Nesta segunda edição da revista its Teens que chega até a sua escola, celebramos o poder da leitura, da escrita e da imaginação, que unem nossas unidades em um mesmo propósito: aprender, criar e transformar. O projeto literário chega ao seu fechamento com histórias que valorizam nossas raízes, como as tradições de Catanduvas e a influência das imigrações que moldaram nossa cidade. Também abrimos espaço para a cultura pop, a curiosidade e a expressão dos jovens autores que dão voz às páginas desta revista. Que cada texto inspire novas ideias e que o próximo ano venha repleto de descobertas e boas histórias para contar.
MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI
IN MEMORIAM
FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC
MARCELLO CORRÊA PETRELLI PRESIDENTE GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br
ALBERTINO ZAMARCO JR.
DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br
NORBERTO MORETTI JÚNIOR GERENTE DE PERFORMANCE norberto@ndtv.com.br
CAROLINE FERNANDES GERENTE DE MERCADO NACIONAL caroline.fernandes@ndtv.com.br
ANA CAROLINE ARJONAS
DAIARA CAMILO
LETÍCIA MARTENDAL
Repórter
Assistente de Mídia
Assistente de Mídia
/conteúdo
Referências nascidas nos quadrinhos
‘Cruiz credo!’: tu já ouviu o jeito de falar em Catanduvas?
Como criar um clube do livro
A arte de escrever cartas
Muito além do autor: os profissionais por trás de um livro
• Minha querida cidade
• Sapiências de Catanduvas
Capítulos de uma cidade chamada Catanduvas #06 #32 #22 #30 #26 #42 #28 #34 #08 #10 capa como funciona? cultura pop tradição wi-fi saideira nossa terra galerias diário escolar conhecimentos gerais
Uma jornada por Catanduvas
• Sebaldo Kunz
Raízes que permanecem: o legado cultural de Catanduvas
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TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES NÃO VACILA, FALA AÍ (48) 3212-4026
Pontos de distribuição: Escolas da Rede Municipal de Catanduvas
CA PÍT U L O S DE U MA CIDADE C HAMADA Catanduvas
Se a história de uma cidade fosse um livro, a de Catanduvas teria muitos capítulos de aventura, passagem e colonização. A formação do município no Oeste catarinense é um verdadeiro quebra-cabeça, cujas peças têm significados mais profundos do que se imagina, como aponta a pesquisa da professora de História Wanicler Terezinha Martins.
Antes de se tornar a cidade que conhecemos, a região pertenceu ao município de Palmas, no Paraná, até 1917, em meio à intensa disputa pelo território do Contestado. Seus primeiros habitantes eram povos indígenas nativos, principalmente os Kaingangs e, em menor número, os Guaranis, que transitavam e ocupavam um vasto território.
HISTÓRIA
A região de Catanduvas era uma rota importante. Foi caminho de tropeiros paulistas de origem portuguesa que buscavam comprar, vender e trocar mercadorias com a Argentina e o Paraguai. Nesses caminhos, muitos acampamentos se fixaram, dando origem a ocupações de terras.
A diversidade inicial é surpreendente: contribuições vieram de negros remanescentes da Revolução Farroupilha e de trabalhadores paraguaios e argentinos que atuavam no extrativismo da erva-mate. Além disso, a construção da estrada de ferro ”São Paulo/Rio Grande” (finalizada por volta de 1910) trouxe trabalhadores de diversas regiões do país. Quando o trabalho terminou e o desemprego atingiu a mão de obra, essa população de origem diversa se espalhou pela região. “Portanto, podemos concluir que os primeiros habitantes e muitas contribuições culturais deste município são resultados da influência destes caboclos” explica a professora.
FUNDADORES
Após o fim da Guerra do Contestado e a criação de diversos municípios catarinenses, Catanduvas passou por várias reestruturações administrativas. No entanto, foi após o conflito que se consolidou a base populacional mais conhecida da região.
Ao contrário de outras áreas do Brasil que receberam imigrantes vindos diretamente da Europa, Catanduvas recebeu em maior parte reemigrantes. Eles eram descendentes de imigrantes italianos, alemães e, em menor número, poloneses, que já estavam instalados no Rio Grande do Sul e migraram em uma forte onda de ocupação em busca de novas terras.
Essa ocupação migratória colonizadora foi crucial. Os reemigrantes encontraram as terras, antes ocupadas pelos indígenas, e se instalaram, formando colônias (chamadas de “linhas”) e fortalecendo a diversidade da população.
A mão de obra dos novos habitantes se uniu no desenvolvimento da região. Indústrias como a de celulose (Irani) e as ervateiras (que exploravam a erva-mate nativa) surgiram e se fortaleceram. �
*Com informações da historiadora Wanicler Terezinha Martins
Enquanto os pássaros cantam para alertar os parceiros sobre os perigos, as plantas liberam substâncias para atrair insetos. Já as abelhas dançam mostrando aos colegas onde estão as flores, e os humanos se expressam por meio de gestos, da linguagem e de diferentes tipos de arte. Desde o mundo microscópico até os Homo sapiens, a comunicação é a base da sobrevivência e da evolução de todos os seres vivos.
Considerada uma das mais antigas formas de comunicação, a carta marca presença há mais de cinco mil anos e passaram por diversas formas de transporte para chegar até o destinatário: pombo-correio, cavalos, navios, veículos motorizados e a internet.
Com o avanço das tecnologias e o surgimento de maneiras mais fáceis de se comunicar, as cartas escritas à mão perderam a popularidade, mas ainda são apreciadas por aqueles que gostam de gestos pessoais e utilizadas como forma de registrar formalmente informações e processos entre empresas, órgãos públicos e instituições.
Diferentemente de uma mensagem nas redes sociais, diversos fatores são levados em conta quando se pensa em estruturar uma carta, como o destinatário (quem irá receber o conteúdo), o nível de proximidade e o conteúdo. Estes fatores vão alterar a forma como o texto será escrito, seja a linguagem escolhida ou os dados descritos.
Por muito tempo, as cartas pessoais eram as mais utilizadas, seja para entrar em contato com um familiar distante ou para declarar o amor a alguém. Mas também existem dois outros tipos de correspondência: a empresarial (veiculada em um ambiente profissional) e a oficial (utilizada em instituições públicas e que muitas vezes não possui um destinatário único). Enquanto no primeiro caso a linguagem é coloquial e aborda assuntos mais íntimos, nos dois últimos a escrita é mais formal e impessoal, mantendo um distanciamento entre o remetente e o receptor.
Essas cartas ainda podem ser divididas entre outras categorias, como as de reclamação (expondo a insatisfação em relação a um produto para a fábrica, por exemplo), as oficiais (para formalizar uma informação) e de desculpas. Apesar do uso ter diminuído, é comum encontrar cartas abertas — seja para reforçar um posicionamento, agradecer alguém ou se desculpar — nas redes sociais, principalmente quando influenciadores ou empresas desejam expor uma informação.
Apesar de cada tipo de carta demandar características diferentes, alguns elementos fazem parte da maioria delas:
Cabeçalho:
Na maioria dos casos, identifica-se o local e a data em que a carta está sendo escrita. O nome do destinatário, o cargo e a identidade visual de uma empresa também podem ser encontrados no cabeçalho.
Encerramento:
A conclusão da carta, como uma despedida ou uma mensagem para o destinatário.
Corpo do texto:
É o conteúdo da carta. Aqui o tamanho e a organização podem variar de acordo com o objetivo que será transmitido.
Assinatura:
Nome do autor ou da empresa/órgão emissor.
Catanduvas, 9 de novembro de 2025
Queridos estudantes, Espero que vocês tenham aproveitado o evento da 2ª Jornada Literária! Os conteúdos foram pensados para destacar os melhores aspectos da cidade e valorizar os trabalhos feitos na rede municipal. A participação de todos vocês mostrou como a criatividade e o engajamento podem transformar a educação.
Com carinho,
Revista its Teens
Além de transformar uma mensagem em uma memória especial ou explorar a criatividade, como ao decorar a folha, escrever uma carta é também uma maneira de praticar a escrita e organizar as ideias. A comunicação está se tornando cada vez mais rápida: em poucos segundos é possível enviar diversos recados e criar postagens nas redes sociais. Por isso, a gramática e a concordância deixaram de ser prioridade nesses espaços, resultando em erros ortográficos e abreviações exageradas.
Você se torna “vc”, porque vira “pq” e beleza reduz para “blz”. Os exemplos são inúmeros. É claro que, nos ambientes virtuais, a informalidade e o humor (com limites) são parte da diversão, mas esse costume pode causar confusões na hora de escrever em uma prova ou em uma atividade na escola. Por isso é preciso ter hábitos que exercitem a clareza, a expressão de ideias e sentimentos, e o cuidado com o idioma, aspectos essenciais para ter uma boa comunicação. �
O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI:
evento literário reúne escolas e famílias para resgate histórico do município.
Tempo de leitura: 25 minutos
Fotos: Cristian Bittancourt
Um passeio pelos sabores e encantos que fazem deste lugar o lar de tantos catarinenses
POR LUAN TURCATI
Uma verdadeira imersão na cultura, história
e tradição
de Catanduvas
fez da 2ª Jornada Literária um sucesso. Carregada de pesquisa, criatividade, cores, sabores e aromas, a memória catanduvense está devidamente registrada e guardada na mente e no coração de todos que estiveram presentes no evento. Com a participação dos mais de mil estudantes de todas as escolas — municipais, estadual, particular e de ensino especial —, os visitantes foram bem recepcionados com atrações culturais, apresentações de teatros, danças e declamações.
Ao entrar no salão, cada instituição ocupou um estande e pôde expor seus trabalhos da maneira mais divertida, criativa e informativa. Alguns utilizaram galhos secos com fotografias penduradas, outros trouxeram chás, bolos à base de erva-mate, rodas de chimarrão, atrações tecnológicas — como robôs e impressões em 3D —, trabalhos em murais, desenhos para as crianças colorirem e muito mais. Um verdadeiro espaço de conhecimento e de aconchego para as famílias visitantes.
O trabalho foi desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação de Catanduvas desde o início de 2025. O que começou com o desafio de movimentar e de impulsionar alunos, responsáveis e profissionais resultou em um momento que ficará na memória de todos que compareceram, com reflexões, passeios, pesquisa, leitura e conversa, desde o berçário até o Ensino Médio. O encontro envolveu, de alguma forma, todos os estudantes e todos os componentes curriculares. Vamos conhecer os trabalhos feitos pelas escolas?
Os estudantes expuseram os trabalhos feitos em sala de aula
O evento movimentou toda a comunidade escolar e famílias dos estudantes
O resgate da história
Na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Augustinho Marcon, a vivência dos alunos e professores foi intensa, desde a preparação e o estudo até a realização do evento. Durante todo o ano letivo, a unidade viveu a pesquisa e o resgate histórico, o que trouxe entusiasmo, criatividade e emoção.
A diretora Ana Paula Fernandes explicou que, durante todo esse período, as turmas desenvolveram e apresentaram trabalhos de leitura, reescrita, ilustrações e produções textuais inspiradas na literatura e na valorização da cultura de Catanduvas. “O processo envolveu momentos de leitura compartilhada, rodas de conversa e pesquisa, que despertaram o protagonismo dos alunos e fortaleceram o vínculo da escola com as famílias.”
E falando em família, elas participaram ativamente. Ana explicou que pais, mães e responsáveis precisaram comparecer à escola em diversos momentos auxiliando nas produções, enviando materiais e compartilhando narrativas pessoais. “Muitos vieram para contar as próprias histórias. Foram momentos interessantes para os alunos e nostálgicos para os que moram há anos aqui”, comenta a profissional.
Entre os destaques estava a criação da aluna Luiza Begnini Sútil, 10, que fez uma cuia especial para a mostra. Dentro dela, escreveu um poema, coloriu e enfeitou o objeto sozinha, com canetinhas. “Gostei muito de fazer”, conta Luiza, orgulhosa de sua criação. Na participação da escola, as famílias encontraram um ambiente cheio de emoção, aprendizado e criatividade. “Foi uma oportunidade de apreciar o talento dos alunos e o trabalho conjunto da escola, dos professores e da comunidade. Foi prazeroso celebrar e viver o papel transformador da educação”, finaliza Ana Paula.
A escola envolveu todos os alunos, do maternal 1 até o quinto ano do Ensino Fundamental. De fotos, maquetes e linha do tempo, o trabalho marcou e construiu um novo capítulo na história de Catanduvas.
Fotos: Escola Municipal de Ensino
Básico (EMEB) Augustinho Marcon/Divulgação
Os espaços foram organizados e decorados pelas escolas
Túnel dos encantos
O encanto que tomou conta da EMEB Alfredo Gomes também se espalhou na 2ª Jornada Literária. A unidade apresentou o projeto “Túnel dos encantos de Catanduvas”, uma experiência sensorial e afetiva, unindo literatura, cultura e memória.
O espaço foi pensado para celebrar o amor pela cidade e valorizar a história do município. “O evento movimentou toda a escola e encheu cada cantinho de entusiasmo e expectativa. Foi um trabalho construído com muito carinho e comprometimento”, diz a assessora pedagógica Náyada Zucchetti Bongiovani. No túnel, o público foi convidado a caminhar entre as histórias, poesias, desenhos e produções. Entre os trabalhos expostos, o destaque ficou também para as produções das crianças nas aulas de Arte. “A professora pediu para desenharmos algo que representasse o evento. Eu desenhei uma cuia e uma chaleira, e coloquei a minha família tomando chimarrão. Gosto do chimarrão morno e doce! Fiz tudo sozinha”, afirma a aluna Sofia Manuela Grotto, 7. Junto com essas experiências estiveram o bolo e o beijinho de erva-mate, uma oportunidade única. E para aprofundar o resgate, um espaço com ervas e chás, cada uma com significado medicinal. A professora Maria Helena Macedo Knebel explica que a proposta surgiu a partir do tema “Histórias que plantaram Catanduvas”. “Imediatamente pensamos nas plantas medicinais e no quanto elas fazem parte da nossa cultura. Visitamos a Pastoral da Saúde, em Vargem Bonita, e aprendemos tudo sobre os usos e benefícios das ervas.”
O trabalho dos alunos também foi aprofundado com a literatura. Escrita de poemas, poesias e resgate das histórias. “Tudo foi exposto com muito orgulho”, comenta Náyada. E esse sucesso foi graças ao envolvimento coletivo. “Famílias, professores e alunos trabalharam juntos para criar algo significativo. Cada estande é uma viagem no tempo, revelando histórias guardadas no coração das famílias e lembranças dos nossos imigrantes. Foi um momento de orgulho e pertencimento para toda a comunidade escolar”, finaliza a assessora pedagógica.
Cada unidade escolar expôs algo que representa a cidade
Transformando memórias em aprendizados
História, literatura e tecnologia: esses três aspectos deram vida aos trabalhos da EMEB Professor Vitoldo Alexandre Czech. O estande da escola apresentou uma coletânea de produções inspiradas nas memórias da comunidade e nas obras do autor Pablo Moreno. O resultado? Um verdadeiro mergulho na literatura e nas raízes catanduvenses.
A diretora Maria Claudete Tonn Gervásio explica que o trabalho foi construído de forma colaborativa entre todos os professores e os alunos. As turmas do pré ao quinto ano se envolveram na produção. “A escola se organizou para que cada turma contribuísse com as atividades e que todos os trabalhos saíssem com qualidade. Foi um esforço em conjunto e o resultado ficou maravilhoso.”
Os trabalhos chamaram a atenção pela riqueza de detalhes. Maquetes da comunidade com as primeiras indústrias do Conjunto Habitacional Sebaldo Kunz, jornal do bairro, livros escritos pelos alunos e o espaço Maker Kids, uma parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) que levou impressora 3D, caneta a laser e legos.
O resultado foi possível porque o projeto foi elaborado com todos os professores, sempre pensando no resgate da história do bairro e na valorização do que é de Catanduvas. “Foram realizadas entrevistas com os primeiros moradores, contação de histórias e registros sobre como era a vida no início da comunidade, especialmente o trabalho dos tarefeiros, que foi a principal atividade da época”, conta a diretora.
Entre os relatos mais emocionantes que ajudaram a compor o trabalho estava o de Emília de Medeiros, avó de uma aluna da escola. Ela apresentou brincadeiras de infância e relembrou que o melhor presente que ela ganhou foi uma boneca de papelão. O relato de Maria Cristina Pereira, avó de outra aluna, também ajudou na composição do trabalho. Ela disse que o pai participou da Guerra do Contestado, período emblemático catarinense, em que o povo lutava para conseguir um pedaço de terra para viver.
Maria Claudete afirma que a 2ª Jornada Literária foi além de uma simples mostra de trabalhos. “Foi uma oportunidade de conectar as gerações. As famílias puderam reviver memórias, conhecer as produções literárias dos alunos e perceber o quanto o ensino pode unir passado, presente e futuro”, finaliza.
As famílias marcaram presença no evento
Pequenas histórias, grandes descobertas
Um convite ao encantamento. Esse foi o verdadeiro significado dos trabalhos apresentados pela Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Sonho de Criança. A preparação ao longo dos meses envolveu toda a comunidade escolar: professores, alunos e famílias. E foi com carinho e dedicação que um cenário de descobertas, imaginação e aprendizado foi criado.
Valorizar o protagonismo dos pequenos e reforçar o vínculo da escola com os responsáveis foram alguns dos objetivos alcançados. “Cada detalhe foi planejado para que as famílias percebessem o quanto as crianças evoluíram ao longo do projeto. Tudo foi feito com amor, dedicação e muito envolvimento”, destaca a diretora Marilene Aparecida de Oliveira. Na exposição, os visitantes conheceram ambientes lúdicos e interativos, inspirados nas histórias trabalhadas em sala de aula. “Trouxemos painéis ilustrativos, registros fotográficos e um livro, escrito pelos alunos e pelas famílias.”
A obra produzida pelos alunos tem o nome de “Pequenos olhares, grandes histórias de Catanduvas”. Foram 34 histórias de famílias organizadas pelas professoras, por meio da mala viajante — atividade realizada na unidade. Cada aluno recebeu um caderno para registrar memórias e vivências ligadas à história da cidade. “As histórias que recebemos são cheias de emoção e pertencimento”, diz a professora, Marcia Pasqualli.
O livro que estava em exposição é um esboço. Aos alunos será entregue o oficial, como recordação. Para a escola, o encontro foi mais que um grande evento, foi um momento de registrar histórias e fortalecer os vínculos familiares.
Vivências e descobertas
A EMEI Pato Donald atende crianças de quatro meses a três anos e vivenciou a experiência pela primeira vez. Todo o projeto foi pensado para estimular o desenvolvimento e a criatividade dos pequenos, levando em consideração a idade de cada aluno.
De acordo com a assessora pedagógica Cleunice Aparecida Gervásio, toda a equipe se envolveu desde o início, criando ambientes acolhedores e significativos. “Mesmo sendo muito pequenos, nossos estudantes conseguem se expressar por meio das vivências do dia a dia. Acreditamos que eles são os protagonistas do próprio desenvolvimento. Por isso, cada atividade foi planejada com muito carinho e intencionalidade.”
Na exposição, a escola levou maquetes das residências das famílias, poesias, paródias, livros com histórias contadas pelos pais, fotos das crianças em atividade e até um mapa de Catanduvas com releitura do pôr do sol. No estande também foi colocada uma experiência gastronômica com bolo de erva-mate e o cantinho do chimarrão. Um ambiente simples, acolhedor e com muito significado.
Cleunice enfatiza que o resultado desse trabalho é motivo de orgulho para todos. “Mostrou que, mesmo os nossos alunos sendo pequenos, eles já se conectam muito com a cultura de Catanduvas e com as nossas tradições. Uma vivência inesquecível.”
Os visitantes puderam compreender a história do município
Os visitantes puderam compreender a história do município
Os alunos reconstruíram as casas históricas da cidade
Fotos: Cristian Bittancourt
Fé, cultura e aprendizado
Desde os primeiros trabalhos até o fim da exposição, estudantes, profissionais e responsáveis da Escola Luterana Cristo Redentor se envolveram com entusiasmo. Cada atividade foi pensada, criada e executada em momentos de aprendizado e emoção. O evento representou para a escola mais do que uma mostra de trabalhos escolares. “As crianças, famílias e professores estavam ansiosos para mostrar as atividades. Cada detalhe foi pensado com dedicação e isso fez toda a diferença”, explica a coordenadora pedagógica Carla Patrícia Garbin Bressiani.
Na Educação Infantil, os alunos trabalharam com a erva-mate. Os pequenos e aqueles do primeiro ano mergulharam em entregar produções artísticas, experimentos e poesias visuais. Na exposição foram colocadas fotos dos devocionais diários e das orações feitas em família.
No Ensino Fundamental, as produções foram ainda mais elaboradas. O sétimo ano produziu cordéis; o quinto e o oitavo, paródias; e o nono ano apresentou o teatro “Catanduvas: o início”, que revisitou a história da cidade. “Cada turma teve liberdade para expressar suas ideias, mas todas seguiram uma mesma proposta”, afirma Carla.
Além das pesquisas e das artes produzidas, a escola buscou entender o impacto dos devocionais nas famílias. Segundo a assessora, o resultado foi surpreendente, com o reforço no elo entre a fé, a comunidade escolar e a educação. “Nossos visitantes encontraram um ambiente acolhedor, repleto de significado e conexão com a espiritualidade”, conclui.
Para os participantes foi mais que uma mostra de trabalhos, foi um incentivo para fazer a diferença
Fotos: Cristian Bittancourt
Vivência, trabalho e inspiração
O trabalho com as ervateiras foi o pontapé para a Escola de Jovens e Adultos (EJA) de Catanduvas. Um projeto com identidade, criatividade e valorização do trabalho da comunidade. A diretora Alessandra Wanessa Colla explica que a ideia nasceu junto com o evento. “Quando recebemos a proposta, pensei em algo que fizesse sentido para os nossos alunos. Muitos deles trabalham nas ervateiras, com transporte ou na produção. Então decidimos que o tema central seria a erva-mate.”
Com o tema em mãos, alunos e professores trabalharam produções de textos, rimas, cordéis, desenhos, trabalhos de informática e criações em 3D. A diretora explica que a rotina dos estudantes é dinâmica, em que cada dia da semana eles têm um componente curricular diferente e com horários variados. “Temos desde adolescentes que vieram do ensino regular até adultos e idosos que retornaram aos estudos porque as empresas passaram a exigir a conclusão do Ensino Médio.”
Para que o trabalho pudesse ser um sucesso, foi preciso uma forte rede de apoio.
As ervateiras da cidade contribuíram com doações de materiais, cuias, ervas e kits personalizados. “Elas foram fundamentais. Tudo o que precisamos, sempre há alguém disposto a ajudar”, destaca Alessandra.
Junto com os trabalhos literários, os alunos colocaram a mão na massa para preparar o espaço da escola, reformando banquinhos antigos com retalhos de tecidos, montagem de arcos e toda a decoração. “É impressionante a habilidade deles. Coisas que, para nós, levariam horas, eles resolvem em minutos. Trabalhar com essa turma é gratificante, eles têm uma vontade enorme de aprender e contribuir”, finaliza a diretora.
Cada parte do legado catanduvense foi exaltado durante o encontro
A programação contou com apresentações teatrais, danças e declamações
História viva e pertencimento
Pesquisa, arte, memória e muita emoção foi o resumo do trabalho desenvolvido pela Escola de Educação Básica (EEB) Irmã Wienfrida na 2ª Jornada Literária. O projeto foi dividido por áreas do conhecimento e o estande da escola foi um retrato da identidade de Catanduvas.
A diretora Zenilde Aparecida da Silva explica que os preparativos começaram com muito envolvimento da comunidade escolar. “Os professores organizaram as produções e os alunos estavam prontos para as apresentações. Nosso espaço foi dividido entre Linguagens e Humanas, o que possibilitou um olhar interdisciplinar sobre a história e a cultura da nossa cidade.”
No componente curricular de Arte, a escola apresentou a galeria “Catanduvas na tela”, com releituras artísticas das fotografias feitas pelos alunos em diferentes pontos do município. Em Educação Física, o destaque foi para a exposição “Esporte e tradição”, que trouxe entrevistas sobre a vivência esportiva da cidade.
Na área de humanas, um documentário sobre a história do município e a formação dos bairros. Em Língua Portuguesa, poesias e memórias escritas e declamadas deram vida às produções dos alunos. O ponto alto foi o projeto “A poesia na sacola”, em que os trabalhos foram colocados em ecobags confeccionadas e personalizadas pelos próprios alunos.
O projeto “O lugar que vivo” foi reinterpretado pelos alunos com o título “A escola onde estudo”. Os estudantes, divididos em grupos, trouxeram histórias de turmas antigas, com fotos, entrevistas e uma galeria de moletons. Outro grupo pesquisou a origem do nome da escola e, com a inteligência artificial, recriou a imagem da freira Irmã Wienfrida. Na pesquisa veio também a atual reforma da escola, entrevistando profissionais envolvidos nesse trabalho.
Na abertura, o público ficou emocionado com o teatro “Catanduvas: terra de pioneiros, luta e heranças”, apresentado por alunos do Ensino Fundamental. A dança “Ritmos de Catanduvas” e a peça “Tricô literário: tecendo laços com o passado” também foram verdadeiros espetáculos. “As fontes históricas ainda estão entre nós, e ver alunos e famílias se reconhecendo nas poesias, entrevistas e documentários foi emocionante. Na culminância, todos os olhares catanduvenses estavam voltados para o orgulho de pertencer a esta terra que tanto amamos”, conclui a diretora.
Fortalecimento da educação e da união nas famílias
Leda Maria de Almeida é assessora pedagógica da rede municipal e, para ela, a 2ª Jornada Literária foi representativa e foi além de um evento educacional. “Foi a concretização de um sonho compartilhado com escolas, professores, alunos e famílias.” Desde o início, o projeto foi pensado com o propósito de ultrapassar os muros da escola e levar a aprendizagem para a casa de cada aluno e morador de Catanduvas.
O primeiro passo foi a reunião com a secretária de Educação, em maio, para pensar em um projeto que realmente envolvesse toda a comunidade. “Os trabalhos dentro das escolas já acontecem de forma maravilhosa, mas queríamos que a comunidade também participasse, que visse de perto o quanto a educação transforma.”
O sentimento é de orgulho e realização. “Ao olhar tudo isso, me sinto muito feliz. O que vimos aqui é apenas uma parte da construção, porque o principal aconteceu antes, na dedicação diária de cada professor, no brilho dos olhos de cada aluno e na participação das famílias”, finaliza Leda, afirmando que esse foi um novo capítulo na educação de Catanduvas.
E em 2026?
Para o ano que vem, um novo desafio. “Vamos sentar com a equipe, fazer avaliações, ver o que deu certo e o que precisa ser melhorado e já começar o planejamento”, finaliza a secretária municipal de Educação, Dilcéia Spuldaro. �
REFERÊNCIAS NASCIDAS NOS QUADRINHOS
MAIS DO QUE PERSONAGENS, ESSES SUPER-HERÓIS
SÃO ÍCONES MODERNOS, COM HISTÓRIAS QUE
ATRAVESSAM GERAÇÕES
POR GUSTAVO BRUNING
Algumas histórias são atemporais, contadas há gerações e responsáveis por nos ensinar lições valiosas. Há aqueles livros, filmes e séries que nos encantam por nos levarem em viagens por mundos fantásticos, enquanto outros deixam a sua marca por despertar emoções e sensações, como curiosidade e suspense. Tudo isso se mistura, há mais de 100 anos, nas histórias em quadrinhos, que são o palco de um tipo de personagem que está mais em alta do que nunca: o super-herói.
Hoje essas figuras poderosas estão por todo lado, estampando mochilas, estrelando superproduções de cinema e dando as caras em jogos de videogame. Seja combatendo o crime ou ensinando os outros a dominar suas habilidades, os super-heróis existem nas mais diversas formas e estilos. Por mais que compartilhem características em comum, como o senso de justiça, cada um tem uma personalidade e bagagens diferentes. Conheça um pouco sobre heróis que nasceram nos quadrinhos e já fizeram história!
Homem-Aranha
Primeira aparição nos quadrinhos: 1962
Enquanto muitos heróis são introduzidos como adultos experientes, com responsabilidades ligadas à carreira, casa e família, o Homem-Aranha se destaca por ser justamente o contrário. Quem está por trás da máscara, na primeira e mais popular versão deste personagem da Marvel Comics, é Peter Parker, um estudante que navega pelos desafios da escola ao mesmo tempo em que defende os moradores de Nova York. Apelidado de “amigo da vizinhança”, ele usa os poderes — que adquiriu após ser picado por uma aranha modificada geneticamente — para impedir crimes do dia a dia e enfrentar figuras bizarras, como o Duende Verde, Abutre e Venom.
O aracnídeo já ganhou uma infinidade de desenhos animados, mas foi a trilogia de filmes live-action, lançada entre 2002 e 2007, a responsável por fazê-lo renascer. Ele protagonizou outros cinco longas-metragens com atores em carne e osso desde então, e o nono está previsto para 2026.
Outra versão do herói, que coloca o jovem Miles Morales ao centro da trama e vestindo uma roupa ainda mais estilosa, surgiu nos quadrinhos em 2011 e ganhou os fãs, migrando para o cinema em 2018 na animação “Homem-Aranha Através do Aranhaverso”.
OUTROS HERÓIS NOTÁVEIS DA MARVEL COMICS
• Homem de Ferro
• Capitão América
• Thor
• Capitã Marvel
• Hulk
• Demolidor
Superman (Clark Kent)
Primeira aparição nos quadrinhos: 1938
Quem disse que é preciso de um disfarce mirabolante para esconder uma identidade secreta? No caso do Superman, apenas um par de óculos é suficiente para transformá-lo em Clark Kent e impedir que o vilão Lex Luthor descubra seu segredo. Com um traje azul e vermelho, uma capa intimidante e uma letra “S” gigante no peito, o herói trabalha como jornalista quando não está protegendo a cidade de Metrópolis. Seus poderes incluem superforça, visão de raio-x, velocidade supersônica e muito mais. Como se não bastasse, ele também é capaz de voar!
O ícone da DC Comics pode ser considerado a maior referência quando se trata de super-heróis, tanto pelos seus quadrinhos clássicos quanto pelo legado que acumulou em quase 90 anos. Suas histórias trouxeram elementos que até hoje são incorporados nas HQs, como conflitos sobre pertencimento, defesa dos bons valores e os desafios da dupla identidade.
Com o simples título “Superman”, o mais recente filme do herói, de 2025, marcou a estreia de uma nova versão, trazendo uma história simples e fiel à essência do personagem. Antes disso, ele já teve adaptações de todos os tipos para o cinema, desde os anos 1940. O longa-metragem mais prestigiado é “Superman: O Filme”, de 1978, enquanto a versão mais popular, atualmente, é introduzida pelo diretor Zack Snyder, em “O Homem de Aço”, de 2013.
OUTROS HERÓIS NOTÁVEIS
DA DC COMICS
• Batman
• Mulher Maravilha
• Lanterna Verde
• Aquaman
• Ciborgue
• Flash
X-Men
Primeira aparição
nos quadrinhos: 1963
Se tem algo que combina com histórias em quadrinhos são embates entre super-heróis. Ocasionalmente essas disputas grandiosas ocorrem entre equipes, quando personagens enfrentam dilemas e são colocados em lados opostos. Muitas vezes, porém, as batalhas ocorrem dentro dos próprios times. Entre os X-Men, um grupo de mutantes com as mais variadas habilidades, as diferenças são imensas, mas as últimas seis décadas mostraram que sempre há espaço para a união.
A formação dos X-Men, publicados pela Marvel, variou conforme a época, passando por constantes alterações. Entre os membros mais famosos estão Wolverine, Jean Grey, Tempestade, Ciclope e Professor X, que foram os escolhidos para a primeira adaptação live-action, em 2000. A franquia já rendeu 13 filmes desde então e deve ser repaginada nos próximos anos, passando a integrar o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel).
OUTRAS EQUIPES DE HERÓIS NOTÁVEIS
• Vingadores
• Liga da Justiça
• Quarteto Fantástico
• Guardiões da Galáxia
• Jovens Titãs
• Thunderbolts �
Depois de passar horas mergulhando na história dos personagens, chegar ao fim de um livro pode trazer uma mistura de sentimentos: a alegria por concluir a leitura e também uma pontinha de tristeza por se despedir de algo que já fazia parte da rotina. Mas será que precisa mesmo terminar por aí?
Compartilhar opiniões e gostos com os amigos é algo que fortalece a relação, seja aquele cantor que não sai da playlist ou o filme que você corre para ver quando chega ao cinema. E quem prefere se aprofundar no mundo da leitura não fica de fora: ao participar de clube do livro, é possível trocar ideias, ter novas perspectivas e prestar atenção em detalhes que podem ter passado despercebidos.
E os benefícios não param por aí. Conversar sobre a história lida ajuda a desenvolver habilidades de argumentação e pensamento crítico. Além disso, participar de encontros mensais é uma oportunidade de ampliar o repertório literário, ao explorar gêneros e autores que ainda não conhecia; fortalecer o hábito da leitura, cultivando um hobby saudável no seu cotidiano; melhorar a concentração e a interpretação, afinal, você vai precisar discutir o enredo; estimular a criatividade; e aumentar a socialização, conhecendo novas pessoas e estabelecendo amizades.
ENTRE PARA O CLUBE!
Agora que você já entendeu como um clube do livro pode contribuir para o seu desenvolvimento e diversão, chegou a hora de algumas dicas para fazer o seu próprio:
Reúna os participantes
Fale com amigos, colegas de classe ou outros estudantes da escola e convide aqueles que têm interesse em leitura ou buscam adquirir esse hábito. Montar um grupo de quatro a seis pessoas é ideal para começar e criar laços mais fortes, em que cada integrante pode ser ouvido. Nesse meio tempo, pense em um nome criativo para o clube.
Escolha os livros
Defina o local e as datas
Seja na escola, na biblioteca da cidade, na casa dos colegas ou em reuniões online, escolha um local de encontro que fique bom para todo mundo. Pense também em na frequência dos encontros: pode ser a cada 15 dias ou uma vez no mês.
Confira dicas na internet, dê uma olhada no acervo da escola, o que está disponível na biblioteca municipal ou até mesmo o que cada um tem em casa e monte uma lista dos livros que serão discutidos. Uma dica é começar com histórias mais leves e depois ir introduzindo as mais densas.
Prepare o bate-papo
Antes de acontecer o encontro, defina com os participantes os pontos que serão discutidos. Pode ser a construção dos personagens, o enredo da história ou os pontos que acharam mais interessantes. Para isso, faça algumas anotações das partes que chamaram a atenção durante a leitura. Pesquise também o perfil do autor e se ele já comentou sobre o livro, para entender o perfil da obra. Lembre-se que o clube deve ser um lugar para que todos compartilhem sua experiência com o livro, e não existe certo ou errado quando se trata de arte. Sendo assim, é importante respeitar a opinião dos colegas, mesmo que você não concorde naquele momento. Entender o ponto de vista do outro é também uma oportunidade para ver as coisas de maneira diferente e ampliar o conhecimento.
Além da conversa
Para deixar o momento ainda mais especial, faça registros dos encontros, seja com fotos, vídeos ou até mesmo resumos de como foi o bate-papo. Pense também em atividades para fazer depois da reunião, como um “dever de casa”. Algumas opções são assistir a um filme inspirado no livro, escrever cartas como se fosse um dos personagens, criar um quiz sobre a obra ou compartilhar as frases favoritas nas redes sociais. O que vale é continuar engajando a leitura e estimulando outras pessoas a participar. �
Você sabia que a animação da Disney “Moana” é inspirada na cultura e tradições da Polinésia? As canções, as danças e a forte conexão do povo com a natureza são retratadas de forma divertida e em uma emocionante aventura. Assim acontece em outros longas, como “Rio”. Na animação, que mostra a saga de duas araras azuis no Rio de Janeiro para sobreviver e perpetuar sua espécie, além de toda a trama, podemos observar a nossa cultura — Carnaval, samba e muitas cores — sendo retratada pela visão dos pássaros.
Mas o Brasil não se resume somente a essas festividades e simbologias, pois cada Estado, assim como cada cidade, possui costumes característicos. Catanduvas não fica de fora. Essa cidade, que foi caminho e passagem para muitos, recebeu e integrou diversas culturas, resultando em um legado único. Vejamos as principais tradições do município.
Chimarrão
A cidade nasceu a partir do cultivo da erva-mate, então é quase impossível não falar dessa bebida tão prestigiada pelos nativos. O chimarrão não é apenas uma bebida, é a própria identidade cultural de Catanduvas. O município historicamente possuía vastos ervais, o que favoreceu o extrativismo da erva e impulsionou a criação das primeiras indústrias de erva-mate da região.
Esse legado é celebrado anualmente na Festa do Chimarrão, que não só homenageia o produto econômico, mas também representa a aculturação de diversos povos que por ali passaram e ficaram. O chimarrão, compartilhado em rodas, simboliza a união, a hospitalidade e a forte conexão da cidade com suas origens e com o tradicionalismo sulista.
Se o chimarrão é o símbolo, o tradicionalismo gaúcho é o principal costume que pulsa na vida social de Catanduvas. O CTG é uma instituição muito forte na região, servindo como polo para a manutenção e celebração da cultura sulista.
É comum ver a população engajada em danças tradicionalistas, que são ricas em história e passos marcados. Essa cultura forma um verdadeiro combo de tradições que inclui o inseparável chimarrão, as danças gaúchas, o autêntico churrasco e o saboroso arroz tropeiro. Esse conjunto de costumes evidencia a forte influência dos imigrantes oriundos do Rio Grande do Sul na formação cultural e social do município.
Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Comidas
típicas
A identidade gastronômica de Catanduvas é um delicioso reflexo da sua história de passagem e fixação de diferentes etnias. Enquanto o tradicionalismo gaúcho trouxe o churrasco e o arroz tropeiro, a forte presença de imigrantes de origem italiana enriqueceu a mesa com elementos essenciais para a alimentação da população.
Pratos como a polenta, o macarrão com molhos ricos, os salames e o torresmo se tornaram componentes alimentares muito importantes e presentes no dia a dia. Além disso, o pinhão, como em toda a região serrana, é um forte elemento econômico e um complemento de alimentação indispensável durante o inverno. �
*Com informações da historiadora Wanicler Terezinha Martins
“Se começa com ‘uai’ deve ser de Minas Gerais.” A frase dita pelo Ralph — personagem do filme “Detona Ralph” — parece ser redundante, mas você já parou para pensar que cada canto do Brasil tem um dialeto, um sotaque e expressões diferentes?
A diversidade de culturas no país é perceptível de muitas maneiras, mas a linguagem é ainda mais chocante, pois ao viajar de um Estado para outro pode-se encontrar dificuldades na comunicação — até mesmo para comprar um pão na padaria. Sem falar em expressões de exclamação que variam desde o gauchesco “bah!”, ao mineiro “uai”. O mais incrível é que não precisamos ir muito longe para achar essas diferenças culturais, pois às vezes sua própria cidade tem um jeito único de falar.
Catanduvas, conhecida hoje como a “Capital Catarinense do Chimarrão”, possui um vocabulário que reflete sua história. A região foi uma das últimas em Santa Catarina a ser colonizada, e sua formação populacional é marcada pela presença de imigrantes italianos (em sua maioria), alemães e poloneses oriundos, principalmente, do Rio Grande do Sul. Essa diversidade criou um dialeto único, com raízes dos imigrantes, uma inegável influência gaúcha e dos nativos da região, que se manifesta em certas entonações e na escolha de palavras.
INTICAR
Provocar alguém.
PINCHAR
Jogar ou alcançar um objeto.
Que não é con ável.
Para quem nasceu e vive no município, as palavras a seguir são mais do que comuns, mas para o restante do Estado (e talvez do país) elas tenham outro significado (ou nem existam). �
O dialeto também é rico em interjeições que expressam espanto, susto ou reprovação, como “cruiz credo”, “crendios pai”, “Deus do céu”, “mãe santa” e “santo Deus”. Já os termos como “cramenta” e “pario” são outras exclamações regionais que adicionam tempero e emoção à fala local.
*Com informações da historiadora Wanicler Terezinha Martins
JAGUARA
Seja após ter um sonho criativo, ver algo interessante na rua ou até mesmo se inspirar em um filme, é provável que a maioria das pessoas já tenha desejado criar uma história mirabolante para chamar de sua. O início de todo livro começa de forma simples: com uma ideia.
Desde as primeiras anotações, o escritor dedica horas, dias, meses e até mesmo anos para concluir a trajetória de sua narrativa, seja de ficção ou inspirada em aspectos do dia a dia. Embora o autor seja o protagonista desse processo, um livro nunca se conclui sozinho. E para garantir que a obra chegue até você, seja em um livro físico ou um e-book, diversas pessoas fazem parte dessa jornada.
Além da imaginação do escritor, é preciso o olhar de outros profissionais para que o livro saia de um simples manuscrito para uma obra pronta para ser lida e apreciada. Conheça o papel de alguns deles:
EDITOR Esse é o profissional responsável por acompanhar o autor nesse processo, orientando-o, verificando se precisa fazer alterações e coordenando-o nas próximas etapas.
REVISOR Antes de seguir em frente com o livro, é importante verificar se a linguagem está de acordo com as normas gramaticais, tornar a estrutura do texto com maior entendimento e, em caso de obras baseadas em fatos, checar as informações.
ICONÓGRAFO É ele quem faz a pesquisa e a organização das ilustrações, pensando em fotos, desenhos, animações e gravuras que servirão de inspiração para o que irá acompanhar o conteúdo do livro.
DESIGNER Com as ideias em mãos, é o profissional que criará a capa e a identidade visual da obra, escolhendo o tipo de fonte, papel, tamanho e textura do material.
ILUSTRADOR É quem elabora e cria as ilustrações do livro, como desenhos, gráficos e outras imagens.
DIAGRAMADOR Seguindo as instruções do designer, o diagramador organiza o texto, as imagens e os elementos da forma que as informações serão apresentadas nas páginas.
GRÁFICA
MARKETING
DISTRIBUIDORA
Empresa que imprime as páginas, encaderna o livro, verifica se as cores estão corretas, se os cortes estão certos e dá o formato final da obra.
Equipe que cuida da promoção do livro, divulgando-o para a mídia, planejando campanhas de divulgação, criando posts nas redes sociais e organizando eventos de lançamento.
Após a impressão, é necessária uma empresa que faça a ponte entre a editora e os pontos de venda, como livrarias físicas e lojas online. Os funcionários organizam o transporte e ajudam na ampliação da obra.
ANTRADUTOR No caso de livros publicados em outros idiomas, um profissional é responsável por adaptar o conteúdo na língua desejada, levando em conta o contexto, o sentido, o tom e a emoção do texto original, e não apenas trocando as palavras pelo termo equivalente. �
EEB IRMÃ WIENFRIDA
VEJA AS AÇÕES NAS ESCOLAS QUE MOVIMENTARAM OS ESTUDANTES DURANTE O ANO.
Entrevista com avós de estudante para a "Jornada Literária"
Trabalho de Artes: Catanduvas na Tela
ESCOLA LUTERANA CRISTO REDENTOR
árvore da oração
Aniversário de Catanduvas
passeio escolar
passeio escolar
Caminho da Educação Luterana em Catanduvas
EMEB PROFESSOR VITOLDO ALEXANDRE CZECH
EMEB AUGUSTINHO MARCON
Primeiros e segundos anos participaram de uma conversa com a senhora Mercedes Aires Bucco sobre a chegada das primeiras famílias em Catanduvas e o modo de vida da época
Alunos do Pré I fazendo uma visita no acervo histórico dos objetos antigos do senhor Tiago Leite
Alunos do Maternal 2 integral realizando a coleta de folhas de erva mate
Maternal 1 realizando a atividade "Chá dos avós" com relatos da chegada na cidade e suas primeiras moradias, contextualizada com a história dos "Três porquinhos"
Pré 1, matutino e vespertino participando do desfile de 7 de setembro com a temática: Ervateiras de Catanduvas
Berçário 2 explorando a erva-mate
Berçário 1 explorando a cor vermelha através da literatura "Chapeuzinho Vermelho"
Berçário 1 apreciando a natureza de Catanduvas
Maternais 1 e 2 conhecendo os pontos turísticos de Catanduvas
Berçário 2 saboreando um chimarrão
Berçário 2 explorando a erva-mate
APAE
EMEI SONHO DE CRIANÇA
EMEB ALFREDO GOMES
Era uma vez um bairro no finzinho da cidade, Onde mora muita gente cheia de sonhos e bondade.
Era uma vez a riqueza contra a simplicidade, Uma mostrando para a outra quem dará mais felicidade.
Pra gente ser feliz, tem que morar no bairro Sebaldo Kunz, Fazer amigos de verdade, um lugar cheio de amor.
Vidas misturadas e alegria só têm a ver
Com quem já morou nesse bairro um dia.
Minha
querida cidade Sebaldo Kunz
O lugar onde eu vivo, Minha querida Catanduvas, Tem um povo ativo
E muitas aventuras.
A minha cidade
É linda e deslumbrante.
Com a cor do sol, Parece um diamante.
O bairro Cidade Jardim
É tão lindo que se parece
Uma flor de jasmim.
E os dias aqui parecem não ter fim.
Por Agata Vitória da Roza Lemes
Estudante do terceiro ano da EMEB Professor Vitoldo Alexandre Czech
Por Valentina Henzi Poier
Estudante do terceiro ano da EMEB Augustinho Marcon
Sapiencias de Catanduvas
Por Laura Dacheri Masquio, Maria Camilly Guerra Medeiros, Maria Cecília Salvador
Pancera e Sofia Poier Basso
Estudantes do sétimo ano da Escola Luterana Cristo Redentor
Entre descobertas e planos
Por alemães e italianos, Em 1917 a vida encontramos. Com chimarrão comemoramos, E o município só aumenta
A cada passo que andamos.
Há mais de 15 anos, Esse ar que respiramos Com lutas conquistamos. Essa escola inauguramos, Com força e dedicação Educando para a vida, Formando o cidadão, 16 de março é data marcante
O ensino e a tradição celebramos Esses aniversários importantes. As crianças brincando, Os adultos dançando, E todos cantando Esse hino que tanto gostamos.
Sobre cultura e tradição, agora é bão! No inverno tem pinhão e quentão. Quando longe, saudade e aperto no coração.
Na terra plana, água santa e chimarrão. Em Lutero a escola se inspirou, A partir daí tudo se formou E, assim, nossa história prosperou! �