Revista Xonguila Nº62

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FACIM 2023

O maior evento comercial internacional do país The country's biggest international trade event

GORONGOSA

Novos sítios fósseis no Parque Nacional New fossil sites in the National Park

NELSON NHACHUNGUE

Sonhos, música e outras realizações Dreams, music and other achievements

XI FESTIVAL NACIONAL DA CULTURA

Um tributo à unidade e à riqueza cultural A tribute to unity and cultural wealth

Publicação mensal • Setembro - September 2023 • Ed. 62 • Ano 06 • 300 MZN • xonguila.co.mz

Duna Sonâmbula

O subtil requinte do
Fotografia:
de
Cortesia
Duna Sonâmbula

O Duna Sonâmbula é um santuário onde

o requinte convive com a simplicidade, possibilitando a criação de memórias indeléveis.

O subtil requinte do

Duna Sonâmbula

Localizado num recanto singular na baía do Tofo, em Inhambane, o Duna Sonâmbula é um refúgio habilmente delineado para estimular os sentidos, reacender paixões e oferecer momentos de paz e privacidade. Um santuário onde o requinte convive com a simplicidade, possibilitando a criação de memórias indeléveis numa tela pristina, majestosamente emoldurada por madeiras locais e paredes brancas que reflectem a luz dourada do sol.

Aninhado entre duas dunas, este estabelecimento desvenda-se como um oásis de serenidade onde cada pormenor foi meticulosamente concebido para garantir uma experiência única. Ao ascender ao nível superior, é-se acolhido por uma vista panorâmica que alcança horizontes distantes, com o oceano Índico a beijar o horizonte, compondo uma imagem que arrebata o fôlego, um convite murmurado pela brisa marinha para se desacelerar e apreciar o momento presente.

Neste local, acredita-se numa definição autêntica de luxoa que prescinde do ostensivo, optando por um charme mais subtil e genuíno. A autenticidade é palpável, desde a arquitectura harmoniosa que se integra graciosamente com o ambiente natural, até às experiências personalizadas que se oferecem aos hóspedes, assegurando que cada momento seja memorável. A dedicação em manter um espaço pequeno e íntimo reflecte uma filosofia simples: "Fazer bem, uma coisa de cada vez". A atenção meticulosa a cada detalhe permite superar as expectativas, criando um ambiente onde os hóspedes se sentem verdadeiramente apreciados e acarinhados. No seio deste

refúgio, foram criados espaços privados com minuciosa consideração, permitindo uma evasão do quotidiano para apreciar momentos preciosos a dois, seja sob a luz argêntea da lua seja ao calor acolhedor da lareira, onde as chamas dançam ao ritmo do silêncio.

Com uma equipa que se assemelha mais a uma família unida, existe uma paixão genuína e dedicação no serviço prestado. Valorizam-se práticas sustentáveis, desde os produtos caseiros que adornam a mesa do pequeno-almoço até às soluções ecológicas para aquecimento de água e ventilação natural, demonstrando um compromisso contínuo de harmonia com a natureza que nos acolhe. Com paixão e dedicação, continua-se a cultivar um futuro promissor, onde os hóspedes encontrarão sempre o tal refúgio de privacidade, encanto e memórias inestimáveis.

A oferta extravasa os limites do espaço, facilitando a descoberta das maravilhas que o Tofo tem para oferecer. A bordo da gloriosa "Barca Sonâmbula", um dhow magistralmente construído pelas mãos dos habitantes locais, propõe-se uma experiência náutica incomparável, permitindo uma imersão na beleza

virgem da baía de Inhambane, um momento que ressoa de forma perfeita com o encanto e a magia que permeiam cada recanto deste luxuoso estabelecimento.

Vá descobrir o Duna Sonâmbula, um tesouro oculto no Tofo, onde cada visita é um convite para se reconectar consigo próprio e com as maravilhas naturais que o rodeiam.

6 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023 Turismo
Escrito por: Emília Gimo

No Duna Sonâmbula acredita-se numa definição autêntica de luxo – a que prescinde do ostensivo, optando por um charme mais subtil e genuíno.

Fotografia: Cortesia de Duna Sonâmbula
Fotografia: Cortesia de Duna Sonâmbula

Ao ascender ao nível superior, é-se acolhido por uma vista panorâmica que alcança horizontes distantes, com o oceano Índico a beijar o horizonte.

Fotografia: Cortesia de Duna Sonâmbula

The subtle refinement of Duna Sonâmbula

Nestled between two sand dunes, this establishment unveils itself as an oasis of serenity where every detail has been meticulously designed to guarantee a unique experience. As one ascends to the upper level, one is welcomed by a panoramic view that reaches distant horizons, with the Indian Ocean kissing the horizon, conjuring up a breath-taking image, an invitation murmured by the sea breeze to slow down and appreciate the here and now.

Here, we believe in an authentic definition of luxury - one that forgoes the ostentatious, opting instead for a more subtle and genuine charm. The authenticity is palpable, from the harmonious architecture that integrates gracefully with the natural surroundings, to the personalised experiences offered to guests, ensuring that every moment is memorable. The dedication to maintaining a small, intimate space reflects a simple philosophy: "Do it right, one thing at a time". Meticulous attention to every detail allows expectations to be exceeded, creating an environment where guests feel truly appreciated and cherished. At the heart of this refuge, private spaces have

been created with meticulous consideration, allowing an escape from everyday life to enjoy precious moments as a couple, whether under the shimmering moonlight or in the cosy warmth of the fireplace, where the flames dance to the rhythm of silence.

With a team that is more like a tight-knit family, there is genuine passion and dedication in the service provided. Sustainable practices are valued, from the homemade products that adorn the breakfast table to the ecological solutions for water heating and natural ventilation, showcasing an ongoing commitment to harmony with our natural surroundings. We continue to cultivate a promising future with passion and dedication, where guests will always find that haven of privacy, charm and priceless memories.

The offer goes beyond the limits of space, making it easy to discover the wonders that Tofo has to offer. On board the glorious "Barca Sonâmbula", a dhow masterfully built by the locals, you can enjoy an unrivalled nautical experience, immersing yourself in the virgin beauty of Inhambane Bay, a moment that resonates perfectly with the charm and

magic that permeates every corner of this luxurious establishment.

Discover Duna Sonâmbula, a hidden treasure in Tofo, where every visit is an invitation to reconnect with yourself and the natural wonders that surround you.

Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 11 Tourism
Located in a unique corner of Tofo Bay in Inhambane, Duna Sonâmbula is a refuge skilfully designed to stimulate the senses, rekindle passions and offer moments of peace and privacy. A sanctuary where refinement coexists with simplicity, enabling the creation of everlasting memories on a pristine canvas, majestically framed by local woods and white walls that reflect the golden light of the sun.
Fotografia: Cortesia de Duna Sonâmbula
The offer goes beyond the limits of space, making it easy to discover the wonders that Tofo has to offer.

40 NELSON NHACHUNGUE

Sonhos, música e outras realizações Dreams, music and other achievements

18 FACIM 2023 O maior evento comercial internacional do país The country's biggest international trade event 34 XI FESTIVAL NACIONAL DA CULTURA Um tributo à unidade e à riqueza cultural A tribute to unity and cultural wealth

58 GORONGOSA

Novos sítios fósseis no Parque Nacional

New fossil sites in the National Park

64 LA CRÊPERIE

Um festival de delícias

A festival of delicacies

72 KUKHINA

O resgate da tradição moçambicana através da dança

Reviving Mozambican tradition through dance

78 TAÍLA CARRILHO

O universo artístico e inspiracional de Taíla Carrilho

The artistic and inspirational universe of Taíla Carrilho

94 DIÁSPORA

Silvia Liebaut, hipnoterapeuta na Holanda

Silvia Liebaut, hypnotherapist in the Netherlands

100

DRINKS AND SHOTS

by Pernod Ricard – Tea Tonic by Pernod Ricard – Tea Tonic

104 SABIAS QUE/ DID YOU KNOW

Naparamas, guerreiros místicos e lendários de Moçambique

Naparamas, mystical and legendary warriors of Mozambique

110 CINEMA 35MM

Rafiki, onde o amor desafia a tradição e a política

Rafiki, where love challenges tradition and politics

114 KARINGANA

Textos livres com assinatura Free signed texts

4

RELAXE

O subtil requinte do Duna Sonâmbula

The subtle refinement of Duna Sonâmbula

26 ABSA BANK

Aposta na modernização do país Invests in modernising the country

52 MILLENNIUM BIM

Apoia Escola Primária de Cabo Delgado Supports Cabo Delgado Primary School

FICHA TÉCNICA/BIOS

Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares, Mariano Silva

Soares, Mariano Silva

• Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno

• Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Eliana Silva, Mariano Silva, Nuno Soares, Jaime

Álvaro, Precidónio Silvério, Aayat Irfan • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English): Pedro Amaral • Fotografia/

Photography: Mariano Silva • Design de Capa/Cover Design: Nuno Azevedo • Grafismo/Visuals: Omar Diogo • Infografia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo

• Produtores Audiovisuais/Audiovisual Producers: Omar Diogo, Nuno Lopes, Ana Piedade•

Gestão de Redes Sociais/ Social Media Management: Nuno Soares • Conteúdos de Marketing e Comunicação/ Marketing and Communication Contents: Omar Diogo, Nuno Azevedo • Gestão de Homepage e Edição Online/Homepage Management and Online

Editing: Omar Diogo, Jorge Oliveira

• Impressão/Printing: Minerva Print

02/Gabinfo-dec/2018

• Departamento Comercial/Commercial Department: Nuno Soares - comercial@xonguila.co.mz

• Distribuição/ Distribution: Flotsam Moçambique, Lda

• ISSN: ISSN-0261-661

• Registo/Register:

• Registo de Propriedade Industrial/Industrial Property Registration: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018)

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Sumário Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 15

Do Director / From the Director

Caros leitores,

É sempre uma satisfação renovada ter-vos connosco para juntos navegarmos por histórias que remetemos para todo o Moçambique e além das nossas fronteiras. Boas-vindas a mais uma edição do nosso magazine, que atinge agora a sua 62ª tiragem.

Setembro é um mês de celebração, onde homenageamos a nossa resiliente história e honramos aqueles que lutaram por Moçambique. No dia 7, celebramos o Dia da Vitória, data que nos lembra a importância da união e perseverança, e a 25 de Setembro reverenciamos o Dia das Forças Armadas, uma oportunidade para recordar e agradecer o esforço incansável de todos os que serviram e servem o nosso país com dedicação e bravura.

Neste número, em que trazemos um pouco dos grandes eventos que foram a FACIM 2023 e o XI Festival Nacional da Cultura, convidamos-vos a degustar a arte culinária em "La Crêperie", um local onde cada prato se revela um festival de delícias. A experiência ganha um matiz ainda mais especial quando acompanhada pelo requinte subtil que se desvenda no lodge "Duna Sonâmbula". Duas experiências que prometem deleitar os vossos sentidos e trazer um toque de sofisticação ao vosso quotidiano. Na mesma senda de descobertas, temos o prazer de vos apresentar o universo artístico e inspiracional da artista multidisciplinar Taíla Carrilho, uma viagem visual que encontra ressonância no projecto "Kukhina", nobre iniciativa que visa resgatar a autenticidade e a riqueza da tradição moçambicana através da dança. A música, essa linguagem universal que nos une e nos inspira, também tem lugar de destaque nesta edição. Vamos desvendar a jornada do cantor Nelson Nhachungue, um percurso pautado por sonhos, música e realizações.

Também vos damos a conhecer nesta edição, na nossa rubrica Diápora, a hipnoterapeuta Silvia Liebaut, e, dada a importância do equilíbrio na vida de cada um, proporcionamos dicas cruciais para se encontrar o bem-estar financeiro. Revelamos ainda a história dos Naparamas, guerreiros místicos e lendários do nosso país que surgiram durante a década de oitenta em Moçambique.

Despeço-me com votos de uma leitura enriquecedora e inspiradora.

Dear readers,

It's always a pleasure to have you with us as we navigate our way through stories that go all over Mozambique and across borders. Welcome to another edition of our magazine, now in its 62nd print run.

September is a month of celebration, where we pay tribute to our resilient history and honour those who fought for Mozambique. On September 7th, we celebrate Victory Day, a date that reminds us of the importance of unity and perseverance, and on September 25th we revere the Armed Forces Day, an opportunity to remember and thank the tireless efforts of all those who have served and are serving our country with dedication and bravery.

In this issue, in which we bring you a taste of the great events that were FACIM 2023 and the XI National Culture Festival, we invite you to savour the culinary art at "La Crêperie", a place where every dish is a festival of delicacies. The experience takes on an even more special flavour when accompanied by the subtle refinement of the "Duna Sonâmbula" lodge. Two experiences that promise to delight your senses and bring a touch of sophistication to your daily life. On the same path of discovery, we are pleased to introduce you to the artistic and inspirational universe of multidisciplinary artist Taíla Carrilho, a visual journey that finds resonance in the "Kukhina" project, a noble initiative that aims to rescue the authenticity and wealth of Mozambican tradition through dance. Music, that universal language that unites and inspires us, also features prominently in this issue. We're going to unveil the journey of singer Nelson Nhachungue, a journey characterised by dreams, music and achievements.

In our Diaspora section, we also introduce you to hypnotherapist Silvia Liebaut and, given the importance of balance in everyone's life, we provide crucial tips for finding financial well-being. We also reveal the story of the Naparamas, our country's mystical and legendary warriors who emerged during the 1980s in Mozambique.

I bid you farewell with my best wishes for an enriching and inspiring read.

Com o apoio de:

Editorial 16 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023

Vê mais do que uma chávena de café?

Nós vemos cada passo da jornada do grão à chávena. Agricultores, transportadores, armazenistas, distribuidores e retalhistas, trabalhando juntos para garantir que o seu dia comece da melhor forma.

Se vê o que nós vemos, juntos, podemos ter um impacto positivo nas comunidades nas quais opera.

Fale com o Banco que tem a coragem para imaginar e a vontade para fazer as coisas acontecerem.

Isso é Africanicidade. Isso é Absa.

absa.co.mz/pt/corporativa-e-de-investimento/

Termos e Condições aplicáveis. Campanha válida até 31 de Dezembro de 2023. Para mais informações ligue para 1223/21344400, ou visite absa.co.mz

Absa Bank Moçambique , SA (registado sob o número 101220982)

é regulado pelo Banco de Moçambique.

Banca Corporativa e de Investimentos
O maior evento comercial internacional do país
Fotografia:
Cortesia da FACIM

O maior evento comercial internacional do país

Entre os dias 28 de Agosto e 3 de Setembro corrente, teve lugar a 58ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), promovida pelo Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique através da Agência para a Promoção de Investimento e Importações (APIEX) e considerada e o maior evento comercial de dimensão internacional do país. Sob o lema Industrialização: Inovação e Diversificação da Economia Nacional, a presente edição galvanizou as atenções e superou todas as expectativas, traduzindo-se num marco significativo na história das exposições empresariais em Moçambique.

Realizada no Centro Internacional de Feiras e Exposições de Ricatla, no distrito de Marracuene, Província de Maputo, a FACIM 2023 foi o epicentro das mais vibrantes actividades económicas, reunindo uma miríade de stakeholders de várias esferas da economia nacional e internacional. Através de uma série de seminários, bolsas de contacto e sessões de promoção, criou um ambiente propício para o fomento de oportunidades de negócio e investimento.

O evento caracterizou-se por uma estruturação diversificada, apresentando significativas inovações que captaram a atenção dos participantes. Um dos destaques foi o Pavilhão da Lusofonia, uma novidade que abriu portas para os estados-membros da CPLP evidenciarem as suas potencialidades de negócios e investimentos. A Itália, como país de honra, marcou presença com uma delegação empresarial de alto nível, enquanto, como província de honra, a província de Cabo Delgado brilhou demonstrando um caleidoscópio de oportunidades e talentos locais.

O sector agrícola e pecuário não

ficou atrás, com um espaço exclusivo supervisionado pelo Ministério da Agricultura e Desen-

(SED) procurando promover a massificação do desporto no país.

No âmbito da internacionalização, a feira não se coibiu de olhar para o futuro, disponibilizando um espaço dedicado à inteligência artificial e robótica, onde instituições de ciência e tecnologia delinearam as bases para a representação de Moçambique na Expo 2025.

Estima-se que o evento tenha congregado mais de 2000 expositores, tanto nacionais quanto estrangeiros, oriundos de cerca de 25 países e representando mais de 450 empresas. Distribuídos por dez pavilhões e espaços livres, os participantes puderam interagir, partilhar ideias e estabelecer parcerias que se pretendem duradouras.

volvimento Rural (MADER) que serviu de palco para a apresentação de projectos e iniciativas estruturantes do sector. A indústria desportiva teve igualmente o seu momento de destaque, no pavilhão do desporto, uma iniciativa orquestrada pela Secretaria de Estado do Desporto

A edição de 2023 alcançou os resultados propostos e demonstrou, uma vez mais, que Moçambique está no caminho certo para se tornar um considerável actor no palco económico internacional. Através de inovação e diversificação, a nação tem estado a preparar-se para enfrentar os desafios futuros, com resiliência e determinação.

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Fotografia:
Estima-se que a FACIM 2023 tenha congregado mais de 2000 expositores, tanto nacionais como estrangeiros, oriundos de cerca de 25 países e representando mais de 450 empresas.
Cortesia da FACIM

Através

Fotografia: Cortesia da FACIM
de uma série de seminários, bolsas de contacto e sessões de promoção, a FACIM 2023 criou um ambiente propício para o fomento de oportunidades de negócio e investimento.

The country's biggest international trade event

The 58th edition of the Maputo International Trade Fair (FACIM), promoted by the Mozambican Ministry of Industry and Trade through the Agency for the Promotion of Investment and Imports (APIEX), took place between August 28th and September 3rd and is considered to be the country's largest international trade event. Under the slogan Industrialisation: Innovation and Diversification of the National Economy, this year's edition galvanised attentions and exceeded all expectations, making it a significant milestone in the history of business exhibitions in Mozambique.

Held at the Ricatla International Trade Fair and Exhibition Centre in the Marracuene district of Maputo province, FACIM 2023 was the epicentre of the most vibrant economic activities, bringing

together a myriad of stakeholders from various spheres of the national and international economy. Through a series of seminars, contact exchanges and promotion sessions, it created a favourable environment for fostering

business and investment opportunities.

The event was characterised by a diversified structure, featuring significant innovations that captured the attention of the participants. One of

24 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023

the highlights was the Lusophony Pavilion, a novelty that opened doors for CPLP member states to showcase their business and investment potential. Italy, as the honourary country, was present with a high-level business delegation, while, as the honourary province, the province of Cabo Delgado shined, demonstrating a kaleidoscope of opportunities and local talent.

The agricultural and livestock sector was not far behind, with an exclusive space supervised by the Ministry of Agriculture and Rural Development (MADER) which served as a stage for the presentation of

projects and initiatives structuring the sector. The sports industry also featured prominently in the sports pavilion, an initiative orchestrated by the Secretary of State for Sport (SED) to promote the spread of sport in the country.

In the context of internationalisation, the fair did not shy away from looking to the future, providing a space dedicated to artificial intelligence and robotics, where science and technology institutions outlined the bases for Mozambique's representation at Expo 2025.

It is estimated that the event brought together more than

2,000 exhibitors, both national and foreign, from around 25 countries and representing more than 450 companies. Spread over ten pavilions and free spaces, the participants were able to interact, share ideas and establish partnerships that they hope will last.

The 2023 edition achieved the proposed results and demonstrated, once again, that Mozambique is on track to become a considerable player on the international economic stage. Through innovation and diversification, the nation has been preparing to face future challenges with resilience and determination.

Fotografia: Cortesia da FACIM

Absa

modernização

Fotografia: Cortesia do Absa Bank
Bank

Bank aposta na modernização do País

Absa Bank aposta na modernização do País

Mais do que criar algo novo, muitas vezes o difícil numa relação financeira de confiança é manter a empatia e a lealdade. A pensar no quão importante é a relação que tem com todos os moçambicanos, o Absa Bank Moçambique apostou na modernização dos seus balcões na Província de Gaza e de Inhambane demonstrando o seu compromisso e empenho em melhorar os seus serviços.

Assim, os balcões de Maxixe, em Inhambane, e Xai-xai, em Gaza, sofreram alterações nas suas instalações. Estes novos espaços trazem uma nova imagem, um ambiente mais moderno e acolhedor, bem como uma organização operacional mais ágil, tornando todo o atendimento e serviço mais fluido e dinâmico, totalmente orientado para os clientes, contribuindo desta forma para a materialização do seu propósito.

Presente na inauguração de ambas as agências, Pedro Carvalho, Administrador Delegado da instituição financeira, afirmou: “É com grande honra e satisfação, que inauguramos a reabertura das agências do Absa nas cidades de Maxixe e Xai-xai. Movidos pelo compromisso de continuar a criar melhores condições para acolher os nossos clientes e proporcionar um ambiente favorável para os nossos colaboradores, decidimos, há alguns meses, proceder à reabilitação das nossas agências, reforçando o investimento num espaço físico com toda a comodidade necessária para a prossecução das nossas actividades e que nos permite pôr em prática uma estratégia de fortalecimento das relações com os nossos parceiros, com as entidades oficiais, com os nossos clientes e com a comunidade em geral”.

Concretiza-se, portanto, a aposta clara no desenvolvimento do comércio formal de ambas as cidades, sempre alinhada com o foco na evolução, com o futuro e com a inovação ao serviço do País e dos seus clientes. Com esta aposta na aproximação e na relação com os

seus clientes, o Absa Bank Moçambique acaba, igualmente, por fortalecer as relações que tem com as instituições públicas e privadas de Inhambane e de Gaza.

‘’As agências nas Cidades de Xai-Xai e Maxixe reafirmam o compromisso do Banco como instituição financeira ao serviço dos moçambicanos e da economia moçambicana. Continuamos a manter o apoio aos clientes, colaboradores, parceiros de negócio e ao País em geral, para que juntos continuemos a desenvolver os nossos negócios”, acrescentou o responsável pela instituição financeira.

28 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023 Absa Bank
Fotografia: Cortesia do Absa Bank
Fotografia: Cortesia do Absa Bank

As agências nas cidades de Xai-Xai e Maxixe reafirmam o compromisso do Absa Bank como instituição financeira ao serviço dos moçambicanos e da economia moçambicana.

Fotografia: Cortesia do Absa Bank

Absa Bank invests on modernising the country

Often, beyond creating something new, the challenge in a trusting financial relationship is to maintain empathy and loyalty. Thinking about how important the relationship it has with all Mozambicans is, Absa Bank Mozambique has invested in modernising its branches in Gaza Prov -

ince and Inhambane, demonstrating its commitment to improving its services.

The branches in Maxixe, Inhambane, and Xai-xai, Gaza, underwent changes to their facilities. These new spaces bring a new image, a more modern and welcoming environment, as well as a more agile operational organisation, making the whole service more fluid and dynamic, entirely customer-oriented, thus contributing to the materialisation of its purpose.

Attending the inauguration of both branches, Pedro Carvalho, Managing Director of the financial institution, said: "It is with great honour and satisfaction that we inaugurate the reopening of the Absa branches in the cities of Maxixe and Xai-xai. Driven by the commitment to continue creating better conditions to welcome our customers and provide a favourable environment for

our employees, we decided a few months ago to refurbish our branches, reinforcing the investment in a physical space with all the comfort needed to carry out our activities and which allows us to put into practice a strategy of strengthening relations with our partners, with official entities, with our customers and with the community in general".

Consequently, a clear commitment to the development of formal commerce in both cities has been realised, always attuned to a focus on evolution, the future and innovation at the service of the country and its customers. With this commitment to closer ties and relationships with its customers, Absa Bank Moçambique is also strengthening its relations with public and private institutions in Inhambane and Gaza.

"The branches in the cities of Xai-Xai and Maxixe reaffirm the Bank's commitment as a financial institution at the service of Mozambicans and the Mozambican economy. We continue to support our customers, employees, business partners and the country in general, so that together we can continue to develop our business," added the head of the financial institution.

Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 33 Absa Bank
Absa Bank Mozambique has invested in modernising its branches in Gaza and Inhambane provinces, demonstrating its commitment to improving its services.
Fotografia: Cortesia do INATUR

Entre os dias 23 e 27 do passado mês de Agosto, a província de Maputo transformou-se no vibrante palco da XI edição do Festival Nacional da Cultura (FNC), um evento que decorreu sob a alçada do Ministério

da Cultura e Turismo manifestando o contínuo compromisso do governo moçambicano de preservar e promover a riqueza cultural que permeia as comunidades do país. Realizado sob o inspirador lema “Cultura, a força que une a nação

rumo ao desenvolvimento”, este grande festival revelou-se um forte alicerce de integração e intercâmbio do diversificado património cultural moçambicano não apenas como um testemunho vivo da história e tradições, mas também como uma potente ferramenta para progresso social.

Com a participação de Filipe Nyusi, Presidente da República, as cerimónias inaugurais tiveram lugar no campo dos Black Bulls, no bairro de Tchumene, e em diversos outros palcos na província de Maputo (Boane, Ponta do Ouro, Namaacha, Marracuene e Manhiça), ao longo de 5 dias, o festival acolheu mais de 1500 artistas oriundos dos mais diversos pontos do país. Verdadeiramente impressionante foi a gama de áreas artísticas representadas, incluindo música, dança, cinema, teatro, poesia, humor, ilusionismo, debates, moda e arte social, com diversas apresentações, exposições e feiras, uma área gastronómica com uma explosão de sabores locais, sem esquecer um espaço infantil e oficinas artísticas enriquecedoras. Calene, Dadivo José, Pai Leão, AZ Khinera, Mr.

Bow foram alguns dos artistas de renome cuja presença merece particular destaque.

A diversidade cultural do festival foi ainda mais acentuada com a participação de delegações estrangeiras, designadamente do Canadá, Brasil, Eswatini e África do Sul, confirmando a cultura como um elemento vital na construção de laços resilientes entre nações e povos e uma força unificadora passível de promover o desenvolvimento. Com o grande intercâmbio que o evento proporcionou celebrou-se a diversidade fomentando o diálogo e a compreensão mútua.

Olhando retrospectivamente para os cinco dias de celebração, fica evidente que o XI Festival Nacional da Cultura foi uma grande contribuição para a valorização do património cultural nacional, precioso legado que se tem consolidado ao longo dos tempos. Reflectindo o diversificado mosaico sociocultural moçambicano, o festival foi um testemunho da grandeza e força de Moçambique, elevando com orgulho o nome do país a nível interno e internacional.

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do INATUR
Fotografia: Cortesia
Fotografia: Cortesia do INATUR

XI National Culture Festival

A tribute to unity and cultural wealth

Between August 23rd and 27th, Maputo province became the vibrant stage for the 11th edition of the National Culture Festival (FNC), an event that took place under the supervision of the Ministry of Culture and Tourism, demonstrating the Mozambican government's ongoing commitment to preserving and promoting the cultural wealth that permeates the country's communities. Held under the inspiring motto "Culture, the force that unites the nation towards development", this great festival proved to be a strong foundation for the integration and exchange of Mozambique's diverse cultural heritage, not only as a living testimony to history and traditions, but also as a powerful tool for social progress.

With the participation of Filipe Nyusi, President of the Republic, the inaugural ceremonies took place on the Black Bulls pitch in the Tchumene neighbourhood and on various other stages in Maputo province (Boane, Ponta do Ouro, Namaacha, Marracuene and Manhiça). Over the course of five days, the festival welcomed more than 1,500 artists from all over the country. The range of artistic areas represented was truly impressive, including music, dance, cinema, theatre, poetry, humour, il-

lusionism, debates, fashion and social art, with various performances, exhibitions and fairs, a gastronomic area with an explosion of local flavours, not forgetting a children's area and enriching artistic workshops. Calene, Dadivo José, Pai Leão, AZ Khinera, Mr Bow were some of the renowned artists whose presence deserves a special mention.

The festival's cultural diversity was further emphasised with the participation of foreign delegations, namely from Canada, Brazil, Eswatini and South Africa, confirming culture as a vital element in building resilient ties between nations and peoples and a unifying force that can promote development. The great exchange that the event provided celebrated diversity, fostering dialogue and mutual understanding.

Looking back over the five days of celebration, it is clear that the XI National Culture Festival was a great contribution to the valuing of the national cultural heritage, a precious legacy that has been consolidated over time. Reflecting Mozambique's diverse socio-cultural mosaic, the festival was a testimony to Mozambique's greatness and strength, proudly raising the country's name at home and abroad.

Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 39
The festival's cultural diversity was further emphasised with the participation of foreign delegations, namely from Canada, Brazil, Eswatini and South Africa.
Fotografia: Mariano Silva

Sonhos, música e outras realizações

A JORNADA DE NELSON NHACHUNGUE

Considero-me um músico versátil, predominantemente orientado para o R&B, mas que também explora o Afro Jazz e o Afro Beatz, entre outros estilos.

Sonhos, música e outras realizações A JORNADA DE NELSON NHACHUNGUE

Qual foi o momento que desencadeou o teu desejo de te tornares cantor e o que te inspirou a seguir este caminho?

Esse desejo surgiu quando, na sexta classe, um colega (Impro – Bruno Sebastião Cuna) partilhou com o nosso grupo de amigos (Bagas – Bruno Abreu Bata e Fábio Matsinhe) o álbum "99% de Amor", do grupo angolano SSP. Na altura, já imitávamos nas festas da turma músicas dos Gémeos Parruque (um duo moçambicano dos anos 90) e dos Black Company. A partir daí, quisemos ser rappers e começámos a compor as nossas próprias canções.

Descreve-nos a tua jornada na indústria da música. Quais foram os desafios mais marcantes?

Iniciei-me na Escola Primária do Segundo Grau da Maxaquene, onde hoje funciona a Universidade São Tomás, com o grupo OPR – Organização dos Putos Rappers. Mais tarde, em 1999, comecei a frequentar o estúdio do Tio Ernest, teclista do African Trio, que antes fez parte do K10. A paixão pela música fez-me reprovar na 8ª classe. Em 2004, integrei-me na Track Records, onde fui apelidado de Ace Nells pelo Kloro e pelo D-lon. Ali, integrei-me no grupo ELEX, onde realizei as minhas primeiras gravações. Em 2005, participei no Fama Show, uma etapa da minha carreira bem conhecida pelo público moçambicano. Em 2010, lancei o meu primeiro álbum, editado pela

Vidisco, e actualmente preparo o segundo.

Como defines o teu estilo musical e como evoluiu ao longo da tua carreira?

Considero-me um músico versátil, predominantemente orientado para o R&B, mas que também explora o Afro Jazz e o Afro Beatz, entre outros estilos. Esta versatilidade talvez seja fruto da minha experiência no Fama Show, onde era necessário adaptar-me a qualquer música que nos fosse atribuída. A minha evolução deve-se, em grande parte, à curiosidade de estar em palco. Participei em muitos concertos ao vivo, muitas vezes sem remuneração, em locais como o Gil Vicente e outros que acolhiam eventos como o "Clave de Soul", organizado pelo Felling Kappela. Aí, tive a oportunidade de conhecer músicos brilhantes que me ajudaram a aprimorar a minha sensibilidade para com a música ao vivo.

Muitos artistas têm uma obra que consideram um marco na sua carreira. Qual é a tua e porquê?

"Histórias de 918" é, até agora, o meu único álbum lançado, e marcou-me profundamente, uma vez que surgiu cinco anos após a minha ascensão no Fama Show. Foi um momento marcante, semelhante a dar à luz um primeiro filho. Em termos de singles, destaco "Será", que contou com a participação de Anselmo Ralph, e "A Ma Fofinha", com a participação de Ziqo. Este último,

em particular, foi um grande sucesso, premiado nos Mozambique Music Awards.

As tuas experiências pessoais reflectem-se nas tuas músicas ou letras?

Sim, muitas das minhas letras são inspiradas nas minhas próprias experiências e também nas das pessoas que me rodeiam. Aprendo com as experiências dos outros, sem necessidade de passar pelas mesmas situações.

Quais foram as maiores dificuldades que encontraste e como as superaste? Enfrentei diversas dificuldades, algumas maiores do que outras. O meu conselho é manter a paciência, ponderação, determinação e tranquilidade para superar qualquer obstáculo que se apresente.

Além de cantares, estás envolvido noutros projectos artísticos ou sociais que gostarias de partilhar connosco? O que estás a fazer no momento?

Sim, para além de músico, sou advogado e estou a construir uma carreira promissora como digital influencer. Actualmente, estou a trabalhar no desenvolvimento do meu escritório de advocacia, CAN Advogados & Associados, e numa empresa de comunicação que criei juntamente com a minha esposa e filhos, a Neyson's Empire. São projectos que me são muito queridos e nos quais estou a investir toda a minha energia.

Sons da alma 42 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023
Fotografia: Mariano Silva

Para além de músico, sou advogado e estou a construir uma carreira promissora como digital influencer. Actualmente, estou a trabalhar no desenvolvimento do meu escritório de advocacia e numa empresa de comunicação que criei juntamente com a minha esposa e filhos.

Embora as tendências actuais possam ser úteis para nos manter actualizados, é crucial não perder a nossa essência no processo. Podemos adaptar-nos, mas sem perder a verdadeira identidade.

Como consegues manter a originalidade e a autenticidade no meio das tendências actuais?

Embora as tendências actuais possam ser úteis para nos manter actualizados, é crucial não perder a nossa essência no processo. Podemos adaptar-nos, mas sem perder a verdadeira identidade.

Há algum artista com quem sonhas colaborar num futuro próximo?

Sem dúvida, o Ne-Yo! Quanto aos outros, sinto que poderia concretizar uma colaboração a qualquer momento.

Como vês a evolução da música moçambicana no cenário musical internacional?

Acredito que estamos no bom caminho. Contudo, é notório que nem todos estão a fazer um bom trabalho. Além disso, existem artistas que, tal como eu, poderiam estar a contribuir muito mais para a música moçambicana. Temos bastante talento, apenas necessitamos de orientação e incentivos adequados. A indústria musical deve proporcionar uma vida confortável para todos os músicos, em vez de gastar grandes quantias apenas em músicos estrangeiros que vêm actuar em Moçambique. É essencial apoiar os músicos locais, assistindo aos seus shows e comprando os seus álbuns, para garantir a sustentabilidade e o crescimento da indústria musical nacional.

Quais são os teus planos para o futuro?

Tenho vários planos a nível pessoal, mas, em resumo, pretendo lançar o meu novo álbum, “Quarto Escuro”, consolidar a minha firma de advocacia juntamente com os meus sócios e fazer a diferença na comunicação em Moçambique, juntamente com a minha família, através da Neyson's Empire. Estes são os projectos que me ocupam actualmente e nos quais estou focado.

Sons da Alma Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 45
Fotografia: Mariano Silva
Fotografia: Mariano Silva

É essencial apoiar os músicos locais, assistindo aos seus shows e comprando os seus álbuns, para garantir a sustentabilidade e o crescimento da indústria musical nacional.

Dreams, music and other achievements NELSON NHACHUNGUE'S JOURNEY

What was the moment that sparked your desire to become a singer and what inspired you to follow this path? This desire arose when, in the sixth grade, a classmate (Impro - Bruno Sebastião Cuna) shared the album "99% de Amor" by the Angolan group SSP with our group of friends (Bagas - Bruno Abreu Bata and Fábio Matsinhe). At the time, we were already imitating songs by Gémeos Parruque (a Mo-

- Organização dos Putos Rappers (Rapper Kids Organization). Later, in 1999, I started going to Tio Ernest's studio, the keyboardist from African Trio, who was previously part of K10. My passion for music made me fail the 8th grade. In 2004, I joined Track Records, where I was nicknamed Ace Nells by Kloro and D-lon. There, I joined the group ELEX, where I made my first recordings. In 2005, I took part in the Fama Show, a

Beatz, among other genres. This versatility is perhaps the result of my experience at Fama Show, where I had to adapt to any song we were assigned. My evolution is largely due to my curiosity about being on stage. I took part in many live concerts, often unpaid, at venues like the Gil Vicente and others that hosted events like "Clave de Soul", which was organised by Felling Kappela. There, I had the opportunity to meet brilliant musicians who helped me hone my sensitivity to live music.

Many artists have a piece of work which they consider to be a milestone in their career. Which is yours and why?

"Histórias de 918" is, so far, my only released album, and it marked me deeply, as it came out five years after my rise to fame at Fama Show. It was a defining moment, similar to giving birth to your first child. Regarding singles, I'd like to highlight "Será", featuring Anselmo Ralph, and "A Ma Fofinha", featuring Ziqo. The latter, in particular, was a great success and was honoured at the Mozambique Music Awards.

zambican duo from the 90s) and Black Company at our class parties. From then on, we wanted to be rappers and started writing our own songs.

Tell us about your journey in the music industry. What were the most significant challenges?

I started out at Maxaquene Secondary School, where the University of São Tomás now operates, with the group OPR

stage in my career well known to the Mozambican public. In 2010, I released my first album, published by Vidisco and I'm currently preparing my follow-up.

How do you define your musical style and how has it evolved over the course of your career?

I consider myself a versatile musician, predominantly orientated towards R&B, but also exploring Afro Jazz and Afro

Are your personal experiences reflected in your music or lyrics?

Yes, many of my lyrics are inspired by my own experiences and also those of the people around me. I learn from other people's experiences, without having to go through the same situations.

What were the biggest difficulties you faced and how did

Sounds of soul 48 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023
Fotografia: Mariano Silva

you overcome them?

I've faced various difficulties, some greater than others. My advice is to remain patient, thoughtful, determined and calm to overcome any obstacle that arises.

Apart from singing, are you involved in any other artistic or social projects that you'd like

tain originality and authenticity in the midst of current trends?

While current trends can be useful for keeping us up to date, it's crucial not to lose our essence in the process. We can adapt but without losing our true identity.

Is there an artist you dream of

of talent, we just need proper guidance and incentives. The music industry should provide a comfortable life for all musicians, instead of spending large sums only on foreign musicians who come to perform in Mozambique. It is essential to support local musicians by attending their concerts and buying their albums to ensure

to share with us? What are you doing at the moment?

Yes, as well as being a musician, I'm a lawyer and I'm building a promising career as a Digital Influencer. I'm currently working on developing my law firm, CAN Advogados & Associados (Lawyers & Associates), and a communications company which I created with my wife and children, Neyson's Empire. These are projects that are very dear to me and in which I am investing all my energy. How do you manage to main -

collaborating with in the near future?

Ne-Yo without a doubt! As for the others, I feel I could realise a collaboration at any time.

How do you see the evolution of Mozambican music on the international music scene?

I believe we're on the right track. However, it's clear that not everyone is doing a good job. In addition, there are artists who, like me, could be contributing much more to Mozambican music. We have plenty

the sustainability and growth of the national music industry.

What are your plans for the future?

I have various plans on a personal level, but to summarise, I intend to release my new album, "Quarto Escuro" (Dark Room), consolidate my law firm together with my partners and make a difference in communication in Mozambique, together with my family, through Neyson's Empire. These are the projects I'm currently working on and focused on.

Sounds of soul Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 49

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MILLENNIUM BIM APOIA DE MARROCANE,

Fotografia: Cortesia do Millennium bim

APOIA ESCOLA PRIMÁRIA

MARROCANE, EM CABO DELGADO

Fotografia: Cortesia do Millennium bim

MILLENNIUM BIM

APOIA ESCOLA PRIMÁRIA DE MARROCANE, EM CABO DELGADO

OMillennium bim, através do seu programa de Responsabilidade Social “Mais Moçambique pra Mim”, procedeu, no dia 29 de Agosto, à entrega de kits compostos por material escolar destinado a 1010 crianças da Escola Primária de Marrocane, localizada no distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado. Este apoio enquadra-se na estratégia de Responsabilidade Social do Banco, que integra acções de melhoria das condições de ensino e aprendizagem das crianças, que, no caso em apreço, se materializou com a entrega de material escolar diverso, beneficiando as crianças deslocadas e vítimas da crise humanitária naquele ponto do país.

Para o PCE do Millennium bim, João Martins, “quando nos dedicamos a proporcionar condições de acesso a uma educação de qualidade, estamos a construir bases para um país

Cerca

1000

mais próspero, por isso, devemos reconhecer a educação como um investimento estratégico e prioritário em todas as esferas da sociedade”.

Por seu lado, Carlos Almeida, Coordenador Nacional da Helpo em Moçambique, regozija-se com esta parceria, afirmando que “é com muita satisfação que a Helpo se junta ao Millennium bim para a promoção da educação, apoiando uma população a quem tudo falta, e acredita que a esperança e a aposta na educação, são um passaporte para um futuro melhor e mais seguro”.

O Millennium bim, enquanto instituição bancária comprometida com o desenvolvimento económico e social de Moçambique, abraçou a causa apoiando a reconstrução da província de Cabo Delgado e investindo na melhoria das condições de vida dos deslocados em inúmeras outras acções.

da Escola Primária

de
alunos
de Marrocane, em Cabo Delgado, beneficiam de apoio em material escolar diverso oferecido pelo Millenium bim.

MILLENNIUM BIM

SUPPORTS MARROCANE PRIMARY SCHOOL IN CABO DELGADO

On the 29th of August, Millennium bim, through its "Mais Moçambique pra Mim" (More Mozambique for Me) social responsibility programme, delivered kits comprising school supplies to 1,010 children from Marrocane Primary School, located in Ancuabe district, Cabo Delgado province. This support is part of the Bank's Social Responsibility strategy, which includes actions to improve teaching and learning conditions for children, which in this case materialized with the delivery of various school supplies, benefiting displaced children and victims of the humanitarian crisis in that part of the country.

For Millennium bim's Chairman, João Martins, "when we dedicate ourselves to providing access to quality education, we are building the foundations for a more

prosperous country, which is why we must recognize education as a strategic investment and a priority in all spheres of society".

In turn, Carlos Almeida, Helpo's National Coordinator in Mozambique, is delighted with this partnership, saying that "it is with great satisfaction that Helpo joins Millennium bim in promoting education, supporting a population which is lacking everything, and believes that hope and investment in education are a passport to a better and safer future".

Millennium bim, as a banking institution committed to Mozambique's economic and social development, has embraced the cause by supporting the reconstruction of Cabo Delgado province and investing in improving the living conditions of the displaced in countless other actions.

This support is part of the Bank's Social Responsibility strategy, which includes actions to improve teaching and learning conditions for children.
Os novos sítios fósseis no Parque Nacional da Gorongosa, datados do Miocénico, abrem uma visão inteiramente nova sobre uma região de África que, até recentemente, permanecia paleontologicamente desconhecida.

GORONGOSA Novos sítios fósseis no Parque Nacional

Nova publicação do Projecto Paleo-Primatas da Gorongosa descreve os primeiros fósseis do Miocénico provenientes de florestas costeiras no sul do Rift da África Oriental, no Parque Nacional da Gorongosa

Após quatro temporadas de campo, levantamentos extensivos e novas abordagens na busca de sítios paleontológicos, uma nova publicação do Projecto Paleo-Primatas da Gorongosa descreve os primeiros fósseis do Miocénico provenientes de florestas costeiras no sul do Rift da África Oriental, no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique.

A época do Mioceno estende-se desde há aproximadamente 23 a 5,3 milhões de anos e foi uma momento chave na evolução dos ecossistemas africanos, testemunhando a origem dos grandes símios e o isolamento das florestas costeiras orientais através de um corredor árido em expansão. O artigo publicado na iScience descreve novos sítios fósseis no Parque Nacional da Gorongosa, datados do Miocénico, que abrem uma visão inteiramente nova sobre uma região de África que, até recentemente, permanecia paleontologicamente desconhecida.

Os sítios fósseis da Gorongosa descritos produziram um conjunto excepcional de madeiras fósseis (por exemplo, mogno africano), inverte-

brados marinhos (caranguejos, gastrópodes, bivalves), vertebrados marinhos (tubarões e raias), répteis (crocodilos, tartarugas) e novas espécies de mamíferos terrestres (por exemplo, hiracóides) – uma combinação única não conhecida em nenhum outro local ao longo do Sistema de Rift da África Oriental. Embora hoje estes pontos estejam localizados a cerca de 95 km da costa moderna e cerca de 100-120m acima do nível do mar, as evidências geológicas, sedimentológicas, paleobotânicas, geoquímicas e paleontológicas indicam que os sítios fósseis da Gorongosa se formaram em ambientes costeiros, oferecendo a primeira evidência de bosques e florestas nas margens costeiras do sudeste de África durante o Mioceno.

Estes novos sítios paleontológicos no Parque Nacional da Gorongosa abrem uma janela única sobre a fauna e os ambientes da África antiga. Os fósseis da Gorongosa documentados representam as primeiras descrições de um registo fóssil substancial que está apenas a emergir e formarão uma poderosa base de dados para se testarem hipóteses importantes sobre o papel das florestas costeiras orientais na formação da evolução dos mamíferos africanos.

60 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023

Estes novos sítios paleontológicos no Parque Nacional da Gorongosa abrem uma janela única sobre a fauna e os ambientes da África antiga.

Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 61

GORONGOSA

New fossil sites in the National Park

The new publication of the Gorongosa Palaeoprimates Project describes the first Miocene fossils from coastal forests in the southern East African Rift in Gorongosa National Park.

After four seasons in the field, extensive surveys and new approaches to finding palaeontological sites, a new publication from the Gorongosa Palaeoprimates Project describes the first Miocene fossils from coastal forests in the southern East African Rift, in Gorongosa National Park in Mozambique.

The Miocene epoch extends from approxi-

marine vertebrates (sharks and rays), reptiles (crocodiles, turtles) and new species of terrestrial mammals (e.g. hyrax) - a unique combination not known anywhere else along the East African Rift System. Although today these sites are located about 95km from the modern coast and about 100-120m above sea level, the geological, sedimentological, palaeobotanical, geochemical and palaeontological evidence indicates that the

mately 23 to 5.3 million years ago and was a key moment in the evolution of African ecosystems, witnessing the origin of the great apes and the isolation of the eastern coastal forests through an expanding arid corridor. The article published in iScience describes new fossil sites in Gorongosa National Park, dating from the Miocene, which open up an entirely new vision of a region of Africa that, until recently, remained palaeontologically unknown.

The Gorongosa fossil sites described have produced an exceptional assemblage of fossil wood (e.g. African mahogany), marine invertebrates (crabs, gastropods, bivalves),

Gorongosa fossil sites formed in coastal environments, offering the first evidence of woodlands and forests on the coastal margins of south-east Africa during the Miocene.

These new palaeontological sites in Gorongosa National Park open a unique window on the fauna and environments of ancient Africa. The Gorongosa fossils documented represent the first descriptions of a substantial fossil record that is only just emerging and will form a powerful database for testing important hypotheses about the role of eastern coastal forests in shaping the evolution of African mammals.

62 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023
e
Fonte
créditos: Paleo-Primate Project Gorongosa
These new palaeontological sites in Gorongosa National Park open a unique window on the fauna and environments of ancient Africa.

La Crêperie

Um festival de delícias

Fotografia: Helton Perengue

La Crêperie Um festival de delícias

Numa rua vibrante cidade de Maputo, um aroma delicado e envolvente flutua pelo ar, conduzindo os citadinos e visitantes até à recém-inaugurada La Crêperie. Localizada na Av. Agostinho Neto, é a personificação de um sonho das mentes criativas de dois aficionados por gastronomia, Inayah Sultan e Swane Gagnaux, cuja apaixonada jornada gastronómica, que se iniciou há seis anos com uma modesta mesa de madeira e uma máquina de crepes, floresceu numa casa de crepes onde tradição e inovação se entrelaçam de maneira harmoniosa.

Desde a génese deste empreendimento, a equipa focalizou-se em aprimorar a arte da confecção de crepes, enriquecendo a cena gastronómica da nossa capital com uma oferta fresca e excitante. Apostando numa cozinha aberta, onde a mágica culinária acontece à vista de todos, os fundadores criaram um espaço em que cada visita se transforma numa experiência memorável, marcada pelo dinamismo dos chefs e proximidade entre estes e os comensais.

Neste reduto de sabores, cada crepe é uma celebração de texturas e aromas, um convite irrecusável ao prazer gastronómico. Os aficionados por doces deliciam-se com propostas irrepreensíveis, onde o crepe de Nutella e morangos se destaca, rivalizando com a sumptuosidade do crepe de doce de leite e frutos vermelhos, um bestseller que encanta a cada dentada. Por outro lado, as criações salgadas representam uma fusão harmoniosa entre a tradição francesa e o melhor que Moçambique tem para oferecer, sendo o crepe de camarão um testemunho desta simbiose perfeita.

Mas este local não se limita a crepes. O empenho em criar o prego no pão perfeito culminou numa oferta que cativa até os paladares mais exigentes, tornando-se um dos itens mais requisitados do menu. Tudo isto é conseguido por uma equipa meticulosamente seleccionada, que trabalha em uníssono para oferecer uma experiência que, transcendendo a mera

degustação, pode ser, como acima dissemos, uma verdadeira celebração gastronómica.

O compromisso da La Crêperie estende-se para além das suas paredes. Mantendo uma ligação estreita com a comunidade, continua a embelezar eventos, grandes e pequenos, com o seu carrinho de crepes, agora um ícone incontornável de festividades na região. Paralelamente, a marca enraíza-se firmemente na promoção de produtos nacionais, um gesto de apoio fervoroso aos produtores locais, embora ainda aspire a fortalecer estas ligações num futuro próximo.

Em tempo de conexões digitais, a La Crêperie está atenta à necessidade de marcar uma presença sólida online, pelo que aposta estrategicamente em plataformas como o Instagram e o Whatsapp, para divulgar as suas novidades suculentas. No horizonte, vislumbra-se uma expansão promissora, não apenas na diversificação da oferta no café, mas também no estabelecimento de novas localizações físicas e uma presença digital mais marcante. Assim, a La Crêperie permanece uma história em desenvolvimento, uma saga de paixão, inovação e dedicação que se reflecte em cada crepe confeccionado e em cada sorriso satisfeito dos seus clientes.

Aqui fica um convite aberto a todos para se juntarem nesta viagem de sabores numa casa onde Moçambique e o mundo se encontram, um crepe de cada vez.

Paladares à solta 66 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023
Fotografia: Helton Perengue
Fotografia: Helton Perengue

La Crêperie é uma casa de crepes onde tradição e inovação se entrelaçam de maneira harmoniosa.

La Crêperie

A festival of delicacies

On a vibrant street in Maputo city, a delicate and enveloping aroma floats through the air, leading locals and visitors to the newly opened La Crêperie. On Agostinho Neto Avenue, it is the embodiment of a dream from the creative minds of two food aficionados, Inayah Sultan and Swane Gagnaux, whose passionate gastronomic journey, which began six years ago with a modest wooden table and a crepe machine, has blossomed into a crepe house where tradition and innovation intertwine harmoniously.

Since the inception of this venture, the team has focussed on perfecting the art of crepe making, enriching our capital's gastronomic scene with a fresh and exciting offering. Investing in an open kitchen, where culinary magic happens in plain sight, the founders have created a space where every visit becomes a memorable experience, characterised by the chefs' dynamism and the closeness between them and the customers.

In this haven of flavours, each crepe is a celebration of textures and aromas, an invitation to gastronomic pleasure that cannot be refused. Sweet aficionados will be delighted by the irreproachable proposals, where the Nutella and strawberry crepe stands out, rivalling the sumptuousness of the dulce de leche and red berries crepe, a bestseller that enchants with every bite. On the other hand, the savoury creations represent a harmonious fusion between French tradition and the best Mozambique has

to offer, with the prawn crepe being a testament to this perfect symbiosis.

But this place isn't just about crepes. The endeavour to create the perfect prego no pão has culminated in an offer that captivates even the most demanding palates, making it one of the most requested items on the menu. All this is achieved by a meticulously selected team who work in unison to offer an experience that, transcending mere tasting, can be, as we said above, a true gastronomic celebration.

La Crêperie's commitment extends beyond its walls. Maintaining a close bond with the community, it continues to embellish events, large and small, with its crêpe trolley, now an inescapable icon of festivities in the region. At the same time, the brand is firmly rooted in the promotion of national products, a gesture of fervent support for local producers, although it still aspires to strengthen these bonds in the near future.

In a time of digital connections, La Crêperie is aware of the need to establish a solid online presence, so it is strategically focusing on platforms such as Instagram and WhatsApp to publicise its succulent novelties. There is a promising expansion on the horizon, not only in the diversification of the café offer, but also in the establishment of new physical locations and a more prominent digital presence. Thus, La Crêperie remains a story in the making, a saga of passion, innovation and dedication that is reflected in every crepe made and every satisfied smile from its customers.

Here's an open invitation to everyone to join this journey of flavours in a house where Mozambique and the world meet, one crepe at a time.

Palates on the loose 70 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023

A COARK, é uma empresa moçambicana de arquitectura, sediada em Maputo que promove o espírito colaborativo e interdisciplinar na elaboração de projectos.

Tem como principal motivação a procura de soluções e metodologias ajustadas à realidade local, que permitam servir com qualidade todas as camadas da sociedade.

Combinando a experiência da sua equipa e usando as ferramentas mais adequadas, a COARK está preparada para intervir nas diversas vertentes associadas à arquitectura, prestando serviços de projecto, levantamento, avaliação e fiscalização de obra.

Consulte o nosso website para mais informação: www.COARK.co.mz

coark@coark.co.mz | cel: +(258) 847530924 | Av. Agostinho Neto 1414, 1º - Maputo, Moçambique
Fotografia: Cortesia da Kukhina

Kukhina

O resgate da tradição moçambicana através da dança

Fotografia: Cortesia da Kukhina

Kukhina

O resgate da tradição moçambicana através da dança

No coração de Moçambique pulsa a batida rítmica de danças tradicionais, um tesouro cultural que, muitas vezes, permanece no esquecimento. Nascendo desse anseio de reavivar essa rica tapeçaria de movimentos e ritmos, surge o projecto Kukhina, uma iniciativa que pretende promover e dinamizar a dança nacional em várias frentes.

Impulsionada pela paixão de duas bailarinas que, em tempos idos, na efervescência da juventude, dançaram juntas, a Kukhina surge após uma pausa de quase uma década em que a vida, com seus trilhos profissionais, matrimoniais e maternais, as desviou da dança. Mas o verdadeiro amor, como dizem, nunca desaparece, e foi a vontade de mergulhar novamente no mundo da dança, associada à percepção de que muitos moçambicanos desconheciam a beleza das suas danças tradicionais correndo estas o risco de se perderem nas areias do tempo, que gerou este projecto cativante. A Kukhina percebeu esta urgência de valorizar, salvaguardar e promover o património moçambicano.

Recentemente, a Kukhina apresentou uma performance no Centro Hakuman, onde a marrabenta, uma dança familiar para os residentes de

Maputo, foi a protagonista. A alegria irradiava de cada rosto, desde crianças a adultos. Ali, despidos das agruras quotidianas, dançaram, riram e reviveram memórias.

A Kukhina realiza workshops mensais, nos quais não se aprende apenas a dançar: mergulha-se na história de cada dança, nas técnicas de amarração da capulana e na utilização de utensílios específicos. E o impacto é palpável. Mulheres de todas as idades, de cantos tão distantes quanto a Indonésia, o Japão e os Estados Unidos, unem-se para celebrar e aprender. No entanto, os sonhos da Kukhina vão além dos workshops. A visão é criar um documentário que dê voz e visibilidade às danças que praticam e promovem. E, para isso, qualquer apoio – desde participações e conhecimentos até espaços de divulgação – é bem-vindo.

O caminho não tem sido

isento de desafios. Muitas danças permanecem indocumentadas, exigindo uma busca incessante junto de gerações mais velhas e grupos de dança tradicionais. Cada história recolhida é uma peça do intrincado quebra-cabeças da cultura moçambicana. O sonho da Kukhina passa por estabelecer um espaço dedicado, realizar espectáculos, e criar obras literárias e audiovisuais. Tudo para que o legado das danças moçambicanas brilhe, não apenas em Moçambique, mas também além-fronteiras.

No final, seja através da vibração dos tambores, da melodia das canções ou do fervor de cada passo de dança, a Kukhina deseja que cada moçambicano sinta orgulho do seu património. E que, independentemente da sua geração, todos possam redescobrir e celebrar o coração pulsante da cultura moçambicana.

Foi a vontade de mergulhar novamente no mundo da dança, associada à percepção de que muitos moçambicanos desconheciam a beleza das suas danças tradicionais, que a Kukhina percebeu a urgência de valorizar, salvaguardar e promover o património cultural moçambicano.

In the heart of Mozambique the rhythmic beat of traditional dances pulses, a cultural treasure that often remains forgotten. Born out of this desire to revive this rich tapestry of movements and rhythms, the Kukhina project was born, an initiative that aims to promote and energise national dance on several fronts.

Driven by the passion of two dancers who, once upon a time, in the effervescence of their youth, danced together, Kukhina came about after a pause of almost a decade in which life, with its professional, marital and maternal paths, diverted them from dancing. But true love, as they say, never disappears, and it was the desire to dive back into the world of dance, coupled with the realisation that many Mozambicans were unaware of the beauty of their traditional dances, which were in danger of being lost in the sands of time, that gave rise to this captivating project. Kukhina understood this urgent need to value, safeguard and promote Mozambican heritage.

Recently, Kukhina presented a performance at the Hakuman Centre, where marrabenta, a dance famil -

iar to Maputo residents, was the centrepiece. Joy radiated from every face, from children to adults. There, stripped of the hardships of everyday life, they danced, laughed and relived memories.

Kukhina holds monthly workshops where you don't just learn how to dance: you delve into the history of each dance, the techniques for tying the capulana and the use of specific utensils. And the impact is palpable. Women of all ages, from as far away as Indonesia, Japan and the United States, come together to celebrate and learn. But Kukhina's dreams go beyond the workshops. Their vision is to create a documentary film that gives voice and visibility to the dances they practise and promote. And for this, any support - from participation and expertise to publicity spaces - is welcome.

The path has not been devoid of challenges. Many dances remain undocumented, requiring an incessant search among older generations and traditional dance groups. Each story collected is a piece of the intricate jigsaw puzzle of Mozambican culture. Kukhina's dream is to establish a dedicated space, hold shows and create literary and audiovisual works. All so that the legacy of Mozambican dance shines not only in Mozambique, but also across borders.

In the end, whether through the vibration of the drums, the melody of the songs or the fervour of each dance step, Kukhina wants every Mozambican to feel proud of their heritage. And that, regardless of their generation, everyone can rediscover and celebrate the heartbeat of Mozambican culture.

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Kukhina holds monthly workshops where you don't just learn how to dance: you delve into the history of each dance, the techniques for tying the capulana and the use of specific utensils.
Fotografia:
Cortesia da Kukhina

O universo artístico e inspiracional de

Taíla Carrilho

Fotografia: Cortesia da Taíla Carrilho

O universo artístico e inspiracional de Taíla Carrilho

Num universo vibrante de pinceladas melodiosas e linhas que dançam ao som da paixão e da dedicação, surge Taíla Carrilho, verdadeira fonte de inspira -

ção e criatividade em Moçambique. Com os pés bem assentes na terra e a cabeça a acariciar as nuvens dos sonhos mais ousados, Taíla, licenciada em design gráfico, encarna a personificação da mulher lutadora, sonhadora e versátil.

Desde tenra idade, esta artista moçambicana já se aventurava pelo mundo das artes, incentivada pelo legado de um pai arquit ecto que lhe transmitiu o amor pelo desenho. Sua paixão inicial floresceu e transformou-se na versatilidade que agora a define como incansável cultivadora das suas múltiplas facetas artísticas. De uma paleta que vai da literatura à pintura, passando pelo magnífico mundo da música, busca incessantemente aprimorar-se, demonstrando um apetite voraz por tudo o que está ligado à arte. Neste percurso, a música tornou-se uma influência inegável, uma companhia constante que não só alimenta a sua alma, mas também catalisa a sua criatividade em outras áreas, como a pintura e o design. A musicalidade é tão intrínseca ao seu ser que é praticamente impossível encontrá-la num momento de criação sem que uma melodia a acompanhe, dando vida a poemas e outras peças artísticas que capturam a essência do que escuta. No cenário das exposições de arte, assume-se com uma estrategista

perspicaz: escolhe meticulosamente as obras que irá apresentar, estabelecendo um tema e seleccionando as peças mais impactantes, sempre com um olhar atento às tendências do mercado. É um processo cuidadoso que permite que cada exposição seja uma experiência única.

Taíla busca inspiração em grandes nomes que marcaram a história da música e das artes em geral. Desde a poderosa voz de Alicia Keys, passando pela majestosidade das composições de Beethoven, até às melodias icónicas dos Beatles e dos Coldplay, cada um deles deixou uma marca indelével na sua criatividade e estilo.

Ao longo dos anos, a arte de Taíla evoluiu de uma forma notável. Esta evolução trouxe uma artista que se moldou a uma nova linguagem visual, tornando-se cada vez mais curiosa e dramática, e nunca se limitando a um único conceito. É uma busca incessante pela excelência, uma jornada de autodescoberta que a transformou numa artista inspirada, mas nunca satisfeita, que apresenta uma fusão fascinante entre o moderno e o tradicional, tendo a sua cultura como alicerce. Esta simbiose não só a caracteriza, mas também a destaca, permitindo que transmita a torrente de sentimentos que a inundam em determinados momentos, sempre com o

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objectivo de elevar e motivar outras pessoas através da sua arte. A sua jornada culminou na criação da Ruum Gallery, um projecto que se tornou particularmente significativo na sua vida. Foi nesta aventura que conheceu uma das pessoas mais importantes da sua vida, a sua sócia, Dirce Ruas, marcando um capítulo brilhante na sua carreira artística.

O caminho de Taíla não tem sido isento de desafios, mas ela enfrenta-os com determinação. Nasceu com uma doença hereditária que exige uma procura constante de cuidados médicos, mas nada a impediu de perseguir os seus sonhos. Aos artistas emergentes que a admiram, deixa palavras de incentivo: focarem-se naquilo que realmente amam, perseverarem mesmo quando se deparam com obstáculos, e nunca pararem de inovar e buscar aprimoramento.

Olhando para o futuro com brilho nos olhos, Taíla tem planos sólidos e ambiciosos. Almeja manter uma página nos meios sociais actualizada, participar em diversos eventos com os seus produtos inovadores, e criar uma ligação mais próxima com os seus seguidores através de newsletters periódicas contendo catálogos dos seus produtos.

Taíla Carrilho é, sem dúvida, um bem resplandecente no panorama artístico moçambicano, uma artista cuja versatilidade e paixão são fonte de inspiração para todos nós, pelo que convidamos o leitor a conhecer mais da arte desta mulher que, com pés no chão e olhos fixos nas estrelas, continua a sonhar e a criar.

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Fotografia: Cortesia da Taíla Carrilho

Taíla Carrilho artistic and inspirational universe

In a vibrant universe of melodic brushstrokes and lines that dance to the sound of passion and dedication, Taíla Carrilho emerges as a true source of inspiration and creativity in Mozambique. With her feet firmly grounded and her head caressing the clouds of the most daring dreams, Taíla, who has a degree in graphic design, embodies the personification of a woman who is a fighter, a dreamer and versatile.

From an early age, this Mozambican artist was already venturing into the world of arts, encouraged by the legacy of her father who was an architect and passed on

his love of drawing. Her initial passion blossomed and transformed into the versatility that now defines her as a tireless cultivator of her many artistic facets. From a palette that ranges from literature to painting, passing through the magnificent world of music, she relentlessly seeks to improve herself, demonstrating a voracious appetite for everything related to art. On this journey, music has become an undeniable influence, a constant companion that not only feeds her soul, but also catalyses her creativity in other areas, such as painting and design. Musicality is so intrinsic to her being that it is practically impossible to find her in a moment of crea-

tion without a melody accompanying her, giving life to poems and other artistic pieces that capture the essence of what she hears. On the art exhibition scene, she is a shrewd strategist: she meticulously chooses the works she will present, establishing a theme and selecting the most striking pieces, always with an eye on market trends. It's a careful process that allows each exhibition to be a unique experience.

Taíla finds inspiration in the great names that have marked the history of music and arts in general. From the powerful voice of Alicia Keys, to the majesty of Beethoven's compositions, to the iconic

Art from here
Fotografia: Cortesia da Taíla Carrilho

melodies of the Beatles and Coldplay, each of them has left an everlasting mark on her creativity and style.

Over the years, Taíla's art has evolved remarkably. This evolution has brought about an artist who has molded herself into a new visual language, becoming increasingly curious and dramatic, and never limiting herself to a single concept. It's an incessant quest for excellence, a journey of self-discovery that has transformed her into an inspired but never satisfied artist, who presents a fascinating fusion between the modern and the traditional, with her culture as the foundation. This symbiosis not only characterizes her but also makes her stand out, allowing her to convey the torrent of feelings that flood her at certain times, always with the aim

of uplifting and motivating others through her art. Her journey culminated in the creation of Ruum Gallery, a project that has become particularly significant in her life. It was on this adventure that she met one of the most important people in her life, her partner Dirce Ruas, marking a brilliant chapter in her artistic career.

She was born with a hereditary disease which requires constant medical attention, but nothing has stopped her from pursuing her dreams. She was born with a hereditary disease which requires a constant search for medical care, but nothing has stopped her from pursuing her dreams. To emerging artists who admire her, she leaves words of encouragement: focus on what you really love, persevere even

when faced with obstacles and never stop innovating and seeking improvement. Looking at the future with a twinkle in her eye, Taíla has solid and ambitious plans. She aims to maintain an up-to-date social media page, take part in various events with her innovative products and create a closer connection with her followers through periodic newsletters containing catalogues of her products.

Taíla Carrilho is undoubtedly a shining asset on the Mozambican art scene, an artist whose versatility and passion are a source of inspiration to us all, so we invite you to learn more about the art of this woman who, with her feet on the ground and her eyes fixed on the stars, continues to dream and create.

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BEM-ESTAR FINANCEIRO:

EQUILÍBRIO ENTRE O TRABALHO E A

FINANCEIRO: VIDA PESSOAL

Compreendendo as nossas prioridades, podemos tomar decisões financeiras informadas que ressoam com as nossas aspirações.

BEM-ESTAR FINANCEIRO: EQUILÍBRIO ENTRE O TRABALHO E A VIDA PESSOAL

Procurar um equilíbrio harmonioso entre o trabalho e a vida pessoal é essencial para o bem-estar geral e crucial ao gerir eficazmente as suas finanças. Este artigo irá explorar estratégias práticas para ajudá-lo a alcançar esse equilíbrio, enquanto promove o bem-estar financeiro, assegurando que as suas aspirações estejam alinhadas para uma vida plena.

Priorize os seus valores e objectivos: Comece por identificar os seus valores fundamentais e objectivos financeiros. Estabeleça metas claras e alcançáveis que estejam em consonância com os seus valores e crie um plano para as alcançar. Por exemplo, considere criar um fundo de emergência, poupar para a educação dos seus filhos ou investir para a reforma. Ao compreender as suas prioridades, poderá tomar decisões financeiras informadas que ressoem com as suas aspirações.

Crie um orçamento realista: Desenvolva um orçamento detalhado que reflicta adequadamente os seus rendimentos, despesas e objectivos de poupança. Utilize aplicativos ou folhas de cálculo de orçamento para simplificar o processo e ter uma melhor visão das suas finanças. Atribua uma parte do seu rendimento para poupança e investimentos, garantindo que cobre as despesas essenciais. Isso permitirá uma melhor gestão do seu dinheiro e fazer com que trabalhe rumo aos seus objectivos financeiros.

Adopte uma gestão eficaz do tempo: Para alcançar equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, estabeleça limites claros em cada um desses domínios. Dê prioridade ao autocuidado, ao tempo em família e às actividades de lazer, juntamente com as responsabilidades profissionais. Dedique tempo específico para cuidar de si, actividades em família e hobbies. Gerir o seu tempo de forma eficaz pode aumentar a produtividade e reduzir o stress, contribuindo para o seu bem-estar geral.

Estabeleça limites financeiros: Definir limites financeiros claros é fundamental para evitar gastos excessivos e acumular dívidas desnecessárias. Distinga entre necessidades e desejos, e seja consciente dos seus limites financeiros. Ao tomar decisões ponderadas, pode manter uma situação financeira saudável e focar no que realmente importa para si.

Procure orientação profissional: Considere falar com um consultor financeiro para criar um plano financeiro abrangente, avaliar investimentos e receber estratégias personalizadas. Um profissional pode fornecer insights valiosos e orientá-lo a tomar decisões financeiras bem fundamentadas alinhadas com os seus objectivos.

Pratique gastos conscientes: Adopte uma abordagem consciente ao gastar, avaliando as compras com base no seu valor e alinhamento com os seus objectivos. Evite decisões de compra impulsivas e reserve tempo para pesquisar e comparar preços. Dê prioridade à qualidade em vez da quantidade e faça escolhas conscientes ao gastar o seu dinheiro, garantindo que este é utilizado de forma sensata.

Automatize as suas finanças: Simplifique a gestão financeira automatizando tarefas rotineiras. Configure pagamentos automáticos de contas, transferências de poupança e contribuições para investimentos. Automatizar esses processos garante consistência e facilidade na gestão das suas finanças, reduzindo o risco de atrasos em pagamentos ou poupança.

Avalie e ajuste regularmente: Reveja periodicamente o seu progresso financeiro e reavalie os seus objectivos. As circunstâncias da vida mudam, e as suas aspirações podem evoluir ao longo do tempo. Ao avaliar regularmente a sua situação financeira, pode fazer os ajustes necessários para se manter alinhado com as suas necessidades e aspirações em mudança.

Celebre etapas e conquistas: Reconheça e celebre as suas etapas e conquistas financeiras ao longo do caminho. Ao recompensar-se, reforça hábitos positivos e motiva o sucesso contínuo. Reconhecer o seu progresso pode aumentar a sua confiança e incentivá-lo a continuar a perseguir os seus objectivos financeiros.

Lembre-se de que alcançar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, assim como o bem-estar financeiro, é uma jornada contínua que requer intenção, disciplina e ajustes periódicos. Ao alinhar os seus valores, estabelecer metas claras e praticar hábitos financeiros conscientes pode criar uma harmonia entre realização pessoal e profissional, mantendo uma base financeira sólida. Abrace o processo, seja paciente e desfrute das recompensas que advêm de uma vida equilibrada e financeiramente bem-sucedida.

Acontece Setembro - September 2023 • Ed. 62 © Revista Xonguila | 87
Definir limites financeiros claros é fundamental para evitar gastos excessivos e acumular dívidas desnecessárias.

FINANCIAL WELL-BEING: BALANCING WORK AND PERSONAL LIFE

Seeking a harmonious work-life balance is essential for overall well-being and crucial when managing your finances effectively. This article will explore practical strategies to help you achieve this balance while promoting financial well-being, ensuring that your aspirations are aligned for a well-rounded life.

Prioritise your values and goals: Start by identifying your core values and financial goals. Set clear and achievable goals that are aligned with your values and create a plan to achieve them. For instance, consider creating an emergency fund, saving for your children's education or investing for retirement. By understanding your priorities, you can make informed financial decisions that resonate with your aspirations.

Create a realistic budget: Develop a detailed budget that adequately reflects your income, expenses and savings goals. Use budgeting apps or spreadsheets to simplify the process and get a better view of your finances. Allocate a portion of your income to savings and investments, ensuring that you cover essential expenses. This will allow you to better manage your money and make you work towards your financial goals.

Adopt effective time management: To achieve a balance between work and personal life, set clear boundaries in each of these areas. Prioritise selfcare, family time and leisure activities alongside professional responsibilities. Dedicate specific time to self-care, family activities and hobbies. Managing your time effectively can increase productivity and reduce stress, contributing to your overall well-being.

Set financial limits: Defining clear financial limits is key to avoiding overspending and accumulating unnecessary debt. Distinguish between needs and wants, and be aware of your financial limits. By making thoughtful decisions, you can maintain a healthy financial situation and focus on what really matters to you.

Seek professional guidance: Consider speaking to a

financial advisor to create a comprehensive financial plan, evaluate investments and be provided with personalised strategies. A professional can provide valuable insights and guide you to make informed financial decisions aligned with your goals.

Practise conscious spending: Take a conscious approach to spending, evaluating purchases based on their value and alignment with your goals. Avoid impulsive purchasing decisions and take the time to research and compare prices. Prioritise quality over quantity and make conscious choices when spending your money, ensuring that it is used wisely.

Automate your finances: Simplify financial management by automating routine tasks. Set up automatic bill payments, savings transfers and investment contributions. Automating these processes ensures consistency and ease in managing your finances, reducing the risk of late payments or savings.

Evaluate and adjust regularly: Review your financial progress periodically and re-examine your goals. Life circumstances change and your aspirations can evolve over time. By regularly assessing your financial situation, you can make the necessary adjustments to keep in line with your changing needs and aspirations.

Celebrate milestones and achievements: Recognise and celebrate your milestones and financial achievements along the way. By rewarding yourself, you reinforce positive habits and motivate continued success. Recognising your progress can boost your confidence and encourage you to continue pursuing your financial goals.

Remember that achieving a balance between work and personal life, as well as financial well-being, is an ongoing journey that requires intention, discipline and periodic adjustments. By aligning your values, setting clear goals and practising conscious financial habits you can create a harmony between personal and professional fulfilment, while maintaining a solid financial foundation. Embrace the process, be patient and enjoy the rewards that come with a life that is balanced and financially successful.

Remember that achieving a balance between work and personal life, as well as financial well-being, is an ongoing journey that requires intention, discipline and periodic adjustments.

Silvia Liebaut, que com tenra idade saiu de Moçambique, é hipnoterapeuta e coach na Holanda.

SILVIA LIEBAUT, HIPNOTERAPEUTA NOS PAÍSES BAIXOS

SILVIA LIEBAUT, HIPNOTERAPEUTA NOS PAÍSES BAIXOS

Se a tranquilidade fosse traduzida para uma receita moçambicana, as dicas de Silvia fariam, de certeza, parte dos ingredientes. Silvia Liebaut é hipnoterapeuta e coach na Holanda e foi com tenra idade que saiu de Moçambique.

Natural da Beira, Silvia Liebaut partiu antes de completar 10 anos de idade. O primeiro destino foi Portugal, já que o objectivo era que terminasse os seus estudos. Hoje, é na Holanda que se encontra e de onde nos diz: “Sempre pensei que aprender a falar holandês seria ‘impossível', mas, após 3 meses de um curso intensivo e muita prática, já conseguia ter uma conversa’’.

Através de correspondência electrónica, Silvia conta à equipa da Xonguila que o principal desafio do seu trabalho é lidar com algumas “mentes fechadas” a outras formas de terapia que não sejam as da medicina convencional. Depois de sair do mundo empresarial e tornar-se terapeuta e coach, acaba por entender melhor os desafios de quem ocupa funções de liderança ao equilibrar as

exigências profissionais com a saúde mental.

‘’Através dos programas desenvolvidos por mim, tenho capacidade para promover o desenvolvimento de directores, gerentes ou equipas, levando-os a encontrar estratégias para lidar melhor com a ansiedade e a produzir melhores resultados’’, partilha Silvia.

Por trabalhar numa área em constante evolução, Silvia Liebaut investe continuamente em formação que terá impacto no crescimento dos seus clientes. Sua necessidade de aprendizagem é de tal forma real que já fala quatro línguas – português, inglês, espanhol e holandês – e está a aprender italiano. Mais recentemente, deu um passo na busca pelos seus objectivos ao abrir um novo consultório em Portugal de onde dá consultas para qualquer parte do mundo.

Escrito por: Eliana Silva
Problemas de sono, depressões e esgotamentos afectam de forma cada vez mais exponencial líderes e equipas em vários sectores empresariais.
Fotografia: Cortesia do Silvia Liebaut
A implementação de programas estratégicos específicos de apoio constitui uma solução sustentável visando uma maior rentabilidade das equipas.

SILVIA LIEBAUT, HYPNOTHERAPIST IN THE NETHERLANDS

If tranquillity could be translated into a Mozambican recipe, Silvia's tips would certainly be part of the ingredients. Silvia Liebaut is a hypnotherapist and coach in the Netherlands and left Mozambique at a young age. An adventure more than 40 years in the making.

Born in Beira, Silvia Liebaut left before she was 10 years old. Her first destination was Portugal, as she wanted to finish her studies. Today, at the age of 49, she is in the Netherlands, where she tells us: "I always thought that learning to speak Dutch would be 'impossible', but after three months of an intensive course and lots of practice, I was able to hold a conversation".

Through email correspondence, Silvia tells the Xonguila team that the main challenge of her work is dealing with some "closed minds" to forms of therapy other than conventional medicine. Little by little, Liebaut has gained a greater understanding of the challenges of those in leadership roles, as well as balancing the

demands with mental health professionals.

"Through the programmes I develop, I am able to promote the development of directors, managers or teams, leading them to find strategies to deal better with anxiety and produce better results," Silvia shares.

As she works in an area that is constantly evolving, Silvia Liebaut continually invests in training that will have an impact on her clients' growth. Her need for learning is so real that she is already speaking four languages - Portuguese, English, Spanish and Dutch - and is currently learning Italian. More recently, she has taken a step further in the pursuit of her goals by opening a new practice in Portugal, where she offers consultations to anywhere in the world.

"I always thought that learning to speak Dutch would be 'impossible', but after three months of an intensive course and lots of practice, I was able to hold a conversation."
Fotografia: Cortesia do Silvia Liebaut

TEA TONIC

INGREDIENTES:

BEEFEATER 24 – 50ML

INDIAN TONIC – 150ML

1 SAQUETA DE CHÁ VERDE

1 RODELA DE TORANJA

1 FOLHA DE CHÁ BALACATE

Coloque a saqueta de chá e o Beefeater gin e deixe macerar por alguns segundos. Complete com tónica e termine com a rodela de toranja e a folha de chá balacate.

Fotografia: Mariano Silva
“Na minha opinião, esta é a forma perfeita de apreciar o Beefeater 24 com um toque moçambicano.”
– Hélder Alves (Shaker)

TEA TONIC

INGREDIENTS:

BEEFEATER 24 – 50ML

INDIAN TONIC – 150ML

1 SACHET OF GREEN TEA

1 SLICE OF GRAPEFRUIT

1 LEMONGRASS TEA LEAF

Add the tea bag and Beefeater gin and leave to infuse for a few seconds. Top up with tonic and finish with the grapefruit slice and lemongrass tea leaf.

Fotografia: Mariano Silva
“In my opinion, this is the perfect way to enjoy Beefeater 24 with a Mozambican twist.”
– Hélder Alves (Shaker)
E-mail: geral@circulodemestres.pt l Tlf: +351 910 730 302 l circulodemestres.pt LEITE ASSOCIATED HEALTH SÉNIOR RESIDENCES ALBERGARIA-A-VELHA l AVEIRO l COIMBRA

OS NAPARAMAS

GUERREIROS LENDÁRIOS DE MOÇAMBIQUE

AHistória de Moçambique é pontuada por diversas lendas e mitos, entre os quais se destaca a intrigante saga dos Naparamas, um grupo auto-organizado que surgiu na década de oitenta, a meio da tumultuosa “guerra dos 16 anos” entre as forças governamentais e a RENAMO. Foi criado por Manuel António, um curandeiro tradicional do distrito de Pebane.

Os Naparamas têm as suas raízes no centro-norte de Moçambique, mais precisamente na província da Zambézia. 1990, no apogeu da sua existência, contavam com cerca de três mil guerreiros, cuja acção se estendia além da Zambézia, alcançando partes da província de Nampula. A sua presença alimentou intensamente a imaginação da população que, vivendo sob o jugo do medo e da privação, ansiava acima de tudo por paz.

Manejando com mestria arcos, flechas e lanças, os Naparamas procuravam defender as pessoas e suas aldeias dos ataques que então sofriam. Diz-se que conseguiram libertar várias povoações, mas era no campo do sobrenatural que residia a sua reputação mais marcante. Previamente sujeitos a uma “vacina”, consideravam-se imunes a balas e acreditava-se que possuíam poderes místicos impressionantes, sendo inclusivamente capazes de se trans-

formar em animais e dominar a natureza, manipulando eventos climáticos como tempestades e secas.

A crença na sua incrível capacidade de metamorfose e a alegada imunidade a balas lançavam um véu de mistério e respeito em seu redor. Não obstante a aura de temor que sobre eles pairava, eram venerados como protectores dos fracos e oprimidos, uma dualidade entre o medo e o respeito que lhes conferia uma fascinante complexidade, reflexo das vicissitudes da própria história do país.

Contrariamente àquilo em que se baseava a principal crença dos Naparamas, Manuel António morreu em combate, em Macuze, na província da Zambézia, em 1991, o que abalou profundamente o movimento. Com o desaparecimento do líder, os Naparamas desagregaram-se tão rapidamente quanto se tinham formado.

Embora os poderes atribuídos aos Naparamas fossem pura fantasia, é essencial compreender-se que estas histórias representam uma valiosa parcela da tradição oral de Moçambique. São relatos que nos oferecem uma perspectiva única e fascinante da vida e da cultura moçambicanas, revelando como crenças místicas e a luta pela liberdade se entrelaçam indissociavelmente na identidade do povo deste país.

Os Naparamas foram um grupo auto-organizado que surgiu na década de oitenta, a meio da tumultuosa “guerra dos 16 anos” entre as forças governamentais e a RENAMO.

THE NAPARAMAS LEGENDARY MOZAMBICAN WARRIORS

The history of Mozambique is marked by various legends and myths, among which stands out the intriguing saga of the Naparamas, a self-organised group that emerged in the 1980s, in the midst of the tumultuous "16-year war" between government forces and RENAMO. It was created by Manuel António, a traditional healer from the Pebane district.

The Naparamas have their roots in the centre-north of Mozambique, more precisely in the province of Zambézia. In the 1990s, at the height of their existence, they numbered around three thousand warriors, whose action extended beyond Zambézia to parts of Nampula province. Their presence intensely fuelled the imagination of the population who, living under the stranglehold of fear and deprivation, yearned above all for peace.

Masterfully wielding bows, arrows and spears, the Naparamas sought to defend the people and their villages from the attacks they faced at the time. It is said that they managed to liberate several villages, but it was in the realm of the supernatural that their reputation was strongest. Previously subjected to a "vaccine", they considered themselves immune to bullets and were believed to possess impressive mystical powers, even

being able to transform themselves into animals and dominate nature, manipulating climatic events such as storms and droughts.

The belief in their incredible ability to metamorphose and their alleged immunity to bullets cast a veil of mystery and respect around them. Notwithstanding the aura of fear that hung over them, they were revered as protectors of the weak and oppressed, a duality between fear and respect that gave them a fascinating complexity, reflecting the vicissitudes of the country's own history.

Contrary to the Naparamas' main belief, Manuel António died in combat in Macuze, Zambezia province, in 1991, which deeply shook the movement. With the disappearance of their leader, the Naparamas disintegrated as quickly as they had formed.

Although the powers attributed to the Naparamas were pure fantasy, it is essential to realise that these stories represent a valuable part of Mozambique's oral tradition. They are stories that offer us a unique and fascinating insight into Mozambican life and culture, revealing how mystical beliefs and the struggle for freedom are inextricably interwoven into the identity of the people of this country.

Ginástica nictofóbica da terra

Wilton dos Zicas

Neste romance, baseado na história de um jovem jardineiro de um administrador, o autor viaja pela história do passado, com imensos cicerones deteriorados pelo tempo que se vivia. Encontram-se na obra personagens fictícias em episódios reais, e vice-versa.

Uma família Goesa

Álvaro Carmo Vaz

Caetano Lobo é um jovem goês que emigra para Moçambique, nos anos quarenta do século XX, com a ambição de fazer fortuna. Depois de trabalhar para uma grande companhia agrária da Zambézia, estabelece-se por conta própria em Quelimane, com a ajuda da mulher e do dote que esta lhe traz. Prospera, tem filhos e adora a mais nova, Aurora. A família muda-se para Lourenço Marques e continua a enriquecer. Caetano, brâmane, mantém o preconceito, trazido de Goa, contra as pessoas de castas que considera inferiores, particularmente os sudras, o que o leva a rejeitar o convívio com uma outra família goesa, os Xavier. Quando Aurora e o jovem Bruno Xavier se apaixonam, ocorre a tragédia que marca as duas famílias.

O romance é uma saga familiar, que percorre quatro décadas da vida em Moçambique, período pontuado por importantes acontecimentos externos e internos, como a segunda guerra mundial, as independências dos países africanos, a tomada de Goa pela Índia, as lutas de libertação nas colónias portuguesas, o 25 de Abril, a independência de Moçambique e os primeiros anos que se lhe seguiram, que foram determinantes para as vidas e opções dos protagonistas.

108 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023

Rafiki desenrola-se numa agitada zona da periferia de Nairóbi, onde nos é apresentada a história de Kena (interpretada por Samantha Mugatsia), uma jovem que se vê a braços com a recente separação conflituosa dos pais. Em paralelo, Kena descobre-se atraída por Ziki (Sheila Munyiva), rapariga oriunda do centro da cidade e filha do principal adversário político do seu pai. No meio do fervor do período eleitoral, a amizade entre as duas intensifica-se e os sentimentos mútuos tornam-se cada vez mais difíceis de ocultar. Contudo, amar alguém do mesmo sexo no Quénia transforma-se numa verdadeira odisseia.

Existem variados motivos que podem catapultar um filme para as luzes da ribalta, não sendo todos eles de natureza cinematográfica. No caso de Rafiki, a segunda longa-metragem da realizadora queniana Wanuri Kahiu, a curiosidade do público e da crítica foi despertada pela temática: o amor entre duas adolescentes. Poder-se-ia questionar: onde reside a novidade? A resposta encontra-se no país onde

o filme foi produzido. O Quénia possui uma legislação altamente conservadora no que toca aos direitos da comunidade LGBTI+, sendo que relações homossexuais são puníveis com prisão. Portanto, contar a história de um relacionamento entre duas mulheres, neste contexto, ultrapassa a simples proposta cinematográfica, constituindo um autêntico acto de resistência. Ao ser exibido no Festival de Cannes, uma estreia para o cinema queniano, Rafiki suscitou uma variedade de comentários, todos eles enfatizando a audácia da sua equipa de produção.

Com duas jovens e talentosas actrizes no papel principal, e inspirado no conto "Jambula Tree", da escritora ugandesa Monica Arac de Nyeko, Rafiki aposta numa estética de videoclipe e numa paleta de cores neon, tanto nos cenários como nos figurinos, criando um contraste dinâmico com o drama vivido pelas personagens principais. Para os espectadores, a trilha sonora, de tonalidade pop, surge sempre no momento oportuno, oferecendo não só um deleite visual, mas também auditivo.

35mm RAFIKI

35mm RAFIKI

Rafiki takes place in a bustling neighbourhood on the outskirts of Nairobi, where we are introduced to the story of Kena (played by Samantha Mugatsia), a young woman who is grappling with the recent separation of her parents. At the same time, Kena finds herself attracted to Ziki (Sheila Munyiva), a girl from the city centre and daughter of her father's main political opponent. Amid the fervour of the election period, their friendship intensifies and their feelings for each other become increasingly difficult to conceal. However, loving someone of the same sex in Kenya becomes a real odyssey.

There are many reasons that may catapult a film into the limelight, not all of them cinematic in nature. In the case of Rafiki, the second feature film by Kenyan director Wanuri Kahiu, the curiosity of audiences and critics was aroused by the theme: love between two teenage girls. One might ask: where does the novelty lie? The answer lies in the country where

the film was produced. Kenya has highly conservative legislation regarding the rights of the LGBTI+ community, and homosexual relationships are punishable by imprisonment. Therefore, telling the story of a relationship between two women in this context goes beyond a simple cinematographic proposal and is a genuine act of resistance. When it was screened at the Cannes Film Festival, a first for Kenyan cinema, Rafiki provoked a variety of comments, all of them emphasising the audacity of its production team.

With two young and talented actresses in the lead roles, and inspired by the tale "Jambula Tree" by Ugandan writer Monica Arac de Nyeko, Rafiki uses a music video aesthetic and a neon colour palette in both the sets and wardrobe, creating a dynamic contrast with the drama experienced by the main characters. For viewers, the pop-tinged soundtrack always appears at the right moment, offering not only a visual treat, but also an auditory one.

MAR, RICO MAR

O Oceano Índico é um presente divino, Que banha nossas praias com carinho, Seu azul intenso e cristalino Reflecte a riqueza que nos traz.

Nas ondas, um balé de vida, Onde peixes nadam em harmonia, E quando a noite cai, a lua colorida Ilumina a sua praia com sua magia.

O sal que cura e tempera nossas vidas, E a brisa fresca que acaricia nossas faces São dádivas que ele nos concede E com que muito bem nos faz.

O som das ondas é como uma canção Que nos embala suavemente E nos faz esquecer preocupações, Deixando-nos em paz e tranquilidade.

O Oceano Índico é um tesouro sem igual.

Pintado Gaspar

116 | Revista Xonguila © Ed. 62 • Setembro - September 2023

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Revista Xonguila Nº62 by Revista Xonguila - Issuu