um eclipse poético 055

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ANTÓNIO CRUZ


ANTÓNIO CRUZ


“ PREFÁCIO DE UMA VIDA”

Escrevi num mês distante, trinta e tantos, poemas a fio sem parar, numa espécie de êxtase. E hoje, é um dia triunfal da minha simples existência, nesta minha vida. O que se seguiu depois de alguma tinta ser gasta e muito papel ter sido utilizado; só sobrou um cesto de papéis cheio, foi o aparecimento de um novo “Poeta – Escritor”. Tudo isso, se verificou no continuar do pequeno Sonho de Criança que há muito tempo vinha a desenvolver no meu interior, utilizando pequenas rimas ou alguns pensamentos muito sugestivos da minha maneira de ser. E de ter vivido quando criança e também algumas situações, já como adulto. Desculpem – me, o absurdo da frase; mas apareceu em mim um enorme desejo de transcrever para o papel algo com sentido ou mesmo sem! Era simplesmente aquilo que vindo do meu eco interior ou directamente da minha mente, ditava por palavras ou frases simples, numa leitura rápida, e a minha mão escrevia para um bocado de papel. A expressão que sobressaia no meu rosto era a de um pequeno sorriso esboçado quando terminava mais um tema, mesmo que esse não tivesse muito sentido! Mas, era como se tivesse restituído alguma vida aos mais simples “poemas” ou “contos”, que eram para mim algo profundo mas muito belas. Só que por vezes, bastava unicamente o esboçar de um sorriso para me agradar e aquilo que acabava de transcrever logo por si existiria numa folha de papel sentindo toda a sua magia sem sequer poder falar! E, num certo dia, à noite quando relia tudo aquilo que já havia escrito em simples rascunhos, por vezes, revia ali a minha própria sombra retractada. Eram, e são, simplesmente memórias, brincadeiras, ou mesmo chamadas de atenção para o mundo em que vivemos. Sei que um dia alguém as vai poder ler e as irá existir na prateleira da sua biblioteca para quando este ser já ter abandonado o planeta Terra. Um simples risco da minha curta vida ficará lá conservada, para sempre todo o sempre como sinal da minha pequena existência terrena! E, só assim poderei viver eternamente, por milhares de anos a fio, recordando a Alegria, a Tristeza, o Amor, a Solidão e tudo aquilo que tiver dado a este Mundo! Mas, uma coisa Eu sei, que serei alguém que existiu um dia neste “Universo da Escrita”!... E essa recordação ficará para sempre nas memórias de todos, sendo como aquele que deixou um “Verso” quando morreu, e talvez seja a “Profecia” de uma vida!...

Mozelos, 2000 / 10 / 10 TONY CRUZ


TITULO

LOCAL / DATA

0

PREFÁCIO DE UMA VIDA

MOZELOS, 2000 / 10 / 10

1

MAIS UM ANO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2012 / 07 / 12

2

ECLIPSE POÉTICO

MOZELOS, 2012 / 07 / 20

3

NESTAS AREIAS

PARAMOS, 2012 / 08 / 21

4

ESTA TERRA

SILVALDE, 2012 / 09 / 22

5

NESTE DIA

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2013 / 02 / 14

6

NOVA VIAGEM

PORTO, 2013 / 05 / 26

7

ESCUTO O MAR

SILVALDE, 2013 / 07 / 05

8

NESTA NOITE

ESPINHO, 2013 / 07 / 17

9

ALMA LUSA

PARAMOS, 2013 / 08 / 15

10

IMAGINO

MOZELOS, 2013 / 08 / 20

11

RIMAS DOS OUTROS

PARAMOS, 2013 / 08 / 29

12

LINHAS DO MEU FIM

MOZELOS, 2013 / 09 / 19

13

AQUELE OUTUBRO

SANTA MARIA FEIRA, 2013 / 11 / 07

14

MAGIA DAQUELE ABRAÇO

SILVALDE, 2014 / 01 / 24

15

NOVO FADO

AROUCA, 2014 / 03 / 23

16

ARDILOSA INTIMIDADE

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2014 / 06 / 05

17

AQUELES AMORES

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2014 / 06 / 13

18

SOBRE ESTAS ONDAS

DE PANNE, 2014 / 08 / 14

19

VIDA MALFADADA

DE PANNE, 2014 / 08 / 30

Em "Eclipse Poético" assim escrevo Que simplesmente mais um ano passou Utilizando as rimas dos outros, neste dia me atrevo As linhas do meu fim, se esgotou. Pois escuto o mar, nestas areias E esta terra com ardilosa intimidade Sobre estas ondas, aqueles amores, a meias Um novo fado canto, sem ter maldade. Uma vida malfadada, de alma lusa Nesta noite escrevo e imagino amores Naquele Outubro, uma nova viagem de musa Com a magia daquele abraço carregando flores. De Panne (Belgica), 2014 / 11 / 13 TONY CRUZ


“MAIS UM ANO ”

Mais um ano que passou lentamente Desde que a vi surgir no escuro De onde já pensava que não surgiria Não era aquela noite, mas era duro.

Era duro como eu vivia Sem ter sono ou alguma esperança Dormitava apenas por cada canto Sentindo uma dor na alma de criança.

Assim que a vi ao longe no escuro Minha alma gritou, pois então Uma certeza surgia naquele mesmo momento Já chegava de procurar o seu coração.

Ali se encontrava ele tão perto Por isso fui-me chegando mais perto Devagarinho para não caír pelo caminho Ao avistar seu coração tão desperto.

Já que tinha despertado para mim Soltando a sua alma de bela fada Batendo tão forte e sem me avisar Que desejava ardentemente ser a minha amada.

Mais um ano passou bem devagar Carregado de paixão e alguma agonia Perante uma certa escuridão nesta vida Que levo tentando descobrir um novo dia.

E neste inconstante eclipse poético vivo Com tantas vidas ligadas numa só Segui cada cheiro por elas deixadas Colocando o peso nas mãos com um nó.

Pois nas mesmas mãos fiquei preso Sufocando a cada palavra por mim solta A meio da noite sem ser ainda noite Como surgisse a maldição em forma de multa.


É que muitas vidas para mim desejei, Pedindo a deus coragem e alguma paixão Confesso aqui nestas linhas que perdi Algum tempo ferindo sempre o meu coração.

Assim mais um ano passou agora E mesmo assim nunca perdi a fé Neste escuro em que me encontro aqui Vou guardando palavras que escrevo até de pé.

Sobre estas linhas perante um eclipse Em que aquela confiança vou conquistando Enquanto caminho nesta vida sem tempo Revelando nas palavras perdidas, que vou amando.

Amando o ser que vejo no escuro Assombrado pela luz da paixão que vi Rodeando o ser que amo com medo Que possa perder, por isso aqui escrevi.

E vou continuar a escrever que amo Mesmo navegando nestas águas bem agitadas E por mais fundas que sejam e sem pé Atravesso com alma, paixão e ajuda das fadas.

Pois já me perdi várias vezes No passado não muito distante de hoje Por isso continuo a insistir como poético Neste ano que passa e que já mais foge.

É que mais um ano passou lentamente Sempre querendo adivinhar o meu futuro Pensando que não conseguiria abrir a porta Que me leva ao destino roçando no muro.

Um muro que divide o escuro da noite Da luz do dia, pois nele me esbarrei Ao não atingir aquela benzida porta Que a paixão transpôs e pela qual hoje passei.


E que mais nenhuma porta se abriu Naquele tempo podendo assim então entrar Hoje recordo e não me arrependo disso Visto que amo e vou poder sempre amar.

Assim ditou o meu destino no escuro Matando esta minha fome por amor Selando com um beijo o meu medo Que cravado estava provocando só dor.

E assim matei o destino uma vez A cada beijo liberto o dia do escuro E se mais um beijo escorregar pelo caminho Mesmo que seja á traição me sinto seguro.

O medo se afasta perante o eclipse Com uma simples veia poética que surge E quem sabe se neste4 escuro a luz brilhará Ao acender perante este ser que amo e ruge.

Como uma leoa faminta de paixão Assim a luz se acende e quem sabe Pois então dirá de sua justiça palavras Sobre os recados que enviei cortados por um sabre.

Já que naquele dia tão longínquo Neste escuro finalmente encontrei a paixão Que me fez acender uma vela com alma E este eclipse poético que escrevo sem razão.

É que mais um ano passou agora E a aliança continua viva e com ilusão Fazendo-me escrever aqui por ora assim Já que neste escuro revivo cada momento da paixão.

São Paio de Oleiros, 2012 / 07 / 12 ANTÓNIO CRUZ


“ECLIPSE POÉTICO”

Surge aqui sentado nesta velha cadeira E perante a natureza poética algo imatura Um eclipse e pelo meio as reticências Impostas num vocabulário de palavra natura.

Faltando-me letras para completar frases De um aconchego, entre parênteses fugitivos Dos colchetes que albergam certa poesia De onde saem os meus poemas alternativos.

Pois sou um simples criador de rimas Com pouca sabedoria, mas cheio de alma Fazendo exclamar as palavras mais simples Que saem da ponta desta caneta sem calma.

É que muitos exclamam e interrogam O porquê de eu ser assim diariamente Existindo tão poucos mistérios na minha vida Vou escrevendo nestas linhas a mesma acidentalmente.

É que surge aqui um eclipse paradoxo Olhando o céu vejo nele várias formas De um branco sobre o teto azul Formando letras que juntas são a minha reforma.

Já que alguns verbos nem sequer imaginava Outras gramáticas, o tempo as vai ditando Porém procuro enxergar por entre o eclipse As rimas do paradoxo do que vou escrevinhando.

Enquanto me perco aqui sentado agora Um enigma se revela de forma poética Ali e bem além para lá do infinito Conjugando as palavras de uma forma algo patética.

E para lá desse universo ritmado Qualquer homem não alcança a sua vontade Já que olhando bem para a sua alma É bem profunda e circula no seu corpo sem idade.


Talvez por isso seja um simples criador Da poesia que já existe neste buraco Onde se encontra a essência gramatical da vida E que se move ao encher o seu saco.

Ergo assim aqui os meus olhos sentado, Para cima atingindo o eclipse poético Que vêm de um além para outro além Com palavras gravadas sem ser um aritmético.

Olho para dentro do meu ser agora Tentando avistar a acentuação da minha alma Podendo desvendar o seu limite sem consoantes Estando perto do fim, tento manter a calma.

Daí todo o bem e todo o mal escrevo Até ao limite do meu fim por ora Com uma crença acrescida de verbos rimados E toda sapiência de um criador pela estrada fora.

Pois qualquer acto criado aqui Sigo numa filosofia perante o seu mistério Com um segredo por ser resolvido em versos Fluindo em todo universo que crio neste mesmo rio.

Um rio que corre pelas valetas circundantes De uma criação oculta deste eclipse criado Por entre os espaços inacabados do vento Que leva e trás a poesia, deste ser amado.

Sim, porque neste tempo que corre Sou amado nem que seja por breve momentos Mas esse amor que sinto aqui sentado Descrevo nestas linhas dos meus breves pensamentos.

Já que sinto amor nesta arte Ao amar como um simples criador Mesmo que sinta que esta vida se afunda Olho este universo como um simples sonhador.


Pois neste espaço único que existe Amo perante este eclipse poético livremente Com um saber de formas únicas minhas Em que descrevo o criador e a sua semente.

Já que nestas linhas faço germinar Esta minha poesia e rimas de paixão Num acima e abaixo sem tremer assim escrevo Mesmo no escuro da noite e em solidão.

É que sou uma delas neste viver Não perguntem o porquê de ser sempre assim Apenas imagino e crio desta forma original Copiando palavras do tempo perdido sem fim.

E sendo assim continuarei neste eclipse poético Debaixo deste tecto azul tão indefinido Perante o além que não parece ter fim Mas como criador neste infinito vou sorrindo.

Por entre as reticências do eclipse poético Com esta minha alma sentado então aqui Fugindo ao mistério da vida mais cruel Amo aqui e agora estas palavras do ali.

Mozelos, 2012 / 07 / 20 ANTÓNIO CRUZ


“NESTAS AREIAS”

Confesso aqui nestas areias da praia Que o meu peito palpita de novo Quando capto e redescobri neste dia A beleza que emana no ardeste povo.

O qual me fez descobrir o amor Mestas mesmas areias certo Verão E a beleza que emana nesta amada Faz jus ao que sinto como paixão.

Especialmente porque dizem que não mereço Ou que não a devia sequer hoje ter O seu coração preso junto ao meu Rodeado pelas ondas do meu ser.

Nestas areias por onde passa Olhares caem sobre as mesmas amedrontados, Como diamantes afiados que cortam o céu Sofrem do mesmo que eu, estão apaixonados.

Encanta-me por demais este sentimento, meu Sinto-me um tipo com sorte neste mundo Por amar esta estampa cravada de alegria Mergulhando nas ondas do mar atingindo seu fundo.

Como uma sereia contêm essência artística Sem constrangimento algum parecendo bem ausente Nestas areias caminho e aprecio sua beleza Sobre as águas deste mar bem presente.

Sinto bater no meu peito gotas São as gotas da emoção de um apaixonado Ao debater-se contra tanta alegria presente Que contagia qualquer coração mesmo malfadado.

Esta minha aventura sobre estas areias Parece ser a nobre história do meu fado Já que alegria e tristeza sobre elas se cantou Com o passar de anos se tornou meu alado.


E sem vender ou comprar letras publiquei Nestas folhas da vida como presente Para a beleza que se estampa ao lado Que cada vez mais arrebata meu coração diferente.

Porque diferente vai ficando com a idade Este meu coração poético bem apaixonado Mas eu nem ligo á falta de pulso Para impor certa vontade a este ser alado.

Já que sou um pescador de ilusões Ao sentir aqui nestas areias em fogo O amor de novo duma criança crescida hoje Com um palpitar de coração como meu logo.

E é essa mesma graça que em mim exala Ao sentir o poder do seu toque aqui Sobre estas areias do tempo que reescrevem A minha vida de apaixonado que já vivi.

Confesso assim aqui nestas areias sentado Que o seu poder toca na minha alma É indiferente e muito louco por esta mulher Que soube ler o meu coração com a sua calma.

Muito antes que desabe sobre os ombros Preencho aqui estas linhas da minha escrita Com sentimento louco dum nobre apaixonado Construindo com tijolos de areia e sem medir com fita.

Já que aqui nestas linhas construo O meu palácio para oferecer a esta bela Reconstruindo dos escombros de uma vida passada A liberdade de amar e navegar a minha caravela.

Navego sobre estas águas do horizonte visível Que estas areias me fazem avistar assim Deixando para trás cabanas abandonadas ao tempo E amando de novo tão belo ser sem ter fim.


Faço assim aqui nestas areias esta declaração Ao sentir dentro de mim um implodir E um ressoar de sentimentos bem forte Que avisto por entre as friestas da vida a eclodir.

E na minha carne se crava adentro Ferindo o meu coração sem o ver sangrar Letra a letra, escrevo hoje aqui assim, Plantando a raiz da paixão sem querer parar.

Termino por ora aqui nestas areias Esta declaração de um nobre poeta apaixonado Por tão belo ser que libertou em tempos Os meus sentimentos da escuridão, sendo meu aliado.

Paramos, 2012 / 08 / 21 ANTÓNIO CRUZ


“ESTA TERRA”

Escrevo sobre a minha terra Quando surge algo sobre este lugar Avistando no céu um eclipse em linha Palavras que descubro no mesmo sem parar.

E neste escrever sinto um vazio Mesmo ao escrever livremente sem sentido Nesta terra que cresci num tempo Em que fazia alguma poesia contido.

Num suputar de palavras que morrem Com uma potência leste e que também crescem Saindo do meu ser com liberdade longínqua Germinando nesta terra onde os versos tecem.

Pois assim germinam no jardim da liberdade Barrando o chão que pisam as gentes Que vivem nesta minha terra à beira-mar Onde pescam sentimentos nas ondas das frentes.

Neste além-mar que assim designam Dos seus barcos lançam as suas redes Produzindo sobre as ondas dos meus versos Que na linha do horizonte parecem crescer como sebes.

Pois nas ondas do nosso mar vivo Poesia produz sem uma raiz fixa E que me faz entender que existo Sem entrar sequer numa única rixa.

Esta terra que amo e também acolhe Os meus filhos como outros assim Faz nascer de mim mais um poema Para não ficar órfão nestes encontros sem fim.


Como poeta que sou deste país Esta terra que amo acolhe este órfão Sem ter ainda um passado bem distante Cultivo e pesco palavras dentro do meu coração.

Já que o mesmo anda algo triste Perante este eclipse poético que surge E que por vezes escrevo com alguma vergonha Tantos versos perante os ancestrais que ressurge.

Renasço assim nesta minha terra Com uma raiz bem fincada e em chama Fazendo arder o meu coração louco e apaixonado Como uma coisa triste sobre versos de quem aclama.

Escrevo assim completando a minha alma Com poemas gravados em madeira bruta E tinta escorrida como o meu sangue final Que retrata a minha origem sem truta.

Pois nesta terra a minha origem Se formou com paixão e alma louca Em que deixei trocados espalhados como cinzas E como minha herança poética numa voz rouca.

Percorrendo assim uma viagem com amor Sobre esta terra que amo simplesmente assim Derramando lágrimas de paixão sobre a mesma Que um dia parta sem ter chegado o fim.

É que o fim que desejo escondo, Sobre estas linhas que escrevo agora Com paixão e amor que sinto por aqui Nesta minha terra e que um dia fui embora.


Pois nesse dia surgiu um eclipse desconhecido Que sem prevenir me arrastou daqui pra fora Fazendo-me escrever palavras perdidas no tempo Mas ao mesmo tempo descobri a glória sem demora.

Já que nestas linhas cultivo poesia Espalhando por esta terra que amo livremente Mesmo que não tenham sentido sinto a paixão Que faz governar esta minha alma lentamente.

É que devagar vou alimentando meu coração Debaixo deste eclipse que perdura assim De uma forma criativa nestas linhas curtas Pois amo esta terra que me viu crescer sem fim.

Silvalde, 2012 / 09 / 22 ANTÒNIO CRUZ


“NESTE DIA”

Voas por este céu livremente Com as tuas asas de borboleta De nuvem em nuvem estás presentemente Ao espalhares o teu charme de vedeta.

Não que sejas vedeta meu jasmim Mas está escrito neste nosso céu Pois és a minha flor de jardim Que vai libertando ao vento o seu véu.

Já que o amor está escrito Em cada nuvem que lentamente passa E por cada letra que agora dito Nestas folhas, o meu coração se deslassa.

Pois enquanto descrevo o teu rosto Com o meu olhar de apaixonado As palavras se cravam no sol-posto Como pétalas nesse teu corpo de ser alado.

A paixão que sinto por ora Nas tuas asas pinto o amor Com letras, viajando pelo mundo fora Sem me perder neste caminho minha flor.

Aceita estes meus versos assim Como pedido de desculpas de mendigo Que te ama sem nunca ter fim E que por hoje está mais contigo.

Já que o meu coração chora De tanto te fazer agora sofrer Mas amo a tua alma sem demora Com este olhar de te fazer morrer.


Sou um solitário nesta vida Que peca sempre sem como saber Já que tu és a minha querida E assim desejo nunca te perder.

Voa neste dia assim marcado Pela mão de São Valentim Perdoa este meu coração apaixonado Que te deseja sem ter um fim.

São Paio de Oleiros, 2013 / 02 / 14 ANTÓNIO CRUZ


“NOVA VIAGEM”

Penso e escrevo aqui nesta hora Por palavras esquivas assim por mim Sentindo uma fome por ora Não sabendo como atingir um fim.

Sinto que chegou a hora De recuperar a minha escrita Seguindo por esta estrada fora Erguendo a minha voz sem fita.

Pois fui em tempos rua fora Sem saber qual o meu fim Deixando para trás uma porta cora Trancada a sete chaves por mim.

E agora chegou a minha hora De voltar abrir essa mesma porta Que fixei como maldita da demora Reparando aqui a sua madeira torta.

Mas como vou recuperar a vida Que atrás da mesma eu me escondi Já com palavras esquecidas ela lida, Numa guerra com a qual tanto sofri.

Glórias procurei em vão conquistar, Mas só sofrimento nelas descobri, Sem saber como nelas devia acreditar Nos meus sentimentos que na hora revi.

Faz tempo que aqui parei Nestas folhas em branco por se escrever Mas hoje percorro as suas linhas Seguindo estrada fora as voltei a reler.

Sinto que aqui nestas mesma hora, A paixão de antes aqui esquecida Preciso de recuperar sem alguma demora E fintar o tempo desta minha vida.


Já que bate o meu coração Aqui nesta hora de espera futura Riscando o disco que toca a canção De um tempo perdido já sem cura.

Sigo assim nestas linhas de vida Recordando a paixão que nelas ficou Um amor de criança à muito esquecida Que aqui tento recuperar já que nada mudou.

Apanho o metro que leva à luz Que ao fundo do túnel vai brilhando Sem alguma demora fujo da cruz Já que nela pregado fiquei esperando.

Esperando sem fim de uma mão amiga Que me arrastasse daqui pra fora Fazendo-me percorrer as linhas da fadiga Que de mim se apoderou sem demora.

Escrevo assim por aqui agora Com vontade de voltar a vencer As batalhas perdidas pela vida fora, Elevando a minha voz sem nada temer.

E como setas desta minha caneta Palavras saem apontadas a estas folhas De uma forma bem singular e sem tretas Percorro as linhas brancas por demais escolhas.

Como corre o sangue dentro de mim As palavras pelo tempo esquecidas Revejo aqui agora sem esquecer seu fim Ao reescrever a minha vida como Midas.

Não sou nenhum Deus nesta vida Que marca o seu lugar assinalado Nestas linhas brancas duma quadra perdida Que recupero hoje aqui como futuro marcado.


E como as migalhas que se espalham Pelas calçadas sendo pelas pombas amarfanhadas Matando assim sua fome e batalhas travam Aqui nestas linhas por mim são espalhadas.

Nesta estação apanho o meu comboio E embarcando numa nova viagem sem destino Surgindo um novo eclipse poético de moino Neste local agora nasce com certo desatino.

Porto, 2013 / 05 / 26 ANTÓNIO CRUZ


“ESCUTO O MAR”

Estou aqui a ouvir o mar Já que o passado aqui ficou Gravado nas suas areias sem falar E meses a fio aqui ele morou.

Escuto agora o que este mar Então diz ao meu eterno presente Que chorei, sorri e cheguei a cantar Suas músicas que me fizeram seu residente.

Ouço o que o este mar diz Aqui sentado nas suas finas areias Com o meu destino gravado de raiz Cantando meu fado da vida sem janeiras.

Escuto o mar como meu destino E o fado da vida em si gravado Apelo ás suas ondas o meu tino Já que ando aqui sem apelo nem agrado.

Caminhando num balanço constante sobre as areias Que deste mar a descoberto elas ficam Escuto aqui as minhas demagogias sem beiras Ou mesmo sem eiras que em mim gravitam.

Neste eclipse poético palavras escrevo Para poder alegrar a minha alma Que para isso vou erguendo como o trevo As suas folhas verdes em sua calma.

Escuto assim o mar bailando e sorrindo Nas suas maresias conquistada á história Que em tempos nele depositei abrindo Os contos de criança recuperando a vitória.

Uma vitória sobre este azul do mar Que com o canto do olho molhado Por uma lágrima largada ao ar Viajando sobre as ondas do destino marcado.


Escuto aqui o que este mar fala E como é lindo o seu cantar fadado O seu hálito perfuma e assim cala A minha alma de poeta já cansado.

Neste dia de sol ouço o mar Como se perdoa-se alguma das falhas minhas De não saber como continuar a amar Os meus dois grandes amores, ao calhas.

Escuto do mar as suas histórias Visto que em tempos as minhas ele escutou As de uma criança procurando vitórias Sobre um eclipse poético que não encontrou.

Escuto assim neste dia o mar Que reza por mim a sua boa nova Demonstrando a sua amizade sem se calar E onda a onda escreve colocando-me à prova.

E este destino por si já marcado, Lanço uma nova pedra de palavras Apadrinhando esta minha vida de poeta malfadado Que em tempos lançou seus dados de taras.

Hoje aqui escuto este meu mar Procurando a poesia esquecida dentro de si Banhadas e atiradas pelas suas ondas ao arfar Como música de fundo que dentro de mim aqui sorri…

Silvalde, 2013 / 07 / 05 ANTÒNIO CRUZ


“NESTA NOITE”

Escuto as marés nesta noite Neste eclipse nocturno em espera Questionando a vontade de Deus Sobre tanta amargura nesta minha era.

Pergunto várias vezes á lua Nas noites calmas deste verão Numa solidão que me aprisiona Sem ter vantagens nesta paixão.

Uma paixão que me faz sofrer Numa escrita carregada de ódio Que em cada linha pinto assim Revelando-se meu vício do ópio.

Sentimentos como meu ópio escrevo, Com a forma de rascunhos duma vida Nestas linhas com alguma bravura, Escrevo sobre tanta paixão perdida.

Escuto nesta noite perdida no tempo Algures por entre as marés de agora O que ficou para trás sem tempo Guardando nas ondas da vida de outrora.

Espero que se faça luz aqui Perante este eclipse que surgiu Sem avisar a minha alma segura Pelos fios do tempo que a mesma baniu.

Fazendo-se acompanhar por este nevoeiro Que assola a minha alma nua e fria Precisando de um fogo que queime As palavras de um passado esquivo que espia.

Só assim poderei escutar novamente A essência da minha nobre poesia Que por marés esquecidas ficou Procurando serem descobertas neste dia-a-dia.


Vou aqui escutando nesta noite Com primazia aquela beleza poética Que conquistou o meu ferido coração Á luz da lua de uma forma patética.

Abrindo as portas do meu coração Para as palavras desta minha paixão Que conquisto nestas linhas no brevemente Sem sequer questionar uma só razão.

E perante este eclipse que surge Nesta noite de beleza pura escrevo Que aqui mesmo afago minhas mágoas Procurando novamente nas estrelas aquele trevo.

Que em tempos perdi seu rasto Neste universo da minha livre escrita Por entre as linhas que redesenho aqui Gravando as mesmas nesta vida que dita.

Dita assim a minha simples existência Neste mundo poético que se revela Ser a minha paixão eterna ao navegar Perante os oceanos duma poesia tão bela.

Escrevo desta forma simples mas controversa As palavras que nascem dentro de mim Colocando-as num papel qualquer pró mundo Nesta noite que chega perante o seu fim.

Espinho, 2013 / 07 / 17 ANTÓNIO CRUZ


“ALMA LUSA”

É hora de uma introspecção Sobre o meu orgulho e preconceito Sinto-me sujo e um ser barato Que anda neste mundo sem respeito.

Ando cego por este caminho Que me impediu de ver bem Surgiu um eclipse nesta minha vida Contaminando a verdade explicita também.

O meu comodismo se instalou livremente Nestas páginas que vou gravando Misturando com uma certa luxúria Que por vezes nem sei do que vou falando.

Isso me faz esquecer certo significado Que me restava de alguma dignidade Choro por um certo amor aqui Que está preste a partir sem maldade.

E esse amor é a minha ética Talvez a única que me reste Neste mundo que me vai matando Introduzindo no meu ser uma peste.

Como diz o Senhor por ora De nada adianta a minha luta É que a verdade vou defecando, Nestas linhas como minha multa.

Pareço ser um tolo nesta escrita Que não consigo fazer transparecer Neste eclipse que surgiu aqui Transcendendo o ir além num renascer.

É que neste novo renascer esperado Procuro encontrar e esculpir uma vida A minha imagem poética bem sentimental Á semelhança do nosso criador, sentida.


Com o poder que ele me confinou Na perfeição e superior sem bobagem Escrevo perante este eclipse que surgiu Num avesso nesta realidade cheia de malandragem.

Assim surgem trapaceiros e batoteiros Sujos de impurezas com inocência Dos inocentes desta vida sem virtudes Dos mesmos imposta faltando alguma paciência.

Misturo aqui nestas linhas palavras Como se fossem o nosso pão vivo Numa montanha de gente precisa aqui Sentando á minha mesa um ser esquivo.

Escrevo sem ser hipócrita nestas linhas Definindo algumas prioridades à primeira oportunidade Através destas linhas pintadas pelas rimas Pela frente de um revolucionário já sem idade.

Já que na frente do pelotão surgiu Um olhar sobre um ombro obscuro Procuro programar este meu nobre ser Através das palavras que escrevo no escuro.

Persigo neste eclipse sem olhar para trás Olhando o horizonte sem saber qual o caminho Que devo seguir a minha grande gula Pelas palavras perdidas e desejando escrever no linho.

É que de facto esta minha gula Faz de mim um poeta controverso Escolhendo ou não escolhendo as palavras Que vou depositando aqui como um verso.

Tudo neste eclipse parece uma bifurcação Por um devo seguir? O sim ou o não Paro para reflectir nesta minha alma Estando negra como estado faltando paixão.


Escrevo aqui neste espaço um fado Com uma alma lusa mas bem convicta Neste dia branco como a noite Seguindo pelo caminho poético de paixão invicta.

Sigo assim neste eclipse poético Contramão nos meus sentimentos escondidos Sentindo o meu sangue gelado pela noite Que ao mesmo tempo é dia dos perdidos.

Derramo assim aqui estas palavras Com um certo orgulho meu ferido Desferindo rimas sobre as ondas avermelhadas Que pintam as areias neste tempo perdido.

Ainda assim um sentimento me assombra Perante uma questão colocada nesta vida Onde uma ira me assolou simplesmente Cegando-me duma inveja que já estava esquecida.

Pergunto aos bem-sucedidos aqui escrevendo Nestas linhas do tempo com alma lusa, Pelos pecados impostos se conseguirei Atingir o reino celeste da minha musa.

Paramos, 2013 / 08 / 15 ANTÓNIO CRUZ


“IMAGINO”

Neste tempo tento analisar o tempo O tempo que passa sem conseguir ver Qual a lógica deste tempo, não imagino Como descobrir sem olhar nem o fazer.

É que olho e volto olhar Imaginando como surgiu esta situação Surgindo no horizonte um eclipse poético Perante os prós e contras do meu coração.

É que ter ou não ter Só sei que algo bate no coração Ao perder as palavras neste lugar Penso nas rimas que perdi de paixão.

Não imagino ser poético aqui Ao faltar o amor que sinto agora Por isso pego num papel e caneta Fazendo palavras soltas por estas linhas fora.

Cruzo assim as letras que faço Neste eclipse que surge nesta hora As palavras que escrevo ganham asas Sobre estas linhas que preencho por ora.

Crio aqui um silêncio poético Com uma imaginação provocando muitos sons Paro assim para analisar este amor Que surge aqui nestas linhas com tons.

Faço assim ouvir no tempo o amor Que escrevo sobre vários ângulos sem fim Procuro descobrir neste tempo um sorriso Que faça aquecer o meu coração e a mim.

Sou assim quente como o fogo Ao ser um poeta sem uma escrita Perante este sol tórrido de Verão Escrevo simplesmente sem uma ordem descrita.


Escrevo sobre este e eclipse que se formou Nesta hora não sabendo como amar Da forma mais simples como lusitano De alma que sou sem nunca parar.

Sou poeta dos tempos mortos Escrevo sem saber qual a razão Já que estou pré destinado a escrever Procuro saber se amo com paixão.

Já que amo e não amo aqui Sabendo simplesmente que o amor é isto Utilizo palavras que advem do tempo Sem um querer e sem querer sou um cristo.

Não sofro como ele sofreu Mas minha alma neste tempo vagueia Procurando o meu desejo de descobrir rimas Neste destino traçado aqui faltando uma meia.

Pois a devo ter perdido algures por aqui Enquanto perante este eclipse poético Procurava ver o meu destino incerto Analisando meu amor e tornando-me um pouco patético.

Pois este meu amor é assim Escrevendo por vezes sem o analisar Já que amo sem uma lógica fixa Neste tempo que procuro então encontrar.

Amo por isso sem querer olhar Nem descobrir sequer tão pouco Inventando aqui perante este eclipse Palavras de rimas sem saber, sou um louco.

Louco por esta paixão que tenho Sem existir maldade sou um insano Existindo uma loucura em mim Sem uma lógica profunda que vai pelo cano.


Já que sou um insano saudável Escrevo aqui sem olhar para trás Não existindo maldade naquilo que escrevo E assim a minha alma sofre e zás.

Também dita o meu coração aqui Palavras carregadas de sentimentos dum louco Pois o que seria a vida sem uma loucura Que impera dentro de mim um pouco.

Não serei muito lúcido nesta hora Já que este eclipse poético surgiu Num momento maldosamente um pouco realista Ao analisar uma vida que há muito fugiu.

Percorro assim estas linhas de vida Escrevendo embriagado pelo ritmo da escrita Que se impõe como minha paixão solitária Mas lucidamente convencional enquanto descubro uma nova pista.

Para que possa conseguir ver o horizonte Deste tempo triste faltando-me aquela loucura Que me faz ser um poeta rico de palavras Em busca da paz que tanto “ele” procura.

Já que essa paz se transfigura aqui Em palavras que na hora imagino assim Perante este eclipse poético com loucura Escrevo desta forma esperando aqui pelo fim… Mozelos, 2013 / 08 / 20 ANTÓNIO CRUZ


“RIMAS DOS OUTROS”

Nesta hora atravesso uma ponte A ponte desta minha poesia Que surgiu sobre um eclipse impossível Formando uma luz ao som da maresia.

Frente a frente uma matinada surge Perante a minha casa quieta que acorda Aos sons dos pássaros no seu despertar Sobre este lago amarrado por uma corda.

Lavro assim aqui cada palavra Que vai surgindo neste eclipse poético Planto as imagens que vou vendo Germinando a seu tempo um poema patético.

Na sua leitura surgem rimas puríssimas Escritas por uma alma lusitana sentimentalista Pintando o paraíso na porta de um coração Depositado na casa de um adorado fadista.

Já que surgem neste tempo poético As palavras escritas na maça anti - pregão Não procuro fazer um simples poema Para o poder vender na feira do São João.

Pois o pregão que utilizo nestas linhas São a alma deste poeta que escreve O seu poema livremente para o encantar Como o canário na sua gaiola e não faz greve.

A Lua cobre o Sol nesta hora Em que carrego a carga ao pescoço Como castigo de um homem sem tempo Perante um céu que mói qualquer troço.

Roubo palavras daqui e dali Com a ponta da cana que ergo agora Tentando roubar as imagens que surgem Já que só penso em ir daqui para fora.


Talvez assim encontre um novo lugar Podendo ali ser de novo poeta Cavando o meu local secreto e seguro Reservando uma ilha só minha como meta.

Podendo ali escutar as aves livremente Que voam perante este eclipse poético Cantam ao vento nas copas das árvores Seguindo o meu caminho sem ser milimétrico.

Levo comigo a pedra da vida Segurando na outra mão uma caneta E no bolso uma folha de papel dobrada Podendo assim juntar estas rimas de treta.

Já que jurei certo dia ser poeta Ao atingir o meio caminho da vida Voando a certa altura ferido pelos sentimentos Que um pássaro depositou em mim uma querida.

Logo passei a ser um poeta apaixonado Talvez até um pouco cego de leitura Vou fazendo o meu poema seguindo caminhos E edificando um ninho de coruja com bravura.

Já que lá passará a ser minha casa A casa deste poeta vagabundo e ladrão Pois vou roubando palavras e beijos maduros A uma donzela que um dia ofereceu seu coração.

Lanço os dados nesta noite de eclipse Com a lua como minha madrinha Abençoando estas palavras que escrevo agora Procurando descobrir a paixão que se advinha.

Escrevo com esperança algumas letras Sobre estas linhas ao som das brumas Que se formam em rimas soltas livremente Enchendo assim um conjunto de urnas.


E dessas urnas sairei o eleito Inscrevendo-me pelo partido da paixão naquele dia Enfrentando este mundo cão talvez por isso escrevi Nas costas de uma dama com alguma luxúria.

Já que escrevo, escrevo sem parar Depois corrijo ou emendo mais um pouco Chego mesmo a rasgar cada pedaço seu Ao sentir a paixão daquele poeta louco.

Queimando dentro de mim as palavras De uma forma única sentindo cada paulada Perante este eclipse poético assim sofro Escrevendo letras sobre esta folha pautada.

Cavo assim aqui netas folhas soltas Como se levasse uma paulada da lua Já pareço ser mais um génio nesta vida De aprendiz de poeta caminhando por esta rua.

Sou aqui mais um poeta solitário Navegando neste mundo como um louco Em busca das palavras roubadas ao tempo Tendo já marcado mesmo como sendo pouco.

Rasgo assim o meu corpo nesta prisão Perante o Sol e a Lua na sua paixão Formando-se num só astro com muita precisão Demonstrando ao universo que não vivem a solidão.

Liberto nestas linhas uma certa poesia Marchando por caminhos já descobertos por noutros. Na minha forma de escrita cada dia Na qual se revelam as rimas dos outros.

Paramos, 2013 / 08 / 29 ANTÓNIO CRUZ


“LINHAS DO MEU FIM”

Faço uma viagem neste tempo Não sei se a mesma será legal Já que tento imaginar novo futuro Esperando aqui que tudo volte ao normal.

Pois este mundo brinca comigo Revelando sentimentos algo esquecidos por mim Nesta noite de eclipse gravados na minha alma Já que se aproxima um certo fim.

Nesta noite escuto uma música Que paira no ar de forma poética Levando-me a sonhar com o passado e futuro Sobre o qual não posso acreditar nesta aritmética.

E que mal posso aqui acreditar Que esta vida tanto nos reserva Com partidas e chegadas de sentimentos Revelando um novo lugar neste mundo de conserva.

Alimentando assim a minha alma ferida Por tempos idos de outrora assim gravados No meu coração poético procurando aquela viagem Que desejava ser especial na aula dos namorados.

Procurando por entre bolas, barcos e aviões A rima certa aqui de um apaixonado Sacando a carica do saudoso pirolito Bebo saciando a minha sede ao ser amado.

Já que sigo nova viagem de comboio Nesta noite de eclipse poético sentimental Escutando a música que paira no ar Sonhando com um brinquedo esquecido no meu quintal.

Pois os poucos brinquedos que tive em criança O meu coração encheram de muita alegria, Brincando aos soldadinhos em busca da paz Descobria o amor e a igualdade no dia-a-dia.


Jogos coloridos presenteava os meus sonhos, Ao fazer cada viagem no meu mundo de brincar Espalhando assim a minha poesia simples com amor Procurava à noite descobrir como devia então amar.

Hoje procuro um novo futuro aqui Nestas linhas que divida o sonho da realidade Continuando na mesma a sonhar nesta noite Seguindo uma viagem especial já sem idade.

Escrevo assim rimas mágicas no ar Espalhando letras com amor de apaixonado Neste lugar pintado por um eclipse Sobre uma pauta especial de um aficionado.

Já que nestas linhas pego o touro Que avança palavra a palavra livremente Projectando livros como pipas empilhadas numa cave Aguardando que o tempo reserve a sua semente.

Procuro assim vencer nesta viagem Batendo porta-a-porta já sem voz Recorrendo aos livros de outros tempos Com as letras apagadas como casca de noz.

Já que na mesma se traça O mapa da vida escrita pela tinta Que esta caneta nela deixa marcas Ao som de uma música faminta.

Escrevo nesta viagem ao luar So0bre o efeito do eclipse poético Procurando as ri8mas daqui e dali Por vezes parecendo um ser patético.

Pois não sei mais que fazer Neste mundo velho onde nele vivo Aproveitando a lua sobre o sol Nesta noite-dia ficando mais esquivo.


Só assim conseguirei recordar aqui Nestas linhas que a vida me dita Sofrendo com o tempo passado bem presente Recorro ao sonho que em mim medita.

E nestas linhas posso viajar Com a companhia de uma caneta mágica Que sobre as páginas da vida descreve O tempo gravado nas memórias de criança trágica.

Solto aqui nestas linhas vivas Novos sonhos de um futuro algo primitivo Atravessando as novas pontes que surgem Fazendo-me sentir aqui nestas folhas bem vivo.

Escuto a música que paira no ar Recolhendo as rimas soltas por mim Descobrindo sobre este eclipse bem poético Que vai descrevendo nas mesmas, linhas do meu fim…

Mozelos, 2013 / 09 / 19 ANTÓNIO CRUZ


“AQUELE OUTUBRO”

Bate a saudade à porta E pergunto onde ela parou Aquela dor que sentia sem fim Pelo amor que partiu e não ficou.

Um eclipse surgiu em pleno Outubro Levando para longe a minha paixão Que anos a fio tanto senti E que agora só sinto a solidão.

Mas não esqueço facilmente o amor Que governa a minha pobre alma Mesmo chorando nesta minha louca solidão Na noite escura com sua plena calma.

Sinto o meu coração a sangrar Perante esta solidão de momento Ao ver partir aquele meu amor Para terras longínquas com sofrimento.

Já que o eclipse se põe Nesta guerra que a vida fixa Ficando os sentimentos guardados aqui Nestas folhas loucas de uma lixa.

Pois nela sinto as suas areias Que movem a vida da paixão Com sofrimento da partida avisto A distância que fere o meu coração.

Num espaço-tempo assim surgiu A solidão de um amor eterno Rachando a meio o dia e a noite De um abraço diário tão fraterno.

Não esqueço aqui nestas palavras As loucuras vividas com sentimentos Que gravei nas folhas brancas do tempo Provocando em mim alguns ferimentos.


Neste eclipse poético que escrevo Faço as palavras deslizarem livremente Sobre estas folhas brancas encontradas Numa mesa vazia e sem a semente presente.

Faço assim crescer nas mesmas Os meus sentimentos por aquela paixão Que partiu naquele Outubro soleirento Mas que arrefeceu perante a solidão.

Já que lágrimas brotaram nas faces Perante as dolorosas despedidas no dia Levando para longe um amor gravado Pelos anos de vida com muita alegria.

Vejo chegar nestas palavras solitárias Um eclipse temporário sem fim O qual vou tentando contornar suavemente Libertando o amor e espalhando neste jardim.

Pois aqui neste local solitário A saudade bateu á minha porta Libertando magoas escondidas em mim Fazendo viver de novo uma alma morta.

Um novo ciclo aqui escrevo, Perante mais uma batalha da vida Escrita pelo tempo num eclipse Que surgiu no partir daquela querida.

Aqui não escondo a solidão Que bateu à minha porta Naquele Outubro triste de sol Escondido pelo eclipse da saudade imposta.

Santa Maria da Feira, 2013 / 11 / 07 ANTÓNIO CRUZ


“MAGIA DAQUELE ABRAÇO”

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O que importa aqui agora Será aquela magia do seu abraço Já que sinto saudade do mesmo Perante uma fusão neste mesmo espaço.

Um espaço que marca a distância Com uma energia que harmoniza Um eclipse do sei lá aqui Faltando o carinho e a união de pizza.

Já que na mesma seus ingredientes Se misturam numa união bem sentimental Fazendo realçar o calor das mãos Passeando devagarinho pelos corpos de forma mortal.

Estou aqui nestas linhas para lembrar O traçar deste eclipse que surgiu Sobre os braços envolventes da solidão Que seguram as palavras ditas e se viu.

Estou aqui sem a minha amada Lembrando a transfusão das forças armadas Numa suavidade perante o momento passado Daquele abraço sem tempo bem espaçadas.

E na integra tudo se traduz Da fome que alimenta a saudade Sentindo o sabor de um amor Que à distancia dita uma certa verdade.

Neste eclipse que o tempo aqui Marca com a simples palavra do sentimento A saudade se desmarca de tudo Envolvendo a noite fria do momento.

Procuro aqui as palavras vivas Mas só encontro momentos de solidão Ficando mudo neste tempo doseado Que se grava no eclipse de prontidão.


E perante um cosmos deste tempo Procuro num pequeno espaço longínquo Sabendo que me falta aquele abraço No qual se formava um belo duo.

Só sei que por ora rezo Para poder um dia voltar a sentir De volta aquele abraço de amor E que a vontade o revele sem me ferir.

Pois neste eclipse poético sentimental A verdade se escreve sozinha assim Através das palavras que se soltam Num espaço crime que se avizinha é o fim.

Só sei que aqui e agora Me deu uma forte vontade Daquele abraço cheio de paixão Que revelou sempre a minha felicidade.

Só que neste eclipse surgiu Uma certa angustia mal escrita Que despertou em mim as lágrimas Da saudade que partiu assim dita.

E neste tempo vou escrevendo Por estas páginas da vida De uma forma simples com emoção Procurando recordar a minha amada querida.

Como um polvo estendo os braços Procurando encontrar seu corpo aqui Fazendo-me derramar lágrimas com alguma alegria Já que neste eclipse assim a vi.

Bem perto de mim nesta noite Acalmando meu coração ferido de angústia Pela sua partida traduzindo sua amizade Repleta de amor e carinho que tanto sentia.


Chorando no meu ombro na partida Para uma viagem com amor e emoção Questionando se valeria a pena partir Um abraço ficou gravado no coração.

Por ora choro assim nestas páginas Por aquele abraço cheio de energia Remetendo toda a sua sensibilidade Com um apelo “Quero-vos lá um dia”!

Assim gravo aqui neste eclipse poético A magia daquele abraço com paixão Sentindo a saudade a queimar por ora Este aprendiz de poeta com tanta emoção.

Silvalde, 2014 / 01 / 24 ANTÓNIO CRUZ


“NOVO FADO”

Este desejo que sinto agora Devora este meu coração esfomeado Pelo amor e carinho da minha amada Que se foi embora num cavalo alado.

Assim partiu perante um eclipse Numa noite-dia de Outubro Revelando este meu desejo oculto Que por si sentia e aqui descubro.

Pois nesta noite o meu desejo Se torna tão desejado e se afiança Fazendo germinar dentro de mim a poesia Com uma certa dose de revolta e esperança.

Porque em mim se calou o amor Não fazendo ideia como ele era Hoje germina assim numa chama viva Rebolando pela minha alma como uma esfera.

É insaciável este meu eclipse poético Já que para o meu pobre coração E3la era o sol da vida com paixão E assim não descanso perante esta emoção.

Revelando em mim toda humanidade Tresladando a minha fraqueza eterna Que faz surgir nesta noite poética Uma tristeza viva esculturada mas nada moderna.

Assim vou desabafando nesta escrita Aplicando num eclipse que surgiu Sobre esta forma poética simples Procuro alcançar o amor que partiu.

Mas ao partir deixou as marcas Que nestas folhas descrevo livremente Não sabendo a certa altura O que pensava então simplesmente.


Sendo eu um fraco nesta vida Vendo partir a minha única paixão Varrendo de uma forma inédita assim O meu coração como eclipse em fusão.

Vivo aqui nestas folhas rabiscadas Aquela partida numa cobrança justa Sem uma saída pondo a descoberto Meu coração ferido à minha custa.

Já que naquele Outubro partiu O elo da minha verdade oculta Revelou um sofrer inesperado e escondido Que o tempo aplicou como sua multa.

E nesta vida poética escrevo O que por vezes simplesmente roubei, As palavras de certos autores Para descrever a paixão com que sonhei.

Na nossa varanda pendurei Estas palavras que sinto livremente Sobre esta nossa paixão lusitana Mesmo que vires belga lentamente.

Já que tomas-te de assalto O castelo do meu nobre coração Fazendo voar a minha alma poética Que como aprendiz descrevo com paixão.

Sendo um aprendiz como descrevo Todas as palavras soltas assim as escrevo, Que vou encontrando neste tempo morto Com verdade e a amor único me atrevo.

Porque em verdade digo e escrevo Neste eclipse poético que és tu Ao desejar estar bem mais perto Do teu amor e do teu corpo nu.

E quando neste dia quase noite Sobre o horizonte teu nome surge Divisando e fazendo repousar a minha alma Sobre esta minha vontade que urge.


Sem nexo por vezes escrevo aqui Sentindo apenas uma doçura única E um sonho brilhante em forma poética Embrulhando a nossa paixão numa túnica.

Vou desejando nestas linhas um dia O teu corpo nu voltar a sentir Envolto de sensações dum novo eclipse Em amplexo de um novo cantar sem me ferir.

E como aprendiz assim escreverei Todas as palavras soltas que surgirem Com a verdade envolvida no seu manto Ficando perto daquilo que as almas definirem.

Já que a verdade é o amor Que sinto como divisa nesta vida Fazendo surgir no horizonte um eclipse Repousando poeticamente bem junto da minha querida.

Pois no céu repousam as vontades Que sem nexo mas com um puro segredo Nos faz sentir o sol e a lua Num cantar vibrante e sem ter medo.

Mais um eclipse surgiu sobre as palavras Revelando a minha paixão então eterna Que descrevo nestas folhas vazias da vida Preenchendo os espaços de uma escrita fraterna.

Amo assim sem dó nem piedade Procuro chegar bem perto do ser amado Que um dia partiu para terras longínquas Mas que guardo aqui neste meu novo fado. Arouca, 2014 / 03 / 23 ANTÓNIO CRUZ


“ARDILOSA INTIMIDADE”

Acordo numa ardilosa intimidade hoje Que sustenta a nossa árdua paixão Trabalhando a escultura que nos invade Levando-nos ao fundo perante a tentação.

Mas as forças deste acordar Se revelam insanas perante a solidão Disperso no eterno momento que se alicerça Ao escutar a voz de fundo com paixão.

Abro os meus olhos nesta manhã Ao surgir mais um dia cinzento Visto que o sol se escondeu brevemente Revelando um eclipse por um breve momento.

Escuto assim a voz da paixão Suspirando ao meu ouvido neste dia Acordo de mais um sonho belo Para um pesadelo carregando outra poesia.

Pois agora este dia se revela Um eclipse mais profundo desta solidão Recorto aos pedaços a minha alma Através de gestos de pura rima em tentação.

E da gente saem gestos puros Em que as rimas se fixam simplesmente Com um indício claro de eterna paixão Prosperando perante o eclipse poético livremente.

Tudo é um simples facto em consenso Quebrando as barreiras da distancia actual Apraz-me delinear esta minha emoção Que esta manha clareou como ponto final.

Procuro encontrar a minha bela paixão Que possa ser palpável e suada Já que as saudades de sentir fielmente Aquele corpo nu da minha eterna amada.


Sobre o nosso leito coberta por rosas, Em pétalas e rubros carinhos nossos Em que o amor é bem visível E onde os corpos se unem até aos ossos.

Formando uma santa e profana união Assim passamos de dois a um só E dos meus olhos nascerá nessa noite Aquela sentida união íntima em nó.

Hoje ao abrir os meus olhos procuro Aquela sensação de partilha carregada de paixão Mas descubro apenas o sopro da saudade Escrevendo as eternas rimas vindas do coração.

Um coração que chora de saudade Por um amor sagrado carregado de poesia Que surgiu um dia em pleno eclipse Á porta do cinema naquele marcado dia.

Onde foi declarado um sentimento de carinho Crescendo aos nossos olhos em forma de amor Fazendo frente ao eclipse que se formou Numa feitura dispersa libertando-nos da dor.

Já que por entre os nossos caminhos Beijos foram trocados em rotas luxuriantes Num consenso comum sobre a luz da lua E nos amamos em leitos com as suas variantes.

E as noites de desejos aqui recordo, Com palavras carregadas de saudades suas Já que as manhãs me fazem ainda sonhar Com a devoção que sinto das suas mãos nuas.

Pois o seu corpo nu me faz sonhar E me leva a cair em plena tentação Carregando em mim aquele eterno desejo, Que sinto por uma flor que roubou meu coração.


E no cimo desta minha sensação Seus olhos me guiam por entre as nuvens Numa poesia desconcertante mas bem sentida Revelando neste eclipse poéticas rimas virgens.

Descrevo aqui assim neste dia com saudade Como é ardilosa a intimidade da tentação Invadindo nestas linhas da minha curta vida Recordando como é eterna esta minha paixão.

São Paio de Oleiros, 2014 / 06 / 05 ANTÓNIO CRUZ


“AQUELES AMORES”

Passo assim aqui nesta hora Por um corredor de luz Abrindo caminho pelo eclipse poético Que crio por ora como minha cruz.

Viajo solitário por este caminho Á procura do amor que partiu Naquele Outubro longínquo ficando gravado Como matriz que a vida então pariu.

Já que assim nasceu uma vida Tornando-se nova dum rumo poético Deparo-me com um vidro de frente Meu rosto esbarra no mesmo sendo épico.

Pois neste tempo de espera surge Um longo caminho de uma vida nova Faltando-me forças para a recta final Escrevo nestas linhas é tudo uma ova.

Só me apetece desistir por vezes Sinto um amargo na minha alma Ao sentir parte da grande solidão Que abala meu ser preciso de ter calma.

É que em Fevereiro já findo Um filho também partiu simplesmente Na sua nau da nova aventura Por entre as tormentas seguindo em frente.

Já que procurou atingir novas terras Numa conquista carregando a sua fome Por um destino novo em busca de esperança Fazendo eclodir assim o seu nobre nome.

Nestas linhas que escrevo simplesmente Abro nelas a minha alma de poeta Já que amo aqueles amores que partiram Que por vezes até pareço um pateta.


Mas é assim que eu me sinto Neste eclipse que surge agora Vendo que meu coração aqui desespera Só me resta partir de bem por ora.

Pois a vida me fintou a certa altura Varrendo as areias desta costa marítima Espero conquistar as novas ondas da aventura Que me espera para lá da última.

E sobre estas linhas um eclipse Que surgiu na hora escrevo livremente O que a minha alma poética aqui dita Com uma vontade de beijar brevemente.

Aqueles amores que partiram na aventura Que a vida as suas portas lhes abriu Sobre o oceano gélido da procura De uma vida melhor que estão lhes surgiu.

São Paio de Oleiros, 2014 / 06 / 13 ANTÓNIO CRUZ


“SOBRE ESTAS ONDAS”

Sobre estas ondas que admiro Nesta praia distante onde então cheguei Certo dia de Julho que agora vejo Neste meu horizonte e no qual desembarquei.

Espraio aqui o meu corpo cansado De uma viagem desgastante nada poética Mas a minha alma neste verso Se derrama de uma forma nada ética.

Já que uma chama nela arde Como se as estrela do céu A consumissem sem ter alguma cautela Nem a cobriram com algum véu.

Beijo estas areias finas que calco Após tantas viagens solitárias distantes Um amor que partiu de forma brusca Mas o qual deixou seus raios radiantes.

Assim segui os seus raios guias Dias afim sem ver o seu fim Na procura daquela flor tão bela Que o meu coração gravou no seu jardim.

Varro aqui nestas linhas meus olhos Sobre esta escrita com toda impureza Já que a minha alma poética se eclipsou E morda cada palavra que escrevo sem natureza.

E sem tradução de sentimentos Aqui escrevo avistando barcos de esperança Pois as faces da poesia resvalam simplesmente Nas lágrimas de uma distante criança.

A De Panne vim parar livremente, Fecundando aqui as minhas nobres prosas Gravando sobre a minha pele com lâminas Um ramo de bonitas flores são belas rosas.


Já que a mesma lâmina imola Este meu eclipse de forma sublime Com alguma dor daquilo que então deixei Por outras terras que então me deprime.

Mas onde existe a dor há esperança Já que por aqui encontrei de novo amor Que o sofrimento então me tinha levado Aquelas palavras com as quais amei uma flor.

Só que nunca a deixei de amar E assim aqui deixo escapar um grito Por entre os meus dedos como simples escrita Deixo palavras de gratidão a este belo distrito.

Já que nestas ondas de plena calmaria Se faz o dia da ponta desta caneta Sendo a sua chuva ou o seu sol Unto estas folhas com paixão dum cometa.

Sopro aqui assim estas palavras escritas Em verbo de juramento que continuarei amar Uma flor que um dia fez despertar Este meu coração solitário sem nunca parar.

E no fim das águas que avisto Um eclipse poético se depara simplesmente Abrindo sobre as suas ondas uma esperança renovada Sendo cúmplice deste náufrago agarrando-se á sua semente.

Já que como um náufrago uma fome Me nutre pelas palavras cruzadas da paixão No horizonte da poesia onde surge a cede Por cada beijo que perdi na minha solidão.

Mas uma pétala da minha flor Carregada com suas lágrimas de lamento Pelo tempo que rendemos sobre este verso As mesmas derramou, colhendo assim meu sofrimento.


Sua alma em forma de concha Sobre estas areias finas se formou Recolhendo cada palavra deste meu poema Duma forma graciosa meu coração então beijou.

E uma sinopse de palavras e sentimentos Despertaram sobre o eclipse então formado Versos realizáveis e lúcidas inspirações surgiram Como estrelas-do-mar beijando este novo retornado.

Tudo isto com um propósito nunca visto Realizando novos sonhos de viagens então solitárias Uma certeza descobri que continuo a ser um poeta, Nesta vida cheia de sobressaltos de almas vazias.

Varrem então dos meus olhos á impurezas Que ficaram do meu passado neste dia Ficando puro nestes novos gestos de escrita Com as palavras que surgem em forma de poesia.

Manifesto sobre as ondas desta acalmia Que fecundarei no ventre da minha paixão Um renovado amor que por ora sinto Vindo directo do meu nobre coração.

E sobre estas mesmas ondas agora Que até então admiravam um sublime amor Sendo mesmo único saindo destes dedos De poeta lírico mas fiel á sua dor.

Uma dor que me consome assim livremente Sobre estas ondas fazendo-me renascer Ao vento que se levanta nas minhas palavras Por uma flor que preciso de tocar até desfalecer.

De Panne, 2014 / 08 / 14 ANTÓNIO CRUZ


“VIDA MALFADADA”

Um mar de revolta surge de repente Sobre as ondas De Panne no horizonte de frente Onde a calmaria levanta com as gaivotas E os seus corações são destroçados pela corrente.

Amores naufragaram nestas ondas distantes Gaivotas voam no céu cinzento madrugador E o sol desapareceu atrás das suas nuvens Já que vislumbra nas suas areias a dor.

Paixões destroçadas pelo seu tempo perdido Velas são desfraldadas ao vento distante Corações partidos naufragaram dando à costa Se avizinha mau tempo neste horizonte de repente.

Dois corpos mutilados são despojados simplesmente Seus corações batem sem cessar abruptamente Gaivotas pairam no ar sobre esta dor Que fermentou durante a solidão recebida como semente.

Chove em pleno Verão revelando tormentas Que por estas bandas surgiram no horizonte Onde a esperança figurava sobre um eclipse Já não sei se será melhor pôr-me a monte.

Deixando ficar para trás toda esta vida Pois neste mar se afoga a minha esperança Revelando um sofrimento que nunca teria imaginado Ao chegar sem aviso como uma afiada lança.

Assim trespassou o meu apaixonado coração Fazendo sofrer e sangrar a minha poética alma Revelando ao mundo um eclipse sentimental Contradizendo com o sol que brilha na sua calma.

Este amor vai queimando sem a chama Que outrora se avistava no horizonte madrugador Nestas areias finas os despojos dão á costa Pelas vagas dum mar calmo mas cheio de dor.


Estas palavras aqui ditam a mesma dor Que dias após dia vão fazendo sangrar Dois apaixonados corações feridos pela traição Que se aplicou num eclipse parecendo não terminar.

Agitam assim as águas deste nobre mar Que leva as rimas duma intensa paixão Nas suas pequenas vagas temporárias livremente Tentando salvar mais um náufrago da solidão.

Deixando espalhado uma réstia mas oculta esperança Que vai ardendo na fogueira da vida malfadada E navegando sobre uma jangada feita de poesia Com palavras sentidas pela minha e sempre bela amada.

De Panne, 2014 / 08 / 30 ANTÓNIO CRUZ



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