


DA PRIMAVERA
Com o objetivo de compartilhar com o público textos teatrais e processos artísticos através das novas tecnologias, o Teatro Vila Velha está disponibilizando gratuitamente publicações de diversos espetáculos que passaram pelo palco do Vila no Issuu, plataforma virtual de leitura que permite a publicação de livros, revistas e todo tipo de publicação de forma fluída e gratuita, podendo ser acessada de qualquer parte do mundo no computador ou celular. Esta é uma forma de democratizar o acesso à informação e compartilhar memórias que muitas vezes ficam restritas ao espaço físico.
O projeto que já teve a publicação da “Coleção NOVOS’’, uma série de publicações da Companhia Teatro dos Novos, que conta com textos dos criadores dos espetáculos, fotos, fichas técnicas e os textos das peças realizadas em diferentes fases da Companhia; agora publica a “Coleção 3 & Pronto”.

Este é o nono volume da série e apresenta o espetáculo “O Despertar da Primavera”. O espetáculo estreou em junho de 2005, é uma montagem da Companhia Teatro dos Novos. Com texto de Frank Wedekind, direção de Gil Vicente Tavares e com cenário e figurino de Márcio Meirelles.
Na Alemanha do final do século XIX, Melchior, Wendla e Moritz, jovens escolares em plena descoberta sexual, são confrontados a uma série de regras, repressões e tabus, submetidos que estão aos tradicionais preceitos da família, da escola e da religião cristã. O embate entre o aflorar da vida juvenil e o fardo de um a moral ossificada se desdobra ora no lirismo das cenas infantis, que assumem por vezes colorações mortíferas, ora na representação farsesca das autoridades e do poder. É uma peça que pede para ser vista com um duplo olhar, o do geómetra (agrimensor da existência, que é a personagem Melchior, até ao momento em que sai com o Senhor Disfarçado.
A primeira edição do Projeto 3 & Pronto aconteceu em 1995, um ano após a Organização Não-Governamental Sol Movimento da Cena estabelecer parceria com a Sociedade Teatro dos Novos para gerir a programação do Vila Velha. À época, a inspiração para o formato surgiu de uma notícia sobre as estratégias de ação de grupos teatrais canadenses que, por questões legais e trabalhistas, desenvolveram uma maneira de ensaiar e apresentar espetáculos em curtos espaços de tempo. A base do projeto consiste em realizar montagens com três semanas de ensaios, seguidas de três semanas de apresentação, com três apresentações por semana (de segunda a quarta).
Na primeira apresentação, em 1995, os textos eram basicamente de dramaturgos brasileiros contemporâneos, com algumas exceções com a inclusão de autores clássicos, como Lorca e Strindberg. Já na segunda edição, em 2005, foi feito um recorte na dramaturgia latino-americana, com a apresentação de textos inéditos, no Brasil, de autores contemporâneos dos países vizinhos.
Em 2019, numa nova virada, o projeto apresentou cinco textos contemporâneos portugueses, com o intuito de fazer circular a produção dramatúrgica contemporânea. Atualmente, Portugal possui uma intensa produção de dramaturgia, graças a uma política pública de teatros nacionais com laboratórios e oficinas pe rmanentes que estimulam a produção, impressão e divulgação de textos teatrais.



































