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superiores de curta duração e de egressos do ensino médio, por volta de 2018

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Tabela 1.1 Características dos alunos de cursos de bacharelado e de cursos superiores de curta duração e de egressos do ensino médio, por volta de 2018

Alunos de bacharelado Alunos de CSCDs Egressos do EM que nunca ingressaram no ensino superior

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Mulheres (%) Idade (anos) Urbanos (%) Casados (%) Empregados (%) Tempo integral (%) Renda Q1 (%) Renda Q2 (%) Renda Q3 (%) Renda Q4 (%) Renda Q5 (%) 54,4 24,0 90,3 14,5 41,8 56,7 8,9 13,1 19,0 23,9 35,0 63,1 24,9 80,8 22,6 43,6 54,4 14,4 17,0 23,5 25,9 19,3 50,1 35,9 81,1 57,2 70,6 73,9 16,8 21,1 22,3 22,2 17,6

Fonte: Cálculos do Banco Mundial com base na Base de Dados Socioeconômicos para a América Latina e o Caribe (SEDLAC). Nota: A tabela mostra as médias das características de alunos matriculados em cursos de bacharelado e Cursos Superiores de Curta Duração (CSCDs) e para egressos do ensino médio que nunca ingressaram no ensino superior, independentemente da idade. São mostradas médias simples sobre os países da ALC. “Urbanos” denota o percentual de alunos residentes em áreas urbanas. “Empregados” denota se o aluno trabalha, seja em tempo integral ou meio período. Um trabalhador de meio período (tempo integral) trabalha menos do que (no mínimo) 40 horas por semana. “Tempo integral” denota o percentual de alunos que trabalha em tempo integral, condicionado ao trabalho. “Renda Q1” denota o percentual de alunos no quintil 1 da distribuição de renda (20 por cento inferiores) e da mesma forma para os quintis restantes. Os quintis da distribuição de renda correspondem à renda familiar total. Todas as diferenças nas características médias entre alunos de CSCDs e de cursos de bacharelado são significativamente diferentes de zero. As diferenças nas características médias entre alunos de CSCDs e egressos do ensino médio são significativamente diferentes de zero, com exceção de urbanos e renda Q1, Q3, Q4 e Q5.

quando são relativamente jovens. Em relação aos alunos de curso superior, os egressos do ensino médio tendem a ser casados, a estar empregados e a trabalhar em tempo integral. Além disso, também tendem a estar entre os 40 por cento inferiores da distribuição de renda.10 Em outras palavras, os alunos de CSCDs são ainda mais desfavorecidos do que os de cursos de bacharelado.

O fato de que os CSCDs atraem alunos de menor nível econômico em comparação com os alunos de bacharelado pode ter contribuído para o estigma dos CSCDs na região, que tendem a ser vistos como menos desafiadores e gratificantes do que os cursos de bacharelado. Ao mesmo tempo, a capacidade dos CSCDs para atrair alunos desfavorecidos e não tradicionais indica a capacidade de atender a um segmento de mercado qualitativamente diferente - um segmento que necessita de formação flexível, rápida e prática.

Fato estilizado 4. As taxas de conclusão são mais altas para CSCDs do que para cursos de bacharelado.

Em média, as taxas de conclusão de CSCDs são maiores do que as de cursos de bacharelado (57 por cento e 46 por cento, respectivamente). Os CSCDs têm taxas de conclusão mais altas em todos os países da região, exceto México, Panamá e Honduras (Figura 1.6),11 diferentemente dos Estados Unidos, onde os CSCDs têm taxas de conclusão mais baixas do que as de cursos de bacharelado

Figura 1.6 Taxas de conclusão, por volta de 2018

Percentual 100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0 El SalvadorColômbiaCosta RicaEquador Chile PeruNicaráguaBolívia México América Latinae CaribeParaguaiArgentina Brasil UruguaiPanamáHonduras

Bacharelado Curta Duração

Fonte: Cálculos do Banco Mundial com base na Base de Dados Socioeconômicos para a América Latina e o Caribe (SEDLAC) e dados administrativos para Brasil e Colômbia. Nota: Os dados são para os seguintes anos: Argentina (2018), Bolívia (2018), Chile (2017), Costa Rica (2018), Equador (2018), El Salvador (2018)), Honduras (2016), México (2018), Nicarágua (2014), Panamá (2016), Paraguai (2018), Peru (2018) e Uruguai (2018). As taxas de conclusão são estimadas como a razão do número de indivíduos de 25 a 29 anos que concluíram um curso superior e o número de indivíduos de 25 a 29 anos que alguma vez ingressaram em um curso superior. Para cada país, a diferença entre as duas taxas de conclusão é significativamente diferente de zero. Para Colômbia e Brasil, as taxas de conclusão de cursos de bacharelado são a razão entre a média de graduados em 2014, 2015 e 2016 e o número de alunos que ingressaram em 2010. As taxas de conclusão para Cursos Superiores de Curta Duração (CSCDs) são a razão entre a média de graduados em 2012, 2013 e 2014 e o número de alunos que ingressaram em 2010.

(33 por cento e 62 por cento, respectivamente).12 Vários fatores podem explicar essa diferença. Em primeiro lugar, uma vez que a ALC tem uma proporção maior de alunos do ensino médio em cursos de bacharelado em comparação com os Estados Unidos, para muitos desses alunos as perspectivas de concluir seus cursos podem ser ruins.13 Em segundo lugar, os alunos de cursos de bacharelado na ALC devem escolher um curso (área acadêmica de graduação) em seu primeiro ano, em vez de ter aulas de educação geral como nos Estados Unidos. Isso significa que, caso queiram mudar de curso, os alunos precisariam iniciar o novo curso do zero, e essa rigidez pode levar os interessados em mudar de curso a abandonar completamente o ensino superior. Em terceiro lugar, os serviços de apoio e aconselhamento aos alunos podem ser mais fracos na ALC do que nos Estados Unidos, complicando a identificação e o acompanhamento de alunos em dificuldades. Em quarto lugar, os cursos de bacharelado são mais longos na ALC (duram nominalmente pelo menos cinco anos) do que nos Estados Unidos, o que pode redundar em taxas de evasão relativamente altas.

É claro que o fato de os CSCDs terem taxas de conclusão mais altas do que os cursos de bacharelado na ALC também pode indicar que os CSCDs têm padrões de formação mais baixos, talvez para acomodar um corpo discente mais desfavorecido. No entanto, como mostra o próximo fato estilizado, na ALC os egressos de CSCDs obtêm resultados melhores no mercado de trabalho do que muitos alunos de bacharelado, sugerindo que, mesmo com padrões baixos, os CSCDs aumentam o capital humano dos alunos.

Fato estilizado 5. No mercado de trabalho, egressos de CSCDs obtêm resultados melhores do que egressos do ensino médio e alunos que abandonaram cursos de bacharelado.

A Figura 1.7, painel a, mostra a taxa de desemprego para indivíduos da PIA que concluíram pelo menos o ensino médio. Entre os cinco graus de escolaridade, a taxa de desemprego é menor entre os egressos de CSCDs (3,7 por cento).14

Na ALC, em média, 48 por cento da PIA incluem trabalhadores informais, dentre eles assalariados em empresas com até cinco funcionários, autônomos com no máximo o diploma de ensino médio e trabalhadores com renda não declarada. Enquanto, em média, 52 por cento dos concluintes do ensino médio trabalham no setor formal (Figura 1.7, painel c), entre os egressos de CSCDs esse número é de 82 por cento. O emprego formal para egressos de CSCDs é menor do que para concluintes de bacharelados, mas substancialmente maior do que para alunos que abandonaram cursos de bacharelado.

Em média, o salário por hora de egressos de CSCDs é 45 por cento maior do que o de concluintes do ensino médio (Figura 1.7, painel d). Esse prêmio é certamente menor do que o de egressos de cursos de bacharelado, para os quais equivale a 124 por cento. No entanto, é maior do que o prêmio para alunos que abandonam um curso de bacharelado.15

Embora a Figura 1.7 indique que os egressos de bacharelado obtêm, em média, os melhores resultados no mercado de trabalho entre indivíduos que concluíram pelo menos o ensino médio, também indica que o indivíduo precisa efetivamente concluir um curso de bacharelado para obter esses resultados. Se o indivíduo não se forma, seus resultados são piores, em média, do que os de um egresso de CSCD. Em outras palavras, um CSCD pode ser uma opção melhor para um aluno com probabilidade alta de abandonar um curso de bacharelado. Dado que cerca de metade dos alunos do ensino superior da região abandonam um curso de bacharelado,16 essa conclusão é particularmente importante.

Resumindo, em média a ALC tem poucos alunos cursando CSCDs. A recente expansão do ensino superior, longe de resolver esse problema, pode tê-lo agravado ao ampliar a matrícula em cursos de bacharelado a uma taxa mais alta do que em CSCDs. Apesar da tendência dos CSCDs de atrair, em média, alunos desfavorecidos e não tradicionais, suas taxas de conclusão são mais altas do que as de cursos de bacharelado, talvez indicando a atratividade de cursos superiores curtos, flexíveis e práticos. Os resultados no mercado de trabalho para os egressos de CSCDs não apenas superam os de concluintes do ensino médio, mas também

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