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Dr. Ramon Tadeu Carvalho Bucci
UM CRAQUE CHAMADO RAMON BUCCI
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ODelegado Ramon Tadeu Carvalho Bucci é reconhecido por ser um craque no ofício e na vida. Ele tem 63 anos e é mineiro de Campestre, no Sul de Minas. A convivência com o ambiente policial era uma rotina desde pequeno, porque o seu pai era escrivão ad hoc da Delegacia de Campestre. “Quando eu tinha 18 anos, quando fui me inscrever para exame de habilitação numa clínica de psicotécnico, vi uma publicação do Diário Oficial de Minas Gerais com a imagem de uma carteira de delegado de polícia e disse: um dia ainda vou ter uma dessa”. De fato, 8 anos mais tarde, ele acabou recebendo a própria carteira de Delegado de Polícia. Mas, antes de se tornar delegado, outra paixão já ocupava a cabeça e os pés de Ramon Bucci. Ele foi (e continua sendo) um ótimo jogador de futebol e coleciona mais de 30 títulos de campeão, tanto no campo, quanto no salão. Aos 18 anos, o talento do meio-campista chamou a atenção do Caldense de Poços de Caldas, onde foi compor o time de Juniores. Lá chegando, o treinador Carlos Alberto Silva o colocou para treinar com os profissionais. O resultado é que Ramon jogou no time de base da Caldense e também na Ponte Preta, de Campinas. “De fato, o futebol faz parte da
minha vida até hoje, porque eu nunca parei de jogar bola, mas, naquele momento, tive que desistir da carreira profissional porque precisava pensar no longo prazo.” Bucci trabalha desde os 12 anos de idade e ingressou na carreira bancária, no extinto BEMGE, quase simultaneamente enquanto começava o curso de Direito. Formou-se em 1979, em São João da Boa Vista. Casado desde cedo, e, por levar a esposa para estudar em Muzambinho, decidiu “EU NÃO ESTAVA por fazer o curso com ela. Com isso, PREPARADO PARA Ramon é formado também em Educação APOSENTADORIA. Física. “Aliás, no dia
NÃO ESTAVA da formatura saí de BH com destino a
MESMO. E ACHO Muzambinho, onde cheguei em cima da QUE A INSTITUIÇÃO hora para participar
NÃO PREPARA da formatura e fazer o discurso como orador, NINGUÉM PARA A isto em razão de estar fazendo teste físico na APOSENTADORIA.” Acadepol, pois havia acabado de passar no concurso para Delegado em Minas”. Sua primeira designação foi para Campestre, onde vivia. “Puxa vida”, lembra ele. “Como foi abrupta a mudança de função. Passava a ser delegado onde até então tinha sido um bancário! Mas mantive a mesma vida, inclusive jogando bola normalmente como delegado de polícia”. Durante a carreira na Polícia Civil, Ramon trabalhou também em Uberlândia
(Delegacia de Furtos e Roubos, Veículos, Tóxicos, Menores, Delegado Regional Adjunto e Delegado Regional), Araxá (Delegado Regional), BH (Assessor da então Superintendência Regional), Unaí (Chefe de Departamento), Uberaba (Chefe de Departamento) até a aposentadoria na volta à Uberlândia. Ao todo, foram 32 anos como Delegado de Polícia. Dezenas de cursos e muito estudo. “Tenho muito orgulho de minha trajetória. Sinto-me realizado e, hoje, revisando minha vida, gostaria de ter dado ainda mais atenção à minha família”. Ramon Bucci tem três filhos e uma neta, com quem, ao lado da esposa, divide sua atenção e o carinho. E o futebol? O futebol, responde ele, “continua sendo um presente na minha vida”. É que Ramon Bucci trabalha no complexo esportivo do Parque do Sabiá, em Uberlândia. Ele é assessor de Esporte e de Qualidade de Vida da Fundação Municipal de Turismo, Esporte e Lazer da Prefeitura de Uberlândia. Essa ocupação abrandou o espírito inquieto do recém-aposentado. É por isso que o trabalho é muito gratificante e tão importante. “Eu não estava preparado para aposentadoria. Não estava mesmo. E acho que a instituição não prepara ninguém para a aposentadoria.” Sobre essa questão, inclusive, Bucci sugere uma alteração na Lei Complementar 129, suprimindo o artigo que impede o servidor da ativa, que tenha mais de cinco anos do prazo de aposentadoria voluntária, ou seja, com 35 anos de serviço na PCMG, de assumir cargo de chefia na instituição, exceto o cargo de Chefe de Polícia. “Esse artigo deveria ser suprimido porque limita idade e não competência. Essa projeção deveria ser natural e é a instituição que perde com isso. O artigo tira a oportunidade daqueles que ainda poderiam contribuir com a PCMG.” Outra sugestão dele é oficializar também na referida lei o cargo de Chefe de Departamento e remunerá-lo em consonância com a representação da função. Ramon Bucci é um grande defensor da sintonia fina entre a PM e a Polícia Civil, mas deixa uma indagação no ar: “a PM quer fazer o Ciclo Completo? Ótimo. Basta apenas que haja equivalência de recursos humanos, de estrutura e de funções entre a PM e a PCMG. Assim, não vejo problema algum...”. O Delegado Ramon espelhou sua carreira na do Delegado José Rezende de Andrade, como também na de Francisco Eustáquio Rabelo e José Antônio de Morais. Ele manifesta gratidão, respeito e consideração pelos delegados Marco Antônio Monteiro de Castro e Maria de Lurdes Camilli. Esse é o delegado Ramon Bucci. Para ele, ser craque na vida e na polícia são necessários “ter espírito versátil, defender o interesse coletivo, focar nos estudos e na melhoria contínua, ter sensibilidade e ser grato às pessoas que te impulsionaram ao êxito.”
A entrevista com o Dr. Ramon Tadeu Carvalho Bucci foi publicada na edição número 27 da Revista dos Delegados, em 2019.

