your community will appreciate your growth. Don’t ask, “What will make me money?” Instead, think about what you’re good at, what you love (these may not be the same, so try both), what’s missing in the market, what you’ve always wanted to see, or what people frequently ask of you. Could you see yourself doing it endlessly? If yes, that’s a good idea. Without consistency, you won’t get far. Be proud of what you do, and respect the process, even if that means tweaking or rethinking your initial idea. Amazing things happen for those with the courage to pursue them.
Esta é a 1.ª edição de uma série de exposições do acervo do Millennium bim, prometendo mais no futuro para continuar a surpreender e inspirar o público com o talento e riqueza cultural do nosso país.
A cidade de Maputo tornou-se, uma vez mais, um epicentro de celebração da cultura moçambicana com a exposição “Entre Cores e Formas: Pluralidade de Vozes”, inaugurada no dia 17 de Outubro no Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM). Composta por catorze obras de onze artistas plásticos de Moçambique, esta exposição representa um encontro visual de diferentes épocas e estilos, retiradas do acervo de arte do Millennium bim, uma colecção raramente apresentada ao público.
Curada por Jorge Dias, a exposição traz à luz obras criadas em momentos-chave da história do país, particularmente nas décadas de 60 e 70, período marcado pela transição da estética modernista europeia para a afirmação da identidade africana. As obras expostas testemunham essa época, em que os artistas exploravam a sua visão estética individual e a consciência colectiva de identidade e libertação.
Nestes 29 anos da sua história, o Millennium bim tem investido fortemente na promoção da cultura nacional. Esta exposição surge na sequência do protocolo assinado em Julho deste ano, entre o Millennium bim e o Centro Cultural Franco Moçambicano (CCFM), que reforça a parceria estratégica para a promoção de iniciativas culturais em Moçambique, com a criação de um espaço de valorização da arte moçambicana, através de exposições e eventos acessíveis a todas as comunidades, consolidando assim o apoio contínuo às artes plásticas e a cultura moçambicana.
Entre os artistas representados, destacam-se Malangatana, Bertina Lopes, Estêvão Mucavele, Naguib, Shikani, entre outros, cujas criações têm sido ampla-
mente elogiadas tanto no território nacional como no estrangeiro. Malangatana, com as suas cores intensas e formas dinâmicas, expressava as lutas sociais e políticas do seu tempo, captando a essência do sofrimento e da resistência moçambicana. Bertina Lopes desafiou normas ao integrar o surrealismo e abstraccionismo, criando uma ponte entre culturas. Estêvão Mucavele explorou a espiritualidade africana, enquanto Shikani unia o tradicional ao contemporâneo numa síntese única entre culturas africana e europeia.
Com esta exposição, o Millennium bim oferece ao público a oportunidade de apreciar o valor estético das criações, ao mesmo tempo que homenageia os artistas que contribuíram para a formação da identidade cultural moçambicana. O público tem ainda a oportunidade de desfrutar de criações de nomes consagrados ainda em vida, como Naguib, que marcou presença no evento.
Jorge Dias escolheu cuidadosamente as obras para criar um diálogo entre o passado e o presente, destacando a relevância das questões levantadas há décadas que ainda ecoam na sociedade actual. Além do valor histórico e cultural, a exposição reflecte como a arte pode servir como meio de coesão social, ligando gerações e comunidades através de uma linguagem universal de cores e formas.
Aberta ao público até o dia 9 de Novembro, a exposição marca o início de um projecto contínuo que visa fomentar o conhecimento e apreciação das artes plásticas em Moçambique, e insere-se no Programa de Responsabilidade Social, "Mais Moçambique pra Mim”, mais concretamente no pilar da cultura, que tem como missão promover iniciativas culturais que contribuam para a preservação e o fortalecimento da identidade moçambicana.
O Millennium bim desempenha assim um papel essencial na preservação cultural, estabelecendo pontes entre o passado e as futuras gerações de artistas e amantes da arte moçambicana.
As obras expostas carregam narrativas sobre colonialismo, resistência e independência. O compromisso da instituição bancária com este legado reflecte-se na exibição das obras e na preservação da cultura nacional para as futuras gerações, uma missão impulsionada por figuras como Mário Machungo, antigo presidente da instituição.
Apoiar a cultura moçambicana está no ADN do Millennium bim. A exposição com o CCFM promove a riqueza cultural, incentiva jovens artistas e inspira novas gerações a valorizar a sua identidade.
Maputo has once again become a vibrant hub of Mozambican culture with the opening of the exhibition “Between Colours and Shapes: Plurality of Voices” on 17 October at the Franco-Mozambican Cultural Centre (CCFM). Featuring fourteen works by eleven prominent Mozambican artists, the exhibition offers a rare public glimpse into the Millennium bim’s private art collection, presenting a striking visual journey across different eras and styles.
Curated by Jorge Dias, this exhibition unveils works created during pivotal moments in Mozambique’s history, particularly in the 1960s and 70s, a period defined by the transition from European modernist aesthetics towards an assertion of
African identity. The pieces reflect the era's cultural dynamism, where artists not only expressed their individual artistic visions but also explored collective themes of identity and liberation.
For 29 years, Millennium bim has been committed to promoting
Mozambican culture. This exhibition follows a protocol signed in July between Millennium bim and the CCFM, which strengthens their strategic partnership for cultural initiatives in Mozambique. The agreement aims to create a platform that celebrates Mozambican art, through exhibi-
tions and events accessible to all communities, and reinforces Millennium bim’s enduring support for the country’s artistic heritage.
Among the featured artists are celebrated figures such as Malangatana, Bertina Lopes, Estêvão Mucavele, Naguib, and Shikani, whose works have earned acclaim both nationally and internationally. Known for his bold colours and dynamic forms, Malangatana captured the social and political struggles of his time, reflecting Mozambique’s resilience. Bertina Lopes, meanwhile, bridged cultures by blending surrealism and abstraction, while Estêvão Mucavele delved into African spirituality, and Shikani fused traditional and contemporary aesthetics, creating a unique synthesis of African and European influences.
Through this exhibition, Millennium bim invites the public to
appreciate the aesthetic value of these creations while honouring the artists who helped shape Mozambique’s cultural identity. Attendees also have the rare opportunity to see works by distinguished living artists, including Naguib, who was present at the event.
The displayed works embody narratives of colonialism, resistance, and independence, with the bank’s commitment to preserving these cultural legacies visible in the exhibition’s aim to safeguard national heritage for future generations. Figures such as Mário Machungo, the institution’s former president, have been instrumental in advancing this mission.
Jorge Dias has carefully selected the pieces to initiate a dialogue between past and present, highlighting how the issues raised decades ago continue
to resonate in modern society. Beyond its historical and cultural significance, the exhibition demonstrates how art can unify generations and communities through a universal language of colour and form.
Open to the public until 9 November, this exhibition marks the beginning of a continuous project designed to deepen the knowledge and appreciation of visual arts in Mozambique. It forms part of Millennium bim’s Social Responsibility Programme, “More Mozambique for Me”, under its cultural pillar, which aims to foster cultural initiatives that strengthen Mozambican identity.
Millennium bim thus plays an essential role in preserving Mozambique’s cultural heritage, building connections between the past and the next generations of Mozambican artists and art enthusiasts.
Este é o novo visual da Txilar: uma lata
mais fina e elegante, desenhada para gelar mais rapidamente, uma promessa de frescura instantânea, ideal para o calor do verão moçambicano
A cerveja Txilar, uma das marcas que conquistou o paladar e o coração dos moçambicanos desde o seu lançamento em 2019, volta a surpreender com uma renovada imagem e uma proposta ainda mais cativante. Produzida pela HEINEKEN Moçambique, a marca apresentou, no passado dia 7 de Outubro, a sua nova identidade visual, marcando um importante capítulo na sua evolução e reafirmando o seu lugar no mercado cervejeiro do país.
O"desaparecimento" da cerveja das redes sociais na semana anterior ao lançamento da nova imagem causou alvoroço. As suas páginas de Instagram e Facebook ficaram sem qualquer publicação, o que não passou despercebido pelos seus seguidores mais fiéis. A especulação foi imediata, e rapidamente blogs e influenciadores moçambicanos, como Txiobullet e Elton Bule, começaram a questionar o mistério por detrás da ausência da marca. Este enigma não fez mais do que aumentar a curiosidade e a expectativa à volta do que estava por vir.
A resposta chegou com pompa e circunstância no dia 8 de Outubro, quando foi revelado o novo visual: uma lata mais fina e elegante, desenhada para gelar mais rapidamente – uma promessa de frescura instantânea, ideal para o calor do verão moçambicano. Além da lata, também o logotipo e a imagem da marca passaram por uma significativa reformulação, apresentando um design moderno e atractivo, que acompanha as novas tendências e reflecte a evolução da cerveja no mercado.
O lançamento foi acompanhado por um vídeo que deu destaque à estética moderna da nova lata, consolidando a sua presença como uma marca em constante inovação.
Mas a transformação da Txilar não se fica pela aparência. Ela mantém a sua essência refrescante e a ligação ao estilo de vida jovem e arrojado. A campanha de verão intitulada “Moçambique quer Txilar” não poderia ser mais apropriada, já que promete uma série de eventos e activações por todo o país, onde o público poderá celebrar o verão ao sabor desta cerveja. Com este novo posicionamento, a marca reafirma-se como uma verdadeira expressão de estilo e uma filosofia de vida.
Para a HEINEKEN Moçambique, a Txilar é uma expressão de originalidade, espontaneidade e ousadia – características que também definem os consumidores que a escolhem. Com a assinatura “Pensa Diferente. Bebe Diferente”, a marca desafia as convenções e convida os seus consumidores a pensarem além do óbvio, a sonharem grande e a viverem a vida com
ousadia. É uma bebida para os que não se contentam com o básico, para os que olham para o futuro com optimismo e sede de novas experiências.
Disponível nas versões de 330ml, 250ml e 500ml, chega com uma receita única e uma promessa: inspirar os seus consumidores a libertarem o seu "Eu" mais autêntico. Cada garrafa ou lata é um convite para a criação de momentos inesquecíveis, onde a simplicidade do quotidiano dá lugar ao extraordinário.
A mensagem central de 'Viver com Ousadia' marca o início de uma nova era. A marca incentiva os moçambicanos a aventurarem-se no desconhecido, abraçarem novas oportunidades e superarem-se continuamente. No fim, fica claro que esta iniciativa vai além de simplesmente matar a sede; trata-se de uma afirmação de liberdade, uma celebração da vida, da juventude e da autenticidade. Para quem deseja viver com estilo e ousadia, a escolha é clara – Txilar – e, escusado será dizer, sempre com a devida responsabilidade.
O
logotipo e a imagem da Txilar passaram por uma significativa reformulação, apresentando um design moderno e atractivo que acompanha as novas tendências e reflecte a evolução da cerveja no mercado.
Txilar beer, a brand that has captured the taste and hearts of Mozambicans since its launch in 2019, is once again making waves with a refreshed image and an even more enticing proposition. Produced by HEINEKEN Mozambique, the brand unveiled its new visual identity on 7th October, marking an important milestone in its evolution and reaffirming its place in the country’s beer market.
The "disappearance" of Txilar from social media the week prior to the launch of its new look caused quite a stir. Its Instagram and Facebook pages were wiped of all content, which didn’t go unnoticed by its most loyal followers. Speculation was rife, and Mozambican blogs and influencers, such as Txiobullet and Elton Bule, quickly began questioning the mystery behind the brand's absence. This only fuelled curiosity and anticipation surrounding what was to come.
The answer was revealed in grand fashion on 8th October with the introduction of the new look: a slimmer, more elegant can, designed to chill faster – a promise of instant refreshment, perfect for Mozambique’s summer heat. Alongside the can, the brand's logo and overall image were given a significant makeover, featuring a modern and attractive
design that aligns with current trends and reflects the beer’s growth in the market. The launch was accompanied by a promotional video that highlighted the sleek aesthetics of the new can, solidifying its position as a brand in constant innovation. However, Txilar’s transformation goes beyond just appearances. It retains its refreshing essence and connection to a bold, youthful lifestyle. The summer campaign, aptly named "Mozambique Wants Txilar," promises a series of events and activations across the country, where the public can celebrate summer with this beer. Through this new positioning, the brand reaffirms itself as a true expression of style and a way of life.
For HEINEKEN Mozambique, Txilar represents originality, spontaneity, and daring – traits that also define its consumers. With the tagline "Think Different. Drink Different," the brand challenges conventions, inviting consumers to think beyond the obvious, dream big, and live life boldly. This is a beer for those who aren’t satisfied with the ordinary, for those who look to the future with optimism and a thirst for new experiences.
Available in 330ml, 250ml, and 500ml sizes, Txilar comes with a unique recipe and a promise: to inspire its consumers to unleash their most authentic selves. Each bottle or can is an invitation to create unforgettable moments, where the simplicity of everyday life gives way to the extraordinary.
The central message of 'Living Boldly' marks the beginning of a new era. The brand encourages Mozambicans to venture into the unknown, embrace new opportunities, and continuously surpass themselves. Ultimately, this initiative is about more than just quenching thirst; it’s a declaration of freedom, a celebration of life, youth, and authenticity. For those who wish to live with style and boldness, the choice is clear – Txilar – and needless to say, always enjoyed responsibly.
“Sempre sonhei apoiar a formação superior das raparigas moçambicanas.”
– Alcinda Honwana
Alcinda Honwana, académica moçambicana, lançou em 2021 a Bolsa de Estudos Alcinda Honwana com o objectivo de apoiar jovens mulheres no ensino superior em Moçambique, ajudando-as a ultrapassar barreiras financeiras e sociais. Esta iniciativa foi inspirada pela sua própria trajectória académica. Licenciada em História e Geografia pela Universidade Eduardo Mondlane e doutorada em Antropologia Social pela Universidade de Londres, Alcinda ocupou cargos de prestígio em instituições como a London School of Economics. Reconhecida a nível internacional, recebeu em 2021 o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Utrecht. Actualmente assume as funções de Directora no Secretariado das Nações Unidas em Nova Iorque. A criação desta bolsa demonstra o seu forte compromisso com o desenvolvimento social e económico de Moçambique e o avanço das mulheres. Em conversa com a revista Xonguila, Alcinda partilhou as suas motivações e os desafios que enfrentou na criação da bolsa, bem como as suas expectativas para o futuro da iniciativa. "Sempre sonhei apoiar a formação superior das raparigas moçambicanas", disse, sublinhando a importância de criar condições que permitam às jovens alcançar o seu pleno potencial académico e profissional.
Acriação da Bolsa de Estudos Alcinda Honwana foi impulsionada pelo desejo de retribuir o apoio que a própria Alcinda recebeu ao longo do seu percurso académico. Com recursos provenientes dos direitos autorais dos seus livros e uma parte do seu salário, Alcinda criou um fundo destinado a apoiar jovens mulheres moçambicanas que, apesar do talento académico, enfrentam dificuldades financeiras. "Acredito que é fundamental ultrapassar as barreiras sociais e financeiras que impedem muitas mulheres de alcançar o seu potencial", explicou. O programa vai além do apoio financeiro, oferecendo também mentoria e um ambiente de entreajuda entre as bolseiras. "Queremos criar um espírito de responsabilidade social, para que, no futuro, estas jovens possam também apoiar outras pessoas e contribuir para o progresso do país", destacou. Desde a sua criação, a bolsa já beneficiou cinco jovens mulheres estudantes de mestrado nas áreas de Filosofia, Segurança Ali -
mentar, Psicologia e Biologia Marinha. Três delas já concluíram os seus mestrados.
O programa de bolsas é feito em parceria com as Universidades Eduardo Mondlane e Pedagógica de Maputo, que coordenam os processos de candidaturas e de pré-selecção com base em critérios específicos: ser moçambicana, estudante a tempo inteiro, ter uma média de licenciatura superior a 14 valores e não beneficiar de outras bolsas. Um dos critérios mais debatidos é a limitação de idade, que restringe a candidatura a jovens com menos de 29 anos. Alcinda explicou que esta restrição visa apoiar raparigas no início das suas carreiras académicas, quando estão mais focadas nos estudos. "Acredito que, ao concentrar os recursos em estudantes mais jovens, podemos contribuir para a formação de uma nova geração de pesquisadoras e líderes em Moçambique", justificou. Alcinda Honwana realiza pessoalmente as entrevistas finais, através de chamadas Zoom, e selecciona as bolseiras. Além
das propinas, a bolsa oferece um subsídio mensal para cobrir despesas de transporte, alimentação e material didáctico, permitindo que as estudantes se concentrem exclusivamente nos estudos. A bolsa inclui também cursos de inglês e de escrita académica, o que, segundo Alcinda, amplia as oportunidades de desenvolvimento académico e profissional das beneficiárias.
A criação da bolsa não foi isenta de desafios, desde a garantia da sua sustentabilidade financeira a longo prazo até à estruturação de um programa adequado às necessidades das beneficiárias. "Foi um processo que exigiu tempo e muitas sugestões de colegas, e profissionais desta área”, partilhou a académica. Um dos factores mais significativos foi a parceria com as duas universidades moçambicanas, que assegura a transparência e equidade no processo de selecção. Para o futuro, Alcinda Honwana espera expandir o número de beneficiárias e está empenhada em angariar fundos adicionais para
esse efeito. "O meu objectivo é criar um movimento que permita que mais jovens mulheres realizem os seus sonhos de pós-graduação", revelou. Alcinda também pretende estabelecer parcerias com instituições que ofereçam bolsas de doutoramento e vínculos com instituições e empresas que possam empregar as recém-formadas.
As jovens beneficiárias da bolsa falam com entusiasmo sobre o impacto positivo que este apoio teve nas suas vidas. Atija Xavier Sete, uma das primeiras bolseiras, relatou que a bolsa foi uma oportunidade transformadora: "Esta bolsa permitiu-me fazer o meu mestrado em Filosofia na Universidade Pedagógica. Sem ela, ainda estaria deslocada devido à guerra em Cabo Delgado." Atija terminou o seu mestrado com distinção, honrando o esforço da sua família e o apoio de Alcinda Honwana. Esperança Nicolau Utchavo, que concluiu o mestrado em Segurança Alimentar, expressou sentimentos semelhantes: "Com esta bolsa, pude dedicar-me integralmente aos estudos. Consegui terminar o meu mestrado e agora espero fazer o doutoramento", disse ela, tendo desenvolvido um projecto de pesquisa sobre a conservação da carne bovina, com impacto potencial na cadeia alimentar de Maputo. Néusia Nhatinombe Macou, outra bolseira, destacou a justiça e transparência do processo de selecção. "Esta bolsa foi uma bênção na minha vida. Não foi necessário ter 'cunhas' para ser escolhida, e isso fez toda a diferença", afirmou. Néusia completou o mestrado em Psicologia de Organizações, focando-se nos desafios enfrentados pelos finalistas universitários no mercado de trabalho. Carolina Mutatisse e
Riana Macumbuie, esperam terminar os seus mestrados em Biologia Marinha e Filosofia, respectivamente, em finais de 2024. Ambas referiram que esta bolsa oferece a uma base sólida para o seu crescimento académico e profissional.
Através da Bolsa de Estudos Alcinda Honwana, jovens moçambicanas encontram uma oportunidade de ultrapassar as barreiras económicas e sociais que frequentemente limitam o seu desenvolvimento académico e profissional. Alcinda acredita firmemente que a educação das mulheres é um pilar essencial para construir uma sociedade mais inclusiva e justa. O seu desejo é que, com o tempo, o programa de bolsas cresça e impacte cada vez mais vidas, permitindo que mais jovens acedam à formação superior e contribuam para o desenvolvimento de Moçambique. A trajectória de Alcinda Honwana e das suas bolseiras demonstra o poder transformador da educação e da solidariedade. Através desta bolsa, a académica moçambicana está a investir no futuro de Moçambique, criando oportunidades para que jovens talentos se desenvolvam e alcancem os seus objectivos.
Alcinda Honwana criou um fundo destinado a apoiar jovens mulheres moçambicanas que, apesar do talento académico que possuem, enfrentam dificuldades financeiras.
In 2021, Mozambican scholar Alcinda Honwana launched the Alcinda Honwana Scholarship, a programme aimed at supporting young women in higher education in Mozambique, helping them overcome financial and societal barriers. Inspired by her own academic journey, Alcinda— who holds a degree in History and Geography from Eduardo Mondlane University and a PhD in Social Anthropology from the University of London—has held prestigious positions, including at the London School of Economics. Recognised globally for her work, she received an honorary doctorate from Utrecht University in 2021 and currently serves as Director at the United Nations Secretariat in New York. This scholarship reflects her strong commitment to Mozambique’s social and economic development and to empowering women. In an interview with Xonguila magazine, Alcinda shared her motivations, the challenges of establishing the scholarship, and her vision for the programme’s future. “Supporting the higher education of Mozambican girls has always been my dream,” she said, emphasising the importance of creating conditions that enable young women to realise their full academic and professional potential.
The Alcinda Honwana Scholarship is funded by royalties from Alcinda's books and a portion of her salary, enabling her to establish a fund for young Mozambican women who, despite academic talent, face financial challenges. “I believe it's vital to break the social and financial barriers that prevent many women from achieving their potential,” she explained. Beyond financial support, the programme also provides mentorship and a supportive environment among its scholars. “We aim to foster a sense of social responsibility so that, in the future, these young women can also help others and contribute to the country’s progress,” she added. Since its inception, the scholarship has supported five young women pursuing master’s degrees in Philosophy, Food Security, Psychology, and Marine Biology, three of whom have already completed their studies.
The scholarship programme is managed in partnership with Eduardo Mondlane and Pedagogical University in Maputo,
which oversee application and pre-selection processes based on specific criteria: applicants must be Mozambican, full-time students, have an undergraduate average above 14 (out of 20), and not hold other scholarships. A frequently debated criterion is the age limit,
Beyond financial support, the programme also provides mentorship and a supportive environment among its scholars.
restricting eligibility to those under 29. Alcinda explained that this aims to support young women early in their academic careers, when they are most focused on their studies. “By concentrating resources on younger students, we can
contribute to building a new generation of researchers and leaders in Mozambique,” she noted. Alcinda personally conducts the final selection interviews over Zoom. In addition to covering tuition fees, the scholarship includes a monthly allowance for transport, food, and study materials, allowing recipients to focus fully on their studies. It also includes English and academic writing courses, which, according to Alcinda, expand the beneficiaries' academic and professional development prospects.
Creating the scholarship was not without challenges, from ensuring long-term financial sustainability to designing a programme that meets the beneficiaries’ needs. “It was a process that required time and valuable input from colleagues and professionals in this field,” she shared. A key factor has been the partnership with the two Mozambican universities, which guarantees transparency and fairness in the selection process. Looking ahead, Alcinda hopes to increase the number of recipients and is com -
mitted to raising additional funds to achieve this. “My goal is to create a movement that enables more young women to pursue postgraduate education,” she revealed, adding that she also aims to establish partnerships with institutions offering PhD scholarships, as well as connections with organisations and businesses that could employ graduates.
The young scholarship recipients speak enthusiastically about the positive impact this support has had on their lives. Atija Xavier Sete, one of the first recipients, described the scholarship as transformative: “This scholarship allowed me to pursue my master’s in Philosophy at the Pedagogical University. Without it, I would still be displaced due to the conflict in Cabo Delgado.” Atija completed her master’s with distinction, honouring both her family’s efforts and Alcinda Honwana’s support. Esperança Nicolau Utchavo, who com -
pleted her master’s in Food Security, expressed similar gratitude: “With this scholarship, I was able to dedicate myself fully to my studies. I finished my master’s and now hope to pursue a PhD,” she said, having developed a research project on beef preservation with potential impact on Maputo’s food supply chain. Another recipient, Néusia Nhatinombe Macou, highlighted the selection process’s fairness and transparency. “This scholarship was a blessing in my life. There was no need for ‘connections’ to be chosen, and that made all the difference,” she stated. Néusia completed her master’s in Organisational Psychology, focusing on the challenges faced by university graduates entering the job market. Carolina Mutatisse and Riana Macumbuie, who are expected to complete their master’s degrees in Marine Biology and Philosophy, respectively, by the end of 2024, both emphasised that the scholarship provides a
solid foundation for their academic and professional growth.
Through the Alcinda Honwana Scholarship, young Mozambican women are finding opportunities to overcome the economic and social barriers that often hinder their academic and professional advancement. Alcinda strongly believes that educating women is essential to building a more inclusive and equitable society. Her hope is that, over time, the scholarship programme will grow and impact even more lives, enabling young women to access higher education and contribute to Mozambique’s development. The journey of Alcinda Honwana and her scholars demonstrates the transformative power of education and solidarity. Through this scholarship, the Mozambican academic is investing in her country’s future, creating opportunities for young talents to thrive and reach their goals.
Desafios e a Eficiência das Plataformas Digitais de Recrutamento
As plataformas digitais de recrutamento são uma ferramenta com uma boa relação custo-eficácia para as empresas e organizações, além de gerarem dados para a criação de políticas e estratégias que beneficiam o mercado laboral.
O mercado de trabalho é a relação entre a oferta e a procura de mão-de-obra, onde os empregadores procuram contratar trabalhadores, e estes procuram oportunidades de emprego. É influenciado por vários factores, incluindo condições económicas, tendências demográficas, disponibilidade de competências e políticas governamentais. A compreensão desta dinâmica depende de dados estatísticos que ajudam a gerar informações sobre as tendências de emprego, a demografia da mão-de-obra e outros indicadores relevantes. Estas informações podem ajudar os decisores políticos, os investigadores, as empresas, e os candidatos a compreender melhor o mercado de trabalho e a desenvolver estratégias para enfrentar os seus desafios.
Oemprego.co.mz gera milhões de indicadores relevantes para a análise do mercado laboral através do seu uso por parte dos recrutadores e dos candidatos, incluindo informações relativas às vagas publicadas, às candidaturas enviadas, e aos perfis dos candidatos. Neste artigo apresentamos alguns indicadores sobre o mercado laboral em Moçambique criados pelo emprego.co.mz com
1 Emprego
133 Candidaturas
2231
Visualizações
Isto significa que, para cada pessoa contratada para um emprego, existem 132 candidatos para a mesma posição, ou seja, cada candidato tem menos de 1% de probabilidade de ser contratado. Por outro lado, para cada vaga publicada, existem 2.231 visualizações feitas por candidatos à procura de uma vaga compatível, ou seja, cada vaga tem menos de 6% de probabilidade de ser compatível com o perfil dos candidatos que procuram emprego na plataforma.
Este rácio de 1:133:2.231 representa a média dos úl-
base na informação gerada pela plataforma.
Relação entre a oferta e a demanda por trabalho
Desde 2012 até hoje o emprego.co.mz publicou 22.426 vagas, que foram visualizadas 50.036.221 vezes e geraram 2.586.172 candidaturas. Usando estes dados, apresentamos a seguinte proporção entre a oferta e a demanda de emprego em Moçambique.
timos 12 anos de operação da plataforma emprego.co.mz e é um indicador usado internamente para informar a concorrência para cada posição (número de candidatos por vaga = 1:133), e também a relevância de cada vaga para todos os candidatos na plataforma (número de candidaturas e visualizações por vaga = 133:2.231).
Tendo em conta este indicador de que 1 vaga gera em média 133 candidaturas, a pergunta que fica é: será que o emprego.co.mz é uma ferramenta eficiente para encontrar o candidato ideal?
Eficiência das plataformas digitais de recrutamento
Para responder a esta questão, o emprego.co.mz fez um questionário aos mais de 2.000 recrutadores que usam a plataforma e obteve as seguintes respostas:
Quantas vagas foram preenchidas através da plataforma?
Percentagem das empresas que responderam
Segundo as respostas dos recrutadores, cerca de 75% deles encontraram bons candidatos para a sua vaga na plataforma, e cerca de 25% têm dificuldades em encontrar um candidato, devido a questões como o salário disponível, a especialidade necessária para a posição, e o local onde o trabalho deve ser feito.
Recomendaria o nosso serviço a outros recrutadores?
Percentagem das empresas que responderam
Olhando para as plataformas digitais como uma solução viável para o recrutamento em Moçambique, usámos o NPS (Net Promoter Score) numa escala de 1 a 10, como uma medida de avaliação do nosso serviço. Aqui a maioria dos recrutadores indicou ser um promotor da plataforma (62%), ou seja, está tão satisfeito com os serviços que recomenda a outros recrutadores; de seguida, temos os passivos (23%), que são pessoas que estão satisfeitas com o serviço, mas não recomendariam; finalmente, uma minoria são detractores (15%), ou seja, são recrutadores que não recomendariam este serviço.
Com esta informação, concluímos que as plataformas digitais de recrutamento são uma ferramenta eficiente de recrutar, com um custo bastante mais reduzido para as empresas e organizações, e que contribuem bastante para a geração de dados que apoiam a criação de políticas e estratégias de recrutamento que beneficiam o mercado laboral. Além disso, ajudam a “democratizar” o mercado de trabalho, dando vantagem aos perfis mais adequados para as posições pretendidas, assim reduzindo o nepotismo e favoritismo que tanto tem afectado o mercado de trabalho.
Desde 2012 até hoje, emprego.co.mz publicou 22.426 vagas, que foram visualizadas 50.036.221 vezes e geraram 2.586.172 candidaturas.
The labour market represents the dynamic between the supply and demand for labour, with employers seeking to hire workers while jobseekers look for employment opportunities. It is influenced by numerous factors, including economic conditions, demographic trends, skills availability, and government policies. Understanding this dynamic relies on statistical data that provides insights into employment trends, workforce demographics, and other relevant indicators. Such information can guide policymakers, researchers, businesses, and jobseekers in navigating the labour market more effectively and in devising strategies to tackle its challenges.
Through the extensive use of its platform, emprego.co.mz generates millions of data points essential for analysing the labour market, including statistics on job postings, applications submitted, and candidate profiles. In this report, we present key labour market indicators in Mozambique, derived from data collected by
emprego.co.mz.
Supply and Demand in the Labour Market
Since 2012, emprego.co.mz has published a total of 22,426 job vacancies, which have collectively received 50,036,221 views and generated 2,586,172 applications. Based on this data, we can establish the following supply-demand ratio in Mozambique’s labour market:
For each job position filled, there are 132 applicants vying for the role, giving each candidate a less than 1% chance of being selected. Additionally, for each job listing, candidates make an average of 2,231 views in search of suitable roles, suggesting that fewer than 6% of job postings align well with the profiles of active jobseekers on the platform.
This 1:133:2,231 ratio represents the 12-year av-
erage on emprego.co.mz, highlighting both the competition for each job (133 candidates per vacancy) and the relative relevance of job postings to jobseekers on the platform (133 applications and 2,231 views per vacancy).
With an average of 133 applications per job listing, the question arises: is emprego.co.mz an effective tool for identifying the ideal candidate?
To address this, emprego.co.mz surveyed over 2,000 recruiters using the platform, with responses indicating the following:
Approximately 75% of recruiters reported finding suitable candidates through the platform, while around 25% experienced challenges, often due to issues such as salary limitations, required specialisations, or the job location.
Using the Net Promoter Score (NPS) on a scale from 1 to 10 to assess service satisfaction, the majority (62%) of recruiters were “promoters” of the platform, meaning they would recommend it to others. Another 23% were “passive” users, satisfied with the service but unlikely to recommend it, while 15% were “detractors,” or users unlikely to recommend the platform.
This data suggests that digital recruitment plat-
forms provide an efficient and cost-effective hiring solution for companies and organisations. They also contribute valuable data for developing policies and recruitment strategies that benefit the labour market. Additionally, digital platforms help “democratise” the job market, allowing the most suitable candidates to stand out, thereby helping to reduce the nepotism and favouritism that have long affected the labour market in Mozambique.
A segunda edição do Fórum COMARP, recentemente realizada, confirmou o seu estatuto como um dos eventos mais importantes para os profissionais de Comunicação, Marketing e Relações Públicas em Moçambique. Contando com a participação de mais de 300 profissionais e 50 empresas, o evento destacou-se pela diversidade de temas abordados e pela colaboração internacional, com especialistas de diversos países a enriquecerem as discussões. Um dos momentos altos foi a introdução dos "Mozambique COMARP Awards", que celebraram o talento e a inovação no sector. No entanto, para Edson Rufai, fundador do Fórum, este é apenas o início de uma jornada ambiciosa que promete transformar o evento numa referência regional e global nos próximos anos.
Com o sucesso alcançado nesta segunda edição, os fundadores do Fórum COMARP têm planos ousados para o futuro. Nos próximos cinco anos, o objectivo é expandir o evento para além das fronteiras de Moçambique, levando-o a outros países da África Austral e da CPLP. Segundo Edson, pretendem criar uma plataforma de partilha de conhecimentos que envolva profissionais de diferentes países, promovendo um intercâmbio de experiências que beneficie não só Moçambique, mas toda a região. Esta expansão não só aumentará a visibilidade do Fórum, como também fortalecerá as parcerias com entidades internacionais, como a African Marketing Confederation (AMC), a SADC Marketing Association e a International Communications Consultancy Organisations (ICCO). O fundador do Fórum destaca que a colaboração internacional foi um dos aspectos mais valorizados pelos participantes nesta edição. “Queremos continuar a trazer especialistas de diferentes mercados para enriquecer o evento, tornando o Fórum cada vez mais relevan-
te para o sector", assim enfatiza a importância de se manter uma rede global de contactos.
Outro aspecto crucial para o futuro do Fórum será a digitalização. “Estamos a planear integrar mais tecnologia nas próximas edições, como palestras virtuais e plataformas digitais para facilitar o networking e a participação à distância”, adiantou Edson Rufai. A incorporação de ferramentas digitais permitirá que o evento se torne mais acessível a um público global, possibilitando uma interacção mais dinâmica e contínua entre os participantes, mesmo após o encerramento do Fórum. Para além disso, estão previstas inovações no formato do evento, incluindo a introdução de mais oficinas práticas e sessões interactivas, onde os participantes poderão aplicar directamente os conhecimentos adquiridos. “Queremos que o Fórum seja um espaço onde se discuta e também se pratique. A interactividade será um elemento essencial para o futuro”, afirmou.
Temas como a Inteligência Artificial (IA) e as práticas ambien-
tais, sociais e corporativas (ESG – Environmental, Social e Governance) destacaram-se nesta edição e continuarão a ser centrais nas edições futuras. O fundador do Fórum considera que a IA tem o potencial de transformar o sector de comunicação e marketing, permitindo a personalização de campanhas e a automatização de processos de forma mais eficiente.
“A IA já está a mudar a forma como nos comunicamos, e precisamos de preparar os profissionais para essas mudanças”, salientou. Por outro lado, as práticas ESG ganham cada vez mais relevância, à medida que as empresas são pressionadas a adoptar estratégias mais sustentáveis e éticas. “A sustentabilidade não é uma opção, mas uma necessidade. E, no Fórum, queremos continuar a promover a integração de práticas ESG nas estratégias empresariais”, reforçou Edson, realçando que estes temas serão essenciais para garantir o crescimento responsável do sector.
Para Edson Rufai, o sucesso do Fórum COMARP até ao momento é apenas um vislumbre do que está por vir. Com a expan-
são internacional, a integração de tecnologias digitais e o foco em temas globais, como a IA e a sustentabilidade, o Fórum está preparado para se transformar numa plataforma de referência para a inovação no sector de Comunicação, Marketing e Relações Públicas. “O nosso objectivo é continuar a crescer e a inovar, garantindo que o Fórum COMARP seja um espaço não só de discussão, mas também de criação de oportunidades e desenvolvimento para os profissionais do sector”, concluiu. O futuro do Fórum promete ser dinâmico e transformador, com impacto tanto em Moçambique como em toda a região e mais além. Com uma estratégia clara e ambiciosa, o Fórum COMARP está bem posicionado para moldar o futuro do sector, oferecendo aos seus participantes não apenas conhecimento, mas também ferramentas para enfrentar os desafios globais que estão por vir.
Mais de 300 profissionais e 50 empresas participaram na segunda edição do Fórum Comarp, que se destacou-se pela diversidade de temas abordados e especialistas de diversos países a enriquecerem as discussões.
The second edition of the COMARP Forum recently concluded, solidifying its position as one of the premier events for Communications, Marketing, and Public Relations professionals in Mozambique. Bringing together over 300 professionals and 50 companies, the event was notable for its wide range of topics and international collaboration, with experts from around the globe enhancing the discussions. A highlight was the introduction of the "Mozambique COMARP Awards," celebrating talent and innovation within the industry. However, for Edson Rufai, the forum's founder, this is only the beginning of an ambitious journey to establish the event as a regional and global benchmark in the coming years.
With the success of this second edition, the forum’s founders have ambitious plans for the future. Over the next five years, they aim to expand COMARP beyond Mozambique, extending it to other countries in Southern Africa and the CPLP (Community of Portuguese Language Countries). According to Edson, "We want to create a knowledge-sharing platform that connects professionals from different countries, fostering an exchange of experiences that will benefit not only Mozambique but the entire region." This expansion will not only raise the forum’s visibility but also strengthen partnerships with international entities like the African Marketing Confederation (AMC), the SADC Marketing Association, and the International Communications Consultancy Organisation (ICCO). Edson noted that "international collaboration was one of the most valued aspects of this edition, and we are committed to bringing in specialists from diverse markets to enrich the event, making it ever
more relevant to the industry."
Digitalisation will also be crucial to the forum's future. “We’re planning to integrate more technology in future editions, including virtual presentations and digital platforms to facilitate networking and remote participation,” Edson Rufai explained. The adoption of digital tools will make the event accessible to a global audience, enabling ongoing interaction between participants even after the forum’s conclusion. In addition, innovations in the event format are planned, including more hands-on workshops and interactive sessions where participants can directly apply their newfound knowledge. “We want the forum to be a space not just for discussion but for practical application as well. Interactivity will be a core element moving forward,” he added.
This year’s focus on Artificial Intelligence (AI) and Environmental, Social, and Governance (ESG) practices will continue to play a central role in future editions of the COMARP
Forum. The forum’s founder believes AI has the potential to transform the communications and marketing sector, enabling more personalised campaigns and greater efficiency through process automation. “AI is already changing how we communicate, and we need to prepare professionals for these shifts,” he emphasised. ESG practices are also gaining prominence as companies face increasing pressure to adopt sustainable and ethical strategies. “Sustainability is not optional but essential. At COMARP, we aim to continue encouraging the integration of ESG practices into business strategies,” Edson highlighted, underscoring the importance of these themes for ensuring responsible growth within the sector.
For Edson Rufai, the success of the COMARP Forum to date is merely a glimpse of what lies ahead. With plans for international expansion, the integration of digital technologies, and a focus on global themes like AI and sustainability, the forum is set to become a leading platform for innova -
tion in Communications, Marketing, and Public Relations.
“Our goal is to keep growing and innovating, ensuring that the COMARP Forum is not only a space for discussion but also a source of opportunities and
development for industry professionals,” he concluded. The future of the forum promises to be dynamic and transformative, impacting not only Mozambique but the wider region and beyond. With a clear
and ambitious strategy, the COMARP Forum is well-positioned to shape the sector's future, offering participants both knowledge and the tools needed to tackle the global challenges that lie ahead.
Fundada por Marta Uetela, a Baaike é uma resposta criativa à crescente acumulação de resíduos plásticos nas zonas costeiras de Moçambique, particularmente nas áreas periféricas de Maputo.
No âmbito do Desafio de Empreendedorismo da CFAO, em parceria com a revista Xonguila, realçamos neste número o oitavo projecto seleccionado destacando iniciativas focadas na mobilidade ou segurança rodoviária. Trazemos o inovador projecto Baaike, uma iniciativa que alia mobilidade à resolução de um dos maiores problemas ambientais da actualidade: a poluição por plásticos.
Fundada por Marta Uetela, a Baaike surge como uma resposta criativa à crescente acumulação de resíduos plásticos nas zonas costeiras de Moçambique, particularmente nas áreas periféricas de Maputo. A inspiração para o projecto teve origem numa experiência de Marta em Pemba, onde testemunhou a enorme quantidade de lixo plástico que invade as praias. Esta vivência despertou nela a vontade de contribuir para a resolução de tal problema através de uma solução prática e sustentável: a produção de bicicletas feitas de plástico reciclado.
Cada bicicleta da Baaike incorpora cerca de 12 quilos de plástico, recolhido nas áreas periféricas e nas zonas costeiras. Estas bicicletas irão fornecer uma alternativa de mobilidade económica para as comunidades locais, frequentemente com acesso limitado de transporte público adequado, enquanto mitigam a poluição ambiental, um modelo de negócio que contribui tanto para a economia circular como para a sensibilização
ambiental entre a população moçambicana.
O projecto, lançado em Agosto de 2023, já começa a criar impacto significativo tanto ao nível da mobilidade nas áreas rurais e urbanas como na consciencialização sobre a questão dos resíduos plásticos. Moçambique, com uma das maiores linhas costeiras de África e uma frágil rede de gestão de resíduos, enfrenta enormes desafios ambientais, e o trabalho da Baaike mostra como o empreendedorismo pode ser parte da solução. De acordo com um estudo recente realizado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI, ou UNIDO, abreviatura da designação em inglês), Moçambique enfrenta desafios significativos na gestão de resíduos, com apenas 11% dos resíduos plásticos sendo reciclados anualmente. O restante acaba em aterros ou, pior ainda, nos oceanos e zonas costeiras, contribuindo para a poluição marinha. No entanto, iniciativas como a Baaike estão a fazer a diferença. Este impacto local torna-se ainda
mais relevante quando considerado que, globalmente, a produção de bicicletas sustentáveis pode reduzir as emissões de CO2 em até 21%, em comparação com os métodos de fabrico convencionais.
A combinação de inovação e sustentabilidade faz deste projecto um exemplo notável de como é possível repensar os nossos hábitos e recursos, criando soluções que beneficiem tanto as pessoas como o meio ambiente. É uma iniciativa marcante no contexto moçambicano, onde as limitações no transporte e a poluição marinha são problemas persistentes.
A revista Xonguila e a CFAO convidam todos os empreendedores a apresentar os seus projectos na área da mobilidade ou segurança rodoviária. Para participar, envie o seu projecto para o email: geral@ xonguila.co.mz. Este é o momento de transformar ideias em soluções concretas, tal como a Baaike tem feito, inspirando comunidades e protegendo o nosso ambiente.
Cada bicicleta da Baaike, uma alternativa de mobilidade económica para as comunidades locais, incorpora cerca de 12 quilos de plástico recolhido, mitigando a poluição ambiental.
As part of the CFAO Entrepreneurship Challenge, in partnership with Xonguila magazine, we spotlight the eighth project in our series featuring innovative ventures focused on mobility and road safety. This issue highlights Baaike, a forward-thinking project that combines mobility with a solution to one of today’s most pressing environmental issues: plastic pollution.
Founded by Marta Uetela, Baaike emerged as a creative response to the increasing accumulation of plastic waste along the Mozambican coast, particularly around the outskirts of Maputo. Marta was inspired to launch the initiative following her experience in Pemba, where she witnessed vast amounts of plastic litter along the beaches. This experience drove her to seek a practical, sustainable solution, leading to the development of bicycles made from recycled plastic.
Each Baaike bicycle incorporates approximately 12 kilograms of plastic, collected from coastal and peripheral areas. These bicycles offer an affordable alternative mode of transport for local communities—often limited by insufficient public transport— while also reducing environmental pollution. This business model not only supports a cir-
cular economy but also raises environmental awareness within Mozambican communities.
Launched in August 2023, Baaike is already making a notable impact, improving mobility in both rural and urban areas and raising awareness about plastic waste. With one of Africa’s longest coastlines and a fragile waste management infrastructure, Mozambique faces significant environmental challenges. According to a recent study by the United Nations Industrial Development Organization (UNIDO), only 11% of plastic waste in Mozambique is recycled annually; the rest ends up in landfills or, worse, in the oceans and along coastlines, exacerbating marine pollution. However, initiatives like Baaike are paving the way for meaningful change. On a global scale, sustainable bicycle production has the potential to reduce CO2 emissions by up
to 21% compared to conventional manufacturing methods, making the local impact of this project even more significant.
Combining innovation with sustainability, Baaike serves as a remarkable example of how we can rethink our habits and resources to create solutions that benefit both people and the environment. It stands out within the Mozambican context, where challenges in transportation and marine pollution are pressing issues.
Xonguila magazine and CFAO encourage all entrepreneurs to submit their projects in the field of mobility or road safety. To participate, please send your project to: geral@xonguila. co.mz. Now is the time to turn ideas into concrete solutions, just as Baaike has done, inspiring communities and protecting our environment.
Baaike is a remarkable initiative within the Mozambican context, where transport limitations and marine pollution remain persistent issues.
O turismo como agente de mudança positiva
O turismo, muitas vezes visto apenas como uma forma de lazer, é uma poderosa ferramenta de transformação social e cultural. À luz do tema do Dia Mundial do Turismo, celebrado no passado 27 de Setembro, “Turismo e Paz”, somos convidados a reflectir sobre como ele pode servir como um catalisador para a compreensão, cooperação e harmonia entre as diversas culturas que povoam o nosso planeta. Num contexto global marcado por divisões e conflitos, a promoção da paz por meio do turismo torna-se essencial.
Uma das principais formas pelas quais o turismo promove a paz é a compreensão cultural. Ao visitar um lugar novo, os viajantes não estão apenas a explorar um destino; estão também a imergir numa forma de vida diferente da sua, o que ajuda a desconstruir preconceitos e a fomentar um sentimento de empatia. Quando os turistas se deparam com a realidade de outra cultura, as suas visões podem ser ampliadas, permitindo uma compreensão mais profunda das complexidades humanas.
A título de exemplo, as iniciativas de turismo comunitário têm demonstrado como a interacção directa com as comunidades locais pode gerar respeito mútuo. Os turistas que participam em projectos comunitários não apenas ajudam a sustentar a economia local, mas também aprendem sobre as lutas e as vitórias dos habitantes, criando laços de solidariedade.
O turismo sustentável não é apenas uma questão de preservação ambiental; é também uma oportunidade para promover a paz social e económica. Ao
escolher viajar de forma consciente, os turistas contribuem para o desenvolvimento económico de comunidades que, de outra forma, poderiam estar marginalizadas. Essa inclusão melhora as condições de vida locais e gera um ambiente de respeito e cooperação. Além disso, projectos que envolvem mulheres e jovens em actividades turísticas têm-se mostrado eficazes na promoção da igualdade e na redução da violência. Quando essas populações são capacitadas e têm as suas vozes ouvidas, a comunidade torna-se mais forte e coesa, resultando num ambiente mais pacífico.
O turismo também pode ser visto como um meio de diplomacia. Quando cidadãos de diferentes países se encontram, trocam experiências e criam laços, e isso pode ajudar a suavizar tensões políticas. O turismo torna-se num espaço onde as diferenças podem ser superadas por meio do diálogo e do entendimento.
Não obstante as evidências do positivo papel do turismo na promoção da paz, é fundamental que se reconheçam os desafios enfrentados pelo sector. O turismo de massas, por exemplo, pode levar a degradação ambiental, exploração de comunidades locais e incremento de conflitos sociais. Portanto, é essencial que as iniciativas turísticas sejam planeadas de forma sustentável, respeitando os direitos das comunidades anfitriãs e promovendo a conservação do património cultural e natural.
Para que o turismo possa efectivamente promover a paz, é crucial que haja uma consciencialização sobre a sua importância. As iniciativas educacionais que incentivam os viajantes a tornarem-se embaixadores da paz podem ter um impacto significativo, pressupondo que se promova um entendimento mais profundo sobre o destino, sua cultura e seus desafios sociais.
Os profissionais de turismo, desde guias a gestores de hotéis e demais interessados dentro da cadeia de valor do turismo devem ser capacitados para reconhecer o papel transformador desta indústria. Isso inclui formação em ética, responsabilidade social e sustentabilidade. Quando estes profissionais enten-
dem a importância de promover a paz por meio do turismo, tornam-se agentes de mudança nas suas comunidades. Já quanto aos turistas, a existência de programas de sensibilização a si dirigidos ajuda a prepará-los para experiências mais enriquecedoras. Tais programas podem incluir orientações sobre costumes locais, práticas sustentáveis e a importância de respeitar a cultura e a história do lugar que visitam. Ao promover uma atitude de respeito e compreensão, o turismo pode tornar-se num verdadeiro motor de paz.
São vários os destinos ao redor do mundo que se têm destacado na promoção do turismo como um caminho para a paz. Um exemplo é a Rota da Paz na Colômbia, que incentiva os turistas a conhecerem as histórias de superação das comunidades afectadas por conflitos armados. O projecto promove o turismo sustentável e ajuda a reconstruir a confiança e a solidariedade entre os colombianos.
O Ruanda é um exemplo notável de recuperação e resiliência. Após o genocídio de 1994, que causou uma perda devastadora de vidas e uma fragmentação social, o país reconstruiu-se e tornou-se um exemplo para outras nações africanas e para o mundo. Centrado na reconciliação e no desenvolvimento sustentável, o governo ruandês implementou políticas que ajudaram a restaurar a paz e promoveram o turismo como um pilar do crescimento económico.
O turismo é muito mais do que uma mera actividade recreativa; é uma oportunidade de construir pontes num mundo dividido. Ao promover a compreensão cultural, a inclusão social e a diplomacia, o turismo pode tornar-se um importante aliado na construção da paz.
Com o crescimento das iniciativas de turismo sustentável e a consciencialização sobre a importância de viajar de maneira responsável, temos a oportunidade de transformar cada viagem num passo em direcção a um mundo mais harmonioso. Ao celebrarmos o Dia Mundial do Turismo, somos recordados da responsabilidade e poder de contribuir para a paz, uma viagem de cada vez.
Quando os turistas se deparam com a realidade de outra cultura, as suas visões podem ser ampliadas, permitindo uma compreensão mais profunda das complexidades humanas.
Written by: Dércio Parker
Tourism, often viewed merely as a form of leisure, holds significant potential as a tool for social and cultural transformation. In line with the theme of World Tourism Day, celebrated this past 27 September, “Tourism and Peace,” we are encouraged to consider how tourism can act as a catalyst for understanding, cooperation, and harmony among the diverse cultures of our world. At a time when global divisions and conflicts are increasingly pronounced, promoting peace through tourism becomes a vital mission.
One of the primary ways tourism fosters peace is through cultural understanding. When travellers visit a new place, they are not only exploring a destination but immersing themselves in a different way of life, helping to dismantle stereotypes and encouraging empathy. Experiencing the reality of another culture can broaden one’s perspective, offering deeper insight into the complexities of human experience.
Community-based tourism initiatives exemplify how direct interaction with local communities can generate mutual respect. Travellers who engage in community projects not only support local economies but also learn about the struggles and successes of the residents, building bonds of solidarity.
Sustainable tourism goes beyond environmental conservation; it is also an opportunity to advance social and economic peace. By choosing to travel conscientiously, tourists contribute to the economic development of communities that might otherwise face marginalisation. This inclusion enhances local living conditions, fostering a climate of respect and cooperation. Furthermore, tourism projects involving women and young people have proven effective in promoting equality and reducing violence. When these groups are empowered and their voices amplified, communities become stronger and more cohesive, pa-
ving the way for a more peaceful environment.
Tourism also functions as a form of diplomacy. Encounters between citizens of different countries facilitate exchanges of experience and the forging of connections, which can help ease political tensions. Tourism becomes a space where differences can be overcome through dialogue and understanding.
Despite the evidence of tourism’s positive role in promoting peace, it is essential to acknowledge the challenges facing the sector. Mass tourism, for instance, can lead to environmental degradation, exploitation of local communities, and heightened social conflict. Therefore, it is crucial that tourism initiatives are designed sustainably, respecting the rights of host communities and preserving cultural and natural heritage.
For tourism to genuinely promote peace, there must be awareness of its importance. Educational initiatives encouraging travellers to become ambassadors of peace can have a significant impact by fostering a deeper understanding of their destination’s culture and social challenges.
Tourism professionals—from guides to hotel managers and others within the industry—must be equipped to recognise tourism’s transformative
role. This includes training in ethics, social responsibility, and sustainability. When these professionals understand the importance of promoting peace through tourism, they become agents of change within their communities. For tourists, awareness programmes can prepare them for more enriching experiences, offering guidance on local customs, sustainable practices, and the importance of respecting the culture and history of the places they visit. By promoting an attitude of respect and understanding, tourism can truly serve as a force for peace.
Many destinations around the world are standing out as examples of tourism’s potential to foster peace. One such example is Colombia’s Peace Route, which encourages tourists to learn about the stories of resilience in communities affected by armed conflict. This project promotes sustainable tourism, helping to rebuild trust and solidarity among Colombians.
Rwanda, too, stands as a remarkable example
of recovery and resilience. Following the devastating genocide of 1994, which caused an immense loss of life and deep societal divisions, the country has rebuilt itself to become a model for other African nations and the world. Centred on reconciliation and sustainable development, the Rwandan government has implemented policies that have restored peace and promoted tourism as a pillar of economic growth.
Tourism is far more than a recreational activity; it is an opportunity to build bridges in a divided world. By promoting cultural understanding, social inclusion, and diplomacy, tourism can become a powerful ally in the pursuit of peace.
With the rise of sustainable tourism initiatives and the growing awareness of responsible travel, each journey holds the potential to bring us closer to a more harmonious world. As we celebrate World Tourism Day, we are reminded of the responsibility and power we hold to contribute to peace, one journey at a time.
A forma como a marca se associa a datas comemorativas e eventos históricos e os temas que escolhe destacar revelam como ela quer ser percebida pelo público.
A cada Dia da Mulher, Dia de África ou mesmo Dia da Paz, vemos algumas fotografias a multiplicarem-se por várias plataformas digitais. Quer sejam bancos, companhias de seguros, empresas de retalho ou salões de beleza; independentemente da área, a verdade é que muitas vezes somos impactados com comunicações que servem somente para servir calendário.
Então, como é que podemos fazer diferente? Antes de mais nada, cada vez que decidimos comunicar efemérides – datas comemorativas ou eventos históricos — devemos garantir que aquela peça diz algo sobre a personalidade, os valores e o posicionamento da marca que representamos. A forma como a marca se associa a essas datas e os temas que escolhe destacar revelam como ela quer ser percebida pelo público.
Usemos como exemplo este artigo: queremos usar esta plataforma e este espaço de destaque para prestarmos a nossa devida homenagem à cidade de Maputo, o local onde temos as nossas instalações e cujas acácias nos brindam todos os dias. Como equipa global, trabalhamos
para todas as províncias nacionais, mas em Novembro é Maputo que brilha: nas nossas campanhas e para os nossos clientes.
Comemorar estes momentos relevantes para o público-alvo demonstra empatia e sensibilidade. Quando uma marca aproveita momentos que são culturalmente significativos ou emocionais, ela cria uma conexão mais profunda com os consumidores, mostrando que entende e compartilha das mesmas emoções e tradições. Isso pode aumentar a identificação do público com a marca.
E mais uma vez sublinhamos: estas comunicações revelam o posicionamento de uma marca, consoante as datas que escolhem destacar. Além disso, e provavelmente mais
relevante para a lealdade dos consumidores, é se a marca pratica aquilo que comunica. Por exemplo: de que vale comunicar e destacar o Dia da Mulher Moçambicana e depois não ter uma política de equidade salarial entre homens e mulheres ou prejudicar colaboradoras durante a sua licença de maternidade?
Ou seja, se vamos comunicar, temos de praticar. Ou ao contrário: vamos praticar e depois comunicar. Os dias do meio ambiente, se tivermos políticas sustentáveis; o Dia da Criança, se enaltecermos o tempo de qualidade dos nossos colaboradores com a sua família, e por aí fora. A coerência da comunicação é crucial para que o público-alvo sinta que aquela mensagem faz sentido na sua vida e que é real.
Quando uma marca aproveita momentos culturalmente significativos ou emocionais, ela cria uma conexão mais profunda com os consumidores, mostrando que entende e compartilha das mesmas emoções e tradições.
De que vale comunicar e destacar o Dia da Mulher Moçambicana e depois não ter uma política de equidade salarial entre homens e mulheres ou prejudicar colaboradoras durante a sua licença de maternidade? Se vamos comunicar, temos de praticar.
Written by: Cátia Sousa, Dentsu Moçambique
Every year, around International Women’s Day, Africa Day, or Peace Day, we see a plethora of images scattered across digital platforms. From banks and insurance firms to retail businesses and beauty salons, many brands seem to join the flow, often posting content merely to tick a box on the calendar.
So, how can we approach this differently? Each time we choose to mark a commemorative date or historical event, we should ensure that our message genuinely reflects the personality, values, and positioning of the brand. The way a brand associates with these dates, as well as the themes it chooses to highlight, plays a crucial role in shaping how it is perceived by the public.
Take this article as an example: here, we want to use this platform to pay tribute to the city of Maputo, the home of our offices and a place adorned by the beautiful acacia trees we see every day. As a global team working across all national provinces, No-
vember is Maputo’s month to shine – both in our campaigns and in our focus for clients.
Celebrating meaningful dates that resonate with the target audience demonstrates empathy and cultural awareness. When a brand chooses to honour moments that carry cultural significance or emotional weight, it fosters a deeper connection with consumers, showing that it understands and shares in their values and traditions. This can increase public identification with the brand.
And here’s a vital point: the dates a brand chooses to celebrate reveal its positioning. Equally important for fostering consumer loyalty, however,
is ensuring that the brand’s actions align with its messages. For example, what’s the point of celebrating Mozambican Women’s Day if the brand lacks pay equity policies or fails to support female staff during maternity leave?
In other words, if we’re going to communicate, we need to act – or even better, act first and then communicate. Celebrate environmental days if sustainable practices are in place; highlight Children’s Day if the company values quality family time for its employees. Communication should feel authentic and coherent to the target audience, making them sense that the message resonates with their lives and is genuine.
Celebrating meaningful dates that resonate with the target audience demonstrates empathy and cultural awareness, fostering a deeper connection with consumers.
Passo 7: Qual é a sua mentalidade financeira?
É importante que fique ciente das suas emoções, para que possa processá-las e trabalhar na criação de uma mentalidade financeira que lhe faça sentir-se bem e o ajude a trabalhar melhor com o seu dinheiro.
Sany Weng Money Savvy Mozambique
Como definiria a sua mentalidade financeira? Como se sente quando olha para as suas finanças, ganha dinheiro, paga as contas e fala sobre dinheiro?
Para muitos de nós, o dinheiro desperta muita emoção. Para alguns, pode ser positivo, mas, para muitos, é negativo. Sentimos medo quando vemos contas, e culpa quando olhamos para o nosso extracto bancário. É importante que fique ciente dessas emoções, para que possa processá-las e trabalhar na criação de uma mentalidade financeira que lhe faça sentir-se bem e o ajude a trabalhar melhor com o seu dinheiro.
As emoções impulsionam grande parte do nosso comportamento, mas muitos de nós nem sempre as entendemos ou sabemos de onde vêm. Pense em como lida com dinheiro quando está a sentir certas emoções. Por exemplo,
quando se sente triste, vai às compras para fazer uma terapia de lojas? Porque faz isso? Será que é algo que fazia quando era criança? Os seus pais faziam isso? Como vê o dinheiro nesse caso? Dinheiro é feito para ser gasto. Dinheiro compra felicidade?
É frequente as nossas crenças e comportamentos em relação ao dinheiro terem sido moldadas quando éramos jovens, quando éramos mais susceptíveis a influências externas. À medida que crescemos, continuamos com essas crenças e comportamentos porque não conhecemos outra realidade. Os comportamentos podem ser destrutivos para a nossa vida financeira, e impedir que criemos as finanças que desejamos.
Que novas crenças gostaria de cultivar para criar uma vida financeira mais desafogada e próspera? O que realmente crê em matéria de dinheiro?
O dinheiro acaba.
É preciso trabalhar arduamente para ganhar dinheiro.
O dinheiro vem facilmente.
É preciso ter dinheiro para ganhar dinheiro.
Pessoas ricas vivem endividadas.
Eu mereço dinheiro.
É frequente as nossas crenças e comportamentos em relação ao dinheiro terem sido moldadas quando éramos jovens, quando éramos mais susceptíveis a influências externas.
Identifique as suas crenças e pergunte-se de onde provêm. Depois de descobrir as crenças que possui, irá precisar de determinar quais as que estão a ajudá-lo a alcançar os seus objectivos financeiros, e quais as que o estão a impedir. O poder de criar o seu futuro financeiro está nas suas mãos. Se está preparado para explorar e transformar a sua mentalidade financeira, sugerimos que visite o workshop dedicado a este tema em https://moneysavvyhumans.co.mz/ workshops, onde encontrará ferramentas e estratégias para se empoderar financeiramente.
Depois de descobrir as crenças que possui, irá precisar de determinar quais as que estão a ajudá-lo a alcançar os seus objectivos financeiros, e quais as que o estão a impedir.
Written by: Sany Weng Money Savvy Mozambique
How would you define your financial mindset? How do you feel when reviewing your finances, earning money, paying bills, or discussing money?
For many, money stirs deep emotions. For some, these feelings may be positive, but for many, they’re not. We may feel fear when facing bills or guilt when checking our bank balance. Becoming aware of these emotions is crucial so that you can process them and work towards creating a financial mindset that makes you feel empowered and helps you handle your money with confidence.
Our emotions drive much of our behaviour, yet we often don’t fully understand where they come from. Consider how you handle money when experiencing different emotions. For example, do you find yourself shopping to lift
your spirits when feeling down? Why do you do that? Is it a habit you developed in childhood? Did your parents do the same? What does money represent for you in these moments? Is it meant to be spent? Does it buy happiness?
Many of our beliefs and behaviours surrounding money were shaped in childhood, influenced by our environment when we were particularly impressionable. As adults, we often continue to act according to these early beliefs because we don’t know any other way. Yet, these behaviours may be undermining our financial wellbeing, blocking the path to the financial stability we desire.
What new beliefs would you like to develop to achieve a more prosperous financial life? What do you truly believe about money?
Money runs out.
You have to work hard to earn money.
Money flows easily.
Identify your beliefs and reflect on their origins. Once you understand them, you can determine which beliefs are supporting your financial goals and which ones might be holding you back. The power to shape your financial future lies within
You need money to make money.
Wealthy people live in debt.
I deserve money.
you. If you're ready to explore and transform your financial mindset, we invite you to visit our dedicated workshop at Money Savvy Humans Workshops. There, you’ll find tools and strategies to empower your financial journey.
/ Somos o Banco com a Iniciativa de Responsabilidade Social mais Inovadora em 2024
A International Finance Awards distinguiu-nos com o prémio Iniciativa de Responsabilidade Social Corporativa mais Inovadora em 2024, uma conquista que reflete o impacto das nossas acções e a capacidade de inovar em soluções que beneficiam a comunidade
Este reconhecimento é um testemunho do nosso empenho em criar iniciativas que realmente fazem a diferença e impulsionam mudanças positivas.
Temos a felicidade de ter impactado, até então, mais de 40 mil pessoas em todo o país, com a promessa de continuamos comprometidos em fazer a diferença para o bem-estar das comunidades.
Agradecemos a todos os nossos parceiros e Clientes pelo apoio constante e pela confiança! Juntos seguimos rumo à construção de um mundo melhor!
As rádios comunitárias e o seu impacto
As rádios comunitárias desempenham um papel crucial no nosso país, especialmente em áreas rurais onde o acesso à informação é limitado. Estas estações surgiram para responder à necessidade de comunicação local, ligando as comunidades ao resto do país. Com cerca de 70% da população moçambicana a viver em zonas rurais, muitas vezes sem acesso a meios de comunicação como a televisão ou a internet, as rádios comunitárias preenchem um vazio essencial. Actualmente, existem mais de 50 estações espalhadas pelo território, sendo a principal fonte para milhões de pessoas, ao informar, educar e capacitar as comunidades em domínios como, por exemplo, saúde pública e agricultura sustentável.
Em regiões de difícil acesso, como o interior de Cabo Delgado ou
Tete, estas rádios tornaram-se o único meio de comunicação disponível. A sua importância foi particularmente notável durante crises, como as dos ciclones Idai e Kenneth, quando se revelaram canais vitais de informação para a sobrevivência das comunidades. Por exemplo, em 2019, 80% das áreas rurais afectadas receberam informações cruciais através destas estações.
Além de disseminar notícias, as rádios comunitárias desempenham um papel fundamental na preservação das culturas locais, transmitindo programas em línguas nativas, como tsonga, macua e sena — algo raro nas grandes estações. Um estudo da UNESCO realizado em 2020 mostrou que 65% dos ouvintes valorizam a transmissão em línguas locais como uma forma de preservar a identidade cultural. Mais ainda, estas rádios têm sido pilares na promoção da educação. Durante a
pandemia da covid-19, em 2021, transmitiram aulas de educação básica em regiões sem acesso à internet, beneficiando mais de 2 milhões de crianças. As rádios também fomentam a participação cívica e a democracia, ao oferecerem espaço para que as comunidades discutam questões locais e expressem as suas preocupações.
Um exemplo notável é a Rádio Comunitária do Dondo, em Sofala, que, durante o ciclone Idai, desempenhou um importantíssimo papel na disseminação de informações que salvaram vidas. No norte, a Rádio Comunitária de Cuamba, que transmite em macua, tem sido uma defensora das línguas locais e, simultaneamente, tem educado as populações nas áreas de saúde e agricultura. Em Gaza, a Rádio Comunitária do Chokwé promove a igualdade de género e apoia os agricultores com a partilha de práticas agrícolas modernas.
De acordo com um estudo do FORCOM
(Fórum Nacional de Rádios Comunitárias), 78% dos ouvintes acreditam que as rádios comunitárias contribuem para a melhoria das suas condições de vida, ajudando a resolver problemas locais e a promover a responsabilização dos líderes comunitários. Embora enfrentem desafios, como a falta de financiamento e de equipamentos, o apoio de ONGs tem possibilitado a expansão do seu impacto, com o potencial de alcançarem mais de 90% das zonas rurais.
Mais do que fontes de entretenimento, as rádios comunitárias são motores de transformação, educação e preservação cultural. São um exemplo vivo de como a comunicação local pode impulsionar a mudança social. Fica a questão: quanta transformação pode ser gerada por estas pequenas, mas poderosas, ondas sonoras?
Community radio stations play an essential role in Mozambique, particularly in rural areas where access to information is limited. These stations emerged to meet a pressing need for local communication, connecting isolated communities with the rest of the country. With roughly 70% of the Mozambican population living in rural areas, often without access to media like television or the internet, community radio fills a crucial gap. Currently, over 50 such stations are dispersed across the country, serving as the primary source of information, education, and empowerment for millions of people in areas such as public health and sustainable agriculture.
In hard-to-reach regions like the interior of Cabo Delgado or Tete, these radio stations have become the sole communication channel. Their importance has been especially evident during crises, such as cyclones Idai and Kenneth, when they became vital sources of life-saving information for communities. For instance, in 2019, 80% of rural areas affected by these natural disasters received critical updates through these stations.
Beyond news dissemination, community radio stations play a pivotal role in preserving local cultures by broadcasting in native languages such as Tsonga, Macua, and Sena—something rare on mainstream stations. A 2020 UNESCO study found that 65% of listeners value broadcasts in local languages as a way to preserve cultural identity. These stations also play a crucial role in promoting education. During the COVID-19 pandemic in 2021, they aired basic education lessons in areas without internet access, benefitting more than 2 mil-
lion children. Community radio also fosters civic engagement and democracy by providing a platform for communities to discuss local issues and voice their concerns.
One notable example is Dondo Community Radio in Sofala, which played a critical role in disseminating life-saving information during Cyclone Idai. In the north, Cuamba Community Radio broadcasts in Macua, championing local languages while educating people on health and agriculture. Meanwhile, in Gaza, Chokwé Community Radio promotes gender equality and supports farmers by sharing modern agricultural practices.
According to a study by FORCOM (Mozambique’s National Forum of Community Radio Stations), 78% of listeners believe that community radio stations contribute to improved living conditions, helping resolve local problems and promoting accountability among community leaders. Despite challenges such as limited funding and equipment, support
from NGOs has enabled these stations to expand their reach, with the potential to cover more than 90% of rural areas.
More than entertainment sources, community radio stations are engines of transfor-
mation, education, and cultural preservation. They stand as a testament to how local communication can drive social change. One question remains: how much transformation can these small but powerful sound waves generate?
Há um espírito que se move entre as águas azuis e cristalinas de Moçambique, dançando com o calor tropical que se estende para além do horizonte. Nesta terra, o mar, as lagoas e os rios encontram-se com as florestas densas, onde o sussurro do vento e o bramir das criaturas selvagens contam histórias de um lugar moldado pelo tempo, pela fusão de culturas. Aqui, onde o sol é generoso e o povo acolhedor, nasceu um mosaico de heranças, uma tapeçaria de sons, sabores e gestos que ressoam através dos séculos.
Os passos dos que por aqui passaram deixaram marcas invisíveis no ar, transformando o simples em grandioso. Moçambique é fruto de uma alquimia antiga, onde se misturam influências africanas, portuguesas, indianas, árabes e mais além. Uma terra onde as fronteiras entre mundos se desvanecem, e do caos das confluências emerge a beleza da diversidade. Somos mais do que o que se vê, somos o que se sente ao atravessar estas paisagens, onde cada rosto, cada traço, é um pedaço de uma longa história entrelaçada.
Há uma árvore de raízes fundas que se ergue no pensamento. Os ramos estendem-se, buscando no passado as respostas para o presente. O tronco dessa árvore é feito de misturas improváveis: de uma negra de Mambone e um chinês de Guangzhou, de italianos com nomes franceses, de moçambicanos e mauricianos, tecendo na mesma trama fios de terras distantes e culturas diversas. As folhas balançam ao vento, carregando o peso leve das memórias e dos legados, e o fruto que dela brota é um ser de infinitas possibilidades, uma ponte entre mundos, sem fronteiras.
Não há bandeiras que possam conter a essência do mestiço, que é a união de todos os lugares, de todas as cores. Na diferença encontra-se a verdade, uma verdade que não se prende à pele, mas à alma. Ser mestiça é caminhar entre os povos, trazendo no olhar a promessa de que a união das culturas é um bem maior, uma criação contínua, um testemunho de que o mundo inteiro pode viver em harmonia dentro de um único ser.
Moçambique, com os seus cheiros, sabores e melodias, é um lugar onde as histórias se fundem, e cada rosto conta uma epopeia antiga, uma viagem pelo tempo e pelo espaço. Os filhos desta terra, moldados por séculos de trocas e encontros, carregam no sangue as marés do Índico, os ventos que cruzaram continentes, e o calor de uma terra fértil de espírito e de vida. Ser mestiça é ser herdeira desse movimento eterno, dessa dança que nunca cessa.
Lisié Champier
"African Folktales, Reimagined" é uma mini-série de curtas-metragens lançada em 2023, disponível no catálogo da Netflix. A primeira temporada é composta por seis episódios, cada um reimaginando contos tradicionais africanos com uma abordagem contemporânea. Resultado de uma parceria entre a Netflix e a UNESCO, a série oferece uma plataforma para cineastas emergentes do continente africano, proporcionando uma visão criativa e moderna sobre temas como ancestralidade, justiça e os desafios da vida contemporânea.
Entre os episódios mais notáveis, encontramos "Enmity Djinn", de Youssef Nathan Michraf, onde dois jovens libertam um djinn no deserto e enfrentam uma luta pela sobrevivência, misturando tradição com suspense. Já em "Katera of the Punishment Island", realizado por Loukman Ali, seguimos a história de Katera, exilada numa ilha remota por engravidar fora do casamento, numa narrativa que levanta questões sobre justiça social e a condição feminina. Por fim, "Halima’s Choice", dirigido por Mwaniki Mageria, transporta-nos para um futuro tecnológico, onde Halima é confrontada com a difícil escolha entre o amor e um futuro promissor, numa combinação de ficção científica e dilemas culturais e morais.
O elenco, que inclui actores talentosos como Mariam Kizi, Brian Mulondo e Jamal Nasoor, oferece performances autênticas que trazem uma profundidade emocional às histórias. A série tem sido bem recebida em festivais internacionais, como o Festival de Cinema Africano de Luxor e o Durban International Film Festival, onde foi elogiada pela sua inovação e pela forma como honra as tradições africanas.
Esta mini-série proporciona uma excelente oportunidade para explorar a cultura africana sob uma perspectiva actual, trazendo à luz contos que não só reflectem o passado, mas também o presente e o futuro de África.
African Folktales, Reimagined is a mini-series of short films released in 2023, now available on Netflix. The debut season comprises six episodes, each offering a modern reimagining of traditional African folktales. Created through a collaboration between Netflix and UNESCO, the series provides a platform for emerging African filmmakers, presenting fresh, creative perspectives on themes such as ancestry, justice, and contemporary life’s complexities.
Among the standout episodes is Enmity Djinn by Youssef Nathan Michraf, where two young people release a djinn in the desert, sparking a suspense-filled battle for survival that blends tradition with tension. Another notable entry is Katera of the Punishment Island, directed by Loukman Ali, which follows the story of Katera, exiled to a remote island for falling pregnant outside marriage—a narrative raising questions about social justice and the plight of women. Lastly, Halima’s Choice, directed by Mwaniki Mageria, transports viewers to a futuristic setting where Halima faces a harrowing decision between love and a promising future, merging science fiction with cultural and moral dilemmas.
The cast, including talented actors like Mariam Kizi, Brian Mulondo, and Jamal Nasoor, deliver authentic performances that lend
emotional depth to each tale. The series has been well-received at international film festivals such as the Luxor African Film Festival and the Durban International Film Festival, praised for its innovative approach and the respectful way it honours African traditions.
This mini-series offers a remarkable chance to explore African culture from a contemporary perspective, highlighting stories that reflect not only Africa's past but also its present and future.
“Ao escrever estas memórias, tenho em mente, em pri¬meiro lugar, os meus filhos, Paula, José Carlos, Paulo e Fernando, os meus netos, Lwegy, Aaron, Liana, Adrielle e Micah, assim como os meus sobrinhos e seus filhos, para quem o colonialismo é já história distante. Nasceram depois de 1975, e crescem e vivem no Moçambique pós-colonial. Tal como para mim e para os da minha geração, as guerras de resistência, a penetração e ocupação portuguesas em Moçambique, no fim do século dezanove, são já história distante.
Pretendo abrir-lhes uma janela, ainda que estreita e sub¬jectiva, ao modo de vida, ao acesso à educação, aos laze¬res e interesses da nossa geração, dos seus avós, pais e mães. Desejo que saibam como vivemos, testemunhamos e participamos na epopeia da libertação de Moçambique.
Interessam-me sobremaneira, e espero ver outras narrativas desses tempos que, afinal, como todos os tem¬pos, influenciaram, continuam na actualidade, e condicio¬nam o futuro; para que a geração presente e futuras gera¬ções tenham, à sua disposição, registos escritos de grande variedade e diversidade, que tanta falta fazem à geração que nasceu e cresceu durante a noite colonial.”
By Musumbuluku Nhuvu
“As I write these memoirs, my thoughts turn first to my children—Paula, José Carlos, Paulo, and Fernando—my grandchildren, Lwegy, Aaron, Liana, Adrielle, and Micah, as well as my nieces, nephews, and their children, for whom colonialism is already a distant chapter of history. They were born after 1975, growing up and living in post-colonial Mozambique. Just as the resistance wars and the Portuguese incursion and occupation in Mozambique at the end of the 19th century are a remote memory for my generation, colonialism is increasingly remote for them.
I aim to offer them a window, albeit narrow and subjective, into our way of life, the educational opportunities, pastimes, and passions of our generation—their grandparents, fathers, and mothers. I want them to understand how we lived, bore witness to, and took part in Mozambique’s epic struggle for liberation.
I am particularly interested, and hope to see, other narratives of these times that, like all historical periods, have shaped, still influence, and will continue to shape the future. I hope these memoirs serve as a written record that present and future generations can draw on—a diversity of voices and perspectives so lacking for those who were born and came of age in the colonial night.”