palavras ao vento 033

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ANTÓNIO CRUZ


ANTÓNIO CRUZ


“ PREFÁCIO DE UMA VIDA”

Escrevi num mês distante, trinta e tantos, poemas a fio sem parar, numa espécie de êxtase. E hoje, é um dia triunfal da minha simples existência, nesta minha vida. O que se seguiu depois de alguma tinta ser gasta e muito papel ter sido utilizado; só sobrou um cesto de papéis cheio, foi o aparecimento de um novo “Poeta – Escritor”. Tudo isso, se verificou no continuar do pequeno Sonho de Criança que há muito tempo vinha a desenvolver no meu interior, utilizando pequenas rimas ou alguns pensamentos muito sugestivos da minha maneira de ser. E de ter vivido quando criança e também algumas situações, já como adulto. Desculpem – me, o absurdo da frase; mas apareceu em mim um enorme desejo de transcrever para o papel algo com sentido ou mesmo sem! Era simplesmente aquilo que vindo do meu eco interior ou directamente da minha mente, ditava por palavras ou frases simples, numa leitura rápida, e a minha mão escrevia para um bocado de papel. A expressão que sobressaía no meu rosto era a de um pequeno sorriso esboçado quando terminava mais um tema, mesmo que esse não tivesse muito sentido! Mas, era como se tivesse restituído alguma vida aos mais simples “poemas” ou “contos”, que eram para mim algo profundo mas muito belas. Só que por vezes, bastava unicamente o esboçar de um sorriso para me agradar e aquilo que acabava de transcrever logo por si existiria numa folha de papel sentindo toda a sua magia sem sequer poder falar! E, num certo dia, à noite quando relia tudo aquilo que já havia escrito em simples rascunhos, por vezes, revia ali a minha própria sombra retractada. Eram, e são, simplesmente memórias, brincadeiras, ou mesmo chamadas de atenção para o mundo em que vivemos. Sei que um dia alguém as vai poder ler e as irá existir na prateleira da sua biblioteca para quando este ser já ter abandonado o planeta Terra. Um simples risco da minha curta vida ficará lá conservada, para sempre todo o sempre como sinal da minha pequena existência terrena! E, só assim poderei viver eternamente, por milhares de anos a fio, recordando a Alegria, a Tristeza, o Amor, a Solidão e tudo aquilo que tiver dado a este Mundo! Mas, uma coisa Eu sei, que serei alguém que existiu um dia neste “Universo da Escrita”!... E essa recordação ficará para sempre nas memórias de todos, sendo como aquele que deixou um “Verso” quando morreu, e talvez seja a “Profecia” de uma vida!...

Mozelos, 2000 / 10 / 10 TONY CRUZ


TITULO

LOCAL / DATA

0

PREFÁCIO DE UMA VIDA

MOZELOS, 2000 / 10 / 10

1

INFINITAS PALAVRAS

MOZELOS, 1989 / 03 / 01

2

ÚLTIMA VEZ

MOZELOS, 2000 / 12 / 30

3

VIVO PARA TI

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1989 / 02 / 31

4

MÁQUINA DE ELEIÇÕES

MOZELOS, 2000 / 12 / 01

5

VÊM, VÊM CORRENDO IRMÃO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1990 / 12 / 18

6

CONTEMPLAR AS FÉRIAS

MOZELOS, 2005 / 09 / 11

7

A MENSAGEM

SANTA MARIA DE LAMAS, 2005 / 09 / 27

8

O VELEIRO

SANTA MARIA DA FEIRA, 2006 / 05 / 17

9

HOJE DE MANHÃ

SÃO JOÃO DA MADEIRA, 2006 / 06 / 03

10

SÃO PALAVRAS

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2007 / 07 / 11

11

ATIREI PALAVRAS AO VENTO

PORTO CÔVO, 2007 / 08 / 20

12

PALAVRAS COM AMOR

SILVALDE, 2008 / 08 / 21

13

AMAR NO VERBO

VOUZELA, 2005 / 08 / 16

14

PALAVRAS AMIGAS

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2009 / 02 / 27

15

AS PALAVRAS FICAM

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2009 / 03 / 10

16

PENSAMENTOS AO VENTO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2006 / 07 / 17

17

PALAVRAS DE AMIGO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2009 / 04 / 07

18

BRINCAR COM NÚMEROS

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1991 / 01 / 22

19

TEMPO DE UM CIGARRO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2008 / 12 / 09

Em "Palavras ao Vento" descrevo As infinitas palavras que por vezes nem me atrevo São palavras amigas com muito amor Trazendo nos meus versos alguma dor. Ao atirar as palavras ao vento Sinto a sua mensagem descrita no pensamento Utilizando palavras como se fosse a última vez Brinquei um pouco com os números uma vez. Pois as palavras neste mundo ficam Ao sabermos amar no verbo e não se modificam São palavras que contemplo em tempo de férias E quem as lê hoje descobre em mim algumas misérias.

Mozelos, 2009 / 04 / 19 TONY CRUZ


“INFINITAS PALAVRAS ”

É triste viver triste É triste viver só, num mundo cheio de loucura. Mas ainda é mais triste se existir amor. E gostar de quem não gosta de nós. “Mais do que nunca estou Bem mais seguro daquilo que quero, Eu quero-te a ti, eu desejo-te, Da mesma forma que tu me desejas. Eu amo-te muito mas, muito mesmo E por isso não quero que tenhas medo, De um dia me perderes. Assim como eu não quero ter medo De um dia te perder a ti também”. São infinitas as palavras lançadas ao vento Em que a felicidade tenta ser compensada. Mas só a saudade é que fica residindo no meu coração. Tu um dia dissestes que se a saudade me aperta-se, Podia muito bem bater, que a porta da tua casa estaria aberta. Onde poderias receber o meu coração livremente. Hoje pergunto eu se continua a ser assim? É que esta minha solidão cada vez mais aperta no meu coração. Se ainda estiveres livre vêm por favor visitar-me a minha casa. Sei que tudo isto parecem palavras sem sentido, Mas este meu amor, por ti, está registado no complexo infinito da paixão. Como o dissestes um dia: -É triste viver só!...

Mozelos, 2001 / 03 / 09 ANTÓNIO CRUZ


“ÚLTIMA VEZ ”

Minha querida sinto-me muito longe de ti Até cheguei a ser levado pelo vento Penso mesmo que te perdi quando não senti Aquele meu grande é o único sentimento Então parti o meu espelho da vida Que muitas vezes me mostrava a solidão Só restando o meu amor por ti querida Quando senti no meu peito o poder de um furacão Ferindo o medo que existe dentro de mim Enquanto pensava no quanto te amava Quando já tinha colhido a flor do teu jardim E se alguma vez te perdesse só chorava Eu sofro, pois nunca deixei de te amar Até já tinha sentido um dia dos teus lábios o calor Além disso fiquei preso através do teu olhar Quando vieste ao meu encontro numa noite de luar E no teu corpo depositei todo o meu amor Querida escuta bem esta noite eu chorei Não como um homem que sou, mas como uma criança ferida Pelo seu brinquedo ter sido roubado por alguém (talvez um rei) E gritando perdidamente pela dor provocada que sentia querida Essa mesma dor foi ficando e eu não sei de nada Só sei que a minha alma está muito carente Pelo teu amor já antes sentido, minha fada Eu serei talvez alguém a quem o mundo rejeitou a semente Sempre pendei que talvez fosse o teu grande sonho Só que esse sonho passou a duzentos à hora nem sequer esperou Será que é pedir-te muito por favor agora que não te tenho Pois só te peço que me dês aquele amor que não se calculou Naquela famosa noite ao luar como se fosse a última vez Agora só sonho contigo querida á espera de um talvez.

Mozelos, 2000 / 12 / 30 ANTÓNIO CRUZ


“VIVO PARA TI ”

Eu assombro as tuas noites Apareço em teus sonhos Um dia conquistarei E para sempre te amarei.

Eu sei viver sem ti Mas vivo para ti

O nosso amor não se vê Mas só nós, pois é que sabemos Nós e mais ninguém Que ele continua lá se quisermos…

Eu fui ganhando terreno dentro de ti Cada dia que passou Me sepultei bem lá dentro de si Agora se me quiseres ver Basta fechares os olhos então sorri.

Eu não sou teu inimigo, porquê? Apesar da tua boca dizer que não, Teu coração diz que sim, e que não é mentira. Sei que me amas paixão Só eu sei que lá no fundo Temos algo em comum meu coração E que somos muito unidos.

Quando preciso de um beijo Da tua boca molhada de desejo Fecho os olhos e sinto os teus lábios que ensejo.

Uma coisa, Eu preciso, que compreendas, tu também foste ganhando terreno, dentro do meu coração. E cada dia que passa, Eu não aguento só de pensar em ti. Só de pensar, nesses teus lábios doces, suaves, meigos e quentes, me dá vontade de chorar, porque afinal eu namoro.


Todos os meus sonhos, são ocupados por ti, além disso não posso ouvir nenhuma música calma, porque a mesma me faz lembrar os momentos felizes que passamos juntos.

Se um dia vires o mar vermelho Não te assustes porque é sagrado São lágrimas do meu sangue Que por ti tenho chorado.

E com um A se escreve amor Com um R recordação Com um __ se escreve O nome que trago em meu coração.

Não, te envio as violetas Porque não tenho no meu jardim Envio-te apenas duas letras Para que te recordes de mim.

Agora me despeço Com um beijo de despedida Espero que tu saibas Que és a mulher da minha vida.

São Paio de Oleiros, 1989 / 02 / 31 ANTÓNIO CRUZ


“MAQUINA DE ELEIÇÕES”

Por favor dêem-me a vossa atenção! Só preciso de alguns segundos para falar Do que há para se fazer parte deste dia Dia esse de eleições e que se está aproximar.

Mas com a vossa útil contribuição Estou disposto a tudo para ganhar Caros contribuintes, senhores e senhoras Jovens e futuros concidadãos, vos quero governar.

Bem-vindos à minha campanha eleitoral Onde poderei demonstrar a minha arte de governar Que se limita a extorquir o vosso dinheiro O qual irei investir nos terrenos que roubar.

Mas para atingir esse meu objectivo Preciso muito da vossa compreensão e camaradagem Só assim conseguirei fazer andar esta máquina E o vosso dinheiro irá fazer andar sua engrenagem.

Uma engrenagem que só pode andar ás vossas custas E o vosso apoio é o meu alvo principal Não se esqueçam de votar nesse dia em mim Estas são as minhas humildes palavras e ponto final.

Mozelos, 2000 / 12 / 01 ANTÓNIO CRUZ


“VÊM, VÊM CORRENDO IRMÃO”

Vêm, irmão, vêm correndo Deita as falsidades fora Porque só a vida importa Mas, porque te foste embora?

Vêm irmão, vêm agora Que a nossa mãe chora Por te querer ver um bocado Por favor vêm embora.

Vêm, correndo a passos loucos Pelo mundo feito de ricos Na esperança de encontrar A tua vida perdida nos picos.

Vêm, porque aqui agora A tua falta está sendo sentida E no palpitar da aurora E no tardar da madrugada querida.

Mas vêm, meu irmão Porque o teu pobre coração É daqui e nunca deixará De existir como um trovão.

Vêm, porque as lágrimas São derramadas só por ti E uma casa deixastes abandonada, Sem o teu sustento eu senti.

Vêm irmão, vêm correndo Porque na tua vida deixastes tudo Numa mão escondida de nós Mas, dá-nos uma lição de fundo.


Tu abriste uma porta E esquecestes de a fechar Porque a tua vida alterastes Por favor vêm para ficar.

São Paio de Oleiros, 1990 / 12 / 18 ANTÓNIO CRUZ


“COMTEMPLAR AS FÉRIAS”

Já consegui aprender a ter férias É que ao fim de alguns anos a “moço de recados”. Valem bem a pena as gozar por alguns dias Nem que seja só de calendário dias marcados. É que nesta vida de trabalho como operário Já levei muitos pontapés no meu ânus. Agora são simplesmente um apelo interior Por isso peço a Deus para chegarem bem depressa. E se conseguir ter algum gosto pela vida São pequenos prazeres as ferias com medida. Mas que o nosso stress nos rouba ao dia A vontade de viver em perfeita harmonia. Além do perfume das viagens e da maresia O nosso afogo de conversas prolonga o dia. Não olhando o tempo passar é um ditongo sã E com um certo lirismo escutamos o dom da rã. O sentido extraordinário do bater do coração Sinto um aumentar de fogo interior com paixão. É que as coisas mais simples nos surpreendem Ao afogarmos as nossas mágoas quando nos entendem. E que as amizades não nos faltem pelas praias Ou mesmo no campo sendo verdadeiras e reais. Onde se reaprende a caminhar lado a lado Com a vida em tempo de férias para lá do Sado. E onde quer que nós estejamos O amor e o prazer nos acompanham e assim viajamos. Com o pano de fundo se vendo quase sempre o mar As ondas lisas e livres em dia de acalmia sem o desejar. A nossa companhia nos faz apreciar a chama da paixão É que em dias quentes a nossa temperatura sobe é Verão. Porque é preciso saber amar com desejo e compreensão Sem nunca perder o tino mesmo com loucura em ascensão.


E ser amigo é saber também olhar estando de roble Porque o nu nos perturba a mente mesmo sendo “Noble”. E poder olhar na direcção certa sem palavras Porque as férias assim também nos obriga e não são castras. Nos dai Senhor, vida para ver as paisagens puras Bosques verdes, desertos brancos e mulheres nuas. Porque os nossos corações não são de ferro E quando o desejo é muito forte até berro. Existem imensos corações inocentes em demagogia Sem pensamentos puros, mas, com muita fantasia. Devemos aprender que o tempo perdido se deve contemplar É tempo útil em ferias com gosto para se semear. É um tempo também que se perde sem se destruir E nos faz realmente sorrir ao se possuir. O desejo também faz parte da nossa vida quotidiana Porque férias têm que ser mesmo férias e se ama. E não devemos perder de vista o descanso de uma boa cama.

Mozelos, 2005 / 09 / 11 ANTÓNIO CRUZ


“A MENSAGEM”

Quando será que tu enfim acordas? Desse teu sonho letárgico e hipnótico Pois desejo que abras esses olhos bonitos Repara as ruas se encontram desertas sendo épico.

Ou quando tu abrires as tuas janelas Que dão para a rua, vejas que as mesmas foram abolidas Enquanto na marina se encontram os barcos atracados E amorosamente eles foram pintados religiosamente.

Entre palavras preferidas pela boca de alguém sagrado Que há muito tempo tinha os poemas perdidos Só que os mesmos ás suas mãos voltaram Formando livros antigos que numa gaveta estavam escondidos.

E se algum dia ele voltar novamente a escrever, Será um poema com uma mensagem prevista E numa garrafa será porventura lançada ao mar Para que a mesma percorra o mundo como cartão de visita.

Algures dará á costa numa maré baixa Como um sonâmbulo que pela rua vagueia Ou numa viagem de barco em pleno mar alto E se a uma ilha deserta for parar como o amor que se anseia.

Poderei então esperar que nela encontres O sonho perdido que na mensagem está escrita É que a nossa ilha tu aportastes não deixando noticias, E quando será que vais acordar desse sonho sem fita.

Porque as ruas aboli, desta nossa ilha perdida, Para podermos escalar ao nosso eterno vulcão Ao descobrimos o verdadeiro amor que nele existe Se revelando como uma mensagem de vida para a nossa paixão.


Por favor abre os teus olhos minha querida, E vê a realidade que existe para além da dor Só assim poderemos enfim dar continuidade à mensagem Que for recolhida de dentro da garrafa com o meu amor.

Santa Maria de Lamas, 2005 / 09 / 27 ANTÓNIO CRUZ


“O VELEIRO”

Estou sentado observando a praia No horizonte um veleiro se afasta Deixando a costa rumo mar adentro Navegando onda após onda que basta.

Impelido pela brisa matinal Fico diante de um espectáculo É uma beleza rara num oceano Com o Sol por fundo no seu habitáculo.

O veleiro segue impulsionado pelos ventos Cujo a força vai aumentando assim é desejado A sua velocidade vai ganhando ao mar Com o seu tom de azul esverdeado.

No horizonte parece ser bem menor Não demora muito para se contemplar Um simples ponto branco com linhas Tornando-se remota e indecisa de se decifrar.

Enquanto observo o veleiro a sumir Para lá da linha do belo horizonte Como se evaporasse no seu desaparecer Simplesmente se leva a formar uma ponte.

Santa Maria da Feira, 2006 / 05 / 17 ANTÓNIO CRUZ


“HOJE e AMANHÔ

Escrevo palavras ao vento Mas não sei porque o faço Só sei que já vêm desde menino É meu elo com a escrita e não o desfaço.

Procuro no tempo um elo Que me possa descrever Este é o meu sentimento pela escrita Não sabendo por vezes o que fazer.

Quero ser alguém um dia E talvez seja esta a salvação Ao passar para o papel A escrita deste meu coração.

Não sei por quanto tempo? Vou escrevendo sem ter fim Só quero o fazer hoje e amanhã Como se fossem flores crescendo num jardim.

São João da madeira, 2006 / 06 / 03 ANTÓNIO CRUZ


“SÃO PALAVRAS ”

São palavras soltas no tempo de hoje Que tomam formas revelando alguma cor São palavras em formas de gotas de chuva Transportando a vida de um poeta com certa dor.

Dor que se ouve por entre as folhas Que o vento leva para longe sem fim Entre o barulho do tempo algo perdido Se formam em flores enfeitando um jardim.

São palavras desentendidas por alguns cientistas Se formando sem sentido nem algum nexo Mas transportam carinhos e muito amor Por um poeta com certo apetite por sexo.

Algumas palavras não têm rumo certo Apenas seguem o prumo da caneta que escreve São palavras que falam de uma vida poética Com uma certa amargura do passado nada leve.

São palavras que chegam e são compreendidas Pelos corações das amantes da minha curta vida Entre a fantasia e sonhos por ainda se realizar Existe o grande amor da minha flor querida.

As palavras nunca são meras palavras Mas sim o estado da minha alma perdida É que o tempo transcende o corpo físico Alcançando a imortalidade no papel sem medida.


São palavras ao vento por mim escritas As quais subjugo o seu valor bem real Desde a minha infância que assim o escrevo E por isso nunca quero por um ponto final.

São Paio de Oleiros, 2007 / 07 / 11 ANTÓNIO CRUZ


“ATIREI PALAVRAS AO VENTO”

Atirei as palavras ao vento E o vento transformou-as em furacão Com esta minha falta de alento Veio também a minha solidão.

Atirei as palavras ao vento E numa rápida decisão Consegui pedir um adiamento Por ser nesta ocasião.

Atirei as palavras ao vento Pois estou farto da solidão Procuro ganhar algum tempo Seja com amor ou paixão.

Atirei as palavras ao vento Estou louco nesta solidão Quero travar este meu sentimento Renovando o meu pobre coração.

Atirei as palavras ao vento Sem querer calar o coração É o chamamento deste sentimento Que faz vibrar esta canção.

Porto Covo, 2007 / 08 / 20 ANTÓNIO CRUZ


“PALAVRAS COM AMOR”

São simples as palavras Lançadas vento das “vagabundices” Ou meras ideias que pairam, Pelo ar, navegam como Ulisses.

Palavras que revelam o pensamento E para quem souber decifrar Quando o vento sopra lentamente Procuro saber sempre como amar.

É que saber amar é difícil E as palavras ao vento São levadas muitas vezes nuas Virando-se para Leste no momento.

Vão despidas de qualquer veste Para isso basta apenas o momento Dissolvem-se simplesmente no mar das paixões Sou um vagabundo de pensamentos.

É que vindas de mim Por vezes são um nada hoje Sigo para um lado algum Como um amor que me foge.

Mas como eu tantos existem Sou um aprendiz no amor E escrevo mais umas palavras Revelando um pouco mais de dor.

Uma dor que me consome Sei que sou apenas mais um Procuro quase sempre uma resposta Indo simplesmente para lado nenhum.


Não é fácil falar de amor Preciso que deixe uma resposta As “vagabundices” lançadas ao vento São apenas mais uma aposta

Uma aposta que procuro no horizonte Tentando decifrar simplesmente o amor Vou levar toda a minha vida Escrevendo simples palavras com alguma cor.

Silvalde, 2008 / 08 / 21 ANTÓNIO CRUZ


“AMAR NO VERBO”

A única alegria que tenho É a de te ver sorrir Ficando sem palavras para te dizer E sinto o meu futuro a fugir.

Só quero ter a certeza Que este pressentimento que sinto Me leve a estar enganado Neste nosso presente pois não minto.

E no futuro muito próximo O meu passado o deixe de ser O tal obstáculo para o nosso amor Pois minha querida te desejo ter.

Só assim conseguirei te ver Para além da minha imaginação Em tempos passados um quadro pintei, O teu rosto figurava num fundo em coração.

E tu logo o colocaste na tua parede Essa mesma era a do teu quarto Para não esqueceres o meu amor Era a verdade pintada do meu trato.

É o meu sentimento para o futuro Que nele está pintado sendo real Não existindo falsos argumentos num presente Para uma paixão bem forte como é natural.

Só com a tua beleza bem presente É uma ideia que tu bem sabes Sempre que estiver o amor no seu lugar Não existirá margem para erros sem contestar.


Pois está presente os nosso sentimentos Sem falsas moralidades só com uma paixão E a mesma será sem limites neste presente A nossa janela se abrirá ao nosso coração.

Não têm a menor obrigação de acontecer Achando muito interessante a minha maneira É a minha forma de ser abstracto querida Um futuro interessante acertando à primeira.

A tua beleza é muito fugaz É uma ideia que existe ma minha cabeça O passado já não tem razão de ser E um amor com futuro talvez obedeça.

Não tendo a menor pretensão de convencer E seja quem for que apareça no presente Pode até parecer franqueza bem real Mas a paixão e o prazer são a semente.

E se dizes que é fraqueza minha Então que o seja, pois é forte o desejo De sentir o teu corpo colado ao meu Tu és a alegria que me dá vontade e ensejo.

Vontade essa de viver em comunhão Entre troca de beijos e juras de amor Utilizando palavras e se tu não dizes nada O meu coração entrará logo em colapso de dor.

Se o amanhã não for nada disso Caberá só ao meu coração te escrever Pois a paixão que sinto por ti Não ganha nada em acabar por te perder.


Ninguém me poderá responder nem precisam Pois só a mim interessa o nosso futuro Mas é já hoje que preciso de saber O amor quer a tua verdade sem a esconder.

Prefiro saber a verdade bem directa Deixando assim ao teu critério o meu futuro Que o meu amor seja subentendido de forma igual O que sinto é bem real e não prematuro.

Fica com uma ideia nessa tua cabeça Que existe lugar no presente para o amor Abrindo espaço no coração sem menor obrigação Tudo pode acontecer na nossa fraqueza com teor.

É uma fraqueza de jovens apaixonados Em que a vida é um livro aberto Para o amor em forma conjugal do verbo amar E sonhar é o futuro situado num presente bem perto.

Vouzela, 2005 / 08 / 16 ANTÓNIO CRUZ


“PALAVRAS AMIGAS ”

Sorri e perdoa agora amigo Pede ajuda para um favor Descontrai-te delegando as más tarefas Quebrando a rotina faz amor.

Faz uma caminhada nova Expressando as tuas nobres ideias Sai a correr para o mundo E não descalces as tuas meias.

Lê um bom livro sempre Pinta o quadro da tua vida Sorri para as crianças hoje Que te permite brilhar sem medida.

Recorda as tuas velhas fotos E canta no duche pela manhã Escuta a voz de um amigo Aceitando um comprimento de um fã.

Ajuda um velhinho pelo caminho Termina o teu projecto desejado Volta de novo a ser uma criança Escutando a natureza do ser amado.

Sorri aos teus filhos sempre Mostrando a tua eterna felicidade Escreve no teu diário com alegria Guardando-o no teu coração com amizade.


Fabrica o teu álbum familiar Tratando-os como teus nobres amigos Por hoje não te preocupes sofridamente Estendendo o tapete vermelho aos inimigos.

Deixa que alguém te ajude Desliga a televisão e fala agora Escutando a tua música preferida Permite equivocar-te e não vás embora.

Toma um banho bem prolongado Olha com atenção para uma flor Pede um pouco mais de tempo Libertando em ti todo o amor.

Aprende algo que sempre desejaste E telefona agora aos teus amigos Fazendo uma pequena mudança na vida Apertando a mão aos teus inimigos.

Faz uma lista das coisas boas Vai à biblioteca e escuta o silêncio Fecha os olhos e imagina as ondas Deixa de estares sempre em “cio”.

Faz também alguém se sentir bem-vindo Diz ás pessoas o quanto amas Atribuindo a cada estrela um nome Abandona todos os dias as camas.


Deves saber que não estás só Pensa no que tens agora Oferece um presente com alegria Planeia uma viagem sem te ires embora.

Inspira fundo nestas palavras amigo Cultiva o amor e o carinho Que o teu coração fará milagres Mostrando-te o futuro e um novo caminho…

São Paio de Oleiros, 2009 / 02 / 27 ANTÓNIO CRUZ


“AS PALAVRAS FICAM”

As tuas palavras sempre ficam Guardadas no meu nobre coração Se me disseres que me amas Eu acreditarei simplesmente com paixão.

Mas se por ventura as escreveres Dizendo sempre que me amas Acreditarei ainda mais pois são gravadas E o meu amor sente quando me chamas.

Se me falares da tua saudade Eu simplesmente entenderei o teu chamamento Ao sentir que ando afastado de ti Talvez Eu isso há muito lamento.

Talvez se escreveres sobre ela Eu a conseguirei sentir junto contigo Porque a saudade por vezes mata Mas terás sempre em mim um ombro amigo.

Se a tristeza surgir e te consumir Só deves me contar e eu saberei Como te poderei estender a mão Pois logo a seguir lá estarei.

E se a descreveres numa folha de papel O seu peso será bem menor É que assim as palavras escritas Revelam os nossos sentimentos sobre a dor.


E possuem um magnetismo bem especial Libertar, acalentar e invocam as emoções. São as palavras que sempre ficam Simplesmente gravadas nos nossos humildes corações.

As nossas palavras possuem certa capacidade De em poucos minutos cruzarem os mares Saltar as montanhas agrestes e planaltos E atravessar desertos intocáveis sem te afastares.

Só muitas vezes e infelizmente se perdem Mas a tua mensagem sobrevive simplesmente Atravessando o tempo séculos e gerações Nunca perdendo o seu sentido ainda bem felizmente.

Elas marcam o momento que será Revivido eternamente por todos nós E por todos aqueles que as lerem Nunca esquecendo o amor vindo da tua voz.

Viva o amor com palavras faladas Ou mesmo sendo escritas elas matam as saudades Podes sempre pedir o teu perdão Aproximando o tempo perdido recuperando as amizades.

Insinua-te sempre alegremente a alguém Oferece o teu simples “Bom-dia” Acompanhado de um carinho bem especial Usando o amor do teu coração nesse dia.


Usa também as palavras do instante De todas as formas ou maneiras Tua força é imensurável e única simplesmente Cantando com a alegria da “Janeiras”.

Lembra-te sempre do poder das palavras Constrói o teu castelo ao escreveres Pois as palavras em nós sempre ficam Basta para isso, tu simplesmente as quereres…

São Paio de Oleiros, 2009 / 03 / 10 ANTÓNIO CRUZ


“PENSAMENTOS AO VENTO”

Borboletas coloridas voam sem pressa ao vento Pois assim voa o meu amor esperando por ti E cada problema do meu coração eu enfrento Enquanto tu olhas o céu estrelado então sorri.

A luz das estrelas ilumina o meu caminho O nosso amor se vai mostrando enquanto brilha E pela noite voam os pensamentos fugindo do nosso ninho Vão-se espalhando e percorrendo a sua trilha.

Então não sei o que me espera agora É que a cada problema eu desespero Pois nada vejo na escuridão e vou-me embora Mas minha “Rosa do Amor” por cá te espero.

É que o que me entristece tanto E emudece esta minha paixão sentida São as gotas irmãs que percorrem o manto Do meu rosto sem vestes minha querida.

Mas espero que a tua “Rosa” se abra Para o meu coração poder sorrir novamente E como as borboletas voar num “abra kadabra” Será magia o fluir do amor como semente.

Só assim poderá florir o nosso jardim Apagando todas as memórias ruins do passado Deixando os pensamentos novos viver por fim Agradecendo ao vento sendo já um ser amado.

São Paio de Oleiros, 2006 / 07 / 17 ANTÓNIO CRUZ


“PALAVRAS DE AMIGO”

Nestes anos todos que cá estou Vi gente a chegar outros a partir Alguns me deixaram saudades (assim sou) Outros, nem sequer os vi, sorrir.

A vida tem destas coisas assim E como ela não pára sequer Não será por estes momentos o seu fim Só é preciso um bocado de esperteza sem perder.

Desejo-te ……… as maiores felicidades Que a vida se ilumine no teu futuro Não deixes os amigos com as saudades Continua em frente e derruba esse teu muro.

De ……… vieste tu cá parar Contigo trouxeste a alegria e esperança Que a tua nova vida saibas alcançar Segue o teu caminho és ainda uma “criança”.

Um abraço deste teu amigo Falta-me algumas palavras para escrever Com um beijinho eu estarei sempre contigo E não tenhas medo de sequer vencer.

São Paio de Oleiros, 2009 / 04 / 07 ANTÓNIO CRUZ


“ BRINCAR COM NÚMEROS ”

De uma confusão de números Eu num simples poema transformei, Porque apesar de não saber matemática Foi no escrever português que me destaquei.

E, ao começar pelo número Zero Ele em mim nada pode criar, Em toda a minha vida existiu o desejo, Talvez chegue aquele dia para começar.

Em certo cais numero Um Partiu uma velha galera de guerra, Cheia de piratas e barris de rum Á procura de um tesouro em nova terra.

E numa rua estreita e escura caminhavam O que me pareciam ser Dois Como amantes eles loucamente se beijavam O que terá acontecido depois.

Fiz-te um pedido, um simples convite E contigo tu levaste logo Três Como de castigo levei-vos a jantar A um desconhecido restaurante chinês.

Também corri no Rally de Portugal Com o competitivo e desportivo Audi Quatro. Só que depois de muitas curvas, no final, Acabei logo por ir parar ao mato.

Aconteceu pelos lados do Restelo um assalto, Os ladrões eram apenas Cinco, Quando suou o alarme só roubaram Uma valiosa cruz e um simples, brinco.


Quando era um jovem jogador de futebol Me mandaram vestir a camisola Seis, E apenas um golo consegui marcar Num jogo de azar pelos reis.

Procurei sem parar a casa n.º Sete Na estreita rua do meu coração Onde todo o meu amor se mete, Quando surge uma grande e única paixão.

Nesta minha vida muito louca Tudo me faz parecer o número Oito De tantas voltas que ela dá, E quando para um bocadinho já estou morto.

A minha família era muito grande, Porque só de filhos era-mos Nove, Apesar de já nem todos serem vivos Será sempre um passado em que se move.

Porque a minha triste vida não para E para se viver é preciso Amor. Estas e outras brincadeiras vou escrevendo, Para nunca me deixar vencer pela Dor!...

São Paio de Oleiros, 1991 / 01 / 22 ANTÓNIO CRUZ


“TEMPO DE UM CIGARRO”

Enquanto acendo um cigarro Espalho as cinzas no ar E escrevo palavras soltas numa folha Descrevendo como gosto de amar.

O amor é a minha vida Da paixão sofro eu Gosto de amar livremente Chegando ao limite meu.

Enquanto o cigarro se queima As palavras saem simplesmente Procuro descrever a paixão Que sinto bem abertamente.

Entre a paixão e a luxúria Para mim não existe limite Ambas se encontram ligadas E o coração as transmite.

Sai em pulsações breves Como se palavras fossem Peco em pensamento puro Para na folha eles constem.

São breves as linhas escritas Como o cigarro que se queima Sinto o coração palpitar levemente Sobre a minha paixão que teima.

Este meu amor arde Arde sem chama visível Ao contrário do meu cigarro Que arde mais rápido possível.


Sinto o seu leve sabor Na minha boca bem suavemente Desejo também um beijo intenso De uns lábios carnudos permanentemente.

O meu cigarro se acaba Assim como estes meus versos Preciso que a minha amada Para que acabe juntando os restos.

São os bocados da paixão Que se espalham pelo céu Como palavras ao vento Necessito de rasgar o seu véu.

Véu esse que cobre teu corpo Tapando a tua nudez Apago o cigarro por agora Esperando amar-te uma outra vez.

São Paio de Oleiros, 2008 / 12 / 09 ANTÓNIO CRUZ



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