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5.8 O que deve ser ensinado e como?

deixá-los sair sem nenhum tipo de credencial. Como o mercado de trabalho é melhor para egressos de CSCDs que para os que abandonam o bacharelado, a ideia da “rampa de saída” parece particularmente promissora (Capítulo 1).

Para promover aprendizagem ao longo da vida, os cursos precisam não só ser flexíveis, mas também curtos. Do jeito que estão, alguns cursos podem simplesmente ser longos demais. Considerando particularmente a urgência que temos hoje em formar capital humano qualificado, a simplificação dos programas — com um novo desenho e menor duração — é uma forma simples e barata de tornar o ensino superior mais flexível e atraente. O Quadro 5.8 ilustra algumas inovações recentes no desenho curricular.

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Quadro 5.8 O que deve ser ensinado e como?

À medida que o foco do ensino superior muda de diplomas para habilidades, surge uma nova questão — de que modo os cursos podem identificar as habilidades especificas que devem ensinar? Como podem ensinar as habilidades de forma eficiente e eficaz para que os egressos possam ter um desempenho máximo nos seus empregos? Uma resposta a essa pergunta vem da Pesquisa de Cursos Superiores de Curta Duração do Banco Mundial (WBSCPS). Diretores de cursos relataram ter trabalhado junto com empresas para avaliar as suas necessidades, inclusive cooperado com algumas no desenho curricular e avaliação dos alunos. Outra resposta vem dos Estados Unidos, onde algumas instituições comunitárias de ensino superior aplicam uma estrutura de “caminhos guiados” em suas grades curriculares.29 Isso envolve o “mapeamento do curso”, identificando as competências necessárias para que os egressos tenham sucesso no mercado de trabalho ou em estudos futuros; mapeando essas competências para transformá-las em habilidades; e finalmente projetando os cursos, métodos de ensino e atividades para que transmitam essas habilidades. Nessa abordagem as disciplinas não são vistas como elementos independentes, mas como passos ao longo de um percurso coerente. O corpo docente passa menos tempo apresentando conteúdo e mais tempo liderando atividades que fortalecem a motivação dos alunos e focam nessas competências (por exemplo, aprendizagem baseada em projetos e ensino baseado em casos). A aprendizagem baseada em projetos é um exemplo específico de “aprendizagem experiencial” na qual a Northeastern University foi pioneira por meio do seu modelo “co-op”. Nesse modelo, os alunos dividem o seu tempo entre a sala de aula e o trabalho com grande fluidez entre os dois componentes, fazendo com que um impacte o outro de forma deliberada.30

Na mesma linha, a McKinsey Generation aplica uma abordagem direcionada e baseada em tarefas a seus programas de desenvolvimento funcional.31 Sob essa abordagem identifica-se as atividades mais importantes exigidas em cada trabalho visando a formulação de um currículo para o ensino das habilidades necessárias, assegurando assim que sejam desempenhadas no mais alto nível. É importante destacar que são essas as atividades que separam os alunos com bom desempenho acadêmico dos que tem um desempenho ruim; os que alcançam sucesso no mercado dos que fracassam. Tomemos o exemplo de um desenvolver web, cuja tarefa, na essência, é desenvolver interfaces de fácil utilização. Isso requer habilidades técnicas, como codificação Java e gerenciamento de banco de dados, e habilidades comportamentais, como avaliar as necessidades do usuário, receber feedback e entregar versões iterativas pontualmente. Assim, com um treinamento baseado em tarefas o aluno treina repetidamente as habilidades até dominá-las plenamente.

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