Revista Sindloc-SP Ed 212

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OS RUMOS DO PAÍS E DO SETOR EM XEQUE

SINDLOC-SP PROMOVE 2º ENCONTRO

EMPRESARIAL E LANÇA IMPORTANTES REFLEXÕES SOBRE FUTURO

Mercado de aplicativos cria nova demanda para a indústria de aluguel

Locação de veículos cresce dois dígitos e ganha relevância nas viagens corporativas

Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo Ano XXI | Edição 212 | 2019 Veículos

QUANDO A DISRUPÇÃO

ENCONTRA A SABEDORIA

Há um exercício que recomendo a todos os empresários e dirigentes setoriais. Decidi reservar uma tarde de cada semana para trocar reflexões e ideias com a diretoria do Sindloc-SP. Em uma dessas ocasiões, enquanto discutíamos a agenda do nosso 2º Encontro Empresarial, veio à mente uma frase do escritor e consultor Peter Drucker que parecia resumir tudo o que estávamos planejando. “A inovação baseada no conhecimento tem o mais longo tempo de liderança de todas as inovações”. Essa afirmação me deixou ainda mais convicto do caminho que escolhemos traçar.

Alguns “formadores de opinião” ainda insistem na tentativa de comparar a capacidade de inovação de startups com a de empresas e segmentos tradicionais, como se necessariamente houvesse um duelo em que vitoriosos e derrotados já estão definidos. Esse pensamento estimulou muitos executivos a acreditar, por exemplo, que os aplicativos de transporte seriam nossos concorrentes. Mas há quem prefira observar o copo meio cheio.

Hoje estamos debatendo possibilidades de sinergia entre a indústria de aluguel e essas plataformas, assim como analisamos oportunidades de fusões e aquisições entre locadoras de médio porte e projetamos a evolução dos carros elétricos. Ao mesmo tempo, mapeamos as perspectivas da economia nacional sob o olhar do renomado jornalista Carlos Alberto Sardenberg. A pauta que norteou o 2º Encontro Empresarial nos fez olhar para o futuro, mas sem ignorar as mudanças que o presente nos impõe e os ensinamentos do passado.

Na plateia e na mesa principal, empresas novatas e experientes dividiam pontos de vista e aprendizados, conscientes de que a inovação é um processo permanente e que depende dessa troca para ser sustentável. De um lado, players dispostos a pôr seu arrojo a serviço de novos modelos de negócios. De outro, players dispostos a colocar sua sabedoria a serviço de novos modelos de negócios. No fim das contas, detectamos que a ousadia e o know-how estão presentes em ambos os lados.

Essa sintonia que presenciamos remete à fábula do fazendeiro que colecionava troféus de melhor produção de milho do município. Em uma das premiações, o repórter que o entrevistava ficou intrigado com a revelação de que ele partilhava suas sementes, de melhor qualidade, com produtores concorrentes na região. A resposta tirou todas as dúvidas. “O vento apanha o pólen do milho maduro e o leva de campo em campo. Se meus vizinhos cultivarem milho inferior, a polinização atingirá seguidamente a qualidade do meu milho. Por isso, se eu quiser cultivar um produto bom, tenho que ajudá-los também”.

Não precisamos entender de milho nem de fatores meteorológicos para concluir o óbvio. Inovar é semear qualidade e conhecimento. Significa compreender que o meu crescimento é fruto da evolução de toda a cadeia automotiva.

Abraços

Eladio Paniagua

Presidente do Sindloc-SP

EXPEDIENTE

A Revista Sindloc-SP é uma publicação mensal do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente a empresas do setor, indústria automobilística, indústria do turismo, executivos financeiros e jornalistas. Foto de capa: Bigstock

Presidente: Eladio Paniagua

Vice-presidentes: Paulo Hermas Bonilha Junior, Luiz Carlos de Carvalho Pinto Lang, Paulo Miguel Junior e Luiz Antonio Cabral

Diretoria: Jeronimo Muzetti, José Mario de Souza, Luiz Magalhães e Marcelo Ribeiro Fernandes

Conselho Fiscal: Daniel Ribeiro Huss, Flavio Gerdulo, Jarbas José dos Santos, Luis Carlos Godas, Mônica da Mata Ceresa e Paulo Gaba Junior

Delegados regionais: Jarbas José dos Santos, Jeronimo Muzetti, João Toquetão e Marcelo Ribeiro Fernandes

Produção Editorial: Scritta – www.scritta.com.br

Coordenação geral: Luiz Antonio Cabral

Coordenação editorial: Leandro Luize

Redação: Ana Cláudia Nagao e Júlia Arbex

Jornalista Responsável: Paulo Piratininga - MTPS 17.095piratininga@scritta.com.br

Direção de Arte/ Diagramação: Luis Fernando Chiapinotto

Impressão: Gráfica Revelação

Circulação: 12 mil exemplares impressos e digitais

Endereço: Praça Ramos de Azevedo, 209 – cj. 22 e 23

Telefone: (11) 3123-3131

E-mail: secretaria@sindlocsp.com.br

É permitida a reprodução total ou parcial das reportagens, desde que citada a fonte.

06 PINGUE-PONGUE

Jornalista especializado destaca relevância dos investimentos em TI e das vendas diretas para a recuperação da indústria

10 CENÁRIOS

Expansão acelerada dos aplicativos impulsiona a cadeia automotiva e abre novo campo de negócios para o segmento de locação

12 ESPECIAL

2º Encontro Empresarial do Sindloc-SP lança reflexões sobre o futuro da operação das locadoras e da economia brasileira

16 JUSTIÇA

Entendimento da Receita Federal levanta dúvidas sobre a geração de créditos de PIS e Cofins no aluguel de veículos

18 SETOR

Conheça alguns dos desafios exigidos para empresas dispostas a terceirizar frotas para o setor de segurança

20 TENDÊNCIA

Startups utilizam carros de aplicativo como plataforma comercial, o que pode inspirar locadoras na busca por novas fontes de receita

22 MERCADO

Locações de veículo para viagens de negócios crescem dois dígitos no primeiro semestre e refletem mudança de hábitos corporativos

24 GESTÃO

Nova parceria do Sindloc-SP viabiliza o gerenciamento contínuo de notificações e pagamentos de multas de trânsito

25 TECNOLOGIA

Levantamento aponta o que pensa o consumidor sobre o carro do futuro e pode balizar estratégias da indústria de aluguel

26 OLHO NAS CONTAS

Especialista faz recomendações para reconhecer e calcular corretamente o índice de depreciação gerencial da frota

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João Shinkado

CRESCIMENTO OU APENAS REVERSÃO DAS PERDAS?

Jornalista especializado destaca relevância dos investimentos em TI e das vendas diretas para a recuperação da indústria

Publisher da AutoData Editora, grupo de comunicação especializado no setor automotivo brasileiro e internacional, Marcio Stéfani não pensou duas vezes ao responder a pergunta que intitula a entrevista. O crescimento que a indústria vem registrando em 2019 ainda é insuficiente para reverter as perdas sofridas nos últimos anos. Na visão do executivo, para que o segmento volte aos patamares anteriores às turbulências econômicas, é preciso que o PIB brasileiro cresça cerca de 3% ao ano nos próximos anos e as exportações, que estão em queda, subam especialmente na Argentina, nosso maior mercado fora do país. Ele também analisou os desafios futuros das montadoras e o papel das locadoras de veículos no processo de recuperação.

COMO ANALISAR O ATUAL MOMENTO DO MERCADO AUTOMOTIVO BRASILEIRO DIANTE DO CENÁRIO ECONÔMICO?

Em razão das perdas que tivemos no período de 2014 e 2016 e por causa do atual momento da economia

nacional e argentina, que é o nosso maior mercado fora do Brasil (compra 70% do que vendemos ao Exterior), o setor automotivo atravessa um momento delicado. Alguns fatores são determinantes para esse quadro. O primeiro é que, mesmo com as vendas domésticas em alta – estão 11% acima de 2018 –, elas não são suficientes para compensar a retração de 40% das exportações para a Argentina. Ao mesmo tempo, com o cenário econômico nacional estagnado, as empresas estão cautelosas, o que acaba segurando investimentos. Somado a isso, há mais de 12 milhões de brasileiros desempregados e isso abala a confiança dos consumidores em relação à tomada de crédito e financiamentos.

A retomada da produção e das vendas está sendo possível devido à discreta melhora do ambiente econômico. Porém, as montadoras aqui estabelecidas estão enfrentando uma taxa cambial desfavorável. Os veículos produzidos no Brasil têm um índice de nacionalização em torno de 60% a 70%. Assim, os componentes importados pesam cada vez mais no balanço das montadoras, com o

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dólar em torno de R$ 4, quando o ideal seria um câmbio de R$ 3,50.

E NO TOCANTE À INDÚSTRIA

EM SI? COMO O SENHOR OBSERVA O COMPORTAMENTO DAS MONTADORAS?

Vivemos uma situação complexa. Em nenhum país do mundo existe a quantidade de montadoras que temos aqui: conseguimos produzir cerca de 5 milhões de unidades/ano. No entanto, atualmente ocupamos cerca de 60% dessa capacidade, com quase 3 milhões de unidades produzidas no ano passado. A tendência é passarmos de 3 milhões de veículos fabricados em 2019. Nossa produção automotiva está concentrada aos modelos compactos. Com investimentos em tecnologia, isso pode mudar de forma muito rápida, com o crescimento de outras categorias, como a de SUVs.

A TECNOLOGIA, ENTÃO, É A SAÍDA NATURAL PARA A INDÚSTRIA?

QUEM: Marcio Stéfani

DETALHE: Graduado em jornalismo pela Fundação Casper Líbero, Stéfani acumula 33 anos de experiência em projetos de comunicação voltados para a indústria automotiva. Em 1992, ele participou do processo de concepção da AutoData Editora, que integra revista e guias digitais especializados no universo das montadoras. Desde então, acumula os cargos de editor e publisher.

Esse será o caminho para o aumento da competitividade. A indústria automotiva mundial vive um momento intenso de globalização e as fábricas brasileiras estão tendo de se adaptar a esse cenário. Ou seja, precisam renovar o portfólio de produtos, além de introduzir conceitos de indústria 4.0 em sua linha de produção. O problema é que esse quadro se agravou nos últimos três anos, exatamente em um momento em que o mercado brasileiro está atravessando uma das piores crises econômicas da história.

E

COMO PROJETAR O FUTURO PARA DAQUI CINCO OU DEZ ANOS?

Os desafios do futuro serão direcionados à introdução de novos produtos e tecnologias, fazendo com que os veículos que produzimos sejam tão atualizados quanto os fabricados em qualquer outro local do mundo. Além disso, o foco será também ampliar o volume de negócios para outros países, principalmente da América Latina.

O QUE ESPERAR DO PAPEL DAS

LOCADORAS NA CADEIA AUTOMOTIVA PARA OS PRÓXIMOS ANOS?

As locadoras são os maiores clientes das montadoras. As vendas diretas, ou seja, aquelas que são feitas diretamente pelas montadoras, representam aproximadamente 45% do volume de transações, e boa parte disso decorre da indústria de aluguel de veículos. O modelo de negócio automotivo está mudando e, em um futuro próximo, o uso do automóvel será muito diferente do que vivemos hoje. Naturalmente, as locadoras vão fazer parte desse futuro. Isso porque a tendência, principalmente entre os consumidores mais jovens, é de desapego ao patrimônio, o que significa que o uso de serviços como o aluguel de automóveis deverá ser ainda maior. n

Foto: Rafael Cusato

INDÚSTRIA CARROS NA PISTA

O segundo semestre do ano começou intenso para a indústria automotiva, em razão do licenciamento de 232,24 mil automóveis e comerciais leves em julho, índice 8,8% superior a junho e 11,8% em relação ao mesmo período do ano passado. É o melhor julho desde 2014. No acumulado do ano, os índices seguem promissores, com crescimento na casa de dois dígitos. O volume de 1,48 milhão de unidades é 10,9% maior que o 1,33 milhão de 2018. No ranking por montadoras, as três líderes do mercado – GM, Fiat e Volkswagen – concentram 47% das vendas.

DEFESA DO CONSUMIDOR?

CARTÃO DE CRÉDITO SEM BLOQUEIO

SEGURANÇA VEÍCULO SEM RESTITUIÇÃO

O Projeto de Lei Nº 3558/19, de autoria do deputado Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA), proíbe as locadoras de veículos de condicionar o aluguel ao bloqueio do cartão de crédito como caução. Pela proposta, as empresas seriam obrigadas a disponibilizar alternativas que independam da titularidade de cartão por parte do consumidor. Além disso, as modalidades de caução deveriam estar afixadas em um local de fácil visualização no ponto de venda. A alegação do parlamentar é, no mínimo, curiosa. Para ele, não é justo que o setor deixe à margem do serviço de aluguel um enorme contingente de brasileiros que não possui cartão de crédito. O texto tramita de forma conclusiva e será analisado pelas comissões de Defesa do Consumidor; de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Segundo o entendimento do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, as locadoras de automóveis não têm direito à restituição de veículo apreendido por transportar mercadorias sem documentação. A decisão é da 2ª Turma, que manteve confiscado um carro próximo à fronteira de Foz do Iguaçu (PR) com o Paraguai, encontrado com cerca de R$ 90 mil em produtos importados irregularmente. Os desembargadores reconheceram a responsabilidade da empresa ao conceder a locação a um homem com histórico de infrações aduaneiras. A locadora recorreu alegando que o nome do condutor do veículo no ato do flagrante não constava no contrato de aluguel, mas o pedido foi negado. No entanto, outras recentes decisões foram favoráveis ao setor de locação e as empresas têm direito a recorrer mesmo no caso das ações inicialmente indeferidas.

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COBERTURAS:

Morte acidental

Invalidez per manente, total/parcial, por acidente

Despesas médicas e hospitalares

CATEGORIAS DE VEÍCULOS

Seguro APP Acidentes Pessoais a Passageiros de veículos locados para Uber, Cabify e 99

CAPITAIS SEGURADOS

Morte e invalidez: entre R$ 10 mil e R$ 50 mil

Despesas médicas e hospitalares: entre R$ 2 mil e R$ 10 mil

Passeio, pick-ups leves e pesadas, vans, micro-ônibus e ônibus, incluindo veículos locados para transporte de passageiros por aplicativo (Uber, Cabify, 99, entre outros).

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NOVA ECONOMIA E FÔLEGO REDOBRADO PARA O SETOR

Expansão acelerada dos aplicativos impulsiona toda cadeia automotiva e abre novo flanco para as locadoras

Contra números não há argumentos, especialmente quando eles demonstram a expansão progressiva e sólida do mercado de aplicativos. A aceleradora Liga Ventures identificou que, das mais de 190 startups atuantes no mercado automotivo brasileiro, 55% são especializadas em soluções de mobilidade e logística. Destas, metade iniciou operações há menos de três anos. Segundo o IBGE, o segmento de transporte absorveu 214 mil profissionais em 12 meses até julho de 2019.

Em um ano, as plataformas de compartilhamento presentes no país ganharam 200 mil motoristas e o volume total de condutores chegou a 800 mil, dos quais 1/3 está nas ruas com carros alugados. Essa nova demanda redobra o fôlego das locadoras, mas também ajuda a manter aquecidos os motores das montadoras, cujas vendas diretas atingiram 45,6% de participação nos emplacamentos do primeiro semestre, o maior índice já registrado na história

da indústria. Esse recorde veio acompanhado de um aumento de 23% nas unidades comercializadas em relação ao mesmo período de 2018, enquanto o crescimento no varejo foi de pífios 2%.

Se os resultados alcançados impressionam, as projeções do setor são ainda mais animadoras. “Em três anos, esse contingente de motoristas vai quadruplicar e 2/3 da frota destinada a esse público será suprida por veículos locados. Essa representatividade tende a ser ainda mais elevada em São Paulo, que concentra 53% desse mercado”, avalia Luiz Cabral, vice-presidente executivo do Sindloc-SP

Esse fenômeno desperta, inclusive, os olhares de analistas do mercado financeiro. Um relatório recente da XP Investimentos sobre o setor automotivo analisou que “existe um potencial enorme dentro do universo de motoristas e também com a expansão do mercado”.

A Economatica foi ainda mais incisiva ao posicionar essa atividade como fator

OS APLICATIVOS ATRAEM CLIENTES, CHAMAM A ATENÇÃO DE MOTORISTAS SEM CARRO PRÓPRIO E SURGEM COMO OPORTUNIDADE DE RECEITA EXTRA PARA AS LOCADORAS

determinante para a melhoria consistente das empresas de locação na Bolsa de Valores, com performance superior até mesmo à de montadoras com capital aberto na Bolsa de Nova York. Para a consultoria, o segmento demonstra fácil adaptação às mudanças mercadológicas por não necessitar de elevados investimentos em tecnologias para absorver esse novo perfil de cliente e por ter, tradicionalmente, uma estrutura de liderança que viabiliza mais celeridade nas tomadas de decisão.

As principais empresas do setor possuem departamentos e equipes específicas para atender aos motoristas de apps. Porém, há um vasto campo de oportunidades para locadoras menores. “As exigências cadastrais são mais rigorosas nas grandes, e ainda verificamos um mercado informal de pequenas empresas e até pessoas físicas que alugam frotas e quarteirizam para os motoristas. Além disso, a evolução dos aplicativos em centros de médio porte

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favorece especialmente locadoras com operações regionais, mais habituadas às características e hábitos dessas localidades”, acredita Cabral.

NOVOS PLAYERS

De olho nessa fatia de mercado, dois ex-diretores da 99 uniram-se para criar a Kovi em novembro do ano passado, com a proposta de alugar veículos de locadoras e sublocá-los a motoristas de apps que não dispõem de carro próprio. A iniciativa já atraiu fundos de investimentos ligados a empresas como Rappi e Yellow, além da Y Combinator, principal aceleradora do Vale do Silício. “Com a evolução natural dos aplicativos de mobilidade, associada ao período de estagnação na economia, trabalhadores com menor renda e sem posse de automóvel passaram a recorrer a essa modalidade de aluguel para obter renda extra”, lembra Fernando Ribaldo Ribeiro, diretor de car supply da Kovi.

A startup possibilita o pagamento por boleto e mantém contratos com renovação semanal como forma de congelar uma parcela menor do caixa do motorista, em vez da locação com adiantamento mensal. “Nosso trabalho consiste em auxiliar o motorista do começo ao fim do processo, tanto que o aluguel inclui seguro, assistência técnica e um sistema que auxilia o seu controle financeiro. Estamos focados em otimizar os ganhos desse profissional”, explica Ribeiro. Com essa estratégia, a Kovi já tem 1,8 mil motoristas em sua rede, programa chegar a 5 mil até o fim do ano e alcançar de 15 mil a 20 mil em 2020. “Para as locadoras, principalmente as de menor porte, o modelo é vantajoso pois elas podem ampliar suas frotas sem custos operacionais e investimentos em comercialização”, acrescenta. Outro benefício é a implementação de um sistema que avalia o comportamento do motorista ao volante, alertando-o sobre formas de condução mais

“PARA AS LOCADORAS DE MENOR PORTE, O MODELO É VANTAJOSO POIS

ELAS PODEM AMPLIAR SUAS FROTAS

SEM CUSTOS OPERACIONAIS E INVESTIMENTOS EM COMERCIALIZAÇÃO”

FERNANDO RIBALDO RIBEIRO – KOVI

seguras e econômicas. A equipe de segurança da Kovi monitora a proximidade do motorista com áreas de alto índice de roubo. Sustentada por essa tecnologia, a empresa também observa pequenas empresas que necessitam de frotas terceirizadas, mas não reúnem tempo nem mecanismos para negociar diretamente com locadoras ou grandes gestores.

A expansão das plataformas de compartilhamento como alternativa de renda e negócio abre novos horizontes para as locadoras de médio

Parceria exclusiva

“EM TRÊS ANOS, ESSE CONTINGENTE DE MOTORISTAS VAI QUADRUPLICAR E 2/3 DA FROTA DESTINADA A ESSE PÚBLICO SERÁ SUPRIDA POR VEÍCULOS LOCADOS”

LUIZ CABRAL – SINDLOC-SP

porte. Embora essa operação exija muitos investimentos em tecnologia embarcada no veículo, isso fica sob a responsabilidade dos brookers de locação de frotas para motoristas de aplicativos. Com essa tecnologia, conseguem preservar a integridade da frota e a qualidade de uso do veículo.

“As locadoras passam a ter mais segurança e a certeza de que seus carros locados para esses consolidadores estão sendo utilizados de maneira eficiente”, finaliza Luiz Cabral n

¦ O Sindloc-SP firmou parceria exclusiva com a Kovi. O objetivo é abrir mais um canal de negócios para que as locadoras associadas possam locar seus carros para a Kovi. Como forma de garantir que os veículos terão utilização adequada, a empresa avalia a conduta dos motoristas na direção com base em aspectos como velocidade, frenagens bruscas e performance em curvas. De posse dessas informações, atribui um escore aos condutores, que servirá de referência para ter, na sua base, profissionais de alta performance e com baixo risco de inadimplência.

A nova parceira também assume a responsabilidade por todas as despesas inerentes à operação do veículo, incluindo manutenção preventiva e corretiva, seguro e assistência 24 horas, o que minimiza os riscos do negócio. Além disso, um sistema de gestão administra todos os serviços da frota.

AAS ROTAS CERTAS PARA A ECONOMIA E O SETOR

2º Encontro Empresarial mobiliza players da indústria de aluguel de veículos e estimula reflexões sobre o futuro do país e da atividade

idade da pedra chegou ao fim não porque faltassem pedras. De autoria do Xeque Yamani, ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita, a frase relembrada pelo jornalista Carlos Alberto Sardenberg resumiu de maneira emblemática o 2º Encontro Empresarial do Sindloc-SP. O evento realizado no dia 13 de agosto atraiu cerca de 250 líderes setoriais para as dependências da FecomercioSP, onde eles aprofundaram o debate sobre os rumos da indústria de aluguel e também projetaram o ambiente macroeconômico do país.

Um dos colunistas da GloboNews, Sardenberg abriu a programação destacando o início de uma

recuperação do país após dois anos e meio de uma longa e forte recessão. No entanto, a saída desse cenário permanece lenta e esbarra em um contexto de desaceleração global e na intensa guerra comercial protagonizada por China e Estados Unidos. As perspectivas de crescimento do país para 2019 e 2020 – 0,8% e 2,4% – são bem inferiores às projeções de 3,2% e 3,5% em nível mundial. “Nesse ambiente, é fundamental que o Brasil amplie seus acordos comerciais e deixe de lado divergências diplomáticas sumárias, seguindo o exemplo de abertura do Chile”, avalia.

Mas apesar desse panorama, o jornalista enxerga coesão na equipe econômica, por meio de uma agenda

liberal ortodoxa e uma consciência clara sobre a urgência de reformas. “Temos seguramente o pior sistema tributário do mundo, complexo, com inúmeros impostos e muitos deles aplicados sobre a mesma base”, pontua. As mudanças na previdência, cujo rombo superou R4 194 bilhões em 2018, também são essenciais para conter o endividamento do governo e viabilizar a meta de superávit operacional. “A necessidade crescente de arcar com os gastos correntes e as despesas com funcionalismo vem tirando a capacidade de investimento público. Mudanças profundas são fundamentais, aliadas a um modelo agressivo de concessões e privatizações”, argumenta.

Fotos
João Shinkado

Sardenberg chama ainda a atenção para a importância de reduzir a burocracia, que impede a abertura de negócios e a chegada de capital estrangeiro. Segundo o último relatório Doing Business do Banco Mundial, o Brasil ocupa a 109ª colocação entre as melhores nações para se fazer negócios, mais de 50 posições atrás de mercados como Chile e México. Além disso, reforçou o alerta para a influência do ambiente político. “O país carece de uma alternância positiva entre uma boa esquerda e uma boa direita, capazes de atuar de maneira construtiva e acima de diferenças ideológicas”, finaliza.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

NO RADAR

E que esperar do futuro da iniciativa privada? Ao se ver à frente de uma audiência constituída especialmente de empreen-

dedores e empresários de médio porte, o consultor Evaldo Fontes foi taxativo ao afirmar que existe uma gama de oportunidades de expansão para esse segmento, seja por meio de fusões e incorporações, seja via crescimento orgânico. Ele usou como parâmetros não apenas grandes players, entre os quais a Localiza Hertz, Locamerica-Unidas

“Existe uma gama de oportunidades de expansão para locadoras médias, por meio de fusões, incorporações ou crescimento orgânico”
EVALDO FONTES

e a Movida, mas também companhias emergentes como a Maestro e o Grupo Águia Branca, que adquiriu a Let´s.

“A queda acentuada e sustentada da taxa de juros deve fomentar mais movimentos similares, o que se revela uma oportunidade para toda a indústria de aluguel de veículos. A demanda contínua por soluções de mobilidade também contribui para atrair novos investidores para o setor, que mantém um ritmo intenso de renovação de frota e movimenta a cadeia produtiva, com geração permanente de empregos diretos e indiretos”, avalia. O Brasil, em particular, apresenta

um grande potencial de evolução, especialmente na terceirização de frotas. “Basta levar em conta indicadores como o percentual de 9% de veículos de locadoras destinados atualmente ao segmento corporativo, contra 17% na Alemanha, 25% na França, 37% na Espanha e 47% no Reino Unido”, exemplifica. Fontes, porém, faz um alerta. A garantia de competitividade requer atenção redobrada ao mix de produtos, às ações de marketing e à presença geográfica, de modo a entender que estratégias poderão seguir para sustentar seu crescimento. “Compreender a solidez nesses quesitos é fundamental para as empresas ponderarem a possibilidade de se associar com fundos de private equity ou com outras companhias. Se realmente a sobrevida da operação exigir, nem mesmo a alienação total deve ser descartada. O fato é que a união entre as corporações pode fortalecer a governança e dar fôlego à expansão”, observa.

ELÉTRICOS: MAIS DO QUE

UM MERO ATALHO

Os palestrantes do terceiro painel foram ainda mais enfáticos ao apontar a mobilidade elétrica não como um atalho, mas sim como uma rota obrigatória. O volume de aportes no mercado de veículos eletrificados, que não ultrapassou US$ 4 bilhões no ano passado, deve atingir US$ 300 bilhões em 2025. “Esses carros e as locadoras têm tudo a ver. E o rápido avanço da demanda anual por energia para abastecer as baterias deve fazer com que o Brasil incorpore essa tecnologia com uma rapidez maior que a esperada”, opina Carlos Roma, diretor comercial da BYD, considerada a primeira empresa de aluguel de automóveis 100% elétricos a fincar bandeira no país.

Os números, aliás, ajudam a referendar a tese de Roma. Em dez anos, 95% das milhas percorridas por viajantes em rodovias norte-americanas serão feitas por veí-

culos elétricos, autônomos e compartilhados. De acordo com a Intel, esse segmento vai gerar uma economia de custos de US$ 7 trilhões em 25 anos e poupar 585 mil vidas em acidentes de trânsito até 2045. “Mas o Brasil deve entender que o gatilho para o crescimento não está na infraestrutura e sim na prova social. O Ford T foi lançado em 1909 com a gasolina sendo vendida apenas em farmácias a US$ 8,07 o galão. À medida que o carro era visto nas ruas dos Estados Unidos e se tornava objeto de cobiça por causa dos seus benefícios, a estrutura passou a ser ampliada”, justifica.

Roma acredita que a grande questão é saber quem vai liderar essa corrida, e defende a participação das locadoras. “O contingente de concessionárias vai cair 1/3 nos Estados Unidos para dar espaço à indústria de aluguel”, prevê. Sua visão foi compartilhada por Luiz Magalhães, sócio-diretor da KWFleet, que endossa ainda a necessidade

JOVENS E EXPERIENTES EMPRESÁRIOS PARTILHARAM CONHECIMENTOS NO PAINEL SOBRE MOBILIDADE ELÉTRICA

de mudar o olhar sobre aspectos como a precificação. “A hipótese de sentar e chorar com a montadora para obter condições de compra mais vantajosas está com os dias contados”, admite.

As reflexões foram ainda mais estimuladas pelos outros três painelistas, que dividiram suas experiências à frente de startups especializadas em compartilhamento, e que têm no segmento de locação um parceiro de peso. “É preponderante observar a jornada do nosso negócio pelo prisma do cliente. As empresas de locação devem embasar sua operação na tecnologia para se tornar mais escaláveis, com os processos 100% digitais”, afirma Diego Lira, CEO da Turbi.

Já Rafael Taube, que comanda a Joycar, a mobilidade deve ser vista muito além dos automóveis. “Os outros modais, até pouco tempo inexistentes, ganharam as ruas de grandes cidades, democratizaram o transporte e estão incorporados às rotinas da população. Essa nova mentalidade incentiva o setor a repensar seu status quo”, afirma. Island Costa, fundador da Riba

Brasil, especializou-se no aluguel de scooters elétricas por acreditar na inovação como um fator social. “São soluções que promovem disrupção por envolverem fatores como segurança e acesso a transporte”, analisa.

A inovação, definitivamente, chegou e está ao alcance do setor. O sinal abriu e resta engatar a primeira marcha. n

CARLOS ALBERTO SARDENBERG (AO CENTRO), LADEADO POR INTEGRANTES DA DIRETORIA DO SINDLOC-SP

DECISÃO AMPLIA DÚVIDAS SOBRE CRÉDITOS DE PIS E COFINS

Fisco diferencia locação de veículos de prestação de serviços e cria barreiras para a atividade

Uma solução de consulta da Receita Federal, publicada em julho, levanta ainda mais dúvidas sobre a geração de créditos de PIS e Cofins na atividade de aluguel de veículos. De acordo com a Cosit 218/2019 e com base nos critérios de essencialidade e relevância, o Fisco argumentou que a locação não pode se confundir com prestação de serviços e, portanto, não deve ser considerada como insumo para efeito de apuração desses créditos. No entanto, essa manifestação contraria um entendimento do próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Essa nova interpretação foi oriunda do relato de uma transportadora que realiza parte dos serviços com caminhões alugados, operados por meio de contratos de locação. A empresa questionou o órgão sobre a possibilidade de enquadrar as despesas no conceito de insumos, uma vez que integram sua relação de custos fixos. “Mais uma vez a Receita busca restringir o que o STJ já definiu. Pior: isso difere do que ela própria destacou em dezembro de 2018, no Parecer Normativo Cosit 5”, critica Paulo Henrique, sócio da AUDITLocOne e consultor especializado em locadoras.

Para ele, a nova solução é no mínimo adversa e “sem pé nem cabeça”, pois a transportadora em questão não utilizou a locação para atender a uma demanda administrativa, e sim para exercer a sua atividade-fim e gerar um

faturamento sujeito à tributação pelo PIS e pelo Cofins. “Isso não seria essencial nem relevante?”, questiona.

O consultor avalia que a Receita Federal aproveita uma brecha legal que não posiciona a locação como serviço. “Essa análise está correta, mas o problema está na essencialidade dos fatos e não na terminologia pura e simples. Se assim fosse, as receitas das locadoras deveriam ser isentas de PIS e Cofins por não serem prestação de serviços”, observa. A restrição, inclusive, fere a natureza dessas contribuições não cumulativas, que visam a equacionar os recolhimentos de maneira que “quem pagou lá atrás gera crédito para o da frente quando tais desembolsos forem usados como insumos”.

Segundo especialistas, o Recurso Especial nº 1.221.170, do STJ, deveria contribuir para esclarecer dúvidas recorrentes dos empresários sobre a abrangência dos insumos. No entanto, ao adotar os princípios de essencialidade e relevância, tornou a discussão mais subjetiva. “O Judiciário estabeleceu dois critérios que, de alguma maneira, são vagos, não abrangem com clareza e não resolvem os problemas de todos os contribuintes. A análise ficou caso a caso”, pondera. Uma situação, porém, é inquestionável. A Justiça, novamente, cria novos empecilhos e ônus para gestores de frotas. n

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OS DESAFIOS DA GESTÃO DE FROTA NA ÁREA DE SEGURANÇA

Um dos maiores gargalos do segmento é a precificação inadequada do serviço

Aterceirização da gestão de frotas é uma estratégia chave para empresas que desejam otimizar seus recursos. E os benefícios são inúmeros. Além de a empresa ficar livre da administração do ativo imobilizado, serviços como manutenção preventiva, gestão de multas, telemetria, pedágio, documentação e proteções também são administrados pela locadora de veículos. Isso vale para todos os segmentos, e na área de segurança não é diferente.

“A competitividade no aluguel de carros para empresas de segurança está acirrada ultimamente.

Trata-se de um segmento muito promissor para trabalhar e fechar parcerias, pois são empresas que geralmente pagam em dia e apresentam solidez no fluxo de caixa”, avalia Eladio Paniagua, CEO da Point Rent a Car & Motorcycle.

Segundo o executivo, esse mercado concentra muitas empresas de segurança que oferecem um pacote de locação de pessoal juntamente com os veículos.

Trata-se de um bom filão para as locadoras apostarem. Porém, também é uma área que exige mais atenção a detalhes, a fim de evitar prejuízos tanto para a empresa de segurança como para a locadora. Um deles é a precificação inadequada.

Antes de fechar um contrato, a indústria de aluguel precisa ter muita cautela e fornecer orientações sobre a melhor forma de estabelecer o valor correto que as empresas de segurança devem cobrar de seus clientes. “Uma das modalidades de precificação mais comuns é a cobrança por quilômetro determinado de utilização. No entanto, o usuário do veículo sempre acaba extrapolando essa quilometragem e o adicional

ELADIO PANIGUA

– POINT RENT A CAR & MOTORCYCLE

“TRATA-SE DE UM SEGMENTO MUITO PROMISSOR PARA TRABALHAR E FECHAR PARCERIAS, POIS SÃO EMPRESAS QUE GERALMENTE PAGAM EM DIA E APRESENTAM SOLIDEZ NO FLUXO DE CAIXA”

faz com que, muitas vezes, as operações fiquem no vermelho”, adverte Paniagua.

Outro ponto importante que deve ser observado é o tipo de uso do veículo. Há companhias que posicionam o carro na porta de uma empresa, universidade ou shopping center. Nesse caso, ele roda pouco. Mas há automóveis destinados à escolta, que podem estar num dia em São Paulo e, no outro, em Salvador.

A escolta armada e os carros para executivos de alto padrão também são muito disputados pelo setor de segurança. “É um nicho muito interessante, quando não há sinistro. Por isso mesmo, as empresas devem estar preparadas para esses casos”, ressalta Paniagua, lembrando que o maior erro é fazer uma precificação única para todos os tipos de uso do veículo. n

João Shinkado

MAIS DO QUE VEÍCULOS, VERDADEIRAS VITRINES COMERCIAIS

Utilização de carros de apps para vender produtos pode estimular locadoras a obter novas fontes de receita

Uma nova modalidade de negócios surge na esteira do sucesso dos aplicativos de transporte. Startups ajudam a transformar os veículos em verdadeiros outdoors ou lojas de conveniência, nos quais se comercializam produtos de maquiagem, gomas de mascar e até carregadores de celular. A ideia pode ser inspiradora para a indústria de aluguel de veículos e representar uma nova fonte de receita para o setor.

Essa parceria possibilita que os motoristas recebam uma parte da receita dos anúncios ou das vendas realizadas durante as corridas. Dependendo da startup, eles devem estar cadastrados para atuar como intermediários entre a contratante e o consumidor ou arcar com o custo do kit de produtos. Uma das empresas especializadas nessa atividade é a Numenu. Em operação desde o ano passado, a empresa disponibiliza artigos como absorventes, lenço umedecido, meia-calça e produtos

de beleza, acondicionados em uma bolsa de plástico na parte traseira do banco dianteiro do passageiro.

A compra deve ser efetuada pelo site. O usuário digita o código do carro, que funciona como uma senha de acesso à relação de mercadorias e à forma de pagamento, que pode ser com cartão ou dinheiro. “Hoje estamos presentes em 1.400 veículos na Grande São Paulo, mas almejamos chegar a 10 mil até o fim do ano”, projeta o fundador Rafael Freitas. Com a finalidade de cativar clientes, a Numenu dispõe de produtos gratuitos, oferecidos mediante cadastro e que asseguram recompensas de R$ 1 ao motorista por brinde. Do total das vendas, 25% são revertidos ao motorista.

Esse conceito despertou também a atenção de uma companhia internacional. A Cargo associou-se ao Uber no último mês de maio e tornou o Brasil seu primeiro mercado fora dos Estados Unidos. Com

atuação em São Paulo e no Rio de Janeiro, tem mil veículos cadastrados para a comercialização de alimentos industrializados, como salgadinhos.

ANÚNCIOS

A Olacarro, por sua vez, aproveita os bancos traseiros e o lado direito do painel para expor placas publicitárias. “Estimamos que cada veículo credenciado transporte em média 900 pessoas por mês. Para assegurar que a mensagem alcance esse número, exigimos aos motoristas que enviem relatórios mensais sobre suas viagens”, destaca o proprietário Jeremy Dupont. A publicidade custa em torno de R$ 2 mil, com garantia de veiculação em dez automóveis e validade de três meses. O motorista recebe cerca de R$ 150 mensais pela instalação das propagandas.

Muito além de um ativo estratégico para as locadoras, os carros podem trazer ainda mais possibilidades para o setor. n

Divilgação

LOCAÇÃO RELEVÂNCIAGANHA NAS VIAGENS DE NEGÓCIOS

Segmento cresceu dois dígitos no primeiro semestre, fruto da simplificação de processos, conveniência tecnológica e mudança de hábito do consumidor

Oturismo de negócios manteve um desempenho de excelência primeiro semestre de 2019, especialmente quando o assunto é locação de veículos. Segundo dados da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), o faturamento desse segmento cresceu 20,6%, atingindo R$ 76,12 milhões, comparados aos R$ 63,12 milhões dos seis primeiros meses de 2018. O número de diárias ultrapassou a marca de 886 mil, crescimento de 3,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o tíquete médio foi de R$ 86, aumento de 16%.

Para o diretor executivo da Abracorp, Gervasio Tanabe, os números são fruto de um trabalho que a associação vem desenvolvendo des-

de 2014 para estimular o aluguel de veículos entre o público executivo. “Quando analisamos o mercado norte-americano, a participação de locações dentro da cadeia de viagens representa algo em torno de 4,5%. Se lá esse segmento apresenta um número tão expressivo, por que no Brasil os indicadores não podem ser superiores?”, questiona.

Segundo o executivo, a locação representa 1,3% do total de movimento da Abracorp, o que revela um nicho ainda muito grande a ser explorado. “Foi com essa premissa que buscamos conversar com as locadoras parceiras, a fim de realizar um trabalho de conscientização junto às agências de viagens corporativas, para que elas coloquem a locação na prateleira quando oferecerem algum serviço e enxergarem esse item como uma oportunidade de novos negócios”, explica Tanabe.

E o resultado começou a aparecer. “Tivemos períodos em que conseguimos subir para 1,8%. Hoje estamos com uma média de 1,6%”, ressalta. Para Tanabe, o resultado dos últimos anos também foi alavancado com a

proliferação de recursos de aplicativos das locadoras. Por meio dessas soluções, os veículos já vêm com tecnologias embarcadas como o Google Maps, que permitem ao viajante chegar a uma cidade desconhecida e se locomover sem dificuldades.

Desde 2017, a entidade também buscou, juntamente com as locadoras, simplificar os trâmites de venda do serviço e estabelecer uma padronização no processo de faturamento. “Temos de entender que o consultor de viagem sempre busca facilidade e, na medida em que ele conta com um processo simplificado, a tendência é que se motive mais para trabalhar aquele serviço”, explica o diretor.

Hoje, a Abracorp está trabalhando com um comitê interno para uniformizar as vendas de acordo com a categorização dos veículos. “Todo o processo de comparação é muito difícil de fazer, pois se trata de sistemas diferentes que precisariam ser ajustados”, avalia. Fato é que a locação começa a ganhar espaço como escolha obrigatória dos executivos. n

Bigstock

SINDLOC-SP

FECHA PARCERIA PARA GERENCIAMENTO DE INFRAÇÕES

LW Tecnologia assegura monitoramento contínuo de notificações e pagamento de multas

Ogerenciamento de multas representa um dos maiores desafios para as empresas de locação de veículos. Perda de prazos e atrasos no recebimento da notificação podem gerar penalizações onerosas às locadoras. Pensando em otimizar o serviço, o Sindloc-SP acaba de fechar parceria com a LW Tecnologia para gestão integral desse processo. Por meio do software SGI, a empresa desenvolveu uma forma de monitorar infrações de trânsito que envolvam as frotas das locadoras.

“Nossa ferramenta é responsável por rastrear a notificação de autuação com muito mais rapidez que a dos meios tradicionais, reduzindo custos e obtendo ganhos de tempo”, afirma Anderson Lima, diretor comercial da LW Tecnologia. De acordo com o executivo, todas as empresas podem se beneficiar dos serviços, seja no fleet ou no rent a car.

Um dos grandes diferenciais da ferramenta é a possibilidade de acesso à notificação com 13 dias de antecedência em relação ao documento enviado pelos Correios. “Fazemos a captura assim que ela é cadastrada no órgão de trânsito. Dessa maneira, a locadora pode se planejar melhor para antecipar o processo de identificação do condutor, acelerar a

cobrança no cartão de crédito do cliente e minimizar o risco de inadimplência”, ressalta Lima.

Por meio da ferramenta, caso haja uma assinatura divergente ou falta de um documento legível, a empresa consegue buscar essa documentação e não tomar o prejuízo com a multa de Não Identificação de Condutor (NIC). Além disso, quando o status muda de notificação para imposição, o sistema automaticamente captura o boleto para pagamento com 20% de desconto.

O SGI também dispõe de relatórios analíticos que permitem identificar o veículo com mais infrações ou o tipo de multa mais recorrente, como embriaguez, carteira cassada ou direção sem habilitação. Com menos desperdício de tempo e recursos, a operação das locadoras passa a ter mais previsibilidade. n

QUANTO CUSTA?

Todas as afiliadas do Sindloc-SP contam com 50% de desconto na taxa de adesão, ou seja, pagarão somente R$ 500. Já o custo mensal varia de acordo com a frota. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (41) 3501-8315 , (41) 99122-8315 , pelo e-mail comercial@lwtecnologia.com.br ou pelo site www.lwtecnologia.com.br

A antecipação da notificação beneficia a locadora de várias formas

¦ No RAC, acelera a cobrança via cartão de crédito do cliente, o que diminui a inadimplência

¦ No fleet, melhora a previsão de faturamento junto ao cliente

¦ Melhora a fluidez no processo de indicação de condutor infrator

¦ Minimiza os impactos com as multas NIC

¦ Evita a dependência exclusiva dos Correios para receber as notificações e boletos

¦ Disponibiliza o espelho da notificação e boleto (se disponível pelo órgão)

¦ Disponibiliza a notificação-padrão para indicação do condutor (para todos os AIT capturados via sistema LW)

¦ Gera boleto para pagamento da multa com desconto de 20% (se disponível pelo órgão)

¦ Antecipa a notificação em 13 dias corridos, em média

¦ Viabiliza a emissão de relatórios gerenciais para identificar erros no processo de indicação de condutor infrator

¦ Permite fazer upload no sistema LW das imagens das notificações e boletos recebidos via Correios pela empresa

¦ Possibilita recorrer das multas indevidas

Bigstock

O CARRO DO FUTURO SOB O OLHAR DO CONSUMIDOR

Levantamento faz importantes análises para balizar estratégias de longo prazo das locadoras

Premissas como inovação e mobilidade são realidades irreversíveis no mercado automotivo, mas como será que os motoristas enxergam esse cenário e o que eles esperam do carro do futuro? Uma pesquisa inédita da MOB.INC, consultoria especializada na análise de hábitos de consumo, expôs algumas dessas percepções e traz importantes insights para balizar as estratégias de longo prazo da indústria de aluguel de veículos.

O levantamento envolveu 80 entrevistados na faixa etária de 25 a 55 anos, e das classes A, B e C, que avaliaram automóveis das categorias SUV, hatch e sedã, com base em critérios relacionados a gasto de combustível, viabilidade dos carros elétricos, custo, tecnologia, meio ambiente e status. “Esse público desempenha um papel de influência dentro da cadeia de consumo. Além de serem grandes aliados e facilitadores do processo de inovação, eles atuam como formadores de opinião e ditam tendências mesmo sem perceber, indicando e compartilhando o conceito da marca”, comenta Thiago Felinto, fundador da MOB.INC e um dos idealizadores da pesquisa.

Atributos como conforto e design inteligente foram mencionados como diferenciais relevantes para 75% dos respondentes, mas desde que adaptados à realidade das grandes cidades. “A importância desses fatores ajuda a explicar os resultados da indústria no ano passado, quando a categoria de hatches compactos figurou na liderança de vendas e representou quase metade do montante comercializado”, acrescenta.

A pesquisa ainda revelou um crescente desinteresse pela propriedade do veículo. Para 58%, a relação entre status e a real necessidade de ter carros grandes ou vários deles na garagem é um aspecto que merece ser reconsiderado. O automóvel já é visto por esse grupo como sinônimo de praticidade, associação que tem sido impulsionada por ferramentas como o aluguel e o transporte privado por aplicativos.

Porém, apenas 35% enxergam o aluguel de veículos como uma experiência realmente econômica e conveniente. “Em

“Segmentos como o de locação, que reúnem tradição, escalabilidade e uma rede sólida de clientes, têm pleno potencial para absorver esse novo cliente”
THIAGO FELINTO – MOB.INC

comum, esse público considera que as locadoras, assim como as montadoras, estão entre as empresas mais capazes de lhes agregar valor por sustentarem um ativo único: a tradição. Em contrapartida, esse crédito de confiança pode ruir em segundos se elas não demonstrarem plena abertura às inovações”, pondera Felinto.

SUSTENTABILIDADE E OS ELÉTRICOS

Para pessoas que se relacionam com um produto ou segmento de maneira mais engajada e consciente, o compromisso com o meio ambiente integra a agenda de prioridades. De acordo com o levantamento, 85% dos entrevistados manifestaram preocupação com os malefícios do desenvolvimento de carros à qualidade do ar. Os veículos elétricos ganham espaço como alternativa, mas o acesso ainda restrito e os valores elevados continuam a ser empecilhos para uma decisão de compra. .

“Os primeiros indícios de retomada no volume de transações das montadoras e a relação especial dos brasileiros com o carro demonstram um caminho aberto para o crescimento de toda a cadeia automotiva. E segmentos como o de locação, que reúnem tradição, escalabilidade e uma rede sólida de clientes, têm pleno potencial para absorver esse novo cliente”, conclui Felinto. n

Bigstock

A DEPRECIAÇÃO E SEUS EFEITOS

Divulgação

Todas as empresas precisam de uma estrutura mínima para o exercício de suas atividades, por vezes composta de imóveis, equipamentos, móveis, periféricos e veículos. Esse conjunto de bens integra o chamado ativo imobilizado, cuja depreciação é inevitável e, se for negligenciada, pode afetar substancialmente a tributação e os indicadores da companhia.

A depreciação fiscal é fixada por um percentual que estima a vida útil dos bens. Seu registro é obrigatório apenas para as empresas optantes pelo lucro real, que, de certa forma, se beneficia dessa

“A depreciação é inevitável e, se for negligenciada, pode afetar substancialmente a tributação e os indicadores da companhia”

despesa ao reduzir a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social. Cabe ao contador observar o imobilizado de forma criteriosa, a fim de extrair todo o crédito admissível.

Ainda assim, existe mais de um método de cálculo da depreciação, sendo mais comum o método linear, que deprecia os bens por meio da aplicação de um percentual fixo. Existe também a possibilidade de depreciação acelerada, fixada pelo RIR/99 e que se aplica aos bens que são utilizados em um turno de oito horas - um inteiro; dois turnos de oito horas - um inteiro e cinco décimos; e três turnos de oito horas - dois inteiros.

Ou seja, se um bem deprecia à taxa de 10% ao ano, ele seria depreciado a 15% em dois turnos ou a 20% em três. Mas cuidado: a admissão desse método exige a comprovação da utilização do bem nesses turnos, com a elaboração de um laudo contábil. Entretanto, a taxa de depreciação determinada pelo fisco não é compatível com a realidade, causando distorções

na avaliação dos ativos de uma empresa. Podemos citar como exemplo o índice de 20% ao ano no segmento automotivo. Sob essa taxa, um veículo perderia completamente seu valor em cinco anos, o que claramente não é seu valor de mercado.

Para corrigir esse efeito, a padronização às normas internacionais trouxe a possibilidade de contabilização da depreciação gerencial, cuja taxa será definida com a avaliação administrativa da vida útil dos bens. Essa alteração não afeta a taxa para efeito tributário, mas faz com que se possa enxergar o valor real dos bens no balanço. Atenção aos registros gerenciais, que conferem mais credibilidade e transparência, além de demonstrarem atualização diante das novas normas.

Em resumo, as empresas devem estar atentas aos benefícios que a utilização correta dos métodos de depreciação pode acarretar. O acompanhamento de um contador especializado é fundamental em todas as etapas do processo. n

LUIZ SANTOS ESPECIALISTA CONTÁBIL DA VERS CONTABILIDADE

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