
16 minute read
muita variação
Tabela O.4 Em média, os CSCDs na ALC têm um currículo, uma infraestrutura e um corpo docente bons – mas com muita variação
Característica Programática Mediana D.P.
Advertisement
Currículo fixo 70,19 45,75
Ensinam competências cognitivas Ensinam competências socioemocionais Oferecem ensino corretiva durante o curso 79,34 40,49 94,69 22,42 57,55 49,44
Porcentagem de tempo dedicado à formação prática Estágios fora da instituição são obrigatórios Número de alunos por laboratório ou oficina Não ministravam aulas a distância antes da pandemia 46,70 16,86 57,75 49,41 59,43 133,25 65,64 47,50
Relação corpo discente-corpo docente Percentual de professores de meio período Percentual de professores com 5+ anos de experiência Percentual de professores que trabalham na indústria Percentual dos professores com bacharelado
13,30 23,28 61,54 30,28 55,74 33,12 42,13 30,92 82,11 29,50 Avaliam professores pelo menos uma vez por ano 86,32 34,37 Quase todos /todos os professores receberam treinamento profissional no ano anterior 54,83 49,78 As IESs têm um conselho de administração além de um reitor/diretor 89,13 31,13
Fonte: Pesquisa de Cursos Superiores de Curta Duração do Banco Mundial (WBSCPS). Nota: A tabela mostra a mediana e o desvio médio e padrão de algumas características dos cursos relacionadas com currículo e formação, infraestrutura, corpo docente e governança, conforme informados pelos diretores de cursos. A WBSCPS inclui apenas São Paulo e Ceará no Brasil, e cursos autorizados no Peru. ALC = América Latina e Caribe; CSCD = Curso Superior de Curta Duração; D.P. = Desvio Padrão; IES = instituição de ensino superior.
ensino a distância pode ter representado um desafio significativo para os cursos na região.
Em geral, os cursos apresentam uma baixa proporção entre corpo discente e corpo docente. A maioria dos instrutores trabalha meio período e tem experiência substantiva na indústria e boas qualificações acadêmicas. A maioria é avaliada pelo menos uma vez por ano com base em vários critérios, incluindo avaliação por alunos, avaliação por pares e avaliação do planejamento de aulas. Cerca de metade dos curso ofereceu treinamento profissional a todo ou quase todo o seu corpo docente no ano anterior. A maioria dos cursos é ministrada por IESs que têm um conselho de administração, além do reitor/diretor, dando voz a várias partes interessadas, como professores, alunos e empresas.
Em média, os cursos trabalham com a indústria e auxiliam os alunos na busca de emprego (Figura O.12), designando uma pessoa específica (membro da diretoria, diretor de curso ou funcionário) para interagir com as empresas. Tendem a manter contratos de estágios com empresas privadas, que muitas vezes fornecem equipamentos para a prática, treinam professores, colaboram na elaboração do currículo ou na avaliação de alunos e mantêm convênios para contratar egressos de cursos. Os cursos se comunicam com as empresas para identificar suas necessidades e solicitar feedback sobre contratações recentes de seus egressos.
Figura O.12 Em média, cursos superiores de curta duração da ALC engajam o setor produtivo e ajudam os seus alunos a encontrar um emprego
Empresas oferecem estágios
Cursos designam encarregado de relações com o setor produtivo
Cursos coletam dados sobre emprego dos egressos
Empresas ajudam a projetar a grade curricular / avaliar os alunos
Cursos investigam as necessidades das empresas locais com frequência
Empresas fornecem equipamentos para o treinamento
Cursos coletam dados sobre a satisfação dos empregadores
Empresas concordam em empregar os egressos
Empresas treinam o corpo docente
Cursos fornecem informação sobre o mercado de trabalho
Cursos treinam os alunos para entrevistas de emprego
Cursos arranjam entrevistas de emprego com empresas
Cursos administram agência de empregos
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Por cento
Assistência na busca de emprego Engajamento do setor produtivo
Fonte: Pesquisa de Cursos Superiores de Curta Duração do Banco Mundial. (WBSCPS). Nota: O gráfico mostra a mediana da amostra de algumas características dos cursos relacionadas ao engajamento com o setor produtivo e assistência aos alunos na busca de emprego, conforme relatado por diretores de cursos. “Frequentemente” significa mais de uma vez ao ano. A WBSCPS inclui somente São Paulo e Ceará para Brasil, e cursos autorizados para o Peru. ALC = América Latina e Caribe; CSCD = Curso Superior de Curta Duração.
Os cursos apoiam a procura de emprego dos alunos de várias maneiras, embora a mais comum seja relativamente passiva — fornecendo informações sobre o mercado de trabalho. Menos comuns são os serviços de utilidade mais imediata, tais como providenciar entrevistas de emprego, trazer recrutadores para o campus ou preparar os alunos para a procura de emprego. E, embora a grande maioria dos cursos avalie o desempenho de alunos e professores mais de uma vez por ano, os cursos se envolvem com menos frequência em atividades relacionadas com os resultados dos alunos no mercado de trabalho, como, por exemplo, solicitar a opinião das empresas sobre seus ex-alunos, investigar as necessidades de habilidade das empresas ou coletar dados sobre a colocação e o emprego dos seus egressos.
Nos países pesquisados os CSCDs tendem a acreditar que os alunos dão mais valor à qualidade do treinamento oferecido (Figura O.13, painel a), o que pode explicar por que os cursos parecem prestar mais atenção à grade curricular, corpo docente e treinamento prático que à busca de emprego e resultados dos alunos no mercado de trabalho. Quem sabe seja por isso que os cursos tendam a se achar superiores aos seus concorrentes em qualidade do treinamento, mas não em resultados no emprego (Figura O.13, painel b). Isso sugere que embora os
Figura O.13 O emprego pode não ser a principal prioridade para alunos ou provedores de CSCDs na ALC
Por cento 70
60
50
40
30
20
10
0 a. Característica mais importante do curso para os alunos b. Aspectos nos quais o curso acredita ser melhor que os seus concorrentes
Brasil Colômbia República Dominicana Equador Peru Brasil ColômbiaRepública Dominicana Equador Peru
Qualidade do treinamento Emprego Preço acessível Calendário acadêmico e serviços Treinamento Equipamento e serviços Emprego Opções de financiamento
Por cento 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Fonte: World Bank Short-Cycle Program Survey (WBSCPS). Nota: O Painel a mostra a porcentagem de cursos que relatam cada característica como sendo a mais importante para os seus alunos. As características incluem qualidade do treinamento, preço acessível, calendário acadêmico e serviços para os alunos e emprego. O Painel b mostra o percentual de programas que se consideram melhores que CSCDs semelhantes em cada uma das seguintes categorias: treinamento, emprego, equipamento e atendimento e opções de financiamento. “Qualidade do treinamento” inclui qualidade do corpo docente, treinamento prático e qualidade acadêmica; “Preço acessível” inclui custos do curso e auxílio financeiro por parte da IES; “Calendário acadêmico” inclui o cronograma de aulas e a qualidade do atendimento aos alunos; “Emprego” inclui as perspectivas de emprego após a formatura, oportunidades de estágio, assistência na busca de emprego e vinculação da IES com potenciais empregadores; “Equipamento e atendimento” inclui infraestrutura e serviço de atendimento acadêmico ao estudante. Um curso pode se considerar melhor que os seus concorrentes em mais de um aspecto. Para o Brasil foram incluídos somente São Paulo e Ceará, e para o Peru apenas cursos autorizados. ALC = América Latina e Caribe; CSCD = Curso Superior de Curta Duração.
CSCDs respondam à economia local e tentem, em média, oferecer um bom treinamento, podem precisar de incentivos para colocar mais ênfase nos resultados dos seus alunos no mercado de trabalho.
O Que Torna um Curso “Bom”?
Os dados ricos coletados por meio da WBSCPS permitem a identificação de práticas (por exemplo, a relação do curso com o setor produtivo), insumos (por exemplo, laboratórios para aulas práticas) e características (por exemplo, tempo de existência do curso) dos CSCDs que estão associadas a bons resultados dos alunos, ajustando para as características dos alunos. A análise concentra-se em quatro resultados: taxa de abandono, tempo até o diploma, e emprego formal e rendimentos do trabalho dos egressos. Os determinantes de qualidade foram agrupados em seis áreas: infraestrutura; grade curricular e treinamento; custo e financiamento; engajamento com o setor produtivo (incluindo assistência na busca de emprego); corpo docente; e práticas relacionadas à admissão, graduação e governança. Embora os
dados não permitam afirmar os impactos causais dos determinantes da qualidade, as suas associações com os resultados são informativas.
Com base na análise estatística, a taxa de abandono e o tempo até a obtenção do diploma são mais baixos em cursos que adotam uma grade curricular, avaliam o corpo docente mediante avaliação de pares, e contratam corpo docente com experiência no setor produtivo (Figura O.14). Maior acesso a empregos formais e rendimentos mais elevados são alcançados quando os cursos contam com dotação suficiente de infraestrutura para o treinamento prático, acesso à internet no local, ensino de competências numéricas, aulas de reforço durante o curso, uma agência de empregos, corpo docente com experiência no setor produtivo e oferta de bolsas ao alunos da IES. A realização de provas de admissão e existência de conselho diretor (além do diretor ou reitor), também estão associados a um melhor desempenho acadêmico e melhores resultados no mercado de trabalho. O mesmo vale para mensalidades mais caras, que podem pressionar os alunos a ser formarem logo, ou assegurar insumos de melhor qualidade. Ao mesmo tempo, algumas práticas parecem prejudicar os resultados dos alunos. Por exemplo, exigir uma tese de formatura atrasa a formatura, e certos tipos de envolvimento do setor produtivo (como acordos em que empresas fornecem equipamentos ou contratam egressos) parecem prejudicar os salários.
Existe, naturalmente, uma grande variação entre as práticas e insumos dos cursos (Tabela O.4, coluna “D.P.”). Esses resultados sugerem que alguns cursos poderiam melhorar os resultados dos alunos com a adoção de práticas e insumos associados a bons resultados, o que poderia ajudar a reduzir a preocupante variabilidade na qualidade dos cursos — a brecha entre os cursos “bons” e “ruins”.
Cabe aqui fazer uma ressalva importante. Para medir os resultados a análise contou com os resultados médios dos cursos conforme relatados à WBSCPS pelos diretores dos CSCDs. Idealmente a análise utilizaria dados administrativos dos alunos — dados pessoais e formação, CSCD concluído e resultados do mercado de trabalho. Na maioria dos países da ALC, esse tipo de dados não existe ou não está disponível para pesquisas. Assim, embora a WBSCPS tenha contribuído para avançar na definição do que faz um curso ser “bom”, a ausência de dados dificulta qualquer avanço adicional. Conforme mostramos a seguir, a disponibilização desses dados ajudaria não só os pesquisadores, como todas as partes interessadas.6
Políticas Públicas para Realizar o Potencial dos CSCDs
Juntos, os resultados deste estudo indicam que embora pareçam promissores, os cursos superiores de curta duração também têm deficiências causadas até certo ponto por falhas nas políticas públicas. Por exemplo, as agências reguladoras podem achar que alguns cursos tiram proveito dos alunos, mas podem não ter as informações necessárias para identificar esses cursos ou a disposição para tomar uma atitude contra eles. Também podem achar que os alunos não deveriam escolher cursos de baixo retorno, mas podem não coletar e divulgar as informações que os alunos precisam para fazer boas escolhas. E podem ainda reconhecer as dificuldades financeiras dos seus alunos, mas não estar dispostos a realocar recursos
Figura O.14 CSCDs com bons resultados apresentam insumos, práticas e características especificas
Categorias Determinantes de qualidade
Taxa de abandono Tempo até a formatura Emprego formal Rendimentos do trabalho
Infraestrutura Internet disponível no local para professores e alunos Materiais suficientes para as aulas práticas
Treinamento e grade curricular
Grade curricular fixa Ensina competências numéricas Oferta de créditos para graduações mais longas Oferta de aulas de reforço durante o curso Exigência de tese ou pesquisa para a formatura Custos Custo anual das mensalidades Pelo menos alguns alunos recebem bolsa de estudos da IES
Vínculo com o setor produtivo
Corpo docente
Outras práticas A IES tem uma agência de empregos O setor produtivo empresta/fornece equipamentos para o treinamento dos alunos Acordos com empresas para a contratação de egressos Avaliação de pares para o corpo docente Planos de aula tem grande peso na avaliação do corpo docente Percentual do corpo docente trabalhando no setor produtivo Percentual de mulheres no corpo docente Percentual do corpo docente com 5+ anos de experiência Percentual do corpo docente < 40 anos de idade Admissão mediante prova de conhecimentos gerais ou específicos Admissão mediante entrevista IES tem conselho diretor além de reitor/diretor
Fonte: Cálculos do Banco Mundial com base no documento de referência de Dinarte et al. (2021) para este relatório. Nota: A tabela apresenta um resumo dos resultados sobre as correlações entre os determinantes de qualidade e os resultados acadêmicos e no mercado de trabalho dos cursos (estimativa descrita no Capítulo 4 deste livro); os determinantes de qualidade e resultados médios no mercado de trabalho dos cursos foram reportados pelos seus diretores. Verde (vermelho) indica que a característica melhora (piora) o resultado. CSCD = Curso Superior de Curta Duração; IES = instituição de ensino superior.
públicos para os mais necessitados. É possível que sejam favoráveis à ideia de que CSCDs concedam créditos para cursos de bacharelado, mas não se informem de como isso funciona na prática. Podem endossar a ideia de caminhos acadêmicos flexíveis entre vários diplomas, porém aplicando regras excessivamente rígidas.
Em vez de dispensar os CSCDs ou colocá-los em segundo plano — como pode ter sido a tendência no passado — os formuladores de políticas poderiam optar por lidar com as políticas falhas que levaram às deficiências dos CSCDs, e
fornecer um ambiente no qual as instituições ofereçam bons cursos, os alunos fazem escolhas informadas, e as necessidades de indivíduos, empresas e a economia sejam atendidas. Neste momento crítico, e considerando a necessidade urgente de habilidades na região, realizar o potencial dos cursos superiores de curta duração surge como uma questão fundamental a resolver por meio de políticas públicas.
O estudo concentra-se em quatro categorias de políticas públicas: informação, financiamento, supervisão e regulação, e caminhos para o desenvolvimento de habilidades. Optar por um único instrumento de política pública não é viável; para enfrentar as múltiplas deficiências serão necessários múltiplos instrumentos, complementando os pontos fortes dos instrumentos e mitigando possíveis efeitos não intencionais advindos de cada instrumento em particular.
Informações comparativas sobre os cursos são necessárias para os formuladores de políticas — que precisam regular o setor e responsabilizar os CSCDs, e para os alunos — que precisam fazer escolhas informadas. Essas informações devem incluir salários médios dos egressos e taxas de emprego formal, bem como custos, opções de financiamento e requisitos acadêmicos. Devem ainda ser facilmente disponibilizadas, por exemplo em um site. Contudo, novas evidências indicam que a mera disponibilização de informação não basta para afetar as escolhas dos alunos, que precisam ser engajados diretamente (mediante orientação acadêmica ou sites interativos, por exemplo) para assegurar que recebam e processem informações relevantes, oportunas e úteis.
Será preciso corrigir as desigualdades no financiamento, tanto para restaurar a equidade de acesso ao ensino superior, quanto para aproximar a economia a uma composição e nível de habilidades otimizados. Dadas as atuais restrições orçamentárias, esse objetivo poderá ser alcançado mediante a redistribuição do financiamento entre alunos com diferentes níveis de renda, tipos de curso (CSCDs e bacharelados) e tipos de instituição (IESs públicas e privadas), com o objetivo global de fornecer a maior assistência para os alunos mais necessitados. Considerando que o financiamento público pode não ser suficiente, empréstimos com amortizações contingentes à renda cuidadosamente projetados, concedidos por instituições públicas ou privadas, poderiam ser uma opção viável para conseguir recursos adicionais. Em última análise, o financiamento de CSCDs — e o desenvolvimento de habilidades em geral — podem ser vistos como um componente contracíclico do sistema de proteção social, que cresce em períodos de recessão para ajudar as pessoas a encontrar um novo posto de trabalho.
Supervisão e regulação são fundamentais para eliminar os cursos de pior qualidade e promover um ambiente onde sejam ofertados apenas cursos de boa qualidade. A agência reguladora deverá estabelecer normas de responsabilização baseadas em resultados — por exemplo, uma regra de “primeiro não faças dano”, segundo a qual os resultados dos alunos no mercado de trabalho sejam bons o bastante para que, em média, os alunos não percam dinheiro com o curso. Também deverá fazer uma triagem dos novos cursos com intenção de entrar no mercado, autorizando apenas aqueles com bons resultados esperados, além de monitorar os cursos periodicamente (por exemplo, anualmente) usando normas
de responsabilização baseadas em resultados, e publicar os achados. E o mais importante, deverá fechar os cursos de baixo desempenho. De fato, uma meta realista em termos de regulação — e a “primeira linha de ataque” — poderia ser simplesmente a eliminação dos cursos de pior desempenho.
Para facilitar a aquisição de habilidades em blocos ou módulos como parte da aprendizagem ao longo da vida, devemos incentivar a implementação de caminhos flexíveis. Ao concluir um bloco o aluno receberia uma credencial que contaria em direção a um diploma. Entre os caminhos flexíveis nos Estados Unidos estão transferências de CSCDs para bacharelados, certificados empilháveis, distintivos digitais, e uma abordagem baseada em certificados primeiro.7 Embora todas as alternativas acima mereçam ser exploradas, talvez seja mais importante ajustar os cursos de bacharelado para absorver os alunos de CSCDs que ajustar os CSCDs para permitir o ingresso a bacharelados. A experiência negativa das instituições comunitárias de ensino superior nos Estados Unidos, que conferem a maior flexibilidade para facilitar a transferência para cursos de bacharelado, sugere que tornar os CSCDs mais flexíveis pode não ser a resposta. 8 Considerando os bons resultados médios sendo alcançados por CSCDs na ALC, parece que são os bacharelados — e não necessariamente CSCDs — que precisam de mais flexibilidade. Tornar os cursos mais enxutos é outra maneira de injetar flexibilidade no ensino superior, já que muitos cursos — particularmente bacharelados — podem simplesmente ser longos demais.
Voltando à questão do estigma dos CSCDs, é realmente justo e realista à luz das evidências? Embora CSCDs tenham deficiências que podem ter contribuído ao estigma que paira sobre eles — inclusive, possivelmente, a baixa qualidade dos cursos de pior desempenho — também têm pontos fortes que é possível que muitos alunos desconheçam. As políticas descritas neste relatório devem ajudar a mitigar o estigma dos cursos superiores de curta duração. Campanhas informativas para promover os CSCDs também devem ajudar — particularmente se colocarem empresas privadas como “defensoras” dos CSCDs —.9 Mas talvez precisemos também de uma nova maneira de pensar o ensino superior, que valorize a oferta de uma variedade de cursos para que cada aluno possa encontrar o que melhor se encaixa com as suas necessidades.10 O formulador de políticas não deve objetivar a maximização do número de bacharéis, mas a maximização do potencial de cada aluno mediante cursos superiores de qualidade, independentemente do tipo de curso. Do mesmo modo, o objetivo do aluno não deve ser a obtenção de um diploma de bacharelado a qualquer custo, mas sim a conclusão de um curso compatível com as suas necessidades, preparo acadêmico e interesses.
CSCDs ingressaram no cenário do ensino superior na ALC relativamente tarde e não alcançaram um papel de destaque nesta região onde os bacharelados são considerados como a melhor chave para a mobilidade econômica, ou até mesmo a única. Apesar disso, no contexto atual CSCDs podem ser de extrema utilidade para superar a crise de desemprego e produção gerada pela pandemia de COVID-19, bem como para preparar as pessoas para o mundo