its Teens Joinville - 82

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Revista its Teens Joinville nº 82 2024 | R$ 14,85




/ EDITORIAL

N Renata Bomfim

Gerente de projetos especiais

o início de mais um ano letivo, a revista its Teens marca presença na Rede Municipal de Educação de Joinville para mostrar tudo o que movimenta e se destaca na comunidade escolar durante todo esse período. E estamos felizes em ser o canal de divulgação de todas essas boas práticas que marcam a qualidade do ensino público oferecido na cidade. Para começar, esta edição de fevereiro está especial: como destaque na capa, mostramos as expectativas de um grupo de alunos que está prestes a encerrar o ciclo no Ensino Fundamental e como eles planejam o futuro, que logo baterá à porta numa nova fase que terá início. Ainda nos destaques das escolas, você vai conferir como uma unidade, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uniu pedaladas de bicicleta com a produção de suco. A prática, além de promover o bem-estar e incentivar o desenvolvimento de hábitos saudáveis, faz parte da Agenda 2023, feita junto à Organização das Nações Unidas (ONU), que busca erradicar a pobreza, além de critérios que se atentem ao clima e ao meio ambiente. Em outra unidade, os alunos aprenderam sobre educação financeira de uma forma bem prática ao recriar um minimercado na escola, chamado de Maricotinha. No dia a dia, o projeto uniu os estudos de componentes curriculares, como Matemática e Língua Portuguesa. Aproveite esta revista de fevereiro, ainda em clima de volta às aulas, e confira os conteúdos especiais da edição e os registros da galera que voltou animada para mais uma nova etapa na vida escolar. Vamos juntos em 2024!

/ EXPEDIENTE MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI

CRISTIAN VIECELI

LETÍCIA MARTENDAL

JULIANA POMPEU BARELLA

IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC

DIRETOR REGIONAL ITAJAÍ E BLUMENAU cristian@ndtv.com.br

leticia.martendal@portalits.com.br

ASSISTENTE DE MÍDIA

GERENTE COMERCIAL OESTE juliana.barella@ndtv.com.br

MARCELLO CORRÊA PETRELLI

GABRIEL COSTA HABEYCHE

LEONARDO MESSIAS DE JESUS

LUIS FERNANDO LENZ

DIRETOR REGIONAL CRICIÚMA gabriel.habeyche@ndtv.com.br

DESIGNER GRÁFICO

GERENTE COMERCIAL JOINVILLE luis.lenz@ndtv.com.br

PRESIDENTE GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br

ALBERTINO ZAMARCO JR. DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br

CRISTIANO MIELCZARSKI DIRETOR REGIONAL OESTE cristiano.mielczarski@ndtv.com.br

DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO

BÁRBARA BRANCO ESTAGIÁRIA barbara.branco@portalits.com.br

DIEGO ALMEIDA

DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA

SUPERVISOR DE DISTRIBUIÇÃO diego.almeida@ndmais.com.br

GILBERTO KLEINÜBING

ANDRESSA DA ROSA LUZ

DIRETOR DE MERCADO gilberto.k@ndtv.com.br

LUÍS MENEGHIM DIRETOR DE CONTEÚDO meneghim@ndmais.com.br

ROBERTO BERTOLIN

GERENTE COMERCIAL FLORIANÓPOLIS andressa.luz@ndtv.com.br

A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA NOTÍCIAS DO DIA

ANA ZAHIA JUMA

RENATA BOMFIM

CYBELLY REGINA DA SILVA MEIRA

DIRETOR REGIONAL FLORIANÓPOLIS bertolin@ndtv.com.br

GERENTE DE PROJETOS ESPECIAIS renata.bomfim@portalits.com.br

SILVANO SILVA

ANA CAROLINE ARJONAS

DIRETOR REGIONAL JOINVILLE silvano@ndtv.com.br

4 ITS TEENS - JOINVILLE / FEVEREIRO 2024

REPÓRTER ana.arjonas@portalits.com.br

SUPERVISORA COMERCIAL CRICIÚMA ana.juma@ndtv.com.br

NORBERTO MORETTI JÚNIOR GERENTE DE PERFORMANCE norberto@ndtv.com.br

CAROLINE FERNANDES GERENTE DE MERCADO NACIONAL caroline.fernandes@ndtv.com.br

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

GERENTE COMERCIAL BLUMENAU cybelly.meira@ndtv.com.br

TIRAGEM: 3.235 EXEMPLARES

FELIPE MUCHENSKI

NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas da Rede Municipal de Joinville

GERENTE COMERCIAL ITAJAÍ felipe.m@ndtv.com.br


/ DIVERSÃO

VERDADEIRO FALSO 1

6

Cortar o cabelo faz com que ele cresça mais rápido.

O frio causa resfriado.

2

7

Existem mais de mil vulcões ativos no mundo.

Existem mais formigas no mundo do que seres humanos.

3

8

A cenoura ajuda a melhorar a visão.

A distância entre a Terra e a Lua é grande o suficiente para caberem todos os planetas do sistema solar lado a lado.

4 Comer antes de nadar pode causar cãibra.

5 Os flamingos não nascem rosa.

9 Tomar leite com manga pode fazer mal à saúde.

10 Cachorros veem apenas em preto e branco.

Confira as respostas na página 43. NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 5


/ CONTEÚDO

07

COMO FUNCIONA?

08

DIÁRIO ESCOLAR

Por que não conseguimos fazer cócegas em nós mesmos?

De volta às aulas: 6 dicas para começar o ano letivo com o pé direito

10

CONHECIMENTOS GERAIS

12

MOSTRA MAKER

Do vapor à produção em massa: 7 pontos para saber sobre a Revolução Industrial

Suco de bicicleta: você já provou dessa combinação?

24

CULTURA POP

Uma nova harmonia

28 WI-FI

Conheça o BookTok: a onda de leitura impulsionada pelo TikTok

30

NOSSO PLANETA

Planta fala? Aprenda a desvendar essa comunicação silenciosa

32 SPOILER

Abrindo Caminho

14 EDUCAÇÃO QUE 15 TRANSFORMA

33

VOCÊ SABIA?

34

MURAL DOS ESTUDANTES

16

36 GALERIAS 42 SAIDEIRA

NOTÍCIAS DAS ESCOLAS

78 mil alunos voltam às aulas em escolas e CEIs

EDUCAÇÃO FINANCEIRA Como funciona um minimercado?

18 CAPA

Prontos para o futuro

Explorando locais escondidos: conheça a maior cidade subterrânea do mundo

Meu golfinho

43 DIVERSÃO

Verdadeiro ou falso

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/ COMO FUNCIONA?

Apertar os botões do controle com mais força funciona? Imagine estar assistindo à TV e desejar trocar de canal ou passar para o próximo episódio da série. Você aperta o controle remoto e nada. O primeiro instinto é pressionar ainda mais os botões para verificar se há algum resultado, entretanto, sabia que, dependendo da situação, isso pode não funcionar? Se o problema estiver nas pilhas do aparelho, de nada isso adiantará — quando a energia do dispositivo se enfraquece, a voltagem para alimentar o controle remoto diminui, resultando em falhas ou respostas lentas. Portanto, a intensidade da pressão nos botões não interfere na carga das pilhas. Diante disso, a melhor opção é substituir as pilhas por novas, trocando todas que o aparelho necessita, já que misturar uma não utilizada com uma fraca pode diminuir consideravelmente a vida útil da nova. No caso de mau contato do controle remoto, a pressão pode ajudar. Composto por uma placa de circuito eletrônico coberta alinhadamente pelos botões de comando, cada tecla possui uma função específica. Eventualmente, se houver oxidação nos componentes ou acúmulo de sujeira, falhas podem acontecer. Assim, apertar mais forte pode ajudar a aproximar as peças.

Por que não conseguimos fazer cócegas em nós mesmos? Existem aqueles que amam, mas também os que detestam. O fato é que as cócegas são capazes de tirar o ar da maioria das pessoas. Seja ao serem tocadas nos pés, nas axilas ou nas costelas, levam apenas alguns milissegundos para que a risada tome conta e aquela mistura de desconforto e riso invada o corpo todo. Mas por que essa sensação não acontece quando tentamos fazer cócegas em nós mesmos? Essa é uma questão que intriga também os cientistas. Um grupo de pesquisadores alemães da Universidade Humboldt de Berlim recrutou 12 voluntários para realizar um experimento a fim de observar a reação dos participantes ao receber cócegas de terceiros, comparando com a resposta do corpo quando o próprio indivíduo é responsável pela ação. No primeiro teste, a reação foi imediata: aproximadamente 300 milissegundos após o toque já foi possível notar a mudança na expressão facial, seguida pelas risadas. Já na segunda avaliação, o resultado foi diferente. Segundo a teoria dos cientistas, isso acontece devido aos sinais que o cérebro envia para o corpo, como uma espécie de ordem para não reagir às “cosquinhas”. Por estarmos acostumados a utilizar nossas mãos durante o cotidiano, como ao vestir a meia ou passar desodorante, o corpo desenvolve uma sensibilidade menor ao próprio toque, inibindo a sensação das cócegas.

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/ DIÁRIO ESCOLAR

7 dicas para começar o ano letivo com o pé direito POR REDAÇÃO ITS TEENS

O retorno às aulas depois do período de recesso pode ser desafiador: é hora de voltar a acordar mais cedo, pegar o transporte, se preparar para mais um dia de aula e reencontrar professores e colegas — um período com novas adversidades mas também de muito aprendizado. E, para fazer este ano letivo ser diferente dos anteriores, é preciso que ele venha acompanhado de mudanças de hábitos, afinal, nada muda magicamente. Por isso, reunimos sete dicas para você se sair melhor nos próximos meses. Vamos a elas!

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1 É tempo de ajustar o sono

io para temos horár Quando não acabar dormindo ormal acordar, é n to, um e. No entan rd até mais ta al para a ci n se es é so bom descan — afinal, com a em el ter mais aprendizag rada é possív aulas. go vi re te en às m ra se dedicar disposição pa entre oito e dez horas o n ar Regular o so damental para prepar n , fu to é te an rt oi por n te. Po o dia seguin o corpo para de lado, evite ingerir lar deixe o celu dos e cafeínas depois sa pe s to uma rotina alimen rde e priorize ta a d is se as d ilibrada. noturna equ

2 Organize os materiais Para evitar a agitação nos momentos antes de ir à escola, que tal deixar tudo organizado na noite anterior? Separe um tempo para verificar se não deixou de fazer nenhuma tarefa, arrume a mochila e organize o material necessário às aulas. Uma dica também é separar a roupa que irá usar no dia seguinte, assim, os riscos de se atrasar diminuem e você tem mais tempo para se alimentar bem.

3 Revise os conteúdos mularem. Não deixe as dúvidas acu ano no tos vis dos Confira os conteú s que ainda não interior, anote os tópico tire dúvidas e ê voc a par estão claros egas. Aproveite col com os professores e na frente e gar lar a par o esse retorn os. ud est os estar em dia com

4 Planeje sua rotina

Para não se se demandas, um ntir perdido com as novas a boa dica é cr iar uma rotina a ser se guida. Utilize a tecnologia a seu favor: us e ap plataformas de licativos de agenda ou ge suas atividades stão de tempo para anotar (de dentro ou fora da escola e trabalhos e pr ) ovas a serem fe semestre, assi itos naquele m você não es quece de nada !

5 Crie um cronograma de estudos Com diversos component es curriculares que requer em atividades e cronogramas diferente s, é se sentir sobrecarregado. fácil Portanto, adotar maneiras que fac ilitem esse processo pode ser uma boa saída. Para isso estabeleça uma rot ina de estudos: separe os tópicos que voc ê deseja revisar, defina os horár ios e a duração por tema. Escolher um local distração também faz tod calmo e sem aa na hora de absorver o apr diferença endizado.

itos 6 Adote háb is saudáve

ue trarão hábitos q Adquirir ngo prazo vai além s a lo a benefício sono. Manter um car m o b prati e a d a de um e c são ção balan alimenta sica regularmente o corpo r fí te e n d a a ativid para m ssenciais el ver o práticas e udáveis. É possív — ao sa ia e a mente as ações no dia a d penho ss m reflexo de is disposto, o dese lizadas a a m re r s ti e n d a se id se das ativ e d s. a o d d li a ra e a qu primo elmente a são notav

7 Adquira novos conhecimentos Você é daquelas pessoas que fazem promessas no novo ano ? Ler mais livros, aprender a tocar um instrumento, praticar esporte s… Que tal se comprometer a colocar algumas em prática nestes próximos mes es? Aproveite o tempo livre para se desenvolver em outras áreas e adquirir uma bagagem maior de aprendiz agem. Afinal, exercer atividades extracurriculares pode trazer benefícios positivos no desemp enho escolar, como a redução de estr esse e o gerenciamento do tempo.

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/ CONHECIMENTOS GERAIS

Do vapor à pro

UM NOVO JEITO DE VIVER (E PRODUZIR) SE INICIA 1. Motor a vapor

Com o aperfeiçoamento da máquina a vapor, por James Watt, novos métodos de produção introduziram progressos nas indústrias, especialmente a têxtil, e impactaram locomotivas e embarcações. O que antes era somente confeccionado de forma manual e em pequenas quantidades passou a ser produzido em massa e em menos tempo. “Com o surgimento das máquinas, surge a lógica de ‘maquinofatura’, ou seja, o trabalho continua dividido em etapas, mas com a implementação de máquinas nos processos de produção. Hoje, grande parte das indústrias pós-modernas utilizam essa lógica de maquinofatura”, comenta Pedro. A capacidade de transportar as mercadorias também foi modificada — com meios de transportes mais eficientes e viagens mais rápidas, o comércio global se expandiu. “Entendeu-se que agilizar e aumentar as produções seria a melhor forma de obter mais lucros. Assim surgia a manufatura onde um proprietário detinha os meios de produção e contratava artesãos e funcionários para trabalhar em produções seriadas, (em que) cada trabalhador fazia um dos processos de produção”, esclarece.

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2. Telégrafo

Não foi apenas o modo de trabalho que sofreu alterações durante esse período. Com novas formas de produção em massa, comunicação e transporte, novos hábitos e padrões culturais surgiram, impactando a vida cotidiana dos cidadãos. Desenvolvido por Samuel Morse e Alfred Vail, o telégrafo foi outra invenção marcante da época, revolucionando a comunicação à distância. Utilizando o código morse, o aparelho era capaz de transmitir mensagens através de fios — os códigos de ponto e traços representavam letras e números.

3. Educação e saúde

Embora tenha havido avanços significativos nos âmbitos da educação e da saúde, os pontos negativos também estavam presentes. Os novos empregos exigiam novas habilidades, levando à necessidade de sistemas educacionais especializados e técnicos. Já na área da saúde, houve o aprimoramento na expectativa de vida e no desenvolvimento de tratamentos. Entretanto, o acesso às melhorias era limitado. Os operários, por muitas vezes, ficavam à parte, e, com as circunstâncias insalubres nos centros industriais, acabavam sofrendo com surtos de doenças. A desigualdade refletia igualmente na distribuição dos bens de consumo.


odução em massa: 6 pontos para saber sobre a Revolução Industrial POR REDAÇÃO ITS TEENS

Em uma época em que os campos de plantação deram espaços às fábricas, cavalos foram trocados por locomotivas e novas estruturas sociais surgiram, a Primeira Revolução Industrial reformulou o cenário do mundo moderno, desencadeando transformações profundas na economia, política e cultura, redefinindo os pilares da sociedade. Como um processo gradual que se estendeu por anos, foi no final do século 18, na Inglaterra, que o mundo se encaminhou para uma mudança jamais vista anteriormente. Com os avanços tecnológicos, a migração do campo para as áreas urbanas e o estímulo ao livre comércio, novas demandas surgiram e, com elas, inovações. “Quando falamos nas principais mudanças e transformações, podemos falar do modo como a sociedade se organizou e se organiza em relação aos meios de produção, de exploração dos bens naturais e da própria forma de viver a partir das relações de trabalho”, explica o professor de História Pedro 4. Em contrapartida… Romão Mickucz.

Apesar de trazer inovações que beneficiaram todo o mundo, as consequências prejudiciais foram além da desigualdade. “Vemos a busca por matérias-primas que serão utilizadas no processo de produção em escala industrial, como por exemplo, num primeiro momento, a Inglaterra, que utilizava do carvão e ferro para suas máquinas e indústrias movidas a vapor. Além das explorações de mão de obra, se mencionarmos as lógicas escravocratas ou relações abusivas com trabalhadores nas dinâmicas de produção industrial”, destaca Pedro.

5. Condições de trabalho

Com uma alta demanda de mão de obra, as condições de trabalho não eram das melhores — os turnos rigorosos, os salários baixos e a falta de equipamentos seguros resultavam em fadiga extrema, estresse, exploração e acidentes. O que, futuramente, desencadeou movimentos sociais em busca de direitos trabalhistas. “A busca pelo lucro acaba por trazer problemas nocivos aos operários que trabalham em condições exaustivas e insalubres nas fábricas. Se, por um lado, somos beneficiados e melhoramos nossa qualidade de vida devido às inovações promovidas pelas diferentes fases da Revolução Industrial, por outro lado, percebemos problemas como desemprego, desigualdades sociais e impactos ambientais”, complementa.

6. Poluição

Uma marca da Revolução Industrial foi a exploração dos recursos naturais e a poluição. Fontes de energia para alimentar fábricas e locomoções, minérios como carvão e ferro, junto com o uso de madeira para a fabricação de produtos, foram extremamente utilizados, causando um impacto ambiental que segue até os dias atuais. “Hoje, já se sabe que muitos dos problemas ambientais e catástrofes naturais estão atreladas ao uso desenfreado, descontrolado e abusivo, provocado por séculos de exploração, influenciados pela lógica e a dinâmica estabelecidas pela Revolução Industrial”, finaliza o professor.

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/ MOSTRA MAKER

SUCO DE BICICLETA: VOCÊ JÁ PROVOU DESSA COMBINAÇÃO? Com pedaladas e frutas, alunos criam nova forma de produzir a bebida; saiba como a ideia foi colocada em prática POR ANA CAROLINE ARJONAS

O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI: estudantes criam soluções pautadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Tempo de leitura: 7 minutos

Já imaginou como seria se fôssemos capazes de produzir um suco natural por meio das pedaladas em uma bicicleta? E se você pudesse sentar e se exercitar sabendo que a recompensa seria o cuidado com a saúde e uma bebida com a sua fruta preferida? O cenário parece irreal, mas já foi realidade em Joinville. Com o objetivo de incentivar os exercícios físicos e bem-estar, uma das turmas de robótica da Escola Municipal Governador Heriberto Hülse colocou a invenção em prática durante a III Mostra Maker, nomeada de “Os ODS na Cultura Maker”. A exposição foi pensada por meio de trabalhos focados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). Com uma lista de 17 pautas, o intuito foi debater metas que devem ser alcançadas até 2030, proporcionando a melhora na qualidade de vida. E colocar a mão na massa para entender aquilo que está na teoria foi o principal desafio. “Primeiro pensamos que o dínamo iria gerar energia suficiente para ligar

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um liquidificador de 12 watts, mas não ligou. Fizemos várias tentativas para ligar uma lâmpada com o dínamo e conseguimos, mas o liquidificador não. Assim, tivemos que desmontar o dínamo para gerar energia mecânica para girar as hélices. Depois de montar e desmontar diversas vezes, conseguimos fazer funcionar”, conta a integradora de mídia e responsável pela mostra, Raquel Gullini, que dividiu a atividade com o professor de educação física Fabio Roberto do Rosário. Cada turma teve a missão de pensar em soluções que pudessem

atender aos requisitos de cada um dos ODS. No caso do grupo responsável por modificar a bicicleta, o objetivo trabalhado estava relacionado com a saúde e o bem-estar — mais do que saborear o suco, foi preciso produzir moldes, instalar acessórios e pensar na transmissão de energia. “A primeira ideia não deu certo. Foram vários erros até que colocamos um cano para ligar o eletrodoméstico e, com isso, conseguimos fazer os sucos”, relembra o estudante Matias Decker de Souza Canale, 9, que estava no quarto ano em 2023.


Foto: EM Governador Heriberto Hülse

A comunidade também marcou presença, interagindo com os trabalhos e com as novas ferramentas

DESVENDANDO OUTROS ODS Os projetos, que foram desenvolvidos no ano passado, tiveram como finalidade incentivar a análise de cada tópico e apontar quais inovações eram possíveis a partir dos questionamentos sugeridos pelos ODS. Para que todos os segmentos fossem abordados, os participantes do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental tinham a responsabilidade de compreender o requisito e pensar em soluções. Com foco no “ODS 12: consumo e produção responsável”, a equipe do primeiro ano elaborou bilboquês com materiais recicláveis e arrecadou brinquedos que foram doados. Ainda no mesmo ano, outra turma explorou o tópico 15, com ênfase na vida terrestre, oportunidade para reconhecer os animais em risco de extinção — a iniciativa foi pautada no desenvolvimento de um jogo da memória. Outro grupo ficou responsável pelo ponto 14, tendo como centro animais marinhos, confeccionando espécies com materiais recicláveis. As equipes dos segundos anos focaram no “ODS 11: cidades e comunidades sustentáveis” e produziram uma maquete abordando a importância dos recursos naturais, falando sobre energia solar e eólica, meios de transportes não poluentes, hortas comunitárias e uma composteira. Ainda na parte sustentável, os terceiros anos conheceram diferentes tipos de energia limpa e desenvolveram uma maquete com a energia eólica. Os quartos anos se concentraram no sexto objetivo — água potável e saneamento. Dentro do tema, estudaram a possibilidade de reutilizar a água do ar-condicionado em uma horta hidropônica. Nos quintos anos o foco foi na “indústria, inovação e infraestrutura”, “saúde e bem-estar” e “educação de qualidade”. A exposição contemplou uma maquete para mostrar como a força da água pode se transformar em energia; uma horta de chás — com vasos confeccionados com garrafas pets — com degustação das bebidas; jogo pedagógico; e uma maquete que representava as ações humanas no clima, com uma placa de microbit

para medir a temperatura. O grupo ainda distribuiu sementes de ipês para a comunidade escolar. Outra turma de robótica abordou o “ODS 12: consumo e produção responsável”. Com ênfase nos bichos, a criação foi o “Pet para Pet”: uma produção contemplando bebedouros e comedouros feitos a partir de garrafas. Por fim, o “consumo e produção sustentável” e a “fome zero e agricultura sustentável” também foram tema das equipes do quinto ano. Enquanto uma turma criou o “Car Crash” — utilizando o Lego WeDo, o protótipo de um carrinho com o objetivo de colher o lixo do chão —, os outros estudantes, com uma placa de microbit, desenvolveram um modelo de alarme de umidade do solo, visando a economia de água nas plantações (em caso de pouca umidade, a irrigação aconteceria). A mostra foi uma oportunidade de unir os conhecimentos teóricos com a prática, de maneira inovadora e eficiente. “O trabalho por projetos fez com que os alunos vivenciassem todo o desenvolvimento, se envolvessem nas experiências, trabalhassem com a cooperação entre os pares e utilizassem o processo criativo por meio das interações”, relata Raquel. O tema, que é abordado na unidade desde 2019, segue na rotina dos estudantes, sendo o ponto de partida para a formação de cidadãos conscientes. “Foi bem importante esse envolvimento em que as crianças perceberam o quão significativo é preservar a fauna e flora, os mares, rios e oceanos, a não desperdiçar o lanche, economizar água e ter um hábito de consumo sustentável”, finaliza Raquel. Escaneie o QR Code e confira a lista completa com todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 13


/ NOTÍCIAS DAS ESCOLAS

Foto: EM Emílio Paulo Roberto Hardt

Prêmio “Nossa escola mais criativa”

Foto: EM Hermann Müller

Foto: EM Doutor Hans Dieter Schmidt

Três projetos de escolas municipais de Joinville foram finalistas do edital “Nossa Escola Mais Criativa”, que premia práticas inspiradoras educativas entre as redes integrantes do Programa Escolas Criativas de todo o Brasil. Em uma votação popular, encerrada neste mês, serão premiados os dez projetos mais votados entre 30 finalistas. O resultado pode ser conferido no VEJA OS PROJETOS: site do edital (premiacaoescolascriativas.prosas.com.br). Lab_Maker As escolas receberão kits compostos por materiais para projetos e EM Emílio Paulo Roberto Hardt experiências em Aprendizagem Criativa, além de ter representantes Horta Pedagógica: o oásis da escola do selecionados para uma formação presencial sobre a temática. campo - EM Hermann Müller

Foto: EM Doutor Hans Dieter Schmidt

“Salada, saladinha bem temperadinha...” - EM Doutor Hans Dieter Schmidt

Prevenção contra a dengue em escolas e CEIs O início do ano letivo na Rede Municipal de Ensino contou com atividades de prevenção contra a dengue com profissionais e alunos de escolas e Centros de Educação Infantil (CEIs). Nos primeiros dias de aula, os alunos de todas as escolas municipais participaram de uma ação especial com conversas e live sobre o tema, além da apresentação do projeto Detetives da Dengue e do checklist dez minutos contra a dengue para que as ações também possam ser realizadas em casa com as famílias. Além disso, a Secretaria de Educação, em parceria com a Secretaria de Saúde, promoveu uma palestra para os servidores com a Dra. Martha Artilheiro. O objetivo foi abordar as medidas práticas para evitar a disseminação de doenças respiratórias no ambiente escolar e ainda apresentar o cenário e as perspectivas sobre a dengue em Joinville. Importante ressaltar que outras atividades sobre a dengue devem ocorrer durante todo o ano com os alunos nas escolas e CEIs municipais.

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/ EDUCAÇÃO QUE TRANSFORMA

78 MIL ALUNOS VOLTAM ÀS AULAS EM

O ano letivo de 2024 começou em 7 de fevereiro para cerca de 78 mil alunos da Rede Municipal de Ensino de Joinville. Com muita alegria e entusiasmo, os estudantes foram recebidos pelos professores e demais profissionais de 165 Escolas Municipais e Centros de Educação Infantil (CEIs). Cerca de meia hora antes dos portões abrirem para o início das aulas, Talita Portela, 22, já aguardava na frente da escola, ao lado do filho Guilherme, 6, e da prima Lara Sophie, 10. Segundo ela, havia alguns dias que a expectativa das crianças era alta para o retorno das aulas. “Eles estavam a mil em casa, já muito ansiosos para virem logo para a escola para aprender e brincar”, comenta. Lara conta que estava com saudades da escola e tinha deixado o material pronto para retornar às aulas. “Estava bem ansiosa e fiquei bem feliz de voltar para rever minhas amigas e conhecer minhas novas professoras”, explica. O evento que marcou a abertura do ano letivo da Rede Municipal de Ensino ocorreu na Escola Municipal Nove de Março, onde também foi realizada a cerimônia de inauguração das obras de reforma e ampliação da unidade.

Foto: Prefeitura Municipal de Joinville/Divulgação

Antes da volta às aulas, a Rede Municipal de Ensino de Joinville também deu início à formação continuada para os profissionais de escolas e CEIs. As atividades fazem parte do programa Forma+Ação, realizado pela Secretaria de Educação ao longo de todo o ano. O objetivo da formação continuada é aprimorar as metodologias e ampliar o conhecimento dos profissionais para ampliar

o repertório de práticas pedagógicas de excelência com os alunos nas unidades escolares. Na programação preparada para o período antes da volta às aulas, foram dois dias totalmente dedicados para os profissionais participarem das atividades de formação. O calendário escolar ainda prevê mais dois encontros ao longo do ano, em abril e setembro. NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 15


/ EDUCAÇÃO FINANCEIRA

COMO FUNCIONA UM

MINIMERCADO?

Com caixas de ovos preenchidas com bolinhas de isopor e garrafas com água e tinta guache, turmas vivenciam a rotina em um minimercado e aprendem sobre sistema monetário

O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI:

alunos arrecadam embalagens, definem preços e recriam mercadinho. Tempo de leitura: 5 minutos

16 ITS TEENS - JOINVILLE / FEVEREIRO 2024

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Você já parou para pensar sobre o ciclo do dinheiro e como são estipulados os preços daquilo que compramos? Por mais que o ato seja algo comum para a maioria das pessoas, as escolhas e o vínculo com a grana precisam ser cultivados desde cedo, mostrando que a relação entre ganho e gasto deve ser equilibrada — um dos objetivos da educação financeira. Na Escola Municipal Professor Edgar Monteiro Castanheira, 60 crianças do segundo ano do Ensino Fundamental, matutino e vespertino, tiveram a chance de experimentar essa conexão na prática, criando o minimercado Maricotinha. Com o propósito de recriar a realidade, as caixas de ovos foram preenchidas com bolinhas de isopor, os frascos de refrigerante com água e tinta guache e os pacotes de salgadinho com papel. “As coisas que mais impactaram foram o envolvimento e a dedicação dos alunos ao buscarem embalagens, na produção dos panfletos, na organização. A aprendizagem dentro da sala de aula foi de muita evolução”, relata a professora Flávia Andréa Cercal. A iniciativa, realizada em 2023, surgiu pelo interesse dos estudantes em compreender o sistema monetário.

A atividade também contou com a colaboração de outros professores e até mesmo de pais, responsáveis por auxiliar na arrecadação de mais de 150 embalagens — os alunos foram encarregados de pensar e projetar como seria o espaço, além de estarem à frente dos demais processos necessários para a criação do minimercado. Além de pensar na disponibilidade dos itens, os pequenos também produziram e entregaram convites, planejando uma cerimônia de inauguração, iniciativa que despertou a curiosidade de outros grupos. “O projeto teve grande aceitação, muitos alunos de outros anos quiseram participar da visitação. Todos queriam fazer compras e interagir com os produtos e com os alunos que estavam atendendo”, conta Flávia. Mais do que reconstruir um mercado, a ligação com os produtos foi incentivo para a arrecadação de alimentos não perecíveis, itens que foram entregues em cestas básicas. “Trouxe muita produtividade, os alunos adoraram participar. Tanto é que iremos retornar com o projeto e torná-lo ainda melhor, agora com novos participantes”, opina a profissional, visualizando os próximos passos de 2024.


Fotos: EM Professor Edgar Monteiro Castanheira/Divulgação

PRESENTE NOS COMPONENTES CURRICULARES Se a ideia inicial era entender o sistema monetário e o funcionamento de um mercado, a atividade foi uma oportunidade para unir os componentes curriculares, mostrando como a relação com os rendimentos e despesas deve ser pautada em diversos aspectos. Na Matemática, os alunos aprenderam sobre operações — como adição e subtração — ao calcular as compras, reconhecimento de cédulas e moedas e redução dos gastos. Na Língua Portuguesa, o desafio foram os diferentes tipos textuais — a análise de rótulos fez parte do processo. Em Ciências e Ensino Religioso, o foco foram os hábitos sustentáveis, como a diminuição do uso de embalagens plásticas e a necessidade do consumo consciente. “O projeto englobou todas as matérias, de diferentes formas. Foi gratificante”, finaliza Flávia.

Os alunos compreenderam a relação entre a escolha dos produtos e o valor gasto

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/ CAPA

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alunos do nono ano compartilham experiências e expectativas no encerramento do Ensino Fundamental. Tempo de leitura: 11 minutos

Foto: Leve Fotografia

O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI:

NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 19


/ CAPA

POR ANA CAROLINE ARJONAS

D

ecidir quais serão os próximos passos de um futuro que, muitas vezes, parece incerto é uma daquelas escolhas que levamos para a vida. Com o sonho de ser jornalista, médico ou engenheiro, é no último ano do Ensino Fundamental que um conjunto de possibilidades surgem, direcionando caminhos inspiradores e desafiadores. Seja pelo desejo de seguir uma carreira conhecida ou pela busca por uma colocação no mercado de trabalho, os motivos podem ser diferentes, mas o desejo é quase sempre o mesmo: encontrar uma rota que leve às conquistas.

O intuito é compartilhado entre Isadora Pinheiro Vanderlind, 14, Júlia Dias Linck, 14, Felipe Rocha, 14, e Alexa de Los Angeles Garcia Tirado, 14, todos do nono ano. Na Escola Municipal Doutor Sadalla Amin Ghanem, os olhares já estão voltados para o futuro, apresentando aos jovens uma nova realidade, comandada pela expectativa do encerramento do Ensino Fundamental e a ansiedade do Ensino Médio. Mais que o nervosismo com o amanhã, o momento também é de reflexão — fase compartilhada entre todos. Confira a perspectiva de cada um:

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Focar bastante, principalmente no oitavo ano, que, para mim, foi o ano mais difícil. Focar muito, estudar sempre que puder, deixar de lado a preguiça e falta de vontade de estudar. Continuar no foco e criar bastante meta.”


No processo de aprender e descobrir novas fórmulas ou gêneros textuais, há sempre um ano que fica marcado — pelo obstáculo ou pela sabedoria. Para Júlia Dias Linck, o oitavo ano foi um dos momentos mais difíceis, fase em que novas atividades foram apresentadas. Com o objetivo de conciliar o ensino com o desenvolvimento pessoal, agora é possível observar o conhecimento. “Antes eu não conseguia fazer trabalho em equipe, no quinto e sexto ano. Agora tenho mais liberdade e consigo fazer as coisas, até porque conheço as pessoas. Vamos criando intimidade, conversando mais, chega uma hora que não sentimos mais vergonha em falar e se expressar”, pontua a estudante. Entre os receios, um dos principais é estar em

Júlia Dias Linck

Se esforcem, porque tem várias pessoas que não ligam muito pra isso. Foque nos estudos porque isso serve para o futuro.”

Alexa de Los Angeles Garcia Tirado

um novo espaço, com diferentes turmas e componentes curriculares. Entretanto, Júlia sabe que a organização neste ano pode ser o diferencial para 2025. “Acho que vamos ter muita revisão de todos os anos, do sexto até o nono, e a preparação para essa etapa da vida, ano que vem, que vai mudar tudo”, comenta a adolescente. Se no início da vida a proximidade foi com o balé, com oito anos de experiência, agora a atenção está no jornalismo. “Estou ansiosa para ter mais responsabilidade na escola, porque quando a gente entra no primeiro ano (do Ensino Médio) muda totalmente a sua vida. Vamos assumir mais responsabilidade, mais deveres”, afirma, salientando que as mudanças foram marcadas pelo conhecimento.

Fotos: Leve Fotografia

Oitavo ano: o mais difícil

A chegada a Joinville As dificuldades também se estendem para aqueles que estão chegando à cidade, como no caso de Alexa de Los Angeles Garcia Tirado. Natural da Venezuela e há dois anos em Santa Catarina, foi aqui que a jovem fez amizades e testou a proximidade com a nova língua. “Ficava sozinha porque não conseguia fazer trabalho em grupo, mas aqui estou me acostumando a trabalhar com outras pessoas.” Com o desejo de seguir a carreira médica, como cirurgiã, a presença dos professores e o acompanhamento nas aulas é um diferencial, ainda mais para quem sabe as dificuldades que podem surgir nos próximos meses. “Acho que será um novo desafio. O nono ano é o final de uma etapa, que desde criança esperamos, mas é o começo de outra. Será nessa etapa que vamos decidir o que será no futuro”, elenca Alexa, que possui facilidade em Matemática e Artes, tendo como meta conseguir manter todas as notas acima de sete.

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/ CAPA

Robótica, comunicação e amizade

Escute o professor, ele é a fonte do conhecimento que recebemos. Se você não escutar ele, você não vai saber. ”

Fotos: Leve Fotografia

Como você reagiria se tivesse o desafio de resumir alguém em poucas palavras? Por mais que seja difícil, algumas pessoas ficam conhecidas por aquilo que compartilham — seja por conta do jeito, da escolha ou preferências. É o caso de Felipe Rocha. A proximidade com a robótica, por exemplo, começou cedo, ainda no quarto ano. “Fiz um aspirador de pó, com um monte de coisa: papelão, motor de carrinho, controle remoto. Adorava montar essas coisas”, comenta o jovem, que almeja uma carreira como engenheiro mecânico, mas entende a necessidade de conhecer outras possibilidades. Ele frequenta a unidade desde o terceiro ano, mas sua rotina na escola começou a mudar com a primeira amizade — esse foi o incentivo para conhecer outras pessoas e compartilhar as dúvidas. “Desenvolvi bastante o intelectual, fazer conta de cabeça, conversar com as pessoas. Era mais fechado na época, agora faço amizade fácil”, conta Felipe, que tem facilidade com Língua Portuguesa e Matemática. Mesmo que muitos momentos tenham sido marcados pelo desejo de compreender os trabalhos e atividades, hoje todo o esforço faz sentido. “Passei muitas tardes ‘rachando a cabeça’ para aprender”, destaca o aluno, que planeja aprender mais sobre informática e inglês, compreendendo que ambas são essenciais para quem almeja uma posição no mercado de trabalho.

Felipe Rocha

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A leitura é aliada daqueles que estão no último ano do Ensino Fundamental

“Não devo me subestimar”

Estude bastante, se esforce bastante. Se não entender a aula, pesquise, porque hoje temos tudo na mão. Pesquise no Google, veja um vídeo no YouTube, sempre vai ter algum professor explicando.”

Isadora Pinheiro Vanderlind

Se o momento é focado nos novos conhecimentos, há algo que merece atenção: como cada um consegue identificar a evolução pessoal. No caso de Isadora Pinheiro Vanderlind, o Ensino Fundamental foi marcado pela absorção de muitos conteúdos e boas notas. “Gosto muito de entender a história de países ou porque certas coisas aconteceram, porque deixaram de acontecer, de existir. Acho muito interessante”, diz a estudante. Sobre a mudança pessoal, foi por meio das tarefas que surgiram habilidades. “A escola ajuda bastante a desenvolver responsabilidade, disciplina, tanto educação de caráter, quanto disciplina para você manter uma rotina, porque é muito importante ter uma rotina, seguir uma rotina é bom, faz bem”, ressalta Isadora, que espera adquirir o máximo de conhecimento neste ano, como uma forma de preparo para aquilo que está por vir. Interessada em psicologia, um dos focos é melhorar o raciocínio. “Quero trabalhar uma coisa que eu saiba e que goste de fazer, para não tornar algo cansativo, exaustivo e estressante”, elenca a jovem, que vê no próximo ano a mudança de realidade, com novos colegas, professores e componentes curriculares. Além dos conhecimentos que serão aplicados em provas, existe um que ficará para a vida. “Aprendi que eu não devo me subestimar e também não devo deixar que outra pessoa me subestime. Por incrível que pareça, aprendi isso com a escola”, completa Isadora.

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/ CULTURA POP

Uma nova harmonia Duas décadas após surpreender na TV,

chega à Netflix em nova versão live action

POR GUSTAVO BRUNING

Assim como água e fogo são extremos opostos, ar e terra costumam ocupar posições bem distintas. Todos juntos, no entanto, formam um grande equilíbrio. Isso porque esses quatro elementos da natureza, com suas peculiaridades, se completam. A busca pela harmonia é a alma de “Avatar: A Lenda de Aang”, um desenho que estreou há quase 20 anos e está prestes a se tornar uma série live action da Netflix. 24 ITS TEENS - JOINVILLE / FEVEREIRO 2024

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Na aventura, conhecemos um garoto de 12 anos, Aang, que desperta após ficar 100 anos congelado e se depara com um mundo diferente. As quatro nações, uma representando cada elemento, vivem em meio a uma tenebrosa guerra. Ao lado dos novos amigos, Katara e Sokka, Aang percebe que é o único capaz de pôr fim ao domínio da nação de fogo e às ameaças que assolam o povo. Para isso, porém, ele precisa abraçar o papel que foi destinado a ele: ser o Avatar, um mestre em manipular os quatro elementos. Repleta de batalhas, de duelos entre rivais a grandes combates entre nações, “Avatar: A Lenda de Aang” durou três temporadas e teve 61 episódios, que foram ao ar entre 2005 e 2008. A produção norte-americana, criada pela Nickelodeon, foi sucesso de audiência e recebeu prêmios como o Emmy e o Annie Awards, o “Oscar da Animação”.

A nova aventura A nova série chega à

Netflix com oito episódios, no dia 22 de fevereiro, após seis anos em desenvolvimento. O seriado deve funcionar como uma reimaginação da história original, ampliando a evolução dos personagens e trazendo surpresas aos fãs mais antigos. A intenção é trazer um tom mais sério que o do desenho, com um realismo impressionante empregado aos cenários e criaturas fantásticas.

Adaptação para a telona A nova série não é a

Escaneie o QR Code para assistir o trailer da nova série!

primeira vez que as aventuras de Aang ganham vida com atores em carne e osso. Em 2010, o diretor M. Night Shyamalan escreveu e dirigiu o filme “O Último Mestre do Ar”, que adaptou a primeira temporada do desenho. A ideia original era fazer uma trilogia, mas o fracasso da produção e as críticas negativas dos fãs fizeram o estúdio abandonar os planos. Nem mesmo os criadores da série aprovaram o resultado. NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 25


/ CULTURA POP

Desenvolvendo habilidades Logo no começo

do desenho, Aang já é naturalmente um dobrador do ar, capaz de usá-lo a seu favor para ganhar velocidade, mover objetos e até mesmo voar, com a ajuda de um planador. O desafio, portanto, é dominar água, terra e fogo. Cada poder, explorado a partir das dobras dos elementos, tem o seu mérito. Há também as subdobras, que incluem habilidades mais avançadas. O aprendizado vem quando o garoto visita as mais diversas tribos e nações. Vendo de perto essas realidades discrepantes e, em alguns casos, bastante afetadas pela guerra, temos um vislumbre do que um regime extremista e um mundo tomado pelo caos podem provocar.

Grandes trocas

Uma sequência, “Avatar: A Lenda de Korra”, estreou na TV em 2012 e se passa 70 anos após o fim da série original. Os 52 episódios dessa série também estão disponíveis na Netflix.

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A jornada de Aang, bem como qualquer percurso grandioso, é constituída de dificuldades. No caso dele, o saber nem sempre vem de bandeja. É preciso persistir e treinar para entender os atributos de cada elemento.

Conversar com outras pessoas e ouvi-las permite que absorvamos o melhor do conhecimento de cada uma, sejam elas dobradores de ar, parentes, professores ou colegas. Da mesma forma, podemos passar adiante esse aprendizado.

É aí que entra a paciência: nem sempre iremos assimilar essas lições sozinhos, mesmo que possamos pesquisar infinitamente. O treinamento do protagonista mostra como a vida é feita de grandes trocas e como o diálogo é crucial.

Aang conhece e reencontra os mais variados parceiros, que o introduzem a percepções às quais ele jamais teria acesso se ficasse estagnado. Isso fica ainda mais evidente quando conhecemos figuras excêntricas ou bem diferentes de nós, com estilos, vivências e até pontos de vista distintos.


s a r b o d As quatro ÁGUA

TERRA

Uma das vantagens dos dobradores dessa nação é o poder de manipular a água em seus três estados: sólido, líquido e gasoso. Eles podem criar instrumentos congelados para duelos e, no nível avançado, curar e manipular o sangue dos oponentes. Os movimentos são inspirados na arte marcial chinesa tai chi chuan.

Estes dobradores controlam a terra e as rochas nas mais variadas formas, atingindo seus inimigos com isso ou comprometendo o chão onde estão. Também podem se locomover quando posicionados em superfícies, além de desenvolver subdobras que dominam a lava, a areia e o metal. A base para os movimentos veio do Hung Gar, um estilo do kung fu.

Nação: Tribo da Água

FOGO

Nação: Nação do Fogo Os ataques dos dobradores de fogo são ferozes e gerados a partir dos próprios guerreiros, sem precisar de uma fonte do elemento. Eles têm o poder de manipular chamas, que podem ser direcionadas aos inimigos, além de dilacerar objetos, criar círculos com labaredas e conjurar escudos de fogo. As subdobras incluem a combustão e o controle e redirecionamento de raios. Os golpes foram inspirados no estilo de kung fu Shaolin do Norte.

Nação: Reino da Terra

AR

Nação: Nômades do Ar Usada para encontrar paz e liberdade, essa dobra é a mais defensiva e dinâmica das quatro. Por estar presente ao nosso redor, se torna um elemento facilmente manipulável. Os dobradores criam ventanias, golpes e escudos com o ar, com as subdobras indo da projeção espiritual à capacidade de regular a temperatura. O estilo de kung fu Ba Gua inspirou esses movimentos.

Lições “Avatar: A Lenda de Aang” faz refletir sobre a valorização dos nossos antepassados.

A conexão com aqueles que vieram antes de nós nem sempre é direta, mas se perpetua de maneiras que nem podemos imaginar. Lembrar do legado que foi deixado para nós, bem como aquele que deixaremos, pode dar uma perspectiva mais clara da vida. E o que seria de qualquer jornada sem as boas companhias? Aang é cercado por amizades autênticas, que o estimulam a evoluir. Ao lado de figuras assim, há como ter clareza na hora de tomar decisões e treinar a capacidade de perdoar. Também não adianta ter os poderes mais surreais e não desenvolvê-los com sabedoria. O autocontrole do herói, no fim das contas, é a chave para tomar as rédeas do próprio destino.

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/ WI-FI

POR LUCAS INÁCIO

As redes sociais estão sempre lançando tendências. No mundo da internet isso tem até nome, as famosas trends. Pode ser dança, pode ser meme, pode ser piada, pode ser qualquer coisa que estimule a comunidade a reproduzir suas versões e dar sobrevida a isto. O grande objetivo por trás das trends é simples: envolver usuários pelo máximo de tempo possível nas plataformas. Em meio aos conteúdos virais, a leitura foi encontrando formas de se inserir no dia a dia das novas gerações — kindles e tablets ganharam mercado, bancas e livrarias viraram digitais e, mais recentemente, uma rede social conhecida pelas dancinhas tem aumentado o número de leitores no mundo: o TikTok.

Book PRINCIPAIS PERFIS DO

BOOKTOKBRASIL

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@_PEQUENABIBLIOTECARIA

@BELLSLOPES

O legal deste perfil é que Myreia Liduario, a tiktoker responsável, começou esse trabalho por seu contato com a biblioteca da escola, por isso o nome de usuário. Lá se vão seis anos desde seu início como produtora de conteúdo em um trabalho que tem muita bagagem.

Professora de inglês, Bel Lopes traz muitos conteúdos também da literatura da língua inglesa, seja para ler na língua nativa ou em português. Professora e produtora de conteúdo há mais de dez anos, tem muita bagagem e conhecimento para trocar.


O QUE É O BOOKTOK?

A comunidade de literatura que se formou nesse espaço tem até nome: o BookTok — referência à palavra book (livro) mais o Tok de TikTok. É algo que já foi alvo de matérias e estudos após a pandemia e, conforme o aplicativo ganha mais recursos, mais adeptos aparecem. Em 2021, já se percebeu que alguns clássicos da literatura passaram a figurar entre os livros mais vendidos e outros títulos, esquecidos há décadas e de pouca repercussão, ressurgiram e ganharam notoriedade. Listas tradicionais, como a do The New York Times ou da Amazon, volta e meia trazem algum azarão impulsionado pelo movimento — e aqui no Brasil não é diferente. A hashtag #BookTok possui centenas de bilhões de menções e a versão brasileira #BookTokBrasil também vem na mesma pegada, com 20 bilhões. As listas de livros favoritos são as mais comuns, mas há também os jogos estilo quiz, desafios, sinopses e até memes. E, como toda trend que se preze, as pessoas estão buscando ler essas obras para seguir a tendência e, assim, iniciam seu gosto pela leitura. Com isso, as editoras resolveram levar a sério o negócio e criar contas no TikTok. Inclusive, a última Bienal do Livro de São Paulo (o maior evento do tipo no país), teve a plataforma como uma de suas patrocinadoras.

kT k: @DEBOOK_

@OTIAGOVALENTE

@PAMGONCALVES

Refletindo as estruturas da sociedade por meio dos livros, a influenciadora baiana Debook fala dos livros e também de tudo que envolve o mercado e os fatores mais abrangentes da literatura em geral.

Tiago Valente é mestre em letras e trabalha diretamente no ramo da literatura, o que faz seu trabalho muito qualificado e notável. Ele traz diversos formatos e profundidades de conteúdos em seus vídeos, interessantes até para quem quiser seguir na área.

A catarinense Pam Gonçalves, de Tubarão, está com seu perfil em diversas plataformas — e o TikTok foi mais uma forma dessas. Tem resenhas, listas e conteúdos interativos.

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/ NOSSO PLANETA

Sinais químicos

As plantas produzem substâncias químicas chamadas de compostos voláteis, com funções além do cheiro. Esses sinais podem ser sentidos pelos seres humanos, atingir camadas abaixo do solo ou até mesmo criar comunicação com outras espécies. “Quando uma planta é atacada por um inseto, por exemplo, ela é capaz de sinalizar por todo seu corpo que ele está sendo atacado. Da mesma forma, ela também é capaz de enviar sinais químicos para plantas vizinhas sobre a iminência do ataque, as deixando prontas também para protegerem-se em caso dos insetos tentem atacá-las também”, explica a pesquisadora Annelise Frazão. Em contrapartida, existem os sinais químicos não muito amigáveis, como no caso das folhas de eucalipto. “Depositadas sob o solo, podem inibir o crescimento de outras espécies de plantas. Esse é o processo de comunicação que chamamos de alelopatia.”

Interações subterrâneas

A estrutura das plantas permite uma comunicação de forma canalizada, transmitindo informações dos frutos até as raízes, aplicando uma comunicação oculta sob a superfície. Os fungos são exemplos de seres que, ao compartilhar dados, podem agir como aliados ou adversários — ao trocar pedaços de RNA das raízes, podem se expressar como parceiros ou desligar os genes defensivos das plantas. A parceria das árvores com os fungos também pode ajudar na distribuição de recursos entre as plantas conectadas por eles. Os microrganismos igualmente recebem instruções por meio das raízes, podendo fortalecer as defesas dos vegetais.

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Aspectos físicos Espécies de plantas que possuem flores apresentam adaptações que evoluíram ao longo de milhares de anos, possibilitando que elas consigam atrair animais, como abelhas e borboletas. Com cores vibrantes e padrões específicos, as pétalas podem chamar a atenção dos polinizadores ao indicar a presença de néctar. Formas especializadas das partes das flores também podem facilitar a transferência de pólen ao orientar os polinizadores até os órgãos reprodutivos. “É assim, por exemplo, que as plantas que temos em casa nos comunicam quando precisam de um pouco mais de água ou nutrientes”, complementa Annelise.

Aprenda a desvendar essa comunicação silenciosa

POR REDAÇÃO ITS TEENS

Das sutis vibrações nas teias de aranhas até as instantâneas mensagens nas redes sociais, a comunicação é uma das ferramentas que sustentam a sobrevivência da vida na Terra. Por meio da troca de informações, diferentes organismos desenvolvem estratégias para superar obstáculos e dar continuidade à vida. Embora ocorra de modo diferente em comparação a outros seres, as plantas possuem os próprios meios de compartilhar informações vitais para sua existência. Saiba como!

Novos estudos mostram que as plantas podem também se comunicar por meio de sons imperceptíveis aos ouvidos humanos. Durante experimentos conduzidos no ano passado pelo programa da Faculdade George S. Wise de Ciências da Vida, na Universidade de Tel Aviv, em Israel, a professora Lilach Hadany registrou ruídos vindos de tomates e tabacos. Dentro de caixas equipadas com microfones ultrassônicos, foi possível detectar sons numa frequência de 40 a 80 kHz, os quais, quando traduzidos para tons audíveis aos humanos, assemelhavam-se a um estouro de pipoca. Nesse experimento, algumas das plantas estavam intocadas, enquanto outras tinham caules cortados ou estavam sem ser regadas por alguns dias. Naquelas com maior estresse, foi possível notar uma maior emissão de som, cerca de 30 a 50 por hora; as mais relaxadas registravam apenas uma por hora. Estes ruídos podem ser percebidos por outros vegetais, insetos e mamíferos, que podem utilizar essas informações em seu benefício, pois ao identificar que uma determinada planta está sob estresse, entende que talvez ela não seja a escolha ideal para usar como alimento ou colocar ovos. Os sons emitidos pelas plantas ainda carregam alguns mistérios. Como são produzidos e se são intencionais ainda são questões para os cientistas. Para a primeira pergunta, o que se acredita até o momento é que podem ser gerados pelo processo chamado cavitação, no qual uma bolha de ar na coluna de água da planta sofre alguma pressão e causa o estouro.

Sons NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 31


/ SPOILER

Ronaldo Gonçalves de Lara, auxiliar escolar na biblioteca da EM Pastor Hans Muller

Olá, caros leitores! Venho convidar-lhes para conhecer o maravilhoso livro “Abrindo Caminho”, publicado em 2003 pela talentosa escritora Ana Maria Machado, referência na Literatura Infantil Brasileira. O acervo de obras dessa renomada autora é simplesmente encantador, porém, nesse momento, vamos ressaltar a grandiosidade desse livro, que, por meio de alguns personagens históricos, mostra que é possível, sim, transformar as dificuldades e os obstáculos em conquista, vitórias, superação e até mesmo em descobertas. “Abrindo Caminho” mostra personagens do passado, gente de verdade que conseguiu transformar obstáculo em caminho, inimigo em amigo, fim em começo. Quantos caminhos

foram abertos! E quantos caminhos existem ainda por abrir. A autora selecionou seis figuras históricas que, cada qual ao seu modo, abriram importantes caminhos. Seu texto não conta tudo, ao contrário: dá pistas, indica, sugere, desafia a memória e o conhecimento, instiga a pesquisa, acredita na paixão pela leitura. Um livro excelente para ser lido, que pode ajudar a decifrar qual é a selva escura de Dante, a pedra de Carlos ou o rio de Tom. Alguns caminhos são abertos no deserto, outros no oceano e outros ainda no ar. O nome sugestivo do livro deixa o leitor querendo conhecer novos caminhos por meio da leitura.

Que tal continuar a leitura no mês e procurar por estes títulos? Bem do seu tamanho Ana Maria Machado

Histórias à brasileira Ana Maria Machado

Menina bonita do laço de fita Ana Maria Machado

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/ VOCÊ SABIA?

CONHEÇA A MAIOR CIDADE SUBTERRÂNEA DO MUNDO POR REDAÇÃO ITS TEENS Enquanto arranhas-céus cada vez mais altos são erguidos nas grandes metrópoles e a vida acontece na superfície, outra realidade se desenrola debaixo dos nossos pés. Seja para buscar proteção de ataques inimigos ou para escapar de temperaturas extremas, diversos sistemas subterrâneos foram desenvolvidos ao longo de milhares de anos. Na região da Capadócia, na Turquia, abaixo das chamadas “chaminés de fadas”, enormes formações geológicas, parecidas com colunas, abrigam mais de 200 cidades subterrâneas, incluindo Derinkuyu — considerada a maior do mundo já encontrada. Com 85 metros de profundidade, 18 níveis de túneis e capacidade para até 20 mil pessoas, a área sobreviveu milhares de anos sem ser descoberta. Em 1963, um morador local, intrigado pelo sumiço de algumas de suas galinhas, começou a investigar e decidiu cavar o local, encontrando, assim, uma das entradas para Derinkuyu. Após o achado, iniciou-se o processo de escavação, revelando vestígios de uma civilização inteira. Com espaços destinados a estábulos para

animais, residências, escolas, áreas para cultos religiosos e até mesmo uma vinícola, a construção mostra uma arquitetura complexa e bem planejada, que permite uma permanência de meses debaixo da superfície. Sistemas para obter ar fresco e água limpa também foram bem projetados, possuindo diversas colunas de ventilação e poços protegidos. Os créditos pelos responsáveis pela criação da cidade permanecem um mistério. No entanto, pesquisadores acreditam que a base das construções seja de origem hitita, continuada pelos novos habitantes após o ataque dos frígios. Diversos outros povos também já ocuparam o espaço, desde os persas até os gregos capadócios — povo que deixou o local nos anos 1920, após a derrota na Guerra Greco-Turca, fugindo para a Grécia. Numa visita guiada à cidade — declarada como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) — é possível ver de perto os detalhes do local e entender mais sobre a história.

Ainda que de forma diferente, atualmente existem outros sistemas subterrâneos espalhados pelo mundo, como o Réso, um complexo criado em Montreal, no Canadá, para conectar áreas da região por meio de túneis, permitindo que a população escape do intenso frio do inverno canadense. O espaço tem diversos estabelecimentos — como hotéis, galerias e bibliotecas —, além de cerca de 1500 lojas, 200 restaurantes e 14 estações de metrô.

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/ MURAL DOS ESTUDANTES

Jovem, colaborativa e autoral Assim definimos a revista its Teens, feita para você, mas que agora também pode ser feita POR VOCÊ — e a sua participação vai deixar essa editoria ainda mais especial!

AQUI É O ESPAÇO PARA PUBLICAR RECADOS, POESIAS E REGISTROS DE ATIVIDADES FEITAS EM GRUPO.

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A partir de agora, você e sua turma serão os responsáveis por este espaço (sim, vocês ganharam uma editoria!). Aproveite para compartilhar com a gente e divulgar fotos, depoimentos, desenhos e frases todos os meses: aqui vale lendo a revista its Teens com a galera, fotos no recreio com o seu grupinho, recado para a sua turma. Mas lembre-se: os conteúdos serão selecionados pela equipe da revista its Teens, então, cuidado com as poses nas fotos e nas mensagens de texto. Para participar é fácil: basta escanear o QR Code e enviar o material por e-mail ou no formulário da revista its Teens. Queremos ver você na próxima edição. Até!


AQUI VOCÊ PODE DEIXAR RECADOS PARA SEUS AMIGOS.

APROVEITE A NOVA EDITORIA PARA COMPARTILHAR MENSAGENS PARA OS PROFESSORES.

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/ GALERIAS

EM GOVERNADOR HERIBERTO HÜLSE

EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE

EM GOVERNADOR HERIBERTO HÜLSE

EM PROFESSORA LACY LUIZA DA CRUZ FLORES

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS

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EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE


Para celebrar a volta às aulas e o momento de descontração com a galera, veja como foi o retorno dos alunos para o início de mais um ano letivo. Confira como cada unidade se preparou para a época mais especial do ano e encontre a sua turma!

EM PAUL HARRIS

EM DOUTOR ABDON BAPTISTA

EM GOVERNADOR HERIBERTO HÜLSE

EM PREFEITO MAX COLIN

EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE

EM PROFESSORA LACY LUIZA DA CRUZ FLORES NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 37


/ GALERIAS

EM DOUTOR ABDON BAPT ISTA

EM PAUL HARRIS

EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS

EM PREFEITO MAX COLIN

EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE 38 ITS TEENS - JOINVILLE / FEVEREIRO 2024

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS


EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE

EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE

EM GOVERNADOR HERIBERTO HÜLSE

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS

EM PROFESSORA LACY LUIZA DA CRUZ FLORES

EM PREFEITO MAX COLIN NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 39


/ GALERIAS

EM PREFEITO MAX COLIN

EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE

EM PAUL HARRIS

EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS

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EM PREFEITO BALTASAR BUSCHLE


EM PREFEITO BALTASAR BU SCHLE

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS

EM DOUTOR ABDON BAPTISTA

EM PAUL HARRIS

EM PROFESSORA LACY LUIZA DA CRUZ FLO RES

EM PREFEITO MAX COLIN

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 41


/ SAIDEIRA

POR SARAH DE OLIVEIRA ARINS Estudante da EM Valentim João da Rocha

Nada, Nada, Meu golfinho! Vai Nadando Rapidinho. Antes que o sol se ponha, E a lua apareça. Antes que as estrelas predominem o céu, Antes que surja o grande coronel. Antes que a orca apareça E de longe te veja. Antes que essa predadora Roube sua presa. Antes que as baleias cantem, Formando um grande coral. Antes que os golfinhos se cruzem E formem um belo casal. Antes que você se canse e o homem te alcance. Antes que amanheça e o mar cresça. Nada, Nada, Meu golfinho! Nada, Nada, Rapidinho, Para sua mamãe encontrar! Sonha sonhos De outro nados, De lugares carinhosos... Sonha sonhos Cor de mar, Sonha sonhos de luar. 42 ITS TEENS - JOINVILLE / FEVEREIRO 2024


/ DIVERSÃO

RESPOSTAS Apesar de ajudar a manter o cabelo saudável e mais bonito, o corte regular não interfere no crescimento, já que os fios são células mortas. No entanto, existem alguns aspectos que podem facilitar (ou dificultar) o crescimento, como genética, fatores hormonais e alimentação.

Mesmo sendo uma crença comum entre a população, a relação do frio com o resfriado não é tão simples. Apesar de as baixas temperaturas deixarem o sistema imunológico mais vulnerável e contribuirem para o contágio de doenças, a gripe e os resfriados são infecções de origem viral, ou seja, apenas os vírus são capazes de causar a enfermidade.

6 falso

1 falso Segundo o Instituto de Geociências de Barcelona, existem cerca de 1.500 vulcões potencialmente ativos — ou seja, tiveram alguma atividade nos últimos dez mil anos e podem ter algum sinal nas próximas décadas, como anomalias térmicas e até erupções.

Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Hong Kong informou que a população das formigas pode chegar a 20 quatrilhões, ou seja, são 2,5 milhões de formigas para cada humano na Terra. A contagem não foi feita ao somar cada inseto, mas foram analisados 489 estudos de todos os continentes. Além disso, concluíram que o peso de todas as formigas chega a quase 12 megatons de carbono seco.

2 VERDADEIRO

7 VERDADEIRO

Embora a cenoura seja uma grande fonte de vitaminas e benéfica à saúde, consumir o vegetal de maneira isolada não vai garantir uma melhora na visão. Ter um bom sono, usar óculos de sol e visitar o oftalmologista regularmente são algumas maneiras de ajudar a saúde ocular.

Somando os diâmetros de cada planeta, o tamanho total seria algo em torno de 387.94 quilômetros, próximo à distância média entre o nosso planeta e a Lua: 384.400. No entanto, caso os astros fossem enfileirados se tocando pelos pólos, a fila chegaria a 364.799 quilômetros. Quando o satélite natural está no perigeu (o ponto mais próximo da Terra), a distância pode chegar a 363.104 quilômetros, deixando Mercúrio e Vênus de fora do alinhamento. Já no apogeu (o ponto mais distante), o número pode aumentar até 405.696 quilômetros, cabendo também outros planetas anões, como Plutão e Éris.

3 falso Ainda que seja uma frase usada por muitas mães em todo o Brasil para evitar que os filhos entrem na piscina após o almoço, não há nada que comprove que você terá cãibras caso vá nadar depois de comer. Embora a digestão diminua o fluxo sanguíneo nos outros membros do corpo, o organismo tem sangue suficiente para os músculos ficarem tranquilos na água.

4 falso As plumagens rosadas dos flamingos são capazes de impressionar várias pessoas, no entanto, a ave não nasce com esta cor. Naturalmente com uma tonalidade cinzenta ou esbranquiçada, o animal ganha uma nova coloração devido à alimentação baseada em artêmias e algas. Como os alimentos são ricos em carotenos, uma espécie de pigmento orgânico, a passagem pelo fígado do flamingo causa um efeito químico, liberando a substância rosada.

5 VERDADEIRO

8 VERDADEIRO A ideia de que ingerir manga com leite poderia fazer mal à saúde não é de agora. Na verdade, surgiu na época do Brasil colonial, quando os senhores de engenho criaram esse mito para desestimular o consumo destes produtos pelos escravos. A mistura não causa mal algum, já que ambos os alimentos são ricos em nutrientes.

9 falso É fato que a visão dos humanos e dos pets são diferentes, no entanto, a ideia de que os cachorros enxergam apenas em preto e branco está equivocada. Com apenas dois tipos de receptores visuais na retina — verde e azul —, os bichinhos acabam não conseguindo distinguir todas as cores como os humanos fazem, porém, a visão noturna destes animais é mais avançada, já que isso facilita a caça nestas condições.

10 falso NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 43


Revista its Teens Joinville nº 82 2024 | R$ 14,85


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