APETUR UPG
Fumentado o turismo na Ilha de Moçambique
Fostering tourism in Mozambique Island
KAMALEON
O Tablet Comunitário que apoia a inclusão digital
The Community Tablet that supports digital inclusion
Um Pequeno Gesto, Uma Grande Ajuda A Little Gesture, a Great Help
MALACHI GARDEN
Criando espaços verdes com amor Creating green spaces with love
Publicação mensal • Maio - May 2023 • Ed. 58 • Ano 06 • 300 MZN • xonguila.co.mz
Fotografia:Cortesia da UPG
A Um Pequeno Gesto, Uma Grande Ajuda (UPG)
é uma organização que tem vindo a marcar a diferença na vida de milhares de crianças em Moçambique.
Um Pequeno Gesto, Uma Grande Ajuda em Moçambique
A revista Xonguila, sempre atenta às questões sociais e empenhada em divulgar projectos de impacto, dá nesta edição destaque à associação Um Pequeno Gesto (UPG), uma organização que tem vindo a marcar a diferença na vida de milhares de crianças em Moçambique.
Aassociação começou a sua intervenção com o principal foco no apadrinhamento de crianças, proporcionando-lhes acesso à educação e nutrição num ambiente saudável e digno. Num país onde 70% da população vive abaixo da linha da pobreza e 60% em pobreza extrema, o papel desta associação é deveras relevante. São 1,2 milhões de crianças fora da escola e 2 milhões de órfãos mostrando que há ainda um longo caminho a percorrer.
A iniciativa nasceu em 2004, quando Sara Vicente Barreto realizou um voluntariado em Moçambique. Em 2023, já são cerca de 1.000 crianças carenciadas, muitas delas órfãs, que beneficiam do programa de apadrinhamento, que lhes garante acesso à escola, a uma cesta básica de produtos alimentares e ao carinho de um padrinho de língua portuguesa. O programa de apadrinhamento individual de crianças vulneráveis é complementado pela intervenção em projectos de alívio à pobreza, infra-estruturas, educação e sustentabilidade, beneficiando anualmente mais de 2.314 crianças. Um exemplo é o projecto de pré-escolas, que financia 3 pré-escolas para 195 crianças, contribuindo para o desenvolvimento e combate à subnutrição. Em números, a UPG tem cerca de 3.200 beneficiários directos e cerca de 16.400 beneficiários indirectos .
A iniciativa nasceu em 2004, quando Sara Vicente Barreto realizou um voluntariado em Moçambique.
Fotografia: Cortesia da UPG
Em 2022 foi medido o impacto do apoio às crianças, famílias e comunidade através de alguns KPIS. Por exemplo, no programa de apadrinhamento, 56% são meninas, com uma idade média de 13,8 anos e uma progressão académica de cerca de 80%. No projecto de pré-escolas, 62% são meninas e há um aumento médio de peso de 1kg. As dificuldades enfrentadas pela organização são inúmeras, como desistências, gravidezes precoces e mortes por doenças. Porém, cada criança que é impactada compensa todos esses obstáculos. Quando uma criança se aproxima com confiança, aprende a ler e escrever num ambiente adequado ou sonha em ter um futuro melhor, fica claro que o trabalho da UPG tem um impacto significativo na vida das crianças com que lida.
Para levar adiante este importante projecto, é necessária muita força e doadores, sejam eles pequenos ou grandes, que acreditem e compreendam a causa. Com o apoio de pessoas dispostas a fazer a diferença, a associação pode continuar a transformar vidas e a combater a pobreza em Moçambique. A organização convida toda a gente a fazer um pequeno gesto que pode trazer uma grande diferença na vida destas crianças. Por exemplo, com 410 meticais (6€) é possível alimentar uma criança por mês na escola de Sta. Luísa de Marillac, e, com 1400 meticais (20€), garantir o acesso à educação pré-escolar e alimentação para uma criança entre os 3 e os 5 anos durante um mês.
A Associação Um Pequeno Gesto é um exemplo inspirador do poder de uma ideia simples e da dedicação de uma pessoa para mudar a vida de centenas de crianças. Apesar dos desafios e obstáculos, ela tem vindo a ser bem-sucedida em proporcionar educação, nutrição e amor a crianças desfavorecidas em Moçambique. Agora que já conhecemos o seu trabalho incansável e inspirador, cabe-nos apoiar e divulgar esta causa tão nobre, pois, juntos, podemos fazer a diferença na vida de muitas crianças.
1 Número de beneficiário é calculado multiplicando por 5, referência do número do agregado familiar
Fotografia: Cortesia da UPG
A UPG convida toda a gente a fazer um pequeno gesto que pode trazer uma grande diferença na vida das crianças com que lida. Por exemplo, com 410 meticais é possível alimentar uma criança por mês na escola de Sta. Luísa de Marillac.
The individual sponsorship program for vulnerable children is further complemented by projects focused on poverty alleviation, infrastructure, education, and sustainability, benefiting over 2,314 children annually
Fotografia: Cortesia da UPG
A Little Gesture, A Great Help in Mozambique
Xonguila Magazine, consistently attentive to social issues and committed to promoting impactful initiatives, spotlights in this edition the association Um Pequeno Gesto – UPG (‘A Little Gesture’). This organization has made a substantial difference in the lives of thousands of children in Mozambique.
The association embarked on its mission with a primary focus on child sponsorship, offering needy children access to education and nutrition within a healthy and dignified environment. In a country where 70% of the population lives below the poverty line, and 60% in extreme poverty, the role of this association is indeed critical. With 1.2 million children out of school and 2 million orphans, there remains a long journey ahead.
The initiative began in 2004 when Sara Vicente Barreto did voluntary work in Mozambique. By 2023, approximately 1,000 needy children, many of them orphans, have benefitted from the sponsorship program. This program ensures access to school, a basic food basket, and the affection of a Portuguese-speaking sponsor. The individual sponsorship program for vulnerable children is further complemented by projects focused on poverty alleviation, infrastructure, education, and sustainability, benefiting over 2,314 children annually. A prime example is the preschool project, which funds three preschools for 195 children,
thereby contributing to development and combating malnutrition. In terms of numbers, UPG serves about 3,200 direct beneficiaries and roughly 16,400 indirect beneficiaries. In 2022, the impact of the support provided to children, families, and communities was gauged through specific KPIs.
For instance, in the sponsorship program, 56% of the beneficiaries were girls, with an average age of 13.8 years and an academic progression rate of around 80%. In the preschool project, 62% were girls, and there was an average weight gain of 1kg. The challenges faced by the organization are numerous, including school dropouts, teenage pregnancies, and deaths from diseases. However, the impact made on each child more than compensates for these obstacles. When a child approaches confidently, learns to read, and write in a supportive environment, or dares to dream of a better future, it becomes clear that UPG’s work significantly impacts the lives of the children they cater to.
To advance this crucial project, there is a need for significant resolve and donors—big and
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 11
small—who believe in and understand the cause. With the backing of individuals ready to make a difference, the association can continue its transformative work and combat poverty in Mozambique. The organization invites everyone to make a little gesture that can bring about a significant difference in the lives of these children. For instance, with 410 meticais (€6), it is possible to feed a child for a month at the Sta. Luísa de Marillac school, and with 1,400 meticais (€20), one can ensure a month’s access to preschool education and food for a child aged between three and five.
The association Um Pequeno Gesto is an inspiring testament to the power of a simple idea and to the dedication of an individual to change the lives of hundreds of children. Despite the challenges and obstacles, it has succeeded in delivering education, nutrition, and love to disadvantaged children in Mozambique. Now that we have come to appreciate their tireless and inspiring work, it is incumbent upon us to support and promote this noble cause. Together, we can make a difference in the lives of numerous children.
12 | Revista Xonguila © Ed. 58 • Maio - May 2023
Fotografia: Cortesia da UPG
4 ASSOCIAÇÃO UM PEQUENO
GESTO
Uma grande ajuda para o país A great help for the country
36 APETUR
E o empreendedorismo turístico na Ilha de Moçambique And tourism entrepreneurship on Mozambique Island
22 ABSA BANK Inspirando criativamente crianças moçambicanas Creatively inspiring Mozambican children
28 MALACHI GARDEN
Criando espaços verdes com amor Creating green spaces with love
56 MOZAMBEAT MOTEL
Sinónimo de bem-estar e relaxamento Synonymous with well-being and relaxation
64 MURAIS
Murais dos bairros periféricos de Maputo reproduzidos em livro
Murals from Maputo’s periphery neighbourhoods reproduced in a book
48 MILLENNIUM BIM
O melhor Banco em Moçambique segundo a Global Finance
Best Bank in Mozambique according to Global Finance
74 DIÁSPORA
Cristina Bastos, uma joalheira moçambicana em Aveiro
Cristina Bastos, a Mozambican jeweller in Aveiro
80 KAMALEON
O Tablet Comunitário que apoia a inclusão digital
The Community Tablet that supports digital inclusion
86 DRINKS AND SHOTS
by Pernod Ricard – Paloma de melancia by Pernod Ricard – Watermelon Paloma
FICHA TÉCNICA/BIOS
98 CINEMA 35MM
Kuga Munu, uma produção original moçambicana
Kuga Munu, an original Mozambican production
104 ALCANCE
As sugestões da Alcance para este mês
This month’s reading suggestions by Alcance
Editores
112 KARINGANA
Textos livres com assinatura
Signature freewriting
114 MAFENHA
Por Sérgio Zimba by Sérgio Zimba
90 "CENAS À TARDE ANIMAM"
Eventos ao ar livre em ambiente descontraído e festivo
Open-air events in relaxed and festive settings
Propriedade/Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Conselho de Administração/Administrative Council: Omar Diogo, Nuno Soares, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Gestão de Conteúdos Editoriais/Editorial Content Management: Nuno Soares, Mariano Silva • Copy-desk (português): Fátima Ribeiro • Colunistas/Writers: Eliana Silva, Mariano Silva, Nuno Soares, Jaime Álvaro, Precidónio Silvério, Aayat Irfan • Tradução (Português-Inglês)/Translation (Portuguese-English): M. Gabriela Carrilho Aragão • Fotografia/
Photography: Mariano Silva • Design de Capa/Cover Design: Nuno Azevedo • Grafismo/Visuals: Omar Diogo • Infografia e Paginação/ Infographics and Pagination: Omar Diogo
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Sumário Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 15
Do Director / From the Director
Estimados leitores,
É com enorme satisfação que vos dou as boas-vindas à 58ª edição da Revista Xonguila. Ao longo deste percurso, temos tido o prazer de partilhar convosco histórias que levam consigo o quotidiano, a cultura, a economia e o talento moçambicanos. Esta edição não é excepção. Preparem-se para uma viagem por terras e temas que vos irão cativar.
Damos o pontapé de saída com o Mozambeat Motel, um lugar onde bem-estar e hospitalidade são a regra, e não a excepção. De seguida, convidamos-vos a entrar no universo literário de Melissa Dinda, a jovem escritora que nos fala do seu mais recente livro, "Elementos", uma obra que promete desafiar as vossas perspectivas. No âmbito socioeconómico, trazemos à luz o trabalho do Banco Absa na promoção da cidadania e o papel fundamental da Associação Um Pequeno Gesto, na vida de milhares de crianças em Moçambique. Destacamos ainda o Kameleon, um tablet comunitário que tem dado um enorme contributo para a inclusão digital no país. Para os amantes de música e cultura urbana, apresentamos o "Cenas à tarde animam", uma iniciativa que congrega artistas de hip-hop e de outras expressões musicais, em tardes repletas de energia e boa disposição. Mas estas são apenas algumas sugestões, pois há muito mais para descobrir nas páginas deste número.
Maio, mês que abriga o Dia do Trabalhador, é um tempo de reflexão sobre a importância do trabalho e do trabalhador na nossa sociedade. Em Moçambique, celebramos esta data com desfiles e apelos visando mais justiça social e dignidade de todos os que contribuem para o desenvolvimento do país. Para além destas, várias outras acções e eventos marcam este mês.
Resta-me desejar-vos uma excelente leitura. Acreditamos que a diversidade de temas que vos trazemos farão com que cada momento passado com a revista Xonguila seja uma experiência enriquecedora.
Um abraço mocambicanamente fraterno.
Dear Readers,
It is with great pleasure that I welcome you to the 58th edition of Xonguila Magazine. Throughout our journey, we have had the pleasure of bringing you stories that capture the daily life, culture, economy and talent in Mozambique. This edition is no exception. Get ready for a journey through places and themes that will captivate you.
We kick off with the Mozambeat Motel, a place where well-being and hospitality are the rule rather than the exception. Next, we invite you to enter the literary universe of Melissa Dinda, a young writer who tells us about her most recent book, Elementos, a work that promises to challenge your perspective on a variety of topics. In the socio-economic sphere, we shine a light on the work that Absa Bank undertakes to actively promote citizenship and the fundamental role that the association Um Pequeno Gesto (UPG) has in the lives of thousands of children in Mozambique. We also spotlight Kameleon, a community tablet that has made an enormous contribution to digital inclusion in the country. For music and urban culture lovers, we present ‘Cenas à tarde animam’, an initiative that brings together hiphop artists and other musical genres, in afternoons full of energy and a good mood. These are just a few suggestions, as there is much more to discover in the pages of this issue.
May, the month when Labour Day is celebrated, is a time to reflect on the importance of work and of the worker in our society. In Mozambique, we celebrate this date with parades and appeals for more social justice and dignity for all those who contribute to the development of the country. Apart from these, several other actions and events mark this month.
I end by wishing you an excellent reading. We believe that the variety of topics we bring to you will make every moment spent with Xonguila Magazine an enriching experience.
Nuno Soares Director
Com o apoio de:
Editorial 16 | Revista Xonguila © Ed. 58 • Maio - May 2023
A fraternal Mozambican hug.
Vê mais do que uma chávena de café?
Nós vemos cada passo da jornada do grão à chávena. Agricultores, transportadores, armazenistas, distribuidores e retalhistas, trabalhando juntos para garantir que o seu dia comece da melhor forma.
Se vê o que nós vemos, juntos, podemos ter um impacto positivo nas comunidades nas quais opera.
Fale com o Banco que tem a coragem para imaginar e a vontade para fazer as coisas acontecerem.
Isso é Africanicidade. Isso é Absa.
absa.co.mz/pt/corporativa-e-de-investimento/
Termos e Condições aplicáveis. Campanha válida até 31 de Dezembro de 2023. Para mais informações ligue para 1223/21344400, ou visite absa.co.mz
Absa Bank Moçambique , SA (registado sob o número 101220982)
é regulado pelo Banco de Moçambique.
Banca Corporativa e de Investimentos
ABSA BANK INSPIRA CRIATIVAMENTE CRIANÇAS MOÇAMBICANAS
Fotografia: Cortesia do Absa Bank
Sabemos, nos dias de hoje, que, para formar crianças felizes e informadas, precisamos de fazer muito mais do que dar-lhes segurança e educação e promover a sua saúde e bem-estar: temos de nutrir as suas mentes e estimular a sua criatividade para que sejam adultos curiosos e interessados pelo mundo que as rodeia.
ABSA BANK INSPIRA CRIATIVAMENTE CRIANÇAS MOÇAMBICANAS
Sabemos, nos dias de hoje, que, para formar crianças felizes e informadas, precisamos de fazer muito mais do que dar-lhes segurança e educação e promover a sua saúde e bem-estar: temos de nutrir as suas mentes e estimular a sua criatividade para que sejam adultos curiosos e interessados pelo mundo que as rodeia.
Certos da importância de investir nas nossas crianças, e no âmbito da sua Proposta de Valor aos seus colaboradores, o Absa Bank Moçambique deu corpo à iniciativa "Expressar-me é um Direito", uma acção que uniu os filhos dos seus Colaboradores, a arte e a cultura nacional. Na prática, o artista plástico Butcheca abriu as portas do seu estúdio para receber os aspirantes a criativos de forma que existisse um contacto directo entre os colaboradores das diferentes áreas do Banco e os seus filhos, incentivando-se o gosto pela arte desde a mais tenra idade.
Numa experiência bastante rica e dinâmica, o artista consagrado explicou aos artistas de palmo e meio como funciona o seu processo criativo, e cada um deles colocou mãos à obra. Além de
apresentar o seu espaço de criação, Butcheca mostrou algumas das suas obras, tanto de pintura (concluídas e ainda em desenvolvimento) como de escultura.
Inspiradas pelo ambiente, cada criança desenvolveu uma peça de pintura que fará parte de uma exposição a estar patente no Balcão Premier do Absa, na cidade de Maputo, a partir do dia 1 de Junho, Dia Internacional da Criança.
Com esta iniciativa o Absa Bank reforça o seu posicionamento de Banco de Pessoas para Pessoas e reitera a importância de se criarem laços entre os Colaboradores, a sua família e a Organização. Paralelamente, ao dar ferramentas aos mais novos e estimular a sua criatividade, o Absa Bank Moçambique está a incentivar a liberdade de expres-
são e a colocar a cultura como um alicerce crucial para uma sociedade com maior suporte sociocultural, tão importante no crescimento sustentável das nações.
Esta é mais uma iniciativa em que o Banco demonstra o seu compromisso com a promoção e investimento na cultura moçambicana, através de acções de cidadania que representam a sua Africanicidade, sendo colocando a construção de um Moçambique melhor em primeiro lugar.
Fotografia: Cortesia do Absa Bank
Inspiradas pelo ambiente, cada criança desenvolveu uma peça de pintura que fará parte de uma exposição a estar patente no Balcão Premier do Absa, na cidade de Maputo, a partir do dia 1 de Junho, Dia Internacional da Criança.
Fotografia: Cortesia do Absa Bank
Fotografia: Cortesia do Absa Bank
ABSA BANK CREATIVELY INSPIRES MOZAMBICAN CHILDREN
Nowadays, we know that to raise happy and informed children, we need to do much more than give them safety and education and promote their health and welfare: we must nurture their minds and stimulate their creativity, so that they can become curious adults who are interested in the world around them.
Certain of the importance of investing in our children, and as part of its Value Proposition to employees, Absa Bank Moçambique launched the initiative “Expressing Myself is a Right”, an action that brought together children of the Bank’s employees, art and national culture. In practical terms, the artist Butcheca opened the doors of his studio to receive the aspiring creatives and promote a direct contact between employees from different sectors of the Bank and their children, to foster a taste for art from an early age.
In what was a very rich and dynamic experience, the renowned artist explained to the young artists how his creative process works, and each of them got down to work. Besides showing them around his creative space, Butcheca displayed some of his paintings (finished and still in development) and sculptures.
Inspired by the surroundings, each child produced a painting that will be part of an exhibition at Absa’s Premier Branch in the city of Maputo, opening on June 1st — International Children’s Day.
With this initiative, Absa Bank reinforces its positioning as a Bank by People for People and reiterates the importance of establishing links between employees, their families and the organization. In parallel, by giving tools to young people and stimulating their creativity, Absa Bank Moçambique is encouraging freedom of expression and establishing culture as a crucial foundation for society to have greater socio-cultural support, so important in the sustainable growth of nations.
This is yet another initiative in which Absa Bank demonstrates its commitment to promoting and investing in Mozambican culture, through citizenship actions that represent its Africanacity ethos and prioritize building a better Mozambique for all.
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 25 Absa Bank
This is yet another initiative in which Absa Bank demonstrates its commitment to promoting and investing in Mozambican culture, through citizenship actions that represent its Africanacity ethos and prioritize building a better Mozambique for all.
Fotografia: Cortesia do Absa Bank
Malachi Garden
Ana Belmonte, fundadora e CEO, na primeira pessoa
Fotografia: Mariano Silva
Fotografia: Mariano Silva
Malachi Garden
Ana Belmonte, fundadora e CEO, na primeira pessoa
A Malachi Garden é uma empresa especializada em construção, manutenção e reabilitação de jardins.
Aminha história com as plantas começa na minha infância, quando troquei bonecas por vasos e aprendi a cuidar de plantas com muita dedicação. A partir desse momento, desenvolvi uma conexão especial com a natureza e percebi que era isso que realmente me fazia feliz. Ao longo do tempo, estudei e trabalhei em diferentes áreas, mas nunca me senti realizada. Foi então que decidi que a minha verdadeira paixão era trabalhar com plantas e criar espaços verdes que trazem harmonia e beleza para a vida das pessoas. Mesmo sem muitos recursos, decidi arriscar e criar a Malachi Garden, que hoje é uma empresa consolidada no mercado há 7 anos.
Começámos com uma equipa pequena, eu e o zelador da nossa quinta, e hoje contamos com 15 colaboradores, podendo chegar aos 25 em épocas de alta demanda. A nossa equipa é composta por jardineiros, arquitecto paisagista (sazonal), supervisores, técnicos de máquinas, operadores de máquinas, uma administrativa, contabilista e vendedores de lojas. Oferecemos serviços completos de transformação de espaços verdes 100% naturais. Nas nossas lojas, os clientes encontram uma variedade de plantas e
acessórios de jardinagem. Também temos uma clínica de plantas, que auxilia os nossos clientes a cuidar das suas plantas de forma mais eficiente. Além disso, fazemos manutenção e reabilitação de jardins para clientes corporativos, como escritórios, bancos, hotéis, entre outros. Não nos esquecemos
pecíficas para cada projecto. O nosso objectivo é criar sempre espaços verdes que tragam mais beleza, harmonia e bem-estar para as pessoas e para o ambiente ao nosso redor.
A pandemia trouxe muitos desafios para todos nós, não foi diferente. Perdemos alguns clientes particulares e tivemos de lidar com restrições e incertezas. Mas também foi uma oportunidade para nos reinventarmos e descobrirmos novas formas de criar e cuidar de jardins. Durante esse período, estudámos e implementámos novas técnicas na jardinagem, e nos tornámos os primeiros em Moçambique a trazer a técnica milenar japonesa do kokedama, que foi um sucesso entre os nossos clientes e ainda é muito valorizada.
dos nossos clientes particulares, que são muitas vezes apaixonados pela jardinagem e procuram o nosso apoio para criar o jardim dos seus sonhos. Acreditamos que cada projecto é único e tem a sua própria história. Por isso, trabalhamos de forma personalizada, ouvindo as necessidades dos nossos clientes e criando soluções criativas e sustentáveis es-
Um dos nossos maiores objectivos é ensinar as pessoas a cuidar das plantas como seres vivos verdadeiramente vivos, que merecem atenção, cuidado e respeito. Sentimos uma grande satisfação quando os nossos clientes elogiam o nosso trabalho e dizem que superámos as suas expectativas. Também é muito gratificante quando nos associam automaticamente às plantas, e quando têm alguma dúvida sobre cuidados com as plantas e procuram conselhos.
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 31 Conheça os nossos empreendedores
“Começámos com uma equipa pequena, eu e o zelador da nossa quinta, e hoje contamos com 15 colaboradores, podendo chegar aos 25 em épocas de alta demanda.”
Estamos convictos de que estamos a deixar um legado, ajudando a preservar as plantas no coração de muitas pessoas. E, como o mundo digital é uma tendência actual e o futuro está cada vez mais digital, estamos a preparar-nos para seguir esta tendência. Usamos as plataformas digitais para divulgar os nossos serviços, mas o nosso sonho é criar uma escola de jardinagem quase 100% digital, para que pessoas de todo o país possam ter acesso a esses conhecimentos. Além disso, estamos a escrever um livro em formato físico, mas também sonhamos em disponibilizá-lo em formato digital. No Instagram, compartilhamos dicas e respondemos às dúvidas dos nossos seguidores sobre jardinagem. Cada espaço verde tem uma história para contar e um potencial para ser explorado. Por isso, estamos sempre dispostos a ouvir os nossos clientes e a oferecer soluções personalizadas e criativas. Para nós, o trabalho com as plantas é muito mais do que uma profissão, é uma paixão que queremos compartilhar com todos.
Temos planos audaciosos para o futuro, como a criação de uma escola de jardinagem, o lançamento de livros e equipamentos com nossa marca, jardins públicos, um jardim botânico em Moçambique, palestras em escolas e apoio às mulheres que amam plantas. Acreditamos que a jardinagem pode transformar vidas e ajudar a preservar o meio ambiente.
Fotografia: Mariano Silva
Malachi Garden
Ana Belmonte, founder and CEO, in the first person
Malachi Garden is a company specializing in the construction, maintenance and rehabilitation of gardens.
My history with plants began in my childhood when I swapped dolls for pots and learnt to take care of plants with great dedication. From that moment on, I developed a special connection with nature and realized that that’s what really made me happy. Over time, I studied and worked in different sectors, but never really felt fulfilled. Until I decided that my true passion was working with plants and creating
green spaces that bring harmony and beauty to people’s lives. Even without many resources, I decided to take the risk and create Malachi Garden, today a 7-year-old company with a consolidated market presence.
We started with a small team, just me and our farm’s caretaker; today we have 15 employees, and up to 25 when service demand is high. Our team consists of gardeners, landscape architect (seasonal), supervisors,
machine technicians, machine operators, an administrator, accountant and shop assistants. We offer complete services for the transformation of 100% natural green spaces. In our shops, customers can find a variety of plants and gardening accessories. We also have a plant clinic, which helps our customers care for their plants more efficiently. In addition, we do garden maintenance and rehabilitation for corporate customers, such as offices, banks and hotels, among
Meet our entrepreneurs
Fotografia: Mariano Silva
others. We haven’t forgotten our private clients, who are often passionate about gardening and seek our support to create the garden of their dreams. We believe that each project is unique and has its own story. Therefore, we work in a personalised way, listening to our clients’ needs and creating innovative and sustainable solutions tailored to each project. Our goal is to always create green spaces that bring more beauty, harmony and well-being to people and the environment around us.
The pandemic brought many challenges to all of us; it was no different [for our company]. We lost some private clients and had to deal with restrictions and uncertainty. But it was also an opportunity for us to reinvent ourselves and discover new ways of creating and caring for gardens. During this time, we studied and implemented new techniques in gardening, and became the first in Mozam-
bique to introduce the millenary Japanese technique of kokedama, which was a success among our clients and is still highly prized.
One of our main objectives is to teach people how to care for plants as truly living beings that deserve attention, care and respect. We feel great satisfaction when our clients praise our work and say that we have exceeded their expectations. It is also very gratifying when they automatically associate us with plants and seek our advice regarding plant care. We are convinced that we are leaving a legacy, helping to preserve plants in many people’s hearts. And, as the digital world is a current trend and the future is increasingly digital, we are preparing to follow this trend. We use digital platforms to advertise our services, but our dream is to create a nearly 100% digital gardening school, so that people all over the
country can access this knowledge. In addition, we are writing a book in physical format, but we also dream of making it available in digital format. On Instagram, we share tips and answer our followers’ questions about gardening. Every green space has a story to tell and a potential to be explored. That’s why we are always willing to listen to our customers and offer personalised and creative solutions. For us, working with plants is much more than a profession, it is a passion we want to share with everyone.
We have audacious plans for the future, such as creating a gardening school, launching books and equipment with our brand, public gardens, a botanical garden in Mozambique, lecturing in schools and supporting women who love plants. We believe that gardening can transform lives and help preserve the environment.
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 35
Fotografia: Nuno Azevedo
Criada em 2000 por dedicados operadores turísticos locais, a APETUR tem como missão a promoção e o fomento do turismo na Ilha de Moçambique.
Hoje, com mais de duas décadas de existência, a associação congrega cerca de 42 sócios, todos empreendedores apaixonados pelo turismo e pela riqueza única da ilha.
Fotografia: Nuno Azevedo
E O EMPREENDEDORISMO TURÍSTICO NA ILHA DE MOÇAMBIQUE
A Ilha de Moçambique acolhe uma jóia rara do turismo e empreendedorismo: a APETUR (Associação de Promoção e Empreendedorismo Turístico). Criada em 2000 por dedicados operadores turísticos locais, esta associação sem fins lucrativos tem como missão a promoção e o fomento do turismo neste recanto de história e cultura.
Hoje, com mais de duas décadas de existência, a associação congrega cerca de 42 sócios, todos empreendedores apaixonados pelo turismo e pela riqueza única da ilha. Juntos, têm estabelecido parcerias eficazes com autoridades e outros actores locais, lançando projectos que simultaneamente potenciam o turismo e melhoram a vida social e cultural e a resiliência económica da comunidade.
Este colectivo tem como grande meta a divulgação da Ilha de Moçambique como um destino turístico de excelência. A rica história, a vibrante cultura e a exótica gastronomia da ilha têm sido os pontos focais das suas iniciativas, e a associação tem-se destacado como um
importante catalisador da imagem de prestígio e notoriedade da ilha nos mais diversos mercados. Mas o seu papel não se esgota aqui, pois tem contribuído de forma activa para o crescimento socioeconómico da comunidade local.
Ao longo dos seus 22 anos de existência, esta entidade tem deixado a sua marca inconfundível no panorama turístico da Ilha de Moçambique. O apoio ao desenvolvimento de infra-estruturas turísticas e ao investimento no sector tem sido uma das suas bandeiras. Paralelamente, tem promovido a formação de recursos humanos na área do turismo, além de implementar projectos de desenvolvimento sustentável, que englobam dimensões económicas, sociais e ambientais.
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 39
A APETUR acredita firmemente na cooperação com as autoridades locais, membros da comunidade e outros parceiros locais. Através de um espírito colaborativo, os valores de justiça social, equidade, preservação do património e do ecossistema são sempre enfatizados, almejando o sucesso das diferentes acções. Este trabalho tem sido reconhecido por várias entidades e autoridades locais, nacionais e internacionais, que vêem na APETUR uma figura relevante, transparente e inclusiva no panorama da Ilha de Moçambique.
O caminho traçado por esta associação está pautado por objectivos claros e ambiciosos. Promover os direitos e interesses dos seus associados, contribuir para um turismo sustentável e integrado e participar activamente em soluções, quando os interesses da Ilha de Moçambique e do continente adjacente estão em causa, são as pedras angulares da sua missão.
Além disso, a promoção do turismo histórico, cultural e gastronómico da ilha é uma constante. Os esforços para atrair mais turismo, tanto nacional como internacional, são incessantes, mostrando que a APETUR é muito mais do que uma associação.
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Fotografia: Nuno Azevedo
ACTIVIDADES:
Desde o início, há 22 anos, que a APETUR tem estado activamente envolvida em diversas actividades em benefício da comunidade e do meio ambiente. Nos primeiros anos, deu especial enfoque à formação técnica e de gestão de empresários, em parceria com a FDC (Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade), a UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) e a Cooperação Portuguesa, e à formação em inglês, com o apoio da Embaixada da Finlândia. Realizou eventos históricos e culturais, como o Festival Cultural On´Hipiti, e três feiras gastronómicas anuais, TZOTZIVA. Contribuiu ainda para o desenvolvimento integrado da Ilha de Moçambique, através de um projecto de Master Plan, e estabeleceu um convénio com a Fundação Banesco de Espanha para oferecer créditos a mulheres empreendedoras na área do turismo. Em 2018, marcou presença no Festival Ekala, em Nacala-a-Velha. Em 2019, angariou roupa e comida para enviar para a Beira, ajudando a população afectada pelo Idai. No ano seguinte, 2020, no contexto da pandemia de covid-19, a APETUR angariou fundos para ajudar as famílias mais carenciadas da Ilha de Moçambique, assim como para os refugiados de Cabo Delgado, e realizou uma campanha de limpeza dos oceanos. Além disso, promoveu uma palestra sobre os cancros da mama, do colo do útero e da próstata. Em 2021, lançou o projecto Meu Bairro Minha Praia – Lixo Zero, financiado pela embaixada francesa, em que, durante seis meses, 13 associações de jovens da Ilha promoveram a limpeza das praias. Estabeleceu uma parceria com URB-África/ UCCLA no projecto Solução Participada para Plásticos Marítimos. Foram também eleitos secretários executivos da plataforma de desenvolvimento comunitário da Ilha de Moçambique, criada em conjunto com Aga Khan. Na mesma linha, realizou diversas acções de sensibilização para a protecção do meio ambiente e a economia circular. Já em 2022, a APETUR participou na conferência dos Oceanos das Nações Unidas realizada em Lisboa e desenvolveu diversas acções de ajuda à população afectada pelo Ciclone Gombe.
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Realizou ainda uma limpeza das praias, no Dia Mundial da Limpeza. Em 2023, encerrou o projecto Uma Máquina de Fabricar Sonhos, que consistiu em oferecer formação de costura a 14 senhoras de 7 grupos de dança tradicional e uma máquina de costura a cada grupo. Este projecto foi financiado pelo Diversidade, um instrumento de financiamento do Procultura PALOP-TL.
As acções mencionadas são apenas uma amostra do vasto leque de iniciativas e projectos que a APETUR tem vindo a desenvolver desde a sua criação. A associação acredita profundamente na sua missão, que é continuar a trabalhar com dedicação e empenho para promover a cultura, a economia e o bem-estar da Ilha de Moçambique.
Fotografia: Cortesia da Apetur
A APETUR tem apoiado o desenvolvimento de infra-estruturas turísticas e o investimento no sector. Paralelamente, tem promovido a formação de recursos humanos na área do turismo e implementado projectos de desenvolvimento sustentável que englobam dimensões económicas, sociais e ambientais.
AND TOURISM ENTREPRENEURSHIP ON MOZAMBIQUE ISLAND
Mozambique Island is home to a rare gem of tourism and entrepreneurship: APETUR (“Association for Tourism Promotion and Entrepreneurship”). Created in the year 2000 by dedicated local tour operators, this non-profit association’s mission is to promote and foster tourism in this corner of history and culture.
Today, with more than two decades of existence, the association counts with approximately 42 members who are all entrepreneurs passionate about tourism and the island’s unique richness. Together, they have established effective partnerships with authorities and other local players, launching projects that simultaneously boost tourism and improve the social and cultural life and economic resilience of the community.
This collective has as a major goal the promotion of Mozambique Island as a tourist destination par excellence. The rich history, vibrant culture and exotic gastronomy of the island have been the main focuses of its initiatives, and the association has stood out as an important catalyst for growing the prestige and renown of the island in the most diverse markets. But their role doesn’t
end here, as it has actively contributed to the socio-economic growth of the local community.
Over their 22 years of existence, this entity has left its unmistakable mark on the tourism scene of Mozambique Island. Support for the development of tourism infrastructures and investment in the sector has been one of its flagships. At the same time, it has promoted the training of human resources in tourism, as well as implementing sustainable development projects that encompass economic, social and environmental dimensions.
APETUR firmly believes in cooperation with local authorities, community members and other local partners. Through a collaborative spirit, the values of social justice, equity, heritage and ecosystem preservation are always emphasised, seeking to successfully implement them.
This work has been recognised by various entities and local, national and international authorities, who see APETUR as a relevant, transparent and inclusive player in the Mozambique Island panorama.
The path mapped out by this association is guided by clear and ambitious objectives. The cornerstones of its mission are promoting the rights and interests of its members, contributing to sustainable and integrated tourism and actively participating in solutions when the interests of Mozambique Island and the adjacent continent are at stake.
In addition, they continuously promote the island’s historical, cultural and gastronomic tourism. Efforts to attract more tourism, both national and international, are incessant, showing that APETUR is much more than an association.
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ACTIVITIES:
Since its inception 22 years ago, APETUR has been actively involved in various activities for the benefit of the community and the environment. In the early years,
it gave special attention to technical and management training for entrepreneurs, in partnership with FDC (“Foundation for Community Development”), UNIDO (United Nations Industrial Develop -
ment Organization) and Cooperação Portuguesa (“Portuguese Cooperation”), and to English language training, with support from the Embassy of Finland. It held historical and cultural events, such as the On’Hipiti Cultural Festival, and three annual gastronomic fairs, TZOTZIVA. It also contributed to the integrated development of Mozambique Island through a Master Plan project and established an agreement with Spain’s Banesco Foundation to finance loans to women entrepreneurs in the tourism sector. In 2018, it was present at the Ekala Festival in Nacala-a-Velha. In 2019, it raised clothes and food to send to Beira, helping the population affected by cyclone Idai. The following year, 2020, during the Covid-19 pandemic, APETUR raised funds to help the neediest families in Mozambique Island, as well as for refugees in Cabo Delgado, and held a campaign to clean up the oceans. In addition, it promoted a lecture on breast, cervical and prostate cancers. In 2021, it launched the project
‘Meu Bairro Minha Praia – Lixo Zero’ (“My Neighbourhood My Beach - Zero Garbage”), funded by the Embassy of France, in which for six months 13 youth associations from the Island promoted the cleaning of the beaches. It established a partnership with URB-África/ UCCLA in the project ‘Solução Participada para Plásticos Marítimos’ (“Shared Solution for Sea Plastics”). It also elected executive secretaries to the Mozambique Island community development platform, created jointly with the Aga Khan Foundation. In the same vein, it carried out several awareness-raising actions for the protection of the environment and circular economy.
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Fotografia: Cortesia da Apetur
In 2022, APETUR participated in the United Nations Oceans conference held in Lisbon and developed several actions to help the population affected by cyclone Gombe. It also carried out a beach clean-up on World Clean-up Day. In 2023, it ended the project ‘Uma Máquina de Fabricar Sonhos’ (“A Dream-making Machine”), which consisted of offering sewing training to 14 ladies from 7 traditional dance groups and a sewing machine to each group. This pro-
ject was funded by Diversidade, a Procultura PALOP-TL funding instrument.
The actions mentioned are just a sample of the wide range of initiatives and projects that APETUR has developed since its creation. The association deeply believes in its mission, which is to continue working with dedication and commitment to promote the culture, economy and welfare of Mozambique Island.
Fotografia: Cortesia da Apetur
The association deeply believes in its mission, which is to continue working with dedication and commitment to promote the culture, economy and welfare of Mozambique Island.
Com base numa pormenorizada análise da capacidade de inovação e da qualidade dos produtos e serviços oferecidos, o Millennium bim foi mais uma vez distinguido com o prémio de Melhor Banco em Moçambique, agora para o ano de 2023. Em 14 anos, esta é a 13ª vez que o Banco é reconhecido nesta categoria. Atribuído pela prestigiada revista financeira “Global Finance”, este prémio consolida a posição do Banco como instituição financeira mais premiada do país. Por outro lado, destaca a excelência do Millennium bim no sector bancário moçambicano e reconhece o seu papel na promoção do desenvolvimento económico do país.
Aeleição do Banco obedeceu a rigorosos critérios de avaliação, nomeadamente, a qualidade do serviço prestado ao Cliente, o desempenho financeiro, a solidez do balanço, o alcance geográfico, a capacidade de inovação tecnológica, a liderança no sector bancário, a estratégia orientada para os Clientes e o compromisso com a responsabilidade social corporativa.
Para o júri da Global Finance, o Millennium bim tem demonstrado uma elevada capacidade de resiliência e de rápida adopção de medidas proactivas em períodos pouco favoráveis ao desenvolvimento económico. “À medida que a crise financeira dos EUA se alastra para outras regiões, identificar os melhores bancos em serviços, estabilidade e conhecimento institucional é mais
importante do que nunca”, disse o fundador e Director Editorial da Global Finance, Joseph D. Giarraputo.
Para o PCE do Millennium bim, João Martins, “o sucesso não é mensurável apenas pela performance financeira do Banco, mas também, através da capacidade de inovação demonstrada ao longo de mais de 25 anos. Este reconhecimento público internacional reafirma o elevado desempenho de todos os Colaboradores na procura de novas soluções, capazes de satisfazerem as necessidades dos nossos Clientes”.
Os prémios conquistados ao longo dos últimos anos traduzem a solidez e qualidade dos resultados do Banco, da sua capacidade em inovar e da implementação de uma estratégia de crescimento sustentada.
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O Millennium bim destacou-se pela sua capacidade de inovação e pela qualidade dos seus produtos e serviços.
A revista Global Finance é uma referência internacional na informação sobre mercados financeiros e o sector bancário.
In 14 years, this is the 13th time the Bank has been recognized in this category.
Best Bank in Mozambique according to Global Finance
Millennium bim was once again distinguished with the Best Bank in Mozambique award for the year 2023, based on a detailed analysis of its innovation capacity and the quality of the products and services it offers. In 14 years, this is the 13th time that the Bank is recognised in this category. The prize is conferred by the prestigious financial magazine Global Finance and consolidates the Bank’s position as the most awarded financial institution in the country. On the other hand, it highlights Millennium bim’s excellence in the Mozambican banking sector and recognizes its role in promoting the economic development of the country.
The election of the Bank followed a rigorous evaluation process based on criteria such as the quality of service provided to clients, financial performance and solidity of the balance sheet, geographical reach, capacity for technological innovation, leadership in the banking sector, a client-oriented strategy and the Bank’s commitment to corporate social responsibility.
For the Global Finance jury, Millennium bim has demonstrated a high capacity for resilience and quick adoption of proactive measures during times least favourable to economic development. “As the US financial crisis spreads to other regions, it is more important than ever to distinguish the best banks in terms of service, stability and institutional knowledge”, stated the founder and editorial director of Global Finance, Joseph D. Giarraputo.
For Millennium bim’s chairman João Martins, “success in not only measurable by the Bank’s financial performance, but also by our capacity for innovation demonstrated over more than 25 years. This international public recognition reaffirms the high performance of all Employees in the search for new solutions to meet our Clients’ needs”.
The awards won over recent years reflect the solidity and quality of the Bank’s results, as well as its capacity for innovation and the implementation of a sustained growth strategy.
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Mozambeat Motel
O rústico-chique à beira-mar
Fotografia: Cortesia
do Mozambeat Hotel
Mozambeat Motel
O rústico-chique à beira-mar
Mozambeat é sinónimo de bem-estar, relaxamento e desfrute pleno das férias. Situado na praia do Tofo, a escassos 22km de Inhambane, este pequeno paraíso costeiro é um autêntico refúgio para os amantes de aventuras e calmaria de praia.
Tofo é um autêntico lar de espécies marinhas raras, proporcionando oportunidades para mergulhos épicos, em que poderá contemplar magníficas criaturas como raias, tubarões e as impressionantes baleias-jubarte, para além de uma diversidade de peixes coloridos e corais. A estadia aqui permite ainda a prática de surf e yoga, passeios pela vila, participação em feiras locais ou, se preferir, o simples prazer de relaxar sob
as palmeiras. E se ainda não está convencido a conhecer o Tofo, permita-nos falar-lhe mais sobre o Mozambeat Motel.
No Mozambeat, o tédio é um conceito desconhecido. Os visitantes vibram com a melodia presente e abraçam o ambiente artístico internacional criado pelos fundadores. Aqui, criou-se um ambiente tropical com influências das coloridas favelas da América
do Sul e um leque variado de entretenimento, como noites de cinema, festas na piscina e o famoso festival Mozbeat Fest. Este evento anual é animado por DJs que tocam no bar da piscina, com a participação de artistas internacionais e locais. O motel atrai festivaleiros, celebrações de casamentos e é o cenário perfeito para sessões de fotos.
As acomodações do Mozambeat exalam alegria e encan-
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Fotografia: Cortesia do Mozambeat Hotel
Escrito por: Emília Gimo
tam com o seu estilo rústico chique. Diferenciando-se dos hotéis tradicionais, o Mozambeat utiliza produtos e decorações locais, e cada quarto ostenta o nome de um músico internacional, como Mick Jagger, James Brown e Blondie. A equipa é extremamente simpática e dedicada, esforçando-se por superar as expectativas dos hóspedes e proporcionar uma experiência única. Além disso, é incansável na angariação de fundos para as comunidades locais, apoiando iniciativas de gestão de recursos, limpeza de praias, distribuição de alimentos e ajuda após o ciclone Dineo (ocorrido em 2017), o que evidencia o seu forte compromisso social.
O Mozambeat garante experiências memoráveis, com uma piscina convidativa, um bar animado, boa música e um ambiente paradisíaco. Oferece ainda um pequeno-almoço saudável e abundante, deliciosos frutos do mar frescos e uma fusão de cozinha local e internacional, ajustada ao gosto de cada hóspede. Tudo isto bem aqui, no Tofo, nesta bela pérola que é Moçambique.
Palates on the loose
Fotografia: Cortesia do Mozambeat Hotel
As acomodações do Mozambeat exalam alegria e encantam com o seu estilo rústico-chique.
Mozambeat Motel
Rustic-chic by the seaside
Written by: Emília Gimo
Mozambeat is synonymous with well-being, relaxation and holidays lived to the full. Located on Tofo beach, a mere 22 km from Inhambane, this small coastal paradise is a veritable haven for those who love adventures and beachfront calm.
Tofo is home to rare marine species, a perfect backdrop for epic dives where you will be able to gaze at magnificent creatures such as rays, sharks and the impressive humpback whales, not to mention a variety of colourful fish and coral. A stay here also allows for surfing and yoga, walks around the town, visits to local fairs and, if you prefer, the simple pleasure of relaxing under
palm trees. And if you are still not convinced to visit Tofo, let us tell you more about the Mozambeat Motel.
At Mozambeat, boredom is an unknown concept. Visitors vibrate with the melody present and embrace the international artistic atmosphere created by the founders. Here, a tropical ambiance has was achieved through referencing the
colourful favelas of South America and providing a wide range of entertainment such as movie nights, pool parties and the famous Mozbeat Fest. This annual event is animated by DJs playing at the pool bar, featuring international and local artists. The motel attracts festivalgoers, wedding celebrations and is the perfect setting for photo shoots.
Mozambeat’s lodgings ex-
ude joy and charm with their rustic-chic style. Distancing themselves from traditional hotels, Mozambeat uses local products and décor, and each room bears the name of an international musician, such as Mick Jagger, James Brown and Blondie. The staff are extremely friendly and dedicated, striving to exceed guests’ expectations
and provide a unique experience. In addition, it is tireless in raising funds for local communities, supporting resource management initiatives, beach clean-ups, food distribution and aid after Cyclone Dineo (2017), which highlights its strong social commitment.
Mozambeat provides mem-
orable experiences, with an inviting pool, a lively bar, good music and a heavenly setting. It also offers a healthy and abundant breakfast, delicious fresh seafood and a fusion of local and international cuisine, adjusted to individual guests’ tastes. All this is right here in Tofo, in this beautiful pearl that is Mozambique.
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Mozambeat provides memorable experiences, with an inviting pool, a lively bar, good music and a heavenly setting.
Fotografia: Cortesia do Mozambeat Hotel
MURAIS DOS BAIRROS
PERIFÉRICOS DE MAPUTO
REPRODUZIDOS EM LIVRO
“A criação do grupo surge como contraversão da cultura galeria-casa, casa-galeria.”
Fotografia: Mariano Silva
– Ivan Muhambe.
MURAIS DOS BAIRROS PERIFÉRICOS DE MAPUTO REPRODUZIDOS EM LIVRO
Maputo Street Art é um projecto de um grupo de jovens artistas de várias disciplinas que se juntou para imortalizar a cultura de rua. O grupo foi fundado entre 2011 e 2012, ano em que surgiram as primeiras manifestações artísticas, e Afroivan, como artisticamente é conhecido, foi o mentor da iniciativa.
António Ivan Muhambe, de 35 anos de idade, solteiro, natural da Cidade das Acácias, artista e desenhador multidisciplinar, foi quem desenvolveu a ideia e criou o grupo. Em conversa com a Xonguila começou por explicar que “Maputo Street Art” foi o nome que, logo à priori, ganhou unanimidade pelo facto de o projecto ter nascido na capital do País.
“Tenho minhas raízes aqui, escolhi esse nome por fazer muito sentido a marcação do território da arte urbana. O pessoal de Maputo vai querer sempre sublinhar Maputo, o pessoal da Beira certamente fará o mesmo [para a sua cidade], e assim sucessivamente. Olhei para “Maputo” como a província que me viu a nascer, e para a “Street Art” como arte de rua, que é a disciplina em que tenho maior interesse e que aparece no meio da busca de liberdade da minha existência. Neste sentido, a criação do grupo surge como contraversão da cultura galeria-casa, casa-galeria”, explicou orgulhosamente Ivan Muhambe, como também é carinhosamente tratado.
O grupo do “Maputo Street Art” é composto por 12 membros, 7 homens e 5 mulheres, parte das quais já pintou murais, tendo outras participado em actividades como, por exemplo, a coordenação e elaboração de planos do grupo. “Este ano esperamos ter
mais mulheres a pintar”, afirmou Afroivan, que acrescentou. “Temos mais homens que mulheres talvez porque a prática de arte de rua seja facilmente abraçada por rapazes, uma vez que eles trabalham frequentemente na rua, tendo mais familiaridade”.
Artistas de várias disciplinas, tais como fotografia, performance, teatro, vídeo, entre outras, fazem parte do grupo “Maputo Street Art”. “Fazemos arte de rua em outros contextos, porque ela não se limita a pintura, grafite ou artes visuais, falando especificamente dos murais. Temos dançarinos de rua, estátuas humanas, “squeite”, o pessoal que faz os “drifts” e truques de bicicletas. A ideia é todo mundo se juntar, fazendo-se a fusão do que cada um sabe fazer, e ocupar o espaço público”.
Na expectativa de projectar e eternizar o movimento “Maputo Street Art”, foi lançada, a 16 de Fevereiro do ano em curso, uma obra composta por textos e ilustrações, uma verdadeira colectânea de vários artistas. “A ideia é criar valor e visibilidade”, referiu a fonte, que, na mesma linha de abordagem, sublinhou: “A obra não é apenas de ilustrações. Têm no livro textos que explicam a transição entre as primeiras manifestações de arte urbana no contexto anterior e posterior à Independência, em particular a partir do ano 2000”.
“Com o livro queremos fazer
um mapeamento de obras de vários artistas independentes, não só dos envolvidos no projecto “Maputo Street Art”, mas também de todos os que trabalham em indústrias culturais criativas conhecidos, assim como anónimos”.
Para Afroivan, a ideia é trazer todos numa única obra que as pessoas possam consultar e ficar a saber quem são os artistas que estão no activo no domínio da arte urbana. Fazendo uma radiografia geral e criando um tráfego de oportunidades, porque a arte urbana é muito mais voluntária do que comissionada, a partir do livro os artistas estarão a vender mais a sua imagem e a sua obra. “Queremos igualmente com este livro criar um estudo, uma pesquisa, uma valorização monetária, assim como cultural”.
Na óptica do fundador do movimento “Maputo Street Art”, documentar em forma de livro feitos artísticos especialmente de um contexto centro urbano e periferia é criar um equilíbrio entre eventos artísticos, uma vez que tudo acontece no centro, nunca na periferia, apesar de a maioria dos fazedores de arte serem pessoas provenientes dos bairros periféricos: “Quando conseguimos criar equilíbrio entre a parte escura e a clara da coisa, facilmente percebemos que não é necessário a pessoa que vive na periferia ter que se deslocar à cidade só para ver uma dança, um grafite, ouvir uma música ou coisa do género.”
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Escrito por: Hélder Massinga
Do grupo Maputo Street Art fazem parte artistas de várias disciplinas, tais como fotografia, performance, teatro, vídeo, entre outras.
Fotografia: Mariano Silva
Para a materialização deste projecto, que culmina com o lançamento da primeira edição do livro “Maputo Street Art”, segundo conta António Ivan Muhambe, a componente de pesquisa e mapeamento das imagens, desenhos, pinturas, conhecidas assim como não, ajudou bastante na feitura da colectânea recentemente lançada.
Apesar de alcançado um grande objectivo com o lançamento do livro, o fundador do “Maputo Street Art” não deixou de apontar um dos principais desafios encarados ao longo do trabalho, sobretudo ao nível da cidade: “Aguardar pela autorização dos chefes de quarteirão, a permissão dos residentes e a atribuição de licenças por parte do município, sem contar com aquela burocracia! Desenvolvemos mais trabalhos nos bairros porque temos uma interacção positiva com as pessoas. No bairro, podemos entrar numa casa gentilmente e pedir para pintar uma parede, temos muito apoio doméstico, enquanto na cidade temos que cumprir com as exigências de permissão de espaços. Já no fazer arte de rua nas zonas peri -
féricas é mais a acessibilidade das obras”.
Em relação a planos futuros, Afroivan avançou que, ainda no decurso deste ano, sonha em fazer um festival de arte de rua no âmbito de arte urbana, dedicado não só a murais mas também a fotografia, instalação, projecção de filmes, vídeo, performance e teatro. “Pensamos fazer um festival móvel dentro dos bairros, onde as pessoas não precisam de sair pois o espectáculo vai até elas. Queremos investir num endereço físico onde as pessoas possam adquirir os nossos produtos, porque, para além de murais, fazemos sacolas, camisetas, quadros, entre outras manifestações artesanais e artísticas”.
António Ivan Muhambe afirmou, igualmente, que o livro foi feito com prazos apertados, portanto muitas disciplinas não foram incluídas nesta edição. “Esta obra é particularmente sobre murais da cidade de Maputo; vários outros murais espalhados pelas capitais provinciais não fazem parte deste trabalho. Na segunda edição, pensamos trazer uma versão mais ampla, com outros conteúdos, é por isso que esta -
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mos empenhados em fazer mais pesquisas.”
“Em tempos remotos tivemos ‘gangues’ que faziam arte de rua nos bairros e que actualmente desapareceram, queremos contar esse tipo de histórias. Queremos igualmente fazer um mapeamento mais amplo relativo não só a Maputo como também a outras regiões do país, porque nesta edição ativemo-nos apenas à Cidade das Acácias”, prosseguiu.
O livro é bilingue, a primeira parte em portu -
guês, a segunda em inglês, e conta com 203 páginas. No dia 16 de Fevereiro do ano em curso, fez-se o lançamento oficial da obra em Maputo, no Centro Cultural Moçambique – Alemanha. Já no dia 3 de Março foi a vez de ser lançada na cidade da Beira. O livro encontra-se disponível nas principais livrarias das duas cidades, e também pode ser adquirido em Portugal. Contou com o apoio da embaixada da Espanha, através da Cooperação Espanhola para o Desenvolvimento, à qual coube fazer a impressão.
“Pensamos fazer um festival móvel dentro dos bairros, onde as pessoas não precisam de sair pois o espectáculo vai até elas. Queremos igualmente fazer um mapeamento mais amplo relativo não só a Maputo como também a outras regiões do país.”
Fotografia: Mariano Silva
Fotografia: Mariano Silva
O livro Maputo
Street Art é uma obra composta por textos e ilustrações, uma verdadeira colectânea de vários artistas. “A ideia é criar valor e visibilidade.”
NEW BOOK REPRODUCES MURALS FROM THE OUTSKIRTS OF MAPUTO
Written by: Hélder Massinga
Maputo Street Art is a project by a group of young artists with diverse artistic practices who came together to immortalise street culture. The group was founded between 2011 and 2012 — the year of the first artistic manifestations — and mentored by Afroivan, as he is artistically known.
António Ivan Muhambe, 35 years old, single, a native of Cidade das Acácias (‘City of Acacias’, a moniker for Maputo), artist and multidisciplinary designer, was the one who came up with the idea and created the group. In conversation with Xonguila, he started by explaining that the name Maputo Street Art was unanimously accepted right from the start, given that the project was born in the country’s capital city.
“My roots are here. I chose this name because it makes a lot of sense to mark territory when it comes to street art. People from Maputo will always want to spotlight Maputo, people from Beira will certainly do the same [for their city], and so on. I chose “Maputo” after the prov-
ince I was born in, and “Street Art” as the literal art on the streets, a subject I am greatly interested in and that features in my search for freedom in the way I choose to exist. In this sense, the group emerged as a transgression to the traditional gallery house model”, proudly explained Ivan Muhambe, as he is also fondly known.
The Maputo Street Art group is made up of 12 members, of which seven men and five women. Some have already painted murals, while others have taken part in activities such as coordinating and creating plans for the group. “This year we hope to have more women [out there] painting”, said Afroivan, who added, “We have more men than women [in the group], perhaps because making street art is more easi-
ly embraced by young men, as they often work on the street and are more familiar with that [environment]”.
Artists from fields as diverse as photography, performance, theatre and video, among others, are part of the Maputo Street Art group. “We make street art in other contexts because it is not limited to painting, graffiti or visual arts on a mural, as one may think. We have street dancers, human statues, skating , the people who do the “drifts” and bike tricks. The idea is for everyone to get together, bring what each one knows how to do, and occupy public space”.
Seeking to promote and immortalise the Maputo Street Art movement, a book combining text and illustration, a veritable
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anthology of various artists, was launched on 16 February this year. “The idea is to add value and [increase] visibility”, said the source who, following that line of thinking, emphasized: “The work is not only about illustration. There are written pieces in the book that explain the first street art manifestations and the transition between preand post-independence contexts, particularly from the year 2000 [onwards]”.
“With this book, we want to map works from various independent artists — not only those involved in the Maputo Street Art project, but also others working in creative and cultural industries, both known and anonymous”.
For Afroivan, the idea was to gather them all in a single reference book that people can consult to get to know the artists currently active in the street art domain, giving us a cross-section of sorts and creating a traffic of opportunities, because street art is more often self-initiated rather than commissioned work. Through the book, featured artists will be selling their image and work more regularly. “With this book, we also want to create a study, a piece of research, a financial and cultural validation [of street art]”.
In the eyes of the founder of the Maputo Street Art movement, documenting artistic achievements in book form, especially ones emerging from the urban periphery rather than the centre, is a way to create a balance between these two worlds, since most events happen in the centre, never in the periphery, despite the fact that most art practitioners are people from the periphery neighbourhoods. “When we manage to create a balance between the
dark and the light part of this thing, we quickly realise that it is not necessary for the person living in the periphery to have to travel to the city just to see a dance, a graffiti, hear a song or something like that”.
According to António Ivan Muhambe, to turn this project into reality — which culminated with the launch of the first edition of the Maputo Street Art book — certain essential components were required, such as researching and mapping images, drawings and paintings, both well-known and lesser-known.
Despite achieving a major milestone with the book launch, the founder of Maputo Street Art pointed out the challenges faced during the process, particularly at city level: “Waiting for authorisation from the various ‘chefes de quarteirão’ [local city-block representatives, chosen and given authority by their respective residents’ communities], permission from the residents themselves and obtaining municipal licenses, not to mention all the bureaucracy! We do more work in the [periphery] neighbourhoods because we have a positive interaction with people. In these neighbourhoods, we can gently knock on a door and ask to paint a wall. We have a lot of support at that “domestic” level, whereas in the city we have to comply with regulations and what is or isn’t permitted in spaces. Making street art in the outskirts is more accessible”.
Concerning the future, Afroivan dreams of organising a street art festival later this year, dedicated not only to murals but also to photography, installation, film projection, video, performance and theatre. “We’re considering making a roving festival among the [periph-
ery] neighbourhoods; that way, people won’t need to go out because the show will come to them. We want to invest in physical premises where people can buy our products because, in addition to murals, we make bags, t-shirts and paintings, among other artisanal and artistic expressions”.
António Ivan Muhambe also stated that the book was made under tight deadlines, which meant that many artistic categories were not included in this edition. “This book primarily covers murals of the city of Maputo, and several other murals scattered around the provincial capitals are not part of this work. In the second edition, we are thinking of broadening the range for content, and that’s why we are committed to doing more research”.
“In a not so recent past, we had gangs who made street art in neighbourhoods, and who have since disappeared. We want to tell those kinds of stories. We also want to do a broader mapping, not only of Maputo but also of other regions in the country, because in this edition we are only focusing on Cidade das Acácias”, he continued.
The 203-page book is bilingual, with the first part in Portuguese and the second in English. On 16 February 2023, the book was officially launched in Maputo at the Mozambique-Germany Cultural Centre. On 3 March, it was launched in the city of Beira. The book is available in all major bookstores in both cities and can also be purchased in Portugal. It had the support of the Spanish Embassy, through the Spanish Agency for International Development Cooperation, which was responsible for printing it.
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Fotografia: Mariano Silva
“
Quando crio uma peça, não tomo por base um género de pessoa, mas sim se eu me atreveria a usá-la.
Gosto do que faço, gosto de ter essa liberdade e gosto que o meu trabalho mostre essa mesma liberdade.”
CRISTINA BASTOS, DO ENGENHO À ARTE
Escrito por: Eliana Silva
A arte surgiu quase por acaso. Durante a infância, e quase sem querer, cresceu em Cristina a habilidade de se expressar com as mãos. Aos 47 anos, vive em Aveiro, cidade que os pais escolheram quando o ambiente de guerra civil assombrava Moçambique.
No Moçambique da década de 90, altura em que era uma jovem em formação, a agora artista deparou-se com alguns desafios: “Cresci durante a guerra civil em Moçambique e aprendi, como toda a gente, a saber lidar com a falta de muita coisa. A minha mãe passava tardes a fazer trabalhos manuais comigo e com os meus irmãos. Utilizávamos diversos materiais, como papel, cabedal, vidros, sementes, paus, arames, massas de estrelinhas pintadas com diversas cores, e fazíamos, entre outras coisas, colares e pulseiras”, partilha Cristina.
Nasceu Ana, mas todos a conhecem por Cristina. Se procurarmos o seu rasto online vamos encontrar, com certeza, mais referências ao seu trabalho. Cristina Bastos é hoje joalheira e cria peças para uma marca com o seu nome.
Da abertura da loja dos pais ao curso de Joalharia na Escola Engenho e Arte foram instantes: “Tinha feito um interregno na minha licenciatura na universidade de Avei -
ro e queria retomar a minha formação, ao mesmo tempo que os meus pais iam abrir uma loja com um conceito bastante inovador à época –a Loja Oriente, em Aveiro – e precisavam de uma colaboradora. Vim em Novembro de 1996, abrimos a loja em Dezembro de 1996”, conta-nos, através de correspondência electrónica.
Anos mais tarde, Cristina começou a fazer brincos, colares e pulseiras com vidros rolados de garrafas partidas da praia, sementes, conchas, búzios, cabedal, metal dos clipes, utilizando também fio de estanho, fio de cobre e transístores que o pai tinha para arranjar os computadores e a televisão lá de casa. No seu íntimo, a artista em ebulição tinha necessidade de alargar as suas ferramentas de trabalho, explorando outros materiais, como pedras e metais mais nobres.
Com o crescer da sua arte, Cristina Bastos passou a dar corpo a algo mais concreto, e é aí que nasce a marca com o seu nome, que, segundo diz, resulta do cuidado que tem ao criar peças
de autor, sempre com base no mote ‘Wear your culture’, colocando, assim, Moçambique e a cultura moçambicana como caminho para onde quer que vá.
Actualmente, o grande desafio de Cristina Bastos é conseguir gerir a sua agenda. Com a loja fundada pelos seus pais, desenvolve peças para o Bairro Bistrô em Maputo, expõe no Hotel Moliceiro, em Aveiro (Portugal), e está a desenvolver uma parceria com uma empresa de pedras de Moçambique, para além das vendas que faz através das redes sociais.
“A paixão pela natureza e a sua biodiversidade leva-me a criar peças com características particulares que remetem a essa minha vivência. “Quando crio uma peça, não tomo por base um género de pessoa, mas sim se eu me atreveria a usá-la. Gosto do que faço, gosto de ter essa liberdade e gosto que o meu trabalho mostre essa mesma liberdade”, lê-se nas palavras de Cristina. A joalharia é, sem dúvida, a sua forma de expressão.
Diáspora 76 | Revista Xonguila © Ed. 58 • Maio - May 2023
Fotografia: Cortesia de Cristina Bastos
Fotografia: Cortesia de Cristina Bastos
“A passion for nature and biodiversity makes me create pieces whose characteristics reflect those experiences. ”
Fotografia: Cortesia de Cristina Bastos
Written by: Eliana Silva
She came into art almost by chance. The ability to express herself with her hands began in childhood and was involuntary. Now aged 47, she lives in Aveiro, the city her parents chose to relocate to when Mozambique was haunted by the spectre of civil war.
During the 1990s in Mozambique, a time when she was coming of age, the artist faced some challenges: “I grew up during the civil war in Mozambique and learnt, as everyone else, to deal with a shortage of many things. My Mom would spend afternoons doing handicrafts with me and my brothers. We used a variety of materials such as paper, leather, glass, seeds, sticks, wire, tiny starshaped pasta painted in many colours; we made, among other things, necklaces and bracelets”, shared Cristina.
She was born Ana, but everyone knows her as Cristina. If we look for her online, we will certainly find more references to her work. Cristina Bastos is a jeweller now, and creates pieces for a brand that bears are name.
Virtually no time passed between the opening of her parents’ store and her enrolment in the Jewellery degree at the Escola Engenho & Arte: “I had paused my honours degree at Universidade de Aveiro and was considering resuming it when my parents announced they needed a shopkeeper for the new store they were about to open –Loja Oriente, in Aveiro – which had a very innovative concept at the time. I came in November 1996, and we opened the store a month later, in December 1996”, she tells us via email.
Years later, Cristina began making earrings, necklaces and bracelets with glass fragments from broken bottles found on the beach, seeds, shells, conches, leather, metal
from paper clips and pewter wire, copper wire and transistors that her father had to fix computers and television sets at home. Deep inside, the budding artist had a need to expand her working tools, exploring other materials such as stones and more precious metals.
As her art grew, Cristina Bastos began to solidify her practice and created a brand under her own name, which she says is representative of the care she takes when creating original jewellery. Her creations are based on the motto ‘Wear your culture’, which places Mozambique and Mozambican culture squarely in her creative path, no matter what direction she takes.
These days, one of Cristina Bastos’s greatest challenge is to manage her agenda. Together with the store opened by her parents, she creates jewellery for Bairro Bistrô in Maputo, has displays at Hotel Moliceiro in Aveiro (Portugal) and is developing a partnership with a gemstones company in Mozambique, in addition to the sales she makes through social networks.
“A passion for nature and biodiversity makes me create pieces whose characteristics reflect those experiences. When I create a piece, I don’t take gender into account, but rather consider if I would dare to wear it. I like what I do, like having that freedom and like that my work shows that same freedom”, read Cristina’s words. Jewellery is, without a doubt, her mode of expression.
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 79
Fotografia: Cortesia da Kameleon Nos trilhos da inclusão digital
O Tablet Comunitário, da empresa Kamaleon, é um projecto que se propõe a fazer a diferença, a ser o game changer nas comunidades desfavorecidas.
Nos trilhos da inclusão digital O TABLET
COMUNITÁRIO DA KAMALEON
Em pleno século XXI, o mundo vive a era digital, e para muitos, as possibilidades parecem infinitas. No entanto, há ainda quem esteja à margem deste avanço, com barreiras que vão além do conhecimento – barreiras físicas, geográficas e socioeconómicas. É precisamente neste espaço que surge o Tablet Comunitário da startup tecnológica moçambicana Kamaleon, um projecto que se propõe a fazer a diferença, a ser o game changer nas comunidades desfavorecidas.
Agénese do empreendimento não poderia ser mais inspiradora. Nasce do reconhecimento de que as comunidades urbanas aprendem e crescem imenso com a integração na era digital. Com acesso à internet, tutoriais digitais, e-saúde e e-educação, o crescimento pessoal e socioeconómico é notável. No entanto, muitas comunidades sofrem a falta de infra-estruturas, electricidade e recursos humanos, barreiras que o Tablet Comunitário se compromete a ultrapassar, oferecendo essas mesmas oportunidades num formato realístico e acessível.
A Kamaleon é composta por uma equipa de gestão, coordenação, pesquisa e controle de qualidade e o departamento técnico. Com cinco anos de experiência no mercado, trabalha com afinco para trazer o mundo digital a quem dele mais precisa.
O projecto desenvolve-se como um modelo de comunicação interactiva em zonas rurais e remotas, alcançando também centros de deslocados internos. Promove a educação cívica em formato digital, facilitando a interactividade e comunicações online remotas nas áreas de educação e saúde. Por meio do e-learning, o tablet comunitário almeja trazer conhecimento e oportunidades aos grupos mais desfavorecidos.
A pandemia de covid-19, apesar de todos os desafios, evidenciou a importância vital do projecto. Durante o período de confinamento, a única forma de comunicação, de educação e até de interacção governamental foi a virtual. Por meio do Tablet Comunitário, tornou-se possível que uma comunidade em zonas remotas interagisse com o governo a nível central através de videoconferências.
Embora o desafio de chegar a estas comunidades remotas persista, sobretudo devido à dificuldade de acesso, toda a equipa, determinada a chegar à "última milha", trabalha arduamente numa solução que permita alcançar ainda mais pessoas em menos tempo. Com patentes re -
Facebook: Tablet Comunitario
Instagram: tabletcomunitario
LinkedIn: tablet Comunitario Twitter: @CommunityTablet
gistadas e know-how comprovado, prepara-se para fazer o scale up e aumentar o impacto do seu projecto.
O mundo digital é essencial para o funcionamento do Kamaleon. Sem o digital, nada anda. E o seu papel é precisamente esse: levar o digital à última milha, facilitando o acesso a serviços básicos e promovendo a inclusão digital. O futuro é promissor, com sede na província de Maputo, há planos para abrir outras sucursais nas outras províncias, expandindo assim o projecto.
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 83
Fotografia: Cortesia da Kameleon
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Twitter: @CommunityTablet
The path towards digital inclusion KAMALEON’S COMMUNITY TABLET
The 21st century is in full swing, and the world is living through a digital era. For many, the possibilities seem endless. However, there are those who are still on the margins of this progress, unable to access it due to obstacles that go well beyond knowledge: physical, geographical and socioeconomic barriers. Responding to this scenario, Mozambican tech startup Kamaleon created the Community Tablet, a project that aims to make a difference and be a game-changer for underserved communities.
The genesis of this enterprise could not be more inspiring. It began with acknowledging that urban communities learn and evolve significantly with digital integration. With internet access, online tutorials, e-health and e-education, personal and socioeconomic growth is remarkable. However, many communities suffer from a lack of infrastructure, electricity and human resources, obstacles that the Community Tablet is committed to overcome by offering those same resources in a realistic and accessible format.
Kamaleon’s team includes management, coordination, research and quality control and a technical department. With five years’ experience in the market, it works with dedication to take the digital world to those who need it most.
The project was conceived as an interactive communication model for rural and remote areas, as well for camps of internally displaced persons. It promotes civic education in digital format, enabling interactivity and remote online communications for the education and health sectors. Through e-learning, the Community Tablet seeks to bring knowledge and opportunities to the most underserved groups.
The Covid-19 pandemic confirmed the vital importance of this project, despite all the challenges that came with it. During periods of confinement, the only means of communication, education and even government interaction was virtual. Through the Community Tablet, it was possible for communities in remote areas to interact with the central government through videoconferencing.
Although it’s still a challenge to reach these remote communities, mainly due to the difficulties of physically accessing them, the entire team is determined to cross the finish line and is thus working hard on a solution that will allow them to reach even more people in less time. With registered patents and proven know-how, they are preparing to scale-up and increase the impact of the project.
The digital world is crucial for Kamaleon’s operations. Without digital, nothing moves. And their role is precisely that: to carry the digital through to the finish line, enabling access to basic services and promoting digital inclusion. The future is promising. Currently headquartered in Maputo province, they have plans to open branches in other provinces in order to expand the project’s reach.
Maio - May 2023 • Ed. 58 © Revista Xonguila | 85
Fotografia: Cortesia da Kameleon
PALOMA DE MELANCIA
INGREDIENTES:
TEQUILA OLMECA – 50 ML GELATINA DE MELANCIA JÁ CONFECCIONADA ÁGUA TÓNICA – 100 ML MEL – 3 COLHERES DE BAR
Colocar 3 colheres de bar cheias de mel no copo, deitar a tequila e misturar. Adicionar um cubo de gelatina de melancia, gelo e preencher com água tónica. Decorar com plantas comestíveis.
“Vamos sair da caixa e experimentar algo criativo.”
– Ivan Lopes, Spice Your Soul
Fotografia: Mariano Silva
WATERMELON PALOMA
INGREDIENTS:
Olmeca Tequila – 50 ml
Ready-made watermelon gelatine
Tonic water – 100 ml
Honey – 3 bar spoons
Place 3 bar spoonfuls of honey in a glass, pour in the tequila and mix. Add a cube of watermelon gelatine, ice and fill with tonic water. Garnish with edible plants. that previously contained artisanal black beer, which imbues the cocktail with a perfect harmony.
“Let’s step out of the box and try something creative.”
– Ivan Lopes, Spice Your Soul
Fotografia: Mariano Silva
“CENAS À TARDE ANIMAM”
O triunfo de um conceito de Kloro e amigos
Fotografia: Cortesia de Nelvio Mondlane
“CENAS À TARDE ANIMAM”
O triunfo de um conceito de Kloro e amigos
Em Moçambique, o hip-hop tem vindo a solidificar a sua presença de forma constante, com artistas locais a emergir e a cativar o público com as suas rimas incisivas e batidas hipnóticas. Neste panorama, sobressai a figura do rapper Kloro, que, além de ser uma das vozes mais destacadas do panorama hip-hop moçambicano, é o criador de um conceito único e inovador que tem atraído a atenção dos jovens e dos entusiastas da música.
"Cenas à tarde animam" é o título deste conceito, que engloba eventos ao ar livre realizados ao longo de tardes de Maputo, congregando artistas de hip-hop e de outras expressões musicais num ambiente descontraído e festivo. A intenção é estabelecer uma plataforma para promoção cultural, com especial ênfase nas artes performativas, na gastronomia, na educação e na cidadania, pro-
porcionando tardes repletas de animação.
Desde a sua concepção, estas “cenas à tarde” têm atraído um número crescente de seguidores e admiradores, que não apenas apreciam música de alta qualidade na sua diversidade, mas também têm a oportunidade de conhecer o património arquitectónico das nossas cidades através de
Fotografia: Cortesia de Nelvio Mondlane
abordagens criativas. Ressalta ainda a sua capacidade para reunir diferentes públicos em torno da música e da cultura em geral, exemplificando como a música pode ser um agente de mudança e inclusão social ao fomentar valores como a tolerância, a diversidade e a solidariedade.
"Cenas à tarde animam” tem dinamizado a cena
musical moçambicana, e merece ser valorizado e apoiado por todos aqueles que acreditam no poder da música e da cultura como instrumentos de transformação social. Parabéns a Kloro e a todos os artistas que têm contribuído para estes eventos, continuando a enriquecer as tardes moçambicanas com a sua música vibrante e energética!
Kloro, além de ser uma das vozes mais destacadas do panorama hip-hop moçambicano, é o criador de um conceito único e inovador que tem atraído a atenção dos jovens e dos entusiastas da música.
Fotografia: Cortesia de Nelvio Mondlane
"Cenas à tarde animam" engloba eventos ao ar livre realizados ao longo de tardes de Maputo, congregando artistas de hip-hop e de outras expressões musicais num ambiente descontraído e festivo.
Hip-hop is steadily consolidating its presence in Mozambique, with local artists emerging and captivating audiences with their incisive rhymes and hypnotic beats. Among the local scene, rapper Kloro stands out for being one of the most prominent voices of Mozambican hip-hop and for creating a unique and innovative concept that has drawn the attention of young people and music enthusiasts alike.
‘Cenas à tarde animam’ (“Afternoon things are cool”) is the name of this concept, which encompasses outdoor events held during afternoons in Maputo, bringing together hip-hop artists and others from different musical genres in a relaxed and festive atmosphere. The intention is to establish a platform that promotes culture, with special emphasis on the performing arts, gastronomy, education and citizenship, thus providing afternoons filled with entertainment.
Right from the start, these “afternoon things” have attracted a growing number of followers and admirers who not only enjoy the diverse, high-quality music, but also have the opportunity to get to know the architectural heritage of our cities through creative approaches. Their success attests to the concept’s ability
to bring together different audiences and gather around music and culture in general, exemplifying how music can be an agent of change and social inclusion by fostering values such as tolerance, diversity and solidarity.
‘Cenas à tarde animam’ has energised the Mozambican music scene and deserves to be valued and supported by all those who believe in the power of music and culture as instruments of social transformation. Congratulations to Kloro and all the artists who have contributed to these events, and who continue to enhance Mozambican afternoons with their vibrant and energetic music!
‘Cenas à tarde animam’ has energised the Mozambican music scene and deserves to be valued and supported by all those who believe in the power of music and culture as instruments of social transformation.
Fotografia: Mariano Silva
KUGA MUNU
Fantástico e realidade entrelaçados na TV
Como se desvenda o mistério de crimes insólitos, como o desaparecimento de albinos? Como se identificam os culpados e que tipo de castigo lhes é atribuído? Estas são perguntas cujas respostas a nova série do canal Maningue Magic, Kuga Munu, tenta esclarecer. Esta produção original moçambicana, que se estreou recentemente, explora estas inquietantes realidades, entrelaçando casos verídicos com investigações fictícias e uma abordagem académica ao estudo de crenças e práticas africanas.
João Ribeiro, director do Canal Maningue Magic, expressou entusiasmo com este novo projecto, afirmando: "Esta oferta é parte da nossa missão e dedicação em fornecer conteúdos cada vez mais criativos que abordam a nossa cultura, os nossos valores e as aspirações locais". Com efeito, Kuga Munu é mais do que uma simples série de televisão: é uma viagem maravilhosa e envolvente às raízes africanas que nos convida a reflectir sobre algumas das nossas práticas e crenças.
Produzida pela Afrocinemakers e dirigida por JJ Nota, Kuga Munu conta a história de Luphela Suthu, um jovem professor universitário de Antropologia Bantu que se vê envolvido num turbilhão de eventos após ser o principal suspeito no caso de desaparecimentos de albinos. Confrontado com a incapacidade da polícia em resolver casos sobrenaturais, Suthu decide abrir uma empresa de consultoria especializada em situações que envolvem o oculto. Ao longo da série, Suthu é acompanhado por uma equipa diversificada e multifacetada, constituída por Kayana Figueiredo, uma jovem médica finalista obcecada pela medicina tradicional, Luna Samurai, uma agente policial céptica em relação à feitiçaria, um advogado e seu amigo de infância e uma curandeira banida pela Associação de Médicos Tradicionais por utilizar métodos considerados ilegais. Juntos, enfrentam casos que desafiam a compreensão da polícia e da medicina convencional, encontrando-se frequentemente em situações de vida ou morte.
Fotografia: Cortesia da Multichoice Moçambique
Rodada em Maputo, Kuga Munu é uma série de drama e mistério que nos revela monstros inesperados do quotidiano – um vizinho, amigos, familiares e até maldições lançadas por pessoas próximas ou pela quebra de promessas feitas aos antepassados. A série confronta-nos com um dilema essencial: temer o pas-
sado ou aceitar os nossos ancestrais. É uma aposta arrojada e única na televisão moçambicana que promete captar a atenção de todos os telespectadores. A série é transmitida todos os domingos, às 20h30, no canal Maningue Magic. Uma viagem pelo fantástico e pela realidade que não vai querer perder.
Fotografia: Cortesia da Multichoice Moçambique
Kuga Munu é uma aposta arrojada e única na televisão moçambicana que promete captar a atenção de todos os telespectadores.
Fotografia: Cortesia da Multichoice Moçambique
KUGA MUNU BLENDING FANTASY AND REALITY ON TV
How does one solve unusual crimes such as the disappearance of albinos? How are the culprits found, and what kind of punishment is meted out to them?
‘Kuga Manu’, a new series on TV channel Canal Maningue Magic, attempts to answer those questions. Recently premiered, this original Mozambican production explores those disturbing realities, blending real-life cases with fictional investigations and an academic approach to the study of African beliefs and cultural practices.
The Director of Canal Maningue Magic, João Ribeiro, is enthusiastic about this project, stating that, “This offering is part of our mission and commitment to produce local content that tackles our culture, values and aspirations in increasingly creative ways”. ‘Kuga Manu’ is more than a regular TV series: it’s a fascinating and absorbing voyage into African roots, inviting us to reflect on some of our cultural practices and beliefs.
Produced by Afrocinemakers and directed by JJ Nota, ‘Kuga Manu’ tells the story of Luphela Suthu, a young university professor of Bantu Anthropology who finds himself caught up in a whirlwind of events after being named prime suspect on a case concerning the disappearance of albinos. Confronted with the Police’s inability to solve super-
natural cases, Suthu decides to open a consulting firm specialising in situations involving the occult. Throughout the series, Suthu is accompanied by a diverse and multitalented team comprised of Kayana Figueiredo, a young medical senior obsessed with traditional medicine; Luna Samurai, a police officer who regards witchcraft with scepticism; a lawyer, who happens to be his childhood friend; and a traditional healer who was banned by the Association of Traditional Healers for using methods considered illegal. Together they face cases that defy the comprehension of the Police and of conventional medicine, often finding themselves in life-threatening situations.
Set in Maputo, ‘Kuga Munu’ is a drama and mystery series that reveals unexpected monsters lurking in everyday life – a neighbour, friends, family members and even curses cast by people close to us or arising from broken promises made to ancestors. The series confronts us with an essential dilemma: fear the past or accept our ancestors. It’s a bold and unique offering on Mozambican television, promising to capture the attention of all viewers. The series is broadcast every Sunday at 8.30 p.m. on the Maningue Magic channel. You will not want to miss this voyage into fantasy and reality.
Concerto África-Europa
No âmbito do "Dia da Europa", a Delegação da União Europeia em Moçambique organizou, em parceria com o Centro Cultural Franco-Moçambicano, o Concerto África-Europa, num momento simbólico de celebração das relações entre ambos os continentes. O evento teve lugar no CCFM e contou com actuações de músicos moçambicanos, africanos e europeus.
Destacaram-se Assa Matusse (Moçambique/França), Lenna Bahule (Moçambique), Selma Uamusse (Moçambique/Portugal)
e Pongo (Angola/Portugal). A presença destas artistas, ilustrou de forma vibrante a contribuição da diáspora africana para a cena musical e cultural europeia. Este concerto representou uma das maiores manifestações culturais do ano, reunindo no mesmo palco cerca de 25 artistas nacionais e estrangeiros.
O objectivo principal foi destacar e promover a interação, o intercâmbio, a diversidade e a unidade entre as diferentes culturas, celebrando os laços entre a Europa e Moçambique.
Fotografia: Mariano Silva
Fotografia: Cortesia de Pernod Ricard
Pernod Ricard Moçambique
apresenta nova Embaixadora do Gin
Malaika Christinne irá dinamizar os Gins da Pernod Ricard em cinco geografias da África Austral.
As marcas Beefeater, Inverroche e Malfy da Pernod Ricard Moçambique contam com uma nova figura a representá-las a nível do país. Trata-se de Malaika Christinne, mais conhecida por Mozaparks.
Criar conceitos diferenciados não só de degustação mas também de convívios, sejam estes de alta energia ou mais reservados, também vai fazer parte do ramo de perspectivas a cargo da nova embaixadora, que representará, ainda, os mercados de Botswana, Zâmbia, Angola e Namíbia.
Com a entrada de Malaika Christinne, a Pernod Ricard Moçambique pretende dinamizar as referidas marcas em Moçambique, pelo que a ela caberá desenhar o plano anual de marketing de eventos e activações, transmitindo a mensagem das espirituosas ao público de forma prática numa comunicação de longo prazo.
A UPA
E OS PULMÕES DO NOSSO PLANETA
Comemora-se no dia que assinala o advento da primavera nos países do hemisfério norte, 21 de Março, o Dia Mundial das Florestas, uma celebração sancionada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. O propósito desta efeméride reside na sensibilização da população para o significativo impacto deste habitat e dos seus habitantes na nossa vida quotidiana. Nos dias de hoje, em face do aumento exponencial da desflorestação, esta comemoração global tem fomentado a realização de inúmeras actividades que visam realçar o papel fulcral que esses “pulmões” naturais desempenham no nosso planeta Terra, e que, infelizmente, nem sempre recebem o devido apreço.
Este ano, o lema escolhido para assinalar o dia foi “Florestas saudáveis para pessoas saudáveis”, enfatizando os benefícios que as florestas oferecem ao bem-estar colectivo. A provisão de água e energias renováveis, o combate ao aquecimento global, a protecção da biodiversidade e a contribuição para a saúde e desenvolvimento rural e urbano são apenas alguns dos privilégios de que o ser humano pode usufruir, se se empenhar na protecção deste habitat.
Neste âmbito, a associação ambiental UPA (Unidos pelo Ambiente), que a Xonguila tem feito questão de acompanhar dado o seu papel exemplar no mundo estudantil, promoveu uma palestra na Escola Primária Completa do Triunfo, destinada aos alunos do 6º ano, sobre os impactos da desflorestação. A iniciativa incluiu actividades dinâmicas e questionários, com o objectivo de partilhar conhecimento e sensibilizar os alunos para os efeitos negativos da desflorestação e formas de contribuir para o combate a esse flagelo, sendo a consciencialização o primeiro passo. No dia seguinte, a UPA alargou este esforço pedagógico, promovendo uma actividade de
campo na Escola Portuguesa de Moçambique (EPM-CELP), prosseguindo com a celebração do Dia Mundial das Florestas. Esta actividade teve lugar no Pátio das Laranjeiras, contando com a presença e participação dos alunos da Escola Primária Completa do Triunfo. Foram simbolicamente plantadas duas laranjeiras, baptizadas de “Oloha” (que significa sonho, na língua emakwa) e “Okhala” (vida/viver, igualmente em emakwa), que foram entronizadas como as mascotes da UPA, destinadas a crescer com as sucessivas gerações de alunos que passarem pela escola. O plantio de árvores foi escolhido por reafirmar o papel destas e da acção de plantar no ambiente. As árvores são as prin
cipais responsáveis pela redu
ção dos níveis de dióxido de carbono e pela melhoria na qualidade do ar, beneficiando directamente a saúde humana e protegendo a biodiversidade e o solo.
Esta actividade com as crianças promove a sua sensibilização e desenvolvimento de competências práticas, bem como um sentido de pertença, incentivando todos a serem mais conscientes e responsáveis com os pulmões do planeta, as nossas florestas.
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Fotografia:
Cortesia da UPA
CAROTA N’TCHAKATCHA FEITIÇOS E MITOS
De súbito, e todos viram, um vulto emergiu das águas a caminhar para a margem, com as mãos a limpar do corpo pedaços de folhas coladas, e a lançar para as águas algumas cobras, que a ele estavam agarradas. As plantas abriram-lhe a passagem, e ele caminhou, ousado e sereno, com o seu sorriso enigmático. Parecia um regressado, de uma outra dimensão, de um lugar ignoto. Outros répteis de infinitas cabeças também emergiram e voltaram a mergulhar, desaparecendo no interior do pântano. O homem estava ali, diante de todos, sem quaisquer rasgões, na carne, ou ferida no peito ou em qualquer outra parte do corpo
CAROTA N’TCHAKATCHA – FEITIÇOS E MITOS
(‘CAROTA N’TCHAKATCHA – SPELLS AND MYTHS’)
“Suddenly, and in front of all, a figure emerged from the water and began walking towards the shore, his hands wiping away fragments of leaves stuck to his body, and throwing snakes into the water, which had been clinging to him. The plants opened up a passage for him, and he continued to walk, bold and serene, with his enigmatic smile. He looked like a returnee, coming back from another dimension, an unknown place. Other multi-headed reptiles also emerged and dived again, disappearing into the interior of the swamp. The man stood there before everyone’s eyes, unscathed, bearing no wounds to the chest or any other part of the body”.
NDANGU WA TXINDI NA MUSUMBULUKU
Moveu-me a necessidade de registar e partilhar o que julgo saber ou recordar da história da nossa família, de onde viemos, o que moveu os nossos avós e pais, e o que nos move a nós, na esperança de que os que nos seguem escolham para onde querem ir e o que os deve mover. Diz-se, “prepara os filhos para criarem e se ajustarem ao seu futuro... vã é a tentativa de criar o futuro para os filhos”. Afinal, o futuro não existe, não é um lugar ou um destino, é o percurso que cada um faz ou ajuda a fazer.
Memória, cada um tem a sua. Seleccionada pelo seu eu, esquecendo e recordando, voluntariamente ou não, alguns factos, alguns acontecimentos. Inventando aqui e ali, para dar sentido e fazer fluir a estória.
NDANGU WA TXINDI NA MUSUMBULUKU
“I was moved to record and share what I think I know or remember about our family history, where we came from, what drove our grandparents and parents, and what drives us, in the hopes that those who follow us will choose where they want to go and what should drive them. It is said, ‘prepare your children to create and adapt to their future...foolish is the attempt to create your children’s future’. After all, the future does not exist. It is not a place nor a destination, but rather the path that each one takes or helps build.”
As for memory, everyone has their own. Selected by the self, forgetting and remembering – voluntarily or not – some facts, some events. Inventing here and there, to give meaning and make stories flow.
Trabalhador moçambicano
Trabalhador moçambicano, Herói do suor e da labuta, De sol a sol, dia após dia, Tua coragem não diminui.
Com força e determinação, Fazes crescer a tua nação, Erguendo pontes e estradas, Trabalhando com devoção.
Nas plantações e nas minas, Nas fábricas e nos campos, Teu trabalho é a tua vida, E dás o teu melhor a cada momento.
Trabalhador moçambicano, Com tua força e perseverança, Transformas sonhos em realidade, E fazes do teu país uma esperança.
Teu trabalho é a tua glória, E teu suor é a tua honra, Pois és um exemplo de bravura, E um símbolo de superação.
Trabalhador moçambicano, Que a tua luta nunca cesse, E que o teu trabalho seja sempre Recompensado com justiça e progresso.
Pintado Gaspar