its 147 - maio

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EDIÇÃO 147

ITSPORTS

GYMNASIADE 2018 ESCOLA ABERTA

Santa Catarina Edição 147 2018 - R$9,50

DE CABEÇA NAS ELEIÇÕES

Acima da

MÉDIA

DE ACORDO COM PESQUISA, ATÉ 5% DA POPULAÇÃO MUNDIAL PODE SER DIAGNOSTICADA COM ALTAS HABILIDADES




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CULTURA POP

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ITSPORTS

ESCOLA ABERTA

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Nas primeiras horas de divulgação do mais novo clipe da Pabllo Vittar, o vídeo no YouTube ultrapassou mais de um milhão de visualizações. Construído todo em preto e branco, o clipe aborda a homofobia e a dificuldade das pessoas LGBTQ+ sofrem no Brasil.

Em março de 2017, a Snap, empresa do aplicativo Snapchat, tentou chegar ao mercado com um novo produto: óculos com câmeras laterais e voltadas para criar snaps chamado Spectacles. Os reviews foram bem positivos, mas isso não garantiu que o produto fosse um sucesso, pelo contrário, a inovação rendeu um prejuízo estimado à empresa de U$ 40 milhões.

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Marlon Silveira tem 15 anos e está no 1º ano da Escola de Educação Básica Professor Silveira de Matos, em Santo Amaro da Imperatriz. É fã de Rick and Morty, gosta de filmes de viagem espacial como Interestelar e não curte muito biologia. A essa altura, você já deve ter ligado os pontos e entendido que Marlon tem Superdotação, mas ele é como todos nós nessa idade: assiste a desenhos e filmes, não gosta de determinada matéria e fica tímido ao dar entrevistas, apesar de falar super bem.

Santa Catarina contou com 15 atletas na delegação brasileira que participou da Gymnasiade 2018, em Marraquexe, no Marrocos, de 2 a 9 de maio. A competição é voltada para atletas entre 15 e 18 anos de idade. Além disso, três técnicos representantes do estado também fizeram parte da delegação, por terem sido campeões em suas modalidades: Erickson Busatto, no taekwondo, Regina Ribeiro, no xadrez, e Eurico Schopchaki, do caratê.

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Uma grande parte dos jovens, graças às notícias e opiniões desinformadas, acaba achando que a política e a administração pública são coisas ruins e, por isso, se afastam do dever de votar e de se informar sobre os temas. Mas que tal ter uma opinião própria e baseada em fatos?

Éramos grudadas como irmãs siamesas. Sentávamos uma ao lado da outra na sala, no recreio fazíamos o controle da dieta juntas, passávamos as tardes colocan­do a fofoca em dia pelo celular, e a noite não terminava sem um aviso de “até amanhã”, via SMS. O que essas duas tanto conversam? – questionavam os pais. Tudo! Discu­tíamos as dúvidas, os medos, os sonhos, os amores e os traumas – dividíamos uma vida.

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EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Superintendente Reynaldo Ramos Jr. | reynaldo@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br

JÉSSICA STIERLE

A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Coordenador Núcleo Jovem Gilvan Saragosa Junior | gilvan.jr@ricsc.com.brr Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Eduardo Motta Supervisora de Distribuição Marina Rosa - distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste Eliane Salete Sante Mattos | eliane.mattos@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Robson Fiamoncini Cordeiro | robson.cordeiro@ricsc.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br

Conhecer o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação foi como ser teletransportada para um dos enredos X-Men. Ao mesmo tempo em que as habilidades em determinadas áreas fossem claras, ainda assim todos ali eram adolescentes normais, com seus medos, ansiedades e conflitos, meio o cenário que encontramos na história dos mutantes, ainda que com uma lógica mais aplicada do que o normal ou um traço aguçado, os personagem da vida real e da ficção tinham seus sonhos, seus desejos e suas descobertas de mundo como qualquer outro adolescente da sua idade. No final das contas, conhecer o NAAHS me fez ter uma certeza: todos precisam de um professor Xavier. Por mais que eu e você tenhamos as nossas capacidades ou habilidades, sendo elas altas ou mínimas, precisamos de um mentor, de alguém que nos aponte o caminho, que reconheça nossas diferenças ou dificuldades. Talvez a sensibilidade encontrada pelos corredores do NAAHS seja o que eu encontrei, sensibilidade essa que ultrapassa qualquer habilidade dada ao intelecto das crianças e adolescentes do lugar. Talvez o que falte hoje na educação seja justamente isso, sensibilidade em ensinar e sensibilidade em aprender. Não precisamos ir longe para ter um enredo de super-heróis e gênios de um mundo improvável/proO SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, vável, podemos tê-los ao nosso redor ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: dentro da nossa própria sala de aula. Marília Mendonça - Ausência Espero que você curta esta edição mais Shawn Mendes - In My Blood The Weeknd - Call Out My Name do que nós curtimos planejar e aprender. Silva - Não Vá Embora

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 71.922 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (48) 3212-4026 Pontos de distribuição: Escolas Estaduais da Rede de Santa Catarina e colégios parceiros Florianópolis COC Floripa Energia Terceirão Colégio Bom Jesus Colégio Catarinense CEB (Centro Educacional Barreiros) Itajaí Energia BC Unificado BC Colégio São José Colégio Salesiano Joinville Colégio Cenecista José Elias Moreira Colégio dos Santos Anjos Blumenau Colégio Energia Colégio Barão do Rio Branco Chapecó/Xanxerê Colégio Trilingue Exponencial Colégio La Salle Criciúma Marista Criciúma

@jestierle

OS CULPADOS

EDINÉIA RAUTA

PRISCILA SOUZA

GEORGE FRANÇA

RENATA BOMFIM

LUCAS INÁCIO

MARIANA EMERIM

THIAGO MARTHENDAL

MATEUS SILVEIRA

VINCENT SESERING REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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REDES SOCIAIS

Quer aparecer com a galera aqui na seção Instagram? Mande a sua foto pra gente por inbox: facebook.com/revistaits

EEB BARÃO DO RIO BRANCO

EEB FELISBERT O Palmitos

DE CARVALHO

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Urussanga

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Luana Teixeira Bruna Moretto

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Alunos do 2° an

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REALIDADE AUMENTADA

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Com 12 anos de circulação a gente entende do que faz e faz para motivar a educação catarinense, por isso este ano tem novidade! É a Realidade Aumentada, uma super tecnologia e proposta para estreitar laços entre a revista impressa e a tecnologia através da sua escola!

A partir deste ano, quando você encontrar esse símbolo nas páginas da revista its, saiba que você e a sua comunidade escolar contaram com uma experiência sensacional, com conteúdos que saem do papel e passam para áudio e vídeo do que de melhor acontece nas escolas do nosso estado.

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Você também pode participar, enviando vídeos e fotos do que acontece na sua escola através das nossas redes sociais para aparecer por aqui e fazer parte dos conteúdos mensais! Afinal de contas, todo mundo quer saber o que rola no pátio das outras escolas.

Basta baixar o aplicativo “ ddr ric - revista eletrônica” na Play Store ou “ddr ric”, na loja da Apple, posicionar o leitor sobre o código e curtir os conteúdos publicados.

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É fácil, é rápido e a gente acredita que você vai curtir! Mande conteúdo para dar visibilidade a projetos e iniciativas que acontecem aí na sua cidade Revista its: é na escola que a gente acontece


CULTURA POP

¿QUÉ PASA, DEMI?

INDESTRUTÍVEL

NOVO CLIPE DA PABLLO VITTAR Nas primeiras horas de divulgação do mais novo clipe da Pabllo Vittar, o vídeo no YouTube ultrapassou mais de um milhão de visualizações. Construído todo em preto e branco, o clipe aborda a homofobia e a dificuldade que pessoas LGBTQ+ sofrem no Brasil. Para compor o enredo do clipe, “Indestrutível” conta a história de um menino que sofre bullying e preconceito pela sua opção sexual, enquanto Pabllo aparece sentada cantando sua música. No final, o menino reconstrói a sua imagem e aplaude Pabllo, porque ele soube que, apesar de todo preconceito, ele ainda é “Indestrutível.”

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Para quem passou os primeiros meses do ano ansioso pela espera do show de Demi Lovato no Brasil, no mês passado, viu suas expectativas irem por água abaixo. Isso porque a cantora anunciou, ainda no início do mês, que os shows divulgados para o mês de abril foram remarcados para novembro, por problemas na produção. De acordo com uma nota divulgada no seu Instagram, a turnê “Tell Me You Love Me”, que também aconteceria no Equador, Costa Rica e Panamá, foram canceladas e não devem ser remarcadas, como no Brasil e em outros países. As novas datas são: 19 de novembro, em São Paulo (Allianz Parque); 21 no Rio de Janeiro (Jeunesse Arena); 24 em Recife (Classic Hall) e 27 em Fortaleza (Centro de eventos do Ceará).


BEYONCÉ + COACHELLA = O SHIPP DO ANO! A combinação #Beychella levou o público do tradicional festival de música da Califórnia ao delírio com o retorno da rainha aos palcos, depois de tirar dez meses após o nascimento dos gêmeos. Para quem ficou quase um ano parada, o retorno foi triunfal, no maior e melhor estilo Queen B. O show teve muitas participações especiais, a primeira foi a do maridão, Jay-Z que subiu ao palco para cantar Deja Vu, mas para o delírio dos fãs, houve um reencontro épico: as Destiny`s Child apareceram juntas cantando os hinos que a gente ama!

ROMANCE COM SAFADÃO… DIGO, SAFADEZA Mais um feat divulgado em abril, com os donos deste país: de um lado Safadão com a pegada “forró-pop”; do outro Anitta, a dona do funk, pop, reggaeton ou qualquer gênero musical que ela quiser ser, porque é tanta música estourada em diferentes gêneros que nem sabemos se ela se enquadra em algum… e se também tem esse objetivo. O negócio é que a parceria entre esses dois já rendeu, só em dois dias, seis milhões de visualizações no YouTube e disponível em todas as plataformas de streaming. Gravado em Fortaleza, Safadão interpreta um cliente que resolve soltar umas “cantadas” para Anitta, garçonete do bar. Entre produção do clipe e divulgação, não passou de uma semana!

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WI-FI Por Lucas Inácio

PRONTO PARA O JOGO Quando surgiu o boom dos smartphones, muita gente pensou que poderia ser a queda dos notebooks e, principalmente, dos desktops, mas o mercado encontrou nos jogos uma forma de garantir seu espaço com um público muito fiel. Desde as máquinas aos acessórios, uma grande indústria existe voltada para a galera gamer e mais uma nessa onda é a HP. A linha Pavilion foi lançada no tradicional Festival Coachella, em abril, com desenhos arrojados, cheio de arestas e luzes internas verdes que lembram até os novos videogames. São três opções, sendo dois desktops com preços a partir de R$1.858 e R$2.533, e um laptop a partir de R$2.700. Ainda não está a venda no Brasil, mas é bom ficar de olho.

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA Fique ligado nas dicas da equipe its

IDADE DAS INTELIGÊNCIAS ARTIFICIAIS

Inteligências artificiais (AIs) criaram um episódio original do desenho animado Os Flinstones. Sim, parece loucura, mas é verdade. Para quem nunca ouviu falar, a série animada foi criada nos anos 60 e contava a história de uma família na idade da pedra com todas as adaptações de coisas do nosso dia a dia, como carros movidos com os pés ou um chuveiro de mamute. Pois é, irônico é que o desenho mais clássico da história foi utilizado para algo tão futurista: máquinas criando. O feito foi realizado por pesquisadores do Instituto Allen para Inteligência Artificial, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e da Universidade de Washington. As AIs fizeram a leitura de mais de 25 mil vídeos e detectaram padrões, podendo reproduzi-los em episódios e roteiros novos. Claro que há limitações, como a criação de vídeos de três segundos, mas a descrição das cenas é algo de deixar a gente de queixo caído (e até assustados).

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SNAPGLASSES PARTE 2? Em março de 2017, a Snap, empresa do aplicativo Snapchat, tentou chegar ao mercado com um novo produto: óculos com câmeras laterais e voltadas para criar snaps chamado Spectacles. Os reviews foram bem positivos, mas isso não garantiu que o produto fosse um sucesso, pelo contrário, a inovação rendeu um prejuízo estimado à empresa de U$ 40 milhões. Perdendo cada vez mais espaço para o Stories do Instagram, o Snapchat tenta novas investidas e, aparentemente, vai insistir em uma segunda versão dos óculos, já que o órgão que regulamenta as telecomunicações nos EUA aprovou a venda de um produto da Snap com as mesmas características. Será que dessa vez bomba?

GOPRO 360

A GoPro foi pioneira em um mercado das minis (e potentes) câmeras, criou uma forma de gravar tudo ao mesmo tempo utilizando o Omni (um suporte para um conjunto de seis câmeras que registra imagens em 360º) e lançou no Brasil a sua versão de 360º em câmera única, a GoPro Fusion. A tecnologia de gravação por um único dispositivo não é novidade, várias empresas já trabalham isso, mas essa vem com a cara da empresa que inovou o mercado e essa credibilidade tem um preço: R$3.999. É salgado, para a maioria de nós é um sonho distante, mas sonhar não custa né?!

O CAMINHO DA CESTA

Os playoffs da NBA estão aí, várias pessoas falando de basquete, então, é hora de aproveitar para testar a mira e se tornar um Stephen Curry, pelo menos no celular. O Dunk Line é um aplicativo de fazer cestas desenhando linhas. As bolas surgem de vários cantos da tela, os aros estão posicionados e você tem que desenhar linhas para guiar as bola até eles. Com o tempo você acumula pontos e vai passando de fase, mas também existem armadilhas, como bombas que você tem que desviar. É uma lógica simples, não pesa muito e é um bom esquenta antes dos jogos.

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LIÇÃO DE CASA Por Lucas Inácio

A ARTE DE FICHAR Quem já passou pela universidade sabe o quanto o fichamento pode ser um método importante para firmar o aprendizado. Dada a quantidade de textos e informações passadas, essa é uma forma bastante utilizada pelos estudantes do ensino superior e que dá certo, por isso pode ser também uma forma de ajudar quem está no ensino médio. O fichamento é um gênero textual que tem como característica documentar

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um texto com suas informações mais importantes de forma organizada, pontuada e objetiva, tendo até regras da Associação Brasileira de Formas Técnicas. Apesar de ser uma boa forma de estudo para quem lê um fichamento, para quem produz é mais eficiente ainda, pois coloca o autor das fichas como alguém ativo na reprodução de conhecimento e ativa a memória mecânica se você fizer à mão – verdade, estudos comprovam isso.

Todos os três tipos de fichamentos levam assunto, autor, título, local de publicação, editora, ano da publicação e a referência bibliográfica da obra fichada. Para fins de estudo próprio, talvez não precise ser tão metódico, mas o bom de fazer tudo da forma correta é que já treina quando for para valer. Uma dica legal para a galera do ensino médio é o Fichamento de Resumo, que é aquele que o autor descreve com as próprias palavras os principais pontos do texto lido. A ideia desse tipo é


que você absorve os conhecimentos de forma mais rápida, já que tem que entender o que o texto diz para poder resumi-lo com as próprias palavras. Mas, neste caso, você conta apenas o que está na obra, em ordem, sem colocar sua opinião no resumo. Já o fichamento bibliográfico segue mais regras e conta com a opinião do autor também, é uma boa para quem tem que estudar para uma resenha ou algum trabalho que exige um pensamento mais crítico. A partir daí, as pontuações são acompanhadas de comentários seus sobre contexto histórico, sobre a obra ou até mesmo uma crítica da forma como o livro foi escrito e suas impressões dele – nessa parte, quanto mais embasada a crítica, melhor. Por fim, vamos falar aqui sobre o Fichamento de Citação Direta, aquele que é feito com citações diretas da obra em questão e, para isso, tem algumas regras: toda citação deve vir entre aspas; o número da página de onde foi retirado o trecho deve ser citado ao fim, justamente para ser encontrado com mais facilidade; se tiver trechos cortados, deve colocar colchetes e três pontos “[...]”; e o mais importante é não conter opinião. Independente da forma que você escolher, o método irá surtir algum efeito, mas não adianta fichar e deixar guardado na gaveta. Depois de feito, é só reler o seu quando for fazer o trabalho ou prova em questão, mas uma dica é trocar seu fichamento com seus colegas, pois essa é uma boa oportunidade de se atentar a novas interpretações e outros partes importantes da obra, já que cada um tem visão diferente do texto lido e vai destacar pontos diversos. Assim, vocês terão uma visão mais ampla da obra e poderão reparar em coisas que, em um primeiro momento, não chamaram a atenção. Desta forma todo mundo estuda e todo mundo se ajuda.

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ESCOLA ABERTA

Notícias das

Escolas PARA BRINCAR O Governo do Estado tem promovido parcerias com a iniciativa privada como modo de obter benefícios para a população diminuindo custos. Como resultado de uma dessas parcerias público-privadas apresentamos a inauguração de playground na EEB Professor Frederico Navarro Lins, de Rio do Sul. Após entendimentos entre a Associação de Pais e Professores da escola e a empresa Alimentos Pamplona/ Frigorífico Pamplona, de Rio do Sul, por meio da Regional de Rio do Sul, foi instalado o brinquedo no pátio do educandário. Agora os 284 alunos da unidade terão mais uma opção de lazer durante os intervalos das aulas e em festividades escolares. Parabéns pela parceria!

CONTRA A GRIPE O friozinho dos próximos meses traz resfriados e a temida gripe. Como prevenção, o Estado participa da Campanha Nacional de Vacinação contra influenza, que em Santa Catarina será realizada até 1º de junho, sendo dia 12 de maio o dia “D” de mobilização nacional. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) espera imunizar pelo menos 1,68 milhão de catarinenses. Entre o público-alvo estão professores do ensino infantil, fundamental e médio de escolas públicas e privadas e do ensino superior e público privado; indivíduos com 60 anos ou mais; crianças entre 6 meses e 5 anos; gestantes; puérperas (até 45 dias após o parto); trabalhadores de saúde; povos indígenas; grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e funcionários do sistema prisional. Compartilhe essa informação e vamos juntos combater a gripe!

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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Por Edinéia Rauta edineiarauta@sed.sc.gov.br

FOCO NO MEIO AMBIENTE Diferentes escolas de todo o Estado realizaram trabalhos ao longo dos últimos meses em preparação para a 5ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) que tem como tema Vamos cuidar do Brasil Cuidando das Águas. A Conferência é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a etapa nacional será realizada em junho. Porém, antes existem outros três momentos de discussão: na escola, regional e em nível estadual. O objetivo é reunir estudantes, professores e comunidade escolar para pesquisar, dialogar e refletir sobre as questões socioambientais, a partir da utilização da água pela humanidade. Entre os dias 7 a 9 de maio foi realiazado a etapa Estadual, em Laguna, com a participação de professores e estudantes. Os alunos da Escola de Educação Básica Dom Vital, de Ponte Serrada, por exemplo, receberam a visita do Programa Eco Cooperação da Fundação Aury Luiz Bodanese, de Chapecó, para atividades com foco na preservação ambiental, recursos hídricos, contação de histórias e separação do lixo. A ação vem ao encontro dos trabalhos da escola com foco na Conferência. A escola é conhecida por seus trabalhos voltados ao meio ambiente, além de projetos de integração com a Câmara de Vereadores da cidade para tratar sobre o saneamento básico. De maneira geral, os debates remetem à preocupação com questões socioambientais e à conscientização do uso racional da água, que deve começar desde cedo. E você, como está cuidando das águas?


REMO VAI À ESCOLA O incentivo ao esporte é, sem dúvidas, um dos meios que mais beneficia o processo de desenvolvimento dos jovens. Com essa ideia e na busca de novos talentos, o Clube Regatas, que este ano completa 100 anos, promove o projeto O Remo vai à escola e oferece aulas gratuitas para estudantes da rede pública. Para apresentar aos estudantes, a equipe do Clube leva à escola um simulador. Mais de um mil alunos já passaram pelo Clube que fica na cabeceira da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. E sabe o que é mais legal? É um esporte inclusivo, com atendimento especializado também em atletas com necessidades especiais. Quem teve o gostinho da aula em abril foram os alunos do Instituto Estadual de Educação, veja que bacana!

VISITA ILUSTRE Estudantes e professoras do curso de Pedagogia da Universidade do Contestado (UNC), unidade de Curitibanos, visitaram a Secretaria de Estado da Educação (SED). A recepção foi da Diretoria de Políticas e Planejamento (DIPE), responsável pela oferta de cursos, como o de Pedagogia por meio do Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR), uma parceria entre União, Estado e Municípios. O objetivo da visita dos 25 alunos foi conhecer na prática aquilo que os alunos vêm estudando no curso, principalmente na disciplina de Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. Em Santa Catarina, o Parfor já formou 843 alunos em diferentes cursos de licenciatura e, atualmente, tem 185 alunos matriculados.

AUTOCONHECIMENTO É hora de conhecer melhor! Esse é o objetivo do projeto de Autoconhecimento desenvolvido pela EEB Cecília Vivan, de Salto Veloso, no meio oeste de Santa Catarina. O projeto já existe desde 2010 e os frutos colhidos são muito positivos, com aprovação total da direção, professores, pais e estudantes. O projeto tem como foco a busca da identificação do aluno, sua história e bagagem emocional e, por meio delas, encontrar formas de contribuir para a evolução em sua vida pessoal, refletindo diretamente também na vida estudantil. A escola conta com uma sala especial com estofados e tapetes que deixam o ambiente acolhedor. Os alunos, inicialmente do primeiro ano do ensino médio, passam pela experiência, com a confecção de mandalas terapêuticas. Em uma leitura atenciosa nos traços e apontamentos são trabalhados valores morais e éticos, com o objetivo de sanar os problemas enfrentados no cotidiano escolar, como bullying, violência, drogas, gravidez na adolescência, baixa-estima, entre outros.

Quer ver sua escola aqui no Escola Aberta? Encaminhe sua sugestão para imprensa@sed.sc.gov.br

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DICAS DA MARI

VAMOS FAZER uma

FLÂMULA

Por Mariana Emerim

Oi, oi, tudo bem? Mari aqui outra vez para quem gosta de colocar a mão na massa para decorar, ou para fazer um presente personalizado! Neste mês vamos fazer uma FLÂMULA! Sabe aquela bandeirinha pequena, estreita e comprida cuja extremidade termina em ponta? Costumamos ver naquelas decorações bem #tumblr e, principalmente, em imagens no Pinterest! E se é tendência, a gente aprende a customizar.

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Primeiro vamos separar os materiais que você vai precisar: tecido (pode ser algodão cru, feltro, cetim ou chita), tesoura, cola quente, barbante, palito de churrasco, tinta de tecido ou caneta de tecido.

Usei uma tinta de tecido para preencher meu coração, ficou lindo, mas também fiz algumas com frases, enfim, você quem vai escolher!

Escolha o tecido, recorte no formato de retângulo, depois dobre ao meio e corte uma ponta! O formato da flâmula está pronto!

Com a cola quente, você vai colar na parte superior o palito de churrasco. É importante cortar fora as pontas do palito para não acontecer nenhum acidente!

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Prontinho! Sua flâmula está feita! Agora é pendurar em um lugar muito especial, ou também dar de presente alguém!

Agora é o seu momento, use a criatividade para personalizar! Eu escolhi fazer um coração, por isso usei um molde para facilitar!

Para finalizar amarre o barbante nas duas pontinhas. A dica aqui é medir onde você vai deixar a flâmula pendurada para medir certinho a quantidade de barbante que você vai usar! Quando fizer, marque a #diymariemerim para eu ver a sua flâmula e deixar aquele like que eu vou procurar, hein! Beijo, beijo, beijo. Tchau, tchau, tchau, tchau!


Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de Santa Catarina

Um futuro melhor com igualdade, qualidade e inclusão para todos.

Instituições associadas à Ampesc: as melhores privadas do Brasil*

* Maioria das Instituições recredenciadas com notas 4 e 5 , em uma escala de 1 a 5, pelo Ministério da Educação (MEC)


DIÁRIO DE BORDO

EEF PROFESSOR EMIR ROPELATO | TIMBÓ O mundo atual vem se transformando rapidamente. Vários são os fatores, no entanto, ainda a melhor ferramenta que a família e a escola podem oferecer é o contato com a leitura. Ler transforma não somente a capacidade de viajar através da imaginação, como também traz ao leitor benefícios indescritíveis. A Escola de Ensino Fundamental Professor Emir Ropelato, no intuito de buscar valorizar essa grande ferramenta, solidifica com o Projeto “Leitura em Foco”, mais uma caminhada junto aos seus alunos e familiares na promoção do acesso à diversificação literária. Várias são as ações adotadas pela comunidade escolar: circuito de contação de histórias nas salas de aula, feira de livros interna, rotina de troca de livros e leitura na biblioteca com agendamentos prévios, piquenique literário, piquenique com poesia e recreio literário. Este ano lançamos a proposta do consórcio do livro, o propósito é atualizar o acervo bibliográfico para atrair leitores, bem como estender o incentivo à leitura de alunos e familiares. O projeto está dando certo e durante o ano letivo foram adquiridos mais de 500 exemplares. O sucesso dessas ações descreve mais um capítulo na vida de nossa comunidade escolar. Nós, “Galera do Emir”, estamos orgulhosos e acreditamos que ações como essa engrandeçam não somente o saber adquirido, bem como solidificam uma educação transformadora, consciente, responsável na formação ética e estimula à participação ativa na cidadania.

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EEB Joaquim D’Agostini | Lacerdópolis Com base na proposta descrita na 5ª Conferência Nacional Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente, a equipe gestora, pedagógica e professores da Escola de Educação Básica Joaquim D’Agostini, de Lacerdópolis, percebeu a importância do tema e dessa forma tomou a iniciativa de propor a algumas turmas da unidade escolar a realização de projetos, como reutilização das águas da chuva, qualidade das águas recebidas nas casas e decantação das águas de nosso rio do peixe, (esse que nossos educandos e comunidade percebem com clareza a poluição). Após conversas com as turmas do 8º Ano do Ensino Fundamental (vespertino) e primeiro ano do ensino médio (matutino), colheu-se ideias e propostas e, a partir das sugestões, passamos a construir nossa caminhada para o crescimento dentro dos temas os quais eles deveriam construir suas maquetes e explicações. Para que déssemos continuidade ao trabalho, tomamos a iniciativa de convidar algumas empresas que tem como objetivo preservar a natureza e, principalmente, as águas. Estas nos oportunizaram palestras, visitas, depoimentos que auxiliaram nossos alunos a construírem projetos maravilhosos de preservação e cuidado com as águas e seu reaproveitamento. Podemos concluir que foi um trabalho muito rico, pois a água é um recurso natural indispensável e finito, se não fizermos uso consciente, ela pode acabar. Por isso deve ser consumida e tratada com o máximo respeito.

VOCÊ QUER VER A SUA ESCOLA AQUI NO DIÁRIO DE BORDO? Calma que é bem fácil: basta você contar a história da sua turma ou até mesmo divulgar projetos e trabalhos desenvolvidos na sua escola e nos mandar para publicação! Você só precisa enviar para a Renata (renata.bomfim@portalits.com.br) ou para a Jéssica (jessica.stierle@portalits.com.br)

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CAPA Por Lucas Inácio

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MÉDIA

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Foto: Marcos Campos

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Marlon Silveira tem 15 anos e está no 1º ano da Escola de Educação Básica Professor Silveira de Matos, em Santo Amaro da Imperatriz. É fã de Rick and Morty, gosta de filmes de viagem espacial, como Interestelar, e não curte muito biologia. A essa altura, você já deve ter ligado os pontos e entendido que Marlon tem Superdotação, mas ele é como todos nós nessa idade: assiste a desenhos e filmes, não gosta de determinada matéria e fica tímido ao dar entrevistas, apesar de falar super bem. Ele também é fã de música clássica, mas não deixe se levar pelo estereótipo por causa disso, afinal de contas, todos nós temos algum gosto peculiar, não é mesmo?!

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Marlon é um dos cerca de 60 alunos atendidos pelo Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Supedotação (NAAH/S), em São José. A entidade é vinculada à Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e é a responsável por promover o atendimento aos alunos catarinenses com Altas Habilidades/ Superdotação (AH/SD), não só na unidade, mas em todo o Estado por meio dos polos de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Ao todo são 17 cidades que contam com o serviço e podem chegar a 20 até o fim de 2018. Com isso, atualmente cerca de 700 alunos do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º do Ensino Médio com Superdotação ou que apresentam indicadores e ainda estão em fase

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de avaliação. O NAAH/S é o principal centro do estado para atender a esse público e conta com um grupo de pedagogas e psicólogas que desenvolvem trabalhos específicos na área. Cada aluno vai ao local uma vez por semana no contraturno da aula onde desenvolvem projetos em sua área. Para atender os diferentes tipos de habilidades, o Núcleo possui cinco áreas, cada uma com seu espaço de trabalho. Ao entrar nessas salas a gente fica de cara, pois são várias ferramentas e jogos, alguns tão difíceis que não dá nem para saber por onde começar – caso das oficinas de matemática e atividades exploratórias. Além disso, há vários trabalhos expostos em salas coloridas e que estimulam a galera a produzir. Na ofici-

na de artes, por exemplo, os desenhos super-realistas na parede contrastam com as mãos pequenas dos artistas, que vão dos 9 aos 17 anos de idade, todos juntos desenvolvendo suas técnicas. Da mesma forma na oficina de robótica, com vários projetos a base de Lego sendo desenvolvidos, um monta e desmonta parecido com o que a gente fazia mais novos, só que com resultados bem mais complexos. É tanta coisa massa, que passamos de sala em sala conversando com os alunos de cada oficina. Além das especialidades da sua área, eles contaram como descobriram a Supedotação, a relação com os colegas e como o trabalho na educação especial ajudou. Os professores também deram detalhes do dia a dia do NAAH/S.


ARTES PLÁSTICAS/ VISUAIS A oficina de artes procura orientar os alunos com recursos e técnicas no desenvolvimento da linguagem artística. É ministrado pela professora Vânia Franz que trabalha no local desde 2008 e está efetivada desde 2012. “Trabalhar com Superdotação na área das artes é sempre um grande desafio, primeiro porque quem é de outra área olha para o trabalho de um filho ou sobrinho e acha que a criança está acima da média, então é importante esclarecer que ter habilidade é uma coisa, mas ter Alta Habilidade é outra. Muitas vezes é, mas muitas vezes não é. Nesse caso, a gente precisa ter muita responsabilidade para poder analisar.” Uma das alunas da professora no NAAH/S é Adriana Espíndola, 17 anos, estudante do IFSC. Ela entrou em junho de 2017, menos de um ano, mas o suficiente para desenvolver seu talento na área. “Eu nunca pensei que eu fosse superdotada, eu só achava que sabia desenhar bem e quando eu vim para cá foi que eu percebi que eu estava acima do que eu pensava. Eu fiquei surpresa, já tinha ouvido falar sobre Altas Habilidades, mas não era uma coisa que eu esperava de mim. Ao vir para cá achei muito bom, pois passei a ter contato com outras obras, mais interação com a arte, além do conto outras pessoas que também têm Superdotação.”

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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL O foco dessa oficina é a língua portuguesa em suas diversas formas, de textos a vídeos, todos como forma de expressão, como explicou a professora Ana Lúcia Kretzer, no Núcleo há 3 anos. “Aqui procuramos sempre trabalhar com o pensamento desses alunos, que eles consigam organizar as ideias, explorar o próprio pensamento e colocar isso em um texto, vídeo e outras formas. Então trabalhamos com vários tipos de literatura e que muitas vezes geram apresentações para nós. De modo geral, as atividades levam algo de autoconhecimento, pois são crianças que às vezes não conseguem entender essas características e a escrita é uma ótima forma de se conhecer, ainda mais para eles que têm essa facilidade com a linguagem.” Já o aluno João Henrique de Oliveira, de 14 anos, estuda no Centro Educacional Municipal Floresta, em São José. Ele está no 9º ano e é um dos casos de alunos do NAAH/S que participa de mais de uma oficina, nesse caso, robótica e literatura. “Na escola geralmente a gente aprende coisas que já tive contato antes, agora no 9º ano aparecem conteúdos que eu me interessei e aprendi no 6º, então aqui é legal porque podemos aprender coisas mais avançadas. Meu interesse pela astrofísica começou a partir de um jogo em que você poderia montar foguetes, mas quando eu entrei, também gostei da área de literatura e hoje faço as duas.”

ATIVIDADES EXPLORATÓRIAS Essa oficina atende aos alunos que apresentam indicadores de AH/ SD, mas que ainda não têm uma área específica, por isso trabalha em atividades que exploram essa curiosidade e criatividade em busca do autoconhecimento, como no caso do João Antônio Teixeira, aluno do Colégio Liderança. Ele tem 13 anos e está desde 2014 no Núcleo. “Prefiro ficar nessa oficina para poder explorar melhor, tenho facilidade em várias áreas, mas gosto bastante de biologia. Aqui abrange mais, não é algo específico e, como não tem biologia, prefiro as atividades exploratórias. Nós pesquisamos bastante o que ajuda quando está relacionado a conteúdos da escola e, quando não está, levo isso para a vida.”

Ela é ministrada pela professora Myriam Callado que está no NAAH/S desde novembro e falou sobre como está sendo a nova experiência na área. “Eu estou apaixonada por esse trabalho, é um desafio e um presente, a cada dia é uma atividade diferente e uma surpresa diferente. Eles vêm para cá sem área definida, então vamos possibilitando atividades diversificadas como visitas, projetos de algo que eles se interessem, jogos de desafios para ver se o aluno apresenta características de Superdotação, pois nesse caso ele vai insistir até desvendar o mistério.”

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ROBÓTICA EDUCACIONAL A oficina de robótica tem como intuito o uso teórico e prático da tecnologia, com muita influência da matemática, mas com conceitos multidisciplinares. Por ser uma área bem ampla e que demanda uma certa estrutura, a robótica (assim como outras áreas) contam com o auxílio de parcerias com outras instituições que estimulam ainda mais os alunos AH/ SD. “Acho que é muito importante todas essas parcerias que a gente firma que são fundamentais, na área da robótica trabalhamos muito com o Lego que estimula a montagem e são mais tecnológicos, mas para os alunos que gostam mais da área da programação, trabalhamos com o IFSC e eles adoraram essa parceria. Isso ajuda porque

eu sou uma pedagoga, não uma programadora, então esses recursos ajudam muito esses alunos a trabalhar de forma aprofundada”, falou a professora Ana Paula Duarte de Robótica.

com Altas Habilidades eu pude explicar para meus colegas e eles conseguiram me entender e dar muita ajuda no que se refere a isso”, falou ele que está desenvolvendo um protótipo de foguete.

Foi a parte prática que chamou a atenção do Marlon – aquele do começo da matéria, lembra?! –, ele também chegou ao NAAH/S por causa da OBMEP, mas acabou indo para uma área mais prática que envolve a astrofísica, algo que ele adora. Ele falou sobre o momento de descoberta para ele e como saber de sua Superdotação ajudou no dia a dia, “Eu me sentia diferente, não conseguia me identificar intelectualmente e nem socialmente com meus colegas de turma, tinha dificuldades no dia-a-dia, mas depois que eu fui diagnosticado

Aproveitando que estamos falando de gostos, existe no imaginário popular aquela ideia de que pessoas Superdotadas são nerds, só ouvem música clássica, têm temperamento difícil, não possuem habilidades sociais e são atrapalhados. Essas são apenas algumas pilhas erradas sobre o assunto, muito propagada em séries, filmes e outras produções, mas a ideia é justamente mostrar para todos que pessoas com Altas Habilidades/ Superdotação são comuns e podem estar sentados aí na carteira do lado.

LÓGICA E MATEMÁTICA A área da matemática tem uma forma diferente de receber os estudantes catarinenses que chegam também por meio da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), caso do Wesly Carmesini que hoje está na universidade. Uma das coisas que o marcou foi suas relações com os colegas do ensino regular quando descobriu que tinha Superdotação. “Na verdade não mudou muita coisa, eu já tinha essa facilidade e continuei tendo. Eu gosto de ajudar os colegas, explicar a matemática. Com certeza estar aqui me ajudou bastante, só de conhecer pessoas com histórias de vida parecidas já é algo bem interessante e essa ideia de entender melhor o que é a Superdotação e como isso ajuda na sua vida, é legal.”

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Apesar de ser jovem, a professora Ananda Burin, de matemática, está há seis anos no NAAH/S. Já orientou diversos alunos em várias áreas da matemática. Ela conta que o papel do professor não é saber tudo e passar esse conhecimento aos estudantes com Altas Habilidades, mas dar o caminho para a busca desse conhecimento. “Importante falar que não é autodidatismo, eles precisam de orientação e nós como professores mostramos os caminhos para que esses alunos busquem a informação, tiro dúvidas que eles tenham, mas não preciso sentar e dar uma aula para ele. Muitos deles chegam aqui e esperam que a gente dê aula para eles, mas não é assim, a gente trabalha para inverter essa cultura e estimular que os alunos procurem e investiguem”, explicou a professora.


AFINAL, O QUE SÃO

SUPERDOTADOS?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que de 3% a 5% da população mundial tem Altas Habilidades, isso apenas levando em conta as áreas acadêmicas tradicionais, aquelas que podem ser notadas em sala de aula ou com testes intelectuais. Porém, a estimativa real é que esse número pode chegar a 20% da população se incluirmos as áreas criativo-produtivo, como liderança, criatividade, artes e atividades corporais, como dança e esportes. Ou seja, Marta e Neymar podem ser superdotados e a gente nem sabe. Mas afinal, o que é Superdotação? Para ficar mais claro, vamos definir o que é Superdotação a partir de duas teorias. De acordo com Joseph Renzulli, um dos maiores estudiosos da área, o aluno com AH/SD precisa apresentar, obrigatoriamente, três características: habilidade acima da média; alta criatividade; e grande envolvimento com a tarefa. Outra teoria importante para compreendermos o tema (desenvolvida por Howard Garner) é a das múltiplas inteligências que o ser humano possui, são elas: Lógico-matemática; Lingüística; Musical; Corporal-cinestésica; Espacial; Interpessoal; Intrapessoal; Naturalista; Existencialista. Unindo essas duas linhas, o entendimento é de que pessoas com Altas Habilidades apresentam os três comportamentos citados por Renzulli em uma ou mais das nove áreas de inteligência citadas por Gardner. Não é tão simples de entender, e esse é um dos desafios da educação especial para AH/SD, detectar e atender a essa galera, e tanto estudantes quanto professores podem ajudar. “Em primeiro lugar, a sociedade ganha com a inclusão de um segmento da sociedade que estava excluído por falta de conhecimento sobre o assunto. Em segundo, o atendimento adequado aos Superdotados aumenta a qualidade da educação como um todo, melhora o nível. Em terceiro, a descoberta de talentos contribui com o desenvolvimento do país como um todo, em diversas áreas”, falou o professor Pedro de Souza, diretor de Ensino da FCEE.

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IDENTIFICANDO PESSOAS COM

AH/SD

Apesar de alguns estudiosos analisarem que os testes de QI são suficiente para definir se pessoas têm Altas Habilidades ou não, o Núcleo de Atividade de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) trabalha de forma diferente e faz um processo longo de avaliação que pode ser realizado de três meses a um ano antes de dar o parecer sobre alguém. É um processo cuidadoso que visa respeitar o(a) estudante, sua família e, ao mesmo tempo, ser assertivo e que segue os seguintes passos:

CHEGADA: o aluno pode chegar

ACOLHIMENTO: neste mo-

AVALIAÇÃO:

MAIS AVALIAÇÃO: se

por indicação da família, de professores ou, no caso dos alunos de exatas, pelos resultados da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Há também casos de auto-indicação que acontecem com menor freqüência. já em contato direto, o aluno passará por um processo de avaliação pedagógica e psicológica, onde serão realizados testes referentes às habilidades apresentadas e que medem suas características psicológicas, uma bateria que pode durar de dois a três dias.

mento são realizadas as coletas de dados do aluno, tanto de seu meio social quanto escolar, como trabalhos e provas. Essa etapa é feita apenas com os responsáveis, sem contato com o aluno.

nesse primeiro momento a pessoa apresentar indicadores de AH/SD, ela é convidada a integrar a oficina de sua área onde continua em período de avaliação que pode durar três meses, seis meses ou até um ano. Só depois desse período que o parecer será dado pelo NAAH/S e, aí sim, o aluno continuar frequentando o Núcleo.

SAI DESSA

Chegou a hora de quebrarmos estereótipos e mandar a real sobre a galera com Altas Habilidades/Superdotação, até porque eles têm gostos e características próprias, como qualquer um de nós. Então lembre-se que as pessoas com AH/SD:

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Não são necessariamente boas em tudo;

Não são antissociais ou problemáticas;

Têm dificuldades na escola;

Não são necessariamente gênios;

Precisam de ajuda e orientação de professores e colegas;

Podem ser Superdotados em artes, música, dança, esportes e outras áreas chamadas criativo-produtivas;

Não aprendem tudo sozinhos (autodidatas); Não são necessariamente precoces; Também gostam de esportes e atividades físicas;

Também gostam de músicas e filmes pop; Precisam de apoio, ajuda e estímulos para bem sucedidos.


Serviços de Altas Habilidades/Superdoção em SC GERED-Municipio

ESCOLA

Araranguá

EEB Timbé do Sul EEB Eremeta Souza

Araranguá

EEB Jorge Shutz

Itajaí

EEB Pedro Paulo Philippi

Joaçaba

EEB Nelson Pedrini

Joinville

EEB Jandira D’Avila

Lages

EEB Vidal Ramos

Curitibanos

EEB Prof Antônio Francisco de Campos

São M. D’Oeste

EEB São Miguel

Criciuma

EEB Gov Heriberto Hulse

Antônio Carlos

EEB Altamiro Guimarães

Rio do Sul

EEB Paulo Cordeiro

Dionisio Cerquera

EEB Theoduretto Carlos de Faria Souto

Florianópolis

EEB Simão José Hess

Tubarão

EEB Henrique Fontes

Chapecó

EEB Druziama Sartori CAPP – Centro Associativo de Atividades Psicofísicas Patrick

Canoinhas

EEF Sagrado Coração de Jesus

Brusque – não tem polo

EEB Padre João Stolte – Botuverá

Alunos no AEE

EEB Gov Ivo Silveira - Brusque Jaraguá do Sul –

EEB Alfredo Zimmermann

Polo a ser implantado em 2018 Braço do Norte

EEB São Ludgero

Polo a ser implantado em 2018 Concórdia – Polo a ser implantado em 2018

EEB Deodoro

Equipe pedagógica do Núcleo de Ati­vidades de Altas Habilidades/Su­pedotação (NAAH/S), em São José

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PROFESSOR DO MÊS Por Renata Bomfim

PROFESSOR FAZ SUCESSO EM

SALA DE AULA COM PARÓDIAS QUEM É ELA NOME COMPLETO: Francisco d’Avila da Silva, mas me chamam de Chico hits IDADE: 38 CIDADE DE NASCIMENTO: São Jerônimo - RS GRADUAÇÃO: História e Estudos Sociais ESCOLA: SEB COC Floripa, COC Balneário, COC Blumenau, Amplo (Brusque), Confepi(Navegantes). MATÉRIA EM SALA DE AULA: História

Francisco leciona história e levou para sala de aula a paixão pela música Quando passou a notar que os alunos tinham dificuldade em lembrar de nomes importantes ou de algum contexto de um fato histórico, o professor Francisco d’Avila da Silva (ou Chico, como é mais conhecido), resolveu levar o violão para sala de aula e criar paródias que pudessem ajudar os alunos na memorização dos conteúdos. A ideia surgiu há mais de 20 anos e faz sucesso até hoje. “O estudante que memoriza a música, fazendo links mentais com o conteúdo, consegue acessar muito mais facilmente as informações no momento de uma prova, avaliação, vestibular etc.”, comenta o professor que compartilha os seus vídeos no seu canal no YouTube, História Chico Hits. Para explicar melhor sobre essa combinação de ensino e música em sala de aula, nós o convidamos para ser o nosso professor do mês desta edição. Confere só como foi a entrevista: Revista its: QUANDO VOCÊ AINDA ERA ESTUDANTE, O MAIS TE ENCANTAVA NA ESCOLA? Chico hits: Os professores apaixonados pela profissão, aqueles que se esforçavam ao máximo, que faziam de tudo para tornar a aula atraente e prazerosa. Guardo esses professores no coração, como a melhor lembrança dos meus tempos de escola. Revista its: O QUE LEVOU VOCÊ A ESCOLHER A EDUCAÇÃO COMO SEU TRABALHO? Chico hits: Principalmente os exemplos positivos que tive com alguns dos meus professores. Minha admiração por eles e pela dedicação que demonstravam me fez querer seguir o mesmo caminho. Além disso, penso que o trabalho que escolhemos tem que, além de nos realizar, contribuir de alguma forma com as outras pessoas. Na educação acredito que consigo fazer isso.

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FACEBOOK.COM/REVISTAITS


Revista its: NESTA CAMINHADA, O QUE MAIS MARCOU VOCÊ NA EDUCAÇÃO? Chico hits: A sensação de dever cumprido. O sentimento de estar fazendo o melhor possível pelos meus alunos e, sem dúvida, a gratidão que recebo dos alunos manifestada de várias formas, principalmente com a atenção e interesse apresentado durante as aulas. Me emociona a ideia de poder marcar positivamente a vida das pessoas, assim como alguns professores marcaram para sempre a minha. Revista its: TEM ALGUMA BANDA/SÉRIE FAVORITA? Chico hits: Bandas: Titãs, Ira, Paralamas do Sucesso. Séries: La Casa de Papel, Roma, The Tudors. Revista its: O QUE VOCÊ FAZ NAS HORAS VAGAS? Chico hits: Brinco com meus filhos, leio, toco violão, teclado e vou a jogos do meu time do coração, Marcílio Dias. Revista its: QUAL SEU LIVRO/AUTOR PREDILETO? Chico hits: São muitos. Vou citar “A Era dos Extremos”, de Eric Hobsbawm. Revista its: POR QUE LECIONAR HISTÓRIA? Chico hits: Porque é a mais apaixonante das disciplinas! Por meio da história, podemos buscar entender a realidade que nos cerca, entender os motivos, as causas daquilo que hoje presenciamos. A história está presente na vida de cada um de nós e por isso se torna uma tarefa leve e agradável de lecionar, afinal, as explicações e exemplos usados, fazem com que os alunos se identifiquem e se interessem, percebendo que estudar história é estudar o seu próprio mundo, a sua própria vida.

Revista its: QUANDO SURGIU A IDEIA DE CRIAR “PARÓDIAS HISTÓRICAS”? Chico hits: A ideia surgiu bem no começo da minha carreira, há quase 20 anos. Percebi que muitos alunos entendiam os contextos, mas tinham dificuldades em lembrar dos nomes, por exemplo, ou ainda dificuldades em memorizar a sequência dos fatos. Como também sou um amante da música, resolvi unir as duas coisas. Assim, o estudante que memoriza a música, fazendo links mentais com o conteúdo, consegue acessar muito mais facilmente as informações no momento de uma prova, avaliação, vestibular etc. Revista its: COMO SÃO CONSTRUÍDAS AS LETRAS? Chico hits: Após definir o conteúdo e a música que será usada, elaboro frases que resumam os conceitos e demais informações que precisam constar na paródia. Após isso, a tarefa é conseguir encaixar as informações na melodia, buscando sinônimos, reformulando frases etc. Revista its: QUAL A SUA CRIAÇÃO MAIS CONHECIDA OU DE MAIOR SUCESSO ENTRE OS ESTUDANTES? Chico hits: Uma das mais conhecidas e populares é “Era Vargas”, que já tem mais de 200 mil visualizações em meu canal no YouTube, História Chico Hits. Revista its: COMO VOCÊ VÊ A EFICÁCIA DESSE MÉTODO? Chico hits: Percebo que o método é eficaz pelo próprio retorno que os alunos me dão. Os hits do Chico não servem apenas para criar um momento mais descontraído durante as aulas, eles realmente auxiliam na aprendizagem. Como as paródias são compostas com “puro conteúdo”, o aluno que estuda memorizando a música e fazendo as conexões da letra decorada com o conteúdo abordado, acaba obtendo bons resultados. Depois de cada vestibular, por exemplo, muitos são os relatos que recebo de que as paródias ajudaram a lembrar elementos presentes nas questões.

Revista its: POR QUE USAR MÚSICA COMO MÉTODO DE ENSINO? Chico hits: Nós, seres humanos, somos seres musicais. A música está presente em nossa vida, desde que estávamos no ventre materno! É muito difícil encontrar alguma pessoa que não goste de música. Então, associar a música, algo leve, agradável, prazeroso, com o estudo de conteúdos, me parece um método eficiente. A música deixa o aluno pré-disposto a estudar, cria um clima propício para a aprendizagem. Mas é importante destacar que a simples memorização das letras das paródias não garante bom resultado. É imprescindível assistir a uma boa aula, contar com uma boa explicação, estudar o tema e se aprofundar no conteúdo. Minha tarefa como professor é fazer essa mediação e garantir aos meus alunos o melhor resultado possível. Revista its: QUAIS AS VANTAGENS DE USAR O YOUTUBE EM SALA DE AULA? Chico hits: Bem, na verdade eu não uso o YouTube em sala de aula. Eu levo o violão para as minhas aulas e, após a explicação do conteúdo, nos minutos finais, eu canto com os alunos. O canal História Chico Hits, no YouTube, foi criado inicialmente para que os meus alunos presenciais pudessem continuar seus estudos em casa, ouvindo a música, memorizando-a e fazendo as conexões necessárias com o conteúdo. Ocorre que muitos estudantes e professores de várias partes do Brasil começaram a acessar e também usar os Hits do Chico em seus estudos e aulas, o que me deixa muito feliz, afinal, não há nada melhor do que a sensação de estar ajudando o maior número possível de pessoas.

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ITSPORTS Por Lucas Inácio

DISPUTANDO VAGA

Gabriela Santin e família

BASQUETE PARA A GALERA... Depois da estreia do Campeonato Estadual de Basquete Sub-17, chegou a vez da galera do Sub-15 correr pelas quadras de Santa Catarina. Começaram em abril os torneios masculino e feminino da categoria com 43 times, sendo 24 no masculino (divididos em seis grupos) e 19 no feminino (divididos em cinco grupo) . Com isso, a expectativa é de que mais de 800 atletas disputem o estadual da modalidade, um número aproximadamente 40% maior que em 2014, mostrando o quanto a galera se apaixonou pela modalidade. Quem defende o título são o Sociedade Ginástica de Joinville, no feminino, e o Colégio Bom Jesus (Jaraguá do Sul), no masculino.

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... BASQUETE PARA A GALERINHA Junto com os torneios Sub-15, também começaram os Campeonatos Estaduais Sub-13 de basquete. Nesta categoria são 46 times no total, 28 no masculino e 18 no feminino, com aproximadamente 900 atletas inscritos. Vale destacar que a maioria das equipes do Sub-13 também disputam a categoria Sub-15, com isso, muitos jogos são realizados em rodadas duplas, integrando os elencos que viajam bastante para seus jogos e aumentando o envolvimento dos mais novos com o esporte, uma forma de fortalecer o basquete em Santa Catarina, o estado que mais promove jogos no país.

Foto: Alexandre Kirchner-FCB

Outra atleta catarinense que está no grupo de treinamento é Gabriela Santin, líbero de Guaraciaba, esta sim disputando vaga para o Sul-Americano. Gabriela é líbero e fará os treinamentos com 20 atletas, sendo três da mesma posição que ela. Assim como Saudades, Guaraciaba também tem um projeto de vôlei que revela muitas atletas das quais, várias já passaram pela seleção brasileira, como Patrícia Bianchi, Edinara Brancher e Daniela Seibt (que já falamos por aqui em outras edições).


PEQUENA NOTÁVEL A atleta de Saudades, Jaqueline Schmitz, participou de um treinamento da Seleção Brasileira Sub-18 em preparação para o Sul-Americano da categoria que será realizado em julho, na Colômbia. O treinamento foi realizado no estado do Rio de Janeiro. Detalhe que a oposta tem apenas 14 anos e foi uma das convidadas para participar do treinamento junto com a equipe Sub-18 junto com mais duas revelações de sua categoria.

GYMNASIADE 2018 Santa Catarina contou com 15 atletas na delegação brasileira que participou da Gymnasiade 2018, em Marraquexe, no Marrocos, de 2 a 9 de maio. A competição é voltada para atletas entre 15 e 18 anos de idade. Além disso, três técnicos representantes do estado também fizeram parte da delegação, por terem sido campeões em suas modalidades: Erickson Busatto, no taekwondo, Regina Ribeiro, no xadrez, e Eurico Schopchaki, do caratê. Vale lembrar que o Brasil vem de duas importantes campanhas na Olimpíada do esporte escolar. Em 2013, quando foi sede, os atletas brasileiros conquistaram o terceiro lugar no quadro geral de medalhas. Já em 2016, em Trabzon, na Turquia, o Brasil foi o primeiro colocado colocando 128 medalhas no peito (57 de ouro, 32 de prata e 39 de bronze).

Ana Júlia Librelato e Isadora da Rocha Nicoladeli - Xadrez

Kazu Itioca - Taekwondo

Em 2017, Jaqueline foi Campeã Brasileira Escolar com a Escola de Educação Básica Rodrigues Alves representando Santa Catarina e, com a equipe, conquistou também o Sul Americano escolar. Com a Seleção Catarinense, no Campeonato Brasileiro de Seleções, em Minas Gerais, foi eleita a melhor oposta do Brasileiro.

Lista de atletas catarinenses na Gymnasiade 2018 Atletismo Amanda Fernandes (EEB Giovani Pasqualini Faraco, de Joinville) – salto com vara Thalia Cristine André (EEB Annes Gualberto, de Joinville) – lançamento do martelo Larissa da Silva Lúcio (EEB Abílio Cesar, de Nova Veneza) – 800m rasos Caratê Erika Nascimento (EEB Dr. Otto Feueischutte, de Capivari de Baixo) Ginástica rítmica Ana Carolina Souza (EBM Machado de Assis, de Blumenau) Judô Matheus Pereira (EEB Abílio Cesar, de Itajaí) Natação Vinícius Kohns (Colégio Metropolitano, de Indaial) Taekwondo Kazu Itioka (Centro Educacional Logus, de Palhoça) Bruno Rodrigues da Silva (Senai, de Tijucas) Vitor Porto (Colégio Alpha Objetivo, de São José) Xadrez Guilherme De Borba (Colégio Bom Jesus Santo Antônio, de Blumenau) Ana Júlia Librelato (EEB Profª. Maria da Glória Silva, de Içara) Ryan Wesley da Costa Caetano (Colégio Sagrada Família, de Blumenau) Isadora da Rocha Nicoladeli (EEB Professora Salete Scotti dos Santos, de Içara) Laís Colin de Bem (EEB Adolpho Konder, de Blumenau)

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POPCORN

Com Amor, Simon

e o legado das comédias românticas adolescentes

Sim. O assunto do momento é Vingadores, filme que marca o fim do grande ciclo da primeira década do universo Marvel nos cinemas. Mas para que não sejamos mais uma coluna repetindo o que todo mundo está dizendo sobre o filme, vamos falar sobre outro tema tão interessante e tão importante quanto a batalha entre o bem e o mal: a necessidade que secretamente todo mundo tem de ter um crush pra chamar de seu. E o filme febre da primavera norte-americana, Com Amor, Simon, consegue resumir muito bem esse sentimento complicado de se apaixonar na adolescência. Ainda mais se contarmos com o fato de que ele nem sabe por quem exatamente está apaixonado. Há também outro pequeno detalhe: ele ainda não contou pra ninguém que é gay. A comédia romântica adolescente, por ser tão querida por tanta gente, parece um gênero onipresente. A combinação de romance numa idade em que os sentimentos são tão acentuados (isso passa, gente, acreditem) com uma comédia leve

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que acaba nos distanciando um pouco das consequências destes gerou alguns clássicos nas últimas décadas. Dez Coisas que Eu Odeio em Você, As Patricinhas de Beverly Hills, Meninas Malvadas etc. E por mais que ainda pareça cedo para apostar, Com Amor, Simon tem todos os elementos necessários para entrar nesta lista seleta. Como ele mesmo narra logo nos primeiros minutos de filme, Simon é um cara absolutamente normal. Tem amigos dos quais não se desgruda, conta os dias para formatura, gosta de música e cultiva uma série de paixonites que surgem e somem com a mesma velocidade que as preocupações comuns de quem está prestes a terminar a escola. O fato de esconder da família e dos amigos a orientação sexual só serve para complicar um pouco mais este cenário. Até que um belo dia, num blog de fofocas da sua escola alguém “sai do armário” em segredo. Um cara que assina a postagem como @blue decide compartilhar o quão difícil é ser gay e não poder contar pra ninguém. Ao se dar conta de que não está mais sozinho, Simon

começa um relacionamento via email com esse cara misterioso. O longa não só traz para o centro da trama a homossexualidade de uma forma realista e leve como também não trata isso como se fosse a característica que define o protagonista. Afinal, assim como eu, assim como você e todo mundo que você conhece, Simon é uma pessoa complexa e o fato dele sentir atração por um sexo específico é só um dos detalhes de sua personalidade. A história é adaptada de um livro escrito por Becky Albertalli e o roteiro em si é assinado por Isaac Aptaker e Elizabeth Berger. Além dos personagens cativantes, o elenco é uma das melhores coisas do filme. Entre os destaques, Katherine Langford, a Hanna da série 13th Reasons Why interpreta a melhor amiga dele. E o ator escolhido para o protagonista, Nick Robinson, consegue transparecer não só os sentimentos óbvios de cada situação como consegue demonstrar estar escondendo um oceano de emoções de quem ele mais ama.


Por Vincent Sesering

Repleto de música dos anos 60, 70, 80, o filme tem uma construção visual muito bem pensada pelo diretor, Greg Berlanti, e pelo diretor de fotografia, John Guleserian. O longa não só tem uma identidade visual própria como também usa as cores para refletir o estado emocional do personagem principal. Sem querer entrar em detalhes aqui, vale destacar o como o visual extremamente colorido passa a ficar mais cinzento quando os problemas aparecem e começa a recuperar as tonalidades mais quentes quando estes se resolvem. Com Amor, Simon pode muito bem ser um dos filmes definidores sobre o que é ser adolescente nos anos 2010 porque, mais do que tratar de todos os temas que eu citei, é um filme sobre o que é se apaixonar, o que é se decepcionar e o que é lidar com uma miscelânea de sentimentos inesperados.

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO Lançado em 2010, o curta-metragem Eu Não Quero Voltar Sozinho, do diretor Daniel Ribeiro, rodou por todos os principais festivais daquele ano. Contando com um elenco de três jovens, o filme segue Leonardo, um adolescente cego que acaba se apaixonando por Gabriel, um garoto novo na turma. Ao mesmo tempo, ele precisa lidar com o ciúmes da melhor amiga, Giovana, que ele obviamente nunca percebeu que era apaixonada por ele. Um dos curtas de maior sucesso do cinema nacional recente, virou uma febre no YouTube e é item obrigatório em qualquer mostra de cinema LGBT. Ainda assim, definir o filme como filme gay seria diminuí-lo, já que, mais do que sobre sexualidade em si, é um filme sobre autodescoberta e sobre amizade. Uma refilmagem, desta vez longa metragem e expandindo esse universo adolescente, foi lançada em 2014 e segue a mesma história que o anterior, apesar ir além não só no tempo que se passa como nas escolhas estéticas do diretor. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho foi vencedor de um prêmio concedido pela federação internacional dos críticos de cinema, além de ficar entre os 18 finalistas para ser escolhido pelo Brasil para disputar o Oscar. Juntamente com Com Amor, Simon, tanto o curta quanto o longa metragem podem fazer um bom par. Não porque são necessariamente similares – um é uma comédia romântica bem clássica e outro é um filme mais intimista e sensível – mas porque o cinema gay precisa justamente desse tipo de história. Sem esconder a orientação de seus personagens, demonstrar que é possível contar estas narrativas sem cair para o lado negativo. Já que o amor, na verdade, está por toda a parte.

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#KERO

#Kero Os nossos queridinhos do momento também podem ser o de vocês, né? Prestem atenção o que roubou os nossos corações nesta edição:

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PAPO DE LEITOR

Por Mateus Pereira Silveira AVENTURAS NA NETOLAND COM LUCCAS NETO | LUCCAS NETO

DESTAQUES DO MÊS Dizer que o livro é melhor que o filme é consenso em qualquer debate sobre literatura. Muito embora não seja uma verdade absoluta, é o que acontece na maioria os casos, mesmo entendendo que são artes diferentes e precisam ser tratados como tal. Também existem aqueles filmes maravilhosos que são baseados em livros tão incríveis quanto. Por isso, resolvi listar três títulos que renderam ótimas adaptações no cinema e ambos (livros e filmes) estão entre os meus favoritos da vida.

A VIDA POR TRÁS DAS CÂMERAS | FELIPE NETO

COMO OS ANIMAIS SALVARAM A MINHA VIDA | LUISA MELL

MISERY, DE STEPHEN KING FILME: LOUCA OBSESSÃO, 1990

Paul é o escritor da série de livros Misery, que foi sucesso de público. No momento que procura redirecionar sua carreira para um outro gênero literário, o autor sofre um acidente de carro nas montanhas. Ele é salvo por Annie, uma enfermeira, que o leva para sua casa, iniciando lá os primeiros tratamentos em Paul, já que as estradas estão interditadas pelas tempestades de neve. As coisas começam a ficar mais estranhas quando Annie ressalta a todo momento que ela é a sua fã nº1 e deseja muito ler o último livro da série. Isso até descobrir que sua personagem favorita foi morta. É um livro tenso, que prende o fôlego do leitor a cada novo acontecimento, reunindo as melhores características que tornaram King um mestre do horror.

UM CAVALHEIRO EM MOSCOU | AMOR TOWLES

LIVRO: GAROTA EXEMPLAR, DE GILLIAN FLYNN FILME: GAROTA EXEMPLAR, 2014

ELES ESTÃO POR AÍ | BIANCA PINHEIRO E GREG STELLA

No aniversário do seu 5º ano de casamento, Amy Dunne desaparece. Os vestígios da provável cena do crime são violentos e os indícios apontam que o culpado do sumiço dela é seu próprio marido, Nick. Enquanto Amy é bem vista por todos ao seu redor, seu esposo apresenta problemas financeiros e pessoais. A trama utiliza de relatos, diários e pontos de vista de cada um deles para construir a narrativa, mostrando como Amy e Nick encaravam seu casamento de maneira diferente. O livro conta com vários pontos de virada, levando a estória para um rumo não imaginado. Foi o típico caso do título que pouco esperava antes de iniciar a leitura e ele superou demais as expectativas. LIVRO: TRILOGIA MILLENNIUM - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES FILME: MILLENNIUM, OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES (2011)

Após uma reportagem fracassada, o jornalista Mikael Blomkvist é processado e condenado a um período de reclusão. Ao mesmo tempo que acompanha a sua reputação desmoronar na imprensa sueca, Mikael é procurado por um milionário para investigar o desaparecimento de sua sobrinha, caso que aconteceu décadas atrás e é tratado como algo encerrado pela polícia local. Para ajudá-lo nessa tarefa, surge a hacker Lisbeth Salander, uma jovem inteligente, mas com problemas de socialização. A parceria inusitada funciona muito bem, inclusive em outros casos que vão se abrindo ao decorrer da série de livros. Nas sequências, o passado de Lisbeth vai sendo revelado, incluindo os danos que físicos e psicológicos pelos quais ela passou em sua infância e adolescência, mostrando que mesmo na Suécia, um dos melhores países para se viver, também há escândalos de corrupção e segredos de governo.

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A CORAGEM DE NÃO AGRADAR | ICHIRO KISHIMI E FUMITAKE KOGA

É ASSIM QUE ACABA | COLLEEN HOOVER

TREINE O SEU CÉREBRO PARA PROVAS | AUGUSTO CURY

TÁ LIGADO, MEU IRMÃO | MR. POLADOFUL E ADRIANA DANTAS

GRANDE HOTEL ABISMO | STUART JEFFRIES *A seleção do top dez contou com os livros que estão em alta na Saraiva e Livrarias Curitiba


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ESCOLA ABERTA

DE CABEÇA NAS ELEIÇÕES Uma grande parte dos jovens, graças às notícias e opiniões desinformadas, acaba achando que a política e a administração pública são coisas ruins e, por isso, se afastam do dever de votar e de se informar sobre os temas. Mas que tal ter uma opinião própria e baseada em fatos? Foi isso que aconteceu em abril no Instituto Estadual de Educação, em Florianópolis. Percebendo a necessidade de instigar em seus alunos o pensamento crítico e fortalecer o processo democrático, o professor de Geografia, Luiz Donizete Antunes,

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criou um projeto com o apoio da direção da escola e com a equipe do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que trouxe palestras e conscientização sobre a política para dentro da escola. O professor conta que, somente nas turmas em que ele atua, mais de 200 estudantes ainda não possuíam o título de eleitor, o que fez com que ele planejasse um trabalho para reverter esse quadro. “No início do ano letivo, nós, professores, temos nosso momento de encontro e de formulação dos planos de ensino. Em 2018, um dos principais temas de atenção,

Marina e Alice já estão prontas para as eleições deste ano, e você?

principalmente para a minha disciplina que envolve a geopolítica, são as eleições que vão acontecer nos níveis estaduais e nacional. Aqui no Instituto nós temos uma quantidade enorme de alunos, o que acabou gerando o ambiente ideal para esse tipo de trabalho de conscientização”, explica. Entre as atividades, realizadas ao longo dos dois dias de evento, estiveram palestras com o desembargador e presidente do TRE de Santa Catarina, Ricardo Roesler, e com profissionais responsáveis por várias das etapas do processo democrático.


Por Thiago Marthendal “Nós queremos que o jovem de 16 e 17 anos, que está distante da política, se insira nesse contexto, fazendo seu título de eleitor inicialmente. Depois, com um passo a mais, exercendo seu direito e dever de votar e promovendo a escolha de lideranças jovens”, desta Ricardo. O trabalho de conscientização, realizado pelo Tribunal Regional no Instituto, foi apenas o primeiro de uma série de encontros que aconteceram também nas escolas Governador Celso Ramos e Osvaldo Aranha, de Joinville.

TÍTULO NA MÃO Só que o projeto foi muito além de conversa e conscientização. Juntamente com as palestras, o Tribunal Eleitoral montou um posto de atendimento móvel para fazer o alistamento eleitoral dos jovens que já tinham idade para o cadastro. O diretor do IEE, Vendelin Borguezon, acompanhou o cadastramento dos alunos e ressaltou que a parceria mobilizou toda a escola para tratar do tema. “O adolescente tem de ter consciência de seu papel na escolha do futuro da nação e da importância da manifestação do seu voto e da sua opinião”, afirma. E em menos de 10 minutos, apenas com um documento de identidade em mãos, os jovens já garantiram o seu direito de votar, como foi o caso das alunas Marina da Silva Dutra e Alice da Cunha. As duas estiveram no segundo dia de cadastramento e fizeram seus títulos de eleitores. “Nós não queremos deixar que outros escolham o nosso futuro. Nós temos opinião e o direito de fazer ela valer”, disse Marina, de 16 anos. As estudantes comentaram que com o apoio da escola e do Tribunal elas conheceram um pouco de como a política está inserida em todas as etapas da vida e também as funções dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Alice, que em 2018 completa 16 anos e, por isso, já poderá votar, destaca que ter o título de eleitor em mãos é garantir que a sua voz seja ouvida nas eleições. “Quando eu for escolher o meu candidato, eu pretendo conhecer realmente as propostas que ele defende e que tipo de trabalho ele já fez. Não dá para acreditar em tudo o que se diz nas redes sociais, principalmente, por causa das fake news”, disse. O projeto continua agora com os alunos criando ideias focadas na gestão escolar do IEE que vão ser transformados em pré-projetos que serão eleitos e escolhidos entre os próprios estudantes. Feito isso, os documentos escolhidos serão entregues à direção que se comprometeu a analisar as melhores sugestões e ideias dos alunos e implantar na administração da escola.

O diretor Vendelin Borguezon e desembargador Ricardo Roesler durante a palestra no IEE

Quase 300 alunos fizeram o título de eleitor nos dois dias de cadastramento

OS DIFERENTES TIPOS DE VOTO Entre os assuntos mais frequentes ao longo de encontros como este, estão dúvidas de como funcionam os tipos diferentes de voto: Voto em Branco Apertando a tecla BRANCO na urna e em seguida CONFIRMA, o voto não é contabilizado para nenhum candidato. Voto Nulo É considerado NULO o voto em que o eleitor digita o número de um candidato inexistente e em seguida CONFIRMA. O voto nulo não é contabilizado para nenhum candidato e, antigamente, era considerado um voto de protesto. Eleição Cancelada? Existe a lenda de que se mais de 50% dos votos forem brancos ou nulos a eleição seria cancelada, o que não é verdade. Na realidade, votos nulos e brancos não são contabilizados. Por exemplo, se 99% dos votos forem nulos e brancos, o 1% de votos válidos serão contabilizados e determinarão o vencedor da eleição

“Com o meu voto e o de outros jovens nós vamos trazer a mudança necessária ao Brasil”, disse o aluno Krysthyan Robert de Souto

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LIVROS DO VESTIBULAR

“Quem fica chora e o defunto nem sabe que morreu”: sobre a Valsa n .6 de Nelson Rodrigues “Coloquei uma morta em cena porque não vejo obrigação para que uma personagem seja viva.” A frase poderia ser do autor de The Walking Dead, mas é de Nelson Rodrigues (1912-1980) e ele falava de sua peça, Valsa n. 6, encenada pela primeira vez em 1951 e reeditada na lista de leituras obrigatórias para o Vestibular UFSC 2019. Na busca da Comissão por contemplar

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a diversidade de gêneros textuais, temos a inclusão não apenas de um texto dramático, mas de um tipo muito difícil de texto escrito para ser encenado: o monólogo. Trata-se, originalmente, de um texto escrito para ser encenado por uma única atriz, a qual, no entanto, interpreta uma personagem morta e ecoa as vozes dos vários personagens que participam do drama que envolve

a mocinha. Já famoso pelo sucesso da peça com que revolucionou o teatro brasileiro, Vestido de noiva (que na montagem do famoso diretor Ziembinski, em 1943, colocava no palco, em três planos, a realidade, a alucinação e a memória da protagonista), e no embalo do sucesso do monólogo As mãos de Eurídice, de Pedro Bloch, Nelson resolve se medir com esse difícil


Por George França

Professor do Colégio de Aplicação da UFSC; doutor em Literatura pela mesma instituição

Fotos: Divulgação

gênero pensando também no lançamento de sua irmã, Dulce Rodrigues, como atriz. O monólogo, em dois atos, tem por personagem Sônia, a menina assassinada de 15 anos, também chamada de “Mocinha” nas rubricas da peça. Em um cenário sem móveis, no qual há um piano branco e um fundo de cortinas vermelhas, a adolescente, como que vestida para o primeiro baile de sua vida – no tempo em que era essa a cerimônia de sua “apresentação para a sociedade”, da passagem entre menina e moça – fala e é atravessada pelas vozes de vários personagens, e várias vezes, em momentos de tensão, toca trechos da Valsa n. 6, do compositor romântico Fréderic Chopin (1810-1849), a qual dá nome à peça. A inspiração teria vindo a Nelson Rodrigues do fato de que à época, num cinema próximo a um restaurante onde costumava comer, exibia-se o filme À noite sonhamos (A song to remember, 1945, dir. Charles Vidor), uma cinebiografia do compositor francês em questão. Nesse grande fluxo de discursos, em que muito frequentemente nos perdemos – seja como espectadores, seja como leitores –, vamos acompanhando a descoberta do destino trágico de Sônia, que tenta descobrir como e

por quem foi assassinada e oscila entre lembranças do tempo de menina, as estranhas sensações que acompanham sua entrada na adolescência, as visitas ao médico Dr. Junqueira com a mãe, e as impressões desta, bem como as ligações com Paulo. O texto configura um grande discurso direto, cheio de interrupções, com muitas idas e vindas e rubricas indicando as intenções que devem ser impressas à fala da personagem. A mocinha inicia procurando descobrir “quem é Sônia”, como se não se desse conta de que ela mesma está morta e diante da circunstância de ter de relembrar como isso se deu. Destaca-se também o ciúme que revela de Paulo, como se Sônia o tivesse roubado de si (até se dar conta de ter visto um beijo pelo espelho), e como é escandalosa para si a ideia de um possível adultério deste – tema, aliás, adorado por Nelson Rodrigues. Por fim, Sônia se dá conta de que foi assassinada pelo médico, Dr. Junqueira, apunhalada pelas costas enquanto tocava a Valsa n. 6, e enfatiza-se também a ideia de que este era casado – insinua-se, aí também, o tema da pedofilia. Nelson, aliás, era um perscrutador das maiores perversidades que envolviam a vida burguesa de seu tempo.

NELSON RODRIGUES Controverso, a um só tempo revolucionário pelo seu teatro e reacionário por suas posições ideológicas, Nelson Rodrigues nasceu em 1912, no Recife, e faleceu no Rio de Janeiro em 1980. Morador do Leme e inveterado torcedor do Fluminense, Nelson foi repórter policial e teve várias de suas peças de teatro taxadas de imorais e vulgares, por abordar temas como o sexo, o adultério e a homossexualidade. Foi, ainda, cronista esportivo, e chegou mesmo a escrever sob pseudônimo feminino: Meu destino é pecar, assinando Suzana Flag. Apoiou o golpe militar de 1964 e depois, ao ter seu filho preso e torturado, tornou-se um defensor da anistia aos presos políticos. Várias de suas obras foram adaptadas ao cinema e à televisão, em filmes como A dama do lotação e O beijo no asfalto e minisséries como A vida como ela é... e Engraçadinha: seus amores e seus pecados.

NO VESTIBULAR UFSC 2018... Tivemos uma questão sobre a peça em questão, com três proposições corretas. Nestas, afirmava-se que Sônia representava mais de uma personagem, que a peça se passa no plano da alucinação da personagem, assassinada por Junqueira enquanto tocava a Valsa n. 6 e que o texto enfatiza “a passagem da vida para a morte e a transformação de menina para mulher, marcada pela descoberta dos primeiros desejos em relação ao amor e pelo abandono das brincadeiras da infância.”

FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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AS MATÉRIAS QUE

NÃO ESTÃO NA ESCOLA,

ESTÃO AQUI.


TAMO JUNTO

na escola,

TAMO JUNTO

no mundo. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios do estado. Não fique de fora dessa.


GALERIAS

Colégio Marista - Chapecó

EEB Professor João Widemann - Blumenau

SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO EEB Presidente Médici - Joinville

Bom Pastor - Chapecó

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CEDUP - Blumenau

EEB Professora Jandira D’avila - Joinville

Fotos: Blumenau - Promotes Eventos | Chapecó: Fabricação Filmes | Floripa: Fernanda F F L L Silva

EEB Luiz Delfino - Blumenau


EEB Gov. Ivo Silveira - Palhoça

EEB Presidente João Goulart - Balneário Camboriú

EEB Paulo Bauer - Itajaí

EEB Doutor Tufi Dippe - Joinville

EEB Luiz Delfino - Blumenau

Colégio Marista - Criciúma

Colégio São José - Itajaí

EEB Henrique da Silva

Fontes - Itajaí REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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GALERIAS

Karolayne, Mayane, Laura, Jeannette e Lucas

Laura e Jeinnerfer

Fotos: Foco Eventos

Tamara, Nayara e Franciele

JOINVILLE

EEB ENG. ANNES GUALBERTO Mareli,Tamara e Melissa

Turma 3ยบ ano 1

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Caroline e Suyanne


Fotos: Foco Eventos

Vanessa e Ana Sara

Weligton, José, Adilson, João, Matheus e Gabriel

Jeniffer, Tamara e Letícia

JOINVILLE Ana Paula, Thais, Nataly, Samanta e Juciara

EEB PROF. MARIA AMIN GHANEM

Turma da EEB Prof. Maria Amin Ghanem

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GALERIAS

Lucas, William, Rayane, Alan, Patrick, Luan, Yasmin, Maria, Emerson e Lucas Eduardo

Julia, Tatiana e Poliana

BLUMENAU

EEB ADOLPHO KONDER Lais C e Lais S

Rodrigo, Evelyn e Vitor

Gabriele, Caroline, Natalie, Lais C, Julia, Evelyn, Alessandra, Poliana, Lais e Tatiana

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Maria Eduarda e Janaina

Fotos: Promotes Eventos (Tayana)

Bruna, Camila e Beatriz


Fotos: Promotes Eventos (Tayana)

Nadine e Leo

Kaina, Luis, Annanda, Ricardo e Bruna

Terceirão

Nicolle e Maria Luiza

BLUMENAU

GOVERNADOR CELSO RAMOS Larissa, Malu e Maira

Fernanda, Eduarda e Emily

Julia e Samara

Maira, Tayga, Maria Luiza, Larissa e Nadine

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GALERIAS

EEB LOURDES LAGO Equipe Campeã Mundial de Futsal Escolar Feminino O título foi conquistado em Israel, depois de uma campanha consistente, uma vitória por 5x1 sobre a equipe que representava a Turquia deu as meninas de Chapecó o título sonhado e inédito.

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Fotos: Fabricação Filmes

CHAPECÓ


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Fotos: Jose Luiz Somensi

GALERIAS

FLORIANÓPOLIS

COLÉGIO ENERGIA CHURRASCO DO ENERGIA 201

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Fotos: Estúdio Bend

GALERIAS

Bruna Reis e Isabela Vargas

Ana Beatriz, Heloísa, João e Fabio

ITAJAÍ

COLÉGIO DE APLICAÇÃO UNIVALI

Carolina, Rebeca e Maria Julia

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João, Vitor e Nilton

Priscila e Vitória

Luan, João Pedro, André e Gabriel

Luiz Felipe, Samuel e Yago


Fotos: Estúdio Bend

Marcilio, Thiago e Marcelo

Amabily, Lara, Jhonny, Ana, Agata e Nicole

Laura, Manuela, Julia, Gabriela, Thiago, Marcia e Marcilio

ITAJAÍ

EEB PAULO BAUER Emanuelle, Daniela e Helen

Amanda e Beatriz

Meyriellen e Amabilly

Ingrid, Ana Carolina, Ana Santana, Marinara, Flavio, Michelly, Natalia e Dayane

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SAIDEIRA Por Priscila Andreza de Souza

Minha ex-BFF (best friend forever)

Éramos grudadas como irmãs siamesas. Sentávamos uma ao lado da outra na sala, no recreio fazíamos o controle da dieta juntas, passávamos as tardes colocan­do a fofoca em dia pelo celular, e a noite não terminava sem um aviso de “até amanhã”, via SMS. O que essas duas tanto conversam? – questionavam os pais. Tudo! Discu­tíamos as dúvidas, os medos, os sonhos, os amores e os traumas – dividíamos uma vida. Minha BFF era adorável, alta, magra, morena e atra­palhada. Ela fazia o meu lado para os gatinhos, nos arru­mávamos para as festas juntas e no fim da noite comen­távamos o que tinha rolado na festança. Cá entre nós, a festa nem tinha sido tão divertida, mas nós éramos. Em alguns momentos, não precisávamos nem falar, uma lia o pensamento da outra. Eu contava algumas histórias e piadas, e ela ria até quase fazer pipi nas calças. Nós estudávamos para as provas, ficávamos em exa­me e comemorávamos o dez juntas. Unidas para sempre, como era pra ser. A professora dizia que amizades na adolescência duram uma vida inteira. Eu acreditei com a empolgação de envelhecermos lado a lado, nada poderia nos separar. Nunca brigávamos, parecíamos uma só pes­soa em corpos diferentes. Até que a fase dos sonhos (leia-se ensino médio) pas­sou, e cada uma seguiu o seu caminho. Houve mudança de cidade, de personalidade e de objetivos. E,

de repente, minha BFF ficou bem chata e eu virei a garota incompre­endida. Cadê a compatibilidade que tínhamos? I don’t know. As ligações ficaram escassas e os encontros nas ruas ficaram limitados a três frases: “oi, tudo bem?”, se­guido por “me conte as novidades!”, com uma virada de cabeça ou uma chacoalhada na bolsa finalizando com o famoso “temos que marcar alguma coisa qualquer hora.” Ok, nós duas sabíamos que esse encontro não iria rolar. No início, veio a incompreensão, fazíamos de tudo para que o papo fosse o mesmo. Depois, veio a revolta: por que o papo não era o mesmo? Seguido pelo confor­mismo: ai! Que papo chato. E, logo após, veio a indife­rença: não me interesso por esse assunto. E assim como a conversa tem prazo de validade, a pessoa também. Sem juras de amor em cartas nem pingentes de BFF em for­mato de coração, nem gestos de ansiedade para contar uma fofoca. Somente uma saudade boa de ter tido uma BFF dessas que vemos em filmes e séries de adolescentes. * Para os desinformados de plantão, best friend fore­ver significa: melhor amiga para sempre. E, cá entre nós, quem não teve uma na adolescência que atire a primeira pedra. Eu, como digna mortal que sou, tive várias.

Priscila é jornalista, autora do livro "Expectativas" e chocólatra. Para ler mais crônicas, você pode acessar o site priscilaandreza.com.br

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