Revista Xonguila Nº72

Page 1


MOZAMBIKES

Pedalando

Pedaling

INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL

FIKANI

DESAFIO DE EMPREENDEDORISMO MOZAMBIKES

Pedalando para um futuro mais seguro e sustentável nas estradas de Moçambique

Fotografia: Cortesia da Mozambikes

A iniciativa da Mozambikes nasceu de uma necessidade urgente de oferecer uma solução prática para as longas distâncias que as populações rurais enfrentam diariamente.

DESAFIO DE EMPREENDEDORISMO

Mozambikes - Pedalando para um futuro mais seguro e sustentável nas estradas de Moçambique

Dando continuidade à nossa série de artigos sobre o Desafio de Empreendedorismo da CFAO em parceria com a Revista Xonguila, apresentamos o sexto projecto seleccionado, a Mozambikes. Esta rubrica, que ao longo do ano destacará dez iniciativas focadas em mobilidade e segurança rodoviária, tem como objectivo inspirar e divulgar soluções inovadoras que impactem a vida dos moçambicanos. A empresa social aqui apresentada tem contribuído significativamente para melhorar as condições de vida nas zonas rurais de Moçambique, proporcionando acesso à mobilidade, educação, saúde, e oportunidades de rendimento.

Fundada há 14 anos por Rui Mesquita e Lauren Thomas, a iniciativa nasceu de uma necessidade urgente de oferecer uma solução prática para as longas distâncias que as populações rurais enfrentam diariamente. Em Moçambique, onde a maioria das deslocações nas áreas rurais é feita a pé, muitas vezes entre 1,5 e 40 quilómetros por dia, a bicicleta surge como uma alternativa que transforma realidades. Foi ao presenciar as dificuldades enfrentadas por estas comunidades que Rui Mesquita, durante as suas viagens pelo país, decidiu criar este projecto, que rapidamente se tornou num motor de esperança e mudança social.

A organização não se limita a distribuir bicicletas; a empresa personaliza cada veículo conforme o projecto, adaptando-se às necessidades das

comunidades e dos parceiros envolvidos. Muitas destas bicicletas são pintadas com as imagens dos parceiros ou com mensagens educativas, ampliando o impacto das iniciativas. Ao longo dos anos, cerca de 80 mil bicicletas foram entregues, cada uma delas representando um passo em direcção a uma vida melhor para as comunidades mais desfavorecidas do país.

O impacto das bicicletas na vida das comunidades é profundo e multifacetado. Além de melhorar a mobilidade, contribuem para proporcionar independência e resiliência. Uma bicicleta pode significar a diferença entre conseguir frequentar a escola ou não, entre ter acesso a cuidados de saúde ou permanecer isolado, e entre gerar rendimentos ou enfrentar o desemprego. Consciente desta realidade, a organização tem estabelecido parce-

rias estratégicas com o sector privado, ONG’s e o Governo moçambicano, o que tem permitido alargar o alcance das suas doações e dos seus projectos.

Para além da doação de bicicletas, a iniciativa também está empenhada em fortalecer as economias locais. Um exemplo disso é o projecto Mozambikes Jr, que facilita o acesso às bicicletas nas escolas, contribuindo directamente para a educação das crianças tanto no meio rural como no meio urbano. A empresa também promove a criação de oficinas de reparação nas comunidades, gerando emprego e fortalecendo a economia local. Estas oficinas não só garantem a manutenção das bicicletas, mas também capacitam as comunidades com habilidades técnicas, promovendo a auto-suficiência e o desenvolvimento local.

Fotografia: Cortesia da Mozambikes

Através de uma abordagem inovadora, a organização também tem adaptado os seus modelos de bicicletas para responder às necessidades específicas das comunidades. Desde bicicletas com assentos adicionais para servir de táxi, até bancas móveis que funcionam como oficinas, passando por bicicletas adaptadas para o transporte de mercadorias, como pão e bebidas, a empresa está constantemente a inovar para oferecer soluções práticas e eficazes.

O projecto é um exemplo brilhante de como a mobilidade pode ser um catalisador para o desenvolvimento social. A visão dos fundadores, aliada ao trabalho incansável da equipa, tem transformado vidas, uma bicicleta de cada vez. Este projecto é uma inspiração para todos os que acreditam no poder do empreendedorismo social.

Além disso, a iniciativa expandiu o seu impacto ao estabelecer uma ONG nos Estados Unidos, que lhes permite angariar doações e financiamento, o que tem sido crucial para o crescimento e sustentabilidade do projecto. Com o apoio de embaixadores internacionais, o alcance continua a expandir-se, levando mais bicicletas às zonas mais remotas de Moçambique.

Este é o sexto de dez projectos que destacaremos ao longo do ano na rubrica dedicada ao Desafio de Empreendedorismo da CFAO. Se tem uma iniciativa que contribua para a mobilidade ou segurança rodoviária em Moçambique, convidamo-lo a partilhar a sua iniciativa connosco através do email geral@xonguila.co.mz. Participe desta iniciativa e ajude a promover soluções que façam a diferença na vida dos moçambicanos, tal como esta organização tem feito ao longo dos anos. Juntos, podemos construir um futuro mais acessível, seguro e sustentável para todos.

Além de distribuir bicicletas, a Mozambikes promove a criação de oficinas de reparação nas comunidades, gerando emprego e fortalecendo a economia local.

Ao longo dos anos, cerca de 80 mil bicicletas foram entregues, cada uma delas representando um passo em direcção a uma vida melhor para as comunidades mais desfavorecidas do país.

Fotografia: Cortesia da Mozambikes

ENTREPRENEURSHIP CHALLENGE

Mozambikes - Pedalling Towards a Safer and More Sustainable Future on Mozambique's Roads

Continuing our series of articles on the CFAO Entrepreneurship Challenge in partnership with Xonguila Magazine, we present the sixth selected project: Mozambikes. This feature, which throughout the year will highlight ten initiatives focused on mobility and road safety, aims to inspire and showcase innovative solutions that impact the lives of Mozambicans. The social enterprise featured here has significantly contributed to improving living conditions in rural areas of Mozambique by providing access to mobility, education, healthcare, and income-generating opportunities.

Founded 14 years ago by Rui Mesquita and Lauren Thomas, the initiative emerged from an urgent need to provide a practical solution for the long distances rural populations face daily. In Mozambique, where most travel in rural areas is on foot, often covering distances between 1.5 and 40 kilometres a day, the bicycle stands out as a transformative alternative. Witnessing the challenges faced by these communities during his travels across the country, Rui Mesquita decided to create this project, which quickly became a beacon of hope and social change.

The organisation does not simply distribute bicycles; it customises each vehicle according to the project, adapting to the needs of the communities and partners involved. Many of these bicycles are painted with images of partners or educational messages, amplifying the impact of the initiatives. Over the years, around 80,000 bicycles have been delivered, each representing a step towards a

better life for the country's most disadvantaged communities.

The impact of bicycles on the lives of communities is profound and multifaceted. In addition to improving mobility, they contribute to providing independence and resilience. A bicycle can mean the difference between being able to attend school or not, having access to healthcare or remaining isolated, and generating income or facing unemployment.

Aware of this reality, the organisation has established strategic partnerships with the private sector, NGOs, and the Mozambican government, which has enabled it to expand the reach of its donations and projects.

In addition to donating bicycles, the initiative is also committed to strengthening local economies. An example of this is the Mozambikes Jr project, which facilitates access to bicycles in schools, directly contributing to the education of children in both rural and urban areas. The company also promotes the

creation of repair workshops in communities, generating employment and strengthening the local economy. These workshops not only ensure the maintenance of the bicycles but also equip communities with technical skills, promoting self-sufficiency and local development.

Through an innovative approach, the organisation has also adapted its bicycle models to meet the specific needs of communities. From bicycles with additional seats to serve as taxis, to mobile stalls that function as workshops, to bicycles adapted for transporting goods like bread and beverages, the company is constantly innovating to offer practical and effective solutions.

The project is a shining example of how mobility can be a catalyst for social development. The founders' vision, combined with the tireless work of the team, has transformed lives, one bicycle at a time. This project is an inspiration for all who believe in the power of social entrepreneurship.

Moreover, the initiative has expanded its impact by establishing an NGO in the United States, allowing them to raise donations and funding, which has been crucial for the project's growth and sustainability. With the support of international ambassadors, their reach continues to expand,

bringing more bicycles to Mozambique's most remote areas.

This is the sixth of ten projects we will highlight throughout the year in the section dedicated to the CFAO Entrepreneurship Challenge. If you have an initiative that contributes to mobility or road safety in Mozambique,

we invite you to share it with us via email at geral@xonguila. co.mz. Join this initiative and help promote solutions that make a difference in the lives of Mozambicans, just as this organisation has done over the years. Together, we can build a more accessible, safe, and sustainable future for all.

Fotografia: Cortesia da Mozambikes

4 MOZAMBIKES

Pedalando para um futuro mais seguro e sustentável nas estradas de Moçambique

Pedalling towards a safer and more sustainable future on Mozambique's roads

26 ACCESS BANK

Na vanguarda da sustentabilidade

60 AVIADEV

Revolucionando o desenvolvimento da aviação

Revolutionising aviation development

70 PLAY PADEL

Elevando a experiência desportiva em Maputo

Elevates the sporting experience in Maputo

86 MONEY SAVVY

Definição de objectivos financeiros

Setting financial goals

94 DENTSU

A liderança & comunicação - dois aliados

Leadership & communication - two allies

108 KARINGANA

Textos livres com assinatura

Signature free texts

110 CINEMA 35MM

Blood Psalms

Blood Psalms

114 ALCANCE

As sugestões da Alcance para este mês

Alcance's suggestions for this month

34 O AMCHAM GOLF DAY

Networking e Negócios no Green

Networking and business in the Green

52 NOSLEN ARAÚJO

e o futuro da comédia em Moçambique and the future of comedy in Mozambique

18 FIKANI 2024

Turismo como ferramenta de desenvolvimento e transformação

Tourism as a tool for development and transformation

FICHA TÉCNICA/BIOS

Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno Soares, Mariano Silva • Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Eliana Silva, Mariano Silva, Nuno Soares, Jaime Álvaro, Precidónio Silvério, Aayat Irfan • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English): Pedro Sargaço • Fotografia/Photography: Mariano Silva • Design de Capa/Cover Design: Amina Inguane • Grafismo/Visuals: Omar Diogo • Infografia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo • Produtores Audiovisuais/Audiovisual Producers: Omar Diogo, Nuno Lopes, Ana Piedade• Gestão de Redes Sociais/ Social Media Management: Nuno Soares • Conteúdos de Marketing e Comunicação/ Marketing and Communication Contents: Omar Diogo, Nuno Azevedo • Gestão de Homepage e Edição Online/Homepage Management and Online Editing: Omar Diogo, Jorge Oliveira • Departamento Comercial/Commercial Department: Nuno Soares - comercial@xonguila.co.mz • Impressão/Printing: Minerva Print • Distribuição/ Distribution: Flotsam Moçambique, Lda • ISSN: ISSN-0261-661 • Registo/Register: 02/Gabinfo-dec/2018 • Registo de Propriedade Industrial/Industrial Property Registration: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018)

Os artigos com assinatura reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, requer a autorização expressa da empresa titular da revista.

The articles reflect the authors opinion, and not necessarily the magazine opinion. All transcript or reproduction, partial or total, requires the authorization of the company that owns the magazine

Estimados leitores,

Do Director / From the Director

Com satisfação constatamos que, valorizando o seu rico mosaico cultural e natural, e procurando desenvolver a sua economia de um modo sustentável, Moçambique tem sido palco, cada vez mais, seja de grandes eventos que atraem nacionais e estrangeiros, seja de outras iniciativas que merecem ser divulgadas. Nesta edição, exploramos a vanguarda da sustentabilidade com um olhar atento ao Access Bank Mozambique, que, em parceria com o MEGA Distribuição, a cadeia de supermercados Lokal e a Reciclagem & Serviços Lda., lançou um projecto inovador de reaproveitamento de cápsulas de café. Este projecto reforça o compromisso do banco com a preservação ambiental e promete trazer benefícios à comunidade de Chiango, através de soluções criativas.

Na vertente turística, destacamos a 10ª Edição da Feira Internacional do Turismo (FIKANI), que transformou Maputo num epicentro de oportunidades de negócio no sector turístico. Olhando para o horizonte da aviação no continente, damos também destaque ao AviDev, um fórum dedicado ao seu desenvolvimento. Reunindo líderes da indústria, companhias aéreas, aeroportos e autoridades governamentais, este evento promoveu um diálogo essencial sobre o futuro da conectividade aérea. Por outro lado, o AmCham Golf Day emergiu como um novo marco no turismo de golfe no país, atraindo empresários, investidores e profissionais de diversas áreas ao campo da Tongaat Hulett da modalidade, em Xinavane. Promovido pela Câmara de Comércio Americana em Moçambique, é mais um indicador do potencial do país no acolhimento de iniciativas de grande prestígio e relevância.

Neste número ainda temos espaço para uma conversa descontraída com Noslen Araújo, que nos revela o futuro da comédia no paí, e uma curiosidade sobre a arte de transformar moedas antigas em belos adornos. Não podíamos deixar de fora o que nos diz a Dentsu sobre como a comunicação se torna uma aliada no sucesso empresarial, nem a nova experiência desportiva disponibilizada em Maputo com o Play Padel. E mais há para explorar nas páginas que se seguem, com histórias, desafios e conquistas que reflectem o pulsar da nossa sociedade.

Desejamos a todos uma excelente leitura e que desfrutem desta edição tanto quanto nós gostámos de prepará-la para vós.

Dear Readers,

It is with great pleasure that we observe Mozambique, valuing its rich cultural and natural mosaic and striving to develop its economy sustainably, becoming increasingly a stage for significant events that attract both locals and foreigners, as well as other initiatives that deserve to be highlighted. In this edition, we delve into the forefront of sustainability with a close look at Access Bank Mozambique, which, in partnership with MEGA Distribuição, the Lokal supermarket chain, and Reciclagem & Serviços Lda., has launched an innovative coffee capsule recycling project. This initiative reinforces the bank’s commitment to environmental preservation and promises to bring benefits to the Chiango community through creative solutions.

On the tourism front, we highlight the 10th Edition of the International Tourism Fair (FIKANI), which turned Maputo into a hub of business opportunities in the tourism sector. Looking at the horizon of aviation on the continent, we also spotlight AviDev, a forum dedicated to its development. Bringing together industry leaders, airlines, airports, and government authorities, this event fostered essential dialogue on the future of air connectivity. Meanwhile, the AmCham Golf Day emerged as a new milestone in golf tourism in the country, attracting entrepreneurs, investors, and professionals from various fields to the Tongaat Hulett golf course in Xinavane. Promoted by the American Chamber of Commerce in Mozambique, it is yet another indicator of the country's potential to host prestigious and relevant initiatives.

In this issue, we also have room for a relaxed conversation with Noslen Araújo, who reveals to us the future of comedy in the country, as well as an interesting piece on the art of transforming old coins into beautiful adornments. We could not leave out what Dentsu tells us about how communication becomes an ally in business success, nor the new sporting experience now available in Maputo with Play Padel. And there is much more to explore in the following pages, with stories, challenges, and achievements that reflect the heartbeat of our society.

We wish you all an excellent read and hope you enjoy this edition as much as we enjoyed preparing it for you.

Com o apoio de:

A FIKANI 2024 reuniu 220 expositores de várias partes do mundo, incluindo países como África do Sul, Eswatini, Namíbia, Ruanda, Nigéria, Angola, Quénia, Portugal e Espanha.

Fotografia: Cortesia do Inatur

FIKANI 2024

Turismo como ferramenta de desenvolvimento e transformação

A capital moçambicana foi o cenário da X Edição da Feira Internacional do Turismo (FIKANI), um evento que consolidou o seu lugar como uma das mais importantes montras do sector turístico na região austral de África. Realizado no Centro Cultural Moçambique-China, entre os dias 8 e 11 de Agosto, foi marcado por uma forte presença de expositores internacionais e uma série de actividades que visaram destacar Moçambique como um destino turístico de excelência e uma plataforma de oportunidades de negócios.

A abertura oficial foi presidida pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, que sublinhou a importância estratégica do sector do turismo para a economia nacional. Num discurso marcado por optimismo, Nyusi destacou o crescimento económico do país, agora na ordem dos cinco por cento, como um dos factores que impulsionam o turismo em Moçambique. Este crescimento, segundo o Presidente, é resultado de várias medidas ousadas que facilitaram a entrada de turistas no país, incluindo a introdução do Visto de Fronteira e a isenção de visto para 29 países, no âmbito das medidas de aceleração económica.

A FIKANI 2024 reuniu 220 expositores de várias partes do mundo, incluindo países como África do Sul, Eswatini, Namíbia, Ruanda, Nigéria, Angola, Quénia, Portugal e Espanha. Durante a feira, foram promovidos seminários sobre investimentos e oportunidades de negócio no sector, exposições fotográficas, eventos culturais e gastronómicos, além de visitas de familiarização para jornalistas e compradores de pacotes turísticos. A diversidade de actividades foi pensada para atrair e envolver todos os intervenientes da cadeia de valor do turismo.

Entre os momentos mais aguardados, destacou-se a cerimónia de premiação, onde as melhores participações foram reconhecidas, em diversas categorias. A província de Cabo Delgado foi galardoada com os prémios de Melhor Stand e Criatividade, enquanto a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) recebeu o prémio revelação. No sector da gastronomia, Inhambane obteve a distinção de Melhor Expositor. No sector da hotelaria, o Hotel Polana foi considerado o melhor stand de empreendimentos turísticos.

A Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, no seu discurso de encerramento, destacou

o compromisso do governo de transformar Maputo num centro de conferências de excelência, à semelhança do que já se verifica em países como a África do Sul, o Ruanda, Marrocos e Egipto. Este esforço é parte de uma estratégia mais ampla para combater a sazonalidade do turismo em Moçambique, atraindo turistas de média e alta renda durante todo o ano. Materula sublinhou também a criação iminente de uma Taxa de Turismo, como forma de garantir o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos do país.

Os seminários realizados durante a feira abordaram temas cruciais para o desenvolvimento do sector, como o papel dos Bureau de Convenções na gestão de negócios de MICE (Meetings, Incentives, Conferences, and Exhibitions), destacando a experiência do Ruanda nos últimos 10 anos e o sucesso do Hotel Radisson Blu Maputo na organização de eventos. Estas discussões serviram para reafirmar a importância do turismo de eventos como um motor de crescimento económico.

Ao fortalecer o estatuto do nosso país como destino turístico emergente, este mais recente evento também lançou bases sólidas para o futuro do sector, com uma visão clara de desenvolvimento sustentável e inclusivo. Com o lema "Turismo, Ferramenta de Desenvolvimento Económico e Transformação Social", mostrou que Moçambique está determinado a explorar ao máximo o seu potencial turístico, transformando-o num verdadeiro tesouro a ser descoberto pelo mundo.

A feira culminou com um espectáculo musical empolgante, com artistas de renome como DJ Damost, DJ Ardiles e Deltino Guerreiro, encerrando-se assim como uma festa da cultura e talento moçambicanos. A FIKANI 2024 reflectiu o dinamismo e a resiliência de um país que encara o futuro com confiança e esperança.

Fotografia: Cortesia do Inatur

Segundo o presidente Nyusi, o crescimento económico que Moçambique regista resulta de medidas ousadas que facilitaram a entrada de turistas no país, incluindo a introdução do visto de fronteira e a isenção de visto para 29 países.

Fotografia: Cortesia do Inatur

FIKANI 2024

Tourism as a Tool for Development and Transformation

The Mozambican capital was the stage for the 10th Edition of the International Tourism Fair (FIKANI), an event that has established itself as one of the most important showcases for the tourism sector in Southern Africa. Held at the Mozambique-China Cultural Centre from the 8th to the 11th of August, it was marked by a strong presence of international exhibitors and a series of activities aimed at promoting Mozambique as a prime tourist destination and a platform for business opportunities.

The official opening was presided over by the President of the Republic, Filipe Jacinto Nyusi, who emphasised the strategic importance of the tourism sector for the national economy. In a speech marked by optimism, Nyusi highlighted the country’s economic growth, now at around five per cent, as one of the factors driving tourism in Mozambique. This growth, according to the President, is the result of several bold measures that have facilitated the entry of tourists into the country, including the introduction of the Visa on Arrival and the visa exemption for 29 countries, as

part of the economic acceleration measures.

FIKANI 2024 brought together 220 exhibitors from various parts of the world, including countries such as South Africa, Eswatini, Namibia, Rwanda, Nigeria, Angola, Kenya, Portugal, and Spain. During the fair, seminars on investment and business opportunities in the sector were promoted, along with photographic exhibitions, cultural and gastronomic events, and familiarisation visits for journalists and tour package buyers. The diverse range of activities was designed to attract and engage all stakeholders in the tourism value chain.

Among the most anticipated moments was the awards ceremony, where the best participants were recognised in various categories. Cabo Delgado province was awarded prizes for Best Stand and Creativity, while the National Administration of Conservation Areas (ANAC) received the Revelation Award. In the gastronomy sector, Inhambane was distinguished as the Best Exhibitor. In the hospitality sector, the Polana Hotel was considered the best stand for tourism enterprises.

In her closing speech, the Minister of Culture and Tourism, Eldevina Materula, highlighted the government's commitment to transforming Maputo into a centre of excellence for conferences, similar to what is already seen in countries such as South Africa, Rwanda, Morocco, and Egypt. This effort is part of a broader strategy to combat seasonality in Mozambican tourism by attracting medium and high-income tourists throughout the year. Materula also emphasised the imminent creation of a Tourism Tax as a way to ensure the sustainable development of the country's tourist destinations.

The seminars held during the fair addressed crucial themes for the sector's development, such as the role of Convention Bureaus in managing MICE (Meetings, Incentives, Conferences, and Exhibitions) business, highlighting Rwanda’s experience

over the past 10 years and the success of the Radisson Blu Hotel Maputo in organising events. These discussions served to reaffirm the importance of event tourism as a driver of economic growth. By strengthening the country's status as an emerging tourist destination, this latest event also laid solid foundations for the future of the sector, with a clear vision for sustainable and inclusive development. With the theme "Tourism, a Tool for Economic Development and Social Transformation", it showed that Mozambique is determined to make the most of its tourism potential, turning it into a true treasure to be discovered by the world.

The fair culminated in an exciting musical performance, featuring renowned artists such as DJ Damost, DJ Ardiles, and Deltino Guerreiro, ending as a celebration of Mozambican culture and talent. FIKANI 2024 reflected the dynamism and resilience of a country facing the future with confidence and hope.

A feira culminou com um espectáculo musical empolgante, com artistas de renome como DJ Damost, DJ Ardiles e Deltino Guerreiro, encerrando-se assim como uma festa da cultura e talento moçambicanos. A FIKANI 2024 reflectiu o dinamismo e a resiliência de um país que encara o futuro com confiança e esperança.

“Este projecto é uma expressão concreta do nosso compromisso com a sustentabilidade e com a comunidade. Ao reutilizar cápsulas de café e transformá-las em produtos de valor, estamos não só a reduzir o impacto ambiental, mas também a criar oportunidades económicas para artesãos locais. É uma iniciativa que promove uma economia circular, onde todos ganham - desde o ambiente até à comunidade de Chiango. Estamos empenhados em expandir este modelo e inspirar uma mudança real e duradoura em Moçambique.”

Access Bank Na vanguarda da sustentabilidade

Em tempos de crescente preocupação com o impacto ambiental, o Access Bank Mozambique deu um passo significativo ao lançar um projecto pioneiro de reaproveitamento de cápsulas de café. Este projecto, realizado em parceria com o MEGA Distribuição de Moçambique, SA, a cadeia de Supermercados Lokal, e a Reciclagem & Serviços, Lda., reforça o compromisso do banco com a sustentabilidade, assim como promete beneficiar a comunidade de Chiango, em Maputo, de formas inovadoras e transformadoras.

Oprojecto visa estabelecer uma economia circular em torno das cápsulas de café usadas, um resíduo que, devido à sua composição mista de plástico, metal e resíduos orgânicos, apresenta desafios únicos para a reciclagem. Para enfrentar esses desafios, o Access Bank, em conjunto com os seus parceiros, está a implementar pontos de recolha nas suas agências e em várias lojas da cadeia Lokal, facilitando o acesso dos consumidores a práticas mais amigas do ambiente.

Uma vez recolhidas, as cápsulas são enviadas para uma cooperativa localizada no Bairro de Chiango, onde passam por um processo de separação e transformação. O plástico e o alumínio das cápsulas são reaproveitados para criar objectos de artesanato e bijuteria, oferecendo uma nova fonte de rendimento para artesãos locais. Já a borra de café, rica em nutrientes, é utilizada como fertilizante natural, contribuindo para a agricultura urbana sustentável na região.

Além de promover a reciclagem, o projecto inclui a realização de workshops educativos, que são essenciais para sensibilizar a comunidade sobre a importância da reutilização de resíduos. Esses workshops, conduzidos pela Reciclagem & Serviços, Lda., uma empresa local comprometida com a sustentabilidade, oferecem formação em compostagem e técnicas de reaproveitamento de resíduos secos, como parte de um plano de desenvolvimento contínuo para a comunidade de Chiango.

Marco Abalroado, Administrador Delegado do Access Bank Mozambique, sublinha que este projecto está intimamente alinhado com a estratégia ambiental do banco. "Pretendemos contribuir para a redução do desperdício e, simultaneamente, envolver activamente os nossos colaboradores, clientes e comunidades locais na adopção de comportamentos mais amigos do ambiente", afirmou.

O impacto do projecto transcende a simples reciclagem; ele actua como um motor de mudança social e económica em Chiango. Com a capacitação dos artesãos locais e o incentivo à agricultura urbana, espera-se que mais de 5.000 pessoas beneficiem directamente desta iniciativa. Este projecto transforma os resíduos de café em oportunidades económicas para os residentes locais, enquanto incentiva a formação de uma nova geração de artesãos e agricultores urbanos.

O projecto de reaproveitamento das cápsulas de café é, assim, um exemplo claro de como a colaboração entre empresas e comunidades pode gerar resultados positivos e sustentáveis. A expectativa é de que esta iniciativa seja um modelo replicável, expandindo-se para outras áreas de Maputo e Matola, e inspirando projectos semelhantes em todo o país.

Com um compromisso firme com a sustentabilidade e um olhar atento às necessidades da comunidade, o Access Bank Mozambique demonstra que o futuro pode ser mais verde e próspero, se todos se unirem em prol de um objectivo comum.

Fotografia: Cortesia da Access Bank e Helton Perengue

“O Mega Distribuição Moçambique SA tem trabalhado incansavelmente para assegurar a sustentabilidade financeira, social e ambiental dos seus negócios. Acreditamos que, tal como os indivíduos, também as empresas têm responsabilidades para com as comunidades onde operam. O bem-estar dessas comunidades é fundamental para um futuro mais promissor para todos. Com pequenos passos e ideias inovadoras, procuramos transformar mentalidades, promovendo a consciência da necessidade de preservar e melhorar o bem-estar social, financeiro e ambiental. Este é um papel que cabe a cada um de nós, enquanto membros da comunidade. Gestos simples, como a reciclagem de uma cápsula de café, têm o poder de provocar grandes mudanças. Ao incentivar estas práticas, estamos a contribuir para a construção de um mundo melhor.”

“As cápsulas de café representam um desafio significativo devido à sua composição mista de plástico, metal e resíduos orgânicos. A nossa parceria com o Access Bank permite-nos enfrentar este desafio de forma inovadora, transformando aquilo que seria lixo em recursos valiosos para a comunidade. Este projecto não só reduz o impacto ambiental, mas também gera oportunidades económicas através da reciclagem e da criação de produtos artesanais. É um exemplo concreto de como a sustentabilidade pode ser implementada de forma prática e benéfica para todos.”

- Rui Silva, Activista Ambiental e Director Geral da Reciclagem e Serviços, parceiro neste projecto

Access Bank

At the forefront of sustainability

In times of growing concern over environmental impact, Access Bank Mozambique has taken a significant step by launching a pioneering coffee capsule repurposing project. This initiative, carried out in partnership with MEGA Distribuição de Moçambique, SA, the Lokal Supermarket chain, and Reciclagem & Serviços, Lda., reinforces the bank’s commitment to sustainability and promises to benefit the Chiango community in Maputo in innovative and transformative ways.

The project aims to establish a circular economy around used coffee capsules, a waste product that, due to its mixed composition of plastic, metal, and organic residues, poses unique challenges for recycling. To address these challenges, Access Bank, together with its partners, is setting up collection points at its branches and in various Lokal stores, making it easier for consumers to adopt more environmentally friendly practices.

Once collected, the capsules are sent to a cooperative located in the Chiango neighbourhood, where they undergo a process of separation and transformation. The plastic and aluminium from the capsules are repurposed to create handicrafts and jewellery, providing a new source of income for local artisans. Meanwhile, the coffee grounds, rich in nutrients, are used as natural fertiliser, contributing to sustainable urban agriculture in the region.

In addition to promoting recycling, the project includes educational workshops, which are essential for raising awareness in the community about the importance of waste reuse. These workshops, conducted by Reciclagem & Serviços, Lda., a local company committed to sustainability, offer training in composting and dry waste repurposing techniques as part of a continuous development plan for the Chiango community.

Marco Abalroado, CEO of Access Bank Mozambique, emphasises that this project is closely aligned with the bank's environmental strategy. "We aim to contribute to waste reduction while actively engaging our employees, customers, and local communities in adopting more environmentally friendly behaviours," he stated.

The impact of the project goes beyond mere recycling; it acts as a driver of social and economic change in Chiango. By empowering local artisans and promoting urban agriculture, it is expected that over 5,000 people will directly benefit from this initiative. This project turns coffee waste into economic opportunities for local residents while encouraging the development of a new generation of artisans and urban farmers.

The coffee capsule repurposing project is, therefore, a clear example of how collaboration between businesses and communities can produce positive and sustainable outcomes. The hope is that this initiative will serve as a replicable model, expanding to other areas of Maputo and Matola, and inspiring similar projects across the country.

With a firm commitment to sustainability and a keen eye on the needs of the community, Access Bank Mozambique demonstrates that the future can be greener and more prosperous if everyone unites towards a common goal.

“Foi um excelente momento de diplomacia económica através do golfe, pois o golfe é um passaporte para o mundo”
- Danilo Nhantumbo, Presidential Golf Day LLC, United States

Fundada em 2019, a AmCham Mozambique tem como missão promover os princípios do livre comércio, mercados abertos e práticas empresariais éticas, visando fortalecer os laços entre empresas moçambicanas e norte-americanas.

Oturismo de golfe representa uma nova oportunidade atractiva para Moçambique, promovendo a presença de empresários, investidores e profissionais de diversas áreas.

No dia 24 de Agosto, a Câmara de Comércio Americana em Moçambique (AmCham Mozambique) levou a cabo a primeira edição do AmCham Golf Day, evento que decorreu no campo de golfe da Tongaat Hulett, em Xinavane, província de Maputo.

A AmCham Mozambique, fundada em Maio de 2019, tem como missão promover os princípios do livre comércio, mercados abertos e práticas empresariais éticas, visando fortalecer os laços entre empresas moçambicanas e norte-americanas. Actualmente, a organização conta com 47 empresas associadas, das quais 27 são norte-americanas ou representantes de marcas americanas, consolidando-se como a principal voz das empresas americanas no país.

Segundo a Dra. Faheema Sulemane, Directora Executiva da AmCham Mozambique, o AmCham Golf Day é um evento característico das Câmaras de Comércio Americanas em todo o mundo. Este evento anual foi meticulosamente planeado para reunir membros, parceiros e outros intervenientes de várias indústrias, proporcionando um dia de golfe e oportunidades de networking durante os momentos de refeição, em ambiente descontraído e propício à criação de novas conexões. Os

participantes puderam estabelecer e fortalecer relações, partilhando experiências e explorando novas oportunidades de negócio.

Esta primeira edição do AmCham Mozambique contou com mais de 80 participantes, todos eles comprometidos com os objectivos empresariais e os valores defendidos pela Câmara de Comércio Americana.

O evento teve como um dos principais organizadores Danilo Nhantumbo, presidente fundador da empresa norte-americana Presidential Golf Day LLC, e membro proeminente da AmCham Mozambique. Nhantumbo, pioneiro na promoção da indústria do golfe em Moçambique, desempenhou um papel crucial como porta-voz e parceiro chave do evento, ao lado do Dussult Group, co-organizador desta primeira edição.

A ocasião foi uma plataforma de encontro para líderes empresariais, facilitando colaborações e crescimento mútuo. Através do torneio, a AmCham reafirma o seu papel como facilitadora de oportunidades de negócios e promotora de práticas empresariais positivas em Moçambique. Os participantes deixaram o evento com novas conexões, relacionamentos fortalecidos e um renovado compromisso com os seus objectivos empresariais. Tratou-se de um marco significativo no calendário empresarial, prometendo estabelecer-se como um dos principais eventos de networking do país nos próximos anos.

"O AmCham Golf Day é um evento característico das Câmaras de Comércio Americanas em todo o mundo. Este evento anual foi meticulosamente planeado para reunir membros, parceiros e outros intervenientes de várias indústrias, proporcionando um dia de golfe e oportunidades de networking." - Dra. Faheema Sulemane, Directora Executiva da AmCham Mozambique.

Golf tourism represents a new and attractive opportunity for Mozambique, encouraging the presence of entrepreneurs, investors, and professionals from various fields.

On August 24th, the American Chamber of Commerce in Mozambique (AmCham Mozambique) held the first edition of the AmCham Golf Day. The event took place at the

Tongaat Hulett golf course in Xinavane, Maputo Province.

Founded in May 2019, AmCham Mozambique aims to promote the principles of free trade, open markets, and ethical business practices, seeking to strengthen ties between Mozambican and American companies. Currently, the organisation has 47 member companies, 27 of which are either American or represent American brands,

consolidating its position as the leading voice for American businesses in the country. According to Dr. Faheema Sulemane, Executive Director of AmCham Mozambique, the AmCham Golf Day is a signature event of American Chambers of Commerce worldwide. This annual event was meticulously planned to bring together members, partners, and other stakeholders from various industries, offering a day of golf

Fotografia: Cortesia da AmChan

and networking opportunities during meal times, all in a relaxed environment conducive to forging new connections. Participants were able to establish and strengthen relationships, share experiences, and explore new business opportunities.

The inaugural edition of AmCham Mozambique saw over 80 participants, all of whom were committed to the business objectives and values upheld by the American Chamber of Commerce. One of the main organisers of the event was Danilo Nhantumbo, founding president of the American company Presidential Golf Day LLC and a prominent member of AmCham Mozambique. A pioneer in promoting the golf industry in Mozam-

bique, Nhantumbo played a crucial role as a spokesperson and key partner of the event, alongside the Dussult Group, co-organiser of this first edition.

The occasion served as a meeting platform for business leaders, facilitating collaboration and mutual growth. Through the tournament, AmCham reaffirmed its role as a facilitator of business opportunities and a promoter of positive business practices in Mozambique. Participants left the event with new connections, strengthened relationships, and a renewed commitment to their business goals. This was a significant milestone in the business calendar, promising to establish itself as one of the country’s main networking events in the coming years.

Segurança, sabor e responsabilidade em cada gole

A Heineken® tem desempenhado um papel crucial na mudança de mentalidades promovendo a versão zero álcool como uma escolha inteligente e responsável.

Segurança, sabor e responsabilidade em cada gole

Em 2023, Moçambique registou um número alarmante de acidentes rodoviários, com as autoridades a identificarem o consumo excessivo de álcool como um dos principais fatores. Num país em que tais acidentes permanecem como uma das principais causas de morte, a necessidade de soluções inovadoras e eficazes nunca foi tão urgente. É neste cenário que a HEINEKEN Moçambique lança uma proposta ambiciosa e transformadora, a Heineken® 0.0, bebida que, integrada numa estratégia para promover estilos de vida mais saudáveis e um consumo consciente, promete marcar uma nova era na cultura local.

Ao contrário do que se possa pensar, a versão zero álcool da Heineken® não é uma simples alternativa, mas sim uma cerveja que preserva o sabor autêntico e inconfundível tão apreciado pelos consumidores da versão tradicional. A tecnologia de produção avançada permite a remoção do álcool sem comprometer o gosto, garantindo uma experiência de consumo comparável à de uma cerveja convencional.

O mercado moçambicano, cada vez mais atento aos perigos do consumo irresponsável, tem recebido esta alternativa com crescente entusiasmo. A marca tem desempenhado um papel crucial na mudança de mentalidades, promovendo esta opção como uma escolha inteligente e responsável, especialmente em situações em que a segurança é essencial, como quando se está ao volante. E se esta nova cerveja é uma solução para quem precisa de evitar o

álcool ao conduzir, ela oferece também uma alternativa saborosa para aqueles que, por questões de saúde ou de estilo de vida, não podem consumir álcool ou preferem não fazê-lo. Grávidas, diabéticos, pessoas em recuperação de dependência alcoólica, ou até aqueles que simplesmente apreciam o sabor da cerveja, mas preferem uma opção que não acarrete riscos para a saúde, encontram nesta bebida uma forma de continuar a desfrutar do prazer de beber sem comprometer o bem-estar.

Mas a iniciativa da cervejeira vai além da simples comercialização do produto. A empresa tem desenvolvido campanhas de sensibilização que sublinham a importância do consumo responsável, associando a sua cerveja sem álcool a momentos de convívio onde o álcool não é necessário, como na condução. Numa dessas campanhas, intitulada “Se conduzires não bebas”, a HEINEKEN Moçambique investe 10% do seu orça -

mento de publicidade para sensibilizar os consumidores moçambicanos para a importância de um comportamento responsável quando se está a conduzir.

O sucesso desta inovação em Moçambique pode ser medido não só pelo significativo crescimento registado nas vendas em 2023, mas também pelo impacto social que tem gerado. Os moçambicanos estão a adoptar a ideia de que o prazer de uma boa cerveja não precisa de estar associado ao consumo de álcool, estando a subsidiária local a contribuir para a mudança para um paradigma em que o consumo de álcool se torna cada vez mais consciente e responsável.

É desta forma que a Heineken® 0.0 surge como uma verdadeira aliada na luta por um país onde as celebrações e os bons momentos não sejam manchados pela imprudência, mas sim lembrados pelo sabor, pela responsabilidade e, acima de tudo, pela segurança.

A tecnologia de produção avançada permite a remoção do álcool sem comprometer o gosto e garantindo uma experiência de consumo comparável à de uma cerveja convencional.

A Heineken® 0.0 surge como uma verdadeira aliada na luta por um país onde as celebrações e outros bons momentos sejam marcados pelo sabor, pela responsabilidade e, acima de tudo, pela segurança.

Heineken 0.0

Safety, flavour, and responsibility in every sip

In 2023, Mozambique recorded an alarming number of road accidents, with authorities identifying excessive alcohol consumption as one of the main contributing factors. In a country where such accidents remain one of the leading causes of death, the need for innovative and effective solutions has never been more urgent. It is in this context that HEINEKEN Mozambique introduces an ambitious and transformative proposal: Heineken® 0.0. This beverage, part of a strategy to promote healthier lifestyles and mindful consumption, promises to herald a new era in local culture.

Contrary to what one might think, the alcohol-free version of Heineken® is not merely an alternative but a beer that preserves the authentic and unmistakable taste so loved by consumers of the traditional version. Advanced production technology allows for the removal of alcohol without compromising the flavour, ensuring a drinking experience comparable to that of a conventional beer.

The Mozambican market, increasingly aware of the dangers of irresponsible consumption, has welcomed this alternative with growing enthusiasm. The brand has played a crucial role in changing mindsets, promoting this option as an intelligent and responsible choice, especially in situations where safety is paramount, such as when behind the wheel. While this new beer is a solution for those who need to avoid

alcohol when driving, it also offers a tasty alternative for those who, for health reasons or lifestyle choices, cannot or prefer not to consume alcohol. Pregnant women, diabetics, people recov ering from alcohol dependency, or even those who simply enjoy the taste of beer but prefer a healthier option, can find in this drink a way to continue enjoying the pleasure of drinking without compromising their well-being.

However, the brewery's initiative goes beyond simply marketing the product. The company has been developing awareness campaigns that highlight the importance of responsible consumption, associating its alcohol-free beer with social occasions where alcohol is unnecessary, such as when driving. In one of these campaigns, titled “If You Drive, Don’t Drink,” HEINEKEN Mozambique invests 10% of its advertising budget to

raise awareness among Mozambican consumers about the importance of responsible behaviour when behind the wheel.

The success of this innovation in Mozambique can be measured not only by the significant growth in sales recorded in 2023 but also by the social impact it has generated. Mozambicans are embracing the idea that the pleasure of a good beer does not have to be associated with alcohol consumption, with the local subsidiary contributing to a shift towards a paradigm where alcohol consumption becomes increasingly conscious and responsible.

In this way, Heineken® 0.0 emerges as a true ally in the fight for a country where celebrations and good times are not marred by recklessness but are remembered for their flavour, responsibility, and above all, safety.

NOSLEN ARAÚJO

e o futuro da comédia em Moçambique

Sinto que tenho a responsabilidade de, primeiro, apresentar a arte do stand-up comedy ao público moçambicano e impressioná-lo com minhas actuações.

NOSLEN ARAÚJO

e o futuro da comédia em Moçambique

A Xonguila teve o prazer de conversar com Noslen Araújo, um jovem talento em ascensão na comédia moçambicana. Com apenas 16 anos, e dotado de um humor inteligente e autêntico, iniciou a sua jornada no stand-up comedy e rapidamente conquistou o público. Além de comediante, Noslen é influenciador e storyteller, combinando observações sociais e histórias pessoais de uma forma cativante. O seu estilo único e inovador tem vindo a destacá-lo como uma das promessas mais interessantes do entretenimento em Moçambique.

Começaste a tua jornada no stand-up comedy aos 16 anos. Podes partilhar algum momento específico ou evento que solidificou a tua paixão pela comédia?

Assistir ao vivo o show de um dos meus comediantes favoritos, Trevor Noah, foi, sem dúvida, um dos momentos mais marcantes da minha vida. Foi impressionante ver como ele conseguiu conectar-se com um público de mais de vinte mil pessoas, fazendo com que cada um se sentisse parte de uma conversa íntima. Trevor Noah me ensinou que ser comediante não é apenas fazer rir, mas também ser inteligente e ter abordagens fascinantes sobre o mundo ao nosso redor.

O teu estilo cómico mistura humor observacional, histórias pessoais e comentários sociais. Como equilibras esses elementos para garantir que as tuas apresentações sejam tanto divertidas como instigantes?

O que torna os meus shows de stand-up comedy divertidos e instigantes é que o conteúdo é baseado na minha vida real. É essa autenticidade que cria uma conexão

especial com o público.

A conexão com o público é fundamental no teu trabalho. Podes contar-nos um momento em que essa conexão foi particularmente forte ou memorável para ti?

Todos os momentos em que estive no palco foram marcantes para mim. Cada show não apenas valoriza a arte da comédia em Moçambique, mas também oferece uma oportunidade de criar impacto positivo na sociedade.

Já alcançaste marcos significativos na tua carreira e colaboraste com grandes marcas. Qual foi o impacto dessas colaborações no teu desenvolvimento como comediante e na tua visibilidade no cenário nacional?

A mensagem por trás dessas colaborações com grandes marcas é que elas acreditam em mim. Isso não só me motiva a continuar a seguir os meus sonhos, mas também proporciona investimento para os meus projectos criativos, impulsionando significativamente minha carreira.

Fotografia: Helton Perengue

Há limites para o humor. Nenhum comediante deve intencionalmente ofender ninguém. Eu sempre procuro respeitar todos, pois compartilhamos o mesmo objectivo: ser felizes.

O teu sonho é tornares-te um comediante internacional. Que desafios únicos enfrentas ao tentar expandir o teu público para além de Moçambique?

Um dos desafios únicos que enfrento ao tentar expandir o meu público para além de Moçambique é que a comédia ainda está na sua fase inicial no cenário local. Sinto que tenho a responsabilidade de, primeiro, apresentar a arte do stand-up comedy ao público moçambicano e impressioná-lo com minhas actuações.

Como vês a evolução da comédia em Moçambique nos últimos anos e como a comparas com países como o Brasil ou Portugal? Há algum talento emergente em que devíamos ficar de olho?

A trajectória da comédia em países como Brasil e Portugal é muito semelhante ao caminho que Moçambique está a percorrer. Sempre começou com sonhadores e apreciadores da arte. Com o tempo, a comédia evolui e abre diversas novas portas. Temos vários talentos emergentes em Moçambique. Devemos ficar de olho em todos aqueles que acreditam no seu potencial.

A comédia pode ser uma poderosa ferramenta para comentários sociais. Há algum tema ou questão social que aches particularmente importante abordar através do humor?

Não há um tema específico que seja importante para isso. Todos os temas são melhor recebidos quando acompanhados de humor. O riso é uma linguagem universalmente reconhecida e é um excelente caminho para transmitir novas informações.

Se pudesses fazer um espectáculo em qualquer lugar do mundo, onde seria, e porquê?

Se eu pudesse fazer um show de stand-up comedy em qualquer lugar do mundo, seria em Nova York, Estados Unidos. Sou apaixonado pela história da comédia nesta cidade. Muitas lendas e mestres da comédia já pisaram seus palcos, e eu quero ser um deles.

Qual foi a maior crítica que tiveste relativamente ao teu trabalho? Como geres esse tipo de críticas?

Por mais incrível que pareça, nunca recebi críticas sobre meu trabalho. Talvez porque a comunidade ainda seja pequena, nos tratamos uns aos outros com muita consideração e compaixão.

Achas que há limites para o humor? Se sim, quais são e como navegas por essas fronteiras nas tuas apresentações?

Eu acredito que há limites para o humor. Nenhum comediante deve ofender ninguém. Eu sempre procuro respeitar todos, pois compartilhamos o mesmo objectivo: ser felizes.

NOSLEN ARAÚJO

and the Future of Comedy in Mozambique

Xonguila had the pleasure of speaking with Noslen Araújo, a rising young talent in Mozambican comedy. At just 16 years old, and endowed with intelligent and authentic humour, he began his journey in stand-up comedy and quickly won over audiences. Besides being a comedian, Noslen is an influencer and storyteller, combining social observations and personal stories in a captivating manner. His unique and innovative style has marked him as one of the most interesting prospects in the entertainment industry in Mozambique.

You started your journey in stand-up comedy at the age of 16. Could you share a specific moment or event that solidified your passion for comedy?

Watching one of my favourite comedians, Trevor Noah, live was undoubtedly one of the most memorable moments of my life. It was impressive to see how he managed to connect with an audience of over twenty thousand people, making each one feel part of an intimate conversation. Trevor Noah taught me that being a comedian is not just about making people laugh but also about being insightful and having fascinating takes on the world around us.

Your comedic style mixes observational humour, personal stories, and social commentary. How do you balance these elements to ensure your performances are both entertaining and thought-provoking?

What makes my stand-up comedy shows entertaining and thought-provoking is that the content is based on my real life. It's this authenticity that creates a special connection with the audience.

Connecting with the audience is fundamental to your work. Could you tell us about a

moment when this connection was particularly strong or memorable for you? Every moment I've been on stage has been memorable for me. Each show not only values the art of comedy in Mozambique but also offers an opportunity to create a positive impact on society.

You have already reached significant milestones in your career and collaborated with major brands. What impact have these collaborations had on your development as a comedian and on your visibility on the national stage?

The message behind these collaborations with major brands is that they believe in me. This not only motivates me to keep following my dreams but also provides investment for my creative projects, significantly boosting my career.

Your dream is to become an international comedian. What unique challenges do you face in trying to expand your audience beyond Mozambique?

One of the unique challenges I face when trying to expand my audience beyond Mozambique is that comedy is still in its early stages on the local scene. I feel I have the responsibil-

ity to first introduce the art of stand-up comedy to the Mozambican audience and impress them with my performances.

How do you see the evolution of comedy in Mozambique in recent years, and how do you compare it to countries like Brazil or Portugal? Are there any emerging talents we should keep an eye on?

The trajectory of comedy in countries like Brazil and Portugal is very similar to the path Mozambique is on. It always starts with dreamers and appreciators of the art. Over time, comedy evolves and opens many new doors. We have several emerging talents in Mozambique. We should keep an eye on all those who believe in their potential.

Comedy can be a powerful tool for social commentary. Is there a particular theme or social issue you find especially important to address through humour?

There isn’t a specific theme that stands out for this. All topics are better received when accompanied by humour. Laughter is a universally recognised language and is an excellent way to convey new information.

If you could perform anywhere in the world, where would it be, and why?

If I could do a stand-up comedy show anywhere in the world, it would be in New York, United States. I am passionate about the history of comedy in this city. Many legends and masters of comedy have graced its stages, and I want to be one of them.

What has been the biggest criticism you have received regarding your work? How do you handle this type of feedback?

As incredible as it may seem, I have never received any criticism about my work. Perhaps because the community is still small, we treat each other with great consideration and compassion.

Do you think there are limits to humour? If so, what are they, and how do you navigate these boundaries in your performances?

I believe there are limits to humour. No comedian should intentionally offend someone. I always try to respect everyone, as we share the same goal: to be happy.

Fotografia: Helton Perengue

AviaDev, revolucionando o desenvolvimento da aviação

O continente africano enfrenta grandes desafios no que diz respeito às conexões aéreas entre cidades e países, contrastando com outras regiões do mundo. A vasta extensão territorial da maioria dos países africanos torna esta questão ainda mais complexa. Além disso, há diversos obstáculos a um rápido crescimento do sector da aviação, como a falta de infra-estruturas adequadas, deficiências tecnológicas e factores socioeconómicos.

Perante estes desafios e a crescente procura, os principais intervenientes do sector uniram esforços para criar o AviaDev, um fórum de desenvolvimento de aviação, focado em África, que reúne líderes da indústria, companhias aéreas, aeroportos, autoridades governamentais e outras partes interessadas para explorar oportunidades de crescimento e desenvolvimento no sector da aviação no continente. O evento inclui conferências, exposições e reuniões de networking, com o objectivo de aumentar a conectividade aérea em África, atrair investimentos e fomentar parcerias estratégicas. Esta plataforma é reconhecida como crucial para debater desafios e identificar soluções para o desenvolvimento da aviação africana.

Com uma visão de futuro promissor, o fórum reúne as mentes mais brilhantes e os avanços mais recentes para promover uma comunidade próspera, dedicada a superar os limites do que é possível nos céus. Na vanguarda da formação da próxima geração da aviação, o evento abrange desde tecnologias inovadoras a práticas sustentáveis, visando não só o acto de voar, mas o de alcançar novas alturas. Actualmente, já se observam resultados desta iniciativa, como a criação de novas rotas internacionais e a reactivação de rotas anteriormente desactivadas, ligando importantes hubs africanos, como Nairobi, no Quénia, Kuala Lumpur, na Malásia, e Maputo.

Os direitos de tráfego permitem que uma companhia aérea de um país transporte passageiros de um país terceiro para outro destino, um tipo de acordo comum em muitos países. A abertura dos espaços aéreos e a concessão destes direitos de tráfego mostram que uma cooperação mais estreita entre os operadores aéreos pode simplificar a operação face aos desafios actuais, facilitando a experiência dos viajantes e impulsionando o crescimento do turismo.

O relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) destaca a crescente e consistente procura por serviços de transporte aéreo em África, o que representa uma oportunidade significativa para o crescimento e desenvolvimento do sector da aviação em todo o continente. A procura crescente estabelece uma base sólida para o desenvolvimento de opções de viagens aéreas mais eficientes e fiáveis, respondendo de forma mais eficaz às necessidades dos passageiros.

Moçambique está bem posicionado para tirar proveito da sua infra-estrutura abrangente, que inclui aeroportos em todas as províncias, bem como das suas diversas atracções turísticas e económicas. Estes factores criam um ambiente favorável para atrair investimentos no sector da aviação, que podem contribuir significativamente para a criação de empregos e a geração de receitas para o país.

Escrito por: Dércio Parker
Fotografia: Cortesia de João Carlos Pó Jorge e AVIDEV

João Carlos Pó Jorge, amplamente reconhecido pela sua vasta experiência no sector da aviação, foi convidado a partilhar a sua perspectiva sobre esta indústria complexa e distinta. Ao longo de uma carreira de várias décadas, tem liderado iniciativas transformadoras que impulsionaram o desenvolvimento da aviação em Moçambique e em toda a África. A sua visão estratégica e compromisso com a excelência têm sido fundamentais para a modernização e expansão do sector, posicionando-o como uma figura de referência no panorama da aviação africana. Nesta entrevista, explora a realidade subjacente ao AviaDev e seu impacto no desenvolvimento da aviação no continente:

Para começar, poderia dar-nos uma visão geral do AviaDev e dos seus objectivos?

O AviaDev iniciou em 2017, para responder à necessidade de estabelecer conectividade intra-africana, focando-se na cultura e no turismo no continente. Baseia-se em centrar a concepção do networking em entidades africanas, com parceiros e provedores de todo o globo. A sua estrutura assenta num modo conducente ao networking e com uma agenda bem planeada e rigorosamente monitorada, que garante o sucesso das trocas de informações e das negociações. O evento promove o turismo local e tem sempre um foco de apoio social e no desenvolvimento de projectos que promovam a inclusão de jovens na aviação.

Quais são as suas expectativas para a edição deste ano do AviaDev?

O AviaDev Africa 2024 em Windhoek enfatizou e estimulou a abertura de novos destinos em África, essencialmente com operadores africa -

nos, mas também com outros de fora do continente. Realçou a importância da formação de jovens futuros gestores e profissionais que garantam a continuidade e o crescimento da aviação no continente. Não podemos representar 20% da população mundial e transportar apenas 2% do tráfego, especialmente com tanto para oferecer.

Como vê o impacto da influência política no sector da aviação em África?

A política é sempre um ponto importante nos temas do AviaDev África. O desenvolvimento da economia e o estabelecimento de classes médias amplas e sólidas são um pilar que permite e estimula o estabelecimento da conectividade, que por sua vez acelera as economias entre os destinos em causa. A política é vital quando estimula e apoia o desenvolvimento da indústria, sem interferir directamente nas operações e trocas comerciais. O discurso de Sua Excelência o Vice-Primeiro-Ministro da Namíbia foi

Fotografia: Cortesia de João Carlos
Pó Jorge e AVIDEV

bastante encorajador para este ambiente na indústria. O exemplo da postura do governo etíope, com políticas adequadas e sem ingerência directa, na sua relação com a Ethiopian, é um exemplo que resultou numa companhia africana de nível mundial, com uma presença que cobre o planeta e serve toda a África.

No que diz respeito aos acordos bilaterais, que papel desempenham no contexto da aviação africana?

Os acordos bilaterais deixaram de ter o peso que tinham anteriormente, e passou-se a ter vários operadores designados sem restrição. O continente africano precisa de ter conectividade aérea entre as regiões e entre os hubs para fora do continente. O SAATM, a decisão de abrir o espaço aéreo africano aos operadores do continente, do qual Moçambique é signatário, sobrepõe-se aos bilaterais, abrindo espaço para as 5as liberdades, em que um operador de um terceiro país africano pode operar uma rota entre dois destinos de dois países. A LAM, por exemplo, voa entre Harare e Lusaka com direitos de tráfego. A Ethiopian faz isto como prática comum.

Como é que o contexto pan-africano influencia o desenvolvimento da aviação em África?

A União Africana tem dado imenso apoio no reforço da conectividade em África. Faz parte da sua visão 2063 criar um espaço aéreo africano único e um ambiente regulador comum. Isto permite grande mobilidade e alcance para todos os operadores e profissionais africanos pelo continente. Com isto, muita economia de escala, com possível redução de custos para o consumidor. Isto existe em todo o espaço europeu.

Qual a importância do desenvolvimento tecnológico para o futuro da aviação em África? África e os africanos brilham quando se trata de adoptar ou desenvolver tecnologia, desde que acessível e útil. Vejamos os telemóveis e as suas plataformas de pagamento. Na aviação, o desenvolvimento tecnológico vai trazer redução de custos operacionais, o que aumentará o número de usuários, reduzindo ainda mais esses custos. Os drones eléctricos ou a biocombustíveis vão proliferar e permitir alcançar lugares sem estrada nem aeroporto, preservando a biodiversidade que tanto queremos conservar.

AviaDev, Revolutionising Aviation Development

The African continent faces significant challenges regarding air connections between cities and countries, in stark contrast to other regions of the world. The vast territorial expanse of most African countries adds another layer of complexity to this issue. Furthermore, there are various obstacles to the rapid growth of the aviation sector, such as a lack of adequate infrastructure, technological deficiencies, and socio-economic factors.

Faced with these challenges and the growing demand, key players in the sector have come together to create AviaDev, an aviation development forum focused on Africa. AviaDev brings together industry leaders, airlines, airports, government authorities, and other stakeholders to explore opportunities for growth and development within the continent's aviation sector. The event includes conferences, exhibitions, and networking meetings, aiming to increase air connectivity in Africa, attract investments, and foster strategic partnerships. This platform is recognised as crucial for discussing challenges and identifying solutions to advance African aviation.

With a vision of a promising future, the forum brings together the brightest minds and the latest advancements to cultivate a thriving community, dedicated to pushing the boundaries of what is possible in the skies. At the forefront of shaping the next generation of aviation, the event covers everything from innovative technologies to sustainable practices, aiming not just at flying but at reaching new heights. Already, results from this initiative can be observed, such as the creation of new international routes and the reactivation of previously discontinued routes, linking key African hubs like Nairobi in Kenya, Kuala Lumpur in Malaysia, and Maputo.

Traffic rights allow an airline from one country to carry passengers from a third country to another destination, a type of agreement common in many countries. The opening of airspaces and the granting of these traffic rights demonstrate that closer cooperation between airline operators can simplify operations in the face of current challenges, enhancing traveller experiences and boosting tourism growth.

A report from the International Air Transport Association (IATA) highlights the growing and consistent demand for air transport services in Africa, which presents a significant opportunity for the growth and development of the aviation sector across the continent. The increasing demand establishes a solid foundation for developing more efficient and reliable air travel options, responding more effectively to passenger needs.

Mozambique is well positioned to take advantage of its comprehensive infrastructure, which includes airports in every province, as well as its diverse tourist and economic attractions. These factors create a favourable environment for attracting investment in the aviation sector, which can significantly contribute to job creation and revenue generation for the country.

João Carlos Pó Jorge, widely recognised for his extensive experience in the aviation sector, was invited to share his perspective on this complex and distinctive industry. Over a career spanning several decades, he has led transformative initiatives that have driven the development of aviation in Mozambique and across Africa. His strategic vision and commitment to excellence have been instrumental in modernising and expanding the sector, positioning him as a key figure in the African aviation landscape. In this interview, he explores the underlying reality of AviaDev and its impact on aviation development on the continent:

To begin with, could you provide us with an overview of AviaDev and its objectives?

AviaDev started in 2017 to address the need for establishing intra-African connectivity, focusing on culture and tourism across the continent. It centres on designing networking opportunities for African entities, with partners and providers from around the globe. Its structure is conducive to networking, with a well-planned and meticulously monitored agenda, ensuring the success of information exchanges and negotiations. The event promotes local tourism and always has a social support focus, developing projects that encourage youth inclusion in aviation.

What are your expectations for this year's edition of AviaDev?

AviaDev Africa 2024 in Windhoek highlighted and encouraged the opening of new destinations in Africa, mainly with African operators but also with others from outside the continent. It emphasised the importance of training

young future managers and professionals to ensure the continuity and growth of aviation on the continent. We cannot represent 20% of the world's population and only carry 2% of the traffic, especially with so much to offer.

How do you view the impact of political influence on the aviation sector in Africa?

Politics is always an important point in the discussions at AviaDev Africa. The development of the economy and the establishment of broad and solid middle classes are pillars that enable and stimulate connectivity, which in turn accelerates economies between the destinations in question. Politics is vital when it stimulates and supports industry development without directly interfering in operations and commercial exchanges. The speech by His Excellency the Deputy Prime Minister of Namibia was quite encouraging for this environment in the industry. The example of the Ethiopian government's stance,

with appropriate policies and no direct interference in its relationship with Ethiopian Airlines, is an example that has resulted in a world-class African airline with a presence covering the planet and serving all of Africa.

Regarding bilateral agreements, what role do they play in the context of African aviation?

Bilateral agreements no longer carry the weight they once did, and there are now several designated operators without restriction. The African continent needs to have air connectivity between regions and hubs beyond the continent. The Single African Air Transport Market (SAATM) decision to open African airspace to continental operators, of which Mozambique is a signatory, supersedes bilateral agreements, allowing for fifth freedom rights, where an operator from a third African country can operate a route between two destinations in two countries. LAM, for instance, flies between Harare and Lusaka with traffic rights. Ethiopian Airlines does this as a common practice.

How does the pan-African context influence

aviation development in Africa?

The African Union has provided immense support in strengthening connectivity within Africa. Part of its Vision 2063 is to create a single African airspace and a common regulatory environment. This allows for great mobility and reach for all African operators and professionals across the continent. With this comes a lot of economies of scale, potentially reducing costs for consumers. This exists across the entire European space.

What is the importance of technological development for the future of aviation in Africa?

Africa and Africans excel when it comes to adopting or developing technology, provided it is accessible and useful. Take mobile phones and their payment platforms, for example. In aviation, technological development will bring down operational costs, which will increase the number of users, further reducing these costs. Electric or biofuel drones will proliferate, enabling access to places without roads or airports, preserving the biodiversity we are so keen to conserve.

Fotografia: Cortesia de João Carlos Pó Jorge

O principal objectivo do Play Padel é promover a modalidade como uma alternativa saudável para ocupar o tempo livre.

Fotografia: Helton Perengue

O bairro da Coop, em Maputo, testemunhou recentemente a inauguração de um novo centro desportivo dedicado ao padel, uma modalidade em ascensão que tem vindo a conquistar o coração dos moçambicanos. Este espaço, nomeado Play Padel, reflecte a paixão dos seus fundadores pelo desporto e pelo bem-estar físico e mental que a prática desportiva proporciona.

Aideia de criar um espaço para padel no coração de Maputo surgiu da vontade de capitalizar uma modalidade que, embora relativamente nova no país, já demonstrava um potencial significativo para atrair entusiastas de todas as idades. Os investidores, movidos por uma paixão evidente pelo desporto, viram uma oportunidade de negócio, assim como uma forma de promover hábitos saudáveis entre a população, especialmente entre os mais jovens. A localização estratégica na Coop, uma área central e de fácil acesso, foi escolhida para garantir que todos pudessem usufruir das instalações. Este tem sido, sem dúvida, um dos factores de sucesso do projecto, que visa proporcionar uma experiência desportiva acessível a todos, independentemente da sua condição social.

O principal objectivo deste novo clube é atrair uma nova geração de atletas, promovendo o padel como uma alternativa saudável para ocupar o tempo livre. A responsabilidade social é um pilar fundamental do projecto, que se propõe a oferecer a modalidade a comunidades carenciadas, proporcionando-lhes a oportunidade de adoptar o desporto como um hobby ou, quem sabe, uma futura profissão. Entre as metas delineadas pelos fundadores, destacam-se a promoção da interacção social, o fortalecimento do sentido de pertença, a melhoria do condicionamento físico e, sobretudo, o aumento da qualidade de vida dos praticantes. O padel, sendo um desporto inclusivo, não conhece barreiras de idade, género ou religião, tornando-se uma actividade acessível a todos.

Com três campos de padel, uma loja desportiva, zonas de lazer, espaços dedicados às crianças e um restaurante, o clube oferece uma experiência completa aos seus visitantes. O restaurante, baptizado de Match Point, destaca-se pelos pratos saudáveis e pela diversidade de opções, atendendo às necessidades e preferências de todos os clientes, independentemente das suas crenças ou restrições alimentares. O local onde este centro foi construído abrigava anteriormente um campo quase abandonado. A transformação deste espaço num moderno clube de padel foi um processo desafiador, mas que trouxe uma nova vida ao bairro da Coop. A colaboração com as autoridades locais e a superação de obstáculos, como as condições climáticas adversas e a falta de mão-de-obra qualificada, foram essenciais para o sucesso do projecto.

Desde a sua pré-inauguração, este espaço desportivo tem recebido feedback positivo por parte dos visitantes e praticantes. A qualidade das instalações, a localização conveniente e o atendimento eficiente têm sido amplamente elogiados. Curiosamente, mais de 80% das pessoas que experimentam o padel pela primeira vez continuam a praticá-lo, um claro indicador da acessibilidade e do apelo desta modalidade. A facilidade de aprendizagem, em comparação com outros desportos de raquete, é um dos factores que contribuem para este sucesso. A natureza inclusiva do padel, que permite a participação de pessoas de todas as idades e géneros, é outro dos seus atractivos. Os campos compactos e as tabelas ao redor criam uma dinâmica de jogo úni -

Elevando a experiência desportiva em Maputo
Fotografia: Helton Perengue

ca, onde a bola está quase sempre em jogo, aumentando a intensidade e o interesse pela prática.

No horizonte deste clube, estão já previstos diversos torneios e campeonatos, tanto internos como em colaboração com outros centros desportivos da cidade. A parceria com o Padel Club Maputo é um exemplo da estratégia de crescimento e expansão do desporto na capital moçambicana. Juntos, ambos os centros visam aumentar a visibilidade e a popularidade do padel, criando uma comunidade desportiva coesa e dinâmica.

Os fundadores deste novo espaço estão optimistas quanto ao futuro da modalidade no nosso país. Com apenas dois anos de existência por cá, o padel já mostra sinais claros de crescimento, acompanhando a tendência

global de popularidade. Em Maputo e na Beira, o número de praticantes continua a aumentar, reflectindo o crescente interesse pelo desporto. A curiosidade e o entusiasmo dos moçambicanos são evidentes, com muitos a quererem aprender mais sobre a modalidade e a integrá-la no seu quotidiano. Apesar deste crescimento, os responsáveis mantêm uma visão cautelosa e estratégica para o futuro. A expansão das instalações e a introdução de novas modalidades desportivas estão em análise, mas a prioridade, por agora, é consolidar o sucesso deste projecto e garantir que a experiência oferecida aos seus membros continue a ser de excelência.

O Play Padel promete ser uma peça central no panorama desportivo de Maputo, promovendo o crescimento da modalidade, o bem-estar e a coesão social na cidade.

Com três campos de padel, uma loja desportiva, zonas de lazer, espaços para crianças e um restaurante, o clube oferece uma experiência completa aos seus visitantes.

O Play Padel surge para capitalizar uma modalidade relativamente nova no país que já demonstrava potencial para atrair entusiastas de todas as idades.

the Sporting Experience in Maputo

The Coop neighbourhood in Maputo recently witnessed the inauguration of a new sports centre dedicated to padel, a growing sport that has been winning the hearts of Mozambicans. This facility, named Play Padel, reflects its founders' passion for the sport and the physical and mental well-being that sporting activities provide.

The idea of creating a space for padel in the heart of Maputo came from a desire to capitalise on a sport that, although relatively new to the country, already showed significant potential to attract enthusiasts of all ages. The investors, driven by a clear passion for the sport, saw a business opportunity as well as a way to promote healthy habits among the population, especially the younger generation. The strategic location in Coop, a central and easily accessible area, was chosen to ensure everyone could benefit from the facilities. This has undoubtedly been one of the success factors of the project, which aims to provide an accessible sporting experience for all, regardless of social status.

The primary goal of this new club is to attract a new generation of athletes by promoting padel as a healthy alternative for leisure time. Social responsibility is a fundamental pillar of the project, which aims to offer the sport to underprivileged communities, giving them the opportunity to adopt padel as a hobby or even a potential future profession. Among the founders' outlined goals are the promotion of social interaction, the strengthening of a sense of belonging, the improvement of physical fitness, and, above all, the enhancement of the practitioners' quality of life. Padel, being an inclusive sport, knows no age, gender, or religious barriers, making it an activity accessible to everyone.

With three padel courts, a sports shop, leisure areas, dedicated children's spaces, and a restau-

Elevates

rant, the club offers a complete experience for its visitors. The restaurant, named Match Point, stands out for its healthy dishes and diverse options, catering to the needs and preferences of all customers, regardless of their beliefs or dietary restrictions. The site where this centre was built previously housed an almost abandoned field. Transforming this space into a modern padel club was a challenging process but brought new life to the Coop neighbourhood. Collaboration with local authorities and overcoming obstacles, such as adverse weather conditions and a lack of qualified labour, were essential for the project's success.

Since its pre-opening, this sports space has received positive feedback from visitors and practitioners. The quality of the facilities, the convenient location, and the efficient service have been widely praised. Interestingly, more than 80% of people who try padel for the first time continue practising it, a clear indicator of the sport's accessibility and appeal. The ease of learning, compared to other racket sports, is one of the factors contributing to this success. The inclusive nature of padel, allowing people of all ages and genders to participate, is another of its attractions. The compact courts and surrounding walls create a unique dynamic where the ball is almost always in play, increasing the intensity and interest in the practice.

On the horizon for this club are several tournaments and championships, both internal and in collaboration with other sports centres in the city. The partnership with Padel Club Maputo is an example of the strategy for growth and expansion of the sport in the Mozambican capital. Together, both centres aim to increase the visibility and popularity of padel, creating a cohesive and dynamic sports community.

The founders of this new space are optimistic about the future of the sport in our country. With just two years of existence here, padel already shows clear signs of growth, following the global trend of popularity. In Maputo and Beira, the number of practitioners continues to increase, reflecting the growing interest in the sport. The curiosity and enthusiasm of Mozambicans are evident, with many wanting to learn more about the sport and integrate it into their daily lives. Despite this growth, those in charge maintain a cautious and strategic vision for the future. The expansion of facilities and the introduction of new sports are under consideration, but the priority for now is to consolidate the success of this project and ensure that the experience offered to its members remains excellent.

Play Padel promises to be a central feature in the sporting landscape of Maputo, promoting the growth of the sport, well-being, and social cohesion in the city.

FÓRUM SOBRE COMUNICAÇÃO

INSTITUCIONAL E ASSESSORIA DE IMPRENSA

Fortalecendo Estratégias em Angola e Moçambique

FÓRUM SOBRE COMUNICAÇÃO

INSTITUCIONAL E ASSESSORIA

DE IMPRENSA

Fortalecendo Estratégias em Angola e Moçambique

No passado dia 17 de Agosto, o Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, foi cenário do Fórum sobre Comunicação Institucional e Assessoria de Imprensa (CIAI). Este evento reuniu especialistas de diferentes áreas para discutir estratégias de comunicação que promovem a transparência e a eficácia nas organizações.

O fórum contou com várias intervenções importantes, incluindo a apresentação de Hermenegildo de Brito sobre o papel da comunicação na gestão e administração das instituições. Francisco Kuvalela abordou a construção de marca e a gestão de reputação, temas críticos para as organizações que desejam consolidar uma imagem positiva no mercado.

Durante o evento, também foram discutidos os desafios e as oportunidades da assessoria de imprensa em Angola, assim como a inovação tecnológica na comunicação corporativa. Houve ainda espaço para uma mesa-redonda que destacou a transparência nas instituições públicas.

A participação de profissionais de Moçambique proporcionou uma valiosa troca de experiências, nomeadamente na reflexão sobre a comunicação institucional em mercados emergentes.

Este fórum foi um contributo significativo para o sector da comunicação, prometendo ser o primeiro de muitos eventos que continuarão a moldar o futuro da comunicação institucional.

“O nosso objectivo foi reflectir sobre como as instituições se relacionam com o público e se adaptam aos desafios globais. Enfatizámos a necessidade de métricas eficazes para aprimorar a comunicação e desenvolver estratégias alinhadas com as necessidades e contextos específicos de cada instituição. Este evento será realizado anualmente, e esperamos poder melhorar continuamente a qualidade do fórum, promovendo um diálogo cada vez mais eficaz e fortalecendo relações sólidas e responsivas entre organizações e seus públicos.”

— Sara Kambinga, organizadora do CIAI e Directora Executiva da Ulandu Comunicação e Eventos.

FORUM ON INSTITUTIONAL COMMUNICATION AND PRESS RELATIONS

Strengthening Strategies in Angola and Mozambique

On August 17th, the Dr. António Agostin ho Neto Memorial in Luanda hosted the Fo rum on Institutional Communication and Press Relations (CIAI). This event brought together specialists from various fields to discuss com munication strategies that promote trans parency and efficiency within organisations.

The forum featured several key presentations, in cluding one by Hermenegildo de Brito on the role of communication in the management and ad ministration of institutions. Francisco Kuvalela ad dressed brand building and reputation manage ment, which are critical topics for organisations looking to establish a positive image in the market.

Conquistámos mais um prémio da International Finance Awards

/ Somos o Banco com a Iniciativa de Responsabilidade Social mais Inovadora em 2024

A International Finance Awards distinguiu-nos com o prémio Iniciativa de Responsabilidade Social Corporativa mais Inovadora em 2024, uma conquista que reflete o impacto das nossas acções e a capacidade de inovar em soluções que beneficiam a comunidade.

Este reconhecimento é um testemunho do nosso empenho em criar iniciativas que realmente fazem a diferença e impulsionam mudanças positivas.

Temos a felicidade de ter impactado, até então, mais de 40 mil pessoas em todo o país, com a promessa de continuamos comprometidos em fazer a diferença para o bem-estar das comunidades.

Agradecemos a todos os nossos parceiros e Clientes pelo apoio constante e pela confiança! Juntos seguimos rumo à construção de um mundo melhor!

Dicas financeiras para uma vida melhor

Passo 6: Definição de Objectivos Financeiros

A definição de metas marca o início do planeamento financeiro para o ajudá-lo a alcançar os seus objectivos em diferentes fases da sua vida.

Dicas financeiras para uma vida melhor

Passo 6: Definição de Objectivos Financeiros

A primeira vez que defini uma meta financeira foi aos 32 anos. Era uma habilidade que precisava de aprender. Precisava de formular um plano para alcançar os meus objectivos e posso dizer, honestamente, que a definição de metas foi um dos maiores motivadores para mudar a minha situação financeira. Ainda estabeleço metas para mim a cada ano, porque estabelecer metas dá significado e direcção. A definição de metas financeiras ajuda-nos a concentrar-nos nas nossas finanças. A definição de metas marca o início do planeamento financeiro para ajudá-lo a alcançar os seus objectivos em diferentes fases da sua vida.

O QUE SÃO METAS FINANCEIRAS?

Metas financeiras são objectivos para alcançarmos no futuro e, como os nossos valores que falámos na edição anterior da revista, todos temos as nossas próprias metas individuais a alcançar. As metas financeiras são metas que giram em torno de finanças e dinheiro. Uma meta financeira pode ser: sair da dívida ou poupar para algo específico que não pode pagar agora, como um casamento, por exemplo, poupar para a reforma ou comprar uma nova casa. Assim como todas as metas, essa meta precisa ter como base o tempo. As metas são de curto prazo, médio prazo ou de longo prazo.

DIFERENTES TIPOS DE OBJECTIVOS:

Temos objectivos de curto prazo, médio prazo e longo prazo. Definir objectivos financeiros de curto, médio e longo prazo é um passo importante para se tornar financeiramente seguro. Se não estiver a trabalhar em direcção a algo específico, é provável que gaste mais do que deveria.

Certifique-se de que os seus objectivos são realistas e flexíveis. Se definir metas muito al -

tas, terá menos probabilidade de alcançá-las.

OBJECTIVOS FINANCEIROS DE CURTO PRAZO: (3 MESES OU MENOS )

Os objectivos de curto prazo podem ser facilmente alcançados em um curto espaço de tempo. Por exemplo, economizar 9.500 meticais para uma nova TV.

OBJECTIVO DE MÉDIO PRAZO: (4 MESES A 2 ANOS)

Os objectivos de médio prazo são prioridades que podem ser alcançadas em 4 meses a 2 anos. Por exemplo, economizar 45.000 meticais para uma viagem ou para pagar dívidas.

OBJECTIVOS DE LONGO PRAZO (MAIS DE 2 ANOS PARA ALCANÇAR)

Os objectivos financeiros de longo prazo são prioridades que podem levar mais de dois anos para serem alcançadas. A maioria dos objectivos de longo prazo requer uma economia regular. Por exemplo, economizar para a universidade dos filhos, ou economizar para a reforma.

Definir objectivos financeiros de curto prazo

Escrito por: Sany Weng Money Savvy Mozambique

pode dar o impulso de confiança e conhecimento fundamental de que precisa para alcançar objectivos maiores, que levarão mais tempo. Esses primeiros passos são relativamente fáceis de alcançar. Alcançar pequenas vitórias irá impulsioná-lo a alcançar os seus objectivos de médio e longo prazo mais facilmente.

O planeamento financeiro anual dá-lhe a oportunidade de rever formalmente os seus

objectivos, actualizá-los (se necessário) e rever o seu progresso desde o ano anterior. Se nunca definiu objectivos antes, os nossos programas Money Savvy dão-lhe a oportunidade de formulá-los pela primeira vez, para que você possa manter-se em uma base financeira sólida.

Já pensou nos seus objectivos financeiros? Vamos agora fazer um Exercício de Planeamento de Objectivos Financeiros.

Definir objectivos financeiros de curto, médio e longo prazo é um passo importante para se tornar financeiramente seguro.

Certifique-se de que os seus objectivos são realistas e flexíveis. Se definir metas muito altas, terá menos probabilidade de alcançá-las.

OBJECTIVO: AJUDAR A DEFINIR METAS FINANCEIRAS ESPECÍFICAS E CRIAR UM PLANO DE ACÇÃO

PARA ALCANÇÁ-LAS.

Defina os Seus Objectivos

Identifique pelo menos um objectivo financeiro para cada prazo no quadro.

Plano de Acção

Para cada objectivo, faça a lista das etapas específicas que precisa de seguir para alcançá-lo.

Revisão e Ajustes

• Faça a revisão dos seus objectivos mensalmente – reserve um tempo mensalmente para rever o seu progresso em direcção a cada objectivo. Anote se está no caminho certo ou se precisa de ajustar a sua abordagem.

• Ajuste as acções conforme necessário: Se encontrar desafios ou novas oportunidades, não hesite em ajustar as suas acções para se manter em linha com os seus objectivos.

EXEMPLO PRÁTICO

Objectivo de Médio Prazo: Poupar 10.000 meticais, em 6 meses, para uma viagem.

Plano de acção:

Criar um orçamento para identificar áreas onde posso cortar gastos.

Abrir uma conta poupança separada para depositar 1.700 meticais por mês.

Curto prazo

3 meses ou menos

Médio prazo

4 meses a 2 anos

Longo prazo

Mais de 2 anos

*Poupar 10.000 meticais para uma viagem

30 Março 2025

Evitar gastos não essenciais até atingir a meta.

1. Criar um orçamento para identificar áreas onde posso cortar gastos.

2. Abrir uma conta poupança separada para depositar 1.700 meticais por mês.

3. Evitar gastos não essenciais até atingir a meta.

Financial Tips for a Better Life Step 6: Setting Financial Goals

The first time I set a financial goal was at the age of 32. It was a skill I needed to learn. I had to formulate a plan to achieve my objectives, and I can honestly say that setting goals was one of the biggest motivators for changing my financial situation. I still set goals for myself every year because setting goals provides meaning and direction. Defining financial goals helps us focus on our finances. It marks the beginning of financial planning to help you achieve your objectives at different stages of your life.

WHAT ARE FINANCIAL GOALS?

Financial goals are targets we aim to achieve in the future, and just like our values—which we discussed in the previous edition of the magazine—we all have our own individual goals to strive for. Financial goals revolve around finances and money. A financial goal could be getting out of debt or saving for something specific that you can't afford right now, such as a wedding, saving for retirement, or buying a new house. Like all goals, these need to be time-based. Goals can be short-term, medium-term, or long-term.

DIFFERENT TYPES OF

GOALS:

We have short-term, medium-term, and longterm goals. Defining short, medium, and longterm financial goals is an important step towards becoming financially secure. If you are not working towards something specific, you are likely to spend more than you should.

Make sure your goals are realistic and flexible. If you set goals too high, you are less likely to achieve them.

SHORT-TERM

FINANCIAL GOALS: (3 MONTHS OR LESS)

Short-term goals can be easily achieved in a short period. For example, saving 9,500 meticais for a new TV.

MEDIUM-TERM GOALS: (4 MONTHS TO 2 YEARS)

Medium-term goals are priorities that can be achieved in 4 months to 2 years. For example, saving 45,000 meticais for a trip or to pay off debts.

LONG-TERM GOALS: (MORE THAN 2 YEARS TO ACHIEVE)

Long-term financial goals are priorities that may take more than two years to achieve. Most longterm goals require regular saving. For example, saving for your children's university education or saving for retirement.

Setting short-term financial goals can give you the confidence boost and fundamental knowledge you need to achieve bigger goals that will take longer. These first steps are relatively easy to achieve. Achieving small victories will encourage you to reach your medium and long-term goals more easily.

Annual financial planning gives you the opportunity to formally review your goals, update them (if necessary), and assess your progress since the previous year. If you have never set goals before, our Money Savvy programmes provide you with the opportunity to formulate them for the first time, so you can maintain a solid financial foundation.

Have you thought about your financial goals? Let’s now do a Financial Goals Planning Exercise.

OBJECTIVE: HELP YOU DEFINE SPECIFIC FINANCIAL GOALS AND CREATE AN ACTION PLAN TO ACHIEVE THEM.

Define Your Goals

Identify at least one financial goal for each time frame in the table.

Action Plan

For each goal, list the specific steps you need to follow to achieve it.

Review and Adjustments

• Review your goals monthly: Set aside time each month to assess your progress towards each goal. Note if you are on track or if you need to adjust your approach.

• Adjust actions as necessary: If you encounter challenges or new opportunities, do not hesitate to adjust your actions to stay aligned with your goals.

PRACTICAL EXAMPLE

MEDIUM-TERM GOAL: Save 10,000 meticais in 6 months for a trip. Plano de acção:

Create a budget to identify areas where I can cut expenses.

Open a separate savings account to deposit 1,700 meticais per month.

Short-term: 3 months or less

Medium-term: 4 months to 2 years

Long-term: More than 2 years

Save 10,000 meticais for a trip 30 March 2025

Avoid non-essential spending until the goal is met.

1. Create a budget to identify areas where I can cut expenses.

2. Open a separate savings account to deposit 1,700 meticais per month.

3. Avoid non-essential spending until the goal is met.

Todas as grandes batalhas foram ganhas por grandes líderes, pessoas capazes de movimentar multidões e conquistar pela empatia, graças a uma habilidade ímpar de comunicação.

Escrito por: Sylla Faruk, PR Manager Account

Comunicar com as equipas é garantir que criamos uma óptima relação com os colaboradores, colegas, clientes e fornecedores. Por outro lado, a liderança inspira profissionais, fá-los colaborar, estar motivados, engajados e produtivos.

Actualmente, ao olharmos para as organizações, conseguimos perceber que, para além de atingir metas, os gestores estão preocupados em ter equipas de alta performance. Estas equipas devem ser pessoas altamente motivadas e inspiradas pela marca da empresa, ou melhor, pelo líder. Lembrem-se de que todas as grandes batalhas foram ganhas por grandes líderes, pessoas capazes de movimentar multidões e que conseguiam ganhar as pessoas pela empatia.

Quando olhamos para alguns dos maiores ícones comunicacionais da história, o que encontramos em comum entre eles? Constatamos que o seu legado foi marcado pela maneira como expressavam a sua liderança e pela habilidade ímpar de comunicação eficaz. Mais do que história, estes líderes inspiraram e continuam a influenciar multidões pelas suas frases de motivação, discursos eloquentes, textos, parábolas e metáforas encantadoras. O segredo destes líderes consiste, basicamente, na forma como eles influenciaram multidões pelas suas habili-

dades interpessoais, muito mais do que pelas suas habilidades técnicas. Estes líderes transformaram ideais em objectivos, visões em acções concretas, mobilizaram nações em prol das suas convicções.

Falamos de líderes autoconfiantes, automotivados e que possuíam uma óptima postura presencial e gestual, que, somada à sua comunicação eficaz, os tornava carismáticos e rodeados de seguidores. Um líder que utiliza a comunicação na sua liderança transmite sempre uma mensagem de segurança, dos valores da organização e mensagens de motivação. As palavras tornam o colaborador parte integrante da empresa, e não apenas mais uma pessoa que está à espera do seu salário no fim do mês.

Para garantir esta motivação e o compromisso das pessoas, é necessário compreender a importância da comunicação na liderança, e, para isso, precisamos de nos lembrar da gestão do capital humano dentro de uma organização, uma vez que as empresas são feitas de pessoas, por pessoas e para pes-

soas. O que, infelizmente, temos visto em algumas organizações é esta inabilidade de comunicar com eficiência. Gestores que estão mais concentrados em aptidões técnicas e sem qualquer conhecimento de gestão de capital humano. Segundo Peter Drucker, “Setenta por cento de todos os problemas administrativos resultam da ineficácia da comunicação”. Muitos destes problemas devem-se a líderes que possuem uma comunicação ineficaz, pois sabemos que, no processo de comunicação, o resultado obtido é da responsabilidade exclusiva daquele que emite a mensagem.

Na prática, isto significa que, com uma abordagem clara e assertiva, o líder pode realmente acrescentar valor à sua equipa, proporcionar crescimento e conhecimento aos seus profissionais e direccioná-los para a conquista de grandes resultados ao unir o poder da comunicação com uma boa liderança.

É preciso que um líder utilize a sua liderança comunicacional para promover o engajamento da equipa no alcance dos resultados, alinhando as competências

Fotografia: Cortesia da Dentsu
Os grandes líderes

da

história possuíam uma

óptima

postura presencial e gestual, que, somada à sua comunicação eficaz, os tornava carismáticos e rodeados de seguidores.

individuais com os objectivos estratégicos da organização, estabelecendo um canal aberto de comunicação entre todos os níveis hierárquicos, pois saber liderar é, acima de tudo, saber comunicar.

O grande desafio é que, mesmo com todos estes benefícios, muitos gestores ainda subestimam a necessidade de desenvolver e aprimorar continuamente as suas competências de

liderança e comunicação. Com isso, limitam as capacidades e resultados das suas equipas. Delegam as tarefas e cobram resultados erradamente, o que leva a muitos transtornos, repetição de trabalhos e uma grande desmotivação profissional na equipa. Na maioria das vezes, os problemas de gestão são consequência de uma comunicação ineficiente. Estar dentro dos conflitos internos é também

estar preparado para solucioná-los. Uma informação transparente conscientiza cada um sobre o seu papel, alinha os processos de vendas e apresenta os valores, servindo como artifícios para integrar o colaborador.

Como líderes e gestores devemos garantir que deixamos um legado, e esse legado deve ser positivo, uma marca por onde quer que passemos.

Communicating with teams ensures we create an excellent relationship with employees, colleagues, clients, and suppliers. On the other hand, leadership inspires professionals, encouraging them to collaborate, stay motivated, engaged, and productive.

Today, when we look at organisations, we can see that, in addition to achieving targets, managers are focused on building high-performance teams. These teams should be made up of highly motivated individuals who are inspired by the company brand—or rather, by the leader. Remember that all great battles have been won by great leaders, people capable of moving crowds and winning them over through empathy.

When we look at some of the greatest communicative icons in history, what do they have in common? We find that their legacy was marked by the way they expressed their leadership and their unparalleled ability to communicate effectively. More than just history, these leaders inspired and continue to influence people through their motivational phrases, eloquent speeches, writings, parables, and captivating metaphors. The secret of these leaders essentially lies in how they influenced people through their interpersonal skills, much more than through their technical abilities. These leaders transformed ideals into goals, visions into concrete actions, and mobilised nations in support of their convictions.

We speak of self-confident,

self-motivated leaders who possessed excellent presence and body language, which, combined with their effective communication, made them charismatic and surrounded by followers. A leader who uses communication in their leadership always conveys a message of security, organisational values, and motivation. Words make the employee feel like an integral part of the company, not just someone waiting for their paycheck at the end of the month.

To ensure this motivation and commitment from people, it is necessary to understand the importance of communication in leadership. For this, we need to remember the management of human capital within an organisation, since companies are made of people, by people, and for people. Unfortunately, what we have seen in some organisations is an inability to communicate effectively. Managers who are more focused on technical skills and lack any understanding of human capital management. According to Peter Drucker, “Seventy percent of all management problems result from inef-

fective communication.” Many of these issues are due to leaders who have ineffective communication skills, as we know that, in the communication process, the outcome is the sole responsibility of the one who delivers the message.

In practice, this means that, with a clear and assertive approach, a leader can truly add value to their team, provide growth and knowledge to their professionals, and guide them towards achieving great results by combining the power of communication with good leadership.

A leader must use their communicative leadership to promote team engagement in achieving results, aligning individual competencies with the strategic objectives of the organisation, and establishing an open channel of communication across all hierarchical levels. For knowing how to lead is, above all, knowing how to communicate.

The great challenge is that, despite all these benefits, many managers still underestimate the need to continually develop and improve their leadership and communication skills. By doing so, they limit the abilities and results of their teams. They delegate tasks and demand results in the wrong way, leading to numerous issues, work repetition, and significant professional demotivation within the team. In most cases, management problems are the consequence of inefficient communication. Being involved in internal conflicts also means being prepared to solve them. Transparent information makes everyone aware of their role, aligns sales processes, and presents values, serving as tools to integrate the employee.

As leaders and managers, we must ensure that we leave a legacy, and that legacy should be positive—a mark wherever we go.

MOÇAMBIQUE NOS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS

Orgulho e resiliência

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 marcaram a 11ª participação de Moçambique neste grandioso palco desportivo mundial, desde a sua estreia em Moscovo 1980. Embora o país não tenha conquistado medalhas nesta edição, a presença de sete atletas moçambicanos em cinco diferentes modalidades foi motivo de grande orgulho e de um renovado sentimento de esperança no futuro do desporto nacional.

Ahistória olímpica de Moçambique é indissociável do nome de Maria de Lurdes Mutola, cuja notável carreira incluiu a conquista de uma medalha de bronze nos 800 metros em Atlanta 1996, e a tão desejada medalha de ouro na mesma prova em Sydney 2000. Mutola, uma verdadeira lenda do atletismo, inspirou gerações e continua a ser um farol de determinação e excelência para os desportistas moçambicanos.

Em Paris, a pugilista Alcinda Panguana era a grande esperança de Moçambique, destacando-se na categoria de 66 kg femininos. Alcinda tinha demonstrado o seu talento nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, onde alcançou os quartos-de-final, currículo que enriquecera com o ouro conquistado no Campeonato Africano de Boxe 2023 e a prata, no Pré-Olímpico Africano. Embora a sua luta em Paris tenha terminado antes do pódio, a sua performance foi digna, deixando patente a tenacidade que caracteriza esta atleta moçambicana.

A delegação moçambicana incluiu também o pugilista Tiago Muchanga, que participou pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Com elevado espírito combativo, conquistou a admiração de muitos, apesar de uma controversa eliminação na segunda ronda, onde a decisão dos juízes suscitou dúvidas e críticas. O boxe é um desporto de contacto que muitas vezes desafia a objectividade, e as nuances das decisões arbitrárias podem ser frustrantes. No entanto, a participação de Muchanga, tal como a de Panguana, sublinhou a capacidade dos atletas moçambicanos de competir a alto nível.

Além do boxe, Moçambique esteve representado na natação, por Denise Donelli e Matthew Lawrence, estreantes em lides olímpicas, que

superaram as suas melhores marcas pessoais, demonstrando que o caminho para o sucesso é feito de pequenos avanços. Por sua vez, o judo contou com Jacira Ferreira, a primeira mulher moçambicana a competir nesta modalidade em Olimpíadas. A velejadora Deizy Nhaquile, que já marcara presença em outras edições olímpicas, e Steven Sabino, no atletismo, completaram a equipa moçambicana, contribuindo com prestações que, apesar de não terem resultado em troféus, encheram a nação de orgulho.

A ausência de medalhas em Paris não apagou o impacto da participação moçambicana. Pelo contrário, reafirmou a importância de se continuar a investir no desporto e na preparação dos atletas para futuras competições. A experiência adquirida, aliada ao reconhecimento internacional, são conquistas que vão muito além do pódio e que fortalecem o compromisso de Moçambique de continuar a trilhar o caminho do desporto olímpico.

Olhando para o futuro, as conversas já se viraram para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. O foco está em planear e preparar um novo grupo de atletas, com o objectivo de qualificar um maior número de participantes, e estes com marcas pessoais cada vez mais elevadas. O desafio, como sempre, será o de equilibrar os limitados recursos de que dispomos com a necessidade de dar aos atletas as melhores condições possíveis para competir.

A Xonguila parabeniza os atletas que participaram em Paris 2024 lutando com tudo pela nossa nação. Foi mais um capítulo na história olímpica de Moçambique, que continua a ser escrita com grandes esforços, resiliência e paixão.

Moçambique esteve representado em cinco modalidades nos jogos olímpicos de Paris: boxe, judo, atletismo, natação e vela.

Mozambique's Olympic history is inseparable from the name Maria de Lurdes Mutola, who won the gold medal in the 800 metres at the Sydney 2000 Games, after having claimed bronze in Atlanta 1996.

MOZAMBIQUE AT THE PARIS OLYMPICS

Pride and resilience

The Paris 2024 Olympic Games marked Mozambique's 11th appearance on this grand global sporting stage since its debut in Moscow 1980. Although the country did not secure any medals in this edition, the presence of seven Mozambican athletes across five different sports was a source of immense pride and renewed hope for the future of national sport.

Mozambique’s Olympic history is inseparable from the name of Maria de Lurdes Mutola, whose remarkable career includes winning a bronze medal in the 800 meters in Atlanta 1996, and the much-coveted gold in the same event in Sydney 2000. Mutola, a true legend in athletics, has inspired generations and continues to be a beacon of determination and excellence for Mozambican athletes.

In Paris, boxer Alcinda Panguana was Mozambique’s great hope, standing out in the women’s 66 kg category. Alcinda had showcased her talent at the Tokyo 2020 Olympics, where she reached the quarter-finals, a record further enriched by winning gold at the 2023 African Boxing Championship and silver at the African Pre-Olympic tournament. Although her journey in Paris ended before the podium, her performance was commendable, clearly displaying the tenacity that characterizes this Mozambican athlete.

The Mozambican delegation also included boxer Tiago Muchanga, who made his first Olympic appearance. With a strong fighting spirit, he earned the admiration of many, despite a controversial elimination in the second round, where the judges’ decision raised doubts and criticisms. Boxing is a contact sport that often challenges objectivity, and the nuances of arbitrary decisions can be frustrating. However, Muchanga's participation, like Panguana’s, highlighted the ability of Mozambican athletes to compete at a high level.

Beyond boxing, Mozambique was represented in swimming by Denise Donelli and Mat-

thew Lawrence, both Olympic debutants, who surpassed their personal bests, demonstrating that the path to success is made up of small advancements. Meanwhile, judo featured Jacira Ferreira, the first Mozambican woman to compete in this discipline at the Olympics. Sailor Deizy Nhaquile, who had participated in previous Olympic editions, and Steven Sabino in athletics, completed the Mozambican team, contributing with performances that, although not resulting in medals, filled the nation with pride.

The absence of medals in Paris did not diminish the impact of Mozambique's participation. On the contrary, it reaffirmed the importance of continuing to invest in sports and in the preparation of athletes for future competitions. The experience gained, combined with international recognition, are achievements that go far beyond the podium and strengthen Mozambique’s commitment to continuing along the Olympic path.

Looking ahead, discussions have already turned to the Los Angeles 2028 Olympic Games. The focus is on planning and preparing a new group of athletes, with the aim of qualifying a larger number of participants, each with increasingly higher personal bests. The challenge, as always, will be to balance the limited resources available with the need to provide athletes with the best possible conditions to compete.

Xonguila congratulates the athletes who competed in Paris 2024, fighting with all their might for our nation. It was yet another chapter in Mozambique's Olympic history, which continues to be written with great effort, resilience, and passion.

A arte de transformar moedas antigas em peças de ourivesaria

Sabias que, em Moçambique, há uma fascinante tradição de transformar antigas moedas em peças de ourivesaria? Este costume, que remonta a várias décadas, é uma verdadeira arte que combina, num só objecto, história, cultura e estética.

As moedas, muitas delas de tempos coloniais ou até mais antigas, são cuidadosamente trabalhadas por artesãos locais, que lhes conferem uma nova vida sob a forma de anéis, pulseiras, colares e outros adornos. Muitos destes adornos acabam por ter um valor significativo, não apenas pela história que representam, mas também pelos materiais de que são feitos. As moedas utilizadas frequentemente contêm prata, bronze e outros metais que conferem às peças durabilidade e o brilho especial que as distingue.

Imagine-se a usar um anel ou um colar feito de moedas que circularam por mãos de comerciantes, exploradores e habitantes de um Moçambique de outros tempos. Não se trata apenas de um adorno, mas também de um autêntico pedaço de história que pode ser passado de geração em geração.

Esta prática de transformar moedas antigas é uma tradição que patenteia a criatividade e habilidade dos artesãos moçambicanos. É mais comum no norte do país

– particularmente na Ilha de Moçambique e na ilha do Ibo –, região em que a presença e fusão de influências culturais de árabes, europeus e africanos criou um ambiente fértil para esse tipo de artesanato, que é valorizado como expressão criativa e identitária.

A ourivesaria sempre teve um importante papel na cultura e história de Mo ç ambique. Os adornos usados pelas mulheres e homens identificam a sua proveniência regional e são um símbolo revelador do seu estatuto social. A técnica da filigrana foi introduzida pelos árabes antes do século XVI, tendo, sobretudo as peças de prata, atraído o interesse comercial de mercadores árabes e colonos portugueses, que forneciam a matéria-prima e compravam os produtos finais. Foi sobretudo o facto de a prata começar a escassear que levou os ourives a utilizarem moedas antigas.

Se algum dia tiver a oportunidade de adquirir ou ver uma destas peças de ourivesaria, lembre-se de que está diante de uma peça carregada de significado e de história.

(As fotos apresentadas neste artigo ilustram a ourivesaria moderna típica de regiões do norte de Moçambique.)

The Art of Transforming Old Coins into Jewellery

Did you know that in Mozambique, there is a fascinating tradition of transforming old coins into jewellery? This practice, which dates back several decades, is a true art form that combines history, culture, and aesthetics in a single object.

Many of these coins, some from colonial times or even older, are meticulously crafted by local artisans, who give them a new life in the form of rings, bracelets, necklaces, and other adornments. These pieces often hold significant value, not just for the history they represent but also for the materials they are made from. The coins used frequently contain silver, bronze, and other metals that provide the jewellery with durability and a distinctive shine.

Imagine wearing a ring or necklace made from coins that passed through the hands of traders, explorers, and inhabitants of a bygone Mozambique. These are not just adornments but genuine pieces of history that can be passed down from generation to generation.

This practice of transforming old coins is a tradition that showcases the creativity and skill of Mozambican artisans. It is more common in the northern part of the country—particularly on the Island of Mozam-

bique and Ibo Island—where the presence and fusion of Arab, European, and African cultural influences have created a fertile environment for this type of craft, which is valued as a creative and cultural expression.

Jewellery has always played an important role in the culture and history of Mozambique. The adornments worn by men and women signify their regional origins and are a revealing symbol of their social status. The filigree technique was introduced by the Arabs before the 16th century, and particularly the silver pieces attracted the commercial interest of Arab merchants and Portuguese settlers, who supplied the raw materials and purchased the finished products. It was mainly the scarcity of silver that led jewellers to start using old coins.

If you ever have the opportunity to acquire or see one of these pieces of jewellery, remember that you are looking at an item laden with meaning and history.

Jewellery has always played an important role in the culture and history of Mozambique. The adornments worn by men and women signify their regional origins and are a revealing symbol of their social status.

Sementes de fé em solo árido

Agosto chega a Moçambique com um sol menos ardente, mas com a quase ausência de chuvas. É um mês em que o céu se apresenta frequentemente vazio, aguardando as águas por que os campos tanto anseiam. A terra, sem o abraço da chuva, endurece, e as machambas tornam-se espelhos de resistência, onde a vida persiste, mesmo que timidamente.

Os agricultores enfrentam desafios que vão além da falta de água. Há o vento seco que levanta o pó, as pragas que encontram solo fértil na fraqueza das plantas, e a incerteza que se espalha como uma sombra sobre as colheitas. Mesmo assim, há uma força que se ergue das raízes, uma fé que brota da terra como que planta resistente, teimosa em crescer.

As mãos calejadas, que conhecem a textura da esperança, continuam a trabalhar a terra, sabendo que cada semente lançada é uma aposta no futuro. O horizonte pode parecer distante, mas a crença na vinda da chuva mantém viva a vontade de persistir.

A agricultura é poesia de resistência. A seca, com a sua aridez, é apenas um capítulo do poema, onde o agricultor, com a sua ligação ancestral à terra, continua a escrever versos de esperança, na certeza de que a vida, mesmo sem chuva, encontrará sempre uma maneira de florescer.

Pintado Gaspar

DE

FACIM IMPRENSA GABINETE

O Gabinete de Imprensa é uma inovação que trazemos para a 59a Edição da FACIM. Consiste na criação de um espaço com toda a logística necessária para a Imprensa realizar o seu trabalho, e outros serviços complementares, detalhados abaixo, com o objectivo de ampliar a partilha de informação sobre os principais acontecimentos da Feira, no formato impresso, digital e audiovisual.

ENGAJAMENTO

BIBLIOTECA DE IMAGENS E DADOS

35mm

BLOOD PSALMS

"Blood Psalms" é uma série que nos transporta para um mundo antigo e misterioso, onde mitos, lendas e histórias ancestrais ganham vida numa narrativa envolvente e cheia de intensidade. Decorrendo numa África pré-colonial, explora a rica teia cultural do continente através de personagens complexas e um enredo que mistura poder, traição e profundos laços com o sobrenatural.

Atrama segue a jornada de Zazi, uma jovem princesa que carrega o fardo de uma profecia que ameaça o destino do seu povo. A história é construída em torno da luta pela sobrevivência e do confronto com as forças das trevas que se levantam contra o reino. A força visual de "Blood Psalms" é complementada por uma narrativa que equilibra elementos fantásticos e reais, criando uma experiência de visualização única. No elenco participam alguns dos maiores talentos do cinema africano. Destaque para Thando Thabethe, que interpreta a protagonista Zazi, trazendo uma performance poderosa e emotiva que cativa o público desde o primeiro episódio. A seu lado, encontramos nomes como Mothusi Magano, Zolisa Xaluva e Warren Masemola, que dão vida a personagens multifacetadas, com importantes papéis no desenrolar da história.

A série foi bem recebida tanto a nível nacional quanto internacional, tendo sido

exibida em vários festivais de cinema e televisão, onde arrecadou prémios significativos, especialmente nas categorias de direcção de arte e fotografia. É uma co-produção entre a MultiChoice e a empresa de produção local Canal+, e foi disponibilizada para visualização na plataforma de streaming Showmax, onde rapidamente se tornou um dos conteúdos mais populares.

Para além do seu sucesso comercial, a série destaca-se por ser um marco na representação da mitologia africana em produções de grande escala, oferecendo ao mundo uma visão autêntica e poderosa de histórias que moldaram o continente.

Com uma produção de alto nível, uma rica narrativa e personagens cativantes, "Blood Psalms" pretende ser um testemunho de força e diversidade, uma obra imperdível para quem procura uma experiência profunda e culturalmente rica. "Blood Psalms" desafia as convenções e lembra-nos do poder da narrativa visual.

35mm BLOOD PSALMS

"Blood Psalms" is a series that transports us to an ancient and mysterious world, where myths, legends, and ancestral stories come to life in an engaging and intense narrative. Set in a pre-colonial Africa, it explores the continent's rich cultural tapestry through complex characters and a plot that intertwines power, betrayal, and deep connections with the supernatural.

The storyline follows the journey of Zazi, a young princess burdened with a prophecy that threatens the fate of her people. The narrative revolves around the struggle for survival and the confrontation with the dark forces rising against the kingdom. The visual strength of "Blood Psalms" is complemented by a narrative that balances fantastical and realistic elements, creating a unique viewing experience.

The cast includes some of the biggest talents in African cinema. Notably, Thando Thabethe plays the protagonist Zazi, delivering a powerful and emotional performance that captivates the audience from the very first episode.

Alongside her are names like Mothusi Magano, Zolisa Xaluva, and Warren Masemola, who bring to life multi-faceted characters with important roles in the unfolding story.

The series has been well received both nationally and internationally, having been showcased at various film and television festivals, where it has won significant awards, particularly in the categories of art direction and cinematography. It is a co-production between MultiChoice and the local production company Canal+, and has been made available for viewing on the Showmax streaming platform, where it quickly became one of the most popular titles.

Beyond its commercial success, the series stands out as a milestone in the representation of African mythology in largescale productions, offering the world an authentic and powerful view of the stories that have shaped the continent.

With high-level production, a rich narrative, and captivating characters, "Blood Psalms" aims to be a testament to strength and diversity, a must-see for anyone seeking a profound and culturally rich experience. "Blood Psalms" challenges conventions and reminds us of the power of visual storytelling.

Almas em Tácitas De Lino Mukurruza

Quem lê E. Hemingway, D. Thoreau, W. Whitman ou um T. S. Eliot compreende a carto-viagem-poética que se dá de forma singularmente única em “Almas em Tácitas”. Aquela graça que nos leva da letra à imagem e da imagem a outro plano mais periférico – o da metafísica. Esta sorrateira tacitude que nos reinventa à semelhança de uma catarse que exala um som ancestral de pássaros que muito se confunde com a oralidade que se copenetra no assombro da nossa metáfora de existir.

Verdade é que muito me perco no labor cada vez mais conciso da poética de L. Mukurruza. E, assim, aquele pequeno trecho da Introdução de Jhon D. Mac Donald ao belíssimo livro de Stephen Kink O Turno da Noite reabre-me na vontade de dizer que escrever poesia é exercitar o crescimento cujo fascínio nos reserva o dom da maturidade e sabedoria. Neste exercício – inventamos e reinventamos a vida. No entanto, “uma pessoa tem de ter um gosto especial pelas palavras. Uma pessoa tem de querer enrolar-se nelas. Tem de ler milhões delas escritas por outras pessoas (...) depois, a gente tem de começar a conhecer-se a si próprio tão bem como a conhecer as outras pessoas. [Porque] um pedaço de nós está em todas as pessoas que podemos encontrar um dia”. Nisso Mukurruza bebeu, e demonstra em “Almas em Tácitas” um novo modo de poetar o Ser na poesia.

Dionísio Bahúle

Silent Souls

Anyone who reads E. Hemingway, D. Thoreau, W. Whitman, or T. S. Eliot understands the poetic journey map uniquely found in "Silent Souls." It's that grace that takes us from words to images, and from those images to a more peripheral realm – that of metaphysics. This stealthy taciturnity reinvents us, akin to a catharsis exuding an ancient bird song, often indistinguishable from the orality that merges with the astonishment of our metaphor for existence.

The truth is that I often find myself lost in the increasingly concise craft of L. Mukurruza's poetry. Thus, that small excerpt from Jhon D. Mac Donald's introduction to the beautiful book "Night Shift" by Stephen King reignites in me the desire to say that writing poetry is an exercise in growth, whose fascination bestows upon us the gift of maturity and wisdom. In this exercise – we invent and reinvent life. However, "one must have a special fondness for words. One must want to wrap oneself in them. One must read millions of them written by other people (...) then, one must begin to know oneself as well as one knows other people. [Because] a part of us is in everyone we might meet one day." This is what Mukurruza has absorbed, and in "Silent Souls," he presents a new way of expressing Being in poetry.

Dionísio Bahúle

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.