








Entramos em 2020 com a perspectiva de resultados ainda mais consistentes e um ritmo vigoroso de investimentos na indústria de aluguel de veículos. Só não esperávamos por uma crise sem precedentes na história do país e do mundo. Porém, mais uma vez tivemos o privilégio de constatar como nosso setor é capaz de demonstrar força em tempos de adversidades.
A pandemia levou a uma inevitável paralisação da atividade econômica. As medidas de restrição ao comércio e o isolamento social impuseram dificuldades inéditas para as locadoras. Os obstáculos estenderam-se para as montadoras, obrigadas a desacelerar suas linhas de montagem. Em paralelo, a indústria de autopeças conviveu com o encarecimento e a falta de insumos para viabilizar o processo produtivo.
O cenário refletiu os números do setor de locação no período. Entretanto, quem disse que o nosso balanço do ano está cercado de lamúrias e insatisfação? Para nós, crises devem ser motores para o aprendizado. Tivemos que olhar para dentro e nos vimos diante de empresários e empreendedores preocupados, é verdade, mas estimulados a perseguir novas ideias e soluções.
Foi com esse foco na superação que identificamos saídas para atenuar os impactos do coronavírus. Abrimos mão de parte da frota para fazer caixa e garantir fôlego financeiro, ao mesmo tempo em que conseguimos reduzir a idade média dos veículos e rejuvenescer a oferta aos clientes.
Com poder de mobilização, conseguimos a inserção do segmento como atividade essencial. Com visão de mercado, iniciamos uma recuperação em V ao vislumbrar um público promissor, formado por pessoas que fugiam dos transportes coletivos em razão da necessidade de distanciamento. Com relacionamento colaborativo, sustentamos os contratos de terceirização ao manter um diálogo aberto e transparente com as empresas, ouvindo suas angústias.
Mesmo estagnados durante os primeiros 90 dias de pandemia, preservamos a margem de faturamento de 2019 e mantivemos uma frota acima de meio milhão de unidades. Isso me faz recordar o editorial do nosso último anuário, quando destaquei que, “unindo esforços, partilhando conhecimentos e abraçando novidades, fizemos valer nossa voz e identificamos onde poderíamos chegar”.
O ano de 2020 foi um ano de perdas e do temor de uma doença que vitimou inúmeras pessoas. Mas como diria o escritor Mark Twain, “coragem é a resistência e o domínio do medo, não a ausência dele”. As locadoras já colocam diariamente essa frase em prática. A vacinação vai controlar a Covid-19 e garantir a retomada intensa da economia. Os protocolos são e serão outros, mas o que não pode mudar é o nosso ímpeto de sempre se superar.
¢ Eladio Paniagua Presidente do SIndloc-SP
“Coragem é a resistência e o domínio do medo, não a ausência dele”
– Mark Twain
CARROS ELÉTRICOS
Modelos registram interesse crescente e Brasil surge como mercado promissor
O Anuário Sindloc-SP é uma publicação do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente a empresas do setor, indústria automobilística, indústria do turismo, executivos financeiros e jornalistas.
Foto de capa: BigStock
Presidente: Eladio Paniagua
Vice-presidentes: Luiz Antonio Cabral, Paulo Hermas Bonilha Junior, Luiz Carlos de Carvalho Pinto Lang e Luiz Carlos Magalhães
Diretoria: Daniel Ribeiro Huss, Fabio Alexandre, Jarbas José dos Santos, Jerônimo Muzetti, José Eduardo Arminante, José Mario de Souza, Luis Carlos Godas e Paulo Miguel Junior
Produção Editorial: Scritta – www.scritta.com.br
Coordenação geral: Luiz Antonio Cabral
Coordenação Editorial e Redação: Leandro Luize e Ana Claudia Nagao
Revisão: Maria Inês Arbex
EMPREGOS
Setor supera adversidades e termina 2020 com saldo positivo de empregos formais
Direção de Arte/ Diagramação: Luis Fernando Chiapinotto
Jornalista Responsável: Paulo Piratininga - MTPS 17.095piratininga@scritta.com.br
Impressão: Grafilar
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, 209 – cj. 22 e 23
Telefone: (11) 3123-3131
E-mail: secretaria@sindlocsp.com.br
É permitida a reprodução total ou parcial das reportagens, desde que citada a fonte.
Definitivamente, tivemos de conviver com uma turbulência inédita que afetou por completo a saúde, a economia e até o modo como nos relacionamos com o outro. Mas entre as muitas características que devemos cultivar para sobreviver em meio às incertezas, uma delas representa a confirmação de que o setor de locação está no rumo certo.
Estou falando do poder da informação setorial, um ativo para fornecer aos públicos que interagem com nossa atividade uma visão panorâmica do mercado, além de provocar reflexões e avaliar tendências para o médio e longo prazo. Ao mesmo tempo, trata-se de um verdadeiro exercício de autoconhecimento para dirigentes, empresários e executivos da indústria de aluguel de veículos.
E o contexto em que vivemos torna ainda mais estratégica a produção do nosso novo anuário. A quinta edição reforça o compromisso que firmamos de não se restringir a traçar um raio-X das locadoras paulistas. O conteúdo apresenta também uma análise detalhada dos subsetores que gravitam em torno do universo do segmento, reunindo dados e fatos históricos que apontam comportamentos e projetam o futuro da atividade.
A publicação também se dedica a avaliar os mais recentes movimentos estratégicos que impactam nossas operações, entre elas os novos conceitos de mobilidade, os canais de vendas digitais, o processo de consolidação das grandes locadoras e os investimentos das montadoras na locação própria.
Além disso, não deixamos de lado o panorama econômico e as barreiras que continuam a comprometer o desenvolvimento setorial, como a elevada carga tributária, o peso do IPVA e da indústria de multas. E ainda olhamos com carinho para oportunidades de ganhar terreno em novos mercados, incluindo os veículos pesados e os carros elétricos.
Autoridades, fornecedores, investidores e parceiros encontrarão nas páginas a seguir um autêntico guia para nortear seus próximos passos na relação com as locadoras. Ao partilharmos conhecimentos e vivências, estamos levantando a bandeira em favor da integração, tão necessária para enfrentar a tempestade e para abraçar a bonança.
¢ Luiz Cabral Vice-presidente executivo do SIndloc-SP e coordenador geral do anuário
“O poder da informação setorial é nosso ativo para fornecer aos públicos que interagem com a atividade uma visão panorâmica do mercado”
ACovid-19 prejudicou a operação da indústria de aluguel de veículos, mas foi insuficiente para comprometer sua abrangência geográfica.
Atualmente, 3.586 locadoras integram a rede de asso-
ciados do Sindloc-SP, o equivalente a 68% das empresas em atuação no estado de São Paulo. Em cinco anos, essa representatividade aumentou em torno de 10%.
Cada locadora detém 1,14 pontos de venda em média, seguindo a tendência dos anos anteriores. E mais um parâmetro da capilaridade do setor está na distribuição regional. A capital paulista e a Grande São Paulo concentram 1.824 lojas, 51% do total, enquanto os outros 49% (1.762) estão no interior paulista.
3.586 LOCADORAS AFILIADAS AO SINDLOC-SP
1,14 ü
Mesmo praticamente paralisado durante os 90 dias inicias de pandemia, o segmento preservou a saúde financeira com um faturamento de R$ 9,71 bilhões, apenas 2,1% inferior ao de 2019 – ano em que ampliou a receita em 14,9%. O crescimento acumulado desde 2016 foi de 32%.
Graças à mobilização do setor, as locadoras foram enquadradas como atividade essencial, o que contribuiu para a retomada dos negócios. Esse movimento ocorreu especialmente a partir do segundo semestre do ano passado, com a atração de usuários que buscavam evitar o transporte coletivo. Com a maior pressão sobre a oferta de
carros, os preços do aluguel subiram 8,1% e a ocupação média ficou próxima a 80%
O volume de negócios por operação permaneceu bem distribuído entre terceirização de frotas (53%) e locação diária (47%).
R$ 9,71 BILHÕES FATURAMENTO EM 2020
32% DE CRESCIMENTO EM 5 ANOS
79,8% MÉDIAOCUPAÇÃO DA FROTA
R$
1.786,60 PREÇO MÉDIO DE VENDA
Depois de um fluxo acelerado de investimentos em 2018 e 2019, quando ultrapassou a marca de 600 mil veículos, o setor teve de vender parte da frota para fazer caixa e atenuar os impactos da pandemia. Apesar desse cenário, as locadoras sustentam uma oferta superior a meio milhão de unidades, o que representa um incremen-
to de 29,3% em relação a 2016. Mais do que garantir fôlego financeiro às locadoras, a redução no número de veículos disponíveis proporcionou uma expressiva queda na idade média da frota, que passou de 21 para 18,3 meses. A estratégia assegura mais qualidade para os clientes e baixos custos de manutenção para as empresas do
Embora em um ritmo inferior a 2019, quando o investimento atingiu R$ 13,48 bilhões, as locadoras destinaram uma substancial injeção de recursos para a renovação da frota. O aporte foi de R$ 9,15 bilhões e viabilizou a aquisição de 156.678 veículos, mesmo com um aumento expressivo no preço médio dos carros novos. O valor saltou de R$ 50,5 mil para R$ 58,4 mil em um ano – acréscimo de 15,7%.
Em cinco anos, os investimentos somam R$ 47,02 bilhões, o que endossa o compromisso do setor de atender à demanda das empresas por veículos de primeira linha e à consolidação da cultura do aluguel de veículos entre os brasileiros. Como resultado dessa política de modernização, a frota em uso pelas locadoras está avaliada em R$ 26,7 bilhões, uma valorização de 56% em comparação com 2016.
2020: 156.678 UNIDADES 9,15 BILHÕES
2019: 266.953
UNIDADES
13,48 BILHÕES
2018: 280.392
UNIDADES 12,71 BILHÕES
2017: 166.347 UNIDADES
7,23 BILHÕES
2016: 103.699 UNIDADES
4,45 BILHÕES
Odiversidade dá o tom à composição de frotas das locadoras. Embora as três maiores montadoras em atuação no país respondam por quase 60% do volume total de veículos, outras fabricantes também marcam presença e consolidam-se como alternativas para a indústria de aluguel.
Os automóveis econômicos e médios continuam a ser majoritários e somam mais de 60% da frota, o que vai ao encontro da procura por modelos práticos e que apresentam uma melhor relação custo-benefício.
A Fiat manteve a dianteira, mas a Volkswagen ultrapassou a GM. A Jeep foi a que mais avançou, ao subir seis posições na comparação com 2019
Novidades na liderança. Os SUVs subiram seis pontos percentuais e ultrapassaram os hatchs pequenos
FLEX – ÁLCOOL/ GASOLINA 81,4%
DIESEL 12,5 %
GASOLINA 4,3%
HÍBRIDO 0,5 % OUTROS 1,3%
ESPÉCIE
71,1% PASSAGEIRO
18,2 % CARGA
10,7 % MISTO
ORIGEM 90,5% NACIONAL 9,5% IMPORTADO
Aconfiguração dos veículos das locadoras ratifica a gestão responsável das locadoras. Um exemplo é a opção por cores mais sóbrias, para propiciar mais facilidade na revenda e uma menor desvalorização. Os carros brancos seguem na dianteira pelo terceiro ano consecutivo e perfazem 34,7% da frota total, com
a vantagem de terem um preço de mercado 5% superior à média.
A cor prata está na segunda posição, transmitindo mais segurança ao passageiro por refletir a luz à noite e aumentar a visibilidade. Os carros cinza, embora representem somente 9,5% da frota, avançaram três pontos percentuais no ranking.
Os veículos nacionais integram 90,5% da frota, enquanto 9,5% são importados. Os de passageiros são majoritários – 71,1%, seguidos dos de carga (18,2%) e de uso misto (10,7%). O flex (álcool/gasolina) continua a ser o tipo de combustível preferencial, com 81,7%, contra 11,1% do diesel, 5,2% da gasolina e 0,6% do híbrido.
Os carros alugados consolidam-se na preferência dos consumidores. O número de usuários superou 14,5 milhões em 2020 e totaliza 32% da população do estado de São Paulo. Os indicadores são resultantes do processo permanente de modernização da frota e da diversificação dos públicos.
A terceirização de frotas responde por 61% do total de clientes e consolidou-se como alternativa do mercado corporativo para aperfeiçoar a operação de transporte e reduzir custos. Outros 39% contratam a locação diária para compromissos comerciais ou viagens de lazer.
CLIENTES POR TIPO DE NEGÓCIO
28%
TERCEIRIZAÇÃO DE FROTA
cada ano, o setor de locação de veículos reafirma seu protagonismo e a relevância no movimento das montadoras. De 2016 a 2019, a participação do segmento nas vendas diretas de automóveis e comerciais leves passou de 34,2% para 45,7%. A representatividade aumentou expressivos 33,6%.
No ano passado, em função das medidas de isolamento social, o índice teve uma ligeira redução para 44%, mas o resultado sinaliza que as locadoras mantiveram a solidez no relacionamento com a indústria automotiva. Dos cerca de 1,95 milhão de emplacamentos registrados em 2020, mais de 858 mil fo -
ram resultantes dessa modalidade. As empresas do setor destacaram-se especialmente nas vendas
diretas de comerciais leves, respondendo por 2/3 do volume de negócios.
Mesmo sob os impactos da pandemia, cinco dos 20 automóveis mais comercializados pelas vendas diretas registraram incremento no volume de negociações. No segmento de automóveis, o GOL tomou a liderança do Onix, que já se sustentava por quatro anos consecutivos. A Fiat detém o primei-
ro e segundo lugares entre os comerciais leves, com o Strada e o Toro.
Chama a atenção no ranking o número de montadoras. Ao todo, 11 fabricantes figuram na lista, o que demonstra o claro compromisso das locadoras com a diversificação da frota.
Fontes: base de associadas ao Sindloc-SP, Fenauto e informações oficiais publicadas
Em 2020, o mercado de seminovos representou um ativo estratégico para atenuar os efeitos da pandemia. Com o objetivo de garantir caixa, as locadoras de veículos comercializaram quase
223 mil unidades de carros usados no período. O volume foi 31% superior ao de 2019 e aproximou-se do patamar de dois anos atrás.
Com a falta de automóveis novos em função do estancamento da
produção das montadoras, o preço de venda também se valorizou e passou de R$ 36 mil para R$ 39 mil, o que resultou em uma receita de R$ 8,87 bilhões – 43% de acréscimo sobre o ano anterior.
16,37 %
Ainflação fechou 2020 com alta de 4,52%, a maior desde 2016 (6,29%), segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com o IBGE, os transportes representaram o segundo maior peso na composição do indicador.
2017 2018 2019 2020
O percentual mais elevado incidiu sobre pneus (16,37%). A gasolina, que geralmente tem o maior peso individual dentro do IPCA, fechou o ano com queda de 0,19% – cenário bem diferente do de 2019, quando encerrou com aumento de 7,2%.
O avanço só não foi maior em
função do recuo expressivo nos preços em abril e maio, respectivamente 9,31% e 4,35%. Foi o período que marcou uma paralisação quase total das atividades econômicas logo após a deflagração da pandemia. A partir de junho, foram registradas sete altas mensais consecutivas.
40% DA FROTA COM SOLUÇÕES DE GESTÃO
8% DA FROTA COM SOLUÇÕES DE GESTÃO
70% MAIORES EMPRESAS DO BRASIL COM GESTÃO DE FROTA
Com a crescente pressão por custos no mercado corporativo, soluções de gestão de frotas ganham relevância na agenda de prioridades. Muito além da economia com manutenção e combustível, o foco é contar com o apoio de parceiros especializados para aumentar a produtividade e a vida útil dos veículos.
E a margem para esse segmento crescer no Brasil é ampla, a julgar
pelo fato de que somente 8% dos veículos que rodam pelo país dispõem dessa solução, contra 40% de mercados mais maduros como os Estados Unidos. Atentas a essa realidade, empresas especializadas estão ampliando seu escopo de trabalho para garantir ao contratante assessoria plena na tomada de decisões, permitindo que a companhia concentre atenções no seu core business. Esse serviço repre-
senta apenas 10% do montante de 600 mil veículos que contam com sistemas de gestão de frota.
No entanto, outra comprovação do potencial dessa atividade representa também uma ameaça. Montadoras como Caoa Chery, Fiat, Jeep e Volkswagen agregaram ao seu portfólio de serviços a gestão de frota para empresas. O mais recente movimento partiu da Toyota.
Historicamente, cerca de 70% dos negócios da indústria de aluguel de veículos estão concentrados nos automóveis e comerciais leves – essa última categoria, em particular, registra uma movimentação consistente em razão da demanda das empresas de aplicativo.
Porém, outros modais começam a surgir no horizonte das locadoras. O grupo que contempla caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários, que respondia por 32% da produção de automóveis no Brasil há quatro anos, viu sua participação subir para 38% em 2020.
Destacam-se nas estatísticas as motos, que somam 29% da produção, favorecidas pelo advento do mercado de entregas urbanas. O crescimento consolidado do agronegócio, por sua vez, serviu de parâmetro para incrementar em 169% a fabricação de implementos desde 2017.
Em contrapartida, a representatividade das locadoras paulistas nessas categorias oscila de 0,2% a 2%, o que indica um mercado realmente promissor. E uma das rotas para investir com sucesso nesses nichos está na logística de transporte. O setor de locação pode unir esforços com os detentores da frota, que dispõem de uma grande rede de veículos, mas carecem de especialização na prestação de serviços e na prospecção de clientes.
As fabricantes de veículos pesados também podem incluir os custos de logística como despesa, o que possibilita a redução da incidência de impostos. Some-se a isso a maior facilidade das locadoras em administrar as rotinas de manutenção e renovação de frota.
COMBUSTÃO
8 KM POR LITRO E CONSUMO DE R$ 4,50 POR LITRO
R$0,56
CUSTO POR KM
Embora ainda convivam com baixa oferta, os carros elétricos registram interesse crescente e o Brasil surge como polo promissor. Recentes discussões sobre protocolos do clima e a situação da Amazônia reforçaram a pressão por menos emissões no país. Como resultado, Executivo e Legislativo terão de desengavetar leis sobre sustentabilidade ambiental e pro-
jetos de incentivo. O mundo corporativo também se movimenta e empresas com selo ESG estão em alta no mercado de ações.
O fator preço, porém, ainda compromete o acesso a esses modelos, especialmente no caso dos veículos convencionais – de três a quatro vezes mais caros. Em um primeiro momento, a tendência é que esses carros conquistem es-
R$0,08
CUSTO POR KM
paço no segmento de carga e entre executivos que demandam automóveis top de linha. Mas algumas iniciativas sinalizam mudanças.
São Paulo, por exemplo, isentou esses veículos de rodízio e garantiu alíquotas de IPVA mais baixas.
E a cadeia automotiva está atenta, tendo trunfos como a economia na manutenção, favorecida pelo volume de peças 11 vezes menor
na comparação com os modelos a combustão. No combustível, o custo é sete vezes inferior. Além disso, os carros elétricos dispensam uso de óleo e filtros e são extremamente silenciosos, contribuindo para evitar a poluição sonora.
As montadoras também vêm intensificando a produção de veículos eletrificados por meio de marcas ou divisões exclusivas. Essas iniciativas são parte de um compromisso de responsabilidade socioambiental estipulado por suas matrizes. O movimento, até pouco tempo restrito a marcas de luxo como BMW, Mercedes-Benz e Volvo, atraiu também Hyundai e Volkswagen por meio da Ioniq e da GTX, respectivamente.
O volume de emplacamentos dos carros elétricos vem crescendo gradualmente a cada ano. Mas a frota de modelos considerados puros soma pouco mais de 5 mil veículos.
MAIS SEGURANÇA CONTRA ROUBO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública mostram que o número de roubos de veículos no Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de ocorrências nos últimos quatro anos. Números como esse realçam a preocupação do mercado com frotas mais seguras e dotadas de tecnologias de vanguarda.
Nesse contexto, a telemetria vem pedindo passagem. Um estudo com 250 profissionais de monitoramento de frotas indica que 69% das corporações onde atuam já possuem a tecnologia e 61% confirmaram que destinarão mais recursos para essa área em 2021.
Entretanto, os benefícios da telemetria não se limitam à preven-
ACOMPANHAMENTO DA CONDUTA DO MOTORISTA
ção ou reações contra casos de roubo e apropriação indébita. O recurso possibilita acesso a informações estratégicas para otimizar despesas com transporte e acompanhar de perto o comportamento dos motoristas, identificando condutas como velocidade excessiva, curvas e frenagens bruscas ou uso do celular.
EM TEMPO REAL
DA
AFERE COM PRECISÃO O DESEMPENHO DO VEÍCULO (ÍNDICES DE QUILOMETRAGEM, GASTOS COM COMBUSTÍVEL E VELOCIDADE MÉDIA)
AVALIA O TAMANHO DA FROTA CONFORME SUA REAL UTILIZAÇÃO
69%
DAS EMPRESAS COM FROTA NO BRASIL JÁ POSSUEM TELEMETRIA
Apandemia acelerou o desenvolvimento do comércio eletrônico, mas quem aposta em uma onda passageira pode perder carona. O crescimento de 68% no ano passado foi o maior da história do país, mas especialistas apostam em uma evolução também consistente em 2021, na faixa de 26%. Em três anos, essa modalidade saltou de R$ 53,2 bilhões para R$ 103,9 bilhões. Só a Região Metropolitana de São Paulo respondeu por 10% desse montante.
Estima-se que 20,2 milhões de consumidores adquiriram pela primeira vez um produto ou serviço pela internet em 2020 e 150 mil estabelecimentos iniciaram sua incursão por canais de venda virtuais, o que resultou em 301 milhões de compras online. A representatividade no volume total de negócios saltou de 6% para 9%. Mas a distância de mercados como a China, onde o percentual já atinge 35%, indica uma rota promissora para o Brasil.
Esse panorama implica um novo olhar sobre a gestão das lojas físicas, que já vinham se consolidando como meros showrooms para o mercado de locação. Aumenta também no setor a exigência de aperfeiçoamento dos processos digitais para captar e fidelizar
clientes. E os mais de meio milhão de veículos da frota das locadoras podem ser recursos estratégicos. O e-commerce vem aquecendo a demanda por veículos urbanos de carga, além do aluguel de motocicletas para profissionais credenciados nos aplicativos de entrega.
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Um recente levantamento envolvendo 13 metrópoles globais posicionou São Paulo como a terceira cidade do mundo com a maior revolução no uso de transportes na próxima década, atrás somente de Moscou (Rússia) e Manchester (Inglaterra). E a locação de veículos desponta como um dos motores dessa mudança, tanto que a intenção de compra de automóveis caiu de 29% para 25% em um ano. A reavaliação dos gastos das famílias em razão das incertezas da pandemia colabora para essa mudança na percepção
A Covid-19, aliás, forçou uma renovação da própria matriz de mobilidade. Com evolução gradativa nos últimos anos, as iniciativas de compartilhamento apresentaram um re-
–2,2 +3,8
29 PARA 25%
Fontes:
cuo de 2,2% na demanda, enquanto a escolha de um carro exclusivo para os deslocamentos diários avançou 3,8%. Os números refletem os cuidados redobrados do usuário para reduzir os riscos de exposição ao coronavírus.
Apesar da sinalização de bons ventos para a indústria de aluguel
de veículos, outra tendência reafirma a necessidade de repensar os investimentos em frota com base em novos modais. A popularidade de meios de transporte mais saudáveis e sustentáveis, como bicicletas e patinetes, teve incremento de 3%.
Mesmo atingido pela pandemia, o mercado de aplicativos consolidou-se como alternativa de transporte em grandes cidades como São Paulo – uma das líderes mundiais no uso de plataformas de compartilhamento. E com direito a novos públicos.
Por um lado, o volume de corridas em bairros nobres e centrais caiu em torno de 28% no ano por conta do isolamento social e do trabalho em home office. Mas por outro, a procura aumentou 21% entre a população que mora na periferia. Para 43% dos moradores dessas regiões, a combinação entre mais segurança e menos
aglomeração no transporte público foi determinante para esse comportamento.
Uma pesquisa com 30 cidades do mundo, incluindo São Paulo, aponta que 1/4 da população que reside em zonas urbanas dirige menos em razão dos aplicativos. O percentual chega a 37% na capital paulista. E o Brasil tornou-se, de fato, um adepto dessas plataformas, com gastos médios de R$ 300 mensais.
Em paralelo, o setor atrai profissionais que buscam fugir do desemprego e melhorar a remuneração. Em oito anos, o número de pessoas que se intitulam motoristas de aplicativos no Brasil pulou de 484 mil para 1,1 milhão.
1,1 MILHÃO
NÚMERO DE MOTORISTAS DE APPS NO BRASIL
CRESCIMENTO DE 127 % EM OITO ANOS
21% EM 1 ANO
AUMENTO DO USO DE APPS POR MORADORES DA PERIFERIA
MILHÕES MAIS DE
Se estivessem juntos em uma empresa, esses condutores formariam uma relação de funcionários 35 vezes superior à dos Correios, maior estatal brasileira.
Para as locadoras, esses apps ganham relevância na mobilização das frotas e já representam mais de 30% da demanda. Seus veículos
possuem bloqueadores e soluções de rastreamento, o que cria mecanismos mais seguros para essa parceria. Caução para cobrir multas e pagamentos semanais antecipados também estão entre os requisitos. Uma atividade que inicialmente surgia como possível concorrente hoje é um nicho promissor.
Arápida transformação dos conceitos de mobilidade e a busca por desovar a produção vêm atraindo a indústria automotiva para a locação – especialistas apontam que esse segmento tem potencial para crescer até 7,5% ao ano até 2024, no Brasil e no mundo.
E o número de montadoras que apostam nesse novo nicho ganha cada vez mais integrantes. A Toyota foi a primeira e logo ganhou a companhia de Caoa Chery, Fiat e Volkswagen. A Fiat, inclusive, utilizou sua associação de concessio-
nários, a Abracaf, para montar uma empresa de aluguel de veículos.
Agora, as fabricantes também enveredam pela opção dos carros por assinatura. Audi, Jeep e Renault estão entre as que aderiram ao modelo. As empresas, porém, afirmam que a intenção não é concorrer com as locadoras e sim atrair clientes que não possuem carro e costumam utilizar aplicativos de transporte.
Das dez montadoras com a maior participação de mercado, divulgadas pela Fenabrave, somente Chevrolet, Hyundai, Honda e Nissan não mantêm serviços desse tipo no país.
Esse fenômeno preocupa as locadoras por reduzir a oferta de veículos disponíveis ao setor e estimular a alta nos preços. Toda ameaça, no entanto, pode resultar em oportunidade. Pelo expertise na prospecção de clientes de RAC, a indústria de aluguel pode se tornar um parceiro estratégico das montadoras nessa operação. As locadoras esperam que essas montadoras sejam empresas de locação regularmente constituídas e que não haja privilégio para as operações próprias em detrimento dos demais players do mercado.
7,5% PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO GLOBAL DO SETOR ATÉ 2024
SEIS DAS DEZ MAIORES MONTADORAS JÁ TÊM CARROS
POR ASSINATURA
Onúmero de fusões e aquisições no Brasil bateu um novo recorde em 2020, com 1.038 transações. A quantidade foi 42% superior à média dos cinco anos anteriores. E o segmento de locação de veículos protagonizou um dos principais movimentos do ano, com a união entre Localiza e Unidas.
A transação formaria uma companhia de R$ 48 bilhões, mas ganhou contornos polêmicos. Concorrentes como ALD, Fleetzil, Movida e Ouro Verde entraram com um pedido junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e obtiveram o direito de participar do processo de aprovação do negócio. Motoristas de aplicativos também
criticaram o acordo, sob o temor de queda na concorrência e aumento de preços da locação para a categoria – estima-se que 25% desses profissionais utilizem carros alugados no Estado.
O mercado financeiro, entretanto, vem demonstrando otimismo. O setor é um dos que registra a maior valorização de ações nos últimos 12
meses até maio de 2020, entre as companhias que integram o Ibovespa. Isso reforça a consolidação como uma tendência inevitável. Para as locadoras de médio porte, o caminho para atenuar os impactos da transação passa pela maior profissionalização dos processos e foco em nichos como a terceirização de frotas para empresas regionais.
1.038 (13,8%)
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OIPVA sempre foi protagonista da guerra fiscal entre os estados brasileiros, mas o final dessa novela nunca é feliz para as empresas que movimentam a cadeia produtiva. Graças à mobilização do Sindloc-SP, o setor conseguiu a redução da alíquota do imposto de 4% para 2%, com base na Lei nº 13.296. Apesar disso, Paraná e Minas Gerais aplicam alíquotas de 1%, além de garantirem um processo menos burocrático junto aos Detrans. Para completar, as taxas do Detran em São Paulo estão entre as maiores do país, encarecendo o custo de aquisição dos veículos. Para reverter esse cenário, o Sindloc-SP vinha mantendo conversações com as autoridades
do Executivo e Legislativo, no intuito de reduzir a alíquota para 1%. O cálculo é simples. Menos tributos diminuem a evasão de empresas, que por sua vez ampliam investimentos e a arrecadação do Estado. Mas eis que, no fim de 2020 e em plena pandemia, o governo paulista dobrou a alíquota e onerou as locadoras em 100%.
A justificativa para o aumento foi que seria uma tentativa do poder público de compensar perdas de arre-
cadação com a pandemia. Mas o resultado está longe de ser o esperado, pois estima-se que pelo menos 40% das locadoras baseadas em São Paulo migrem para outras unidades da Federação. Prova disso é que somente 21% das empresas se habilitaram para pleitear o desconto no IPVA. E mais uma vez o setor de locação de automóveis, de grande importância para a economia de nosso Estado, é esquecido e prejudicado pelo governo.
Foi necessário um estudo técnico para comprovar o óbvio. Uma redução ainda maior da alíquota em São Paulo evitaria evasão de empresas e resultaria em mais arrecadação para os cofres públicos
PROPOSTA DO SINDLOC-SP
Apandemia intimidou a sanha arrecadatória do poder público na aplicação de multas de trânsito. Em contrapartida, parece ter reduzido também o nível de transparência das autoridades.
No dia 19 de março do ano passado, por decisão do Conselho Nacional de Trânsito, foi suspenso o serviço de notificações em razão da crise sanitária deflagrada pela Covid-19. Só em 2021 essa operação foi restabelecida e, desde janeiro, o Detran-SP estimou em 740 mil o número de infrações represadas pela Covid-19 no estado de São Paulo. No entanto, motoristas passaram 2020 sem saber efetivamente se estão sujeitos a alguma multa.
Mas a julgar por dados preliminares, cidades como a capital paulista conviveram com uma queda brusca no volume de infrações e,
740 MAIS
consequentemente, na receita. Segundo o Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT), março de 2020 registrou 300.851 infrações, mais de 57 mil a menos em relação ao mesmo mês do ano anterior. A arrecadação caiu de R$ 102,6 mil para R$ 90 mil. A disparidade foi ainda maior em abril, com receita de R$ 75,4 milhões, contra R$ 117,9 milhões do mesmo período de 2019.
As incertezas em relação a esse tema ampliam o sinal de alerta entre as locadoras de automóveis,
que assumem os riscos especialmente do aluguel diário – cuja frequência de multas está relacionada à maior diversidade de motoristas na comparação com a terceirização de frota. Em média, estima-se que 43% dos veículos alugados recebam algum tipo de infração. Antes da pandemia, o valor anual por veículo girava em torno de R$ 1.600.
Mais uma vez, o poder público deixa de lado o compromisso com a reeducação no trânsito e opta por onerar a cadeia produtiva e comprometer a previsibilidade do setor.
Aindústria de aluguel de veículos segue na jornada para dinamizar a cadeia automotiva, mas ainda se depara com uma barreira bem tradicional. A pesada carga tributária comprometeu, em 2020, quase 40% do faturamento do setor. O investimento na modernização da frota resultou em mais de R$ 3,8 bilhões em impostos.
O ônus com a aquisição de novos veículos refletiu-se no pagamento do IPVA, cuja despesa chegou a R$ 937 milhões. Mas o maior vilão para a atividade continua a ser o ICMS, que consumiu das locadoras o montante superior a R$ 1 bilhão – o equivalente a 29% dos tributos.
3.834,89
VOLUME ANUAL DE EMPREGOS DIRETOS
15.695
2018
18.190
18.647
2019
Com base nos novos procedimentos para declaração das informações das empresas no Caged, a indústria paulista de aluguel de veículos ratifica seu compromisso com a formação e a valorização dos postos de trabalho. Mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia, o setor
2020
terminou 2020 com saldo positivo de empregos formais.
Chegou a 18.647 o número de profissionais com carteira assinada, 457 a mais do que no ano anterior. Já em comparação com 2018, o avanço foi de 18,8%, graças ao superávit de 2.952 vagas. Chama a atenção também o rendimento
R$
2.562,81
RENDIMENTO MÉDIO DO
PROFISSIONAL DO SETOR
FUNCIONÁRIOS POR ESCOLARIDADE (EM %)
ATÉ ENSINO
FUNDAMENTAL 11%
ATÉ ENSINO MÉDIO 64%
ATÉ SUPERIOR/ ESPECIALIZAÇÃO/ MESTRADO 25 %
18,8% AUMENTO DOS POSTOS
médio dos trabalhadores, que totaliza R$ 2.562,81. Nesse quesito, o segmento de locação só perde para quatro das dez ocupações com maior contingente de empregos gerados no Estado.
Com as mudanças na reforma trabalhista, em vigor desde 2017, as locadoras de veículos vêm conseguindo manter uma oferta de mão de obra ampla e qualificada. No entanto, ainda são obrigadas a assumir encargos que atingem até 150% sobre a folha de pagamento. Ainda assim, seguem firmes na missão de movimentar a cadeia produtiva, gerando empregos indiretos por meio das montadoras e empresas de autopeças, de maneira proporcional ao volume de aquisições de carros.
69 % MASCULINO
31% FEMININO
Muito além do papel estratégico para o mercado automotivo, o setor de locação continua a fazer sua parte em prol do dinamismo da economia de São Paulo. Além dos R$ 9,7 bilhões de faturamento do setor e os respectivos R$ 3,8 bilhões em tributos, as empresas afiliadas ao Sindloc-SP movimentaram R$ 22,9 bilhões em negócios adicionais no Estado e outros R$ 6,1 bilhões em impostos. Uma atividade que
contribui com R$ 42,5 bilhões para a economia paulista.
A operação da indústria de aluguel de veículos mantém aquecida a demanda por serviços com a frota e combustíveis, que, juntos, geraram mais de R$ 13,4 bilhões em negócios. A comercialização de automóveis usados também assegurou uma receita acima de R$ 8,9 bilhões. Mesmo diante de um ano atípico e repleto de entraves, as locadoras sustentaram sua relevância para a cadeia produtiva.
4,9 MILHÕES DE FILTROS (AR/COMBUSTÍVEL/ÓLEO)
2,2 MILHÕES DE PNEUS
ACovid-19 e as consequentes medidas de restrição naturalmente refletiram na atividade econômica do país. Um bom exemplo é a redução de 4,1% no PIB em 2020, a maior desde o início da série histórica iniciada pelo IBGE em 1996. O recuo interrompeu o crescimento dos três anos anteriores, quando a alta acumulada foi de 4,2%.
O setor de serviços, que representa em torno de 70% do PIB, foi o mais afetado e tombou 4,5%. Esse foi o mesmo percentual de queda na produção da indústria, afetada especialmente pelo segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias – cuja retração chegou a 28,1%.
O cenário de pandemia também ampliou as pressões sobre a inflação, que fechou o ano passado com alta de 4,52%, a maior desde 2016 segundo o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O dado está em linha com os 4,31% registrados em 2019, em meio a incertezas sobre reformas como a tributária e a administrativa.
No entanto, alguns sinais positivos apontam o caminho para a recuperação da economia, a começar pela balança comercial, que teve superávit pelo quinto ano consecutivo. As exportações superaram as importações em US$ 50,9 bilhões, sob influência do ritmo de recuperação dos mercados asiáticos e da performance de setores como o agronegócio.
O volume de empregos formais também é positivo, com mais admissões do que desligamentos por três anos seguidos. Em 2019, a geração de postos de trabalho com carteira assinada havia sido a maior desde 2013.
Com 2,01 milhões de veículos, uma queda de 31,6% em relação a 2019, as montadoras tiveram em 2020 a produção mais baixa em 17 anos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A parada no início da pandemia, com desligamento completo do parque automotivo em abril, pesou no resultado de 2020. A fabricação de carros de passeio e utilitários leves teve redução de 32,1%, para 1,9 milhão. No acumulado do ano, a produção chegou à marca de 1.804.759 unidades, 35% a menos que no ano anterior.
O fechamento do comércio em função da pandemia afetou diretamente as vendas de veículos novos, que caíram 26,6% na comparação com 2019, o que gerou o maior recuo nos emplacamentos do setor desde 2015.
No ano passado, 1.950.889 automóveis e comerciais leves foram
O segmento de comerciais leves apresentou melhor desempenho quando comparado ao de automóveis. A retração nas vendas foi de 15,5%. Apesar do volume comercializado representar menos de 20% do total de automóveis e comerciais leves, as montadoras priorizaram a fabricação desses modelos, por conta do seu maior valor agregado. Nesse contexto, foram mais demandados pelos consumidores de maior renda.
vendidos no mercado brasileiro. Além de mudanças nos hábitos da população em geral, impostas pelo novo coronavírus, a queda nas compras de veículos zero-quilômetro também foi resultado da limitação do fornecimento de peças e matérias-primas, inclusive nas
fábricas de fornecedores. Além disso, o número de operários teve de ser readequado para atender aos protocolos de distanciamento para prevenção de contágio. Com isso, a falta de automóveis e comerciais leves nos estoques fez parte da rotina da cadeia automotiva.
Ocenário imposto pela pandemia da Covid-19 para o mercado de veículos repercutiu com a queda de 3,4% no total de recursos liberados para financiamento entre janeiro e dezembro de 2020. Foram R$ 156,6 bilhões, ante R$ 162,1 bilhões disponibilizados em 2019.
A perspectiva para 2020 era de retração de 11,8% no total de recursos liberados no ano. A queda menor, de 3,4%, se deu pela desaceleração do movimento de retração no segundo semestre de 2020, acompanhando as medidas de flexibilização sócio e macroeconômicas.
2019
R$ 284,9 BILHÕES
2020
O saldo total das carteiras manteve crescimentos significativos de modo contínuo desde 2017, registrando R$ 284,9 bilhões, um aumento de 10,7% em relação ao ano anterior, quando o valor foi de R$ 257,3 bilhões.
O CDC (Crédito Direto para o Consumidor) respondeu pela maior parte dos financiamentos, totalizando R$ 282 bilhões do saldo das car-
teiras. O aumento foi de 11,2% em comparação com o ano anterior, que encerrou o período com um saldo de R$ 253,6 bilhões.
Já a modalidade de leasing, que já mostrava uma menor participação no balanço anual, perdeu força, com registros de R$ 2,9 bilhões contra R$ 3,7 bilhões de 2019. Com este valor, a queda foi de 37,8% no saldo das carteiras.
Arelevância do segmento de aluguel de veículos para os negócios das montadoras aumenta de forma consistente ano a ano. Prova disso é que as fabricantes mantêm equipes exclusivamente dedicadas a estimular as vendas diretas e formar uma rede sólida de relacionamento com
locadoras. Confira abaixo os contatos estratégicos da indústria para as empresas dispostas a modernizar e incrementar suas frotas.
Muito além de promover a defesa institucional do setor, o Sindloc-SP vem atuando para agregar modernas metodologias e ferramentas às empresas afiliadas. E a formação da diretoria reflete esse posicionamento. O grupo reúne 13 executivos com rica trajetória no segmento de locação e representando diferentes regiões do estado de São Paulo. Eles emprestam sua dedicação e ampla visão de mercado em favor de uma indústria cada vez mais inovadora e comprometida com a excelência.