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Prêmio UBC

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foto_Miguel Sá, Brunno Ryfer e Sandro Mendonça

UMA NOITE QUE REFORÇA A FÉ NA VIDA

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Cerimônia de entrega a Milton Nascimento do Prêmio do Compositor Brasileiro, principal troféu do Prêmio UBC 2019, reúne constelação de estrelas em releituras de obras do Bituca. A emoção flui solta na Casa UBC por_ Antonio Carlos Miguel do_ Rio fotos_ Miguel Sá, Brunno Ryfer e Sandro Mendonça

Por_Antonio Carlos Miguel do_Rio

foto_Miguel Sá, Brunno Ryfer e Sandro Mendonça

Recente pesquisa realizada em plataformas de streaming revelou que nenhum outro país ouve tanto suas canções nacionais quanto o Brasil. As razões para esse fenômeno são muitas, mas, entre elas, está a riqueza de uma música que tem representantes como Milton Nascimento, o ganhador do Prêmio do Compositor Brasileiro, principal distinção do Prêmio UBC 2019. Ele recebeu seu troféu na Casa UBC, no Centro histórico do Rio, na noite de 15 de outubro.

Decorada como um vilarejo do interior de Minas, ainda na rua, como uma via de trem (tema de diversas canções de Milton) no elevador e, no salão principal, como um clube de jazz, a Casa UBC viveu um dos seus momentos mais mágicos. O pianista Jonathan Ferr tocava versões instrumentais de clássicos de Milton enquanto os convidados desfrutavam do ambiente relaxado, e que respirava música. Antes da entrega do prêmio principal, a superintendente do Ecad, Glória Braga, recebeu o Troféu Fernando Brant por seus 35 anos de trabalho para o desenvolvimento da gestão coletiva de direitos autorais no país.

Kell Smith durante a sua emocionante interpretação para "Clube da Esquina 2"

Treze composições de Milton foram recriadas no show, que teve direção artística de Zé Ricardo e reuniu 14 intérpretes. Consagrados e jovens revelações, de diferentes estilos, espelhando a diversidade da música brasileira.

Após uma versão instrumental de “Vera Cruz” (Milton e Márcio Borges), Elba Ramalho entrou em cena para uma “Fé Cega, Faca Amolada” que injetou sotaque nordestino no clássico de Milton e Ronaldo Bastos.

Em seguida, no papel de MC, o ator Thiago Lacerda alternou a leitura de mensagens enviadas por colegas de Milton (entre outros, Caetano Veloso, Nelson Motta e Hamilton de Holanda) com a chamada ao palco dos intérpretes.

Almério e Anna Lu

Para “Certas Canções” (letra de Milton, música de Tunai), a escolhida foi uma das novas vozes afrobrasileiras, a baiana Xênia França. Duas outras revelações, Almério e Anna Lu se juntaram em “Cais” (Milton e R. Bastos). Antes de recriar “Tarde” (Milton e M. Borges), sem a banda, “apenas” com seu violão, um emocionado João Bosco lembrou o quanto foi impactado pelo homenageado.

Xênia França

“Milton Nascimento é um milagre. É aquilo com que a gente se depara, é apresentado e não sabe direito o que é, de onde vem. Milton é um milagre porque a gente não consegue explicar”, ele afirmou.

Emoção que prosseguiu tanto na voz da já veterana (desde o útero de Elis) Maria Rita (em “Morro Velho”, letra e música de Milton) quanto na de uma das novatas (e surpresas) da noite, a paulistana Kell Smith (em “Clube da Esquina 2”, de Milton e Lô Borges).

Chico César voa alto com "Paula e Bebeto"

Fora de seu habitual terreno pop, Toni Garrido transitou seguro por “Encontros e Despedidas” (Milton e Fernando Brant). Enquanto, em outro momento solo, o paraibano Chico César voou alto com “Paula e Bebeto” (Milton e Caetano).

Toni Garrido

Mais uma dupla de novos, com o fluminense Rubel e a baiana Luedji Luna, foi formada para “Nada será como antes”(Milton e R. Bastos). Só com seu violão, José Ibarra (vocalista do Dônica) encarou “San Vicente” (Milton e F. Brant) e convenceu,

passando o bastão para Rogério Flausino. Com a banda montada para a festa, o vocalista do Jota Quest mostrou um pop “Coração de Estudante” (Wagner Tiso e Milton).

Para fechar a noite, ainda tinha o bis. Após receber o troféu das mãos de seus colegas Antonio Cícero, Aloysio Reis e Ronaldo Bastos, Milton era só emoção, tanto que, com gestos, expressou não ter condições de falar. Mas, logo em seguida, com todo o elenco, soltou a voz em “Maria, Maria” (Milton e F. Brant). Outra prova de que o Brasil “possui a estranha mania/ de ter fé na vida”. Com Milton, e seus tantos parceiros, dá para acreditar.

Glória Braga recebendo o Troféu Fernando Brant

VEJA MAIS Na página da UBC no YouTube, um resumo dos shows e da emoção da noite ubc.vc/YTUBC

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