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Novidades Nacionais

CÉU PERMEADA PELA ELETRÔNICA

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Destaque de sua geração, a cantora Céu lança seu quinto disco, “Apká!”. O nome veio de uma palavra repetida pelo filho caçula, Antonino, que grita o termo inventado em momentos de alegria. Produzido por ela, pelo marido (e pai de Antonino), o baterista Pupillo, e pelo francês Hervé Salters, tecladista da banda General Elektriks, o álbum passeia pelos diversos estilos musicais já abraçados pela artista, aqui permeados pela sonoridade eletrônica — ora de sabor vintage, ora mais atual — e traz nove faixas assinadas pela cantora, sozinha ou em parceria. As duas únicas músicas de outros compositores foram feitas especialmente para a artista: “Pardo”, de Caetano Veloso, com letra sobre um relacionamento afetivo entre dois homens e que conta com a participação de Seu Jorge, e “Make Sure Your Head is Above”, de Dinho Almeida, do Boogarins.

VEJA MAIS O clipe da faixa “Coreto”, do disco “Apká!” ubc.vc/CeuApka

SYLVIO FRAGA: ÁLBUM, ESÚDIO, VINIL

foto_João Atala

Rocinante, o cavalo de Dom Quixote, batiza a gravadora comandada pelo compositor e poeta Sylvio Fraga, que possui estúdio próprio, em Araras (RJ), e em alguns meses abre uma fábrica de vinil. Ilessi, Thiago Amud e Orquestra Rumpilezz são alguns artistas do cast. O lançamento mais recente é o álbum “Canção da Cabra”, do Sylvio Fraga Quinteto coassinado com Letieres Leite. Produzido por Duda Mello e o próprio Fraga, o álbum tem parcerias de Fraga com Thiago Amud e Pedro Carneiro, além dos colegas de Quinteto. Esse é o terceiro disco de Sylvio. “Foi uma experiência única. Eu mostrava as músicas (ao Letieres), a gente discutia a instrumentação, olhava as harmonias, os ritmos, ouvia referências juntos. Fizemos um mergulho”, define.

OUÇA MAIS As 15 canções do álbum ubc.vc/SFQ

CLARA VALVERDE, SOM E IMAGEM

foto_Maria Bernardo

Enquanto seu álbum de estreia não chega, a paulista Clara Valverde lança uma faixa por mês, sempre com material visual junto. Em agosto, ela soltou single e clipe de “A Gente Faz”, parceria com Josefe. A canção é produzida por Pedro Sarapicos e Josefe, que participa também do vídeo dirigido por Stefano Loscalzo. A pegada é pop dançante. Em setembro, foi a vez de “Incendeia”, produzida por Sarapicos e Josefe, em que a cantora envereda pelo reggae. Em outubro, veio “Quero Você”, mais pop, com vídeo produzido por Beatriz Person. No futuro disco, ela promete dar espaço outras referências musicais. “Acho que ele sai daquela carinha de Nova MPB e vai para um outro caminho com influências importantes para mim”, conta.

VEJA MAIS O clipe de "Quero você" ubc.vc/QueroClara

A REVOLUÇÃO AMOROSA DE CHICO CÉSAR

foto_José de Holanda

“O Amor é um Ato Revolucionário” é o mais recente álbum de Chico César. São 13 canções assinadas pelo artista sozinho, com produção de André Kbelo Sangiacomo e do próprio Chico César, responsável ainda pela direção musical ao lado de Helinho Medeiros, pianista de seu grupo. As exceções são “History” (produzida e arranjada por Márcio Arantes), “Pedrada” (produzida e arranjada por Eduardo Bid) e a versão bônus de “Eu Quero Quebrar” produzida por André Abujamra. O artista conta que, embora haja um tom politizado em algumas faixas, ele buscou falar sobre diversos assuntos. “Se abrimos mão da poesia para fazermos panfleto, aquilo que combatemos já venceu”, argumentou ele em entrevista ao diário ‘O Estado de S. Paulo.’

OUÇA MAIS O álbum na íntegra ubc.vc/ChicoAmor

MARLON SETTE, TROMBONE E MUITO GROOVE

foto_Flavio Pereira

A base é o trombone. A partir dele, o instrumentista, compositor e arranjador Marlon Sette empreende uma moderna e sofisticada viagem por um repertório próprio — ou em parcerias com Claudio Zoli, Rogê, Kassin, Domênico Lancellotti, Alberto Continentino e Hyldon — no seu primeiro disco solo, “Fogo na Caldeira”, que encontra na execução em dose dupla um resultado intrigante. “O mais especial desse disco é esta concepção de ter dois grupos com grandes músicos em um sistema que chamo de ‘double band’: as duas bandas tocam a mesma música, cada uma com desenhos, linha e estilo diferentes da outra. O resultado é muito interessante, com uma polirritmia bem groovada”, explica o artista, que já tocou com grandes nomes da nossa música, como Gilberto Gil, João Donato, Jorge Ben Jor e Hyldon.

OUÇA MAIS O álbum na íntegra ubc.vc/MarionFogo

SÁ,BEM ACOMPANHADO

Depois de quase 50 anos, Luiz Carlos Sá realiza seu primeiro álbum sem Guarabyra, com quem formou o trio Sá, Rodrix & Guarabyra e, depois, a dupla Sá & Guarabyra — da qual ainda faz parte. “Solo e Bem Acompanhado” tem 12 canções, sendo nove inéditas. O disco conta com as participações de Frejat (em “A Ilha”, de Sá e Guarabyra, primeiro single do trabalho), Lucy Alves (ela canta e toca acordeão em “Eu Te Via Clareando”, música inédita feita em 1970 por Sá com Torquato Neto, morto em 1972), Armandinho (em “Serra Mineira”, que Sá assina sozinho), Golden Boys (em “Os 10 Mandamentos do Amor”, de Sá e Pedrão Boldanza, lançada há dez anos por Sá & Guarabyra) e Roupa Nova (“Caçador deMmim”, de Sá e Sergio Magrão, escrita em 1981). As canções seguem o estilo que acompanhou o artista em toda sua carreira, o rock rural.

OUÇA MAIS A faixa “A Ilha” ubc.vc/AIlha

FIDUMA & JECA, AMOR E HUMOR

A dupla Fiduma & Jeca se prepara para lançar seu mais novo projeto, o DVD “Alcooústico 2”. O trabalho foi gravado no antigo graneleiro Swift, patrimônio histórico de São José do Rio Preto (SP), e traz 15 faixas inéditas, entre elas “Paz Interior”, de Gustavo Mioto, e “Igrejinha Azul”, de Matogrosso & Mathias. A primeira música apresentada foi “Alcoonteceu”, que conta com a participação de Pedro Paulo & Alex e e tem a pegada romântica com toques de humor que é a marca de Fiduma & Jeca. O trabalho vem no rastro do sucesso do DVD “Alcooústico”, lançado pela dupla em 2018.

VEJA MAIS O vídeo de “Alcoonteceu” ubc.vc/FJAlcoo

POTÊNCIA FEMININA EM DOSE TRIPLA

Iara Ira é um projeto que une a gaúcha Duda Brack, a potiguar Juliana Linhares (do Pietá) e a carioca Julia Vargas. O repertório do álbum homônimo, de 16 faixas, passa por nomes como Gilberto Gil (“Mãe da Manhã”), Caetano Veloso (“Da Maior Importância”), Luli e Lucina (“Gira das Ervas”/“Coração Aprisionado”) e Ian Ramil (“Coquetel Molotov”), entre outros. O lançamento é o primeiro do projeto Joia ao Vivo, que comemora os dez anos do selo Joia Moderna.“Iara Ira é roda de fogueira, é ritual de acender as corpas para fortalecer as lutas femininas. Essa união de nós, mulheres, é um ato político importantíssimo, somente nesse cardume de vozes as viradas de poder serão possíveis”, diz Juliana. “É muito bonito poder registrar isso em um disco. Pelo momento sociopolítico que estamos atravessando, muitas coisas acabam se ressignificando, ganhando mais peso e mais intensidade”, comenta Duda Brack.

OUÇA MAIS As 16 faixas do disco ubc.vc/IaraIra

CORES E TEXTURAS DE VICTOR MUS

foto_Zéca Vieira e Miguel Moura

O cantor e compositor carioca Victor Mus lança o EP “Meus Nós”, seu segundo trabalho solo. O disco é a etapa final da Mostra Novos Talentos da Música, da FIRJAN/ SESI, que ele venceu na categoria Voto Popular. “Que Sorte a Minha”, um pop com influências do ijexá e do sambareggae, conta com a participação da cantora baiana Illy. As outras faixas são “Vapor”, “Coragem” e “Porto Seguro”. “É um projeto bastante plural. Em quatro faixas, aproxima referências regionais de uma linguagem pop característica do meu trabalho”, diz o artista.

VEJA MAIS O clipe de “Vapor” ubc.vc/VMVapor

FAPPO: DUPLA PERSPECTIVA

Enquanto produz seu segundo álbum, Fappo lança a primeira faixa, “Errante”,com clipe interativo. Com direção de Gabriel Motta, o vídeo pode ser visto sob os opostos pontos de vista das suas duas protagonistas. “Recebi de uma amiga a missão de musicar uma carta para seu ex-marido. Percebi que o momento mais forte em um término é quando você se dá conta que não há mais esperança”, escreveu Fappo. O álbum é produzido com Diogo Brochmann (Dingo Bells) e tem participações de Rodrigo Fischmann (Dingo Bells), Leonard Brawl (Fruet e os Cozinheiros), Andressa Ferreira (Três Marias) e André Mendonça (Marmota Jazz).

VEJA MAIS O clipe de “Errante” ubc.vc/Errante

FRANGO ELÉTRICO E SOM SABORES

Ana Frango Elétrico — nome artístico antropofágico da carioca Ana Fainguelernt — tem só 21 anos, mas uma experiência pregressa em artes plásticas e visuais, poesia e um montão de composições que produz sem parar desde os 16, bebendo e misturando de fontes como Rita Lee, Jorge Ben Jor, Gal Costa (fase tropicalista), Björk, David Bowie e muito mais. “Minhas letras de as coisas de surrealismo antropofágico. Mas não de uma antropofagia de Oswald de Andrade, de absorver todas as culturas. É mais das coisas se engolirem mesmo, um armário engolir um cachorro, essas coisas”, ela definiu ao jornal “O Globo”. Depois do elogiado “Mormaço Queima”, de 2018, ela lança seu segundo álbum, “Little Electric Chicken Heart”, mais um passeio pop e ultraestiloso por gêneros e referências dos anos 50 aos nossos dias.

OUÇA MAIS As canções do disco ubc.vc/Frango

SIBA, MARACATU, COCO E REFLEXÕES

“Coruja Muda” é o terceiro disco da elogiada carreira solo do pernambucano Siba. As 11 faixas passeiam pelos ritmos pernambucanos que o norteiam, como o maracatu de baque solto e o coco — boa parte das canções tem a voz de Mestre Nico como contraponto à de Siba, como é tradição no gênero. Também fica evidente a influência da música africana, sobretudo do guitarrista congolês Franco (morto em 1989), do grupo OK Jazz, com direito a uma versão de uma canção do artista, “Azda (Vem Batendo Asa)”. Produzido por João Noronha, o álbum traz algumas participações, como Chico César, Arto Lindsay, Alessandra Leão. O conceito que norteou tudo foi a ideia de que há um espaço indeterminado associado à nossa parte humana e à nossa parte animal. “É um assunto que tem ressonâncias políticas muito profundas, como o racismo, por exemplo. Muito fácil considerar um outro homem como não tão humano assim”, Siba disse à revista ‘Continente’.

OUÇA MAIS As 11 faixas do disco ubc.vc/SCoruja

PROJETO IMPULSO

Os participantes do projeto de mentoria, capacitação e networking promovido pela UBC também têm lançamentos recentes.

Canto Cego

Dias antes de fazer sua estreia no Rock in Rio, no Espaço Favela com curadoria de Zé Ricardo, a banda da comunidade da Maré, no Rio, lançou o álbum “Karma”. O trabalho é um potente comentário em 14 faixas autorais sobre a crise da sociedade, a sensação de deslocamento, a solidão e outros temas que aparecem na forma de rock, ritmos afros, funk, samba e poesia recitada.

Romero Ferro

O pernambucano também lançou disco, “Ferro”, com dez faixas autorais que passeiam pelo brega, o pop e o new wave. Com produção quase toda de Leo D, do Mundo Livre S/A, à exceção de uma faixa produzida por Benke Ferraz, do Boogarins, esse é o segundo álbum de Ferro. “Consegui pôr meu coração nele, traduzir quem eu sou”, ele disse.

Mulamba

As meninas também fizeram lançamento, do clipe da canção “Vila Vintém”, reconstituição de um violento e criminoso incêndio ocorrido na comunidade homônima em Curitiba. “É a música menos ouvida do álbum, mas quisemos investir nela, mesmo não sendo um single ou um hit, porque nos tocou demais a história por trás”, explicou Fer Koppe, violoncelista da banda.

FRED FALCÃO: 50 ANOS DE UBC

Ele tem mais de 300 composições, gravadas por Wilson Simonal, Maysa, Clara Nunes, Beth Carvalho, Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Golden Boys, Boca Livre, Leny Andrade, Pery Ribeiro... Aos 82 anos, Fred Falcão comemora em dezembro 50 anos de filiação à UBC; em março de 2020, uma década como conselheiro; e, neste tempo todo, um montão de boas histórias. “Só o Paulo Sergio Valle (presidente da UBC) letrou cinco (músicas minhas). Também assino com Elias Muniz, Manno Góes, nosso imortal Antonio Cicero e o Aloysio Reis, nosso diretor financeiro”, enumera o pernambucano, que começou tocando piano em boates de Copacabana (Rio), nos 1950. Em 1966, teve a primeira composição gravada: “Vem Cá, Menina”, pelo grupo Os Cariocas. Depois de passar décadas vendo creditarem sua música “Namorada” (parceria com Arnoldo Medeiros) a Antonio Marcos e Vanusa, o casal que a gravou em 1970, resolveu lançar seu primeiro álbum. “Aquele que não se apresenta cantando não se atrela à obra que fez”, diz. Vieram, então, “Ímparceria”, de 2007, e a trilogia “Voando na Canção” (2011), “Nas Asas dos Bordões” (2014) e “Premonições” (2015). “Fazendo meus discos, descobri que, além de compositor, letrista e multiinstrumentista, sou produtor. Bato o córner e vou para a área cabecear”, brinca o artista, que, em dezembro, ganha a biografia “Invadindo o Ensaio”, escrita por Denilson Monteiro, e já prepara o próximo disco: “Estou em plena efusão musical. A fonte é inesgotável.”

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