império dos sentidos 035

Page 1

ANTÓNIO CRUZ


ANTÓNIO CRUZ


“ PREFÁCIO DE UMA VIDA”

Escrevi num mês distante, trinta e tantos, poemas a fio sem parar, numa espécie de êxtase. E hoje, é um dia triunfal da minha simples existência, nesta minha vida. O que se seguiu depois de alguma tinta ser gasta e muito papel ter sido utilizado; só sobrou um cesto de papéis cheio, foi o aparecimento de um novo “Poeta – Escritor”. Tudo isso, se verificou no continuar do pequeno Sonho de Criança que há muito tempo vinha a desenvolver no meu interior, utilizando pequenas rimas ou alguns pensamentos muito sugestivos da minha maneira de ser. E de ter vivido quando criança e também algumas situações, já como adulto. Desculpem – me, o absurdo da frase; mas apareceu em mim um enorme desejo de transcrever para o papel algo com sentido ou mesmo sem! Era simplesmente aquilo que vindo do meu eco interior ou directamente da minha mente, ditava por palavras ou frases simples, numa leitura rápida, e a minha mão escrevia para um bocado de papel. A expressão que sobressaía no meu rosto era a de um pequeno sorriso esboçado quando terminava mais um tema, mesmo que esse não tivesse muito sentido! Mas, era como se tivesse restituído alguma vida aos mais simples “poemas” ou “contos”, que eram para mim algo profundo mas muito belas. Só que por vezes, bastava unicamente o esboçar de um sorriso para me agradar e aquilo que acabava de transcrever logo por si existiria numa folha de papel sentindo toda a sua magia sem sequer poder falar! E, num certo dia, à noite quando relia tudo aquilo que já havia escrito em simples rascunhos, por vezes, revia ali a minha própria sombra retractada. Eram, e são, simplesmente memórias, brincadeiras, ou mesmo chamadas de atenção para o mundo em que vivemos. Sei que um dia alguém as vai poder ler e as irá existir na prateleira da sua biblioteca para quando este ser já ter abandonado o planeta Terra. Um simples risco da minha curta vida ficará lá conservada, para sempre todo o sempre como sinal da minha pequena existência terrena! E, só assim poderei viver eternamente, por milhares de anos a fio, recordando a Alegria, a Tristeza, o Amor, a Solidão e tudo aquilo que tiver dado a este Mundo! Mas, uma coisa Eu sei, que serei alguém que existiu um dia neste “Universo da Escrita”!... E essa recordação ficará para sempre nas memórias de todos, sendo como aquele que deixou um “Verso” quando morreu, e talvez seja a “Profecia” de uma vida!...

Mozelos, 2000 / 10 / 10 TONY CRUZ


TITULO

LOCAL / DATA

0

PREFÁCIO DE UMA VIDA

MOZELOS, 2000 / 10 / 10

1

AMAR TEU CORPO

SANTA MARIA DE LAMAS, 1989 / 01 / 09

2

BASTA DE SOFRIMENTO

MOZELOS, 2000 / 11 / 28

3

IMAGENS

MOZELOS, 2000 / 02 / 27

4

TEU CORPO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2006 / 06 / 10

5

DEIXAR FLUIR A VIDA

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2006 / 09 / 03

6

RABO DE SAIAS

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2005 / 07 / 26

7

MEU VÍCIO AGORA

MOZELOS, 2006 / 07 / 14

8

FIO DENTAL

MOZELOS, 2005 / 09 / 13

9

COCKTAIL

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2000 / 12 / 06

10

ABRIR A PORTA AO CORAÇÃO

MOZELOS, 2000 / 07 / 25

11

VÊM FAZ AMOR COMIGO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1991 / 09 / 16

12

AMOR PROIBIDO

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1991 / 08 / 19

13

DESEJO-TE NUA

SÃO JOÃO DA MADEIRA, 2006 / 06 / 03

14

SEDUTORA

SANTA MARIA DE LAMAS, 2006 / 06 / 18

15

MINHA PRINCESA

SANTA MARIA DA FEIRA, 2006 / 08 / 27

16

TENTAÇÃO MENINA-MOÇA

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2009 / 01 / 22

17

AMOR PROIBIDO II

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1991 / 08 / 20

18

AMANTE DA LOUCURA

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2009 / 02 / 25

19

AMANTES DOS LENÇOIS

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2009 / 03 / 13

Em "Império dos Sentidos" Escrevo sobre os sentimentos perdidos Assim como a minha paixão Que é a mulher do meu coração. Deixo nestes breves poemas fluír A vida e o meu vício sorrir Ao obter imagens de corpos nus Sabendo que o meu pecado é a cruz. Ao desejar a sedutora mulher Sobe a minha tentação no colher Escrevendo como a devo poder amar E nada mais tenho agora a declarar. São Paio Oleiros, 2009 / 04 / 01 TONY CRUZ


“ AMAR TEU CORPO “

Como o vento que sopra Nas ondas dos teus cabelos São os oceanos da vida E fico eu por aqui esperando vê-los.

E quando os horizontes se abrem Os nossos lábios se encontram Pois levemente se tocam E jubilosamente se amam.

Pois de lábios colados ficamos No teu corpo o meu tocou Como corrente de água viva Que o meu ser jamais amou.

Mas ao amar o teu corpo A tua beleza me convida, A tua pele é muito macia Sendo a fonte da minha vida.

O teu corpo me fascina A tua pele me transforma É a minha cede de sentir Que a tua vida me toma.

Pois a tua vida me faz sentir A força da esperança O nosso amor renasceu E será sempre a nossa aliança.

Como uma nuvem que passa Meu ser espera te dar Um lugar belo e profundo Onde possa sempre te amar.


Só tu, minha “pequena” flor, Me consegues preencher de alegria Só vindo de ti, a esperança Com o teu amor me alcançaria.

Santa Maria de Lamas, 1989 / 01 / 09 ANTÓNIO CRUZ


“ BASTA DE SOFRIMENTO ”

Não vou ficar até chegar o amanhecer, De rosto zangado. Vou lutando contigo, Mas por agora acabou-se tudo o que existia, E já não tenho paixão e nem o consigo.

Não consigo e porque aconteceu isso? O meu amor por ti já se acabou? E para outra praia vou habitar, assim o decidi É a minha opinião que conta agora, e eu vou.

Vou, porque mudei de atitude para contigo Quanto ao amor que neste momento sinto, E durante todo aquele tempo que vivemos juntos, Consegui acordar do pesadelo e não minto.

Pois, a mentira é uma faísca falsa Que se mantinha acesa o nosso amor, E o amor é algo de muito bom Para ser vivido em comunhão de dor.

E essa dor nos separa aos dois; Foi um sentimento assim por nós desejado, Mas, para mim já não o é mais, Preciso de algo mais superior para ser realizado.

E, se algum dia vieres para mim outra vez, Vem só com um sorriso de sentimento verdadeiro, Só assim poderás me conquistar de novo; O meu pobre coração pertence-te sem haver dinheiro.


Não vou fingir que aceito Essa tua única atitude e maneira de ser, Porque, na minha vida, o amor conta muito E não é só viver de dinheiro e prazer.

São os meus sentimentos que estão em causa E, desta vez, tenho toda a razão. Para não voltar atrás com a minha palavra, Sabes bem que me falta superar a prova do coração.

Tu passa-te a barreira dos limites; A que o sofrimento do amor nos obriga O teu ciúme também foi longe de mais Entre tantas obrigações e muita briga.

O nosso amor tornou-se algo muito perigoso E quando esse alguém só deseja guerrear, É uma arma sem sentimentos e muito poderosa, Para quem, nesta vida, não a sabe utilizar.

Nos sentimentos, dos nossos frágeis corações, O jogo de orgulho nada tem a ver, Com as batalhas de flores e beijos, Já tentei de tudo bem podes querer.

Para se conseguir obter a paz Entre dois seres onde exista o amor, Tem que uma das duas partes ceder E libertar o seu coração da dor.


Só que nas nossas batalhas conjugais, Tem sempre cedido o meu véu, Mas, basta-me de tanto sofrimento, Só quero paz e viver num verdadeiro céu.

Porque de facto, perdeu-se o elo de ligação Não conta só o desejo de ver-te nua, É também com o feitiço do prazer, E do amor, que a vida continua.

Mozelos, 2000 / 11 / 28 ANTÓNIO CRUZ


“ IMAGENS “

És o abrigo dos meus desejos A loucura que tanto me atrai Com os teus beijos carregados de fogo É o prazer que muito escorrega e cai.

Tu és afinal esse único argumento E só consigo sonhar com a tua imagem Onde invento tudo aquilo que sinto Não utilizando dinheiro como chantagem.

Pois as imagens que acabo de inventar São a doçura quando estás por perto E me abraças beijando intensamente com fogo Não se sabendo se será tudo muito correcto.

Por isso não há ninguém no mundo Que possa destruir esta nossa paixão Em que o amor não é um sonho Mas sim o álibi para o meu coração.

Eu quero simplesmente te amar E eternamente ao pé de ti ficar Sentir fluir todo aquele nosso amor Até ao momento não tinha conseguido alcançar.

Tu és o amor que não vivi E eu quero saber qual a razão Que me leva a enlouquecer por momentos Sem saber de onde vêm esta paixão.


Chego por vezes a pensar O porquê comigo só isto acontece Quando revejo as tuas imagens á noitinha Enquanto vou sonhando meu ser enlouquece.

Tu és o calor do meu Verão Entre jogos de prazer que sempre dura Nas suas tardes cheias de muita paixão Até a brisa da noite continuando a nossa aventura.

Sabes bem que só tu existes E estejas onde estiveres eu não estou Mas o meu sentimento de loucura ecoa No bater do meu coração que vou.

Voou para junto de ti minha querida Ele está na Lua ou mesmo em Marte Seguindo o rasto da tua imagem real Estando sempre contigo seguindo-te por toda a parte

E faça o que fizer amanhã Ele só desejará receber o teu amor A minha alma não está comigo Mas sim sofrendo contigo minha flor.

Sofrendo de fogo por dentro de paixão Colocando-me nas nuvens em pleno céu Levando-me a sonhar contigo a toda a hora Enchendo o meu pensamento com tudo teu.


E já não consigo pensar em mim Só existe a tua imagem sensual minha flor É o rosto desta minha paixão de Verão Sendo tu o ponto mais alto deste calor.

Porque só consigo sonhar contigo Ao ponto de sonhar mesmo acordado Com a tua imagem seja onde for Só querendo te amar com muito cuidado.

Mozelos, 2000 / 02 / 27 ANTÓNIO CRUZ


“TEU CORPO”

Só agora me lembro desta paixão E das saudades que já tenho Do beijo que te desejo dar Ao sentir o teu corpo até me venho.

Tira a roupa e vêm minha amada Despe-te desse teu doce preconceito Quero amar-te loucamente para sempre Sentindo o teu corpo nu sem defeito.

Ao cheirar simplesmente a tua pele Meu desejo se intensifica cem por cento Quero-te agora mesmo minha amada Fascinando-me com o teu seduzir neste momento.

Quero-te aqui com a tua paixão Não me deixes completamente sozinho Neste meu desejo de amar abertamente O teu corpo nu entre os lençóis de linho.

Pois por entre os lençóis de linho Meu coração vai aquecendo de amor Derretes o meu desejo louco mas puro Pintando o nosso leito de alguma cor.

Não estando sozinho no nosso quarto A luz que o teu corpo ilumina A minha alma ganha também luz Enquanto o bater do coração não termina.

Incendeia este meu forte desejo Que tanto ma faz te querer Nesse teu corpo de mulher perfeita Que vai refrescando a alma deste ser.


Pois assim este meu sonho floresce E vai ganhando asas de amor Acompanhado de um beijo de desejo Só agora me recordo de pintar teu corpo de cor.

São Paio de Oleiros, 2006 / 06 / 10 ANTÓNIO CRUZ


“DEIXAR FLUÍR A VIDA”

Preciso de deixar a vida fluir Soltando tudo que tenho preso Nesta minha alma e sorrir Neste meu corpo estando tenso.

Meu pensamento está preso também Já não o consigo sentir Com alegria e a vida de ninguém Preciso de deixar a vida fluir.

Ao som de uma canção Fluir com ela e dançar Entre o bater do meu coração Aprender como se deve amar.

Não devo nunca deixar partir O seu amor cheio de glória Se ele for embora sem sorrir Perderei aquilo que mais queria.

E se ele se for agora Não volta mais para mim Nunca sairei da estrada fora Andando louco até ao fim.

Mesmo que procure outros amores Nunca serão o verdadeiro e seu Pois não o deixei fluir sem dores E transformar a minha vida num céu.

Não é um amor subordinado Pois só quer respeitar o outro As minhas pobres entranhas vão arriando. Pedindo uma vida nova e não do morto.


É a minha vida em jogo Não quero perder a respiração O meu medo revela-se no fogo Pedindo a liberdade para o coração.

Sei que é preciosa a vida Por isso preciso de deixar fluir Pois só quero que tu existas querida Ensina-me então a viver e a sorrir.

São Paio de Oleiros, 2006 / 09 / 03 ANTÓNIO CRUZ


“ RABO DE SAIAS “

Nós homens ficamos com os olhos a brilhar, Quando passa uma bonita mulher Somos os chamados de “rabos de saias” É tudo um jogo de ilusão do nosso ser.

Ficamos a matutar qual é a sua figura Sem a veste que usa aí coração Se tem uns peitos bonitos ou rabo jeitoso São os jogos provocados pela nossa imaginação.

Nós homens levamos uma vida inteira, A sermos absorvidos por esta ilusão No tentar descobrir o seu aspecto Debaixo das suas saias, jogos de imaginação.

Ou tentamos sermos avistados por alguém No nosso carro com uma bela mulher Ao nosso lado por entre as ruas principais E por avenidas junto à praia por prazer.

E entre alguma conversa fiada “pimba” Nas suas pernas se enfia a mão E por debaixo das suas saias um acariciar Estando por vezes sujeitos a levar um bofetão.

Tudo isto é um retrato pessoal Ou simplesmente o sonho de um homem E que por mais que nos custe Se torna em uma realidade mutante “nem”.

É uma realidade existente nos nossos corações E que a nossa “amante” choca com a verdade Ao ver na nossa mente muito perversa Que todas elas seriam nossas amantes sem idade.


Pois para alguns “rabos de saias” Não existe idade alguma para as olhar E por qualquer lado que vá são cartomantes Nos seus sonhos ou ilusões não temem em escapar.

Escapar no querer ou mesmo desejar muito A mulher alheia, é o nosso lado sexual Que começa a funcionar logo que avista uma E por mal que pensem é o nosso instinto natural.

É natural porque o mesmo é accionado Logo que vê um corpo perfeito É a beleza de uma mulher que faz o “click” E todo o nosso pensamento se liga por defeito.

Somos mesmo uns “rabos de saias” A viajarmos pelo mundo fora conquistando É o nosso imaginar levando o nosso sósia À procura de corações solitários que for encontrando.

Pois a beleza de si só não conta Também a sua formosura e a ternura E a importância do que vai dentro do coração Tudo isto pode dar origem a uma paixão prematura.

Porque a mulher é um ser sensível Para que nós homens a consigamos perceber, Não é com um simples olhar nosso Que fará a conquista do coração desse ser.

Seja de que raça for ou cor Todas elas têm dentro de si um coração Só que no nosso sonho mais intimo que seja Funciona sem uma resposta definitiva com explicação.


Nós homens somos mesmo um “rabo de saias”, O nosso olhar se fixa momentaneamente sem explicação Seja qual for o tipo de mulher que passe E nada neste mundo fará mudar esta nossa acção.

São Paio de Oleiros, 2005 / 07 / 26 ANTÓNIO CRUZ


“MEU VÍCIO AGORA”

Não vou tentar não falar mais Sobre o amor, da dor e do coração Tudo pode não passar de uma ilusão É um vício meu agora por demais.

Vou tentar não falar do Sol Do mar e da rua ou mesmo da Lua Até mesmo sobre a minha solidão crua Pois o meu vício anda num rol.

É madrugada e acordo como um gavião Procuro ser um anjo ou tigre da Índia Escrevo algumas palavras em pleno dia Sentindo meu pulsar intenso como um leão.

Desenho acordado num fundo azul-marinho A televisão é um vício meu agora E um passar de tempo morto por ora Sem pensar um pouco na falta de carinho.

Meu vício agora é movimento do vento Voando sobre um ninho de águias Vou tentar não verter mais lágrimas esguias As mesmas tornaram-se mais baratas assim tento.

E sem nenhum porquê sem me render Meu ser está vivo e maníaco do karaoke Continuo interessado na liberdade do simples toque Reino nas águas cristalinas mesmo sem querer.


Vou tentar não mais me vender Não quero ser mais o avesso de outrora Assim o era, antes só quero viver por agora Este meu vício densificante cheio de prazer.

Mozelos, 2006 / 07 / 14 ANTÓNIO CRUZ


“FIO DENTAL”

É fazer o favor de me comunicar Se algo estiver errado comigo Pois a minha personalidade é mesmo assim Apenas quero tomar um café como amigo.

Estou sem perceber nem estas mulheres Que hoje em dia usam o fio dental Me provocam uma certa comichão E já não consigo aguentar mais pareço um anormal.

Quando penso em ir fim-de-semana À minha frente aparece uma borboleta É assim que eu lhes chamo às “cuequinhas” Que estas mulheres de hoje utilizam com prancheta.

Já não tenho conselhos para nós homens Ou será que estou a ficar velho Pois o meu “mano” mais pequeno Não aguenta muito tempo no seu ferrolho.

Será que lhes pode provocar Uma certa liberdade no seu andar Com um fio entre as suas bochechas Fazendo a separação do seu vale de encantar.

Procuro descobrir qual a sua utilidade Visto que usadas em calças brancas O seu triângulo das bermudas se avista Fazendo mal ao meu coração quanto mais às crianças.


Pois a mesmas só cobrem a penugem E alguns casos parecem um hambúrguer Muito bem desenhado como uma pintura Estou ficando maluco ou faz parte do meu ser?

Mozelos, 2005 / 09 / 13 ANTÓNIO CRUZ


“ COCKTAIL “

Tu estavas cada vez mais bonita É incrível como só em ti eu pensava Já nada mais conseguia resolver nesta vida E uma música componha para ti e tocava.

Pões o meu coração a cantar Como uma pequena brisa de Abril Ao apareceres com todo o teu esplendor Vais dançando até o cair das águas mil.

Me fizeste um convite para jantar Sabendo que eras o meu grande amor A paixão por ti cada vez mais aumentava Assim como o volume do meu “pintor”.

As sombras caem se espalhando No teu místico encanto pelo silêncio O silêncio do canto das sereias encantadas Nesta noite que me faz recordar um certo anúncio.

Era um anúncio colocado num jornal Pedindo para tu caíres em meus braços Só assim atingiria o meu objectivo inicial Ao te ter só para mim e sem espaços.

Como um copo de bebida afrodisíaca Sinto a tua boca tão quente e sensual Para dar um certo gosto especial ao teu corpo Eu lhe misturo mais um pouco de sal.

Me torno um alcoólico pelos teus seios Pois já sou um bêbedo sem alguma cura Em que a brisa dos teus cabelos me cega Nesta minha paixão de desejo e procura.


Uma procura interessante pelo teu prazer Porque me estás a matar de gula Nesse teu olhar simples e também sereno És uma bebida explosiva que tanto me anula.

Pois todo o teu corpo é um cocktail Que a minha louca fome me saneia Mas não mata a minha estúpida cede Só o conseguiria possuindo o teu corpo de sereia.

O rubor da tua face me encanta Sempre que eu falo do nosso amor Te leva ao ponto “X” da loucura Na esperança de te possuir com muito ardor.

És o cigarro que fumo loucamente E vais me dando lume para ele não se apagar Ao me dizeres que és só minha Me levas a atingir o máximo do meu palpitar.

É o máximo na escala dos meus sentimentos E enches o meu pobre e frágil coração De tal modo que assim ele tanto te deseja Sendo tu o doce da minha única rendição.

Me embebedas com o perfume do teu corpo Ao seres tu o meu único amor Vêm, vêm dormir hoje a minha casa Nesta noite de luar e de muito fulgor.

Só assim podemos provar o nosso cocktail Na mistura dos nossos corpos na onda do prazer E vamos cozer esta loucura especial em meu leito Brindando com os nossos licores até um novo dia nascer.

São Paio de Oleiros, 2000 / 12 / 06 ANTÓNIO CRUZ


“ABRIR A PORTA AO CORAÇÃO”

Paras ao pé de mim chorando Porque o teu coração se encontra magoado Por favor limpa as tuas lágrimas Do teu rosto belo demais para ser torturando.

Não chores muito mais minha querida Porque quando andares sozinha na rua Terás em mim companhia para a tua solidão E a minha amizade será sempre tua.

Minha querida chegou a hora de brilhar Com o raiar do Sol cheio de amor Um amor real oferecido por mim É tudo o que te posso dar minha flor.

Não deixes de aparecer perto da vila Já sabes onde eu vivo só e sem companhia Mas como eu nunca desisti do teu amor Para mim apesar de tudo grito de alegria.

É que foste sempre o fruto proibido De um amor louco de um solitário Aí como desejo muito o teu ser Vamos, liberta o sofrimento do coração Sagitário.

Escondi durante vários anos o meu sentimento Voava nas nuvens cheio de amor A Lua era a minha companheira de confissões Nas noites de sofrimento chorando de dor.

Mas aprendi a respeitar o teu coração Só que te peço agora minha querida Abre a janela do teu pobre coração E juntos podemos curar esta maldita ferida.


Deixemos o velho navio se afundar E nademos para terra firme minha flor Lá veremos os nossos destroços flutuar sem rumo Enquanto juntos traçamos o nosso futuro amor.

Encurralado encontro-me enquanto ouço a tua voz Ao som do vento soprando no meu coração Levando as tuas palavras ao seu interior Espreito uma oportunidade tua como um gavião.

Eu sou um peregrino do teu ser Caminhando na ponta do iceberg do teu coração Ao qual é meu desejo de te amar com prazer És o fantasma desta minha pequena canção.

É que só os fantasmas me encantam Eles são as paredes da minha casa vazia Enquanto espero a tua visita querida Vou abrindo as janelas do meu coração “Maria”.

Há raparigas que chamam por mim Só que o teu rosto não consigo esquecer A minha vida é percorrida sobre um trampolim Com esperança de um dia o teu coração me pertencer.

Nesta luta diária que me leva a cessar Caí varias vezes tudo era uma confusão, Erguendo-me sempre e sem me deixar notar Como na minha paixão dava mais um trambolhão.

Mas também reconheço que deixar de te amar Meu pobre coração vai parecer um tufão É que alegria de estar contigo sozinho querida No meu ego se tortura mas que grande confusão.


E por razões que não sei explicar Talvez esta minha vida solitária Tenha-me levado a esconder os meus sentimentos Quando devia já ter-te revelado como te queria.

É que o mundo inteiro me obrigou a defender-me De todos aqueles amores sem grande determinação Talvez nem tenha sido uma questão de obrigação Só te peço mais uma vez “Abre a porta do teu coração” ….

Mozelos, 2000 / 07 / 25 ANTÓNIO CRUZ


“VÊM FAZ AMOR COMIGO”

Querida… Não queres vir brincar, Ou fazemos amor como tu quiseres Saudaremos o novo dia na cama Entre abraços e beijos que desejares.

Ver como é bonito o céu azul Em que o sol brilha feliz Parece ser o rei do universo Nem tudo é como se diz.

Pois tudo isto não chega Aos pés da tua beleza feminina Porque o teu corpo me excita Ao ponto de que nunca termina.

E não sou eu que estou pedindo O teu carinho sincero e muito amor Mas o meu louco e apaixonado coração Que sente uma grande e forte dor.

Porque quando os pássaros cantam Tu fazes-te dona do teu nariz E o meu ser vai caindo por terra Até se formando com a solidão a sua raiz.

Mas depressa chega a noite E tu sem me dares uma resposta Sonho a noite inteira sozinho Quando queria apenas estar contigo um bocadinho.


Na noite mais escura da minha vida Vi uma luz que começava a brilhar No fundo do meu ser Já nem sabia o que fazer.

Tudo isto porque não me desejas O amor que tenho em mim Meu coração queixa-se aí meu Deus Já tudo me deixa assim, assim.

Até que de manhã ao acordar Senti um som estranho em mim Era o meu pobre coração vagabundo Que ouvia musica no meu jardim.

Meu sonho se tornou em realidade Ali estavas tu ao meu lado À espera de um beijo meu De bom-dia meu amor desejado.

Seguindo-se um longo beijo Amor fizemos porque a nossa paixão Já não cabia mais em nossos seres De tanto esperar cheia de emoção.

Este dia tão maravilhoso começou bem E medindo as nossas palavras fomos descobrindo O amor que existia em nossos corações E em nossos seres bem escondido.


Quanto os nossos seres esperam Pela altura certa para o demonstrarem O seu verdadeiro amor no leito da felicidade Com todo o carinho e a franca verdade.

Vamos querida deixemos fluir o nosso fruto, Que há muito tempo desejamos o derramar É o mel de uma vida bem apaixonada Que nos faz viver no primeiro andar.

São Paio de Oleiros, 1991 / 09 / 16 ANTÓNIO CRUZ


“AMOR PROÍBIDO”

Será que se consumará a esperança Deste meu sofrimento pelo amor De um ser com o qual partilho A minha existência e a minha dor.

Mas essa dor é um universo Sem linhas paralelas que se vai destruindo Aos poucos com desgostos de vida Sem um futuro próximo ou algum sentido.

Talvez tudo isto seja o medo De perder tudo aquilo que desejo E neste momento é ter sempre Junto a mim tudo aquilo que vejo.

Medo de um dia conseguir deixar O meu coração encontrar um a barreira Para poder ser feliz quem sabe Talvez um pouco de há sua maneira.

Será uma desculpa velha hoje Pois teu olhar me faz pensar Como é bom gostar de ti Até penso um dia me vir a casar.

Como um rio que corre através das montanhas Ou vales, minha vida vai assim caminhando Entre as grandes barreiras da vida E onde se vai tentando sempre impondo.

A vontade de vencer e querer Se aproxima cada vez mais Da meta do meu coração Tendo a favor os ventos da situação.


A alegria se transforma na força do viver Entre os cantos alegres das aves Que na Primavera se apaixonam Assim como todos os outros seres.

Toda a sua felicidade me invade E enche o meu frágil coração Que vai exaltando de emoção Ao sentir o bater da paixão.

Sofrer ou fazer sofrer Terá sido o meu destino Será que tudo isto fará parte Da minha vida estúpida como um menino.

Será que terei que sofrer Até um dia ser o meu fim Ou espero que chegue a hora Que tanto anseio quando será? Agora.

Minha vida vai crescendo e transformando A felicidade de te amar num horizonte Cheio de ternura para contigo Meu ser deseja ser teu paciente.

Pois todo o meu ser chama Por ti, e espera um beijo Em troca de palavras meigas e abraços É tudo apenas o que mais desejo.

O sonho que tenho agora É o Sol que brilha no horizonte Enquanto seus raios transmite-nos uma mensagem De que o seu brilho é a nossa ponte.


A mesma que nos salvará Com a esperança do amor vencer Já que é um amor algo proibido Não quero nunca mais te perder.

São Paio de Oleiros, 1991 / 08 / 19 ANTÓNIO CRUZ


“DESEJO-TE NUA ”

Penso que lá chegará o dia Em que aos ventos se gritará bem E todos os pecadores o saberão Daquilo que estou a escrever também.

Assim que todas as criaturas Neste mundo se sentem nus Formando uma fila junto ao portão Talvez seja melhor chegar a horas sem cruz.

Sei que não devo me atrasar É que bem no fundo do meu coração Já não sei bem o que fazer Desta minha então louca paixão.

Já não sei o que devo vestir Se um belo casaco de vison Ou uma camisa simples de azul Para tu reparares no meu coração.

Sou rico, mas sem dinheiro Não te posso hoje oferecer Nenhum anel de belos diamantes Sou rico, mas apenas no escrever.

Por favor limpa o teu rosto Retira essa tua maquilhagem Deixa que o teu corpo balance Simples mas bela nessa tua imagem.

Só assim teu espírito brilhará Porque desejo e quero-te toda nua Este meu desejo é bem forte Pois só te quero ver linda e crua.


Não sei quantos homens possuíste Ate mesmo aqueles que no esgoto caíram A minha tristeza é como um rio Em que a vergonha de eles lá saíram.

Mas só tu tens que erguer Esse teu belo corpo semi nu Retirando os sapatos dos teus pés E ficando sem chapéu na cabeça sendo tu.

Apenas te quero simplesmente nua Não deixando de ter lugar e pago No meu acelerado e tórpido coração Assim desejo-te ver no meu leito de vago.

Não existe nada mais no meu coração A não ser um fogo intenso por ti Sendo o mesmo verdadeiro que reclama O teu corpo nu, pois ainda não dormi.

São João da Madeira, 2006 / 06 / 03 ANTÓNIO CRUZ


“SEDUTORA”

Entras no bar com ar de sedutora Não consigo resistir ao teu encanto No ar fica o teu odor feminino Que me leva a estender o manto.

O teu odor de mulher encantadora Teus olhos são cor de mel Eu sou como um felino perseguindo Os teus passos de presa com fel.

Nesse teu corpo de pecado Deixas sem respiração o público masculino Posso dizer que és a mais desejada Entre as luzes que brilham sem destino.

Só te peço para dançares E com um sim tu respondes Não sei se não poderias negar Ao meu pedido nada me escondes.

O que desejo é sentir-te balançar Na pista da dança a encantar As minhas mãos nas tuas costas Procuram outro sítio para estar.

Como se preferissem lá se encontrar Aí quem me dera sentir Tudo o que em ti se passa Meu coração contigo quer dormir.


Assim é este meu desejo E não poderei sempre o negar A paixão fervilha em mim Querendo poder sentir o poder de amar.

Santa Maria de Lamas, 2006 / 06 / 18 ANTÓNIO CRUZ


“MINHA PRINCESA”

Tu chegas-te e não me apercebi Numa bela floresta eu dormia Sobre a relva onde estava Apanhava com os raios de Sol, belo dia.

Distraído entre os pensamentos ocultos Onde o amor estava representado E sem saber como o demonstrar Via as nuvens passar estava determinado.

Pois olhava em meu redor Via vários casais de namorados abraçados Questionava onde poderia te encontrar? Sentia uns apertos no coração desfasados.

Por um instante tudo é diferente Quando se abriu um caminho Pelas árvores lá estavas tu Espreitavas secretamente notava-se algum carinho.

Parecias por entre os raios solares Uma bela princesa e não paravas de chamar, Senti um pulsar ardente no coração Desejando então fortemente poder te amar.

Vieste logo voando em tuas asas Ao meu encontro dai a minha riqueza No teu correr o nosso amor Que durante algum tempo procurei com certeza.


Como um cavaleiro andante sentimental Elevo-te sobre o meu cavalo de pau Cavalgamos neste nosso sonho de amor Sobre o horizonte a caminho da nossa nau.

Santa Maria da Feira, 2006 / 08 / 27 ANTĂ“NIO CRUZ


“TENTAÇÃO MENINA-MOÇA”

A menina – moça por mim passa Com a sua beleza divinal Mais parece nos seus poucos trajes Que circula quase nua é real.

Pois a menina – moça me atenta Quase mostra toda a sua carne Assim enlouqueço e dos pudores esqueço E o meu “Toninho” parece madeira de cerne.

Ante tal pudor que se insinua O meu “Toninho” não consegue descansar Um desejo em mim se apodera Quando tu, menina – moça vais a passar.

Há tempos que te desejo em silêncio Cada vez que passas tocas-me com a mão Então sonho doidamente com um beijo teu Esperando sempre da tua boca com sedução.

Cada vez que te vejo menina – moça assim De pé fica o meu “Toninho” no seu lugar Pois tu projectas sobre mim com provocação E sem luta não te posso deixar ficar.

Tu me atentas como uma gata manhosa Desejosa e atrevida com tanta desfaçatez Pois quem apalpa tão bem a fruta Só merece ser possuída de uma vez.

Menina – moça com um corpo de atleta Têm um “papo” que nem um nabo Meu “Toninho” fica logo todo bem aprumado Com desejo de se esconder entre o teu rabo.


Não me atentes, Oh menina – moça divina Com a tua beleza fico simplesmente transtornado E dos pudores esqueço-me com tanta sedução Se continuares assim meu “Toninho” vira um tornado.

Depois não existe nenhuma gata manhosa Que possa valer para minha salvação Ao deitar-te sobre a relva em corpo nu O meu “Toninho” vira fera de relva com paixão.

São Paio de Oleiros, 2009 / 01 / 22 ANTÓNIO CRUZ


“AMOR PROÍBIDO” (II)

O rosto alegre de alguém Que brinca na água ao sabor Ele resplandece de beleza nas ondas Ainda me faz sentir mais a dor.

O som do batimento nas areias Soa a algo diferente me é difícil Não consigo compreender o quanto é belo Assim como o amor em águas mil.

A mente humana apenas aprecia a vaidade E é difícil atingir a compreensão Do batimento calmo das águas na praia Algo me diz onde está a paixão.

Teu ser me fascina simplesmente Meus sonhos se parecem duas borboletas Voando num campo de flores na Primavera Tudo isto para ti parece ser letras.

Muitas palavras poderiam ser ditas Mas nada chegaria para descrever Tudo aquilo que neste momento sinto Dentro do meu coração e não minto.

Meu coração sente um amor louco Em relação a ti meu amor Teu corpo se aquece colado ao meu E vai baixando a minha grande dor.

Apenas quero ficar no teu corpo Tipo uma tatuagem como o teu olhar O mesmo me faz pensar como é bom Gostar de ti e poder também te amar.


Como uma sereia que no oceano Vai nadando à procura na sua vida De um amor proibido pelo horizonte A tua existência é a minha semente.

Mas a espera me faz demorar Um pouco mais à espera do Sol O mesmo ainda não se pôs no limite Há muito tempo para eu desesperar.

Porque na minha existência sempre procurei Descobrir um ser que possa amar Com verdade e força do meu querer E viver uma nova vida sem dor.

Tua voz me diz agora simplesmente Que és o ser real por mim encontrado A minha procura chegou ao fim É uma relação de um amor profundo.

A minha força de querer viver Junto a ti meu ser bem amado Este amor pode ser bem algo mais Deixando de ser um amor proibido jamais.

São Paio de Oleiros, 1991 / 08 / 20 ANTÓNIO CRUZ


“AMANTE DA LOUCURA”

Gosto de uma mulher louca Estou completamente louco por ela E já não tenho duvida nenhuma, Que não posso viver sem ela.

Vêm para os meus braços Cada vez mais o meu amor Aperta no meu coração livremente Afastando de mim a louca dor.

Só devemos pensar em nós Quanto ao resto estamo-nos nas tintas Para o que pensam os outros Com o nosso amor entramos nas fintas.

Tudo me está acontecer Confesso que tenho uma amante Que a mesma é só minha Mas sei que não sou um infante.

Talvez isso pareça ser banal E o que os outros para si pensam Já nada me faz sentir perdido Só isso me interessa até rezam.

Rezam para que a minha felicidade Um dia se acabe de vez Quando seus braços me abraçam Sei que chegou a minha vez.


Sinto no meu corpo a paixão E como ela é mesmo meiga Quente e cheia de desejo Nos seus braços escorrego como manteiga.

Gosto dessa mulher bem louca Sua boca me faz arrepiar Nos seus beijos carregados de desejo Só penso então em a “papar”.

Todo o meu corpo queima Ao ficar em “delirium” total Como é bela a minha amante Não quero chegar ao ponto final.

Pois o meu desejo é intenso Além disso seus belos seios São firmes e me fascinam Aturdam-me ao ponto de ficar sem meios.

Quando estou nos seus braços É a loucura do nosso prazer Que nos une sem barreiras algumas E nada me liberta ao te ver.

Sei que pareço ser louco Mas aconteceu muito rápido esta paixão Agora não sei o que está acontecer Só não quero mais uma desilusão.


Será que estou a pensar bem Só que o meu pensamento se desloca Nesta minha aventura bem perigosa Mas és a única mulher que me toca.

Desejo esta mulher bem louca Neste meu mundo bem irónico Sinto no meu ser um fogo Com esta minha amante estou eufórico.

São Paio de Oleiros, 2009 / 02 / 25 ANTÓNIO CRUZ


“AMANTES DOS LENÇOIS”

Por entre os nossos lençóis Nos envolvemos numa névoa de linho Como simples amantes nos olhamos Indiscretos em busca de um caminho.

Envoltos por entre sins e temores Como simples amantes nos tocamos Cautelosamente por entre os lençóis Procuramos saborear nossos corpos e nos amamos.

Nossos olhos em chamas ardentes Como simples amantes nos desejamos E misteriosamente nossos corpos se tocam Então nunca mais nós paramos.

Estamos envoltos no quarto fechado Não existe sequer uma sobra de espaço Nós os dois ocupamos o nosso leito, Chegando ao ponto de não terminarmos o laço.

Sussurramos palavras delicadamente um ao outro Prazeres inconfessáveis alguns não são ditos, Nossas mãos espalmadas procuram algum espaço Desafiando as leis da física nos nossos ritos.

Envoltos pelos lençóis em intensa paixão Nossas pernas ora trançadas ora retesadas Vamos juntos quebrando todos os limites Como se fosse um jogo de capas e espadas.

As nossas bocas em cada beijo Percorrem cada milímetro dos nossos corpos Engolimos toda a possível sua resistência Somos amantes fiéis como os corvos.


Por entre os nossos lençóis brancos E como amantes nos esquecemos simplesmente Pois eternamente o tempo é passado com paixão E vivemos cada segundo desse tempo sempre intensamente.

São Paio de Oleiros, 2009 / 03 / 13 ANTÓNIO CRUZ



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.