de traços simples 004

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ANTÓNIO CRUZ


ANTÓNIO CRUZ


“ PREFÁCIO DE UMA VIDA”

Escrevi num mês distante, trinta e tantos, poemas a fio sem parar, numa espécie de êxtase. E hoje, é um dia triunfal da minha simples existência, nesta minha vida. O que se seguiu depois de alguma tinta ser gasta e muito papel ter sido utilizado; só sobrou um cesto de papéis cheio, foi o aparecimento de um novo “Poeta – Escritor”. Tudo isso, se verificou no continuar do pequeno Sonho de Criança que há muito tempo vinha a desenvolver no meu interior, utilizando pequenas rimas ou alguns pensamentos muito sugestivos da minha maneira de ser. E de ter vivido quando criança e também algumas situações, já como adulto. Desculpem – me, o absurdo da frase; mas apareceu em mim um enorme desejo de transcrever para o papel algo com sentido ou mesmo sem! Era simplesmente aquilo que vindo do meu eco interior ou directamente da minha mente, ditava por palavras ou frases simples, numa leitura rápida, e a minha mão escrevia para um bocado de papel. A expressão que sobressaia no meu rosto era a de um pequeno sorriso esboçado quando terminava mais um tema, mesmo que esse não tivesse muito sentido! Mas, era como se tivesse restituído alguma vida aos mais simples “poemas” ou “contos”, que eram para mim algo profundo mas muito belas. Só que por vezes, bastava unicamente o esboçar de um sorriso para me agradar e aquilo que acabava de transcrever logo por si existiria numa folha de papel sentindo toda a sua magia sem sequer poder falar! E, num certo dia, à noite quando relia tudo aquilo que já havia escrito em simples rascunhos, por vezes, revia ali a minha própria sombra retractada. Eram, e são, simplesmente memórias, brincadeiras, ou mesmo chamadas de atenção para o mundo em que vivemos. Sei que um dia alguém as vai poder ler e as irá existir na prateleira da sua biblioteca para quando este ser já ter abandonado o planeta Terra. Um simples risco da minha curta vida ficará lá conservada, para sempre todo o sempre como sinal da minha pequena existência terrena! E, só assim poderei viver eternamente, por milhares de anos a fio, recordando a Alegria, a Tristeza, o Amor, a Solidão e tudo aquilo que tiver dado a este Mundo! Mas, uma coisa Eu sei, que serei alguém que existiu um dia neste “Universo da Escrita”!... E essa recordação ficará para sempre nas memórias de todos, sendo como aquele que deixou um “Verso” quando morreu, e talvez seja a “Profecia” de uma vida!...

Mozelos, 2000 / 10 / 10 TONY CRUZ


TITULO

LOCAL / DATA

0

PREFÁCIO DE UMA VIDA

MOZELOS, 2000 / 10 / 10

1

AMOR COLORIDO

MOZELOS, 2005 / 03 / 03

2

MINHA ROSA

PARAMOS, 2006 / 08 / 24

3

TEU SENHOR

SANTA MARIA DA FEIRA, 2007 / 07 / 08

4

S. O. S.

MOZELOS, 2006 / 02 / 24

5

O MEU SUSPIRO

MOZELOS, 2006 / 02 / 24

6

PALAVRAS DO MOMENTO

MOZELOS, 2006 / 02 / 25

7

CHUVA DO MEU CORAÇÃO

PARAMOS, 2006 / 08 / 15

8

MAS PORQUE SERÁ?

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1991 / 01 / 28

9

FILHOS DA ALVORADA

SÃO PAIO DE OLEIROS, 1990 / 12 / 03

10

CAFÉ PELA MANHÃ

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2006 / 06 / 23

11

DIA DE TEMPESTADE

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2006 / 07 / 21

12

SAUDADES DA MINHA SEREIA

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2006 / 08 / 07

13

QUADRAS SOLTAS DE SOLIDÃO

SANTARÉM, 2008 / 11 / 22

14

QUE BOM SERIA

SÃO PAIO DE OLEIROS, 2008 / 12 / 17

15

NÃO MINTO

MOZELOS, 2007 / 07 / 18

16

F.L.O.R. = B.E.L.A.

SILVALDE, 1989 / 07 / 07

17

VIAGEM À SERRA

SEIA, 2009 / 03 / 15

18

SETE - DIA DA SORTE

MOZELOS, 2000 / 07 / 07

19

CAVALEIRO ANDANTE

MOZELOS, 2000 / 12 / 07

Em "De Traços Simples" escrevo Começando pelo café da manhã me atrevo E vão surgindo palavras nesse momento Como a chuva no coração de encantamento. É um amor clorido aquele que sinto Ao querer ser o senhor do teu "pinto" Que bom somos como filhos da Alvorada E as saudades que tenho da sereia minha amada. Assim como as quadras soltas de solidão Entre o suspiro da rosa do meu coração E não minto quando escrevo sobre a flor mais bela Como se simplesmente pinta-se a tempestade numa tela… São Paio de Oleiros, 2009 / 04 / 17 TONY CRUZ


“AMOR CLORIDO ”

Neste meu amor a preto e branco Poderei chegar a ser um sacana Entre sonhos e loucuras aos quadradinhos Brincando com sumo directo na cama.

Só nós dois poderemos exclamar Ou mesmo escolher o nosso lugar Seja á sombra ou mesmo ao calor Desde que estejamos juntos o pintaremos de cor.

E de cor ficará bonita a madrugada Neste inferno Eu me transformo em diabo Não hesitarei sequer algum segundo hoje Ao acariciar os teus seios e entregar-te o meu cabo.

Pois desejo acariciar dias e noites O teu corpo cor de marfim em delírio E oferecer-me para mais uma dança Em que a paixão será corrente do nosso rio.

Tu sendo a minha bela flor A ti quero oferecer o meu “falo” Assim poderás passar a ser a mulher Que tanto anseio a várias vezes e te falo.

Pois amo-te suavemente meu louco amor Tu e a tua magia inesquecível me atormentam Não consigo ficar ébrio contigo ao meu lado Nesta minha tesão de poesia que enche de paixão.

És a minha ninfa que quero seguir E poder amar-te de todas as maneiras Vêm paixão colorida quebra esta fronteira Colocando a funcionar todos os sentidos logo nas primeiras.


Já não só procuro a imagem perfeita Neste meu sonho de recíproco amor Sendo tu a minha deusa sensual em delírio Levas-me á loucura chegando mesmo a provocar dor.

Por entre sonhos e loucuras eróticas Tento que sejas feliz minha colorida flor Chego mesmo a preparar um banquete de amor Depois de tanta procura e já quase sem cor.

Com raios, riscos e alguns rabiscos Se me poderes permitir esta minha invasão Para que tu possas sentir a eterna alegria Deste fogo do desejo que queima meu coração.

Só desejo que esta dor acabe de madrugada Ou mesmo logo pela nossa alvorada E que possas aparar esta prova de amor Nos teus braços minha fera com pele de flor.

Mozelos, 2005 / 03 / 03 ANTÓNIO CRUZ


“MINHA ROSA”

Num belo dia nasceu uma rosa Ao sentir o seu perfume renascer Entre tons de várias cores Suas pétalas dão vida ao seu ser.

Ao ver e sentir o seu calor Faz-me desejar recebe-la com prazer Seja ao sol ou á chuva Preciso do seu mel logo beber.

Escuto o som das abelhas Zumbindo de flor em flor A na sua rosa desejo pousar Sendo Eu um pequeno beija-flor.

Sussurrando suavemente nos teus ouvidos Peço para me deixar ser forte Só crescendo e alimentando do amor Que a terra me fornece com sorte.

A sua beleza preciso, de admirar Entre as purezas naturais da vida Ela para mim é a minha rosa E de tudo o que mais é-me querida.

É pena com toda esta felicidade Mais cedo ou mais tarde vou morrer Não podendo para sempre a admirar Chegando a cortar a raiz ao meu ser.

Paramos, 2006 / 08 / 24 ANTÓNIO CRUZ


“TEU SENHOR ”

Não queria pensar sempre em ti, assim Já não sei mais o que será de mim Não desejo que sejas mais uma aventura Que esta vida me sujeite a nova loucura Só quero e desejo poder te amar Já que sigo por esta estrada sem lar Procuro caminhar sem ver um fim Ou quem sabe seres a Senhora de mim Já que gostaria de ser o teu Senhor E por tempos dos infinitos demonstrar o amor Esta paixão está aos poucos me consumindo Já não sei o que estou por ora sentindo Só queria estar para sempre nos teus braços E sentir o teu corpo nu por entre abraços Na loucura da paixão sentir também os teus carinhos Mas seguindo sozinho vou apreciando as curvas dos caminhos Só queria ser o teu Senhor e amante Depois de um encontro e de uma noite delirante Dando asas ao prazer vivendo todos os momentos Apenas quero-te dizer o que vai no coração com filamentos Não vou conseguir dormir sereno, meu amor Já que o meu despertar habitual é de dor Entre a chama doce da louca paixão Procuro não esquecer, pois só queria ser o teu Senhor.

Santa Maria da Feira, 2006 / 07 / 08 ANTÓNIO CRUZ


“S. O. S. ”

Voo tão alto quanto a Lua Assim permite os meus olhos navegar Pela tua pele estando tu inteiramente nua Tento envolver o teu corpo permitindo-me aprofundar.

Neste paragrafo justo para contigo Deixando a fronteira só do amor Fazendo um pedido S. O. S. através de uma fotografia Estando Eu a horas sofrendo de dor.

Pois esse teu perfume de mulher Que é intenso na questão de pele Sendo os resíduos desta minha paixão E o silêncio como último recurso dele.

És a minha pequena gota de orvalho Neste momento certo as lágrimas de luar Só por um instante, só tu mesma Provocastes em mim uma tempestade com o teu olhar.

Assim tu e o vento são o furacão Que varreu o meu pobre coração Numa curvatura do tempo e uma rosa Nestes acasos que surgem sendo tu a teimosa.

É que tu nessa tua teimosia Queres alterar a forma de ser Simplesmente sou aquilo que sou E nada mais quero ou desejo ser.

Mozelos, 2006 / 02 / 24 ANTÓNIO CRUZ


“O MEU SUSPIRO ”

Tento ser um simples poeta humilde Talvez um arrumador de algumas letras Tendo sempre em conta a via do coração E pendente estou, da sina das estrelas.

Vou escrevendo quase sempre sobre o amor Faz parte essencialmente da minha vida Pois sou venerável à dor da paixão Que a saudade pode trazer com a ferida.

Sendo eu um romântico por natureza Com uma veia poética e desejando minha amada Procurando quase sempre mencionar a minha paixão Por esse ser que me ama sem ser questionada.

Procuro talvez um pretexto assim Para escrever os meus temas sem fim E tentando fazer poesia à minha maneira Pois é insolúvel, esse, o meu caso enfim.

Por vezes são poemas breves Outras vezes são longos e sem termo São os suspiros da minha emoção Que tento deixar com certeza e não temo.

Mozelos, 2006 / 02 / 24 ANTÓNIO CRUZ


“PALAVRAS DO MOMENTO ”

Nem sempre dá para escrever É necessário que a minha alma esteja nua Para conseguir arrancar temas e véus E deixar voar as folhas ao vento teoria cruas.

Tudo precisa de se fazer silêncio Nada poderá reter os meus pensamentos Estando guardados no meu peito com emoção Que não tarda nada explode os meus sentimentos.

Mesmo sendo palavras de outrora Não as consigo segurar mais hoje Fazendo-se acompanhar pelas lágrimas Que vão caindo e manchando o papel que não foge.

É certo ficar bem molhado Pois como gotas caiem em cadência. Talvez seja esse o meu compromisso Estando farto de considerações já sem paciência.

Mas estou de coração pacífico Depois de ter recebido o teu desencanto Fugindo ao meu desterro sem chave de momento Será este o meu ciclo de vida por enquanto.

Só penso na dança dos nossos corpos Era uma coisa só nossa e sem desilusão O teu impulso era único com intenções Sem ser um jogo de palavras e muita paixão.

Oh! São apenas estas palavras minhas Neste meu momento de olhos molhados Em que a minha vida se vai transformando Numa forma pessoal de ser com polaridades alterados.


Este é o meu simples ritual Ou mesmo mais um ensaio do momento Sinto-me com falta de palavras, pois então Para poder resolver mais esta minha equação.

Mozelos, 2006 / 02 / 25 ANTÓNIO CRUZ


“CHUVA DO MEU CORAÇÃO ”

Brilha o Sol lá fora Por entre as gotas da chuva Fazendo dourar as montanhas verdejantes Repletas de pequenas bolhas de uva.

Dentro de mim escorrem lágrimas Atingindo o meu rosto cansado E quando chega a noite quase sempre Meu coração sofre estando aprisionado.

Sendo lá fora novo dia Minha alma exangue sem alento Sinto a chuva molhando meu ser E com agonia sujeito-me ao pensamento.

Com pedaços de neve sou atingindo Preenchendo esta vácuo que existe Onde a harmonia se esconde Deixando em mim a dor que persiste.

O Sol quando surge me aquece Fazendo parte da natureza viva A chuva que brota dos meus olhos E a minha felicidade se esquiva.

Não consigo sentir a alegria Gota após gota são lágrimas desalento O meu sorrir ainda atento Vai procurando um novo amanhã de contento.

Talvez o amanhã seja outro dia E a noite se transforme novamente Enquanto a chuva lava o meu coração Dando origem ao crescimento da nova semente.

Paramos, 2006 / 08 / 15 ANTÓNIO CRUZ


“MAS PORQUE SERÁ? ”

Porque será que estou Chorando lágrimas de emoção? Será que me abandonarás Neste momento de pura solidão?

Mas porque será Que estou querendo te ver? Será que o meu coração É mais forte que o querer?

Pois ele vai ditando As nossas loucas leis Será que estou ficando Um pouco velho e tonto?

Ou vamos espalhar o amor Pelas margens das ribeiras Porque a vida é algo mais Que o cair das neves primeiras.

Mas porque será Que todo este mundo Não me olha agora, aqui? Será que pensam que fugi?

Pois eu estou aqui! Digo-vos apenas basta-me chamar Ou fazer um sinal para mim Que Eu logo fico assim.

Estou escrevendo esta canção Para ouvires a voz do coração Que esperará sempre por ti Com tudo aquilo que sentiu.


É que ele se sente sozinho E apenas pede uma mão Para sair daquele lugar maldito Que é a estúpida solidão.

Mas porque será? Que te peço sempre ajuda? Se que tu para mim não olhas E por vezes até ficas surda.

Então peço-te por favor Estende-me o teu coração gelado e perdido Mas porque será sempre assim? Será por ele me ser sempre querido?

Até adiei uma certa reunião Para saber a tua resposta Quererás ocupar um lugar No meu coração como proposta?

São Paio de Oleiros, 1990 / 12 / 02 ANTÓNIO CRUZ


“FILHOS DA ALVORADA ”

Manhã de amor quase perfeita Um favor nos foi prestado E contigo Eu fiquei para mudar Com o teu coração como meu aliado.

Pois somos filhos da Alvorada Pelas praias e oceanos navegamos Numa procura sem nenhum destino Para que o amor não vá ao pino.

De proa contra o vento Vamos cortando marés inacessíveis Porque a vida nos introduziu Uma revolta das mais sensíveis.

Num certo dia limpo, encontraremos Uma ilha jamais habitada por alguém E que os descrentes não acreditavam Onde o nosso amor florescerá também.

A noite escura nos exilou Mas permaneceu fiel ao amor E o limiar da nossa vida Nos, leva á zona sem dor.

Pois o sofrimento do amor É como uma verdade exposta É a dor de um futuro Teremos então que derrubar esse muro.

E no cimo da montanha Uma fogueira simples foi feita Para nos aquecermos à noite Em que o frio nos aperta.


Mas essa minha paixão Era apenas uma parte da fogueira Que se instalou dentro de mim E tu a apagaste com uma mangueira.

Por favor ilumina o teu olhar Pois a saliva que gastei Para poder escalar teu coração Não chega só para esta paixão.

Amor não é algo do passado Mas sim de um presente Vamos por finda esta situação E deixar ao coração a decisão.

São Paio de Oleiros, 1991 /01 / 28 ANTÓNIO CRUZ


“CAFÉ PELA MANHÃ ”

Comecei por tomar café ao almoço Mas depressa a rotina se transformou E depressa passou a ser também de manhã Que o tempo depressa demais também voou.

Pois os dias passavam bem depressa Entre promessas em vão por cumprir Mil mensagens trocávamos por telemóvel ao dia Deixando a nossa felicidade puder fluir.

Mas depressa me apercebi Que esta nossa louca brincadeira Bem poderia acabar mesmo mal Faltava-nos algo logo á Segunda-feira.

A nossa rotina diária do café Estava-se transformando num ponto final Chegando o dia em que dissestes Que apenas querias ser a fulana tal.

Passamos então a ser amigos E nada mais do que isso Não sei o que tu pensavas Ou que querias de mim tudo isso.

Apenas quisestes a minha amizade E talvez um pouco mais Não sabes o que sofri Meu coração chorou bem demais.

Foi um dia negro quando aconteceu As coisas ficaram bem esclarecidas Dissestes tu pois então cheia de razão Sem palavras mansas por mim sentidas.


Nada que eu pudesse fazer Ou mesmo sequer dizer assim Não irias mudar de ideias Só que eu não desisti até ao fim.

Continuo a tomar o meu café Pela manhã sofrendo ao te ver Passas por mim ignorando minha dor Mas não perdi a esperança de viver.

Sei que a vida é curta Para deixar de a viver Esta dor conseguirei, um dia matar Lutando com todas as forças até morrer.

Não nasci para sofrer sempre Pois contenho em mim a paixão Posso muito bem amar alguém Assim o sinto no meu coração.

São Paio de Oleiros, 2006 / 06 / 23 ANTÓNIO CRUZ


“DIA DE TEMPESTADE ”

É dia de tempestade Vou tomar um café Na esplanada à beira-mar Ouvindo os ventos soprar. Oh Zé.

Sei que não estou bem Mas a vida assim o faz Procuro nas nuvens escuras Descobrir a minha sina e zás.

Sonho acordado com o futuro As ilusões do passado vivem No presente em passo de corrida Sinto em mim a desonra também.

Não é fácil viver hoje Neste meu tempo sem solução Perdi a minha vida de glória Ao deixar fugir a minha razão.

Sofro nestes momentos de solidão Escorrego nas escadas em caracol Por não ver a sua luz Foi em tempos de outrora meu sol.

Simplesmente abandonei o meu barco Em alto mar e fugi Deixando escapar a nobre vida Que até então alegremente senti.

Acabo de tomar o meu café E a tempestade também abrandou O Sol tenta espreitar pelas nuvens Meio escondido assim também estou.


Sinto a vida a esvaziar-se Como um tiro fulminante O mesmo abalou-me fortemente Meu coração sente-se triste finalmente.

Mas o passado já lá vai Só tenho que partir novamente Recorrendo a uma nova etapa nesta vida E descobrir o futuro da minha semente.

Tenho o café como companhia Até uma nova estação Em que o Sol brilhará Na porção do amor e paixão….

São Paio de Oleiros, 2006 / 07 / 21 ANTÓNIO CRUZ


“SAUDADE DA MINHA SEREIA ”

Peço um café curto Enquanto escrevo algumas palavras Ao sabor da cafeína Vão surgindo algumas tretas caras.

Sopra uma suave brisa Que vai batendo levemente No meu rosto queimado Pelo Sol de Verão livremente.

Assim logo que esquenta Os, raios de Sol procuro Pondo o meu corpo a secar Estendido nas areias sem barulho.

O prazer de novamente sentir O bom desta vida Já que tudo levou O vento outrora minha querida.

Mas a esperança não perco De viver novamente o amor Não quero morrer na praia Sem visionar a sua cor.

A elegância da proximidade Levam a eficácia das águas Dando um brilho bem natural Ás areias, como as mágoas.

Escuto as ondas na praia Ao lavarem as suas areias As pedrinhas contras os grãos Provocam o som das sereias.


Pois a minha sereia partiu Deixando comigo a sua saudade Enquanto escrevo estas minhas palavras Relembro o seu amor para a eternidade.

SĂŁo Paio de Oleiros, 2006 / 08 / 07 ANTĂ“NIO CRUZ


“QUADRAS SOLTAS DE SOLIDÃO”

Tu és o meu segredo de amor E o mesmo não revelo a ninguém Desejo um beijo teu agora flor E um abraço teu agora também.

Olho para lá do horizonte sozinho Procurando espaço no teu coração Não consigo te esquecer amorzinho Sinto vontade de vencer esta solidão.

A Lua é sempre minha testemunha A paixão que sinto é bem real E não preciso de ter alguma cunha Sei o que sinto me é bem fatal.

O mal Eu o conseguirei, vencer Viajo no tempo à tua procura O meu coração sangra sem querer Só tu podes ser a minha cura.

A solidão bate á minha porta Jogo ao pião tentando ganhar O meu coração reclama “geta la morta” O teu ser Eu quero, ainda amar.

As cores morrem na minha vida A música não consigo já escutar Relembram a minha louca paixão sentida Só quero poder continuar a te amar.

Não vou conseguir o teu amor esquecer Nem consigo fugir da dor que sinto O meu coração reclama o teu ser Sabes que é verdade e não minto.


Procuro nestas, quadras soltas de solidão Descobrir o caminho para o teu coração Chegar bem perto de ti estando á mão Tocar-te é a minha meta e és a paixão.

Santarém, 2008 / 11 / 22 ANTÓNIO CRUZ


“QUE BOM SERIA”

Que bom seria poder dividir Este céu que nos bem cobre Olhar a vida de forma diferente Ou quem sabe pelo prima de cobre.

Vislumbro ao longe uma borboleta azul Resplandece de brilho e cheia de luz Será a resposta ao meu sinal natural Já que a paixão se tornou a minha cruz.

Nos dias de Outono ouço a chuva A chuva que bate na minha vidraça Enquanto nossos corpos por si se unem Aquecendo o revestimento da nossa velha carcaça.

A chama da vela ilumina a casa Já que a luz se apagou de vez No cristal se reflecte a nossa paixão Em forma de coração assim tu o vês.

Sou uma nuvem passageira Sem rumo pelo céu azul E que bom seria poder sonhar Aqueles sonhos isolados pelos lados do sul.

A minha vida parece um castelo Um castelo de areia molhada Pois o mesmo logo se desfaz Com as ondas, mas que trapalhada.

Que bom seria poder caminhar Na Alvorada lado a lado contigo Sentindo o calor do teu corpo Mas sei que continuo de castigo.


Ao ter nas mãos todas as cartas O meu jogo se confunde logo Permanente, mostras a tua lógica felicidade Meu coração fica numa canastra em fogo.

Talvez não aconteça e eu até pareça Mas antes de te conhecer minha flor Uma pétala tua levei, como recordação Com todo o carinho e muito amor.

Esse teu amor que bom seria Poder contar com as fábulas antigas Enchendo o meu livro com essas historias Relembrando as tuas belas palavras amigas.

São Paio de Oleiros, 2008 / 12 / 17 ANTÓNIO CRUZ


“NÃO MINTO”

Vou caminhando, estrada fora À procura sonhos outrora Que algum tempo perdi Já nada me sorri.

Vou fumando um cigarro O que está errado Meu passado se foi Até me sinto boi.

Os meus cornos moem Os meus olhos doem Falta-me ter a certeza Da antiga dona realeza.

De pé ante pé Procuro escutar a fé Nem tudo está perdido Do meu amor preferido.

Escuto a única razão Desta minha rica paixão Existe luxúria pelo meio Em tudo que rodeio.

Abri o meu coração Com uma seria tentação Sua flor se abriu Quando o sexo floriu.


O passado lá ficou E o coração relaxou Pois aquilo que sinto É amor não minto.

Mozelos, 2007 / 07 / 18 ANTÓNIO CRUZ


“F.L.O.R.=B.E.L.A.”

Teu nome é sinal que marca a minha vida Vida essa que sem tu existires não tinha razão De ser neste universo onde o amor carece De vencer todos os caminhos que percorre o coração Nas veias e com furor que a paixão tece.

F – É a primeira letra do teu nome E me lembra a flor de um jardim À beira-mar onde nascem rosas E as suas pétalas brilham sem fim Com o nascer do Sol nem tu ousas.

A tua alegria desperta no olhar Daqueles que se amam e desfrutam Da abundância de paixão entre carícias Que ao vento são sopradas e são levadas São as palavras que fazem as minhas delícias.

Assim como circula no meu coração A brisa marítima numa Lua em noite de Verão.

L – Lua cheia que nas mesmas noites Em pleno Verão quente me faz companhia Na nossa paixão numa praia deserta Se faz ouvir com o bater das ondas até ser dia Nas rochas das suas encostas e isso me desperta.

Lua, essa que também faz iluminar o espaço Ocupado pelos corpos de dois jovens seres Os mesmos seres estando cheios de paixão e amor Vão-se amando nas areias brancas com certos poderes Sobre o olhar livrando-se da sua enorme dor.

Sendo a mesma Lua que no seu olhar brilha Como Sol das noites quentes que o amor partilha.


O – Olhar esse que faz despertar um novo dia À espera de se ver a sua luz radiante Que vai enchendo os corações de amor Onde a sua alegria da paixão é constante Fazendo ressaltar a verdade com algum furor.

E a troca de olhares entre si que surge a verdade Onde o amor é sincero fazendo o Sol nascer Colocando-se no alto das montanhas cheio de vontade E do querer revelando-se aos olhos da liberdade em rol Para conseguir sentir o verdadeiro gosto do amor com verdade.

Assim nós também vamos navegando ao sabor das correntes De um rio da paixão com as nossas velas ao vento de combatentes.

R – Rio que corre por entre as montanhas com vontade E fazendo com que a paixão cresça entre os vales circundares Das suas colinas revelando o amor que nele corre Nos seus corações jovens fazendo com que a corrente pareça colares Seja a sua força levando a vencer as barreiras e não morre.

As suas águas vão declamando o poema da vida Como sinal e prova do seu amor no coração E que a esperança de um futuro bem melhor Faça com que a sua corrente continue a vencer na paixão Não existindo limites para essa paixão com furor.

É a paixão com a sua corrente viva em laço de alegria Que vive no começo da aventura como borboletas no seu voo dia-a-dia.

B – Borboletas que no seu belo esvoaçar gracioso Vão trocando beijos “molhados” com as suas línguas pontiagudas Tocam-se em plena aventuras e paixão são as suas doces recordações E para que o amor consiga resistir neste mundo louco de dores agudas Que ferem ás escondidas as lágrimas colhidas dos seus rostos com traições.


São lágrimas de tempos difíceis de vidas bem conturbadas São beijos trocados e perdidos nos tempos que correm Como as águas do rio da paixão transportada pela sua corrente A sua corrente percorre as encostas da vida e não morrem Pelo contrário vão obtendo mais vida parecendo uma serpente.

E os seus corações esperam com bastante ansiedade Para que o seu amor vença com emoção os obstáculos da felicidade.

E – Emoção sentida quando as mãos dos jovens amantes Percorrem os seus corpos macios entre beijos saídos dos seus lábios Com sabor ao doce mel e vão simplesmente alimentando a paixão E os seus sorrisos são o fio condutor da forte energia dos sábios Na troca de carinhos vai nascendo a fonte da esperança com emoção.

E vai fazendo a mesma fonte jorrar de amor e assim vencer Todas as barreiras da vida com a liberdade de alternativa E vão escutando os seus corações frágeis mas cheios de paixão Vão também libertando a sua paz interior sem haver agonia activa Vencendo neste mundo sintético fazendo prevalecer a sua união.

O palpitar dos seus jovens corações ao se amarem Nos seus simples tocar de lábios a sua energia e unidos sem que os mandem.

L – Lábios que no seu toque sensual são o sinal De uma forte batida nos seus jovens e eternos corações E como jovens apaixonados espreitam a sua “chance” Ao conseguirem concretizar os seus sonhos cheios de paixões Com o toque dos seus lábios formando uma borboleta celestial “in dance”.

E sobre um jardim de rosas vermelhas a sua borboleta voa Onde o Sol a faz brilhar intensamente cheia de energia Por entre a alegria nessa sua vida alcançando o amor E não querendo o deixar fugir no seu dia-a-dia Procuram libertar dos seus corações puros a dor.

É nesse toque especial que a vida têm Um significado e vai formando a fonte do viver no amor também.


A – Amor é um sentimento bem profundo que invade Os corações dos jovens seres na sua bonita paixão É esta a fonte da natureza humana em relação ao amor É também um dos mais surpreendentes sentimentos do coração Que bate ao vidro da nossa janela com intenso furor.

Ficando à espera de um pequeno sinal nosso Ou de uma pequena abertura para se conseguir atingir Sempre com um objectivo a felicidade nossa sem demagogias Levando essa mensagem ao interior dos nossos corações sem ferir Pois são jovens ainda os nossos corações algo fragilizados mas com alegrias.

Levando essa mesma mensagem é vivida com intensa paixão Ficando a ligação completa começando um novo amanhã com afirmação.

Ao começar esse novo amanhã o amor estará no horizonte Também será o futuro numa vida nova em comum Uma vida em comum que também desejo para mim no futuro E com este ser desejo vencer neste mundo louco e mais nenhum Enfrentando os fantasmas que existem nesta minha vida e que não procuro.

É que esta minha existência ainda é algo curta Mas já passei o “pão que o diabo amassou” desnecessariamente Também é verdade que procurei sempre encontrar o amor Um amor que trará a felicidade ao ser mais forte essencialmente Ao derrubar as barreiras da traição que me levam à dor.

E ao ser forte quebrarei essas barreiras obtendo um novo viver. Barreiras impostas por uma sociedade dando asas à paixão, pois preciso de sobreviver.

Silvalde, 1989 / 07 / 07 ANTÓNIO CRUZ


“VIAGEM À SERRA”

Saímos de manhã cedo de casa A caminho da nobre Serra da Estrela Procurando a encontrar pintada de neve Assim a queremos ver como se fosse uma tela.

Paramos na terra do nosso Viriato Que defendeu as terras dos “Espanhóis” Era um humilde Lusitano sem medo Viseu é o seu nome que tanto nos móis.

Curva ante curva subimos à Torre Belas paisagens se vêm pelas encostas Neste autocarro subimos com incansável alegria O branco se aprecia por entre o verde e se fazem apostas!

Nesta minha primeira viagem neste autocarro Em que ele nos conduzes por ora Vamos sentindo que estamos bem seguros Chego a pensar em não me ir embora.

Nestas longas viagens que são executadas Com segurança e paixão no seu coração Pois que esta lembrança se faça ouvir Para que o Valdemar não acabe a conduzir “camião”!

A alegria mantém-nos, como uma família Enquanto seguimos neste passeio à Serra O branco de neve é a nossa esperança Seguindo o nosso caminho por esta terra.


Escorregamos pela neve em trenó Ou utilizamos sacos de plásticos com disposição Por entre sorrisos e brincadeiras de crianças Os adultos se divertem com uma boa confusão.

Atropelos e cambalhotas cheias de sorrisos Por entre o branco nos estatelamos simplesmente Sem nunca perder a boa disposição como crianças E contigo como motorista esperamos vir aqui novamente.

Um amigo mais surgiu para nós Nesta nossa “família” cada vez maior Depois do almoço em nobre terra de Seia Nada nos fará ter receio do pior.

E hoje escrevo mais umas palavras Podem não ter sentido algum para alguém Mas para mim relembram mais uma viagem Em que o meu descanso se mantém também…

Seia, 2009 / 03 / 15 ANTÓNIO CRUZ


“ SETE – DIA DA SORTE “

A minha mãe sempre me disse Por favor sê simpático com os estranhos Vê as coisas pelo lado bom da vida E não te metas em grandes sarilhos.

Ela dizia que cada nuvem que passa Traz mil e uma gota de esperança E um raio de luz forma-se em arco-íris Quando chove e faz sol é tempo de mudança.

Mas como é tudo para mim escuro E o céu se encontra negro por magia Posso não ser muito inteligente para entender Pois só sei aquilo que sei e como queria.

Talvez até façam troça de mim E se me atrevo a ser um pouco criativo Será a minha maneira de viver sozinho Fazendo parte do meu ser muito imaginativo.

Porque quando a vida me dá limões Agarro num copo com água e faço limonada E até agora vou sobrevivendo sozinho Neste mundo falso e vivendo do simples nada.

E por ventura a coisas se azedam Tento sobreviver com a minha pequena sorte E tudo aquilo que preciso para ganhar É amor, carinho, prazer para poder vencer a morte.

Sei por agora vou ganhando esta velha batalha E que dia a dia vou ficando cada vez melhor Porque apesar de ter nascido ao dia sete A minha sorte precisa de ser conquistada com suor.


Conquistada e com muito suor e lágrimas E sempre foi algo que o disse ou o fiz Talvez por isso deixe sempre alguém irritado E quando encontro o amor passo a ser feliz.

Pois quando assim o acontece Minha vida passa a ser outra guerra E tentando conquistar o coração alheio Deixo sempre as minhas raízes agarrarem a terra.

Porque aqueles que se dizem ser amigos Ficam logo feridos pela minha felicidade Só as suas regras de grupo são as ideais E no seu verdadeiro momento surge a falsa amizade.

É que eu sou verdadeiro de coração e alma O que faz ser de mim uma pessoal especial E tentam estragar tudo sem me ouvir Acabando sempre os meus bons momentos em mal.

Mas é sempre noite antes da madrugada Talvez seja isso que faça ganhar tanta força Pois o sete de nascimento, é dia de liberdade É também o dia da sorte para a minha esperança.

Esperança de ser esse alguém muito especial E por isso quando a vida me é difícil Há alguém para mim, também especial à espera E o meu estado criativo se torna muito mais fácil.

É como um sinal de luz na escuridão E estando eu bem comigo mesmo (meu ser) Não levando longe de mais a minha vontade Essa mesma vontade de ser e querer sempre vencer.


Só que o vencer nem sempre me ajuda Nesta vida cheia de sonhos e ilusões Porque o querer é só uma promessa interior Que ainda não quebrou a sua casca de neutrões.

Por isso só me resta caminhar em frente E de cabeça erguida à espera da sorte Sendo a única certeza que tenho pela vida fora Seja sozinho ou acompanhado vou esperando pelo dia sete.

Mozelos, 2000 / 07 / 07 ANTÓNIO CRUZ


“ CAVALEIRO ANDANTE ”

Enquanto procuro o meu caminho certo Tu, simplesmente, me enviaste uma luz, Procurando iluminar o meu trilho correcto. Sendo o teu olhar que assim me conduz Simplesmente era mais um caso perdido, Mas, eis que Deus te enviou. E, no meu caminho, colocou-te com sentido. A partir desse dia meu coração se apaixonou, Além de dares à minha vida solitária Um novo alento, com muito carinho. Para acalmares a minha dor visionária Fizeste de mim um homem melhor com jeitinho. Ao me transmitires a verdadeira e real paz, Que eu até aqui nunca tinha sentido. Ensinaste-me a amar e a saber como se faz. Por isso, agora te digo, senti em meu coração. Nada seria apenas, era mais um vagabundo. Um eterno errante vagabundo à tua espera sem um céu. Seria alguém perdido à beira de um charco profundo Num Inverno rigoroso sem sinais de uma primavera. E, entre as vielas, neste mundo sem luz de vida, Como um cavaleiro errante que eu era. Se não fosses tu estares aqui querida Eu seria mais um solitário, até ao meu fim. Cavaleiro andante de abrigo em abrigo Sem nunca descobrir o verdadeiro significado do SIM! Um amante sem nunca ter sabido amar, Uma vida com a existência de um coração solitário, Era uma alma perdida sem um lugar, Procurando um lugar no meu imaginário. Sem o teu sentido estaria perdido neste mundo, Mas tu chegaste, eu encontrei-me, querida. Nada pediste em prol deste meu sentimento profundo, Desde então tenho-me sentido um homem de uma nova vida. Que algum dia o tenha sido jamais. Por isso, te digo, minha desejada flor Eu sem ti não era ninguém com meios finais Só e simplesmente vagabundo sem fronteira cheio de dor À procura de um amor não fictício. Do qual, o teu perfume emanava por alguns instantes, Levando-me hoje a tranquilidade e a paz interior neste meu início. Vais iluminando o meu pobre e solitário coração se formos amante, Pois, já estou cansado de tantas viagens. Sem nunca ter existido um caminho certo. Tu és a paixão Que em nós dois seres existenciais transformou em jovens, Cheios de alegria e com voz própria no seu coração.


Ajudaste-me a deixar a minha sorte solitĂĄria Ao reformulares este simples cavaleiro andante. No teu rosto revejo o amor ao recebe-lo com muita alegria, Por favor deixa-me ser para sempre o teu amante?!...

Mozelos, 2000 / 12 / 07 ANTĂ“NIO CRUZ



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